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1 Salve uma Mulher Enfrentamento à violência contra as mulheres4 2 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Equipe Responsável: Anita Cunha Monteiro - Analista Técnica de Políticas Sociais - ATPS, 2021; Gleyce Anne Cardoso - Coordenadora – Geral de Acesso à Justiça e Fortalecimento da Rede de Atendimento à Mulher, 2021; Paloma Machado Graf - Consultora, 2021; Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Laboratório Latitude e Enap. Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / Laboratório Latitude, Laboratório CEPED/UFSC e Enap. Curso produzido em Brasília, 2021 Enap Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 Diretoria de Educação Continuada SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF 3 Sumário Unidade 1: Enfrentamento à violência contra as mulheres ...............................................4 1.1 Conceito de rede.............................................................................................................................................. 4 1.2. Enfrentamento à violência contra a Mulher ........................................................................................... 5 1.3 Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher .......................................................................... 7 1.4 Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência ......................................................... 8 Unidade 2: Composição da rede de atendimento .............................................................. 11 2.1 Definição dos serviços da Rede Especializada de Atendimento ...................................................12 2.2 Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 ...................................................................................15 Revisando o módulo 4 .......................................................................................................................................16 Referências .............................................................................................................................................................17 4 Unidade 1: Enfrentamento à violência contra as mulheres Objetivo de aprendizagem Ao final da unidade você será capaz de identificar as práticas de enfrentamento à violência contra a mulher. Em nosso 4º e último módulo, vamos conhecer a Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e a Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, bem como a definição de cada um dos serviços especializados nelas contidos. Além disso, apresentaremos a Central de Atendimento à Mulher - 180, um serviço de denúncia de situações de violência contra as mulheres, informações sobre direitos, reclamações e elogios sobre os serviços e os atendimentos prestados. Enfrentamento à violência contra as mulheresMÓ D U LO 4 1.1 Conceito de rede Antes de conhecer a Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e a Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, é preciso compreender o conceito de rede e sua importância para a garantia de um atendimento humanizado e integral às mulheres em situação de violência. Rede de atendimento Fonte: TJDFT, PMDF, 2020. 5 Mas afinal, o que é rede? Rede é definida por Castells (2000) como um conjunto de “nós” que se encontram conectados. Segundo o autor, as redes são estruturas abertas que podem se expandir, formando novos nós, abrindo novas possibilidades de comunicação e de articulação entre as pessoas e as instituições que delas fazem parte. E quais são as características de uma rede de atendimento? As redes são caracterizadas pela flexibilidade e informalidade, indo, portanto, além de atos burocráticos. Também são horizontais, ou seja, não há relação hierárquica e os serviços atuam de forma cooperativa, visando ao atendimento humanizado e integral às mulheres. A rede é marcada pela diversidade de saberes e pela articulação e integração entre os serviços. A rede é constituída pela comunicação e interconexão permanente entre os diferentes serviços prestados às mulheres, de forma a garantir que todas as suas necessidades sejam atendidas em sua integralidade. Veja o que Matos (2020, p. 163) diz sobre a temática: “É importante evitar a redução do conceito de redes a mera operacionalização de um fluxo rígido de encaminhamentos. Ou seja, atuar em rede não pode limitar- se a encaminhar as pessoas envolvidas de um serviço para outro. O diferencial da articulação em rede está na possibilidade de que os atores busquem construir respostas integradas, desenvolver ações articuladas e se mantenham conectados no processo de enfrentamento à violência contra mulheres”. 1.2. Enfrentamento à violência contra a Mulher O conceito de enfrentamento adotado pela Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (BRASIL, 2011) diz respeito à implementação de políticas amplas e articuladas que procurem dar conta da complexidade da violência contra as mulheres em todas as suas expressões. O enfrentamento requer a ação conjunta dos diversos setores envolvidos com a questão (saúde, segurança pública, justiça, educação, assistência social e etc). A noção de enfrentamento não se restringe à questão do combate, mas compreende também as dimensões da prevenção, da assistência e da garantia de direitos das mulheres. 6 Eixos estruturantes da política de enfrentamento à violência contra as mulheres Fonte: SPM, 2021. No âmbito preventivo, a Política prevê o desenvolvimento de ações que desconstruam mitos e estereótipos sobre a violência contra as mulheres. No tocante à violência doméstica, a prevenção deverá focar na banalização e naturalização do problema pela sociedade. O combate à violência contra as mulheres compreende o estabelecimento e o cumprimento de normas penais que garantam a punição e a responsabilização dos autores de violência contra as mulheres. No que diz respeito à garantia dos direitos humanos das mulheres, a Política deverá cumprir as recomendações previstas nos tratados internacionais na área de violência contra as mulheres - em especial, aquelas contidas na Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Contra a Mulher (CEDAW) e na Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará). No que tange à assistência às mulheres em situação de violência, a Política Nacional deve garantir o atendimento humanizado e qualificado àquelas em situação de violência por meio da formação continuada de agentes públicos e comunitários; da criação de serviços especializados; e do fortalecimento da Rede de Atendimento. A Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres tem por finalidade estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional. 7 1.3 Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher Os governos (estaduais, distrital e municipais) e a sociedade civil possuem um papel a desempenhar na prevenção e no combate à violência contra as mulheres e na assistência a ser prestada a cada uma delas. Todavia, ainda existe uma tendência ao isolamento dos serviços e à desarticulação entre os diversos níveis de governo no enfrentamento da questão. O trabalho em rede surge, então, como um caminho para superar essa desarticulação e fragmentação dos serviços, por meio da ação coordenada de diferentes áreas governamentais, com o apoio e monitoramento de organizações não-governamentais e da sociedade civil como um todo. A violência contra as mulheres consiste num fenômeno multifacetado e multidimensional e, para que haja um enfrentamento efetivo, é necessário tomar medidas articuladas entre diversos órgãos que conheçamas particularidades e especificidades das mulheres em situações de risco. Com essa finalidade, criaram-se a Rede de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e a Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência. O conceito de rede de enfrentamento à violência contra as mulheres diz respeito à atuação articulada entre instituições e serviços governamentais, não governamentais e a comunidade visando ao desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e de políticas que garantam o fortalecimento e a autonomia das mulheres, seus direitos humanos, a assistência qualificada e humanizada em situações de violência; assim como a responsabilização dos autores de violência (SPM, 2011). O propósito da rede de enfrentamento é o de efetivar os quatro Eixos da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, sendo composta pelos seguintes atores: • Agentes governamentais e não-governamentais propositores, fiscalizadores e executores de políticas voltadas para as mulheres (organismos de políticas para as mulheres, ONGs, movimento de mulheres, conselhos dos direitos das mulheres, outros conselhos de controle social; núcleos de enfrentamento ao tráfico de mulheres, entre outros). • Serviços e programas voltados para a responsabilização dos autores de violência. • Universidades e centros de pesquisas. • Órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos (habitação, educação, trabalho, seguridade social, cultura, etc). • Serviços especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência (que compõem a rede de atendimento às mulheres em situação de violência). 8 Rede de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres Fonte: SPM, 2021. 1.4 Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência O conceito de rede de atendimento refere-se à atuação articulada entre as instituições ou serviços governamentais, não-governamentais e a comunidade, visando à ampliação e melhoria da qualidade do atendimento, à identificação, e ao encaminhamento adequado das mulheres em situação de violência e à integridade e à humanização do atendimento (BRASIL, 2011). Assim, é possível afirmar que a rede de atendimento às mulheres em situação de violência é parte da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres, contemplando o eixo da “assistência” da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. A constituição da rede de atendimento busca dar conta da complexidade da violência contra as mulheres e do caráter multidimensional do problema, perpassando por quatro principais setores: a saúde, a segurança pública, a assistência social e o sistema de justiça. 9 A rede de atendimento é composta por serviços especializados e não-especializados, com foco na intersetorialidade. Vamos, então, identificar a diferença entre eles: Serviços não-especializados de atendimento à mulher Atendem todos os públicos (não somente mulheres) e constituem portas de entrada da mulher na rede, tais como: hospitais gerais, serviços de atenção básica à saúde, estratégia saúde da família, na saúde; delegacias comuns, polícia militar, polícia federal, bombeiros, na segurança pública; Centros de Referência de Assistência Social/CRAS, Centros de Referência Especializados de Assistência Social/CREAS, na assistência social; Ministério Público, defensorias públicas, varas criminais, varas cíveis, na justiça. Serviços especializados de atendimento à mulher São aqueles que atendem exclusivamente mulheres e que possuem experiência e especialização no tema da violência contra as mulheres. Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Fonte: SNPM,2011. 10 A rede de atendimento é composta por um conjunto de instituições e serviços do governo para atender às mulheres vítimas de violência, assim como seus filhos. Dentro de cada um, temos os órgãos especializados em atendimento às mulheres em situação de violência e também os não especializados, mas que fazem os devidos encaminhamentos, quando necessário. Na Saúde • Postos/Centros de Saúde; • Hospitais; • Serviços de saúde especializados em atendimento a mulheres em situação de violência; • SAMU. Na assistência social: • Casas-Abrigo; • Casas de Acolhimento para Mulheres em Situação de Violência; • Centros de Referência Especializados de Assistência Social - CREAS; • Centros de Referência de Assistência Social – CRAS. Na Segurança Pública: • Delegacias de Polícia comuns e especializadas (DEAMs); • Patrulhas da Polícia Militar comuns e Patrulhas Maria da Penha; • Guardas Municipais comuns e Maria da Penha; • Corpo de Bombeiros; • Instituto Médico Legal. No Sistema de Justiça: • Juízos comuns e especializados; • Promotorias comuns e especializadas; • Defensorias comuns e Núcleos de Defesa da Mulher das Defensorias Públicas. Além desses, as mulheres podem, também, contar com: • Casas da Mulher Brasileira; • Centros de Referência/Especializados de Atendimento à Mulher; • Unidades Móveis de Atendimento à Mulher; • Central de Atendimento à Mulher Ligue 180. 11 Veja a diferença entre a Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e a Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência: Diferença entre Rede de Atendimento e Rede de Enfrentamento Fonte: SPM, 2011. Unidade 2: Composição da rede de atendimento Objetivo de aprendizagem Ao final da unidade você será capaz de identificar a composição da rede de atendimento. A rede de atendimento é grande e diversa, por isso, iremos destrinchar um pouco cada um dos serviços e suas funções na assistência às mulheres em situação de violência (BRASIL, 2020a; BRASIL 2020b). 12 Núcleos Especializados no acolhimento e atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar/ NUDEMs e Defensorias Públicas Especializadas: Os Núcleos Especializados e as Defensorias Públicas Especializadas são órgãos das Defensorias Públicas criados para efetuar o atendimento específico e qualificado às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. São responsáveis por auxiliar as mulheres com questões jurídicas e, em alguns casos, psicossociais. Promotorias Especializadas/Núcleos de Gênero do Ministério Público: As Promotorias Especializadas atendem o público em geral, movem ações, requisitam à Polícia Civil o início ou o prosseguimento de investigações e solicitam ao Poder Judiciário a concessão de medidas protetivas de urgência, nos casos de violência contra a mulher. São responsáveis também pela fiscalização dos estabelecimentos públicos e privados de atendimento à mulher e possuem equipe psicossocial para o acolhimento das mulheres em situação de violência. Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher: Os Juizados ou Varas Especializados(as) são órgãos da Justiça responsáveis por processar, julgar e executar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Depois de registrar o boletim de ocorrência, é para esse órgão que é enviado o procedimento. Patrulhas/Rondas Maria da Penha: São equipes especializadas da Polícia Militar (e, eventualmente, das Guardas Municipais), qualificados para oferecer acompanhamento preventivo periódico e garantir maior proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar que possuem medidas protetivas de urgência, de acordo com o previsto na Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). 2.1 Definição dos serviços da Rede Especializada de Atendimento Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher – DEAMs e Delegacias de Defesa da Mulher — DDMs: São unidades especializadas da Polícia Civil que efetuam ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes contra mulheres em situação de violência (violência doméstica e familiar contra a mulher, violência sexual, assédio sexual no trabalho e no transporte público, etc.). Nesse local, é efetuado o registro de boletim de ocorrência e, nos casos de violência doméstica e familiar, a solicitação ao juiz das medidasprotetivas de urgência. É possível também pedir o encaminhamento às Casas de Abrigos e aos demais serviços públicos. As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e as Casas Abrigos foram os primeiros serviços criados para as mulheres em situação de violência. Em 1985, foi inaugurada, em São Paulo, a Delegacia de Defesa da Mulher. A primeira Casa Abrigo do mundo foi criada na Inglaterra, em 1972 e, no Brasil, o primeiro serviço de abrigamento foi estabelecido em 1986. 1 2 3 4 5 13 Núcleos Integrados de Atendimento à Mulher (NUIAM): São espaços dentro das delegacias da Polícia Civil que efetuam atendimento integrado e humanizado às mulheres em situação de violência, com profissionais capacitados e sensibilizados para esse atendimento. No NUIAM, a mulher realiza o registro da ocorrência policial e recebe atendimento psicossocial e jurídico. Em regra, os NUIAMs são criados nas delegacias comuns, mas podem ser implementados nas delegacias especializadas. Vale destacar que atendem todos os tipos de violência contra as mulheres. Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência: 6 7 INFORMAÇÃO RELEVANTE: Em municípios onde não houver Centros de Referência de Atendimento à Mulher, as mulheres em situação de vulnerabilidade e de violência podem ser encaminhadas aos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e aos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) fazem parte do Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) e desenvolvem serviços básicos continuados e ações de caráter preventivo para famílias em situação de vulnerabilidade social (proteção básica). Os CREAS, por outro lado, são responsáveis pela proteção de famílias e indivíduos que tenham seus direitos violados e que vivam em situações de risco pessoal e social (proteção especial). Os Centros de Referência de Atendimento à Mulher prestam serviços de acolhimento, acompanhamento e orientação às mulheres em situação de violência sobre seus direitos. Importante ressaltar que esses centros atendem todo tipo de violência contra a mulher (violência doméstica e familiar contra a mulher, tráfico de mulheres, assédio sexual no mundo do trabalho e no transporte público, violência sexual, etc.). Trata-se de um serviço de porta aberta, ou seja, basta chegar para ser atendida. Serviços de Saúde de Atenção a Mulheres Vítimas de Violência Sexual: Esses serviços contam com equipes multidisciplinares (psicóloga/os, assistentes sociais, enfermeiras/os e médicas/os) qualificadas para o atendimento de casos de violência sexual. Realizam a prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) - incluindo o HIV/AIDS e prestam apoio psicossocial. Alguns funcionam de maneira ininterrupta e o atendimento não depende do encaminhamento de outro serviço. Basta chegar para ser atendida. Casa de Acolhimento de curta duração/Casa de Passagem: São locais seguros que oferecem abrigo protegido e atendimento integral a mulheres em situação de violência que não estejam sob risco de morte iminente. São serviços temporários, de caráter preferencialmente não-sigiloso, nos quais as mulheres poderão permanecer por período determinado (15 dias), sendo-lhes assegurada a integridade física e emocional e de seus dependentes, bem como os encaminhamentos necessários para a garantia da sua segurança. É uma nova modalidade de serviço da rede, que atende todos os tipos de violência contra as mulheres. 8 9 14 Casas-Abrigo: As Casas-Abrigo são locais de hospedagem seguros e sigilosos que oferecem abrigo e proteção integral às mulheres em situação de violência doméstica sob risco de morte. É um serviço temporário que disponibiliza proteção, cuidado e tempo para as mulheres poderem voltar às suas atividades. O serviço funciona de forma ininterrupta, mas o acesso depende de encaminhamento por parte de outro serviço da Rede de Atendimento. Em regra, os encaminhamentos são realizados por meio de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher; Núcleos da Mulher da Defensoria Pública; Centros de Referência/ Especializados de Atendimento à Mulher e Centros de Referência de Assistência Social (CREAS). Em alguns casos, o acesso é realizado por meio de Juizados Especializados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Promotorias Especializadas. 10 Casa da Mulher Brasileira: A Casa da Mulher Brasileira reúne diversos serviços especializados no mesmo lugar. Do acolhimento e triagem, passando por Delegacia; Juizado Especializado de Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres; Defensoria Pública e Serviços de Promoção de Autonomia Econômica, até espaços para seus filhos, com brinquedoteca e alojamento de passagem. O horário de atendimento é ininterrupto, ou seja, seu acesso pode ocorrer em qualquer horário do dia e não depende de encaminhamento de outro serviço, basta comparecer ao local para ser atendida. As Casas da Mulher Brasileira possuem projeto arquitetônico diferenciado e padronizado, para facilitar o acesso das mulheres. 11 Casa da mulher brasileira Fonte: SPM, 2011; Atualmente, existem sete Casas da Mulher Brasileira, todas situadas em capitais. Confira a lista de endereços: • Boa Vista/RR: Rua Uraricoera, Quadra 63, s/no, São Vicente. • Brasília/DF: 3, St. M CNM 1 – Ceilândia. • Campo Grande/MS: Rua Brasília, s/no, Lote 10 A, Quadra 2, Jardim Imá. • Curitiba/PR: Avenida Paraná, 870, Cabral. • Fortaleza/CE: Rua Teles de Souza, s/no, esquina com Rua Tabuleiro do Norte, Couto Fernandes. • São Luís/MA: Avenida Carlos Cunha, 572, Jaracaty. • São Paulo/SP: Rua Vieira Ravasco, no 26, Cambuci. 15 INFORMAÇÃO RELEVANTE: Vale destacar que os endereços e contatos dos serviços especializados estão disponíveis na Central de Atendimento à Mulher. É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil, além de mais de 16 países. A Central funciona 24 horas por dia e orienta sobre todos os passos necessários para a denúncia e o acesso à Rede de Atendimento. Vale notar que, com o objetivo de se aumentar o número de municípios contemplados com esse equipamento, foram criadas diferentes tipologias de Casa da Mulher Brasileira (CMB). Em municípios de menor porte, a CMB pode ser implementada com número reduzido de serviços. 2.2 Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 O Ligue 180 é um serviço gratuito e confidencial que tem como objetivo receber denúncias de violência, reclamações e elogios, bem como prestar orientação sobre os serviços da Rede de Atendimento à Mulher. A Central do Ligue 180 também funciona como instrumento de pesquisa e monitoramento da atuação das instituições do Estado. Ao ouvir a sociedade a respeito do atendimento recebido em cada serviço que integra a rede, auxilia na criação de serviços e aprimoramento dos atendimentos. Agora, vamos ver como funciona a Central 180: Lembre-se dos canais de acesso: Telefone: 180 Aplicativo móvel: “Direitos Humanos Brasil” Aplicativo móvel “WhatsApp”: 61 99656-5008 Aplicativo móvel “Telegram”: Direitoshumanosbrasilbot Telegram E-mail: ouvidoria@mdh.gov.br Site: ouvidoria.mdh.gov.brw Como funciona a central 180 Fonte: MMFDH, 2020. 16 Revisando o módulo 4 Neste módulo, você aprendeu a conceituar rede e a distinguir a Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência. Conheceu também os serviços que compõem a Rede de Atendimento e a Central de Atendimento à Mulher do Ligue-180, de forma a poder orientar mulheres sobre os recursos disponíveis para o enfrentamento da violência em todas as suas formas. 17 Referências BRASIL. Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Brasília, 2011. BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Rede de Enfrentamentoà Violência contra as Mulheres. Brasília, 2011. BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Risco e de Violência. Brasília, 2011. BRASIL. Ministério Público Federal; Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão. A Lei Maria da Penha & Direitos da Mulher. Brasília, 2011. BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Enfrentando a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, 2020a. BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Mulheres na COVID -19. Brasília. 2020b. BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Diretrizes programáticas para implementação da Casa da Mulher Brasileira modalidade: implantação PPA - 2020/2023. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres/diretrizes-sobre-a-casa-da- mulher-brasileira. Acesso em 04 de junho de 2021. BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Violência doméstica e familiar contra a mulher: Ligue 180 e tudo o que você precisa saber. Brasília, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt- br/assuntos/denuncie-violencia-contra-a-mulher/violencia-contra-a-mulher. Acesso em 04 de junho de 2021. CASTELS, M. A Sociedade em Redes. São Paulo: Paz e Terra, 2000. MATOS, C.R. A. de. A política pública de enfrentamento à violência contra a mulher e o trabalho em rede. In: DE OLIVEIRA, A. S. et al. Contribuições para a formação de profissionais da segurança pública no enfrentamento da violência contra a mulher. Brasília: PMDF, TJDFT. 2020. homens no mundo do trabalho. 2019. https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/denuncie-violencia-contra-a-mulher/violencia-contra-a-mulher https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/denuncie-violencia-contra-a-mulher/violencia-contra-a-mulher Unidade 1: Enfrentamento à violência contra as mulheres 1.1 Conceito de rede 1.2. Enfrentamento à violência contra a Mulher 1.3 Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher 1.4 Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Unidade 2: Composição da rede de atendimento 2.1 Definição dos serviços da Rede Especializada de Atendimento 2.2 Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 Revisando o módulo 4 Referências
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