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Caderno curso_Panorama do SUAS

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Nome do eixo temático
Panorama do SUAS
Panorama do SUAS
Enap, 2022
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Desenvolvimento Profissional
Conteudista/s 
Ana Paula Coimbra Rodrigues (Conteudista, 2021).
Sumário
Módulo 1 - Estruturação do SUAS
Unidade 1. Diretrizes Gerais...........................................................................................5
1.1 Definição...........................................................................................................................6
1.2 Objetivos ..........................................................................................................................7
1.3 Beneficiários ..................................................................................................................11
1.4 Diretrizes do SUAS ........................................................................................................12
1.5 Princípios do SUAS ........................................................................................................14
1.6 Cadastro Único ..............................................................................................................15
Referêncas ............................................................................................................................18
Módulo 2 - Níveis de Proteção Social do SUAS
Unidade 1. Proteção Social Básica ...............................................................................19
1.1 Definição.........................................................................................................................19
1.2 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) .................................20
1.3 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) .................................20
1.4 Serviço no Domicílio para Pessoa com Deficiência e Idosos ..................................21
1.5 Programa Criança Feliz .................................................................................................23
1.6 Programa Bolsa Família ...............................................................................................25
Referêncas ............................................................................................................................35
Unidade 2. Proteção Social de Média Complexidade................................................37
2.1 Definição.........................................................................................................................37
2.2 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) ...37
2.3 Serviço Especializado em Abordagem Social ............................................................38
2.4 Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida 
Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade 
(PSC).......................................................................................................................................39
2.5 Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas 
Famílias .................................................................................................................................43
2.6 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua .......................................45
2.7 Programa BPC na Escola ..............................................................................................46
Referências ...........................................................................................................................47
Unidade 3. Proteção Social de Alta Complexidade ...................................................48
3.1 Definição.........................................................................................................................48
3.2 Serviço de Acolhimento Institucional .........................................................................48
3.3 Serviço de Acolhimento em República .......................................................................50
3.4 Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora ......................................................51
3.5 Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e Emergências ......52
Referêncas ............................................................................................................................55
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Módulo 3 – Benefícios do SUAS
Unidade 1. Benefício de Prestação Continuada - BPC ..............................................56
1.1 Definição e beneficiários ..............................................................................................56
1.2 Responsabilidades dos Entes em relação ao BPC ....................................................61
Referêncas ............................................................................................................................63
Unidade 2. Benefícios Eventuais ..................................................................................65
2.1 Definição.........................................................................................................................65
2.2 Tipos de Benefícios .......................................................................................................66
2.3 Responsabilidades dos Entes ......................................................................................69
Referêncas ............................................................................................................................71
Módulo 4 – Financiamento do SUAS
Unidade 1. Cofinanciamento do SUAS ........................................................................72
1.1 Gestão Compartilhada .................................................................................................72
1.2 Diretrizes do Cofinanciamento ...................................................................................73
1.3 Requisitos para o repasse fundo a fundo .................................................................74
1.4 Responsabilidades dos entes federados no cofinanciamento ...............................75
1.5 Diretrizes Gerais sobre os Fundos da Assistência Social ........................................79
Referêncas ............................................................................................................................83
Unidade 2. Fundo Nacional de Assistência Social .....................................................85
2.1 Bloco de Financiamento da Proteção Social Básica .................................................86
2.2 Bloco de Financiamento da Proteção Social Especial ..............................................87
2.3 Bloco da Gestão do SUAS.............................................................................................88
2.4 Bloco da Gestão do PBF e do CadÚnico ....................................................................89
Referêncas ............................................................................................................................91
Módulo 5 – Controle Social no SUAS
Unidade 1. Conselhos de Assistência Social ...............................................................93
1.1 Definição.........................................................................................................................93
1.2 Diretrizes para a estruturação dos Conselhos Municipais de Assistência Social 94
1.3 Atribuições dos Conselhos de Assistência Social .....................................................98
Referêncas ......................................................................................................................... 100
Unidade 2. Conferências de Assistência Social ........................................................101
2.1 Definição......................................................................................................................101
2.2 Competência para convocação e prazo .................................................................. 101
Referêncas ......................................................................................................................... 103
Glossário .......................................................................................................................104
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5
 Módulo
Estruturação
do SUAS1
O Sistema Único da Assistência Social (SUAS, incluído na Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS (Lei nº 8742/1993), pela Lei nº 12.435/2011, organiza a gestão das ações 
na área de assistência social sob a forma de sistema descentralizado e participativo 
e tem por objetivos:
• Consolidar a gestã o compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação 
técnica entre os entes federativos que, de modo articulado, operam a 
proteção social não contributiva;
• Integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e 
benefícios de assistência social;
• Estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, 
regulação, manutenção e expansão das ações de assistência social;
• Definir os níveis de gestão, respeitadas as diversidades regionais e 
municipais;
• Implementar a gestão do trabalho e a educação permanente na 
assistência social;
• Estabelecer a gestão integrada de serviços e benefícios; e
• Afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos.
O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência 
social e pelas entidades e organizações de assistência social abrangidas por essa Lei.
Cabe à instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social normatizar 
e padronizar o emprego e a divulgação da identidade visual do Suas.
A identidade visual do Suas deverá prevalecer na identificação de unidades públicas 
estatais, entidades e organizações de assistência social, serviços, programas, 
projetos e benefícios vinculados ao Suas.
Unidade 1. Diretrizes Gerais
Ao fim desta Unidade você conhecerá no que consiste o Sistema 
Único da Assistência Social (SUAS, seus objetivos e beneficiários, 
bem como as diretrizes e os princípios que norteiam o sistema de 
proteção social do Brasil
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A Assistência Social, como política pública de proteção social, integra o Sistema de 
Seguridade Social do Brasil, assim constituído:
Infográfico – Sistema de Seguridade Social do Brasil
A Lei nº 8.742/1993, Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), regulamentou 
a política, definindo as diretrizes da descentralização político-administrativa, 
participação da população, primazia da responsabilidade do Estado e centralidade 
na família.
Mas foi a partir de 2005, com a aprovação da Política Nacional de Assistência 
Social (PNAS), e a publicação da primeira Norma Operacional Básica do SUAS 
(NOB/SUAS), aprovadas, respectivamente, pelas Resoluções CNAS nº 145/2004 
e nº 130/2005, que surgiu o Sistema Único da Assistência Social (SUAS), como 
sistema de gestão que regula e organiza em todo o território nacional as ações 
socioassistenciais.
Conheça agora mais sobre o Sistema Único da Assistência Social.
http://blog.mds.gov.br/redesuas/conheca-o-sistema-unico-de-
assistencia-social
1.1 Definição
O SUAS constitui o sistema de gestão descentralizado e participativo que regula e 
organiza as ações na área da Assistência Social em todo o Brasil. O SUAS tipifica os 
serviços socioassistenciais, padroniza as unidades de serviço da assistência social, 
define a forma de cofinanciamento do sistema, institui instâncias de pactuação e de 
http://blog.mds.gov.br/redesuas/conheca-o-sistema-unico-de-assistencia-social
http://blog.mds.gov.br/redesuas/conheca-o-sistema-unico-de-assistencia-social
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7
controle social, e estabelece indicadores de avaliação e resultado para os serviços, 
programas, projetos e benefícios de assistência social.
Tem por funções a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos 
dos indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social.
 
 
Na perspectiva da proteção social, a Assistência Social se ocupa 
de prover proteção à vida, reduzir danos e prevenir a incidência 
de riscos sociais, por meio da oferta de serviços, programas e 
benefícios socioassistenciais; encaminhamento para acesso aos 
direitos das demais políticas públicas, como saúde e educação; 
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e 
desenvolvimento das potencialidades do indivíduo e da família.
A vigilância socioassistencial constitui a produção, sistematização, 
análise e disseminação de informações territorializadas 
notadamente sobre as situações de vulnerabilidade e risco que 
incidem sobre famílias e indivíduos e os eventos de violação de 
direitos em determinados territórios, bem como referente ao 
tipo, volume e padrões de qualidade dos serviços ofertados pela 
rede socioassistencial.
A defesa de direitos se materializa na efetivação dos direitos 
socioassistenciais, na construção de novos direitos, na promoção 
da cidadania e no fortalecimento do protagonismo dos usuários 
na defesa dos seus direitos e, principalmente, no enfrentamento 
das desigualdades sociais.
1.2 Objetivos
A segunda NOB/SUAS, aprovada pela Resolução CNAS nº 33/2012, dispõe no art. 
2º os objetivos fundamentais do SUAS a serem perseguidos por todos os Entes 
da Federação (União, Estados, DF e Municípios), a fim de garantir a unicidade e 
uniformidade na implementação do sistema em todo o território nacional.
São objetivos do SUAS:
I – consolidar a gestão compartilhada, o 
cofinanciamento e a cooperação técnica entre a 
União, os Estados, o DF e os Municípios que, de modo 
articulado, operam a proteção social não contributiva 
e garantem os direitos dos usuários;
II – estabelecer as responsabilidades da União, dos 
Estados, do DF e dos Municípios na organização, 
regulação, manutenção e expansão das ações de 
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
assistência social;
III – definir os níveis de gestão, de acordo com estágios 
de organização da gestão e ofertas de serviços 
pactuados nacionalmente;
IV – orientar-se pelo princípio da unidade, e regular, 
em todo o território nacional, a hierarquia, os vínculos 
e as responsabilidades quanto à oferta dos serviços, 
benefícios, programas e projetos de assistência social;
V – respeitar as diversidades culturais, étnicas, 
religiosas, socioeconômicas, políticas e territoriais;
VI – reconhecer as especificidades, iniquidades e 
desigualdades regionais e municipais no planejamento 
e execução das ações;
VII – assegurar a oferta dos serviços, programas, 
projetos e benefícios da assistência social;
VIII – integrar a rede pública e privada, com vínculo ao 
SUAS, de serviços, programas, projetos e benefícios 
de assistência social;
IX – implementar a gestão do trabalho e a educação 
permanente na assistência social;
X – estabelecer a gestão integrada de serviços e 
benefícios;
XI – afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia 
de direitos como funções da política de assistência 
social.
Para aprofundar o conhecimento sobre a Vigilância 
Socioassistencial leia a Cartilha “Orientações Técnicas da 
Vigilância Socioassistencial” publicada pelo Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, disponível em https://
www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/
Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf.
Aliado a estes objetivos, durante o período de implantação do SUAS (2005 a 2015) 
significativos avanços foram alcançados, no âmbito da concretização dos direitos 
socioassistenciais, a partir do Plano Brasil Sem Miséria e do Programa Bolsa Família, 
que retiraram 22 milhões de pessoas da situação de extrema pobreza, no período 
de 2011 a 20141.
Além disso, como resultado da primeira década do SUAS inúmeros foram os marcos 
normativos que trouxeram evolução paraa política da Assistência Social, entre ele:
1_ II Plano Decenal da Assistência Social.
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Orientacoes_Vigilancia.pdf
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9
Marcos Normativos para Política da Assistência Social
 
Importante registrar que o Plano Plurianual da Política Nacional 
de Assistência Social de 2016 a 2019 foi elaborado e executado 
com base em três eixos de atuação:
Infográfico – Plano Plurianual da Política Nacional de Assistência Social 2016 a 2019
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Infográfico – PPA 2020 – 2023
Ancorado no processo conferencial democrático e participativo, 
de 2015, e, portanto, nas deliberações da X Conferência 
Nacional de Assistência Social, o Plano Decenal da Assistência 
Social (2016-2026) traz como objetivo para o próximo período 
o aprimoramento do SUAS, na perspectiva de universalização 
do SUAS, respeitada a diversidade da realidade brasileira, com 
garantia de unidade em seu processo de gestão, para consolidar 
a proteção socioassistencial na Seguridade Social no Brasil.
Conheças as Diretrizes e os Objetivos estratégicos para o avanço 
do SUAS na próxima década com a leitura do II Plano Decenal 
da Assistência Social, instituído pela Resolução CNAS nº 7/2016, 
acessando o link: www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2016.
http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2016
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11
1.3 Beneficiários
São beneficiários do Sistema Único da Assistência Social indivíduos e famílias que se 
encontram em situação de vulnerabilidade e risco, tais como:
• Famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, 
pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida;
• Identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; 
desvantagem pessoal resultante de deficiências;
• Exclusão pela pobreza e/ou, no acesso às demais políticas públicas; uso 
de substâncias psicoativas;
• Diferentes formas de violência advindas do núcleo familiar, grupos e 
indivíduos;
• Inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e 
informal;
• Estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem 
representar risco pessoal e social.
• Considerando as situações aventadas, podem ser considerados usuários 
do SUAS, entre outros:
Mulheres;
Pessoas com deficiência;
População LGBT;
Comunidades tradicionais (ciganos, indígenas, quilombolas, 
comunidades de matriz africana e de terreiros, ribeirinhos, 
pescadores e marisqueiros);
Comunidades rurais;
Imigrantes refugiados;
Pessoas idosas;
População em situação de rua;
Filhos recém-nascidos de mulheres encarceradas, adolescentes e 
jovens em conflito com a lei;
Jovens egressos de serviços de acolhimento;
Crianças em trabalho infantil;
Idosos com vivência de isolamento social ou de abandono;
Catadores de materiais recicláveis, reutilizáveis e resíduos 
sólidos; e
Pequenos agricultores familiares.
A Diretriz 1 do Plano Decenal da Assistência Social (2016-2026) estabelece a plena 
universalização do SUAS a todos que dele necessitarem, tornando-o completamente 
acessível, com respeito à diversidade e à heterogeneidade dos indivíduos, famílias e 
territórios, de modo a contribuir para:
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• O reconhecimento das diversidades territoriais, regionais, estaduais e 
municipais;
• O reconhecimento da diversidade e da presença de vulnerabilidades de 
condições de vida das famílias, marcada pela vivência de diversidades 
culturais, étnicas, raciais, socioeconômicas, políticas e territoriais;
• O enfrentamento de desigualdades e a promoção da equidade, 
considerando, sobretudo, grupos mais vulneráveis como jovens, 
mulheres e negros;
• O respeito às diversidades de arranjos familiares e a garantia de não 
discriminação no atendimento, em razão de questões relacionadas a 
raça, cor, origem, religião, cultura e orientação sexual, dentre outros;
• A garantia da proteção social às famílias e pessoas em situação de 
desproteção social, que demandem atenções no campo da Assistência 
Social;
• O trato digno da mulher, da criança, do adolescente, do jovem, do idoso, 
da pessoa com deficiência.
A Resolução CNAS nº 20/2020 regulamentou o acesso de famílias 
pertencentes a povos indígenas aos benefícios e serviços 
ofertados no âmbito da rede socioassistencial. Para saber mais, 
leia a normativa indicada no material de apoio.
Para conhecer o público-alvo de cada serviço da Assistência Social, leia a Tipificação 
Nacional de Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009, 
indicada no material complementar.
Para conhecer os 10 direitos socioassistenciais dos usuários do 
SUAS veja o vídeo a seguir.
www.youtube.com/watch?v=WtxrxLHWsyg 
1.4 Diretrizes do SUAS
O art. 5º da NOB/SUAS descreve as seguintes diretrizes estruturantes para o SUAS:
• Primazia da responsabilidade do Estado na condução da política de assistência 
social;
• Descentralização político-administrativa e comando único das ações em cada 
esfera de governo;
http://www.youtube.com/watch?v=WtxrxLHWsyg
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13
• Financiamento partilhado entre a União, os Estados, o DF e os Municípios;
• Matricialidade sociofamiliar;
• Territorialização;
• Fortalecimento da relação democrática entre Estado e sociedade civil;
• Controle social e participação popular.
A gestão do SUAS, nos Estados, DF e Municípios, é da competência do Órgão gestor 
da Política da Assistência Social, responsável, também, pela administração de 
todos os recursos financeiros destinados para esta área. À União, em linhas gerais, 
compete a formulação, a regulamentação, o apoio técnico, o cofinanciamento e o 
monitoramento da política de Assistência Social.
Os serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais devem ser ofertados 
nas unidades de serviços socioassistenciais (CRAS, CREAS, Centro POP, entre outros) 
ou por meio das organizações da sociedade civil parceiras, vinculadas aos SUAS, de 
forma territorializada, nos locais de maior concentração de famílias em situação de 
vulnerabilidade social.
O controle social no SUAS se efetiva por meio da atuação dos Conselhos e da 
realização das Conferências de Assistência Social, não obstante a instituição dos 
canais de denúncia e das ouvidorias por cada Ente da Federação.
A diretriz da matricialidade sociofamiliar significa que:
a família é o núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, 
sustentabilidade e protagonismo social;
a defesa do direito à convivência familiar, na proteção de 
Assistência Social, supera o conceito de família como unidade 
econômica, mera referência de cálculo de rendimento per 
capita e a entende como núcleo afetivo, vinculado por laços 
consanguíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem 
obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de 
relações de geração e de gênero;
a família deve ser apoiada e ter acesso a condições para responder 
ao seu papel no sustento, na guarda e na educação de suas 
crianças e adolescentes, bem como na proteção de seus idosos e 
portadores de deficiência;
o fortalecimento de possibilidades de convívio, educação e proteção 
social, na própria família, não restringe as responsabilidades 
públicas de proteção social para com os indivíduos e a sociedade.
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
1.5 Princípios do SUAS
Os princípios do SUAS norteiam a gestão dos serviços, programas e benefícios, 
mas, também, orientam a atuação dos conselhos da Assistência Social, pois 
definem os parâmetros para a prestação dos serviços e a efetivação dos direitos 
socioassistenciais.
O SUAS rege-se pelos seguintes princípios democráticos:
I–Universalidade: todos têm direito à proteção socioassistencial, 
prestada a quem dela necessitar, com respeito à dignidade e à 
autonomia do cidadão, sem discriminação de qualquer espécie ou 
comprovação vexatória da sua condição;
II – Gratuidade: a assistência social deve ser prestada sem exigência 
de contribuição ou contrapartida, observado o que dispõe o art. 35, 
da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 – Estatuto do Idoso;
III – Integralidade da proteção social: oferta das provisões em sua 
completude, por meio de conjunto articulado de serviços, programas, 
projetos e benefícios socioassistenciais;
IV – Intersetorialidade: integração e articulação da rede socioassistencial 
com as demais políticas e órgãos setoriais;
V – Equidade: respeito às diversidades regionais, culturais, 
socioeconômicas, políticas e territoriais, priorizando aqueles que 
estiverem em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social.
Aliados aos princípios, encontramos as seguranças que o SUAS busca afiançar para 
os seus usuários:
I – Acolhida: provida por meio da oferta pública de espaços e serviços 
para a realização da proteção social básica e especial, devendo as 
instalações físicas e a ação profissional conter:
a) condições de recepção;
b) escuta profissional qualificada;
c) informação;
d) referência;
e) concessão de benefícios;
f) aquisições materiais e sociais;
g) abordagem em territórios de incidência de situações de risco;
h) oferta de uma rede de serviços e de locais de permanência de 
indivíduos e famílias sob curta, média e longa permanência.
II – Renda: operada por meio da concessão de auxílios financeiros 
e da concessão de benefícios continuados, nos termos da lei, para 
cidadãos não incluídos no sistema contributivo de proteção social, 
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15
que apresentem vulnerabilidades decorrentes do ciclo de vida e/ou 
incapacidade para a vida independente e para o trabalho;
III – Convívio ou vivência familiar, comunitária e social: exige a oferta 
pública de rede continuada de serviços que garantam oportunidades 
e ação profissional para:
a) a construção, restauração e o fortalecimento de laços de 
pertencimento, de natureza geracional, intergeracional, familiar, 
de vizinhança e interesses comuns e societários;
b) o exercício capacitador e qualificador de vínculos sociais e de 
projetos pessoais e sociais de vida em sociedade.
IV – Desenvolvimento de autonomia: exige ações profissionais e 
sociais para:
a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades para o exercício 
do protagonismo, da cidadania;
b) a conquista de melhores graus de liberdade, respeito à 
dignidade humana, protagonismo e certeza de proteção social 
para o cidadão e a cidadã, a família e a sociedade;
c) conquista de maior grau de independência pessoal e qualidade, 
nos laços sociais, para os cidadãos e as cidadãs sob contingências 
e vicissitudes.
V – Apoio e auxílio: quando sob riscos circunstanciais, exige a oferta 
de auxílios em bens materiais e em pecúnia, em caráter transitório, 
denominados benefícios eventuais para as famílias, seus membros e 
indivíduos.
1.6 Cadastro Único
Infográfico – Cadastro único – linha do tempo
16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
A renda familiar mensal constitui a soma dos rendimentos brutos 
auferidos por todos os membros da família, não sendo incluídos 
no cálculo aqueles percebidos do Programa Bolsa Família, demais 
programas de transferência condicionada de renda implementados 
por Estados, DF ou Municípios, e dos Auxílios Emergenciais destinados 
à população atingida por desastres, residente em Municípios em 
estado de calamidade pública ou situação de emergência.
Para o cadastro são analisados os conceitos de:
• Família;
• Família de baixa renda;
• Domicílio;
• Renda familiar mensal;
• Renda familiar per capita.
Para conhecer esses conceitos leia o Decreto Federal nº 6.135/2007,
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/
d6135.htm.
Os principais programas federais que utilizam o Cadastro Único como ferramenta 
eletrônica de seleção dos beneficiários são:
• Programa Bolsa Família;
• Programa Tarifa Social de Energia Elétrica;
• Isenção de Taxas em Concursos Públicos Federais;
• ID Jovem;
• Carteira do Idoso;
• Programa Casa Verde e Amarela;
• Programa Bolsa Verde.
A inscrição no Cadastro Único é realizada pelos Municípios, nos setores do Cadastro 
Único, ou nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS.
Os dados de identificação dos indivíduos e famílias registrados no CADÚnico são 
sigilosos e somente poderão ser utilizados para as seguintes finalidades:
• Formulação e gestão de políticas públicas;
• Realização de estudos e pesquisas.
• São dados de identificação dos indivíduos e das famílias:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17
• Nome;
• Documentos pessoais;
• Endereço;
• Número de Identificação Social (NIS);
• Código da família;
• Número de telefone fixo e móvel.
Para saber mais sobre os critérios e procedimentos para a 
disponibilização e utilização de dados constantes do Cadastro 
Único, leia a Portaria nº 10/2012,
https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_
informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf.
https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf
18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 33, de 12 
de dezembro de 2012. Aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Único de 
Assistência Social (NOB/SUAS. Disponível em https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-
f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_e95125afdb384145a3906f9334544706.pdf. 
Acesso em: 12 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da 
Assistência Social e dá outras providências. Disponível em www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em 12 out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 109, de 11 de 
novembro de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. 
Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/
ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 7, de 18 
de maio de 2016. Aprova o II Plano Decenal da Assistência Social (2016/2026). 
Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/
ugd/7f9ee6_1bcea535491a40f99c51e9dd124b64d8.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 269, 
de 13 de dezembro de 2006. Aprova a Norma Operacional Básica de 
Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB-RH/SUAS. 
Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/
ugd/7f9ee6_32553ec0d9b74b8fab89e923a38cd618.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 20, de 20 de 
novembro de 2020. Dispõe sobre acesso de famílias pertencentes a Povos Indígenas 
aos benefícios e serviços ofertados no âmbito da Rede Socioassistencial. Disponível 
em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_
bfc5685c447247ee9fe10f789b5aedcf.pdf. Acesso em: 12 out. 2021.
BRASIL. Decreto nº 6135, de 26 de junho de 2007. Dispõe sobre o Cadastro Único 
para Programas Sociais do Governo Federal e dá outras providências. Disponível 
em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm. Acesso 
em: 12 out. 2021.
BRASIL. Portaria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome nº 10, de 30 de janeiro de 2012. Disciplina critérios e procedimentos para 
a disponibilização e a utilização de informações contidasno Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico, instituído pelo Decreto n° 6.135, 
de 26 de junho de 2007. Disponível em: https://www.mds.gov.br/webarquivos/
legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf. Acesso em: 12 
out. 2021.
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_e95125afdb384145a3906f9334544706.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_e95125afdb384145a3906f9334544706.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_1bcea535491a40f99c51e9dd124b64d8.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_1bcea535491a40f99c51e9dd124b64d8.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_32553ec0d9b74b8fab89e923a38cd618.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_32553ec0d9b74b8fab89e923a38cd618.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_bfc5685c447247ee9fe10f789b5aedcf.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_bfc5685c447247ee9fe10f789b5aedcf.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6135.htm
https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/legislacao/acesso_informacao/portaria/portaria10_30012012.pdf
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19
 Módulo
Níveis de Proteção 
Social do SUAS2
Para cumprir os seus objetivos sociais, o SUAS organiza os serviços, programas, 
projetos e benefícios de acordo com as funções que desempenham, o universo 
de pessoas que deles necessitam e sua complexidade, estabelecendo os níveis de 
Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, sendo esta dividida em Proteção 
Social de Média Complexidade e Proteção Social de Alta Complexidade.
Unidade 1. Proteção Social Básica
Ao fim desta unidade, você será capaz de reconhecer no que 
consiste a Proteção Social Básica do SUAS e identificar os serviços 
e os programas que a compõem.
1.1 Definição
A Proteção Social Básica tem por objetivo contribuir para a prevenção de situações 
de risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições dos 
seus usuários e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Destina-se à população que se encontra em situação de vulnerabilidade pessoal 
ou social em decorrência da pobreza, privação (ausência de renda e precário 
ou nulo acesso aos serviços públicos) e da fragilidade dos vínculos afetivos e de 
pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência, 
entre outras).
A Proteção Social Básica prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos 
de acolhimento, convivência e socialização das famílias e dos indivíduos. Os 
benefícios, tanto de prestação continuada, como os eventuais, integram a proteção 
social básica e devem ser concedidos de forma articulada com os demais serviços 
pelos Municípios e pelo DF.
Os serviços e benefícios de proteção social básica são ofertados nos Centros de 
Referência da Assistência Social – CRAS, que são unidades públicas de referência 
para os usuários do SUAS porque constituem a porta de entrada do sistema, e 
devem estar localizados de forma territorializada, no local de maior concentração 
de famílias em situação de vulnerabilidade social.
20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O CRAS como referência dos serviços da Assistência Social para as famílias do seu 
território e como unidade coordenadora dos serviços da proteção social básica, 
além de desenvolver o Serviço de Atenção Integral à Família (PAIF), garantir a 
informação e a orientação às famílias sobre a rede de serviços socioassistenciais 
existentes em sua área de abrangência, também, constitui importante local de 
produção, sistematização e divulgação de indicadores sociais e urbanos do seu 
território.
Além disso, o CRAS articula os serviços da Proteção Social Básica com as demais 
políticas públicas locais, buscando o atendimento integral necessário para a 
superação das situações de vulnerabilidade nos indivíduos e famílias referenciadas.
Para conhecer mais sobre o CRAS leia a Cartilha CRAS, um lugar 
de (re)fazer histórias, publicada, em 2007, pelo Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, disponível em https://
www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/
Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf.
1.2 Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF)
O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) constitui 
importante serviço de proteção social básica ofertado pelo CRAS e oficializado como 
ação de prestação continuada, através da Lei nº 12.435/2011, que alterou a Lei nº 
8.742/1993, e inclui o art. 24-A para instituir o PAIF como serviço.
No podcast a seguir, apresentamos o PAIF, descrito na Tipificação Nacional de 
Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009.
1.3 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV)
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) constitui serviço de 
proteção social básica que é ofertado de forma complementar ao trabalho social 
com as famílias realizado pelo PAIF.
Em linhas gerais, o serviço constitui forma de intervenção social planejada que cria 
situações desafiadoras, estimula e orienta os usuários na construção e reconstrução 
de suas histórias e vivências individuais, coletivas e familiares.
O Serviço se desenvolve através de atendimentos em grupos, de acordo com a faixa 
etária dos usuários.
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_
podcast01.mp3
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Revista/Cras_Umlugar_fazer_historias.pdf
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast01.mp3
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast01.mp3
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21
A Resolução CNAS nº 13/2014 incluiu no Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos, previsto na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, os serviços 
específicos para jovens de 18 a 19 anos e o serviço para adultos de 30 a 59 anos.
No podcast a seguir, conheça mais sobre o SCFV, descrito na Tipificação Nacional de 
Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009.
1.4 Serviço no Domicílio para Pessoa com Deficiência e Idosos
O serviço se destina às pessoas com deficiência e às pessoas idosas que vivenciam 
situações de vulnerabilidades social pela fragilização de vínculos familiares e sociais 
e/ou pela ausência de acesso a possibilidades de inserção, habilitação social e 
comunitária, e tem por finalidade a prevenção de agravos que possam provocar o 
rompimento de vínculos familiares e sociais dos usuários.
A oferta se destina prioritariamente para os beneficiários do Benefício de Prestação 
Continuada (BPC), e para os membros das famílias beneficiárias de programas de 
transferência de renda, por exemplo, o Programa Bolsa Família.
O serviço visa a garantia de direitos, o desenvolvimento de mecanismos para a 
inclusão social, a equiparação de oportunidades e a participação e o desenvolvimento 
da autonomia das pessoas com deficiência e pessoas idosas, a partir de suas 
necessidades e potencialidades individuais e sociais, prevenindo situações de risco, 
a exclusão e o isolamento.
Ele deve contribuir com a promoção do acesso de pessoascom deficiência e 
pessoas idosas aos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos e a toda 
a rede socioassistencial, aos serviços de outras políticas públicas, entre elas: 
educação, trabalho, saúde, transporte especial e programas de desenvolvimento de 
acessibilidade, serviços setoriais e de defesa de direitos e programas especializados 
de habilitação e reabilitação.
Desenvolve ações extensivas aos familiares, de apoio, informação, orientação e 
encaminhamento, com foco na qualidade de vida, no exercício da cidadania e na 
inclusão na vida social, sempre ressaltando o caráter preventivo do serviço.
O trabalho social realizado no serviço é sistematizado e planejado por meio da 
elaboração de um Plano de Desenvolvimento do Usuário (PDU), contendo os 
objetivos a serem alcançados, as vulnerabilidades e as potencialidades dos usuários.
O serviço é ofertado no domicílio do usuário especialmente por meio da acolhida, 
visita e escuta pela equipe multiprofissional do CRAS, e a ele deve ser referenciado.
O trabalho social essencial ao serviço visa as seguintes aquisições aos seus usuários:
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_
podcast02.mp3
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast02.mp3
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast02.mp3
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Segurança de Acolhida
• Ter sua identidade, integridade e história preservadas;
• Ter acolhidas suas demandas, interesses, necessidades e 
possibilidades;
• Receber orientações e encaminhamentos, com o objetivo de 
aumentar o acesso a benefícios socioassistenciais e programas 
de transferência de renda;
• Garantir formas de acesso aos direitos sociais.
 Segurança de Convívio Familiar e Comunitário
• Vivenciar experiências que contribuam para o fortalecimento de 
vínculos familiares e comunitários;
• Vivenciar experiências de ampliação da capacidade protetiva e 
de superação de fragilidades familiares e sociais;
• Ter acesso a serviços, conforme necessidades e as experiências 
e ações de fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Segurança de Desenvolvimento de Autonomia Individual, 
Familiar e Social
• Vivenciar experiências que utilizem os recursos disponíveis 
pela comunidade, pela família e pelos demais serviços para 
potencializar a autonomia e possibilitar o desenvolvimento 
de estratégias que diminuam a dependência e promovam a 
inserção familiar e social;
• Ter vivências de ações pautadas pelo respeito a si próprio e 
aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e 
cidadania;
• Dispor de atendimento interprofissional para:
• Ser ouvido para expressar necessidades, interesses e 
possibilidades;
• Poder avaliar as atenções recebidas, expressar opiniões, 
reivindicações e fazer suas próprias escolhas;
• Apresentar níveis de satisfação com relação ao serviço;
• Construir projetos pessoais e desenvolver autoestima;
• Ter acesso a serviços e ter indicação de acesso a benefícios 
sociais e programas de transferência de renda;
• Acessar documentação civil;
• Alcançar autonomia, independência e condições de bem-estar;
• Ser informado sobre acessos e direitos;
• Ter oportunidades de participar de ações de defesa de direitos e 
da construção de políticas inclusivas.
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23
O Impacto Social esperado com o serviço é contribuir para:
• Prevenção da ocorrência de situações de risco social tais como 
o isolamento, situações de violência e violações de direitos, e 
demais riscos identificados pelo trabalho de caráter preventivo 
junto aos usuários;
• Redução e prevenção de situações de isolamento social e de 
abrigamento institucional;
• Redução da ocorrência de riscos sociais, seu agravamento ou 
reincidência;
• Famílias protegidas e orientadas;
• Pessoas com deficiência e pessoas idosas inseridas em serviços 
e oportunidades;
• Aumento de acessos a serviços socioassistenciais e setoriais;
• Ampliação do acesso aos direitos socioassistenciais.
1.5 Programa Criança Feliz
O Programa Criança Feliz, hoje regulamentado pelo Decreto Federal nº 9.579/2018, 
tem caráter intersetorial, com a finalidade de promover o desenvolvimento integral 
das crianças, na primeira infância (zero a seis anos completos), considerando sua 
família e seu contexto de vida.
O Programa integra a Política Nacional da Primeira Infância, prevista na Lei Federal 
nº 13.257/2016.
Eixos do Programa Criança Feliz
Infográfico – Eixos do Programa Criança Feliz
24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O Programa atende gestantes, crianças de até seis anos e suas famílias, e prioriza:
• Gestantes, crianças de até três anos e suas famílias beneficiárias do 
Programa Bolsa Família;
• Crianças de até seis anos e suas famílias beneficiárias do Benefício de 
Prestação Continuada; e
• Crianças de até seis anos afastadas do convívio familiar em razão da 
aplicação de medida de proteção prevista no ECA.
O Programa Criança Feliz tem como objetivos:
• Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do acompanhamento 
do desenvolvimento infantil integral na primeira infância;
• Apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos 
cuidados perinatais;
• Colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos e o papel 
das famílias para o desempenho da função de cuidado, proteção e educação 
de crianças na faixa etária de até seis anos de idade;
• Mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e das suas 
famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem; e
• Integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas para as 
gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
Os Municípios que aderem ao Programa recebem recursos financeiros, fundo a 
fundo, para a realização das seguintes atividades:
• Realização de visitas domiciliares periódicas, por profissional capacitado, e 
de ações complementares que apoiem gestantes e famílias e favoreçam o 
desenvolvimento da criança na primeira infância;
• Capacitação e formação continuada de profissionais que atuam junto às 
gestantes e às crianças na primeira infância, com vistas à qualificação do 
atendimento e ao fortalecimento da intersetorialidade;
• Desenvolvimento de conteúdo e material de apoio para o atendimento 
intersetorial às gestantes, às crianças na primeira infância e às suas famílias;
• Promoção de estudos e pesquisas acerca do desenvolvimento infantil 
integral.
Conheça no vídeo https://youtu.be/fM4BayUByNk a importância 
das visitas domiciliares qualificadas e das brincadeiras para o 
desenvolvimento das crianças na primeira infância.
https://youtu.be/fM4BayUByNk
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25
1.6 Programa Bolsa Família
O Programa Bolsa Família (PBF), instituído pela Lei Federal nº 10.836/2004 e 
regulamentado pelo Decreto Federal nº 5.209/2004, é um programa de transferência 
direta de renda, com condicionalidades, direcionado às famílias em situação de 
pobreza e de extrema pobreza, com vistas à superação da situação de vulnerabilidade.
Eixos do Programa Bolsa Família
Infográfico – Eixos do Programa Bolsa Família
O Eixo do Complemento da Renda, garante mensalmente o 
recebimento de um benefício pago em pecúnia diretamente pelo 
Governo Federal para as famílias beneficiárias, com vistas ao alívio 
imediato da pobreza e extrema pobreza.
O Eixo Acesso aos Direitos Sociais determina que as famílias 
beneficiárias cumpram alguns compromissos (condicionalidades) 
e têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à saúde e à 
assistência social. Esse eixo tem o objetivo de oferecer as condições 
necessárias para as futuras gerações quebrarem o ciclo da pobreza, a 
partir da inclusão social.
O Eixo Desenvolvimento Familiar e Articulação Intersetorial 
visa à articulação do Programa Bolsa Família com outras Políticas 
Públicas com vistas ao desenvolvimento das famílias beneficiárias e 
da superaçãoda situação de vulnerabilidade e pobreza.
26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
O Bolsa Família é dinâmico, isto é, todos os meses, há famílias 
que entram, e outras que saem do programa, seja por 
descumprimento das condicionalidades, seja por auditorias 
ou por desligamento voluntário.
A pobreza é um fenômeno multidimensional que se expressa para 
além da falta de renda, já que ela também se reflete na dificuldade 
ou inexistência de acesso aos direitos sociais básicos garantidos 
constitucionalmente. Por isso, seu enfrentamento deve se dar 
a partir da articulação intersetorial. O acompanhamento das 
condicionalidades permite ao Poder Público mapear as principais 
situações de vulnerabilidade e risco social vivenciadas pelas 
famílias mais pobres. Esses processos incluem cruzamentos 
periódicos de bases de dados sobre o monitoramento realizado 
pela saúde e pela educação, além de indicadores que mostram em 
que medida as famílias beneficiárias do PBF estão conseguindo 
acessar os serviços dessas políticas.
Os casos de descumprimento das condicionalidades podem 
sinalizar situações que requeiram a atuação da Assistência 
Social, mas, também, contribuem para que o Poder Público, 
principalmente, no âmbito municipal, acompanhe a trajetória 
de desenvolvimento das famílias em situação de pobreza, 
possibilitando, inclusive, o planejamento de ações e de 
intervenções para a superação das dificuldades identificadas.
Mais informações sobre o Bolsa Família no seu Estado ou 
Município podem ser obtidas no Relatório de Informações Sociais 
do Ministério da Cidadania acessível através do link https://
aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/.
Famílias Beneficiárias
09/2021
14.655.264
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/
https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/ri/relatorios/cidadania/
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27
Beneficiários
Infográfico – Beneficiários
 O valor que cada família recebe no Programa Bolsa Família depende de vários 
fatores, como:
1) O número de pessoas da família;
2) A idade de cada membro e condições, por exemplo, a gravidez;
3) Depende, também, da renda, por pessoa, que é a soma da renda de 
todas as pessoas da família que têm algum tipo de ganho, dividida pelo número 
de pessoas da família.
Para se candidatar ao programa, é necessário que a família 
esteja inscrita no CadÚnico, com seus dados atualizados há 
menos de 2 anos.
O cadastramento é um pré-requisito para ingresso no PBF, 
mas não implica na imediata entrada das famílias no Programa 
nem no recebimento do benefício. Mensalmente, o Ministério 
da Cidadania (MC) seleciona de forma automatizada as 
famílias que serão incluídas no programa.
28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Esse cálculo é feito pelo próprio sistema, com base nas informações prestadas 
pelas famílias no Cadastro Único. Dessa forma, famílias que têm o mesmo número 
de pessoas, com idades muito próximas, e que moram na mesma localidade, por 
exemplo, podem ter benefícios diferentes por causa da diferença de renda.
Objetivos do Programa Bolsa Família
Infográfico – objetivos do Programa Bolsa Família
Tipo Valor Características da Família
Benefício Básico R$ 89,00 Famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 89,00.
Benefício Variável criança ou 
adolescente de 0 a 15 anos R$ 41,00 (até 5 por família)
Famílias com renda mensal de até R$ 
178,00 por pessoa e que tenham 
crianças ou adolescentes de 0 a 15 
anos de idade em sua composição.
Benefício Variável Gestante R$ 41,00 (9 parcelas)
Famílias com renda mensal de até 
R$ 178,00 por pessoa e que 
tenham grávidas em sua 
composição.
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29
O saque do Benefício financeiro é realizado por meio do Cartão Bolsa Família e as 
famílias podem sacar nos seguintes locais:
• Agências da Caixa;
• Caixas eletrônicos da Caixa;
• Casas Lotéricas;
• Comércios credenciados pela Caixa, como padarias, mercados e outros, 
identificados com a marca “Caixa Aqui”.
As famílias podem abrir conta-corrente simplificada na Caixa para o recebimento 
dos benefícios. Neste caso, o saque é realizado com o cartão Conta Caixa Fácil, nos 
mesmos locais em que é realizado o saque com o Cartão Bolsa Família.
Se o beneficiário estiver sem o cartão, o saque pode ser feito com a guia avulsa de 
pagamento, mas somente nas Agências da Caixa.
Benefício Variável Nutriz R$ 41,00 (6 parcelas)
Famílias com renda mensal de até 
R$ 178,00 por pessoa e que tenham 
crianças com idade entre 0 e 6 
meses em sua composição, para 
reforçar a alimentação do bebê, 
mesmo nos casos em que o bebê 
não more com a mãe.
Benefício Variável 
Adolescente R$ 48,00 (até 2 por família)
Famílias com renda mensal de até 
R$ 178,00 por pessoa e que tenham 
adolescentes entre 16 e 17 anos em 
sua composição.
Benefício Superação 
Extrema Pobreza
Calculado individualmente 
para cada família
Famílias que continuem com renda 
mensal por pessoa inferior a R$ 
89,00, mesmo após receberem os 
outros tipos de benefícios do 
Programa.
Em qualquer situação, para sacar o benefício é necessário 
levar, além do cartão Bolsa Família, um documento de 
identificação, que pode ser o RG, o CPF, a CNH ou a Carteira 
de Trabalho.
30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Condicionalidades do Programa Bolsa Família
Infográfico – Condicionalidades do Programa Bolsa Família
O monitoramento das condicionalidades é realizado pelos três níveis de governo 
(federal, estadual e municipal), que trabalham em conjunto para acompanhar os 
compromissos do Bolsa Família.
Essa operação envolve o registro das informações sobre a frequência escolar, no 
Sistema Presença do Ministério da Educação, e sobre o acompanhamento na saúde, 
no Sistema Bolsa Família do Ministério da Saúde, com os seguintes objetivos:
Objetivos do Sistema Presença e acompanhamento na saúde do Ministério da Educação e Saúde
Para conhecer a lista de motivos de descumprimento das 
condicionalidades da Educação acesse o link: https://www.
mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_
refrequencia.pdf.
https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/bolsa_familia/Motivos_baixa_refrequencia.pdf
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31
Em decorrência do descumprimento das condicionalidades da saúde e/ou da 
educação, pelas famílias do Bolsa Família, os gestores devem aplicar os seguintes 
efeitos gradativos, com objetivo de que as famílias possam superar a vulnerabilidade 
que ensejou o descumprimento e voltar a cumprir os seus compromissos.
Efeitos gradativos
A gestão das condicionalidades do Programa Bolsa Família é um trabalho de parcerias 
entre os três níveis de governo (união, estados e municípios) e entre vários setores. 
O Sistema de Condicionalidades (Sicon) é a ferramenta desenvolvida para apoiar a 
gestão intersetorial do PBF.
Veja como funciona a gestão das condicionalidades do Bolsa Família, em cada etapa:
Identificação do público que será acompanhado
O Ministério da Cidadania gera uma base de dados com o público 
para acompanhamento das condicionalidades, ou seja, uma tabela 
com informações das crianças e dos adolescentes de 6 a 15 anos e 
dos adolescentes que deverão ter a frequência escolar verificada, 
informações das crianças menores de 7 anos que deverão ter o 
calendário vacinal, o peso e a altura acompanhados, além de dados 
das mulheres para identificação das gestantes e acompanhamento 
do pré-natal.
Envio do público para acompanhamento das áreas da educação e 
da saúde nos Municípios
A partir das informações das famílias que constam no Cadastro Único 
e na folha de pagamentos do PBF, o Ministério da Cidadania gera o 
público com perfil para acompanhamento das condicionalidades, 
32Enap Fundação Escola Nacionalde Administração Pública
envia, por meio de sistemas específicos, para o Ministério de Educação 
e para o Ministério da Saúde que disponibilizam as informações aos 
Municípios. Os municípios realizam o acompanhamento, coletam os 
resultados da frequência escolar e do atendimento em saúde e os 
registram nos respectivos sistemas da saúde e da educação.
Períodos de acompanhamento das condicionalidades e de 
registro das informações no sistema
Anualmente, o Ministério da Cidadania, o MEC e o MS definem um 
calendário operacional que apresenta os períodos de coleta e de 
registro das informações do acompanhamento das condicionalidades 
nos sistemas da saúde e da educação. O calendário anual com as 
principais atividades do acompanhamento de condicionalidades é 
publicado em Instrução Normativa.
Na área da educação, o acompanhamento da frequência escolar dos 
beneficiários de 6 a 15 anos e daqueles que recebem o benefício 
adolescente ocorre cinco vezes ao ano, bimestralmente, excluindo-se 
os meses de dezembro e janeiro, destinados às férias escolares.
Na área da saúde, há dois períodos de acompanhamento, um em 
cada semestre do ano.
Consolidação dos resultados do acompanhamento
O Ministério da Cidadania é responsável por sistematizar os 
resultados do acompanhamento das condicionalidades do Bolsa 
Família, por meio do Sicon, e por identificar as famílias em situação 
de descumprimento de condicionalidades, ou seja, aquelas que têm 
um ou mais integrantes que deixaram de cumprir os compromissos 
assumidos nas áreas de saúde ou de educação. A dificuldade de 
acesso pode ser um indício de que a família se encontra em situação 
de vulnerabilidade e risco social.
Aplicações dos efeitos por descumprimento das condicionalidades, 
aviso às famílias e registro e avaliação dos recursos
Após receber as informações de acompanhamento do Ministério 
da Educação e do Ministério da Saúde e identificar as famílias com 
descumprimento de condicionalidades, o Ministério da Cidadania 
aplica os efeitos por descumprimento (repercussão) e envia 
comunicação por meio de mensagem no extrato de pagamento sobre 
o efeito do descumprimento às famílias.
Esses efeitos são gradativos e variam conforme o histórico de 
descumprimento da família, registrado no Sicon. Lá, o gestor 
municipal tem acesso a todos os descumprimentos e repercussões 
de determinada família.
A família pode contestar algum efeito de descumprimento aplicado 
apresentando recurso junto à Gestão Municipal. A gestão municipal é 
responsável por registrar e avaliar o recurso no Sicon.
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33
Acompanhamento pela Assistência Social
A identificação das famílias que estão em descumprimento permite 
ao poder público mapear os principais problemas vivenciados por 
elas, relacionados à oferta dos serviços ou à dinâmica sociofamiliar, e 
torná-las foco de ações estatais.
As famílias beneficiárias do PBF em situação de descumprimento, em 
especial as que estão com o benefício suspenso, são um dos públicos 
prioritários para acompanhamento pela assistência social, conforme 
consta no Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e 
Transferência de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência 
Social.
O acompanhamento/atendimento familiar é realizado pela área 
de assistência social do município. As famílias devem ser incluídas 
nos serviços de proteção social básica ou especial conforme a 
vulnerabilidade identificada. O acompanhamento/atendimento deve 
ser registrado no Sicon.
Se os profissionais da assistência social responsáveis pelo atendimento/
acompanhamento da família avaliam que a continuidade da 
transferência de renda do PBF à família é necessária para superação 
de sua situação de vulnerabilidade, eles podem ativar no Sicon a 
Interrupção Temporária. A interrupção temporária, enquanto estiver 
vigente, protege a família da aplicação de futuros efeitos decorrentes 
do descumprimento de condicionalidades.
Atuação do Controle Social no Programa Bolsa Família
A atuação do controle social, no âmbito do Bolsa Família, é fundamental para atingir o 
principal objetivo de aliviar a pobreza e a extrema pobreza das famílias beneficiárias 
do programa, porque aos Conselhos Municipais de Assistência Social é imputada a 
função de fiscalização do programa, com as seguintes atribuições:
As condicionalidades não têm a lógica de punição; e, sim, de 
garantia para que os direitos sociais básicos sejam acessados 
pela população em situação de pobreza e extrema pobreza. 
Por isso, o Poder Público, em todos os níveis, também, tem o 
compromisso de assegurar a oferta integral dos serviços de 
educação, saúde e assistência social.
34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Atuação do Controle Social no Programa Bolsa Família
O Índice de Gestão Descentralizada (IGD) é um indicador utilizado pelo Ministério 
da Cidadania que mostra a qualidade da gestão local do Programa Bolsa Família 
(PBF) e do Cadastro Único, refletindo os compromissos assumidos por Estados 
(IGD-E), DF e municípios (IGD-M) ao aderirem ao programa.
Por meio do IGD, o Ministério incentiva o aprimoramento da qualidade da gestão 
local e contribui para que Estados e Municípios executem as ações que estão sob 
sua responsabilidade.
O índice varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o resultado da 
avaliação da gestão. Com base nesse indicador, o Ministério calcula o valor dos 
recursos financeiros que são mensalmente repassados aos Estados e Municípios 
para a gestão do programa.
Os recursos financeiros do IGD são transferidos fundo a fundo do FNAS para os 
FEAS e para os FMAS, e 3% destas receitas devem ser destinadas aos Conselhos de 
Assistência Social para as ações de controle social do Bolsa Família.
A Resolução CNAS nº 15/2014, acessível no link: www.blogcnas.
com/resolucoes-cnas-2014, orienta os Conselhos de Assistência 
Social quanto à sua organização e ao funcionamento na 
participação e no controle social do Programa Bolsa Família (PBF).
http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014
http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35
Referências
BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da 
Assistência Social e dá outras providências. Disponível em www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 16 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro 
de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social. Disponível em: www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1. Acesso em: 16 
out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 109, de 11 de 
novembro de 2009. Aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. 
Disponível em: https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/
ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf. Acesso em 12 out. 2021.
BRASIL. Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018. Consolida atos normativos 
editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do lactente, da 
criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos 
da Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e 
os programas federais da criança e do adolescente, e dá outras providências. 
Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.
htm#art126. Acesso em: 16 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas 
para a primeira infância e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código 
de Processo Penal), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 
2008, e a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012. Disponível em: www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm.Acesso em: 16 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Cria o Programa Bolsa Família e 
dá outras providências. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/lei/l10.836.htm. Acesso em: 16 out. 2021.
BRASIL. Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004. Regulamenta a Lei no 10.836, 
de 9 de janeiro de 2004, que cria o Programa Bolsa Família, e dá outras providências. 
Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5209.
htm. Acesso em: 16 out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 15, de 05 
de junho de 2014. Orienta os Conselhos de Assistência Social (CAS) quanto à sua 
organização e ao seu funcionamento como instância de participação e de controle 
social do Programa Bolsa Família (PBF). Disponível em: www.blogcnas.com/
resolucoes-cnas-2014. Acesso em: 16 out. 2021.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm#art1
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf
https://cbf8ff3e-418a-41f5-b3eb-f4b2f2f44394.filesusr.com/ugd/7f9ee6_c4da8cf43153417a9ec8c223aaf5fac9.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Decreto/D9579.htm#art126
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5209.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5209.htm
http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014
http://www.blogcnas.com/resolucoes-cnas-2014
36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
BRASIL. Resolução da Comissão Intergestores Tripartite nº 7, de 10 de setembro 
de 2009. Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de 
Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Disponível em: 
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=111982. Acesso em: 16 out. 2021.
BRASIL. Resolução do Conselho Nacional da Assistência Social nº 13, de 13 de 
maio de 2014. Inclui na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, aprovada 
por meio da Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, do Conselho Nacional 
de Assistência Social (CNAS), a faixa etária de 18 a 59 anos no Serviço de Convivência 
e Fortalecimento de Vínculos. Disponível em: http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/
regulacao/atos_normativos.php. Acesso em: 30 out. 2021.
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=111982
http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/regulacao/atos_normativos.php
http://aplicacoes.mds.gov.br/snas/regulacao/atos_normativos.php
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37
Unidade 2. Proteção Social de Média Complexidade
Ao fim desta unidade, , você será capaz de identificar os 
serviços e programas que integram a Proteção Social de Média 
complexidade do SUAS.
2.1 Definição
A Proteção Social Especial é subdividida na Proteção Social Especial de Média 
Complexidade e na Proteção Social de Alta Complexidade.
A Proteção Social Especial de Média Complexidade oferece atendimento 
socioassistencial às famílias e aos indivíduos que se encontram em situação de risco 
pessoal ou social por ameaça ou violação de direitos, cujos vínculos familiares e 
comunitários não foram rompidos e que demandam intervenções especializadas.
O acesso aos serviços de média complexidade pode se dar por:
• Identificação e encaminhamento dos serviços de proteção e vigilância social;
• Encaminhamento de outros serviços socioassistenciais, das demais políticas 
públicas setoriais, dos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e do 
Sistema de Segurança Pública;
• Demanda espontânea;
• Encaminhamento do CRAS;
• Busca ativa.
A seguir são discriminados os serviços que integram a Proteção Social de Média 
Complexidade.
2.2 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e 
Indivíduos (PAEFI)
O Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos 
(PAEFI) constitui importante serviço de proteção social especial ofertado pelo CREAS, 
e oficializado como ação e serviço socioassistencial de prestação continuada, po 
rmeio da Lei nº 12.435/2011, que alterou a Lei nº 8.742/1993, e inclui o art. 24-B para 
instituir o PAEFI como serviço.
No podcast a seguir apresentamos o PAEFI, descrito na Tipificação Nacional de 
Serviços Socioassistenciais, instituída pela Resolução CNAS nº 109/2009.
38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
2.3 Serviço Especializado em Abordagem Social
O Serviço de Abordagem Social deve ser ofertado de forma continuada e programada 
com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que 
identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de 
crianças e adolescentes, situação de rua, dentre outras.
O Serviço se destina a crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos(as) e famílias 
que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência.
São consideradas praças, entroncamento de estradas, fronteiras, espaços públicos 
onde se realizam atividades laborais, locais de intensa circulação de pessoas e 
existência de comércio, terminais de ônibus, trens, metrô e outros.
O Serviço deve buscar a resolução de necessidades imediatas e promover a inserção 
na rede de serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas na perspectiva 
da garantia dos direitos.
O serviço visa:
• Construir o processo de saída das ruas e possibilitar condições de acesso à 
rede de serviços e a benefícios assistenciais;
• Identificar famílias e indivíduos com direitos violados, a natureza das 
violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivência, 
procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas com as 
instituições;
• Promover ações de sensibilização para divulgação do trabalho realizado, 
direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias;
• Promover ações para a reinserção familiar e comunitária.
Ele é realizado pela Equipe de Abordagem Social Multiprofissional referenciada 
ao CREAS, ou ao Centro POP, que desenvolve ações planejadas de aproximação, 
escuta qualificada e construção de vínculo de confiança com pessoas e famílias em 
situação de risco pessoal e social nos espaços públicos para atender, acompanhar e 
mediar acesso à rede de proteção social.
A equipe do SUAS poderá realizar as abordagens em parceria com a equipe do 
Consultório na Rua, estratégia instituída pela Política Nacional de Atenção Básica 
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_
podcast03.mp3
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast03.mp3
https://cdn.evg.gov.br/cursos/690_EVG/podcasts/modulo02_podcast03.mp3
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39
da Saúde, prevista na Portaria do Ministério da Saúde nº 2.436/2017.
Com a oferta dos serviços espera-se as seguintes aquisições pelos usuários:
Segurança de Acolhida:
• Ser acolhido nos serviços em condições de dignidade;
• Ter reparados ou minimizados os danos por vivências de violência e abusos;
• Ter sua identidade, integridade e história de vida preservadas.
Segurança de convívio ou vivência familiar, comunitária e social:
• Ter assegurado o convívio familiar, comunitário e/ou social;
• Ter acesso a serviços socioassistenciais e das demais políticas públicas 
setoriais, conforme necessidades.
2.4 Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de 
Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação 
de Serviços à Comunidade (PSC)
Os adolescentes oujovens de até 18 anos, por serem penalmente inimputáveis, 
quando praticam atos típicos descritos como crimes ou contravenções penais, 
podem ser acusados da prática de ato infracional, e estarão sujeitos às medidas 
socioeducativas previstas no ECA.
Assim, os adolescentes ou jovens de até 18 anos que praticarem atos infracionais 
estarão sujeitos às seguintes medidas socioeducativas, aplicadas pela Vara da 
Infância e Juventude, ou pela Vara Cível correspondente, na ausência daquela:
• Advertência;
• Obrigação de reparar o dano;
• Prestação de serviços à comunidade;
• Liberdade assistida;
• Inserção em regime de semiliberdade;
• Internação em estabelecimento educacional;
• Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de 
responsabilidade;
• Orientação, apoio e acompanhamento temporários;
O serviço deve ser ofertado de forma ininterrupta e com 
disponibilidade de plantão pela Equipe de Abordagem 
Social.
40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
• Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, 
apoio e promoção da família, da criança e do adolescente;
• Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime 
hospitalar ou ambulatorial;
• Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e 
tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
Para a execução das medidas socioeducativas de liberdade assistida e de prestação 
de serviços à comunidade, o SUAS oferta o Serviço de Proteção Social a Adolescentes 
em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de 
Prestação de Serviços à Comunidade (PSC), previsto na Tipificação Nacional de 
Serviços Socioassistenciais do SUAS.
O serviço desenvolvido no CREAS tem por finalidade prover atenção socioassistencial 
e acompanhamento aos adolescentes e jovens em cumprimento das medidas 
socioeducativas em meio aberto. Deve contribuir para o acesso aos direitos sociais e 
para a ressignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes e jovens.
Este serviço possui interface com o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo 
(Sinase), instituído pela Lei nº 12.594/2012, e, por isso, deve compor o Plano Municipal 
de Atendimento Socioeducativo. O Plano tem como objetivo organizar a rede de 
atendimento socioeducativo e aprimorar e monitorar a atuação dos responsáveis 
pelo atendimento a adolescentes em conflito com a lei.
Para conhecer mais sobre o Sinase acesse o site do Governo 
Federal por meio do link: www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-
temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-
socioeducativo.
Para a oferta do serviço é necessária a elaboração do Plano Individual de Atendimento 
(PIA) com a participação do adolescente e da família, devendo conter:
• Observância da responsabilização face ao ato infracional praticado;
• Objetivos e metas a serem alcançados durante o cumprimento da medida;
• Perspectiva de vida futura;
• Outros encaminhamentos de acordo com as necessidades e os interesses do 
adolescente ou jovem.
O acompanhamento social, pela equipe do CREAS, deve ser realizado de forma 
sistemática, com frequência mínima semanal, e que possibilite o desenvolvimento 
do PIA.
http://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-socioeducativo
http://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-socioeducativo
http://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-e-adolescente/acoes-e-programas/atendimento-socioeducativo
Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41
A medida socioeducativa de Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) é determinada 
pelo Poder Judiciário para ser desenvolvida, pelo adolescente, pelo prazo de seis 
meses, mediante encaminhamento para órgãos públicos, empresas ou organizações 
da sociedade civil conveniadas, onde é executada a medida. A execução da 
prestação de serviço deve ser acompanhada pela equipe do CREAS juntamente com 
o orientador designado pela unidade de execução.
A jornada máxima da prestação de serviços é de 8 (oito) horas semanais, sem 
prejuízo da escola e do trabalho, no caso de adolescentes maiores de 16 anos, ou 
na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
A prestação de serviço deve ser compatível com as aptidões do adolescente ou 
jovem e favorecer o seu desenvolvimento pessoal e social.
A Liberdade Assistida (LA) também é determinada pelo Poder Judiciário, pelo tempo 
mínimo de 6 (seis) meses, mediante condições que devem ser cumpridas pelo 
adolescente, por exemplo, permanência na escola, acompanhamento na saúde e 
realização de curso profissionalizante, entre outras.
Tanto a LA quanto a PSC podem ser renovadas, reduzidas ou substituídas por outra 
medida, a qualquer momento pelo Juiz.
O Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida 
Socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade 
previstoa no SUAS têm os seguintes objetivos:
• Realizar acompanhamento social a adolescentes durante o cumprimento 
de medida socioeducativa de Liberdade Assistida e de Prestação de 
Serviços à Comunidade e sua inserção em outros serviços e programas 
socioassistenciais e de políticas públicas setoriais;
• Criar condições para a construção/reconstrução de projetos de vida que 
visem à ruptura com a prática de ato infracional;
• Estabelecer contratos com o adolescente a partir das possibilidades e dos 
limites do trabalho a ser desenvolvido e normas que regulem o período 
de cumprimento da medida socioeducativa;
• Contribuir para o estabelecimento da autoconfiança e a capacidade de 
reflexão sobre as possibilidades de construção de autonomias;
• Possibilitar acessos e oportunidades para a ampliação do universo 
informacional e cultural e o desenvolvimento de habilidades e 
competências;
• Fortalecer a convivência familiar e comunitária.
42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Com a execução do Serviço busca-se ofertar aos adolescentes ou jovens as seguintes 
aquisições:
Segurança de Acolhida
• Ser acolhido em condições de dignidade em ambiente 
favorecedor da expressão e do diálogo;
• Ser estimulado a expressar necessidades e interesses.
• Segurança de convívio ou vivência familiar, comunitária e social
• Ter acesso a serviços socioassistenciais e das políticas públicas 
setoriais, conforme necessidades;
• Ter assegurado o convívio familiar, comunitário e social.
Segurança de desenvolvimento de autonomia individual, familiar 
e social
• Ter assegurado vivências pautadas pelo respeito a si próprio 
e aos outros, fundamentadas em princípios éticos de justiça e 
cidadania;
• Ter acesso a:
• Oportunidades que estimulem e/ou fortaleçam a construção/
reconstrução de seus projetos de vida;
• Oportunidades de convívio e de desenvolvimento de 
potencialidades;
• Informações sobre direitos sociais, civis e políticos e condições 
sobre o seu usufruto;
• Oportunidades de escolha e tomada de decisão;
• Experiências para relacionar-se e conviver em grupo, 
administrar conflitos por meio do diálogo, compartilhando 
modos de pensar, agir e atuar coletivamente;
• Experiências que possibilitem lidar de forma construtiva com 
potencialidades e limites;
• Possibilidade de avaliar as atenções recebidas, expressar 
opiniões e participar na construção de regras e definição de 
responsabilidades.
O Impacto Social esperado com o Serviço é contribuir para:
• Vínculos familiares e comunitários fortalecidos;
• Redução da reincidência da prática do ato infracional;
• Redução do ciclo da violência e da prática do ato infracional.
Para aprofundar as informações e conhecer os dados atuais 
sobre as Medidas Socioeducativas leia o Relatório da Pesquisa 
Nacional de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto no Sistema 
Único da Assistência Social, disponível em: www.mds.gov.br/
webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_
Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf.
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/relatorios/Medidas_Socioeducativas_em_Meio_Aberto.pdf

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