Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MECANISMO MOLECULARES DA APOPTOSE O crescimento, o desenvolvimento e a manutenção de organismos multicelulares dependem não apenas da produção de células, mas também de mecanismos que as destroem. Está relacionado com a homeostase fisiológica da regulação dos tecidos, fazendo um papel oposto ao da mitose. As células também morrem quando se tornam danificadas ou infectadas, que é uma forma de assegurar que elas sejam removidas antes que ameacem a saúde do organismo. Também está envolvida na embriogênese e na seleção positiva-negativa dos linfócitos. Além de perturbações metabólicas (glicose, O2, FC, Ca2+ e radicais livres), temperatura, irradiação, toxinas e drogas e fatores hormonais (citocinas, peptídeos e esteróides). As células que morrem por apoptose sofrem modificações morfológicas características: elas se encolhem e se condensam, o citoesqueleto colapsa, o envelope nuclear se desfaz, a cromatina nuclear se condensa e se quebra em fragmentos, a superfície da célula se abaúla para o exterior e, se a célula for grande, ela se fragmenta em corpos apoptóticos para depois ser fagocitada. Dessa maneira, a célula morre de forma ordenada e é rapidamente eliminada, sem causar uma resposta inflamatória prejudicial. É um processo rápido (3-4h), programado, individualizado, não-coordenado e irreversível. Com gasto de ATP e ativação de LTCD8+. Não é um processo sincronizado por todo o órgãos, pois pode coexistir vários estágios de apoptose em diferentes secções dos tecidos. Células que não entram em apoptose, mas sofrem estresse e aumento de demanda, dependendo do ambiente inserido, podem sofrer adaptações: hiperplasia, hipertrofia e atrofia. Células que sofrem lesão celular ou genética e não são capazes de se adaptar originam células cancerígenas. INIBIDORES DE APOPTOSE (IAPS) Hormônios (testosterona, estradiol, progesterona e prolactina), GH, FC (EGF, IGF-I, NGF e PDGF), ILs e gonadotrofinas. • FAMÍLIA BCL (BCL-2,BCL-XL). Estão presentes na membrana mitocondrial e atuam reprimindo a resposta apoptótica frente aos danos celulares. INDUTORES DE APOPTOSE Esteróides, glicocorticóides, progesterona, TSH, privação de FC, FC transformante β, citocinas (TNF-, IL-1, IL-6), FAZ ligante, radicais livres e óxido nítrico. • CASPASES INICIADORES (2, 8, 9 e 10). • CASPASES EFETORAS (3, 6 e 7). • FAMÍLIA BCL (BAX, BAD, BAK, BID, NOXA e PUMA/BPC3). Estão presentes no citoplasma e induzem a apoptose. A homeostasia é mantida pelo controle da quantidade de proteínas anti-apoptóticas e pró- apoptóticas. A célula tumoral, por exemplo, aumenta os níveis anti-apoptóticos. CATEGORIAS DE MORTE CELULAR EM ORGANISMOS SUPERIORES • NECROSE. É um processo patológico resultando a autólise das células e lesão maciça do tecido, ocorre inchaço citoplasmático e mitocondrial, ruptura da membrana celular e vazamento do plasma celular e reposta inflamatória e reação de tecido patológico com grande número de células afetadas simultaneamente. • AUTOFAGIA. Ocorre a degradação das organelas por lisossomos para que sejam degradados e reciclados. Ocorre por estresse celular: hipóxia, radiação, produtor químicos ou provação nutricional. A autofagia pode atuar como uma mediadora fisiológica da morte das células in vivo, mas também atua na morte de algumas células cancerígenas, principalmente na ausência de moduladores apoptóticos como o BAX e BAK, ou as caspases. ATIVAÇÃO DA APOPTOSE CASPASES A apoptose é dependente de uma cascata proteolítica intracelular mediado por caspases. As caspases têm uma cisteínas no sítio ativo e clivam suas proteínas-alvo em ácidos aspárticos específicos. Elas são divididas em caspases iniciadoras e efetoras. É uma via irreversível. INICIADORAS Elas iniciam o processo apoptótico. São encontradas como monômeros solúveis e inativos no citosol. Um sinal apoptótico dispara a montagem de grandes plataformas proteicas que liberam pares de CASPASES (2, 8, 9 e 10). • PRÓ-CASPASE 8 (FADD/MORT1) • PRÓ-CAPSASE 9 (APAF-1) Quando ativadas, elas clivam e ativam as pró- caspases efetoras. EFETORAS São ativadas pelas caspases iniciadoras. Um complexo de caspase inciadora pode ativar muitas CASPASES EFETORAS (3, 6 e 7), resultando em uma amplificação da cascata proteolítica. Uma vez ativada, caspases executoras catalisam os diversos eventos de clivagem de proteínas que matam a célula. Atuam nas mudanças morfológicas e bioquímicas características da apoptose. Elas quebram as estruturas celulares através de substratos específicos (citoesqueleto de actina, lâminas, complexo de Golgi e aparato de tradução). VIA EXTRÍNSECA É ativada pela sinalização de proteínas extracelulares ligadas à receptores de morte (TNF1, FAS, TRAIL e GRANZIMA B) na superfície celular, disparando a via extrínseca. É iniciada pelos receptores de morte que acabam ativando as CASPASES INICIADORAS (8 e 10). FAS Ocorre a ativação do FAS na superfície da célula pelo ligantes de FAS (FASL) que se encontra na superfície de LTCD8+ junto a uma proteína estabilizadora (TRADD). Quando ativados, ocorre a cascata de ativação para ativação as CASPASES INICIADORAS (8 e 10), formando um complexo de sinalização indutor de morte (DISC), as caspases iniciadoras clivam proteínas específicas que ativam as CASPASES EFETORAS (3, 6 e 7), levando à apoptose. BID Em algumas células a via extrínseca recruta a via intrínseca para amplificar a cascata da caspase e matar a célula. Nesse caso, ocorre a ativação das CASPASES 8 e 10 que ativam a proteína pró- apoptótica BID. A BID é translocada do citoplasma para dentro da mitocôndria. Na mitocôndria a BID atua ativando BAX e BAK. A ativação de BAX e BAD formam um poro na membrana para que ocorra a saída do CITOCROMO C da mitocôndria, formando APAF-1 que ativa CASPASE 9, ativando as CASPASES 3, 6 e 7. Ou pode ativar SMAC/DIABLO, formando XIAP, ativando as CASPASES 3, 6 e 7. CA2+ Estresses e danos no RE fazem com que ocorra a liberação de Ca2+ que funciona como sinal indutor da apoptose por ativar CALPAIN (família ativadora de Ca2+). O aumento da concentração de Ca2+ ativa a CALPAIN, ativando CASPASES INICIADORAS (12 → 9), seguido de CASPASES EFETORAS (3, 6 e 7). Ou também: danos no RE podem induzir a ativação de CASPASE EFETORA (7), ativando CASPASES EFETORAS (3, 6 e 7) que levam à apoptose. VIA INTRÍNSECA É a via mitocondrial. Inicialmente, ocorre a lesão da molécula de DNA. A lesão da molécula de DNA é sinalizada pela proteína ATM (proteína sensora). A ATM atua bloqueando a ação da MDM2. A MDM2 está associada à proteína P53 (proteína supressoras de tumor, regulador de proliferação, apoptose e da família BLC-2). Quando a MDM2 encontra-se bloqueada, os níveis da P53 aumentam, ativando a P53. A P53 atua como proteína de gene de transcrição para proteínas pró-apoptóticas (BAX, BAD, BAK, BID, NOXA e PUMA/BPC3). A P53 ativa principalmente BAX e BAK. A BAX e BAK atuam neutralizando a BCL2 e BCL-XL (proteínas que atuam selando e estabilizando a membrana mitocondrial). BAK e BAX ainda formam um poro na membrana mitocondrial para que ocorra a saída do CITOCROMO C, fator essencial para a ativação das CASPASES da via intrínseca. O CITOCROMO C associa-se com a APAF-1, formando um apoptossomo que cliva a CASPASE INICIADORA 9 para a sua ativação, ativando CASPASES EFETORAS (3, 6 7), que levam à apoptose. No extravasamento do CITOCROMO C, ocorre a saída também do SMAC/DIABLO. A SMAC/DIABLO atua inibindo os inibidores de apoptose ativando a XIAP. A XIAP atua assegurando que a apoptose aconteça ativando as CASPASES EFETORAS (3, 6 e 7).
Compartilhar