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Arquitetura

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GUIA DA 
DISCIPLINA 
 2022 
ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 
Me. Daniela dos Santos Domingues 
Marino Marino 
 
 
1 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O 
1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 
 
Objetivo 
Apresentar conceitos gerais sobre os fundamentos teóricos que norteiam a disciplina 
de Arquitetura da Informação por meio da revisão bibliográfica pertinente à área de Ciência 
da Informação. 
 
Introdução 
O desejo de acessar e construir novos conhecimentos sempre foi inerente aos seres 
humanos, dessa forma, os polos e espaços informacionais representariam centros de 
difusão desses conhecimentos, lugares onde as pessoas pudessem encontrar e recuperar 
toda informação que precisassem. 
 
Assim, ainda que no passado os profissionais da informação pudessem ser 
considerados como profissionais técnicos, a partir do momento que passaram a interagir 
com os aspectos que estruturam a circulação da informação e com seus agentes, o debate 
acerca da pertinência dos estudos sobre informação às áreas das Ciências Sociais se 
ampliou. Com o tempo, essas relações entre pessoas (usuários) e objetos passaram a 
contribuir para a construção, divulgação e recuperação de todo tipo de conhecimento. 
Portanto, a ideia da arquitetura da informação como disciplina teórica e prática dos cursos 
de Biblioteconomia “objetiva a estruturação e o desenvolvimento de conteúdos em 
ambientes informacionais digitais para que o usuário possa recuperar informações de modo 
mais sucinto e padronizado” (ALVAREZ et al, 2020). 
 
1.1. A gênese de uma disciplina 
Apesar de a Arquitetura da Informação não ser conceituada como uma ciência, 
enquanto disciplina da área de Ciência da Informação ela pode contribuir para o registro e 
a reflexão acerca de elementos relacionados à experiência do usuário como apontado 
anteriormente. No entanto, justamente pelo fato de se tratar de um debate historicamente 
recente, alguns percalços em sua conceituação podem ser encontrados: 
 
 
 
2 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Arquitetura da Informação enquanto campo de conhecimento, é um espaço que ainda 
na atualidade, é permeado por discussões e debates no que se refere à sua essência 
conceitual, isto provocado, por fatores associados à falta de consenso na construção 
de uma definição que seja capaz de unir as propostas feitas pelos autores 
influenciados pela práxis do trabalho em projetos de Arquitetura da informação e, as 
propostas advindas de estudos mais epistemológicos e científicos. (ALVAREZ et al, 
2020, p. 3) 
 
 
Logo, mesmo que as relações com aspectos técnicos de construção de espaços 
digitais ou analógicos sejam intrínsecas à aplicação dos conceitos da Arquitetura da 
Informação, o objetivo de uma disciplina como essa no currículo de Ciência da Informação 
tem como principal propósito o de fornecer subsídios teóricos que indiquem não só seu 
propósito, mas como seus objetos de estudos são definidos. Nesse sentido, a disciplina 
deve “oferecer teorias e métodos para a compreensão e o design de espaços de informação 
de qualquer natureza” a fim de que seus conhecedores possam “projetar espaços de 
informação e seus aspectos sociais, culturais e tecnológicos como objeto de estudo da 
Arquitetura da informação” (LACERDA, 2015 apud ALVAREZ et al, 2020, p. 3), ou, em 
outras palavras, busca garantir a disponibilização, o acesso e o uso da informação em 
ambientes de informação digitais e analógicos. 
 
Por isso, a compreensão dos contextos históricos que possibilitaram o surgimento e 
a continuidade dessa disciplina se faz necessária para que possamos entender, por 
exemplo, em que momento alguns dos componentes curriculares da Ciência da Informação 
deixaram de ser exclusivamente técnicos para se tornarem do interesse das áreas da 
Comunicação, Sociologia, Biblioteconomia e outras áreas correlatas: 
 
Enquanto o modelo físico pensava os processos numa lógica essencialmente linear, 
do transporte de um ponto a outro (e sobre a forma de otimizar esse transporte), a 
lógica sistêmica privilegiou a ideia de ciclo, de circularidade: todo processo sempre 
representa a saída de alguma entidade, e essa saída vai provocar a formação de 
novos elementos de entrada – como normalmente expresso nos conceitos de input e 
output. 
 
Assim, diversos estudos na ciência da informação buscaram determinar e caracterizar 
os diversos processos necessários para o adequado funcionamento dos sistemas de 
informação. Os sistemas de informação foram pensados a partir da lógica dos 
processos de entrada (entrada de dados, com a aquisição de itens informacionais, a 
seleção destes itens para a composição de determinado acervo), de processamento 
(os itens informacionais que dão entrada num sistema de informação precisam ser 
descritos, catalogados, classificados, 
indexados) e de saída (pelo acesso aos itens informacionais por parte 
dos usuários, na forma de disseminação, entrega da informação, etc). (ARAÚJO, 
2018, p.27) 
 
 
3 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O surgimento do termo “arquitetura da informação” como relacionado ao 
desenvolvimento tecnológico ou de criação de sites, por exemplo, aparece em algumas 
bibliografias atribuído à pesquisa de Richard Saul Wurman, que juntamente com Joel Katz, 
publicou o artigo Beyond Graphics: The architecture of Information (Além dos gráficos: a 
arquitetura da informação), em 1975, porém, Alvarez et al (2020), ao revisarem a 
bibliografia acerca do tema, afirmam que “arquitetura” já era utilizada anteriormente em 
contextos tecnológicos e computacionais já por volta do final dos anos 1950: 
 
Muito embora, as conceitualizações apresentadas façam referência ao uso do termo 
“arquitetura” no contexto computacional, as mesmas também serviram de base para 
a inédita aparição, em 1970, do termo “arquitetura da informação”, fato este, 
evidenciado pela obra de Pake (1985), citado por León (2008) e por Resmini e Rosati 
(2011a), quando aquele narra a missão dada para um grupo de cientistas das áreas 
das Ciências Naturais e da Ciência da Informação, em criar uma que fosse possível 
de aplicar aos artefatos tecnológicos desenvolvidos pela Xerox Palo Alto Research 
Center, empresa recém-criada e que fez grandes contribuições à área da Interação 
Humano-Computador (IHC), destacando-se pela participação no projeto de criação 
do primeiro computador pessoal com interface amigável. (ALVAREZ et al 2020, p. 6) 
 
Já entre os anos 1970 e 1980, com o crescente interesse pelas maneiras como as 
informações sobre ambientes urbanos pudessem ser reunidas, organizadas e 
apresentadas a públicos distintos, profissionais da arquitetura acabaram utilizando o termo 
para definir uma arte de criar instruções para espaços organizados (ALVAREZ et al, 2020, 
p. 7). E por volta dos anos 1990, cada vez mais teóricos passaram a contribuir com a 
fundamentação teórica e metodológica da arquitetura da informação como uma disciplina 
cujas características são mais próximas das que conhecemos hoje em dia. 
 
Araújo (2018), por sua vez, localiza nossa disciplina no campo da recuperação da 
informação e das ciências da linguagem, mais precisamente em relação à semiótica, mas 
aponta que diversos autores têm se dedicado desde o início dos anos 2000 a refletir a 
Arquitetura da Informação a partir de conceitos sobre desenvolvimento de hipertexto, 
indexação automática e mapas conceituais e conclui que há uma demanda específica que 
vem sendo colocada para o campo relaciona-se com a internet das coisas e que modelos 
vêm sendo desenvolvidos para ilustrar a resolução de questões relacionadas a esse 
contexto. 
 
Uma vez que os objetivos da Arquitetura da Informação foram se ampliando e 
expandindo seu alcance e uso para além dos espaços da Web, é possível destacar três 
etapas importantes dessedesenvolvimento (LEON, 2008 apud ALVAREZ et al, 2020, p. 7): 
 
 
4 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
• O período de 1970 a 1980, sob a visão de Design de Informações; 
• O período de 1980 a 1995, sob a visão de Análise e Design de Sistemas de 
Informação; 
• E o último período, de 1995 até atualidade, sob a Visão Integradora. 
 
 
No entanto, ainda de acordo com Alvarez et al (2020), os autores Resmini e Rosati , 
divergem de Leon (2008) no que se refere ao momento de passagem entre as visões, 
Design de Informação e Visão Integradora, propondo o que como se apresenta na figura 
abaixo, uma divisão desta visão, em duas etapas, sugerindo uma visão que chamaram de 
Arquitetura da Informação Clássica, abarcadora do período dos anos 1960 até os primeiros 
anos do ano 2000; e uma visão chamada de, Arquitetura da Informação Pervasiva e 
Ubíqua, que abarca, desde o ano 2000 até a atualidade: 
 
 
Essas evidências de maior profusão e acesso a determinadas informações 
corroboram o que Frohman (2016) postula acerca da importância dos registros e 
documentos para que objetos e ideias possam existir de maneira concreta no mundo. De 
acordo com o autor, algo que não estivesse registrado em algum meio/suporte que 
contivesse algum peso ou massa, ou seja, que fosse considerado um documento não 
existia institucionalmente. 
 
Frohmann afirma que não pode haver informação sobre um tipo X, se o tipo X não 
existir: “E se o tipo não pode existir sem documentação, então a documentação é 
necessária para que haja informação sobre ele” (FROHMANN, 2016). Ou seja, ainda que 
essas assertivas soem como profecias autorrealizáveis, o fato é que à medida que 
pensadores e estudiosos se viram diante de certos problemas e levantaram hipóteses para 
 Bisset (2017, p.42) em ALVAREZ et al, 2020 
 
 
5 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
refletir sobre eles, também possibilitaram que informações sobre esses problemas e os 
seus processos de resolução fossem registrados, garantindo então, que hoje possamos ter 
uma disciplina cuja fundamentação teórica tem sido construída há algumas décadas. E a 
evolução na construção do conhecimento que nos permite estar aqui pode ser observada 
a partir dos quadros abaixo, delineados por Alvarez et al (2020): 
 
 
 
 
 
6 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
7 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Tendo conhecido a evolução dos estudos da arquitetura da informação, em nossa 
próxima unidade seguiremos aprofundando nosso conhecimento sobre seus conceitos e 
possíveis aplicações. 
 
 
 
ALVAREZ, E. B.; BRITO, J.F.; VIDOTTI, S.A.. Arquitetura da informação enquanto 
disciplina científica: um debate ainda aberto. EM; Revista Brasileira de 
Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 16,.p. 1-24, 2020. 
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da informação? Belo Horizonte, 
2018. 
FROHMANN, B.. O caráter social, material e público da informação. In: FUJITA, 
M. S.L., MARTELETO, R.M., LARA, M.L.G. de. A dimensão epistemológica da 
Ciência da Informação e suas interfaces técnicas, políticas e institucionais nos 
processos de produção, acesso e disseminação da informação. São Paulo: 
Cultura Acadêmica Ed.; Marília: Fundepe Ed., 2008, p. 17-34] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. PRÁTICAS E APLICAÇÕES DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 
 
Objetivo 
Refletir sobre as possíveis práticas e aplicações da disciplina de Arquitetura da 
Informação por meio da revisão bibliográfica pertinente produzida por teóricos da área. 
 
Introdução 
A exemplo do que ocorre em diversas áreas do conhecimento, muitos conceitos e 
teorias surgiram da experiência prática de profissionais que sentiram a necessidade de 
registrar fenômenos a fim de que a reflexão acerca desses eventos pudesse então 
fundamentar futuras práticas. A Ciência da Informação seguiu esse mesmo caminho e, 
consequentemente, o mesmo ocorreu com as disciplinas que surgiram a partir das 
primeiras conceituações, como é o caso da Arquitetura da Informação. Ou seja, se entre os 
anos 1960 a 1980 o termo “arquitetura da informação” ainda não possuía os contornos de 
hoje, a partir dos anos 2000, com uma produção mais madura e profusa, suas práticas e 
delimitações acadêmicas passaram a se constituir de maneira mais sólida, possibilitando 
que se firmasse então como uma disciplina dentro da área de Ciência da Informação e de 
documentação. 
 
2.1. A prática como fundamentação da teoria 
Alvarez et al (2020) conceituam a evolução das práticas e teorias da Arquitetura da 
Informação a partir de duas linhas do processo de construção dos aparatos teórico-práticos: 
 
a) a primeira, nasce junto com o termo Arquitetura da Informação nos 
anos 60 e dura até a atualidade; e que surge fortemente pautada sob 
um enfoque prático, onde cada autor baseado em sua própria 
experiência oferece ferramentas, técnicas, métodos e conceitos para 
sustentar suas propostas; pode ser chamada de “Metodológica e 
Tecnicista” ou “Empírico-Pragmática”. 
b) a segunda, surge desde os primeiros anos da década 2000; quando 
começam a aparecer publicações de autores preocupados com a 
edificação de uma estrutura teórica e formal e com a consolidação da 
Arquitetura da Informação enquanto campo de estudo; pode ser 
chamada de linha de “Construção Epistêmica ou Epistemológica”. 
(ALVAREZ et al, p. 10) 
 
Em relação à primeira linha do processo de desenvolvimento epistemológico e 
prático da Arquitetura da Informação, as concepções, advinham do que o contexto 
demandava das pessoas envolvidas com a construção de espaços analógicos para acesso 
 
 
9 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
e recuperação de informação e eram registradas em forma de relatos de experiência e dos 
passos envolvidos nas trajetórias que levaram à resolução de problemas específicos. A 
prática que existia a partir da fundamentação teórica mais relacionada à ideia da arquitetura 
tradicional é conhecida como Abordagem Arquitetural. 
 
A partir do maior desenvolvimento e acessibilidade dos computadores, as empresas 
passaram a utilizar o termo “arquitetura da informação” para o “gerenciamento dos dados 
resultantes dos processos internos, criando assim, vários sistemas de gerenciamento de 
dados independentes entre si, e que deram solução a problemas pontuais” (ALVAREZ et 
al, p. 11). Por volta do início dos anos 2000 observou a tendência de se referir à arquitetura 
da informação como um processo de design de sistemas de informação. A essa abordagem 
foi dado o nome de Abordagem Sistêmica. 
 
Alguns autores destacam a presença de conceitos pertinentes à biblioteconomia e 
ciência da informação na produção de projetos de arquitetura da informação, principalmente 
a partir do surgimento da web como uma plataforma de interesse dos profissionais da área. 
A essa abordagem é dado o nome de Abordagem Informacional. 
 
Por fim, a Abordagem Pervasiva é a que prevê maior predominância da 
complexidade dos ambientes de informação digital tendo como foco as necessidades dos 
usuários de acordo com os contextos sociais onde transitam. 
 
Já em relação à segunda linha de nossa trajetória, ela então se desenvolveu a partir 
da construção do conhecimento epistemológico da arquitetura da informação propriamente 
dito a fim de possibilitar a justificativa seu surgimento como uma disciplina científica: 
Dentre os seguidores desta linha de pensamento, destacam-se vários autores, como, 
Dillon (2002), Davenport (2001), Bailey (2003), Haverty (2002), Macedo (2005), Lima-
Marques e Macedo (2006), Albuquerque (2010), Siqueira (2008), Resmini e Rosati(2011), Oliveira (2014), Oliveira, Vidotti e Bentes (2015), dentre outros. 
Por sua vez Siqueira (2012) analisando Hubert-Miller (2006), destaca a preocupação 
deste último, diante da necessidade de fundamentar a prática de Arquitetura da 
Informação dentro de uma estrutura filosófica e científica que pudesse adoção de 
conceitos e manutenção da integridade deles ao longo do processo de investigação 
dos problemas e composição das soluções, tanto teóricas quanto tecnológicas. 
(ALVAREZ et al, 2020, p. 12) 
 
Assim, a Arquitetura da Informação tem se firmado como uma disciplina de produção 
e práticas próprias, porém, sua origem, tal qual ocorre com a Ciência da Informação como 
 
 
10 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
área do conhecimento científico, se deu a partir de conceitos de áreas distintas como 
matemática, filosofia, entre outras, como ilustrado abaixo: 
 
 
 
2.2. Algumas aplicações da arquitetura da informação 
Entendendo então que a Arquitetura da Informação não se originou a partir de uma 
única concepção, sua vocação para a solução de problemas relacionados ao acesso e uso 
de informações disponíveis não é única perspectiva possível para suas aplicações. Ainda 
assim, o termo costuma ser mais associado a determinadas práticas que outras 
dependendo do contexto em que é observado, como é o caso de websites desenvolvidos 
para recuperação de dados sobre os livros de uma biblioteca, por exemplo. 
 
Nesse sentido, para o desenvolvimento de projetos que tenham foco no acesso e 
recuperação de determinados dados informacionais é preciso ter em mente os seguintes 
aspectos (OLIVEIRA et al, 2011): 
 
 
Interdisciplinaridade da arquitetura da informação. Fonte: Em Alvarez et al, 2020. 
 
 
11 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Ou seja, no contexto da Biblioteconomia, o bibliotecário pode atuar como arquiteto 
dos sistemas informacionais, como o agente responsável em conceituar os ambientes em 
que os usuários irão transitar para que possam encontrar informações de maneira mais 
rápida. Para isso, os elementos abaixo representam itens fundamentais na confecção de 
um projeto1: 
• Contexto: análise do negócio, produto, escopo do projeto 
• Taxonomia: a ciência da classificação, identificação e descrição dos objetos 
• Ontologia: conceito, definição, representação e relacionamento entre objetos 
• Hierarquia: relações coordenadas ou subordinadas 
• Rotulagem: a nomenclatura importa! 
• Encontrabilidade: como utilizar aquilo que não se pode encontrar? 
 
 
 
 
ALVAREZ, E. B.; BRITO, J.F.; VIDOTTI, S.A.. Arquitetura da informação enquanto 
disciplina científica: um debate ainda aberto. EM; Revista Brasileira de 
Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 16,.p. 1-24, 2020. 
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da informação? Belo Horizonte, 
2018. 
OLIVEIRA, H. P. C.; BENTES, V.; VIDOTTI, S.A.. O Ensino da Arquitetura da 
Informação: Uma Proposta para os cursos de Biblioteconomia da Universidade 
Federal do Ceará. Disponível em: 
 http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/19081 
 
 
1ht tps:/ /crb8.org.br /oldsite/a -arqui tetura-da- informacao-na-web-sob-a-ot ica-da-
bib l ioteconomia/ 
 
a) Usuários - suas necessidades, tarefas, hábitos e comportamentos; 
b) Conteúdo - características do que será apresentado (objetivo, uso, volume, 
formato, estrutura, governança, dinamismo); e 
c) Especificidades do contexto de uso do sistema de informação - (proposta de valor de 
website, cultura e política da empresa, restrições tecnológicas, localização, etc.) 
 
 
12 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. BASE E ESTRUTURA DA ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO 
 
Objetivo 
Apresentar conceitos gerais sobre as relações entre Arquitetura tradicional e 
Arquitetura de Informação e ampliar a reflexão a respeito dos primeiros passos na 
construção de espaços informacionais digitais. 
 
Introdução 
Há mais de 20 anos Rosenfeld e Morville (1998) já afirmavam que bons consultores 
de informação sabiam que você não poderia simplesmente saltar dentro de um site e 
começar escrevendo HTML, da mesma forma que você não poderia construir uma casa 
apenas derramando concreto e erguendo algumas paredes. Você precisa saber quem vai 
usar o site, e para que ele será usado. Você precisa de alguma ideia do que você gostaria 
de chamar a sua atenção durante a sua visita. No geral, você precisa de uma visão forte e 
coesa para o site para torná-lo distinto e utilizável. 
 
Ou seja, a partir daqui, iremos expandir os conceitos acerca dos elementos 
necessários para que o arquiteto de informação, que pode ser um consultor, um publicitário 
ou um bibliotecário, por exemplo, possa confeccionar sua própria checklist de itens antes 
de entregar um projeto ao designer ou desenvolvedor de um website, seja ele para a 
utilização em um site de biblioteca analógica ou digital, ou de qualquer outro projeto de 
disponibilização e acesso de informação. 
 
3.1. Contribuições da Arquitetura tradicional 
As relações entre Arquitetura tradicional e Arquitetura da Informação são facilmente 
observáveis ao considerarmos sites como prédios diversos: diariamente podemos transitar 
entre diversos prédios e construções e nossa mobilidade dentro de cada um deles depende 
de uma série de fatores como o tipo de serviços que abriga (se é um hospital, um hotel, 
uma escola, um prédio de escritórios), do tipo de informações disponíveis sobre os espaços 
internos (sinalização como placas e adesivos, locutores) e do nosso repertório prévio (se já 
estivemos em prédios semelhantes, se sabemos ler a sinalização, se conhecemos os 
recursos que possibilitam a mobilidade, como escadas e elevadores, entre outros). Nesse 
sentido, o arquiteto seria responsável em definir a estrutura de um determinado espaço 
para torná-lo convidativo e confortável para que as pessoas queiram voltar um dia. 
 
 
13 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
No entanto, alguns prédios nos causam má impressão, nos deixam cansados ou 
perdidos. E por que isso acontece? De acordo com Rosenfeld e Morville (1998), isso ocorre 
porque muitos arquitetos não vivem, trabalham ou frequentam os prédios que eles mesmos 
projetam. Logo, é possível inferir que com Arquitetura da Informação não seja muito 
diferente: é essencial que o arquiteto tenha profundo conhecimento de todas as 
informações necessárias na hora de realizar um projeto de espaço informacional, é preciso 
que antes de se tornar um arquiteto de informação ele seja um usuário experiente de 
websites e de sistemas que pretende projetar. 
 
Para isso, Rosenfeld e Morville (1998) sugerem alguns tópicos imprescindíveis 
quando se trata de compreender como um usuário se sente ao utilizar um site. A 
reincidência de citações desses dois autores se justifica pelo fato de além de Information 
Architecture for the World Wide Web ser um livro basilar sobre o assunto, utilizado como 
referência em grande parte de artigos científicos sobre Arquitetura da Informação, seu texto 
é fluído e didático, porém, nunca publicado no Brasil. Dessa forma, é esperado que muitos 
textos na área se dediquem a uma revisão bibliográfica de autores que ainda não foram 
publicados aqui, mas que cujas contribuições seguem relevantes mesmo diante do avanço 
tecnológico que costuma deixar muitas obras obsoletas depois de poucos anos. 
 
3.2. O que você odeia em um site? 
Embora a pergunta colocada por Rosenfeld e Morville pareça se deslocar um pouco 
da objetividade científica, o que os autores sugerem é que ninguém é capaz de projetar um 
bom site a menos que seja um consumidor crítico de um. Nesse sentido, a ideia de andar 
com os sapatos de outra pessoa e viver sua experiência seria o ponto de partida para uma 
reflexão que levantaria hipóteses sobreos motivos de um determinado site não funcionar 
como deveria, ou seja, ao buscar soluções para os problemas constatados, seríamos 
capazes de criar listas e critérios que nos possibilitem agir de forma mais objetiva quando 
tivermos que criar nossos próprios projetos. 
 
Por isso, a partir de agora, busque refletir sobre sua própria experiência como um 
usuário e compare com os problemas apontados pelos autores. Eles são os mesmos que 
você já experimentou? Você acrescentaria mais algum a essa lista? 
 
 
 
 
14 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. Não consegue encontrar algo: Apesar de saber que um determinado site contém 
uma grande quantidade de informação do seu interesse, você não consegue 
encontrar nada e chega a duvidar se está no lugar correto. Isso porque os rótulos 
utilizados são obscuros ou porque talvez a nomenclatura utilizada não lhe seja 
familiar. Às vezes o conteúdo se move rapidamente devido à quantidade de nova 
informação adicionada ou as cores mudam radicalmente de uma página para 
outra, o deixando confuso se você ainda estaria no mesmo site. 
2. Design e layout deficientes: Páginas cheias de texto, 
links, gráficos e outros componentes tornam mais difícil para os usuários 
encontrarem informações nessas páginas, assim como o congestionamento de 
resultados em páginas longas que requerem rolagem para chegar a itens 
importantes. 
3. Uso gratuito de avisos sonoros: Embora pareçam lúdicos e criativos de alguma 
forma, assim como os gráficos e outros itens, as tecnologias dos projetos do 
website devem ajudar os usuários a obter o que eles querem de um site. Se o 
efeito desejado da tecnologia é atrair e cativar o usuário, então ela deve ser 
aplicada com muito cuidado. 
4. Tom inapropriado: este item talvez pareça de menor importância, porém, a 
pesquisa sobre quem são os usuários de um site antes que ele seja lançado é 
fundamental justamente porque é por meio dela que o arquiteto da informação 
descobrirá que tipo de repertório os usuários possuem e quem são essas 
pessoas. Se as pessoas responsáveis pelo site utilizam jargões específicos da 
cultura informacional ou organizacional e o site é destinado ao acesso de 
informações médicas, os usuários sentirão dificuldade em encontrar o que 
precisam. 
5. “Em construção”: Rosenfeld e Morville explicam que se os usuários preferem não 
receber nenhuma informação sobre um site a descobrir que o site não está 
funcionando. Sendo assim, um site só deveria ser lançado quando estiver de fato 
concluído, do contrário corre-se o risco de transmitir uma ideia de abandono e 
descuido. 
6. Falta de atenção aos detalhes: links quebrados, conteúdo desatualizado 
demonstram falta de profissionalismo. 
 
 
 
 
15 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3.3. O que você gosta em um site? 
Ainda que em seu livro Information Architecture for the World Wide Web (1998) o 
conteúdo desse tópico seja menor do que o anterior, Rosenfeld e Morville alertam que isso 
não significa que há menos aspectos positivos que negativos nas redes, mas que os 
aspectos positivos não costumam chamar tanto a nossa atenção quanto os problemas. 
 
Os fatores que se destacam positivamente também podem variar de acordo com 
cada usuário, porém, esses são alguns dos mais comuns: 
1. Estética: o prazer estético que alguém experimenta ao acessar um site possui 
mais relação com o visual de uma página como um todo do que com gráficos e 
dados observados individualmente. Por isso, as informações apresentadas 
devem estar integradas aos recursos de cada página de maneira harmoniosa. 
2. Grandes ideias: Sites que nos levam até a esquecermos que estamos navegando 
em um deles são aqueles cujas qualidades intangíveis residem em 
características como uma boa escrita, edição e capacidade de comunicar suas 
ideias de forma eficiente. 
3. Utilidade: Acima de tudo, nós retornamos a um site porque o consideramos útil 
de alguma forma. Não utilizamos sites porque são sites, mas porque precisamos 
realizar alguma pesquisa, para saber das notícias ou atrás de diversão e se eles 
não funcionam apropriadamente, as chances de não voltarmos são maiores. 
4. “Encontrabilidade”: Enquanto a dificuldade de encontrar o que procuramos seja 
uma das experiências dolorosas em lidar com sites, é realmente reconfortante 
quando encontramos o que precisamos. Por isso, fatores como organização e a 
facilidade de navegação são algumas das qualidades intangíveis relacionadas à 
“encontrabilidade” das coisas. 
5. Personalização: Os usuários cada vez mais exigem de sites a capacidade de 
obter informações personalizadas para seus interesses e necessidades. Muitos 
sites adaptam o seu conteúdo através do uso de arquiteturas projetadas para 
suportar múltiplos tipos de audiência ou através de tecnologias que permitem 
aos usuários traçar o perfil de seus interesses pessoais. Estes tipos de sites 
demonstram que seus designers são sensíveis ao fato de que os usuários não 
são todos iguais. Além disso, a influência dos usuários e dos esforços de 
marketing têm impulsionado essa tendência de maneira significativa. A 
qualidade intangível deste tipo de site é que seus designers percebem que os 
 
 
16 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
usuários são diferentes, e tomar providências para atender às suas necessidades 
específicas. 
 
Em nossa próxima unidade nos aprofundaremos na experiência do usuário como 
um dos fatores determinantes das pesquisas que norteiam as ações do arquiteto 
de informação. 
 
 
 
 
MORVILLE, P; ROSENFELD, L. Information Architecture for the World Wide 
Web. Sebastopol, CA: O’Reilly, 1998. 
BELLUZZO, Regina Célia B; FERES, Glória Georges; VALENTIN, Marta Lígia P. Redes de 
conhecimento e competência em Informação: Interfaces da gestão, mediação e uso da 
informação. Interciência, 2016. Biblioteca virtual Pearson 
 
 
 
 
A arquitetura da compreensão – Fala de Peter Morville: 
 https://www.youtube.com/watch?v=s-xWkYMaSis 
 
 
 
 
 
17 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. O USUÁRIO NA ARQUITETURA DE INFORMAÇÃO 
 
Objetivo 
Apresentar conceitos gerais sobre a experiência do usuário por meio da 
compreensão de seus principais aspectos. 
 
Introdução 
Embora a Ciência da Informação não tenha nascido como uma ciência tipicamente 
social, ao longo dos anos ela identificou-se com o escopo das Ciências Sociais à medida 
em que passou a se orientar a partir de uma postura em que os sujeitos passaram a ser 
vistos como o principal ator e objetivo dos chamados sistemas de informação, assim, 
métodos e conceitos das ciências humanas e sociais foram aplicados para o seu estudo: 
 
Nos estudos de usuários, desenvolveu-se a partir da década de 1980 a abordagem 
de comportamento informacional. Tais estudos se desenvolveram embasados em 
teorias tais como a do estado anômalo do conhecimento de Belkin (1980), a teoria 
sense making de Dervin (1983; 1989), a teoria do valor agregado de Taylor e a 
abordagem construtivista baseada em processo de Kuhlthau (2004). Em comum, 
todas elas apresentam uma perspectiva cognitivista: busca-se entender o que é a 
informação do ponto de vista das estruturas mentais dos usuários que se relacionam 
(que necessitam, que buscam e que usam) a informação. Os usuários são estudados 
enquanto seres dotados de um determinado “universo” de informações em suas 
mentes, utilizando essas informações para pautar e dirigir suas atividades cotidianas. 
Uma vez que se verifica uma falta, uma ausência de determinada informação, inicia-
se o processo de busca de informação – aí entra a informação, como aquilo capaz de 
preencher uma lacuna, satisfazer uma ausência. Tal perspectiva permite 
compreender a informação inclusive numa lógica cumulativa, na medida em quenovas informações se somam às anteriores no mapa mental dos indivíduos. 
(ARAÚJO, 2018, p.39) 
 
Por isso, embora a Arquitetura da Informação se ocupe com alguns aspectos da 
experiência desses indivíduos, ela corresponde a apenas um dos fatores que definem 
experiência do usuário (UX) de um determinado sistema de informação, dentro de um 
contexto específico, e pode ser definida a partir de elementos que partem de um maior nível 
de abstração para um nível mais concreto, ou seja, A imagem abaixo ilustra a concepção 
de experiência do usuário como um guarda-chuva de conceitos relacionados à 
complexidade das ações realizadas entre esse usuário e os produtos com os quais interage: 
 
 
 https://www.alura.com.br/artigos/ux-design-medos-e-insegurancas 
 
 
18 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
James Garret (2010) é responsável por criar um dos modelos teóricos sobre 
experiência do usuário (UX – do inglês User Experience) mais difundidos no meio da 
Ciência da Informação. Esse modelo ilustra os elementos contidos nessa experiência que 
devem ser preocupação de qum lida com Arquitetura da Informação: 
 
 Modelo de Garret 
 
 
19 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4.1. A experiência do usuário 
Ainda que o modelo proposto por Garret pareça indicar que a separação entre cada 
elemento que compreende a experiência do usuário seja clara e bem definida, na prática 
essas linhas e espaços não significam exatamente que os problemas a serem resolvidos 
devam ser pensados como se estivessem em caixas que não possuem conexão entre si. 
Isso porque, ao relatar sua dificuldade a respeito da utilização de um determinado sistema, 
nem sempre a comunicação entre usuário e designer é eficaz. Na maior parte das vezes, 
para compreender um determinado problema e ser capaz de resolvê-lo, é necessário que 
toda equipe envolvida na construção do espaço utilizado pelos usuários e os próprios 
usuários estejam cientes dos processos envolvidos em cada plano do modelo de Garret, a 
fim de que a linguagem utilizada durante os processos seja a mesma e seja acessível a 
todos. 
 
Por se tratar de uma área relativamente nova e que possui conexões com outras 
áreas já estabelecidas no campo da Ciência da Informação e a acesso ao conhecimento, 
nem sempre as nomenclaturas pertinentes à Arquitetura da Informação são as mesmas. 
Isso pode gerar uma certa confusão entre gestores da informação e de dados na hora de 
contratar especialistas e na hora de delegar as atribuições que acreditam fazer parte do 
currículo de alguns profissionais. Por exemplo, a área de Tecnologia da Informação (T.I.), 
que é a área responsável pela execução dos projetos digitais como websites, bancos de 
dados, programas para instituições diversas, arquiteto da Informação pode ser a pessoa 
que constrói peças de hardware, enquanto o analista de negócios seria a pessoa 
responsável pelo desenvolvimento de estratégia, objetivo, estrutura dos ambientes, ou seja, 
pelos aspectos considerados um pouco mais abstratos do que os aspectos técnicos ou 
físicos envolvidos na construção desses ambientes. 
 
Por isso, além da nomenclatura, é importante que a pessoa envolvida com 
Arquitetura da Informação dentro da área da Ciência da Informação e Biblioteconomia 
esteja muito ciente sobre cada um dos elementos que compõem a experiência do usuário. 
Começando pelo nível mais abstrato dessa experiência ilustrada na imagem do modelo de 
Garret, seguiremos então nessa ordem: Estratégia (Strategy), Escopo (Scope), Estrutura 
(Structure), Esqueleto (Skeleton) e Superfície (Surface). 
 
Estratégia: Nesse plano, a estratégia é que determina os passos seguintes em cada nível. 
Tendo em mente que um produto de acesso à informação precisa atender a uma certa 
 
 
20 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
demanda e resolver um determinado problema, é a estratégia que precisa responder às 
seguintes perguntas: O quê? Para quê? Para quem? Em seguida, devemos levantar as 
hipóteses que envolvem o problema a fim de solucioná-los. Por exemplo, sobre a Interface 
a ser utilizada, quais seriam os objetivos de um site a partir da pesquisa que foi realizada 
com os possíveis usuários? Quais são as metas do empreendimento ou da instituição? 
 
Escopo: As ferramentas e recursos que os usuários deveriam utilizar a fim de terem uma 
experiência mais próxima do que esperam de um site é uma preocupação no nível do 
escopo. É também nessa fase que as hipóteses levantadas na etapa anterior devem ser 
testadas. Por isso, é nesse momento que devemos definir a interface do software utilizado 
e qual sistema de hipertexto será disponibilizado para atender às necessidades do usuário 
quanto aos conteúdos que constam nos sites e quais informações serão de interesse 
desses usuários. 
 
Estrutura: A estrutura define como os usuários chegam a uma página e para onde vão 
uma vez que terminem o que estavam fazendo anteriormente. É também nesse nível que 
se prevê como os usuários irão interagir com o produto. Por isso, o designer responsável 
deverá mapear os fluxos de navegação e pensar sobre que tipo de interação poderia 
melhorar a UX a fim de que os usuários possam utilizar as funcionalidades de um site de 
maneira mais intuitiva possível. Assim: 
 
 
 
 
Bom design de interação: ajuda as pessoas a atingirem os seus objetivos; Comunica 
efetivamente sobre interatividade e funcionalidade (o que o usuário pode fazer); informa o 
usuário sobre alterações de estado (arquivo foi salvo, ou qualquer feedback); enquanto eles 
interagem; evita erros ou erros do usuário, como quando o sistema pede ao usuário para 
confirmar a ação potencialmente prejudicial (ex: exclusão / delete). 
 
Boa arquitetura de informação: organiza, categoriza e prioriza as informações com base nas 
necessidades do usuário e objetivos de negócios; facilita a compreensão e a circulação das 
informações apresentadas; flexível para acomodar o crescimento e se adaptar à mudança; 
apropriado para o público. 
 
 
 
21 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Esqueleto: Define a forma visual na tela, a apresentação e todos os elementos que nos 
fazem interagir com a funcionalidades de um sistema. Também, como que os usuários 
transitam pelas informações e como a informação é apresentada de forma que ela seja 
efetiva, óbvia e clara. Esqueleto é também chamado de wireframe2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Superfície: Esse nível é o mais concreto no que diz respeito ao design da UX, pois 
considera não só a interface do produto, mas seus protótipos e o aspecto final, ou seja, é o 
plano em que os usuários de fato têm contato com as funcionalidades de um site. Falamos 
aqui então da aparência do site, suas orientações estéticas, tipografia, paleta de cores, 
imagens e ilustrações nas guias e diretrizes que são estabelecidos pelas plataformas. 
 
 
 
 
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da informação? Belo Horizonte, 
2018. 
GARRET, Jesse James. The Elements of User Experience: User-Centered Design 
for the Web and Beyond. Peachipit Pr. 2002 
FERREIRA, Marcelo Bellon. Prototipagem e testes de usabilidade. Contentus, 
2002. Biblioteca Virtual Pearson 
LIMA, Gercina Angela de. Organização e Representação do Conhecimento e da 
Informação para a WEB. Interciência, 2020. Biblioteca Virtual Pearson 
 
 
 
 
2 h t tps: / /medium.com/omarelgabrys-b log/ux-a-quick-g lance-about- the-5-e lements-of-
user -exper ience-par t-2-a0da8798cd52 
 
Wireframes são amplamente utilizados para criar um formato visual, que é um diagrama estático 
que representa um formato visual do produto, incluindo conteúdo, navegação e maneiras de 
interações. 
O esqueleto é dividido em três componentes: Design de Interface, Designde Navegação e Design 
de Informação. 
O Design de interface apresenta e organiza os elementos de interface para permitir aos usuários 
interagir com a funcionalidade do sistema. 
O Design de navegação indica como navegar pelas informações usando a interface. 
O Design da informação define a apresentação da informação de uma forma que facilite sua 
compreensão. 
 
 
 
22 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
O que é Arquitetura da informação? – UXNOW: 
https://www.youtube.com/watch?v=vmvSMYaV4oE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. USABILIDADE E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 
 
Objetivo 
Apresentar conceitos gerais sobre usabilidade de um sistema por meio da 
compreensão de seus principais aspectos. 
 
Introdução 
 
Muito embora tenhamos visto até aqui que há diversos fatores que contribuíram para 
o desenvolvimento da Arquitetura da Informação dentro dos estudos de Biblioteconomia e 
documentação, a usabilidade, de acordo com o que estabelece a ISSO 9241-11, é definida 
como a capacidade de um produto ser usado por usuários específicos para atingir objetivos 
específicos com eficácia, eficiência e satisfação. Assim, especial atenção será conferida a 
essa questão que deveria ser a base da ação de bibliotecários conscientes do seu papel 
como mediadores entre a informação disponível e os usuários que a buscam. A usabilidade 
pode ser definida como uma qualidade de interação entre usuário e sistema e que depende 
das características tanto do sistema quanto do usuário. 
 
5.1. Conceituando usabilidade 
Pereira (2018) postula que a usabilidade visa analisar a qualidade de uso de 
interfaces digitais por meio de técnicas e métodos que buscam identificar os problemas que 
afetam a satisfação do usuário durante sua interação com um sistema: 
Esses métodos podem ser aplicados durante a criação ou remodelação dessas 
interfaces, visando melhorá-las, tornando-as mais agradáveis ao usuário. Por meio 
de avaliações de usabilidade pode-se verificar a facilidade de uso da interface. Uma 
interface é considerada fácil de usar quando atende as recomendações de 
usabilidade e é indutiva para seus usuários, proporcionando satisfação durante a 
navegação. (PEREIRA, 2018, p. 38) 
 
Ao citar Nilsen, Sá (2013) afirma que a usabilidade pode ser medida a partir de cinco 
atributos: facilidade de aprendizagem, eficiência de uso, facilidade de memorização, baixa 
taxa de erros e satisfação subjetiva. Por isso, os testes de usabilidade surgiram com o 
objetivo de avaliar os sistemas e essa avaliação pode ser realizada em qualquer fase do 
desenvolvimento dos sistemas interativos, com algumas particularidades em relação a cada 
uma delas: 
 
 
 
 
24 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
na fase inicial, serve para identificar parâmetros ou elementos a serem 
implementados no sistema; na fase intermediária, é útil na validação ou refinamento 
do projeto; e na fase final, assegura que o sistema atende aos objetivos e 
necessidades dos usuários. Entretanto, para que não seja necessária uma total 
reformulação do sistema depois de finalizado, em função de problemas detectados 
em avaliações de usabilidade, recomenda-se que essas avaliações sejam realizadas 
pelo menos a partir da fase de refinamento ou validação do projeto. (DIAS, 2007 apud 
SÁ, 2013, p. 5) 
 
 
Em relação aos sistemas de maior interesse para os bibliotecários, como os das 
bibliotecas digitais, as expectativas em relação à usabilidade não diferem tanto em relação 
a outros sistemas: 
 
Blandford e Buchanan (2003) discutem como trazer os usuários para a biblioteca 
digital e proporcionar a eles experiências satisfatórias e produtivas. Os autores 
defendem a ideia de que as bibliotecas digitais são instrumentos poderosos de 
veiculação da informação e que só terão impacto proporcional ao seu investimento 
quando houver aceitação por uma comunidade ampla de potenciais utilizadores. Os 
autores apontam a falta de consenso sobre quais seriam os principais critérios para 
avaliar a usabilidade de bibliotecas digitais. Segundo eles, alguns pontos específicos 
não podem deixar de ser observados nas interfaces de bibliotecas digitais. São eles: 
familiarização do usuário com a estrutura da biblioteca (tipo de conteúdo, 
mecanismos de busca) e consistência de estilo de interação. (PEREIRA, 2018, p.38) 
 
Assim, um teste de usabilidade seria responsável por revelar como se estabelece a 
interação entre o usuário e o sistema, de acordo com parâmetros relacionados ao tempo 
gasto para a execução de determinadas tarefas e o caminho percorrido pelo site 
(BOHMERWALD, 2003). No entanto, a medição dos critérios utilizados nesses testes nem 
sempre é tarefa fácil, pois eles dependem de questões subjetivas. Por isso, pesquisadores 
interessados em avaliar o grau de satisfação dos usuários de um site, seja ele de uma 
biblioteca digital ou de e-commece, por exemplo, acabam recorrendo a metodologias 
variadas de acordo com o perfil de cada grupo de usuários e de acordo com cada produto 
avaliado, ou seja, um determinado teste pode funcionar em um contexto e não funcionar 
em outro e é por isso que cada caso deve ser avaliado cuidadosamente e ter sua 
metodologia de avaliação de usabilidade adequada caso a caso. 
 
5.2. Card Sorting como metodologia para garantir usabilidade 
Em um primeiro momento, os métodos de avaliação disponíveis podem ser 
classificados como métodos de inspeção de usabilidade e testes empíricos com a 
participação com usuários: 
 
Métodos de inspeção caracterizam-se por empregarem especialistas em interface 
que a utilizam em busca de possíveis problemas de usabilidade. Como exemplo cita-
 
 
25 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
se a avaliação heurística. Os métodos com a participação de usuários caracterizam-
se pelo uso de questionários ou observação direta ou indireta de usuários durante a 
utilização da interface, como fonte de informações que possam levar à identificação 
de problemas. Como exemplos destes métodos podem ser citados ensaios de 
interação (ou teste com usuário), questionários e análise de arquivos de log, entre 
outros. Outros métodos que envolvem usuários como, por exemplo, focus group e 
classificação de cartões (card sorting), também são utilizados para descobrir como os 
usuários organizam as informações do domínio de problema, quais suas expectativas 
e necessidades com relação à interface. (WINCHLER; PIMENTA, 2002 apud SÁ, 
2013, p. 6) 
 
 
Nesse sentido, a avaliação heurística mencionada no trecho acima se refere a 
algumas regras básicas que devem ser observadas na ocasião da confecção do projeto de 
um sistema: 
 
 
 
 Ainda que algumas das indicações acima possam parecer óbvias, vale lembrar que 
a avaliação heurística é apenas um dos inúmeros passos da checklist de um arquiteto da 
 
 
26 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
informação. Isso nos leva a inferir se todos os passos apresentados ao longo de nosso guia 
foram de fato seguidos em vários sites que costumamos utilizar ou se ao menos algum 
arquiteto da informação foi responsável pelo projeto que apresenta uma série de falhas que 
comprometem sua usabilidade. 
 
O método de card sorting, apresentado por Levi e Conrad (BOHMERWALD, 2003), 
por exemplo, busca identificar e aproximar a estrutura de navegação em um sistema 
interativo às expectativas do usuário e tem sido um dos métodos mais utilizados tanto por 
empresas de grande como de pequeno porte para aliar as expectativas dos usuários ao 
projeto do site: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em sua dissertação de mestrado, Bohmerwald (2003) apresenta testes que podem 
ser utilizados tanto para avaliar as expectativas dos usuários em relação aum projeto que 
Card Sorting é um método 
de organização e 
agrupamento de 
informações por meio de 
cartões para entender as 
percepções de usuários 
em relação aos itens de 
conteúdo. Ele pode ser 
aberto ou fechado, 
dependendo da forma de 
aplicação. O card sorting 
aberto envolve o 
agrupamento de cartões 
de forma livre pelo usuário 
e o card sorting fechado 
envolve agrupamentos de 
cartões em categorias já 
pré-definidas. Segundo 
Dong et al. (2001, p.23, 
tradução nossa) “card 
sorting é um método de 
coleta de dados que é útil 
para entender as 
percepções dos usuários 
e de relacionamentos 
entre itens”. Os 
procedimentos típicos 
seguidos por esse método 
são: recrutar os 
participantes/públicos-
 
 
27 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
ainda será implementado quanto para avaliar a usabilidade de elementos diferentes dentro 
de sites já em atividade. Logo, a técnica de classificação de cartas (card sorting) é mais 
indicada avaliar a interação dos usuários com links específicos e menus antes de suas 
aplicações ao design, por exemplo. Ainda assim, pela praticidade de aplicação do card 
sorting, a experiência pode ser tornar lúdica a partir dos passos sugeridos por Levi e Conrad 
(1997 apud BOHMERWALD, 2003) abaixo: 
 
 
Por fim, a diagrama abaixo possibilita uma representação visual de como o card 
sorting se pareceria aplicado a um site de notícias, mas é um modelo que pode ser 
facilmente transposto para outros tipos de sites, como o de uma biblioteca digital, por 
exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
Para um grupo de 
usuários-finais é dado um 
conjunto de fichas sem 
nenhum tipo de 
ordenação, cada uma 
nomeada com uma tarefa 
diferente. O usuário deve 
realizar as seguintes 
instruções: 
a) Espalhe as fichas em 
sua mesa. 
b) Classifique as fichas 
em pequenas pilhas 
agrupando-as de acordo 
com a similaridade 
destas. c) Arrume as 
pequenas pilhas em 
grupos maiores que 
pareçam pertencer a uma 
categoria geral e então as 
agrupe englobando os 
pequenos grupos. 
d) Invente um nome e 
escreva-o para cada um 
dos grandes grupos. 
 
“O que todos têm em 
comum é o objetivo de 
particionar um espaço 
grande de informação em 
subseções controláveis 
que reflitam as 
expectativas intuitivas e 
modelos mentais do 
 
 
28 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
BOHMERWALD, Paula. Uma proposta metodológica para avaliação de 
bibliotecas digitais: usabilidade e comportamento de busca por informação na 
biblioteca digital da Puc-Minas. Dissertação de Mestrado, UFMG. Disponível 
em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/LHLS-69XPCF 
CAMARGO, Liriane Soares. Metodologia de desenvolvimento de ambientes 
informacionais digitais a partir dos princípios da arquitetura da informação. 
Tese de Doutorado, UNESP, 2010. Disponível em: 
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/103357 
PEREIRA, Fernanda. Usabilidade em Bibliotecas Digitais. In: LIMA, Gercina 
Angela de (org.). Bibliotecas Digitais: Novas Tendências na Navegação em 
Contexto. Interciência, 2018 
SÁ, Maria Irene da Fonseca e. O Ensino da disciplina de Arquitetura da 
Informação: uma aplicação da técnica de card sorting. XXV Congresso 
Brasileiro de Biblioteconomia, Documento e Ciência da Informação – 
Florianópolis,2013.Disponível em: 
https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1475/1476 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Card sorting em site de notícias- (CAMARGO, 2010) 
 
 
29 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. BIBLIOTECAS DIGITAIS 
 
Objetivo 
Apresentar conceitos gerais sobre bibliotecas digitais por meio da compreensão de 
suas principais características. 
 
Introdução 
 
As bibliotecas digitais costumam ser normalmente definidas como coleções de 
recursos eletrônicos e cujos serviços oferecidos poderiam aumentar a usabilidade dessas 
coleções. Porém, a informação digital tem sido definida principalmente como um serviço, 
com pouca reflexão sobre as maneiras em que esse serviço pode contribuir para e 
aumentar o valor de uma coleção de bibliotecas. 
Por isso, teóricos de biblioteconomia e documentação se dedicam a conciliar os 
avanços tecnológicos constantes e os conceitos da área a fim de garantir que os usuários 
desses espaços digitais consigam extrair o máximo de informação que precisam dentro do 
menor tempo possível e com eficácia e eficiência garantidas. 
 
6.1. Alguns conceitos sobre bibliotecas digitais 
De acordo com a Federação das bibliotecas digitais3 (DLF–EUA), uma das definições 
para o termo é: organização que fornece os recursos, incluindo a equipe especializada para 
selecionar, estruturar, oferecer acesso intelectual para interpretar, distribuir preservar a 
integridade e garantir que as obras estejam pronta e economicamente disponíveis para 
utilização por uma comunidade ou conjunto de comunidades definidos. 
 
Hoje, a rede conecta algumas fontes de informação que são uma mistura de 
informações publicamente disponíveis e informações privadas compartilhadas por 
colaboradores. Incluem volumes de referência, livros, revistas, jornais, gravações de som 
e voz, imagens, vídeos, dados científicos (fluxos de dados brutos de instrumentos e 
informações processadas) e serviços de informação privada, tais como relatórios sobre a 
bolsa de valores e boletins informativos privados. Estas fontes de informação, quando 
 
3 h t tps: / /www.digl ib.org/ 
 
 
30 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
conectadas eletronicamente através de uma rede, representam componentes importantes 
de uma biblioteca digital universalmente acessível emergente. 
 
Há também o conceito de uma biblioteca digital não ser meramente equivalente a 
uma coleção digitalizada com ferramentas de gerenciamento de informação. Seria mais um 
ambiente para reunir coleções, serviços e pessoas em apoio do ciclo de vida completo de 
criação, divulgação, uso e preservação de dados, informações e conhecimentos. 
 
Independentemente da perspectiva adotada, é fato que com o advento da internet, 
e, principalmente em um cenário pós-pandêmico, o fluxo de informações compartilhadas 
digitalmente, bem com a procura por essas informações, tem crescido exponencialmente. 
Por isso, um bibliotecário precisa estar a par dos conceitos relacionados à Arquitetura da 
Informação a fim de aplicá-los, ou ao menos estar familiarizado, com os sistemas que 
precisará utilizar em sua rotina de trabalho. 
 
Destarte, precisamos entender a processo histórico envolvido na criação das 
bibliotecas digitais a fim de entender o contexto que nos possibilitou estar onde estamos 
hoje, quando a importância de bibliotecas digitais se torna cada vez mais significativa. 
 
6.2. A história das bibliotecas digitais e sua evolução como bibliotecas virtuais 
Camargo (2010) nos oferece algumas perspectivas acerca das bibliotecas digitais. 
De acordo com a autora, a biblioteca digital é vista como uma área de investigação na 
Ciência da Informação que desde 1994 tem sido objeto de um volume crescente de 
pesquisas. Nesse sentido, o conceito de biblioteca digital faz uma analogia a: 
 
um lugar onde se encontra um repositório contendo uma coleção organizada de 
publicações (que possam ser impressas) e outros artefatos físicos, combinados com 
sistemas e serviços que facilitem o acesso físico, intelectual, e disponível por longo 
tempo. (CAMARGO, 2010, p. 78) 
 
 Cunha (1999 apud CAMARGO, 2010, p. 78) relata que nas bibliotecas digitais estão 
embutidas a criação, aquisição, distribuição e armazenamento de documento sob a forma 
digital. Ainda de acordo com o autor, nesses espaços também pode-se encontrar: 
 
 acesso remoto pelo usuário, utilização simultânea do mesmo documento, inclusãode produtos ou serviços, existência de coleções de documentos correntes onde se 
pode acessar não somente a referência bibliográfica, mas também o seu texto 
completo, provisão de acesso em linha a outras fontes externas de informação 
 
 
31 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
(bibliotecas, museus, bancos de dados, instituições públicas e privadas), utilização 
de maneira que a biblioteca local não necessite ser proprietária do documento 
solicitado pelo usuário, utilização de diversos suportes de registro da informação, 
existência de unidade de gerenciamento do conhecimento, que inclui sistema 
inteligente ou especialista para ajudar na recuperação de informação mais relevante. 
(CUNHA, 1999 apud CAMARGO, 2010, p. 78) 
 
Cunha e McCarthy (2005) apresentam um levantamento das principais bibliotecas 
digitais do país de acordo com o foco de seus materiais, as dividindo entre iniciativas 
relacionadas à tecnologia, ciência, humanidades, entre outras áreas de acordo com suas 
datas de surgimento. Os autores começam citando o Instituto Brasileiro de Informação em 
Ciências e Tecnologia (Ibict) como uma instituição que desempenhou um papel vital no 
desenvolvimento de atividades informacionais avançadas: 
 
Programa de Informação e Comunicação para a Pesquisa (Prossiga) [URL: 
http://prossiga.ibict.br], criado em 1995, no âmbito do Ministério da Ciência e 
Tecnologia. Em meados de 2001, foi transferido para o Ibict. Ele é um portal que tem 
por objetivo a divulgação da informação, comunicação e inovação para a ciência e 
tecnologia. Além de manter um diretório com ponteiros para sítios selecionados nas 
diversas áreas de ciências e tecnologia, possui uma série de bibliotecas digitais 
[http://www.prossiga.br/bvtematicas/], denominadas "bibliotecas virtuais". Muitas 
dessas bibliotecas são guias de sítios web sobre cada um 28 dos temas. Essas 
bibliotecas, na verdade, são diretórios de sítios web relacionados com um tema 
específico, geralmente incluindo dados sobre pesquisadores, associações e 
sociedades científicas, instituições de ensino, publicações, legislação, principais 
periódicos e obras de referência. Elas cobrem uma variedade de assuntos e foram 
criadas contando, em sua maioria, com a cooperação de importantes instituições. Em 
maio de 2003, o Prossiga tinha uma média diária de 85.980 acessos (Prossiga em 
números, 2003). Até janeiro de 2005, eram 19 os temas cobertos pelas bibliotecas 
digitais. Abaixo, em ordem alfabética, são informados o tema, a data de criação, o 
URL e resumo do projeto. (CUNHA; MCCARTHY, 2005, p. 28) 
 
Seguindo de forma cronológica na área de tecnologia e ciência, os autores destacam 
o surgimento dos seguintes espaços: 
1. Agropecuária na Amazônia (28 de março de 2003) [URL: http:// 
www.prossiga.br/embrapa/agropecuaria/]; 
2. Astronomia ( 14 de agosto de 2001 ) [URL: http://www.prossiga.br/ 
astronomia/]; 
3. Ciências Sociais (17 de novembro de 1999) [URL: http:// 
binac.nce.ufrj.br/cienciassociais/]; 
4. Economia (13 de janeiro de 1998) [URL: http://www.prossiga.br/ nuca-ie-
ufrj/economia/]; 
5. Educação (2 de setembro de 1998) [URL: http://bve.dbec. inep.gov.br]; 
6. Educação a Distância (13 de maio de 1998) [URL: 
http://www.prossiga.br/edistancia/]; 
 
 
32 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. Energia [URL: http://www.prossiga.br/cnencin/bvenergia/]; 
8. Engenharia Biomédica (6 de julho de 2000) [URL: http:// 
www.prossiga.br/fem-unicamp/bvbiomedica/]; 
9. Engenharia do Petróleo (13 de maio de 1998) [URL: http:// 
www.prossiga.br/dep-fem-unicamp/petroleo/]; 
10. Estudos Culturais (3 de julho de 2000) [URL: http://binac.nce.ufrj.br /estudos 
culturais/] 
 
Obviamente, hoje em dia dificilmente uma única publicação conseguiria abarcar a 
quantidade quase que ilimitada de bibliotecas digitais que surgiram desde então, ainda 
assim, essas primeiras iniciativas foram fundamentais para o avanço do que hoje são 
conhecidas como bibliotecas virtuais no Brasil e para o desenvolvimento de estudos a 
respeito da difusão, circulação, acesso, recuperação dos mais variados tipos de 
informação. 
 
Por isso, a compreensão de que as bibliotecas digitais representam muito mais que 
meros repositórios informacionais e são parte da própria web, possibilitou o 
desenvolvimento de estudos relacionados à Arquitetura da Informação aplicados ao aos 
sistemas dessas bibliotecas. Esses estudos partem da observação de como os recursos 
que surgiram com a internet possibilitaram o compartilhamento de informações através de 
um sistema de rede que foi se tornando cada vez mais complexo, demandando então, que 
o acesso a essas informações fosse mais estruturado. 
 
 
 
CAMARGO, Liriane Soares. Metodologia de desenvolvimento de ambientes 
informacionais digitais a partir dos princípios da arquitetura da informação. 
Tese de Doutorado, UNESP, 2010. Disponível em: 
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/103357 
CUNHA, Murilo Bastos; MCCARTHY, Cavan. Estado atual das bibliotecas digitais 
no Brasil. In: MARCONDES et al (orgs). Bibliotecas digitais: saberes e práticas. 
Universidade de Brasília, 2005. 
LIMA, Gercina Angela de (org.). Bibliotecas Digitais: Novas Tendências na 
Navegação em Contexto. Interciência, 2018. Biblioteca Pearson. 
 
 
 
 
 
 
33 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES INFORMACIONAIS DIGITAIS 
 
Objetivo 
Nessa unidade iremos explorar a relação da Arquitetura da Informação com as 
bibliotecas digitais a partir de elementos pertinentes à disciplina. 
 
Introdução 
Como demonstrado até aqui, a informática foi responsável por revolucionar a 
maneira como a informação passou a ser gerada, armazenada, processada e transmitida. 
Ou seja, “a mudança do suporte impresso para o suporte eletrônico criou grande mudança 
no modo como organizamos e acessamos a informação” (NONATO et al, 2008, p.125). 
Por isso, metodologias para sua estruturação que sejam fundamentadas nos 
princípios da Arquitetura da Informação assegurariam o acesso às informações 
disponibilizadas pelas bibliotecas digitais. 
 
7.1. Bibliotecas digitais e a arquitetura da informação 
Com a possibilidade de disponibilizar suas coleções e serviços para além de suas 
edificações físicas, o alcance das bibliotecas ganhou novas dimensões. Nesse sentido, 
parte significativa dos elementos que constituem a Arquitetura da Informação está 
relacionado ao desenvolvimento da web e aos recursos gerados a partir dela: 
 
Surgida no início da década de 1990, a World Wide Web (www) é apenas mais um 
serviço da internet, como os serviços de correio eletrônico, listas de discussão, FTP 
ou HTTP. Na criação da web, buscava-se oferecer interfaces mais amigáveis e 
intuitivas para a informação que era disponibilizada via internet. Com vista nisso, a 
ideia de hipertexto, tal qual imaginada por Teodor Nelson e Douglas Engelbart em 
1962, foi implementada. Assim, pode-se citar a escrita hipertextual e a utilização da 
linguagem de marcação HTML (Hiper Text Markup Language) como duas das 
principais características da web. (NOTATO et al, 2008, 127) 
 
Então, os hipertextos, que se configuram como meios de estruturação e de 
manipulação de textos, oferecem uma leitura não-linear ao usuário. Ou seja, os 
documentos estariam dispostos em bases de dados cheias de conexões que formariam 
uma rede hipertextual e essas conexões são realizadas por meio de links que estão 
relacionados aos conteúdos aos quais se referem. “A estrutura de um hipertexto determina 
e descreve o sistema de ligações e de relacionamentos entre as unidades de informação” 
(MARQUES, 1995 apud NONATO et al, 2008, p.127) e representa um fator significativo 
quando se trata da facilidade de criar, utilizar e atualizar o “hiperdocumento”. 
 
 
34 Arquitetura da informaçãoUniversidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Considerando então as tecnologias de informação, Nonato et al (2008) recorre a 
autores da área para dividir as bibliotecas digitais em três componentes que se 
interrelacionam, interface, base de dados textual e base de dados intertextual: 
 
A interface é a superfície de contato, de articulação entre dois espaços (virtual e real), 
é o meio no qual o utilizador acessa e manipula a informação num sistema 
informatizado (LIMA, 2004). A base de dados textual é o meio onde são arquivados 
os materiais da coleção digital, podendo ser subdividida em texto completo (dado) e 
metadados (dados a respeito dos textos completos). Finalmente, a base de dados 
hipertextual é a representação das conexões/ligações possíveis ao usuário no 
momento de navegação (browsing) na interface. (NONATO et al, 2008, p.127) 
 
 
Portanto, o arquiteto da informação, ao conduzir o usuário ao local onde os dados 
se encontram, contribuiria para uma melhor gestão do conhecimento a partir da criação de 
bibliotecas digitais de melhor qualidade. 
 
 
 
 
 
 
35 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7.2. Sistemas de organização de informação 
Retornando às considerações de Rosenfeld e Morville (1998), vale destacar que eles 
afirmam haver quatro elementos que sustentariam a Arquitetura da Informação: 
1. Sistemas de organização – maneira como o conteúdo de um site pode ser 
agrupado; 
2. Sistema de rotulagem – forma como é representada cada unidade de informação 
do site; 
3. Sistema de navegação – ferramentas auxiliares que permitem ao usuário folhear 
ou navegar através dessas unidades de informação; 
4. sistema de busca – permite ao usuário realizar consultas no todo informacional 
dentro do site. 
 
É por meio da articulação desses conceitos e de técnicas pertinentes à área da 
Ciência da Informação que os arquitetos de informação podem desenvolver projetos cujo 
principal objetivo seja o de tornar as bibliotecas digitais mais acessíveis aos seus usuários. 
Refletimos anteriormente sobre como o usuário é um elemento chave para o 
desenvolvimento dos nossos projetos, isso porque, de acordo com Rosenfeld e Morville 
(1998), sites que apresentam problemas constantes ou não são centrados na experiência 
do usuário, comprometem a usabilidade desses espaços. 
 
Nesse sentido, seguimos com Rosenfeld e Morville (1998) quando dividem os 
sistemas de organização para uma biblioteca digital em dois gupos, esquemas de 
organização e estruturas de organização: 
 
Os esquemas de organização são divididos em exatos e ambíguos. No esquema 
exato, a informação é separada em seções exclusivas e bem definidas. Entre esses 
critérios de agrupamento, os mais comuns são o alfabético e o cronológico. Há de se 
salientar que esse tipo de esquema é útil ao usuário que sabe exatamente os dados 
da informação procurada. Por outro lado, os esquemas de organização ambíguos 
dividem a informação em categorias bem definidas, são projetados levando-se em 
consideração as características do domínio do conhecimento o qual se quer 
organizar. (NONATO et al, 2008, p. 129) 
 
Para a implementação de esquemas de organização, podem ser usados 
instrumentos como tesauros, listas de cabeçalho de assuntos, CDU e CDD (Classificação 
Decimal Universal e Classificação Decimal de Dewey). Nas bibliotecas digitais, a aplicação 
de esquemas de organização e indexação pode ser realizada tanto no momento do 
 
 
36 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
desenvolvimento do projeto da interface que será apresentada ao usuário como no 
momento de inserção de um novo item da coleção (NONATO et al, 2008). 
 
Basicamente, as estruturas de organização têm como principal função a de ilustrar 
os trajetos possíveis para que os usuários possam navegar pela biblioteca digital. Assim, 
Rosenfeld e Morville (2001) definem três estruturas que costumam ser mais utilizadas no 
desenvolvimento de sites. São elas: hierárquica, hipertextual e base relacional, como 
registrado por Nonato et al (2008) a seguir: 
 
 
 
 
 
Nas estruturas de 
organização hierárquica, 
a informação é disposta 
considerando-se os 
conceitos gerais e 
específicos e procurando-
se organizá-los de 
maneira a formar uma 
hierarquia. Nesse ponto, 
Rosenfeld e Morville 
(2001, p. 33) chamam a 
atenção para a 
necessidade de se 
respeitarem os limites da 
mente humana, limitando-
se o número máximo de 
níveis, até se chegar à 
informação final, entre 
quatro ou cinco níveis. 
Dias (2003), ao discutir a 
usabilidade em websites, 
pontua que um sistema 
deve ser de fácil 
aprendizado e 
memorização, pois o uso 
exagerado de níveis de 
especificidade 
compromete sua 
usabilidade. A 
organização da 
informação digital é fator 
importante na garantia da 
 
As estruturas de 
organização hipertextuais 
são formas de 
organização que fazem o 
uso de links. De forma 
genérica, os hipertextos 
são compostos de 
unidades de informação 
(nós) conectados por links 
(elos ou ligações). Essas 
 
 
37 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
 
 
LIMA, Gercina Angela de. Biblioteca Digital Hipertextual: Caminhos para a 
Navegação em Contexto. INterciência, 2016. 
NONATO, R.; BORGES, G.; MACULAN,B.;LIMA, G.. Arquitetura da Informação 
em Bibliotecas Digitais: uma abordagem da ciência da informação e da 
biblioteconomia. In: Inf. Inf., v.13, n.2, jul/dez, 2008. 
ROSENFELD, L.; MORVILLE, P.. Information Architecture for the World Wide 
Web. Sebastopol, CA: O’Reilly, 1998. 
______. Information architecture for the World Wide Web. 2. ed. Sebastopol, 
CA: O´Reilley, 2001. 
 
 
 
 
 
As estruturas de 
organização base-
relacional utilizam 
informações organizadas 
em base de dados 
relacionais que permitem 
a realização de consultas 
em vários campos de 
registro. Para Rosenfeld e 
Morville (2001, p. 36), é 
uma estrutura de 
organização de base 
indutiva, pois propõe a 
reunião de informações 
específicas para se 
chegar à unidade de 
informação geral. A base 
de dados relacional é 
essencial ao processo de 
concepção de uma 
biblioteca digital, não 
apenas porque pré-define 
os elementos de 
metadados da base de 
dados textual, mas, 
também, porque 
influencia os sistemas de 
busca da coleção. 
 
 
38 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8. SISTEMAS DE ROTULAGEM, NAVEGAÇÃO E BUSCA 
 
Objetivo 
Nessa unidade iremos abordar os demais sistemas que estruturam a Arquitetura da 
Informação de acordo com Rosenfeld e Morville (1998). 
 
Introdução 
Ainda que nem todo mundo que se forma em Biblioteconomia tenha a intenção de 
projetar sistemas, o fato é que entender os conceitos básicos do funcionamento dos sites 
e sistemas de acesso à informação é tão necessário quanto entender sobre indexação, 
organização de coleções, pois o bibliotecário é responsável em mediar a relação entre 
usuários e dados disponíveis em uma coleção, seja ela analógica ou digital. Em um mundo 
hiper conectado, entender o papel das bibliotecas digitais e dos recursos e dispositivos 
existentes para que uma pessoa possa encontrar uma informação de maneira mais 
eficiente possível, possibilita que a usabilidade do site seja maior e, consequentemente, a 
qualidade de tempo que se passa nele também melhora. Por isso, seguindo rumo ao final 
de nossa disciplina, que tal conhecer um pouco mais sobre os sistemas mencionados 
anteriormente? 
 
8.1. Sistemas de Rotulagem, Navegação e Busca 
Nos sistemas de rotulagem, o uso de rótulos e etiquetas é uma forma de representar 
uma unidade de informação em sistemas de hipertextos para remeter o usuário à 
informação desejada (NONATO et al, 2008, p.132). Entre as maneiras de se representar a 
informação em um contexto digital podemoscitar as que são feitas por meio de grupos de 
palavras, ícones (como imagens ou símbolos sonoros) ou mista. Essa ação de rotular os 
elementos de uma página, por exemplo, impactam as ações relacionadas aos demais 
sistemas de um site. Isso porque, no caso de indicações mal representadas nos sites, o 
sistema de busca é comprometido, porque as informações de onde encontrar determinada 
informação não estão facilmente acessíveis. Por isso, “um website de biblioteca digital 
requer em sua base de dados hipertextual um sistema de rotulagem formado por conceitos 
ricos em representatividade e que interajam entre si” (NONATO et al, 2008, p.133): 
 
Uma unidade de informação de um website de biblioteca digital é, antes de tudo, uma 
informação fragmentada, textual ou multimídia, passível de tratamento temático. Aos 
profissionais a que foi atribuída a tarefa de “rotular” unidades de informações é 
sugerido utilizar a técnica de indexação de assuntos, procurando, permanentemente, 
 
 
39 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
fazer emergir conceitos dessas unidades informacionais que façam sentido ao 
usuário, a quem seu produto é destinado. (NONATO et al, 2008, p.133) 
 
 
A ilustração abaixo exemplifica um sistema de rotulagem: 
 
Em relação aos sistemas de navegação, Nielsen (2002) afirma que um sistema de 
navegação deve responder a três perguntas a todo momento: Onde estou? Onde estive? 
Onde posso ir? 
 
Esses sistemas podem estar organizados de forma hierárquica, hipertextual (ou ad 
hoc), ou seja, dependem do tipo de organização que estudamos na unidade anterior; e 
também podem ser estruturados de forma local ou global, de maneira que seus menus 
estejam dispostos das seguintes formas, como previsto em Rosenfeld e Morville (1998): 
 
1. Sistemas de navegação hierárquicos: links que partem do menu principal do 
website e apresentam seções secundárias ramificadas; 
2. Sistemas de navegação global: complementam a informação hierárquica, 
habilitando os movimentos verticais e laterais. Esse tipo de sistema de navegação 
global 
 Processo de atribuição de rótulos (NONATO et al, 2008) 
 
 
40 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. Sistemas de navegação local: complementam a navegação global, pois são 
específicos ao conteúdo apresentando naquele exato momento; 
4. Sistemas de navegação ad hoc: links inseridos no corpo de texto que fornecem 
informações adicionais sobre um assunto, são também chamados de embutidos. 
 
Em nossas videaulas os exemplos podem ser explorados de maneira mais visual, 
mas, em relação aos conceitos, o que precisamos ter em mente é: que tipo de recursos 
serão importantes para que o usuário chegue até a informação que ele necessita? Qual o 
caminho que ele irá percorrer até lá? O menu do site é intuitivo? Ele será um menu fixo? 
Quantos itens serão disponibilizados em cada menu de cada página e como cada página 
deverá parecer para os usuários? Ou seja, nosso trabalho como arquiteto é literalmente o 
de fazer o que o arquiteto de um prédio deveria fazer, indicar aos engenheiros como que o 
prédio, seus andares e suas salas devem estar dispostos e quais meios serão utilizados 
para que as pessoas cheguem onde precisam. 
 
Por fim, chegamos aos sistemas de busca. Quando Rosenfeld e Morville (1998) 
descreveram sistemas de busca como elementos empregados na internet para permitir a 
localização de informações que podem estar armazenadas em qualquer computador 
conectado a ela, mesmo depois da atualização de seu livro nos anos 2000, sites de busca 
como o Google não possuíam o mesmo nível de mapeamento e indexação de dados que 
possuem hoje, quando podemos acessar uma diversidade quase ilimitada de informações 
com base em nossos perfis, ou seja, os algoritmos desses sites personalizam as 
informações que recebemos com base nos dados que nós fornecemos a eles. Ainda assim: 
 
As formas de busca utilizadas podem demonstrar a variedade de expectativas dos 
usuários, e estão assim divididas: por item conhecido, por ideias abstratas, 
exploratória e compreensiva. Os recursos para efetuar a busca podem ser: lógica 
booleana, linguagem natural, tipos específicos de itens e operadores de proximidade. 
Os recursos para a apresentação dos documentos recuperados podem ser listagens 
(ordenadas), relevância e refinamentos de busca. (NONATO et al, 2008, p. 137) 
 
 Em outras palavras: na busca por item conhecido, o usuário sabe o que quer e como 
descrever; na busca por ideias abstratas ele sabe o que quer, mas não sabe como 
descrever; na busca exploratória o usuário não sabe o que quer, mas sabe descrever o que 
quer; e na busca compreensiva ele quer todas as informações. 
 
No entanto, só saberemos como adequar as ferramentas de busca às expectativas 
de um usuário se nossa pesquisa sobre ele for aprofundada, pois entre as informações que 
 
 
41 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
precisamos para realizar essa adequação estão as informações sobre o perfil desse 
usuário: ele é um usuário novato? É experiente? É frequente ou utiliza raramente? 
 
Considerando que o site de uma biblioteca digital é um sistema de informação, ele 
deve incluir um acervo de informações que seja e estruturado e organizado para que o 
usuário não sinta dificuldade em acessar as informações que lhes são necessárias. Nesse 
sentido, a indexação representaria a ligação entre o que está disponível no sistema e 
necessidade do usuário. Isso significa dizer que bibliotecário ou o arquiteto de informação 
responsável pelo projeto de uma biblioteca digital precisa dedicar um tempo considerável 
analisando o conteúdo que será disponibilizado para que cada item seja inserido ao campo 
do conhecimento que pertence. Essa análise não deve ser realizada considerando um 
documento como parte isolada de uma coleção, ou seja, ele precisa ser analisado de forma 
contextual, como parte de um conjunto. Por apresentar essas relações de indexação e 
recuperação, o tesauro costuma representar um importante aliado do arquiteto de 
informação: 
Segundo Currás (1995), o tesauro foi utilizado “na área de documentação, associado 
à forma de organização do vocabulário de indexação/recuperação”. Esse instrumento 
pode ser utilizado na entrada dos dados do sistema, no momento da indexação, 
quanto o conteúdo é identificado e “traduzido” em termos contidos nesse tesauro. 
(NONATO et al, 2008, p. 137) 
 
Se pensarmos em nosso atual contexto, o de um mundo que teve que se adaptar às 
mudanças causadas por uma pandemia mundial e que nos obrigou a repensar a forma 
como lidamos com a tecnologia, além do fato de nossa interação se dar dentro do ambiente 
virtual de um curso EAD, considerar a relevância de uma biblioteca digital é de extrema 
importância para os futuros bibliotecários. Ainda que os conceitos de Arquitetura da 
Informação não tenham sido desenvolvidos exclusivamente pensando nesses espaços, é 
fato que as bibliotecas digitais representam um recurso significativo para a manutenção, 
acesso, recuperação e difusão do conhecimento. Nesse sentido, atentar para os sistemas 
aqui exemplificados e buscar aplicá-los às aos sites que abrigam coleções de itens como 
livros e outros objetos de interesse cultural, não seria uma função apenas dos bibliotecários, 
mas de uma sociedade que preze e zele pelo conhecimento que produz. 
 
 
 
 
 
 
 
42 Arquitetura da informação 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
JOÃO, Belmiro N. Sistemas de Informação. Pearson, 2012. Biblioteca virtual 
Pearson 
MORVILLE, P; ROSENFELD, L. Information Architecture for the World Wide 
Web. Sebastopol, CA: O’Reilly, 1998. 
NIELSEN, Jakob. Homepage usabilidade: 50 websites desconstruídos. Rio de Janeiro: 
Campus, 2002. 
NONATO, R.; BORGES, G.; MACULAN,B.;LIMA, G.. Arquitetura da Informação

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