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Luciane Rosa de Oliveira Contabilidade de custos Unidade 4 Livro Didático Digital Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é Luciane Rosa de Oliveira. Sou formada em Administração de Empresas e em Ciências contábeis, além de possuir Mestrado em Administração e formação pedagógica o que propicia a licenciatura no curso de Administração, com uma experiência técnico-profissional na área de Planejamento através de projetos e ainda conhecimento na área empresarial de mais de 14 anos. Passei por empresas como Prefeituras, empresas do ramo farmacêutico e agropecuário, sendo que além da experiência em empresas descobri uma nova paixão que é a docência, então desde 2012 atuo como docente trabalhando com ensino técnico e posteriormente com nível superior. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo Autor LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Introdução......................................................................................10 Competências................................................................................11 Como definir mão de obra direta e indireta na fabricação de um bem......................................................................................12 Como definir se a mão de obra é direta ou indireta?.............12 Mão de obra direta...........................................................................13 Mão de obra indireta......................................................................14 Técnicas que propiciem a classificação da mão de obra direta como custo fixo ou variável.........................................18 Outros gastos com a mão de obra direta...........................21 Mudanças trabalhistas..................................................................................23 Tipos de produção.......................................................................27 Produção por ordem......................................................................................27 Vantagens..............................................................................................29 Desvantagens.....................................................................................29 Produção continua...........................................................................................29 Vantagens...............................................................................................31 Desvantagens......................................................................................31 Produção conjunta...........................................................................................31 Co produtos..........................................................................................32 Sub produtos.......................................................................................33 Sucatas....................................................................................................35 Bibliografia.....................................................................................38 Contabilidade de custos 9 UNIDADE 04 Contabilidade de custos10 Você sabia que a área de contabilidade custos é uma das maiores demandas na indústria, e será responsável pela geração de inúmeros empregos nos próximos 5 anos em todo o Brasil? Isso mesmo. A área de contabilidade de custos faz parte da contabilidade de uma empresa. Sua principal responsabilidade é entender os custos nos processos produtivos. Nesta unidade vamos aprofundar o conhecimento sobre a mão de obra direta que pode ser considerado um custo fixo ou variável dependendo do caso. A mão de obra é essencial para a fabricação de um bem e além dos valores pagos em salários, outros gastos como encargos precisam ser calculados. Na contabilidade de custos você precisa compreender como funcionam os processos produtivos entendendo os diferentes métodos de produção que pode ser produção por ordem, produção contínua e produção conjunta Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Contabilidade de custos 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender como funciona a separação de mão de obra direta e indireta na fabricação de um bem; 2. Aplicar as técnicas que propiciem a classificação da mão de obra direta como custo fixo ou variável; 3. Identificar outros gastos com a mão de obra direta 4. Entender como funciona a produção por ordem, produção contínua e produção conjunta; Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Vamos compreender como funciona a separação da mão de obra direta como custo fixo e variável e ainda entender outros gastos com a mão de obra, sendo essencial esse entendimento como futuro gestor de uma indústria. Aqui você vai entender como funcionam os diferentes tipos de produção. Vamos lá será uma valiosa jornada rumo ao conhecimento!!! COMPETÊNCIAS Contabilidade de custos12 Como definir mão de obra direta e indireta na fabricação de um bem Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a contabilização da mão de obra e dos meios de produção em uma indústria. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram calcular os custos sem devida instrução tiveram problemas como a dificuldade em contabilização dos custos totais da empresa o que dificulta a formação dos custos. E os entender os custos são essenciais para o planejamento de qualquer organização. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Como definir se a mão de obra é direta ou indireta? Para a fabricação de um bem é essencial a Mão de obra. Usa-se esse termo para definir as pessoas, que trabalham para a produção de um bem. Por isso Martins (p. 121, 2018) define mão de obra como: DEFINIÇÃO: Mão de Obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer alocação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação pormeio de estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de “direta”. Contabilidade de custos 13 Desta forma a mão de obra poderá ser considerada como direta quando for possível a mensuração de forma direta, e nos casos em que seja necessário o rateio, essa mão de obra será considerada como mão de obra indireta. Mão de obra direta Para entender como a mão de obra pode ser classificada como direta vamos ao exemplo de uma empresa que presta serviço com pintura. Figura 1 – Exemplo de Mão de obra direta Fonte: Freepik. O trabalho do pintor é passível de ser quantificado, ou seja, é possível calcular o temo de trabalho, a quantidade de metros quadrados pintados, ou os dias trabalhados. Como a empresa trabalha com essa prestação de serviço, é possível demonstrar de forma direta o valor que será pago que poderá ser quantificado por horas de trabalho ou por empreitada como metros quadrados pintados. Contabilidade de custos14 Para Martins (p. 311, 2018) alguns motivos devem ser considerados pois podem variar os custos com mão de obra direta que podemos considerar são: A ineficiência da mão de obra; Uso de pessoal que não o adequado para a tarefa; Inexistência de pessoal treinado para substituir o pessoal em férias; Acréscimo de taxa determinado pela Direção, legislação ou sindicato; Falta de pessoal nessa faixa no mercado, tendo sido contratado ao preço que foi possível; Padrão em horas sem considerar funcionários não tão eficientes. Mas na empresa possuem outros colaboradores como a recepcionista o supervisor, o carregador de materiais ou ainda os colaboradores que realizam a manutenção. Esses colaboradores serão classificados como mão de obra indireta que você verá a seguir. Mão de obra indireta Mão de obra indireta é aquela que não está ligada diretamente na produção, seu cálculo será feito por meio de rateio. Sua apropriação no produto será feita de forma arbitrária como chefias de departamento ou ainda de colaboradores com multi funções ou multi departamentos. Contabilidade de custos 15 Figura 2 – Exemplo de mão de obra indireta Fonte: Freepik Os colaboradores da manutenção como na Figura 2, os funcionários em cargos de supervisão, serão considerados como mão de obra indireta que poderá ser subclassificação que para Martins ( 2018) e podemos definir como: DEFINIÇÃO: Mão de Obra Indireta poderia ser sempre subclassificação como, por exemplo: a) aquela que pode, com menor grau de erro e arbitrariedade, ser alocada ao produto, como a de um operador de grupo de máquinas; b) aquela que só é apropriada por meio de fatores de rateio, de alto grau de arbitrariedade, como o das chefias de departamentos etc. Contabilidade de custos16 Dessa forma quando a mão de obra só puder ser calculada por forma de rateio ou estimativa sempre será considerada como um custo de mão de obra indireta para efeitos contábeis. ACESSE: Cuidado na classificação da mão de obra. Você precisa compreender primeiramente a empresa e qual a função está sendo executada, uma vez que para uma empresa de manutenção de computadores, o trabalho de manutenção será um custo direto, ou ainda o cargo de operador ou supervisor de máquinas, só podemos tratar a mão de obra como indireta se estiverem sendo elaborados diversos produtos, ou seja responsável por um leque de produtos, caso for apenas um bem produzido logicamente seria classificado como Mão de Obra Direta. Desta forma para o cálculo dos custos de mão de obra poderão ser diretos e indiretos e cabe ao gestor esta análise, mas muitas empresas estão trocando a mão de obra direta por sistemas integrados de produção o que está trocando as pessoas por máquinas. Um exemplo que podemos citar no Rio Grande do Sul está investindo na automação industrial em uma fábrica de calçados femininos o que ocasionou a redução dos operadores e de retrabalhos no processo produtivo. Contabilidade de custos 17 SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Análise da Implantação de um Processo Automatizado em uma Empresa Calçadista: Um Estudo de Caso a Luz do Sistema Hyundai de Produção e a Indústria 4.0” (SCHRÖDER, NUNES, VIERO, & MENEZES, 2015), acessível pelo link http://www.revistaespacios. com/a15v36n18/15361819.html (Acesso em 11/01/2020). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que na produção de um bem a mão de obra pode ser a direta ou a indireta, que a mão de obra direta é aquele que pode ser mensurada de forma direta e a indireta é aquele que é realizada por rateio, sendo que é preciso entender o tipo de empresa e também o trabalho realizado para assim definir se a mão de obra é direta ou indireta. Também viu eu as empresas estão investindo em tecnologia afim de diminuir os custos com a mão de obra. http://www.revistaespacios.com/a15v36n18/15361819.html http://www.revistaespacios.com/a15v36n18/15361819.html Contabilidade de custos18 Técnicas que propiciem a classificação da mão de obra direta como custo fixo ou variável Mas afinal a mão de obra será classificada como custo fixo ou variável na produção de um bem? Precisamos primeiro entender o que é custo fixo e o que é custo variável. Podemos definir o termo “custo fixo” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: DEFINIÇÃO: Custo fixo ocorre independente da produção como os custos de estrutura, como por exemplo Aluguel, água e luz. Esses custos devem ser pagos independente da produção da empresa. Todos custos fixos são aqueles que incidem independente da produção, ou seja, que ocorrem todos os meses, ou seja independentemente da quantidade produzida pela empresa o custo fixo continua o mesmo, conforme figura 3. Figura 3: Custo fixo Fonte: Dutra (p. 31, 2017) Contabilidade de custos 19 Já os custos variáveis são aqueles que variam de mês a mês, conforme podemos ver na Figura 4 dependem da produção, ou seja da quantidade produzida, sendo que quanto maiores as quantidades produzidas, maiores os custos variáveis. Figura 4: Custo variável Fonte: Dutra (p. 31, 2017) Mas como funciona se na legislação brasileira o funcionário deve trabalhar 220 horas? Mesmo que seja uma mão de obra direta, mesmo que não esteja produzindo o colaborador precisa ficar à disposição da empresa a mão de obra é um custo fixo ou variável? Aqui cabe o seguinte entendimento: A folha de pagamento em si é um gasto fixo, pois precisa ser paga mensalmente, independente da produção, sendo que a exceção ocorre no pagamento de horas extras; A mão de obra direta não é um custo fixo, pois é praticamente impossível o cálculo da mão de obra apenas diretamente na produção do bem, logo o colaborador tiver algum momento ocioso, como pela falta de material deixará de ser um custo direto. Contabilidade de custos20 O pagamento da mão de obra direta não será o mesmo que o valor pago a produção, pois os salários dos colaboradores incidirão encargos que aumentarão o dispêndio de valores. Nos casos em que os colaboradores trabalhem apenas por produção, o seu custo será sempre considerado variável; Contabilidade de custos 21 Outros gastos com a mão de obra direta Na legislação brasileira o funcionário é contratado por um salário e mais os encargos, sendo que para o empresário acaba que é necessário o pagamento de um salário ao funcionário e mais um salário apenas de encargos. O colaborador que tem a carteira de trabalho cria custos na apenas dos salários, mas dos direitos trabalhistas. O responsável pelo cálculo dos custos com a mão de obra precisa considerar os encargos trabalhistas que no Brasil chegam a dobrar o valor do salário que o gestor precisa desembolsar para o colaborador.Veja na Tabela 1, cada encargo e seu percentual em cima do salário do colaborador. Contabilidade de custos22 Tabela 1: Custos do emprego no Brasil Fonte: Crepaldi e Crepaldi (P. 101, 2018) Obrigações sociais % do salário Previdência social 20,0 FGTS 8,0 Salário educação 2,5 Acidente de trabalho (média) 2,0 Sesi/Sesc/Sesta 1,5 Senai/Senac/Senat 1,0 Sebrae 0,6 Incra 0,2 Sub Total 1 35,8 Repouso semanal 18,91 Férias 9,45 Abono de férias 3,64 Feriados 4,36 Aviso prévio 1,32 Auxílio enfermidade 0,55 Subtotal 2 38,23 Décimo terceiro 10,91 Despesa com rescisão 3,21 Subtotal 3 14,12 Incidência cumulativa 13,68 Incidência do FGTS sobe 13 salário 0,93 Subtotal 4 14,61 TOTAL 102,76 Contabilidade de custos 23 São pagos então as obrigações sociais e ainda os valores de horas não trabalhadas, totalizando um percentual acima do salário de 102, 76 % em cima do salário. Mudanças trabalhistas Os brasileiros que têm carteira assinada precisam cumprir uma jornada de 220 horas mensais, possuem alguns direitos como auxílio maternidade, auxilio doença, décimo terceiro salário, descanso semanal remunerado assim como férias e um terço de férias após um ano de trabalho. No ano de 2109 ocorreram algumas mudanças como as apresentadas na Tabela 1. Tabela 1: Mudanças trabalhistas 2019 Fonte: Jornal contábil O que mudou O que não modificou Jornada de Trabalho Salário Mínimo Férias Salário Família Trabalho intermitente Décimo terceiro salário Contribuição sindical Seguro desemprego Grávidas e lactantes em ambientes insalubres Adicional de hora extra Home office Licença maternidade e licença paternidade Trabalho autônomo Valores de depósito e da indenização rescisória de FGTS Período de almoço Benefícios previdenciários Ações na justiça Normas relativas à segu-rança do empregado Repouso semanal remune- rado Número de dias de férias devidos Contabilidade de custos24 Os encargos trabalhistas são gastos que a empresa precisa realizar ao funcionário, ou seja aumentam os dispêndios mensais. Mas algumas mudanças conforme Tabela 1 devem ser analisadas: A jornada de trabalho poderá ser sob acordo individual entre empresa e o funcionário, sem a necessidade da participação e intermediação do sindicato de classe; As férias poderão ser divididas em três partes, anteriormente era apenas em duas partes. Criação de trabalhos intermitentes onde empresa poderá contratar por hora (valores maiores que o mínimo), sendo que o colaborador terá direito a FGTS, férias, 13 salário e previdências respeitando a proporcionalidade de tempo trabalhado; A contribuição sindical feita pelo colaborador deixa de ser obrigatória e tornou-se opcional; As grávidas e lactantes poderão trabalhar em lugares insalubres, desde que não interfira na sua saúde e na saúde do bebê; O trabalho home Office fica autorizado sem o controle de jornada de trabalho sendo que o colaborador receberá por tarefas executadas; Figura 6: Trabalho home Office Fonte: Freepik Contabilidade de custos 25 O trabalho autônomo será aquele em que não ocorrer através de contratos com continuidade ou de exclusividade, podendo assim atender mais de uma empresa; O período de almoço que antes era de uma hora agora poderá ser negociado entre empresa e colaborador; Figura 7: Hora do almoço Fonte: Pixabay Ações na justiça, sendo que o colaborador que faltar uma audiência poderá ser responsabilizado e pagar multas e indenizações uma vez que o juiz poderá conotar a má fé. Cabe então a cobrança de indenizações por ações de danos Morais. Contabilidade de custos26 Figura 8: Ações na justiça Fonte: Freepik Muitas mudanças ocorreram com a Reforma Trabalhista, mas cabe ao gestor estar sempre atento as mudanças que ocorrem de forma legal pois elas afetarão diretamente no dia a dia da empresa, uma vez que o gestor não poderá alegar desconhecimento dessas mudanças. Contabilidade de custos 27 Tipos de produção As empresas precisam programar as sua produção, os insumos a serem comprados, o tempo de produção, a mão de obra empregada, a necessidade de especialização devido a atividade realizada, os lugares para armazenamento de mão de obra e de estoques, pois pense um pouco uma produção muito grande ocorre um aumento dos custos com estoque por exemplo. Algumas formas de produção que podemos definir é a produção para a contabilização dos custos a produção pode ser por ordem ou encomenda, a produção contínua e a produção conjunta. Figura 9: Formas de produção Fonte: Criado pela autora com base em Respalde e Crepaldi (2018) Formas de produção Produção por ordem Produção contínua Produção contínua Produção por ordem A produção por ordem ou por encomenda é aquela em que o cliente solicita e a empresa faz a produção. Crepaldi e Crepaldi (p. 125, 2018) defini o termo “produção por ordem” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: Contabilidade de custos28 DEFINIÇÃO: Ocorre quando a indústria programa sua atividade produtiva a partir de encomendas específicas de cada cliente. Um dos exemplos de produção por ordem, são dos móveis sob medida que são produzidos de acordo com a solicitação do cliente. A customização de um projeto como esse garante a criação de valor do produto, uma vez que é um projeto único que atende a necessidade individuais de cada cliente. Figura 10: Exemplo de produção por ordem ou encomenda Fonte: Freepik. Contabilidade de custos 29 Vantagens A produção por encomenda ou por ordem possui vantagens como a análise da lucratividade. A empresa pode enfocar nos produtos que trazem maior lucratividade e analisar os que tem menor lucratividade. Outro ponto relevante é o uso de informações de ordens anteriores que poderá basear os custos na produção de bens futuros. Por não ter estoque esse tipo de produção possibilita o controle os custos de forma mais simples e imediata. A base de cálculo de valor cobrado ao cliente é com base na elaboração, sendo que o pagamento deve ser efetuado à medida que o produto seja feito, criando assim um valor ao produto. Desvantagens Mas a produção por encomenda ou por ordem possuem algumas desvantagens com o alto custo, pois existem inúmeras despesas consideradas burocráticas devido ao grande número de registros e a mão de obra especializada, a Administração da empresa somente conhecerá o total dos seus custos ao final do processo produtivo, pois deverá considerar o valor do produto após a conclusão da produção. Produção contínua Outra forma de produção que podemos definir é a produção contínua, aquela que gera grandes estoques dentro da organização. Contabilidade de custos30 Figura 11: Exemplo de produção contínua Fonte: Freepik Podemos definir o termo “produção contínua”, a aquela que gera estoques para a organização, dentro do contexto organizacional da seguinte maneira de acordo com Crepaldi e Crepaldi ( p. 128, 2018) DEFINIÇÃO: A produção contínua Produz para estoque, e não para encomendas específicas de clientes. Os produtos são geralmente padronizados. A empresa que produz em série bens ou serviços padronizados deverá adotar o sistema de acumulação de custos por processo. Contabilidade de custos 31 DEFINIÇÃO: Ocorre a produção conjunta quando mais de um produto surge de uma mesma matéria- prima no processo de produção, que pode ser contínua ou por encomenda. Eles podem ser coprodutos ou subprodutos. Formam-se diversos produtos, portanto, surgem custos indivisíveis, não identificáveis com os produtos Dessa forma esse tipo de produção irá gerar vantagens e desvantagem para a empresa, vejamos: Vantagens A empresa realiza o processo produtivo de forma continua, o que aumenta o know-how, diminuindo assim os seus custos de produção, há uma apropriação mais adequada dos custos, pois seus custos primários são conhecidos e os custos indiretos são controláveis no processo produtivo. Pela continuidade do processo produtivo há uma redução do trabalhoburocrático. Desvantagens Algumas desvantagens do processo de produção de forma contínua têm custos do processo são médios e, em caso de flutuações nos preços, o reconhecimento é difícil, e a estimativa do estágio de fabricação dos produtos em elaboração só é feito no final do período contábil. Crepaldi e Crepaldi (2018) Produção conjunta Uma outra forma de produção é a conjunta. Podemos definir o termo “produção conjunta” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira de acordo com Crepaldi e Crepaldi (p. 135, 2018) Contabilidade de custos32 Temos como exemplos de produção conjunta os coprodutos e subprodutos. Figura 12: Produção conjunta Fonte: Criado pela autora com base em Crepaldi e Crepaldi (2018) Produção conjunta Coprodutos Sub produtos Co produtos Os coprodutos são aqueles produtos que a empresa produz de forma concomitante. Podemos definir o termo “coprodutos” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira de acordo com Crepaldi e Crepaldi ( p. 137, 2018) DEFINIÇÃO: Coprodutos são produtos de importância igual para a empresa do ponto de vista de faturamento. O que importa com relação aos coprodutos é o controle do custo por operação, e não o custo por produto. Um dos exemplos de coprodutos é a produção de laticínios, onde as empresas produzem de forma concomitante a pasteurização do leite, a produção de requeijão ou ainda de queijo, conforme podemos ver no exemplo na Figura 13 Contabilidade de custos 33 Figura 13: Exemplo de coprodutos Fonte: Freepik Então a empresa possui lucro em diferentes produtos sendo essencial o controle da produção e não os custos operacionais. Subprodutos Na produção de um bem, normalmente ocorrem sobras no momento da produção. Vamos ao exemplo da produção de vinhos. Para isso são produzidas as uvas, que são colhidas e passam por um processo de fermentação até a criação do vinho. Contabilidade de custos34 Figura 14: Exemplo de produto Fonte: Freepik. Mas no momento da produção do vinho, as uvas são amassadas e ficam as sobras das uvas que podem ser criados subprodutos como por exemplo uma geleia de uva. Podemos definir o termo “sub produtos” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira de acordo com Crepaldi e Crepaldi (p. 137, 2018): DEFINIÇÃO: os subprodutos são considerados sobras – que possuem mercado estável –, não têm relevância no processo e, consequentemente, não devem acumular custos. O interesse contábil está na receita líquida que esses produtos geram, e esta poderá ter sua contabilização de formas distintas, sendo dois métodos os mais empregados. Contabilidade de custos 35 DEFINIÇÃO: São produtos que surgem da produção com defeitos ou estragados. Suas vendas são esporádicas e realizadas por valor não previsível na data em que surgem na fabricação. Não recebem custos e não servem para a redução de custos de produção. Dessa forma o produto que a empresa possui que é o carro chefe em vendas é o vinho, mas para evitar o desperdício de colocar as sobras das uvas fora, são feitos novos produtos ou seja subprodutos. Figura 15: Exemplo de subproduto Fonte: Freepik Sucatas Em alguns momentos no processo produtivo ocorrerão perdas e são criadas sucatas que podem ser definidas de acordo com Crepaldi e Crepaldi (p. 138,2018) Contabilidade de custos36 Portanto os produtos que não são aproveitados nos processos criam sucatas que são vendidas de forma esporádica, conforme podemos ver no exemplo da figura 15. Figura 15: Sucatas Fonte: Pixabay As sucatas quando são vendidas geram receitas para as empresas de foram esporádicas. SAIBA MAIS: As formas de produção apresentadas são as mais conhecidas contabilmente, mas existem técnicas como a de Just in time, Kambam que são métodos de fabricação que visam a redução de custos e desperdícios. Acesse o seguinte site para saber um pouco mais sobre esses métodos produtivos: Aplicação da metodologia Kaizen: um estudo de caso em uma indústria têxtil do centro oeste do Brasil, dos autores Fontes e Loss (2017), da revista espacios através do link: http://www. revistaespacios.com/a17v38n21/a17v38n21p06.pdf http://www.revistaespacios.com/a17v38n21/a17v38n21p06.pdf http://www.revistaespacios.com/a17v38n21/a17v38n21p06.pdf Contabilidade de custos 37 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que na produção de um bem a mão de obra pode ser a direta ou a indireta, que a mão de obra direta é aquele que pode ser mensurada de forma direta e a indireta é aquele que é realizada por rateio, sendo que é preciso entender o tipo de empresa e também o trabalho realizado para assim definir se a mão de obra é direta ou indireta. Também viu eu as empresas estão investindo em tecnologia afim de diminuir os custos com a mão de obra, que a mão de obra poderá ser um custo fixo ou variável, dependendo da função em que é executada e a forma. Também viu neste capítulo que o custo de mão de obra é bastante alto no Brasil sendo que existe uma alta carga tributária que prevê que o gestor pague mais de 100% do salário em encargos trabalhistas. Além disso viu que no ano de 2019 algumas mudanças ocorreram nos direitos trabalhistas e que ocasionará mudanças para os gestores. Ainda sobre os custos analisou que as empresas podem produzir de diversas formas como a produção por encomenda, produção continua e produção conjunta, sendo na produção conjunta poderão ser criados coprodutos que são aqueles que tem a mesma importância para a empresa, os sub produtos que são produzidos com as sobras e ainda as sucatas. Contabilidade de custos38 BIBLIOGRAFIA SCHRÖDER, R., NUNES, F. d., VIERO, C. F., & MENEZES, F. M. (2015). Análise da Implantação de um Processo Automatizado em uma Empresa Calçadista: Um Estudo de Caso a Luz do Sistema Hyundai de Produção e a Indústria 4.0. Espacios , p. 18. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões . Contabilidade de custos 6 ed. – São Paulo : Atlas, 2018. DUTRA, Rene Gomes. Custos uma aborgagem prática 8 ed. – São Paulo : Gen, 2017. FONTES, EricaGolfeto; LOOS, Mauricio Johnny. Aplicação da metodologia Kaizen: um estudo de caso em uma indústria têxtil do centro oeste do Brasil, Vol. 38 (Nº 21) Año 2017. Pág. 6, acesso em 11/01/2020 atraves do link: http://www.revistaespacios.com/a17v38n21/ a17v38n21p06.pdf ebook-pagina ebook-pagina02 ebook-pagina03 ebook-pagina04 ebook-pagina05 ebook-pagina06 ebook-pagina07 ebook-pagina08 ebook-pagina09 ebook-pagina10 ebook-pagina11 ebook-pagina12 ebook-pagina13 ebook-pagina14 ebook-pagina15 ebook-pagina16 ebook-pagina17 ebook-pagina18 ebook-pagina19 ebook-pagina20 ebook-pagina21 ebook-pagina22 ebook-pagina23 ebook-pagina24 ebook-pagina25 ebook-pagina26 ebook-pagina27 ebook-pagina28 ebook-pagina29 ebook-pagina30 ebook-pagina31 ebook-pagina32 ebook-pagina33 ebook-pagina34 ebook-pagina35 ebook-pagina36 ebook-pagina37 ebook-pagina38
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