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Habilidades do Bibliotecário como Designer UX

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) 
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS (CCJE) 
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS (FACC) 
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA E GESTÃO DE UNIDADES DE INFORMAÇÃO 
(CBG) 
 
 
 
 
 
BEATRIZ BARROS DE AZEVEDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS HABILIDADES DO BIBLIOTECÁRIO COMO DESIGNER UX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio deJaneiro 
2019 
 
BEATRIZ BARROS DE AZEVEDO 
 
 
 
 
 
 
 
AS HABILIDADES DO BIBLIOTECÁRIO COMO DESIGNER UX 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de 
Biblioteconomia e Gestão de Unidades 
de Informação da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, como requisito 
parcial à obtenção do título de bacharel 
em Biblioteconomia e Gestão de 
Unidades de Informação. 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Danilo Pestana de Freitas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fichacatalográfica 
 
Elabora pelaautora 
A994h Azevedo, Beatriz Barrosde 
As habilidades do bibliotecário como Designer UX. / 
Beatriz Barros de Azevedo – Rio de Janeiro, 2019. 
56 f. 
 
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em 
Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação) – 
Curso de Biblioteconomia e Gestão de Unidades de 
Informação, Universidade Federal do Rio de Janeiro,2019. 
Orientação: Danilo Pestana de Freitas 
 
1.Experiência do Usuário. 2. Biblioteconomia. 3. 
Taxonomia. 4. Serviço de Referência. I. Freitas, Danilo 
Pestana. II. Título. 
 
BEATRIZ BARROS DE AZEVEDO 
 
 
 
 
AS HABILIDADES DO BIBLIOTECÁRIO COMO DESIGNER UX 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de 
Biblioteconomia e Gestão de Unidades 
de Informação da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, como requisito 
parcial à obtenção do título de bacharel 
em Biblioteconomia e Gestão de 
Unidades de Informação. 
 
 
Rio de Janeiro, 03 de Julho de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Danilo Pestana de Freitas 
Orientador 
 
 
 
 
 
Profa. Ma. Maria de Fátima Borges Gonçalves de Miranda 
Membro interno 
 
 
 
 
 
Profa. Ma. Fabrícia Carla Ferreira Sobral 
Membro externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqueles que sempre acreditaram em 
mim, Carlos (in memoriam) e Jacinta. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao meu pai, Carlos (in memoriam), que sempre acreditou em mim, que foi meu referencial de 
luta, perseverança, paciência e amor, quem sempre me lembrou da importância do 
conhecimento. A minha mãe, Jacinta, meu exemplo de luta, resiliência edeterminação. 
A minha avó Francisca, que mesmo longe é sempre uma demonstração de carinho e 
confiança. 
A minha família, em especial minhas tias e madrinhas, pela felicidade e compreensão. 
Ao meu orientador, Danilo, que aceitou me guiar nesse projeto, foi solicito e acreditou nesse 
potencial. Ele que foi sempre um grande exemplo de afeto e dedicação durante a graduação. 
Entendeu meu tempo, mas também foi motivador. Obrigada pelas trocas em aula, nas 
reuniões de orientação e por toda paciência domundo. 
A Gisele Lima, por me acompanhar durante toda graduação, por ser ouvinte dos insights, por 
ser curiosa e ouvir minhas ideias, seu carinho foi essencial para fechar esse ciclo. 
A Jorge Moreira, que me acompanhou no último ano, que foi um grande amigo e 
compartilhou comigo o nervosismo de fechar umciclo. 
As minhas amigas Isabelle e Manuela, que me dão suporte há muitos anos. Eu amo vocês e as 
admiro. 
As companheiras de estudos, brincadeiras, memes e desesperos nos momentos de provas, 
Áquisa, Bruna, Ellen e Renata. Obrigada por compartilharem comigo esses preciosos anos. 
As minhas orientadoras de Iniciação Científica, Juliana Assis e Roberta Campos. Por 
confiarem no meu trabalho, por dividir conhecimentos, pelas descobertas que me 
proporcionaram. Vocês despertaram em mim curiosidade e paixão. Cada uma a sua maneira 
me mostrou como a Biblioteconomia é atual e como o uso da informação é sempre divertido e 
interessante. 
A todos os professores que me ajudaram a chegar aqui, do Ensino Fundamental ao Ensino 
Superior. A vocês meu agradecimento e o singelo lembrete de que são inspiração. Em 
especial as professoras, que me lembram que lugar de mulher é onde elaquiser. 
Aqueles que participaram desses anos de graduação, trocando ideias, risadas, alegrias e 
também tristezas. Eli, Luan, Pedro, Marcela, Ana Carolina, Isadora, Letícia, Thallys. 
As companheiras de Iniciação Cientifica no CBG, Aneli Beloni, Cristiane Antunes e Márcia 
Farias. 
Aos colegas do Instituto COPPEAD de Administração e do Centro de Estudos em Consumo 
pelos insights durante os almoços e cafés, pelas pesquisas, discussões e 
 
ainterdisciplinaridades. Rafael Cardoso, Camila Teixeira, Thaysa Nascimento, Maribel 
Suarez, Letícia Casotti, Val de Pinho, Lucas Mulim, Leonardo Vidal, Victor Henrique 
Simões, Amábile Grillo, Cláudia de Góis, Camila Braga, Tamiris Peniche, Rogério Moreira, 
Kleide Nascimento e Leonardo Vidal. 
A Denilson Rodrigues, que me acompanhou em diversas experiências, foi confidente, melhor 
amigo. Obrigada pelas discussões, insights e as trocas de conhecimento. 
A Rafael Rodrigues, quem em uma conversa me ativou o botão da curiosidade que se 
transformou em meu tema de pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“We all die. The goal isn't to live forever, the 
goal is to create something that will.” 
(PALAHNIUK, 2003).
RESUMO 
 
 
 
Este trabalho tem como objetivo relacionar as áreas de Biblioteconomia e Design de 
Experiência do Usuário, em específico entender quais habilidades o bibliotecário possui 
para atuar como designer de experiência do usuário. Como justificativa para interlaçar 
as duas áreas, usa da construção do relacionamento entre usuário e objeto, processo 
semelhante à relação usuário e informação, vista na Biblioteconomia. Para compreender 
os pontos em comum entre as áreas, foram traçadas definições que tratem do uso da 
informação e do usuário. Para o Design de Experiência, foram selecionados Norman 
(1988, 2005), Lowdermilk (2013), Krug (2005), enquanto para a Biblioteconomia 
foram selecionados Ranganathan (2009), Figueiredo (1992), Grogan (1995). A pesquisa 
possui caráter exploratório. Visa concluir em que aspectos o bibliotecário possui 
competência para atuar em áreas além da Biblioteconomia, especialmente a área de 
Design de Experiência do Usuário, fortemente atrelada àtecnologia. 
 
Palavras-chave: Experiência do Usuário. Biblioteconomia. Taxonomia. Serviço de 
Referência. 
ABSTRACT 
 
 
 
This work aims to relate the areas of Librarianship and User Experience Design, 
specifically to understand what skills the librarian possesses to act as designer of user 
experience. As justification to interlace the two areas, uses the construction of the 
relationship between user and object, process similar to user relationship and 
information seen in Librarianship. 
To understand the commonalities between areas, definitions have been drawn that deal 
with the use of information and the user. For User Experience Design, Norman (1988, 
2005), Lowdermilk (2013) and Krug (2005) were selected, while for Library Science, 
Ranganathan (2009), Figueiredo (1992), Grogan (1995). The research has exploratory 
character. It aims to conclude in which aspects the librarian has competence to work in 
areas beyond Librarian Science, especially the area of User Experience Design, strongly 
linked to technology. 
 
Keywords: User Experience Design. Library Science. Taxonomy. Reference Service. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
 
 
Figura 1 – Exemplo de funcionamento de site de livraria........................................... 24 
Figura 2 – O processo de referência............................................................................... 30 
Figura 3 – Pesquisa UX no LinkedIn em Dezembro de 2018.....................................37 
Figura 4 – Pesquisa UX no LinkedIn em Abril de 2019............................................. 38 
Tabela 1 – Habilidades Requisitadas nas Vagas do LinkedIn..................................... 39 
Gráfico 1 – Participantes separados pelo período correspondente................................... 42 
Gráfico 2 – Participantes separados pelo período correspondente.................................. 42 
Gráfico 3 – Conhecimento sobre Design de UX............................................................ 43 
Gráfico 4 – Habilidades dos Designers UX a partir dos alunos de Biblioteconomia....... 44 
Gráfico 5 – Graduação em Biblioteconomia como possibilitando atuar comoDesign 
UX............................................................................................................. 
 
45 
Gráfico 6 – As habilidades que os alunos do curso de Biblioteconomia possuem.......... 46 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
 
BRAPCI Base de Dados em Ciência da Informação 
BENANCIB Repositório Encontros Nacionais de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da 
Informação 
UX User eXperience 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14 
1.1 PROBLEMA.......................................................................................................... 15 
1.2 OBJETIVOS........................................................................................................... 15 
1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 16 
2 APOIO TEÓRICO............................................................................................... 17 
2.1 EXPERIÊNCIA...................................................................................................... 17 
2.2 DESIGN.................................................................................................................. 19 
2.2.1 Design de Experiência do Usuário......................................................................... 21 
2.3 LEIS DA BIBLIOTECONOMIA........................................................................... 27 
2.4 SERVIÇO DE REFERÊNCIA............................................................................... 29 
2.5 TAXONOMIA........................................................................................................ 31 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 35 
3.1 CAMPO DE PESQUISA, POPULAÇÃO E AMOSTRA ..................................... 35 
4 ANÁLISE DE DADOS........................................................................................ 37 
4.1 ANÁLISE DE DADOS DO LINKEDIN............................................................... 37 
4.2 QUESTIONÁRIO ALUNOS DE BIBLIOTECONOMIA ................................... 40 
4.2.1 Os Conhecimentos dos Alunos de Biblioteconomia.............................................. 41 
5 HABILIDADES DO BIBLIOTECÁRIO PARA SE TORNAR UM UX 
DESIGNER........................................................................................................... 
 
 47 
6 CONCLUSÃO....................................................................................................... 49 
 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 51 
 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ................................................................... 55 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Quando refletimos sobre experiênciapensamos nas sensações que temos ao nos 
relacionar e interagir com pessoas, objetos e serviços. Logo, sabemos que a experiência 
sempre nos acompanhou, apesar da curta existência do termo Experiência do Usuário (em 
inglês User eXperience, abreviado paraUX). 
O termo foi cunhado por Donald Norman na década de 1990 num ambiente 
diretamente relacionado à tecnologia, e, é neste ambiente que iremos contextualizar nossa 
pesquisa. Nas últimas décadas, como aponta a Revista Casa Claudia (2017)diversas 
tecnologias foram trazidas para nossa casa, desde um controle remoto, item comum para nós 
hoje, até geladeiras inteligentes. 
Com o aumento da nossa interação com objetos tecnológicos, nossa percepção e a 
forma como nos relacionamos com eles foi alterada. Atualmente não só o uso, mas também a 
compra dos produtos é influenciada pela internet (MAIS DE..., 2010; 4 PAÍSES..., 2017). 
O acesso e o uso de tecnologias, em especial a internet, alterou também a forma de 
consumo e de percepção das pessoas, assim como as experiências on-line e off-line. O uso das 
mídias sociais somada à constante necessidade de que todos permaneçam conectados editando 
as próprias vidas e compartilhando experiências alteraram a forma como se vive o off-line. A 
maioria dos indivíduos já viu ou foi vista compartilhando experiências em shows, 
restaurantes, viagens, jogos e transformando as atividades rotineiras do dia-a-dia em um 
momento para ser lembrado, celebrado ouvisto. 
As relações e experiências humanas não se resumem a outras pessoas e mídias sociais. 
Na internet e nas mídias sociais, as empresas também são conhecidas por sua capacidade de 
gerar impacto, engajamento e fidelidade em seus clientes. Entre alguns dos principais 
exemplos, é possível mencionar empresas que geram impacto nos meios on-line e off-line, 
sendo estas reconhecidas pela capacidade de criar novidades e gerar encantamento. Trazemos 
como exemplos, a Disney, que possui como slogan “o lugar mais alegre da Terra” (LIPP, 
2014) e a Apple, com slogan “Pense diferente” (THINK, 2018). 
Refletindo a partir dos exemplos da Disney e da Apple, seus slogans e reconhecimento 
mundial, retornamos aos pensamentos de Norman sobre a experiência do usuário. Norman 
(2016) aponta que o reconhecimento do valor de um produto se inicia antes de adquiri-lo, 
enfatizando que a experiência do usuário possui caráter holístico e é um sistema completo. O 
autor destaca ainda que a experiência ultrapassa a interação direta, ou seja, também é 
15 
 
construída a partir envolvimento com o produto, exemplificando, as experiências são tidas 
também como ouvir alguém falando do objeto, vê-lo numa loja,na busca por resenhas e testes 
de desempenho, sendo essas atividades comuns ao dia-a-dia dos usuários. 
Portanto, temos que a partir das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), a 
percepção tida sobre pessoas, objetos, informação e serviços foi alterada, transformando 
também o modo de consumir e usar os produtos almejados, comprados e até mesmo a relação 
com os objetos que são comprados e não chegam a ser utilizados. 
Logo, percebemos que a Experiência do Usuário e seus estudos surgem num momento 
em que possuímos subsídios para criar e elevar a ideia de experiências, além mensurar, 
entender e criar novas soluções para os usuários, como são os casos da Disney e da Apple. 
A pesquisa se estrutura em seis capítulos: na introdução é apresentado o tema de 
pesquisa, no apoio teórico foram selecionados e discutidos os conceitos de experiência, design 
e, design de experiência do usuário a fim de compreender qual a função do designer de 
experiência do usuário. Enquanto para estabelecer as relações com a Biblioteconomia foram 
usados os conceitos das leis da Biblioteconomia, serviço de referência e taxonomia. 
Nosprocedimentos metodológicos são apresentadas as etapas que compõem essa pesquisa, 
incluindo as técnicas de coleta e análise de dados. Na análise de dados são mostrados os 
resultados obtidos em decorrência da interpretação dos dados. No capítulo seguinte, que 
intitula este trabalho, a discussão relacionando o apoio teórico e dados é aprofundada. 
Enquanto na conclusão se discorre sobre as habilidades que o bibliotecário possui para atuar 
no mercado como Designer de Experiência do Usuário e quais habilidades o mercado busca. 
 
1.1 PROBLEMA 
 
O problema que orienta esta pesquisaé: quais as competências que um bibliotecário 
deve possuir para atuar como um Designer de Experiência do Usuário? 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
O objetivo geral é compreender quem é o profissional denominado Designer de 
Experiência do Usuário e como o bibliotecário pode se inserir nesse meio e atuar de forma 
eficaz. 
Os objetivos específicos são: 
a) identificar os principais conceitos que conectam a Biblioteconomia ao Design 
16 
 
de Experiência do Usuário; e analisar as ofertas de emprego e organizações que atuem com 
equipes de Design de UX; 
b) traçar um paralelo entre as habilidades do Design de UX e as do Bibliotecário. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
A relevância deste trabalho encontra-se em reconhecer um campo recente no Brasil 
para a atuação do bibliotecário, o Design de Experiência do Usuário. O Design de UX é um 
campo recente no Brasil e no também no mundo, visto que o termo foi cunhado durante a 
década de 1990. O UX trata da interação entre usuário e objeto e das experiências advindas 
por meio dessa interação. Apesar de seu caráter generalista, podendo ser aplicado nas mais 
diversas formas de experiência e interação, para este trabalho, focaremos na experiência no 
âmbito da tecnologia. Essa escolha foi feita devido à relação entre o povo brasileiro e a 
tecnologia, o país possui um elevado índice de usuário conectado a internet, figurando entre 
os países com os maiores números de usuários em pesquisa realizada pela Conferência das 
Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento(UNCTAD, 2017). 
Outro ponto considerado é o pouco volume de trabalhos que interligam ambas as 
áreas. Em pesquisa realizada em Abril de 2018 na Base de Dados de Periódicos em Ciência da 
Informação (BRAPCI) foram pesquisados individualmente os termos: “Design UX”; 
“Experiência do Usuário” e “User Experience” sendo recuperados no total 18 resultados. 
Enquanto no repositório de trabalhos e palestras apresentados nos Encontros Nacionais de 
Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (BENANCIB) foram encontrados 29 
resultados no total para os mesmos termos de busca. Os resultados compreendem os anos de 
2003 a 2017 mostrando como a área é recente no país e ainda não tão explorada. 
Por meio da aproximação entre o Design UX e a Biblioteconomia possibilitamos a 
contribuição no desenvolvimento de um produto mais acessível e amigável para o usuário 
especialmente no que tange ao acesso, classificação e organização da informação e ao 
atendimento ao usuário. Pensar no Design UX a partir do olhar da Biblioteconomia e das Leis 
de Ranganathan é trazer os conceitos apresentados nas leis, pensar que os objetos são para 
serem usados e devem atender as necessidades e objetivos de seus usuários. E, em tempos 
dinâmicos e com informação massiva, apresentar ao usuário as informações de que precisa e 
poupar seu tempo são fundamentais. 
17 
 
2 APOIOTEÓRICO 
 
A fundamentação teórica utilizada para construir este estudo será abordada neste 
capítulo. Para fundamentar o conceito de Design de Experiência do Usuário foram utilizados 
os conceitos de experiência, design e design de experiência do usuário. E, para relacionar o 
tema a Biblioteconomia, foram selecionados os conceitos das leis da Biblioteconomia, serviço 
de referência e a taxonomia. As escolhas foram feitas a fim de evidenciar a relação entre o 
usuário e a informação em ambas as áreas. 
 
2.1 EXPERIÊNCIA 
 
Para iniciar a discussão sobre esse conceito apresentamos algumas definições, entre 
elas temos que a experiência é um encontro ou relação com algo que se experimenta, que se 
prova, como apontado por Bondia (2002). Apresentamos as definições dos dicionários 
Aurélio (2008) e Michaelis (2019) apontando que a experiência pode ser entendida como: a) 
conhecimento que se obtém na prática; b) prática da vida; c) habilidade ou perícia resultante 
do exercício contínuo duma profissão, arte ou ofício; d) experimento; e) ensaio prático para 
descobrir ou determinar um fenômeno, um fato ou uma teoria; f) conhecimento das coisas 
pela prática ou observação; g) uso cauteloso eprovisório. 
Em consequência das possibilidades de definição apresentadas, optamos por utilizar a 
definição de experiência que mais se aproxima ao conceito de experiência do usuário que será 
posteriormente abordado, partiremos da definição de experiência como o ato de experimentar 
e dos conhecimentos e habilidades adquiridos por meio da prática. Retomando a Bondia 
(2002) temos que a experiência é aquilo que nos passa, nos acontece e nos toca, ou seja, 
aexperiência está diretamente relacionada à subjetividade. Bondia (2002) complementa com a 
noção de inimigos da experiência, sendo eles: o excesso de informação, o excesso de 
opinião,o tempo e o excesso de trabalho. Também define o sujeito da experiência como sendo 
“o espaço onde têm lugar os acontecimentos.” Esse sujeito é visto como passivo e receptivo 
visto que detém paciência e atenção para receber a experiência. Para Heidegger (1987 apud 
BONDIA, 2002) encontramos uma definição: 
[...] fazer uma experiência com algo significa que algo nos acontece, nos alcança; 
que se apodera de nós, que nos tomba e nos transforma. Quando falamos em “fazer” 
uma experiência, isso não significa precisamente que nós a façamos acontecer, 
“fazer” significa aqui: sofrer, padecer, tomar o que nos alcança receptivamente, 
aceitar, àmedida que nos submetemos a algo. Fazer uma experiência quer dizer, 
portanto, deixar-nos abordar em nós próprios pelo que nos interpela, entrando e 
18 
 
submetendo-nos a isso. Podemos ser assim transformados por tais experiências, de 
um dia para o outro ou no transcurso do tempo.(p. 143) 
 
Trazemos também a definição de Jose Ferrater Mora no Dicionário de Filosofia, 
apresentando o pensamento da filosofia platônica, entende que a experiência é o 
conhecimento daquilo que muda, uma opinião mais do que um conhecimento propriamente 
dito. Portanto, entende-se que a experiência decorre de uma ação de transformação ou 
interação, pois, precisa de uma alteração. E, após tal ação, nossa memória e relação com o 
fato sãoalteradas. 
A experiência implica em recordações e persistência das impressões segundo 
Aristóteles (apud MORA, 2000). Mora (1944) apresenta também o conceito de experiência 
psicológica sendo atribuída a autores medievais. Discorre que é o “ponto de partida do 
conhecimento do mundo interior, mas também base para a apreensão de certas evidências de 
caráter não natural”. 
Portanto, até aqui, temos que a experiência possui caráter científico, artístico e 
profissional, mas sobretudo, possui subjetividade, pois está relacionada ao eu e as sensações 
que nos são causadas. Pensar em experiências psicológicas é refletir sobre as vivências 
individuais, como “interna da vida, da fé e, em última análise, da vida mística” (MORA, 
2000). Como visto pelas definições trazidas dos dicionários, o conceito de experiência por 
meio de um caráter psicológico e subjetivo se mantém até os dias atuais. 
Para corroborar na discussão de que a experiência e o conhecimento estão 
entrelaçados, trazemos Kant (apud DICIONÁRIO DE FILOSOFIA, 2000) que aponta a 
experiência como o ponto de partida do conhecimento, entretanto isto quer apenas dizer que o 
conhecimento começa com a experiência, não que procede dela. Consequentemente, 
retomamos as definições anteriormente vistas de que a experiência é um conhecimento que se 
adquire através da vivência (AURÉLIO, 2008; MICHAELIS, 2019). Portanto, os repertórios 
individuais moldam nossas experiências, nos ajudando na elaboração da visão crítica das 
experiências atuais e futuras que temos durante avida. 
A partir das definições citadas, temos que a experiência e o conhecimento podem 
ocorrer de forma paralela e, que um é fundamental para o desenvolvimento do outro. Além 
disso, apesar da relação direta com o desenvolvimento da ciência, a experiência também 
possui caráter individual,como exemplificado pela fé. E, temos que a experiência é uma 
opinião que ocorre a partir de uma interação. Para o desenvolvimento deste trabalho, nós 
iremos aderir a construção dos significados supracitados a fim de relacioná-los nas instâncias 
individuais e em grupos. Ou seja, para o desenvolvimento da experiência do usuário, 
19 
 
devemospensar tanto na experiência individual sendo construída como nos foi apresentada nas 
definições. Porém, devemos considerar que os objetos, serviços e informações são criados em 
sua maioria para o uso de um ou vários grupos de pessoas com gostos, desejos e necessidades 
diferentes. Por isso, apesar do caráter subjetivo da experiência, deve-se levar em consideração 
que os objetos são criados para atender as expectativas de um conjunto grande deindivíduos. 
 
2.2. DESIGN 
 
O design associado à invenção é uma imagem diretamente associada a imagem de 
Leonardo da Vinci, que orientava seus trabalhos como se fossem objetos práticos, máquinas e 
aparatos de visão mais técnica do que criativa (BÜRDEK, 2005). Esta associação entre 
design, invenções e inovações permanece até os dias atuais, em especial na elaboração de 
modelos de cadeiras como apontado pelo Pignato, Ostetti & Albuquerque (2017). 
A cadeira é um dos símbolos que representa o design, ela é o objeto que expressa os 
diferentes conceitos, materiais e objetivos que são pensados durante a elaboração de cada 
modelo por seu respectivo designer. Carregam uma diversidade de formatos, funcionalidades 
e materiais diferenciados de acordo com o objetivo de cadacriação. 
Atualmente, o conceito de design denota uma pluralidade de significados. Para iniciar 
essa discussão, apresentamos aqui o conceito do dicionário Oxford, que determina que o 
termo foi usado pela primeira vez em 1588 (BÜRDEK, 2005). Tendo comodefinição: a) um 
plano ou esquema planejado para ser realizado; b) um primeiro rascunho de um trabalho de 
arte, ou; c) um objeto das artes aplicadas, que deve ser obrigatório para a execução 
dotrabalho. 
Cardoso (2000) expõe as origens da palavra Design, iniciando pelo termo em inglês: 
 
[...] o substantivo Design se refere tanto a ideia de plano, desígnio, intenção, quanto 
à de configuração, arranjo, estrutura (e não apenas de objetos de fabricação humana, 
pois é perfeitamente aceitável, em inglês, falar do Design do universo ou de uma 
molécula). 
 
A partir do termo em inglês, recupera-se sua origem remota, o termo em latim 
Designare, “verbo que abrange ambos os sentidos, o de Designar e o de desenhar.” Cardoso 
(2000, p. 18) discorre ainda que: 
[...] o termo contém nas suas origens uma ambiguidade, uma tensão dinâmica, entre 
um aspecto abstrato de conceber/projetar/atribuir e outro concreto de 
registrar/configurar/formar. [...] o Design opera a junção desses dois níveis, 
atribuindo forma material a conceitos intelectuais. Trata-se, portanto, de uma 
20 
 
atividade que gera projetos, no sentido objetivo de planos, esboços ou modelos. 
 
Num processo de construção do Design por meio da história, Cardoso (2013) afirma 
que durante o período de 1850 e 1930, já haviam profissionais intitulados designers e, esses 
foram responsáveis por iniciar a meta de reconfigurar o mundo por meio do bem-estar e do 
conforto. Tendo como lema “adequado a finalidade” (tradução nossa), o fitness for purpose 
em inglês e no original em alemãoZweckmässigkeit. 
Em seguida, Louis Sullivan nos apresenta seu lema, “a forma segue a função”, 
popularizado durante a década de 1930. Entretanto, como apontado por Cardoso (2013) é 
necessário que se saiba qual o propósito se deseja cumprir a fim de que se torne possível à 
adequação ao propósito. 
Além de Sullivan, a Bauhaus, primeira escola de Design do mundo, criada na 
Alemanha em 1919, expoente da área, adotou o mesmo lema. Pois, na visão da escola, o 
tratamento e desenvolvimento dos objetos é feito por meio de sua funcionalidade e pela 
escolha dos materiais para elaboração dos seus trabalhos. O pensamento da escola é 
justificado pela forma de entendimento da Alemanha sobre o design, visto como um 
componente social, econômico e, política cultural (BÜRDEK, 2005; PIGNATO; OSTETTI; 
ALBUQUERQUE, 2017). Alinhado as definições apresentadas, Oehlke (1978 apud 
BÜRDEK, 2005) define que o design deve se preocupar em satisfazer as necessidades da vida 
individual e em sociedade. 
Cardoso (2000) acredita que a história do Design deve usar do passado da área para 
abrir novas possibilidades de trabalho no presente que possam ampliar horizontes. Em 
pequeno comparativo histórico, Cardoso (2013) aponta que durante a década de 1960, a 
produção tinha o viés da massa, uma produção em larga escala para todos. No entanto, como 
observado pelo autor, o modelo de produção atual, sofre uma quebra de paradigma com o 
modelo vigente durante as décadas passadas. Percebe que hoje caminhamos para um modo 
deprodução flexível, com setores mais segmentados e que buscam adaptar seus produtos a fim 
de obter diferenciação quando comparados aos produtos semelhantes à suacategoria. 
Para além das definições do que é design, escolas e autores apresentam as funções e 
objetivos do design. A Internationales Design Zentrum Berlin em 1979 apresenta as seguintes 
características como apontadaspor Bürdek (2005): 
a) o bom design expressa a individualidade de umproduto; 
b) deve fazer a função do produto, sua aplicação claramente visível de forma 
que o usuárioentenda; 
21 
 
c) não deve se restringir ao produto, deve levar em consideração ecologia, 
conservação de energia, reciclagem, durabilidade eergonomia; 
d) considerar a relação entre humanos e objetos como o ponto de partida para as 
formas que usa, especialmente levando em conta aspectos da medicina ocupacional e da 
percepção. 
Em acréscimo, Erlhoff (1987 apud BÜRDEK 2005) indica que o design necessita de 
uma justificativa prática e precisa envolver os parâmetros de ser social, funcional, 
significativo e concreto. Durante a transição do século XX para o século XXI, Bürdek (1999) 
propôs uma lista de atividades que o design deveria seatentar: 
a) visualizar progressotecnológico; 
b) simplificar e tornar possível o uso e operação de produtos (hardware esoftware) 
c) tornar transparente as conexões entre produção, consumo ereciclagem; 
d) promover e comunicar serviços e ajuda a prevenir a existência de produtos sem 
sentido. 
Em proximidade a Bürdek, Donald Norman (1998) enumera o que o design 
deveriafazer: 
a) tornar fácil de determinar quais ações são possíveis de fazer a cada momento; 
b) tornar as coisas visíveis, incluindo o modelo conceitual do sistema, as ações 
alternativas e os resultados das ações; 
c) tornar fácil de avaliar o estado atual do sistema; 
d) seguir mapeamentos naturais entre as intenções e as ações requeridas; entre as 
ações e os efeitos resultantes e, entre as informações visíveis e as interpretações do estado do 
sistema. 
Portanto,asdefiniçõesdedesigncomprovamoimagináriopopulardequeodesigné 
cercadodecriaçãoeinventividade.Porém,apesar do seu caráter criativo, 
possuiobjetivosrelacionadosaoscomponentessocial,econômicoe,políticaculturalqueo cercam. É 
responsável pela relação entre seres humanos e os objetos que cercamnossas rotinas, logo, 
temos que uma de suas principais funções é elaborar soluções praticáveis nas nossas 
atividades diárias. Consequentemente, notamos que o design é parte integrante de nossas 
relações e experiências com o meio que nos cerca, pois a partir dele percebemos e 
entendemos objetos à nossa volta, e em especial no caso do bom design como apontado por 
Burdek encontramos produtos dotados de sentido e correspondente a nossas necessidades, por 
meio de objetos intuitivos que possuam simplificação e transparência. 
 
22 
 
2.2.1 Design de Experiência doUsuário 
 
A experiência do usuário existe desde que as pessoas passaram a utilizar objetos na 
realização de tarefas comoobservou Teixeira (2014). Entretanto, o termo Design de 
Experiência do Usuário (em inglês, User eXperience Design) foi cunhado por Donald Norman 
na década de 1990. Visto sua relação direta com o tema, iniciamos a discussão do design de 
UX pela definição de Norman (1998) como uma filosofia baseada nas necessidades e 
interesses do usuário, com ênfase em fazer produtos usáveis e entendíveis. Lowdermilk 
(2013) por sua vez, traz um caráter tecnológico ao design centrado no usuário apontando que 
este surge a partir da interação homem-computador e a define como uma metodologia de 
Design de software para desenvolvedores edesigners. 
Portanto, nossa interação com os objetos e serviços ocorre a partir de suas criações, ou 
seja, embora o termo “experiência do usuário” seja recente, nossa experiência pressupõe a 
existência do termo como aponta Teixeira (2014). Entretanto, com a complexidade dos 
objetos que nos cercam atualmente e com sua capacidade multitarefas, é necessário pensar no 
que o objeto faz e em como ele é utilizado na rotina de seuusuário. 
Para o desenvolvimento deste trabalho iremos nos aproximar tanto da definição mais 
generalista proposta por Norman (1998) quanto da proposta de Lowdermilk (2013), mais 
centrada no campo da informática e tecnologia da informação. 
Conciliando as definições de Norman (1998) e Teixeira (2014) temos que no 
desenvolvimento de um produto é necessário entender como a relação entre o usuário e o 
produto ocorre. Para isso, apresentamos as noções de experiência apontadas por Teixeira 
(2014, p.2): 
Essa experiência é influenciada por fatores humanos (sua habilidade em usar caixas 
eletrônicos, sua visão, sua habilidade motora, sua capacidade de ler e entender o que 
está escrito na tela, seu humornaquele momento etc.) e por fatores externos 
(ohorário do dia, o ambiente onde o caixa eletrônico está instalado, o fato de ter uma 
fila de pessoas atrás de você). 
 
Essa definição de Teixeira complementa a definição de Norman no que tange às 
necessidades dos usuários, pois aponta que a experiência do usuário também está relacionada 
aos fatores externos. Logo, chegamos a uma definição mais generalista do que seria design de 
experiência do usuário tanto no ambiente digital quanto no ambiente analógico e em que 
passos devemos pensar enquanto fazemos o design de experiência do usuário. Portanto, 
podemos entender que o Design de experiência do usuário é uma conjunção de questões que 
devem ser pensadas no momento de desenvolver uma solução para o usuário. Whitney 
23 
 
Hess(2010) elabora sua definição de UX dá seguinte forma: 
A maioria das pessoas acredita que User Experience é somente encontrar a melhor 
solução para os seus usuários mas não é. UX se trata sobre definir o problema que 
precisa ser resolvido (o porquê), definir para quem esse problema precisa ser 
resolvido (o quem), e definir o caminho que deve ser percorrido para resolvê-lo (o 
como). 
 
A partir das definições trazidas pelos autores, do contexto atual que nos encontramos 
em relação à tecnologia, internet e disseminação da informação, somos capazes de inferir 
porque o design de experiência do usuário surge recentemente e com que intuito. Atualmente, 
nossa relação com os produtos e marcas que consumimos perpassa em grande parte pelo 
acesso à informação e pelas mídias sociais. Hoje, o consumidor brasileiro tem sua compra 
influenciada pela pesquisa online de produtos, como aponta o SPC Brasil (2015). No cenário 
atual, quando pensamos em adquirir um produto ou serviço, nossas opções são variadas e 
devido ao acesso à informação não somos influenciados exclusivamente pela propaganda e o 
marketing. 
O YouTube tem sido usado como ferramenta de busca e análise sobre a qualidade de 
produtos eletrônicos como smartphones, televisores, videogames e notebooks como 
demonstra Linhares (2016). 
O uso da internet permitiu ao consumidor brasileiro uma proximidade com grandes 
marcas e uma facilidade no momento da compra. A pesquisa realizada pela PwC em 2018 
apontou que 65% dos consumidores relataram realizar compras online regularmente. 
Mostrando-nos a necessidade de se desenvolver uma boa UX para o desenvolvimento de um 
produto que possua singularidade e ressonância com o público. 
Logo, desenvolver produtos baseado nas responsabilidades do design apontadas por 
Norman objetiva um bom relacionamento entre as necessidades e projeções do usuário e as 
possibilidades que o produto oferece. Ou seja, quando um sistema é bem executado, o usuário 
reconhece as funções disponíveis no sistema e consegue entender o processo que deve seguir 
para realizar uma atividade. 
Portanto, neste ponto, as afirmações de Norman vão de acordo com o que Krug (2005) 
define como sua primeira lei da usabilidade e que também intitula seu livro “Não me faça 
pensar!”. Trazendo uma visão de Design de experiência do usuário mais relacionada à 
informática e, portanto, dialogando com a definição de Lowdermilk (2013). Krug (2005) 
acredita que a página web deve ser evidente e óbvia assim que é acessada e, para que isso 
ocorra, o usuário ao acessar uma página deve reconhecer rapidamente as estruturas e 
informações disponíveis, não precisando pensar ou gastar sua energia para decodificar 
24 
 
informações e entender claramente o que está disponível na página. Neste ponto, Norman 
concorda com Krug quanto a boa elaboração de uma página, pois também desenvolve a ideia 
de que um design bem definido permite aos usuários a capacidade de navegar pela página e 
entender claramente as ações que estão desenvolvendo. Krug apresenta um exemplo de como 
uma página pode ser desenvolvida trazendo questionamentos desnecessários aos seus 
usuários. O autor usa de o exemplo a seguir para reforçar seu pensamento de como uma 
categorização mal desenvolvida pode além de atrapalhar a fluidez do uso, levantar 
questionamentos desnecessários aousuário. 
 
Figura 1. Exemplo de funcionamento de site de livraria. 
Fonte: KRUG (2005) 
 
A escolha de palavras utilizadas na construção da página permite que seu usuário se 
questione sobre como deve proceder com sua busca. Os exemplos dos questionamentos 
25 
 
queKrug aponta como desnecessários são identificados quando o único dado que o usuário 
sabe sobre sua busca é que o autor do livro se chama Tom Clancy. Entretanto, ao acessar a 
página, encontra na opção de busca o termo “quick search” (busca rápida) e se questiona se é 
o mesmo que “search” (busca), em seguida, se o nome do autor pode ser utilizado como uma 
“keyword” (palavra-chave), aliás, o usuário se questiona inclusive sobre o que seria uma 
palavra-chave. Por fim, optar por usar o menu ao lado da barra de busca que indica as 
categorias de title, author e keyword (título, autor e palavra-chave). Após esse processo, o 
usuário entende que deve colar o nome na barra de busca e selecionar a opção de autor. Esse é 
um exemplo eficaz do que Krug nos diz quando intitula seu livro como “Não me faça 
pensar!”. O uso de um objeto deve ser intuitivo, claro eobjetivo. 
Em seu livro “The Design of Everyday Things”, Norman (2002) apresenta conceitos 
importantes para o desenvolvimento de um bom design. A partir dos conceitos apresentados, 
temos que para o autor, o processo de design não é uma criação exclusivamente do processo 
criativo do designer, para que os objetos criados possuam o uso intuitivo e claro, Norman 
(2002) apresenta as seguintes possibilidades para o momento da criação: 
a) use os conhecimentos do mundo e os conhecimentos damente; 
b) simplifique a estrutura dastarefas; 
c) torne as coisas visíveis: construa pontes entre a execução eavaliação; 
d) faça os mapeamentoscertos; 
e) explore o poder das limitações naturais eartificiais; 
f) desenhe para oerro; 
g) quando tudo falhar,padronize. 
 
Os conceitos apresentados por Norman (2002) para o bom design resgatam e elaboram 
nossos pensamentos sobre como e no que devemos focar aodesenvolver um objeto. Durante a 
criação é necessário estabelecer o que gostaríamos de alcançar, quais nossas possibilidades, 
desejos e necessidades dos usuários. E, os conceitos elaborados seguem esse caminho, 
levando em consideração o uso dados aos objetos nos conceitos a, b e c, enquanto os demais 
conceitos guiam a elaboração de um novo objeto, nos lembrando de que a inovação ocorre a 
partir do encontro desses métodos para aelaboração. 
Ainda em Norman (2002), o autor elabora outros questionamentos que devemos 
26 
 
manter a fim de desenvolver osobjetos: 
a) mantenha as tarefas as mesmas, mas providencie lembretes aos usuários – esses 
lembretes permitem que o usuário seja capaz de entender ou retomar um processo caso tenha 
perdido atenção ou ainda não esteja familiarizado com o sistema que está emuso; 
b) use da tecnologia para tornar visível aquilo quer seria invisível, melhorando o 
feedback e a habilidade de controlar – a visibilidade é capaz de trazer percepção as ações que 
executadas; 
c) automatize, mas mantenha a tarefa a mesma – a ideia aqui é que a tarefa se 
mantenha a mesma, porém algumas partes irão desaparecer a fim de facilitar o processo parao 
usuário. Entretanto, a partir da automação e no caso de automação total, abre-se precedente 
para o questionamento: precisamos-nos ter algum tipo de controle ou podemos tornar algumas 
tarefas totalmenteautomáticas? 
d) mude a natureza da tarefa – no caso de tarefas complexas, a tecnologia pode 
alterá-las de forma a facilitar seu desenvolvimento. Norman exemplifica a partir de sapatos, 
nos faz relembrar da dificuldade em aprender a amarrar cadarços e como o velcro apareceu 
como um facilitador, ou seja, a tarefa se manteve a mesma, porém a partir de uma nova 
tecnologia foi simplificada. 
Na edição revisada de “The Design of Everyday Things”, Norman (2013) define os 7 
princípios fundamentais dodesign: 
 
a) habilidade para descobrir – é possível descobrir quais ações são necessárias no estado 
atual do dispositivo; 
b) feedback – há informações completas e contínuas sobre os resultados das ações e o 
estado atual do produto ouserviço; 
c) modelo conceitual – o design projeta toda informação necessária para criar um bom 
sistema de modelo conceitual, possibilitando um entendimento e sensação de controle. 
O modelo conceitual permite a descoberta e a avaliação dos resultados; 
d) possibilidades – as possibilidades existem para transformar as ações desejadas 
empossíveis; 
e) significantes – o uso efetivo dos significantes garante a descoberta e que o feedback 
seja bem comunicado einteligível; 
f) mapeamento – a relação entre os controles e suas ações segue os princípios do bom 
mapeamento, aprimorado tanto quanto possível através de layout espacial e 
contiguidadetemporal; 
27 
 
g) restrições – providenciar barreiras físicas, lógicas, semânticas e culturais a fim de 
guiar as ações e facilitar asinterpretações. 
A partir da definição dos princípios do design, temos que na criação de páginas na 
web,éimportantequeosusuáriosconsigamselocalizareentenderquaiscaminhosdesejamseguir e 
como realizaram esses caminhos. As páginas devem ser criadas a fim de não gerar duvidas 
nos usuários, e, em casos de dúvidas, o desenho da página deve ser indicativo de como o 
usuário deve proceder. 
As abordagens definidas por Norman vão de encontro as ideias de Krug (2005), pois 
este define que “as páginas na Web devem ser evidentes” para que o usuário não tenha 
dúvidas sobre as informações dispostas no site ou qual caminho percorrer quando estiver 
desenvolvendo uma ação. Entretanto, Krug reconhece que em casos particulares como uma 
criação original ou que inclua algo mais complexo, as informações não estarão dispostas de 
uma forma óbvia. Para esses casos, é apontada a necessidade do auto explicação. Mesmo que 
as informações da página não sejam reconhecidas instantaneamente, durante o 
desenvolvimento de uma página, pode-se colocar os lembretes definidos por Norman em suas 
abordagens tecnológicas. Portanto, mesmo em casos especiais em que o usuário não entenderá 
a dinâmica do site imediatamente, a partir dos lembretes no site, o usuário compreende a 
forma denavegação. 
Portanto, temos que o conceito de Design de Experiência do Usuário, pode ser 
considerado uma derivação tanto do conceito quanto das práticas do Design, porém com 
ênfase em entender o usuário, suas necessidades e desejos. Para esse trabalho, optamos pela 
abordagem envolvendo a informática e a tecnologia da informação a fim de relacionar as 
práticas da Biblioteconomia. 
 
2.3 LEIS DABIBLIOTECONOMIA 
 
As leis da Biblioteconomia são os pilares básicos da área e apesar da sua criação em 
1931 por Ranganathan vigoram até hoje devido a sua atualidade no que tange nossa relação 
com os livros e de forma geral com a informação. Por isso, apesar do terem sido escritas 
pensando especificamente nos livros devido ao contexto de uso da informação da época, 
podemos substituir o termo livro por informação, por exemplo. 
As leis são um conjunto de práticas que Ranganathan considerou importantes para o 
desenvolvimento, a organização, a administração e a gestão das bibliotecas. A partir das leis, 
a percepção dos frequentadores das bibliotecas pode alcançar a alcunha de “instituições 
28 
 
democráticas para benefício e satisfação de todos” (RANGANATHAN,2009). 
As 5 leis da Biblioteconomia ou 5 leis de Ranganathan como também são conhecidas 
se estruturam da seguinte forma de acordo com Ranganathan(2009): 
a) os livros são parausar; 
b) a cada leitor ou leitora se deve proporcionar seulivro; 
c) cada livro deve ser ajudado a encontrar seu leitor ouleitora; 
d) poupe o tempo doleitor; 
e) a biblioteca é um organismo emcrescimento. 
 
Devido à especificidade das leis, imediatamente podemos pensar que elas só podem 
ser aplicadas aos livros e seus usos. Entretanto, como já dito neste trabalho, a adoção do termo 
livro se deve ao contexto de criação das leis como a transição do pensamento da biblioteca 
como espaço de conservação dos livros para um espaço de uso dos livros como aponta Rizzi 
(2016). 
Porém, para contextualizar as leis com esta pesquisa, podemos substituir o termo livro 
pelo termo informação ao relacionar com o contexto informacional de nossa sociedade 
contemporânea, em que “a informação flui a velocidades e em quantidades há apenas poucos 
anos inimagináveis, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais.” (TAKAHASHI, 
2000). 
Para relacionar a Biblioteconomia ao Design UX podemos utilizar todas as cinco leis. 
As leis relacionam os livros a seus usuários em 5 aspectos diferentes. A primeira lei nos fala 
sobre funcionalidade, de qual o objetivo da existência de um livro. Seu contexto de criação e 
sua necessidade existem, pois, a partir da criação da Imprensa, da Revolução Francesa e da 
Revolução Industrial a produção de livros aumenta o que possibilita ampliar o acesso a eles 
como pontua Rizzi (2016). 
No nosso contexto, o uso da informação se deve por meio principalmente da internet. 
Lira, Cândido, Araújo e Barros (2008) apontam que as transformações da modernidade são 
mais profundas do que as dos séculos passados no que tange a intensidade e a extensão. 
Determinam que a informação cumpra papel na aplicação, entendimento, disseminação, 
interpretação e transformação de conhecimento. Por isso, a informação deve atuar como os 
livros na primeira lei, os livros são para usar, sua existência deve ter uso e esses usos devem 
ser reconhecidos. 
A segunda lei, a cada leitor ou leitora se deve proporcionar seu livro, reflete o caráter 
universal das bibliotecas, seus diferentes tipos, usuários e organicidade como aponta Rizzi 
29 
 
(2016). As bibliotecas são projetadas de acordo com as necessidades do usuário. Trata 
também sobre a organização do material disposto na biblioteca, pois é preciso que o leitor 
encontre seulivro. 
Enquanto, aterceira, cada livro deve ser ajudado a encontrar seu leitor ou leitora, traz 
que os objetos existem a fim de atender necessidades. Rizzi (2016) aponta que essa lei traz 
que cada livro é capaz de ajudar alguém. E, por conta disso,osbibliotecários devem estar 
atentos ao acervo que possuem e conhecer seus usuários para que se possaauxiliá-los. 
A quarta lei, poupe o tempo do leitor, reflete sobre o tempo gasto em tudo que não é o 
uso da informação, como determina Rizzi (2016). Garfield (apud FIGUEIREDO, 1992a) 
aponta a necessidade do desenvolvimento de um serviço eficiente e rápido, as técnicas e 
tecnologias empregadas visam alcançar tal objetivo. Já Lancaster (apud FIGUEIREDO, 
1992a) enfatiza a questão da eficiência ao disponibilizar informações aos usuários e aponta 
para a importância da acessibilidade dos serviços de informação. Por último, trazemos os 
anunciados de Rajagopalan e Rajan (1984) sobre a quarta lei. Os autores reestruturam as 5 leis 
de forma a trazer uma visão mais atualizada relacionada à Ciência da Informação. Afirmam 
que a quarta lei se preocupa com a rapidez, acuidade, atualidade e qualidade no fornecimento 
de informação. 
A quinta, a biblioteca é um organismo em crescimento, transmite o nosso sentimento 
atual ao usar a internet e o excesso de informação que somos submetidos a todo tempo. Além 
disso, em nossa sociedade atual, a informação é tida como um bem, visto a atribuição de 
valores sociais e econômicos como visto no Takahashi (2000). Por isso, além do tratamento 
dado a informação é necessário fornecer ao usuário centralidade no uso como apontam as leis 
dabiblioteconomia. 
 
2.4 SERVIÇO DEREFERÊNCIA 
 
Dentre os estudos da Biblioteconomia, o serviço de referência é responsável pela 
informação concedida ao usuário. Figueiredo (1992b) aponta que o 
 
[...] serviço de referência pode variar quanto aos seus objetivos e 
quanto à sua profundidade, dependendo do tipo de biblioteca onde se 
realiza, ou seja, de acordo com as características e as finalidades da 
biblioteca. Ademais, os métodos de proporcionar serviços de 
referência aos consulentes dependem também de circunstâncias 
individuais e das diretrizes de cada biblioteca específica, as quais 
certamente não se enquadram em padrões preestabelecidos. (p.9) 
 
30 
 
Grogan (2001, p. 8) inicia sua explanação sobre o serviço de referência a partir do 
pensamento sobre a biblioteconomia como responsável pelo “compartilhamento e uso 
coletivo dos registros gráficos em benefícios da sociedade como um todo e dos indivíduos que 
a constituem.” E, segue, sua reflexão desenvolvendo que o serviço de referência atua como 
um maximizador do uso desses recursos que a biblioteca disponibiliza. Entretanto, as 
atividades de um bibliotecário atuante no serviço de referência não se restringem ao acervo de 
sua biblioteca. Grogan (2001, p. 8) aponta ainda que “Um dos fatos da vida das bibliotecas é 
quegrande parte do material constante do acervo precisa ser deliberadamente utilizado para 
proporcionar algum benefício.”. E, Whitaker (1977) define que o serviço de referência e 
informação são responsáveis pela interação entre os usuários e as fontes de informação. 
Davidson (1980 apud GROGAN, 1995) explica que cabe ao bibliotecário de referência 
“compreender as estruturas dos conhecimentos registrados onde elas existam, e auxiliar no 
processo de estruturação onde não existam.”. Portanto, ao bibliotecário de referência cabe 
entender como se estrutura a informação e como desenvolver o processo de interação entre o 
usuário e a informação a fim de causar satisfação com as informações recebidas. 
Figueiredo (1992b) alerta que ao bibliotecário que atua no serviço de referência é 
importante que: 
a) seja capaz de sobrepor aos problemas do trato com o usuário como serhumano; 
b) orientar o usuário que desconhece a utilização plena do material informacional 
disponível; 
c) vencer os problemas existentes na própriabiblioteca; 
d) entender os problemas existentes nas fontes e recursos deinformação. 
 
E, essa atuação do bibliotecário é desenvolvida durante as fases do processo de 
referência. Definida por Grogan (2001) em oito passos, sendo eles: o problema, a necessidade 
de informação, a questão inicial, a questão negociada, a estratégia de busca, o processo de 
busca, a resposta e a soluçãocomo vista na figura 2. 
31 
 
Figura 2. O processo de referência 
Fonte: adaptado de Grogan (2001). 
Grogan (2001) explica como ocorre processo de referência, sendo iniciado a partir de 
um problema do potencial usuário, podendo ser interno e externo, o problema é uma duvida 
que é gerada na mente do potencial usuário. A necessidade de informação ocorre quando este 
possível usuário identifica que para lidar com este problema é necessário algum tipo de 
conhecimento, nesse momento esse questionamento pode ser vago. Por meio da necessidade, 
esse usuário irá criar sua questão inicial. A pergunta é a forma de usuário transmitir sua 
necessidade e por isso é fundamental que seja nítida. É nessa fase que se inicia a atuação do 
bibliotecário no processo de referência. A questão negociada surge a partir da interação entre 
usuário e bibliotecário, visto que a questão inicial pode necessitar esclarecimentos ou ajustes. 
Em seguida, é definida a estratégia de busca, nessa fase são identificados os conceitos e 
relações levantados na pergunta a fim de traçar um mapa de como se desenvolverá a busca. 
Sendo necessário entender como o acervo será consultado e quais caminhos possíveis serão 
utilizados. Após, é realizado o processo de busca, podendo contar com a participação do 
usuário, sendo as melhores buscas aquelas que contam com estratégias flexíveis 
quepossibilitem as mudanças de curso durante o processo de busca. Após a busca, tem-se a 
resposta, sendo essa o resultado da busca, ou seja, uma potencial solução. A conclusão do 
processo de busca ocorre quando a resposta é avaliada pelo usuário preferencialmente junto 
ao bibliotecário e que acordem que o processo foiconcluído. 
Como visto, o usuário é responsável pela elaboração do seu 
questionamento(representado pela cor rosa na figura 2)e o bibliotecário colabora com os 
Solução
Resposta
Questão Negociada
Estratégia de Busca
Processo de Busca
Questão Inicial
Necessidade de Informação
Problema
32 
 
ajustes a essa questão a fim de direcionar para amelhor resposta dentro do seu acervo 
(representado pela cor azul na figura 2). A partir disso, o bibliotecário torna-se responsável 
por desenvolver um processo de solução aoquestionamento. 
Em Grogan (2001) temos o porquê serviço de referência ser importante para o 
entendimento do usuário sobre o acervo disponível em uma biblioteca quando indica que os 
usuários de uma biblioteca se encontram aturdidos ao descobrir que o acervo não possui 
material sobre uma determinada temática, mas podem possui materiais que encaminhem o 
usuário ao tema desejado. 
Portanto, a partir da definição do serviço de referência e entendendo as fases do 
processo de referência, podemos entender o papel desempenhado pelo bibliotecário a fim de 
solucionar uma questão levantada por seu usuário. 
 
 
 
 
2.5 TAXONOMIA 
 
A taxonomia se faz importante para o Design de Experiência do Usuário porque 
possibilita aos usuários aprender com as estruturas de conceitos, visto que “permite alocar, 
recuperar e comunicar informações dentro de um sistema de maneira lógica através de 
navegação.” (CAMPOS; GOMES, 2007). 
Para entendermos melhor o que é a taxonomia, precisamos lembrar que está é uma 
área derivada da Biologia que trata da classificação lógica e científica dos seres vivos, ou seja, 
uma classificação sistêmica como definiram Campos e Gomes (2007). O termo vem do grego, 
sendo taxis = ordem e onoma=nombre, como apontado por Vital e Café(2011). 
Pensando na aplicação desse termo na área de Gestão do Conhecimento, temos que 
são “elementos estruturantes,estratégicos e centrais para negócios baseados em informação e 
conhecimento [...] para classificar e facilitar o acesso à informação” (TERRA et al., 2005 
apud VITAL; CAFÉ,2011). 
Para Martinez et al. (2004, p. 106): 
 
[...] a taxonomia, em um sentido amplo, é a criação da estrutura (ordem) e dos 
rótulos (nomes) que ajudam a localizar informação relevante. Em um sentido mais 
específico, é o ordenamento e rotulação de metadados, que permite organizar 
sistematicamente a informação primária. 
 
33 
 
 
A taxonomia é conhecida por sua estrutura hierárquica organizando desde a 
informação mais genérica até a mais específica como apontam Vital e Café (2011). 
Adicionando as definições anteriores, Terra et al. (2005 apud VITAL; CAFÉ, 2011) define a 
taxonomia como responsávelpor 
[...] representar conceitos através de termos, agilizar a comunicação entre 
especialistas e outros públicos; encontrar o consenso; propor formas de controle da 
diversidade de significação e oferece um mapa de área que servirá como guia em 
processo de conhecimento. 
 
 
A partir da definição de Terra et al. (2005 apud VITAL; CAFÉ, 2011), notamos que há 
a possibilidade de se usar as taxonomias em organizações. Portanto, temos que “podem ser 
usadas em organizações e na recuperação de informação em empresas. Sendo vistas como 
meios de acesso atuando como mapas conceituais dos tópicos explorados em um serviço de 
recuperação(volume de informação requer padronização). (BAILEY,2007; GILCHRIST, 
2003; OPDAHL; SINDRE, 1994). 
As taxonomias usadas em organizações possuem as seguintes características 
enumeradas por Campos e Gomes (2007): 
 
a) Conter uma lista estruturada de conceitos/termos de umdomínio; 
b) incluir termos sem definição, somente com relaçõeshierárquicas; 
c) possibilitar a organização e recuperação de informação através denavegação; 
d) ser um instrumento de organização intelectual, atuando como um mapa conceitual 
dos tópicos explorados em um Sistema de Recuperação de Informação. 
e) ser um novo mecanismo de consulta em Portais institucionais, através de 
navegação. 
Além da utilização em organizações, as taxonomias podem ser utilizadas nos 
contextos da Web, sendo aplicadas em portais institucionais, bibliotecas digitais, na web 
semântica, em ontologias e na gestão da informação e do conhecimento como apontam Sales 
e Motta (2010). 
As taxonomias são usadas nos ambientes citados a fim de organizar e recuperar a 
informação, admitindo a função de mapa conceitual dos principais tópicos dos sites. As 
taxonomias também são aplicadas as ontologias, pois a partir delas são estabelecidas relações 
entre os conceitos. E, para atuação na gestão do conhecimento, as taxonomias reconhecem e 
relacionam atividades agregadoras de valor (SALES; MOTTA, 2010). 
34 
 
Campos e Gomes (2007) apontam a existência de 3 tipos de taxonomia, sendo eles: 
a) Taxonomia canônica, classificação binária (dicotômica), de unidades sistemáticas 
(família, gênero, espécie); 
b) Taxonomia de domínio; 
c) Taxonomia de processos e tarefas gerenciais. 
As taxonomias podem representar os diversos propósitos em que estão 
contextualizadas, portanto, são diferentes de acordo com os tipos de organização que estão 
inseridas e as informações que desejam representar como apontam Campos e Gomes (2007). 
Neste trabalho, a taxonomia de processos e tarefas gerenciais possui destaque, visto 
que possui caráter policotômico, é composta de conceitos que representam processos ou 
tarefas, seu recorte é feito pela categoria de processos e tarefas, possibilitando subdivisões em 
coisas e seus tipos, processos e seus tipos. Além disso, tem seu recorte delimitado pela 
organização a que serve. E, possibilita que a organização represente uma classe de conceitos 
com um princípio de divisão (CAMPOS; GOMES, 2007; SALES; MOTTA, 2010). 
Sales e Motta (2010) apresentam como vantagens das taxonomias a possibilidade de 
estrutura classificatória voltada às necessidades do usuário, a construção de uma interface 
amigável, a atuação do usuário como classificador, enquanto o bibliotecário atua como 
classificacionista. Permite também o gerenciamento e a difusão dos fluxos de trabalho, a 
interoperabilidade entre sistemas quando fazem parte de uma ontologia. 
Portanto, temos que a taxonomia é parte das funções do bibliotecário no que tange a 
elaboração da relação entre os conceitos que serão utilizados pelo objeto em construção. A 
taxonomia atua como um facilitador na construção dos processos e tarefas gerenciais tanto 
para seu criador como para seu usuário, visto que, junto a ela é possível elaborar uma 
mapeamento para a utilização de um objeto. 
 
35 
 
 
3 PROCEDIMENTOSMETODOLÓGICOS 
 
Para esta pesquisa foi adotado o método exploratório, definido por Gil (1989) como 
uma abordagem que “possui como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceito e 
ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis 
para estudos posteriores”. A coleta de dados foi dividida em duas partes: anúncios de ofertas 
de emprego no LinkedIn e um questionário aos alunos do curso de Biblioteconomia e Gestão 
de Unidades de Informação da UFRJ. Esses dados foram coletados a fim de entender o que as 
organizações solicitam dos Designers UX, quais atividades são desempenhadas, quais 
habilidades são demandadas e correlacionar com as atividades e habilidades dosbibliotecários. 
Por meio desse estudo foi possível identificar e detalhar o que as organizações 
compreendem como Design UX e quais habilidades e conhecimentos julgam mais importante 
para o desenvolvimento de uma boa prática na área. Esta pesquisa possui caráter observatório 
e se comprometeu a preservar o anonimato dos contribuintes, evitando qualquer prejuízo 
moralou material aos participantes. 
 
3.1 CAMPO DE PESQUISA, POPULAÇÃO EAMOSTRA 
 
O campo escolhido para essa pesquisa é dividido em duas partes. Sendo a primeira 
parte formada pelo mercado de trabalho a partir das vagas disponibilizadas pelas empresas 
através do LinkedIn, este campo visa entender como se caracterizam as vagas de emprego na 
área de Design UX e quais empresas que apresentam vagas para esse cargo. Enquanto a 
segunda é formada pela área acadêmica, composta pelos alunos e ex-alunos do curso de 
Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação da UFRJ. 
Para desenvolver essa pesquisa, as vagas de emprego foram extraídas do LinkedIn. A 
opção se deu pelo caráter de rede social, onde as empresas podem construir seus perfis e 
organizar as informações dispostas e, também disponibilizam vagas de emprego. Para a 
pesquisa, foi utilizado o termo “UX Design” e, inicialmente a pesquisa ocorreu em caráter 
nacional sendo encontrados 413 resultados com a localidade Brasil. Para a formulação da 
amostra, foi usado o critério de acessibilidade (GIL, 1989) selecionando-se os elementos que 
a que se possuí acesso. Nessa pesquisa, a acessibilidade se entendeu como a localização física 
das vagas, portanto, a busca foi refinada para a localização Rio de Janeiro e proximidades, 
36 
 
obtendo como resultado 19 vagas. Em sequência, cada vaga foi analisada de forma individual 
com o objetivo de encontrar quais os requisitos mais solicitados pelas empresas. 
Para entender o contratante, seu entendimento da vaga de Design UX e as demandas 
por conhecimento existentes no mercado foram analisadas as categorias de cada vaga, sendo 
elas: o título atribuído pela empresa que disponibilizou a vaga no LinkedIn, a empresa, o setor 
de atuação, o nível de experiência e as habilidades requeridas. 
A segunda parte do campo, o questionário, foi elaborada a partir dos dados coletados 
no LinkedIn e de sua análise e, possuía como objetivo entender se os alunos do curso de 
Biblioteconomia e Gestão de Unidades de Informação estavam familiarizados com o termo 
design de experiência do usuário e se possuem as habilidades requisitadasnas 
vagasanalisadas. 
37 
 
4 ANÁLISE DEDADOS 
 
A coleta de dados ocorreu em duas fases, ambas foram realizadas on-line e realizadas 
a partir dos critérios explicitados nos procedimentos metodológicos. Para a primeira, realizada 
no LinkedIn, foram selecionadas as 19 vagas obtidas como resultado para a localização Rio de 
Janeiro e adjacências na busca pelo termo “UX Design”. Para a segunda foram utilizadas as 
68 respostas obtidas por meio do questionário elaborado para os alunos de Biblioteconomia e 
Gestão de UI da UFRJ. 
 
4.1 ANÁLISE DE DADOS DO LINKEDIN 
 
A coleta inicial deu-se no LinkedIn usando o termo “UX Design” e com o recorte 
geográfico definido para o Rio de Janeiro, visto o caráter de proximidade dessas vagas com a 
área em que é desenvolvida a pesquisa. Essa coleta foi realizada no dia 03 de dezembro de 
2018 com caráter de exaustão. Obtendo como resultado a figura 3, que apresenta os primeiros 
resultados encontrados, a escolha do termo para a pesquisa e a localização destapesquisa: 
 
Figura 3. Pesquisa UX Design no LinkedIn em Dezembro de 2018 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
38 
 
Com o objetivo de entender a evolução das vagas, a pesquisa foi refeita no período de 
29 de Abril de 2019. Dessa vez, utilizando o mesmo termo, “UX Design”, foram obtidos 33 
resultados com observado na figura 4. 
 
Figura 4. Pesquisa UX Design no LinkedIn em Abril de 2019 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
A análise dos dados coletados ocorreu nas vagas coletadas em dezembro de 2018. A 
partir dos dados coletados buscou-se traçar um perfil das vagas encontradas a fim de entender 
qual setor do mercado tem buscado o profissional Designer UX. As vagas foram analisadas de 
forma individual levando se em consideração o título apresentado no LinkedIn, à empresa, o 
setor, o nível de experiência e as habilidades requeridas. A partir da extração dessas 
informações, foi elaborada uma planilha com as palavras-chave de cada vaga. Em sequência, 
as habilidades foram ordenado de forma quantitativa e em sequência, devidoàs naturezas 
distintas, foram classificadas como linguagem, software, metodologia ou técnicas, as que não 
se encontravam em nenhuma dessas naturezas foram classificadas com outros, sendo 
apresentadas na tabela 1. 
 
 
39 
 
Tabela 1 Habilidades Requisitadas nas Vagas do LinkedIn 
 
 
Requisito 
Número de 
vezes 
solicitado 
CSS 10 
Sketch 10 
HTML 9 
Mobile 9 
Protótipo 9 
Front-End 8 
Angular 8 
JavaScript 7 
Photoshop 7 
Wireframe 7 
Illustrator 6 
Arquitetura da Informação 6 
React 4 
Lean 4 
API 4 
Prototipagem 4 
Zeplin 4 
Inglês 4 
SeAgile 3 
Indesign 3 
SEO 3 
Axure 3 
sitemap 3 
Full-Stack 3 
Marvel 2 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 
Devido à natureza da atividade de Designer UX, as linguagens requisitadas são 
entendidas como Front-End. Definido Codesido (2009) como o desenvolvimento do lado do 
cliente, que requer sensibilidade estética e rigor programático. Enquanto os Softwares são 
diretamente relacionados às atividades do design. 
Uma observação interessante realizada durante a análise de dados refere-se ao título 
que as empresas deram as suas vagas ofertadas. Apesar da adoção do termo “UX Design”para 
a realização da pesquisa no LinkedIn, foram recuperadas vagas com títulos como UX Writer, 
Designer de Produto, UI Designer, Desenvolvedor Front-End Pleno e Web Designer, por 
exemplo. O que nos leva a inferir que a área de Design UX, em especial a adoção do termo e 
40 
 
quais são suas atribuições dentro de uma organização, ainda passa por um processo de 
consolidação no mercado carioca. 
Quanto aos setores solicitantes no mercado, foi observado que houve uma prevalência 
das vagas em organizações dos setores envolvidos com tecnologia, tendo como exemplos a 
B2W e a OLX, ambas as empresas de comércio eletrônico. 
A partir da análise dos dados coletados no LinkedIn, do entendimento da prevalência 
das habilidades relacionadas à tecnologia e em especial ao Front-End e do uso de softwares, 
foi elaborada uma nova coleta de dados, sendo realizada com os alunos do curso de 
graduaçãoem Biblioteconomia e Gestão deUnidades de Informação da UFRJ. O questionário 
aos alunos visava entender quantitativamente quais conhecimentos os alunos possuem sobre a 
área de Design UX, sendo dividido em entender se os alunos conhecem a área e se conhecem 
sobre as habilidades necessárias para ingressar na área. 
 
4.2. QUESTIONÁRIO ALUNOS DEBIBLIOTECONOMIA 
 
O questionário possui caráter quantitativo e tem como objetivo elaborar uma amostra 
dos conhecimentos sobre a área de UX Design. A elaboração do questionário contempla duas 
fases do conhecimento sobre a área. Sendo a primeira, se os alunos conhecem a área de 
Design de Experiência do Usuário ou sabem do que se trata e a segunda, quais habilidades 
relacionadas à área os alunos possuem. Tais habilidades foram selecionadas a partir da coleta 
de dados prévia realizada noLinkedIn. 
A opção de realizar um questionário com os alunos do curso de Biblioteconomia se 
deu pela curiosidade de entender se os alunos do curso conhecem a área de UX Design e se 
julgam estar habilitados para atuar em tal área visto a amplitude das possibilidades da 
Biblioteconomia. Como o questionário envolve diretamente os conhecimentos da área de UX, 
foram utilizados os dados coletados no LinkedIn para a criação dessequestionário. 
O questionário foi elaborado a partir da ferramenta Google Forms, ficando disponível 
por 10 dias. O grupo selecionado para a aplicação do formulário foram os alunos e ex-alunos 
do curso de Biblioteconomia da UFRJ. A divulgação do questionário ocorreu por meio do 
WhatsApp, Facebook e e-mail. 
No questionário elaborado, foram abordados tópicos relacionados aos conhecimentos 
dos alunos do curso de graduação sobre a área de Design UX. A análise ocorreu de forma 
quantitativa, buscando entender se os alunos conheciam a área e as habilidades necessárias 
para a atuação. As perguntas elaboradas no questionário pretendiam alcançar os objetivos 
41 
 
específicos propostos nesse estudo tendo informações sobre: 
a) as habilidades que os alunos do curso de Biblioteconomia julgam necessárias para a 
atuação como Designer UX; 
b) as habilidades que os alunos do curso de Biblioteconomia possuem para atuar como 
Designers UX. 
Na análise de dados, observou-se os seguintes pontos: 
a) o período dos alunosrespondentes; 
b) se os alunos conheciam a área de UXDesign; 
c) as habilidades que consideravam necessárias para atuar na área, sendo essas 
habilidades da área deBiblioteconomia, 
d) se o curso de Biblioteconomia possibilitava aos alunos atuarem como UXDesigner; 
e) e quais conhecimentos da área os alunospossuíam. 
Espera-se a partir desse formulário levantar a opinião dos alunos sobre a relação entre 
as áreas e principalmente quais os conhecimentos os alunos possuem que os permitiriam atuar 
como UX Designers. 
 
4.2.1 Os Conhecimentos dos Alunos de Biblioteconomia 
 
O link do questionário foi enviado a partir de três mídias: grupos de WhatsApp e 
Facebook com alunos e ex-alunos do curso e por e-mail as turmas. Apesar de não ter sido 
solicitado um retorno dos respondentes, alguns alunos retornaram avisando que haviam 
respondido ao questionário. O formulário ficou disponível durante 11 dias, especificamente 
do dia 5 de junho até o dia 16 de junho de 2019, obtendo 68 respostas. O formulário se inicia 
com um texto apresentando o estudo e o público-alvo, sendo este os alunos e ex-alunos do 
curso de Biblioteconomia, o gráfico 1 apresenta a distribuição dos respondentes. 
O maior número de respondentes estava entre os alunos do 6º período, período ou 
superior e ex-alunos do curso, somando 48,5% dos respondentes. 
 
42 
 
Gráfico 1: Participantes separados pelo período correspondente 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
 
 
Gráfico 2: Participantes separados pelo período correspondenteFonte: Elaborado pela autora. 
 
 
 
A próxima questão foi bem específica, perguntando aos respondentes se eles 
conhecem a área de UX Design. Para essa questão, optou-se por não apresentar nenhuma 
definição do termo UX Design visto que o objetivo da questão era saber se os respondentes 
tinham conhecimento sobre o termo apresentado. 
 
43 
 
Gráfico 3: Conhecimento sobre Design UX 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
Em seguida, se iniciam as perguntas que possuem relação direta com o tema desse 
estudo. A terceira pergunta era referente aos conhecimentos dos alunos sobre as habilidades 
necessárias para atuação de um UX Designer. Os critérios utilizados na elaboração das 
respostas foram: os conceitos utilizados na construção do referencial teórico desse estudo e os 
dados encontrados no LinkedIn. Além disso, deixou-se essa questão em aberta para opiniões 
dos respondentes. 
As duas respostas mais selecionadas foram a de design e de programação, sendo a 
programação a habilidade mais solicitada como visto na análise de dados do LinkedIn. Dentre 
os respondentes, cinco optaram por incluir outras habilidades nas respostas, apesar de 3 deles 
afirmaremnãoconheceraáreadeUXDesign.Ashabilidadeslistadaspelosrespondentes 
foramasseguintes:arquiteturadainformação,designthinking,prototipação&feedbacks,personas,o
bjetivosdousuárioemapadaexperiência,prototipaçaorapid́da,padrõesdedesign& wireframe, 
prototipagem de alta fidelidade, métricas de UX Design, design comportamental e 
refinamento de protótipos, gestão de riscos e de arquivos históricos, informações e 
Competência emInformação. 
Relacionando as questões 2 e 3 temos que apesar de 42 dos respondentes apontaram 
não conhecer a área de UX Design e 20 desses respondentes optaram pela resposta “Não sei” 
quanto às habilidades que podemos julgar necessárias ao UX Designer, enquanto um 
respondente apontou conhecer a área, mas não foi capaz de opinar sobre ashabilidades. 
44 
 
Gráfico 4: Habilidades dos Designers UX a partir dos alunos deBiblioteconomia 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 
O próximo questionamento era sobre a possibilidade dos alunos do curso de graduação 
em Biblioteconomia como UX Designer a partir dos conhecimentos adquiridos durante a 
graduação. Em sua maioria, os alunos demonstraram duvida sobre a graduação em 
Biblioteconomia habilitá-los a atuar como UX Designer, em sequência, 29,4% dos 
respondentes afirmaram a possibilidade, apontando que 80% dos respondentes acreditarem na 
possibilidade de atuação a partir da graduação. Dentre os respondentes, três optaram por 
elaborar suas respostas. O primeiro elaborou a seguinte resposta: 
 
UX Design é uma função que evoca conhecimentos vindos de diversas áreas, como: 
Design, Tecnologia, Psicologia, Marketing e inclusive Biblioteconomia. Alguns 
cursos ajudam mais em um determinado lado da função e outros em outros aspectos, 
por exemplo: Psicólogos poderiam usar sua habilidade com cognição humana, 
dentro da parte de UX Research, realizando estudos com os usuários, aplicando 
testes de usabilidade e interpretando os resultados. Designers já tem uma 
predisposição maior, a atuar em campos ligados diretamente a problemas de 
interface, ou seja, construir uma interface amigável e dentro dos padrões de 
usabilidade. Bibliotecários possuem um trunfo ENORME nas mãos, as novas 
gerações parecem estar acordando para isso, mas é pouco disseminado dentro dos 
cursos. A questão é que, como a função de UX, vem com Designer atrelado ao 
nome, acaba-se criando a falsa ideia de que “é coisa de Designer”. Uma coisa que eu 
já percebi trabalhando com quem vem de design é que eles têm muita dificuldade de 
pensar de forma estruturada e sistêmica. Tudo tem que virar interface muito rápido, 
e gasta-se pouco tempo pensando no modelo conceitual daquilo. Que tipo de 
informação entra, o que sai depois, essas coisas. Isso tem sido um grande diferencial 
na minha carreira. Principalmente com a grade híbrida da UFRJ. Arquitetura de 
informação é uma disciplina chave, é que estuda em profundidade no nosso curso. 
 
O segundo respondente aponta que “Sim, contanto que tenha pelo menos uma 
disciplina voltada para área, de preferência com aulas práticas.” Enquanto o terceiro afirma: 
45 
 
“Não sei, pois não conheço essa área e quais habilidades são necessárias para atuar na 
mesma.”. O primeiro respondente foi quem também enumerou a maioria das habilidades 
citadas na questão 2. 
 
Gráfico 5: Graduação em Biblioteconomia como possibilitando atuar como 
Design UX 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 
A última pergunta do questionário é relacionada aos conhecimentos dos respondentes 
sobre as habilidades trazidas na coleta de dados do LinkedIn. O critério utilizado para 
selecionar as respostas foram as principais habilidades requisitadas nas vagas postadas no 
LinkedIn. A maioria dos respondentes (32) assinalou não ter conhecimento sobre as áreas 
enumeradas. Porém, a área de marketing foi a teve o valor mais expressivo com 23 respostas, 
podemos considerar esse valor visto que o curso possui a disciplina de Marketing em 
Unidades de Informação. Em sequência, ficaram as respostas HTML, CSS e JavaScript, tais 
áreas fazem parte do chamado Front-End em que apenas 3 respondentes apontaram possuir 
conhecimento. 
 
 
46 
 
Gráfico 6: As habilidades que os alunos do curso de Biblioteconomia possuem 
 
Fonte: Elaborado pela autora 
 
A partir da análise dos dados extraídos das vagas disponibilizadas no LinkedIn e do 
questionário realizado com alunos e ex-alunos do curso de Biblioteconomia e Gestão de 
Unidades da UFRJ foi observado que apesar do uso do termo Design UX, o mercado carioca, 
especificamente a partir das vagas analisadas parece encontrar dificuldade em definir 
propriamente as atribuições do Designer UX. Pois, devido às vagas analisadas encontramos a 
inclusão de vagas para Web Design, Design de Interface do Usuário e Desenvolvimento 
Front-End, sendo as habilidades relacionadas à área de programação e em específico as de 
Front-End as mais requisitadas. Além disso, o questionário direcionado aos alunos e ex- 
alunos do curso de Biblioteconomia demonstraram que apesar de conhecerem o termo UX 
Design e acreditarem possuir conhecimento para atuar na área devido a graduação, a maioria 
dos alunos apontou não possuir a maioria das habilidades requeridas nas vagas analisadas no 
LinkedIn. Entretanto, um dos respondentes assinalou considerar a disciplina de Arquitetura da 
Informaçãofundamental. 
Por meio das questões pontuadas acima e das discussões elaboradas ao longo desse 
estudo, temos que os objetivos geral e específicos deste estudo foram alcançados. Sendo eles, 
compreender a área de Design UX e como se aproxima da Biblioteconomia, a fim de entender 
quais os conhecimentos específicos os bibliotecários podem se utilizar para atuar na área. 
Além disso, fazer uma análise sobre as vagas disponíveis no mercado e conhecer 
empresas no Rio de Janeiro que possuam profissionais da área de Design UX. Foi possível 
constatar que as empresas que solicitam profissionais do design de experiência do usuário 
47 
 
atuam estão relacionadas à tecnologia. 
5 HABILIDADES DO BIBLIOTECÁRIO PARA SE TORNAR UM UXDESIGNER 
 
Ao pensar na atuação do bibliotecário como Designer de experiência do usuário, 
podemos pensar na afirmação de Macedo (2014) que aponta que as técnicas da 
biblioteconomia podem ser aplicadas a Web, citando como exemplo a indexação, a taxonomia 
e o vocabulário controlado, enquanto no meio analógico tempos as habilidades e técnicas 
relacionadas aos estudos de usuários. 
As vantagens de um bibliotecário no processo de construção de um produto perpassam 
pelo olhar do bibliotecário de entendimento das técnicas de organização da informação como 
hierarquização, classificação e indexação, colaborando na construção de sites e aplicativos. O 
bibliotecário traz acessibilidade no acesso à

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