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1 
 
 
 
2 
SUMÁRIO 
1 GESTÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS .............................................. 4 
1.1 Os serviços públicos de manejo de águas pluviais urbanas ................ 5 
2 PROPRIEDADE DAS ÁGUAS PLUVIAIS ................................................... 6 
2.1 O Poder Público é obrigado a receber gratuitamente as águas pluviais 
urbanas que escoam de prédios urbanos? .............................................................. 8 
2.2 O serviço público de manejo de águas pluviais urbanas como serviço 
público remunerado pelos usuários ......................................................................... 9 
2.3 É taxa ou tarifa? ................................................................................. 10 
2.4 É taxa ou tarifa? ................................................................................. 11 
3 UMA DECISÃO EM SENTIDO CONTRÁRIO ........................................... 12 
3.1 Conclusão: o reconhecimento de que o manejo das águas pluviais 
urbanas é um problema de todos .......................................................................... 14 
4 REDE DE DRENAGEM PLUVIAL EFICIENTE PODE EVITAR 
ENCHENTES ............................................................................................................ 15 
5 DIMENSIONAMENTOS HIDRÁULICO E ESTRUTURAL ......................... 16 
6 TUBOS DE CONCRETO .......................................................................... 17 
7 DRENAGEM PLUVIAL X ESGOTO .......................................................... 17 
8 MANUTENÇÃO E NORMAS TÉCNICAS ................................................. 18 
9 PROJETO DE DRENAGEM PLUVIAL PREÇO - COMO FUNCIONA ...... 19 
9.1 Tubulação de Limpeza ....................................................................... 19 
10 PROJETO DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS .............................. 20 
10.1 Como Funciona o Projeto de Drenagem de Águas Pluviais das 
Residências 21 
11 USO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUAS PLUVIAIS RESIDENCIAIS 
COMO AUXÍLIO NA DRENAGEM URBANA ............................................................. 22 
11.1 Legislação: Captação e Reservação de Águas Pluviais ................. 23 
12 A GESTÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS E DRENAGEM URBANA: A 
GRANDE ÁREA ESQUECIDA .................................................................................. 24 
12.1 O Processo de Urbanização e a Gestão das Águas Pluviais .......... 26 
12.2 Gestão Conjunta de Águas Residuais e pluviais ............................. 28 
12.3 Funções e Responsabilidade do Poder Público .............................. 29 
12.4 PPP – Parceria Público-Privada ...................................................... 29 
12.5 Terceirização no Conceito de PPPs ................................................ 30 
 
3 
12.6 Operação e Manutenção de Redes Coletoras de Esgoto e Drenagem
 31 
12.7 Gestão Conjunta ............................................................................. 32 
12.8 Gestão Eficaz .................................................................................. 33 
12.9 Exemplo de Terceirização com PPP bem-sucedida ....................... 34 
12.10 Importância da água ....................................................................... 35 
12.11 Escassez da água ........................................................................... 35 
12.12 Aproveitamento, Captação e (re) uso das Águas Pluviais na 
Arquitetura 36 
12.13 Desperdício da Água Potável .......................................................... 37 
13 CAPTAÇÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS .................................................... 37 
13.1 Utilização da água da chuva no Brasil ............................................ 37 
13.2 Águas pluviais e seu aproveitamento .............................................. 38 
13.3 Sistema de coleta da água da chuva .............................................. 39 
13.4 Áreas de captação .......................................................................... 39 
13.5 Calhas e Tubulações ...................................................................... 39 
13.6 Tratamentos .................................................................................... 40 
13.7 Bombas e sistemas pressurizados .................................................. 40 
13.8 Cisterna: reservatório de armazenamento para a água da chuva ... 41 
13.9 DRENAGEM URBANA.................................................................... 43 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 46 
 
 
 
4 
1 GESTÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS 
Dentre os serviços municipais, um dos mais importantes é o serviço público de 
manejo de águas pluviais urbanas. Isso porque, quando funciona mal, gera enormes 
prejuízos à propriedade pública e privada, à saúde pública e, mesmo, à vida humana. 
Inclusive tem sido comum que os tribunais imponham ao Município o pagamento de 
elevados valores de indenizações, em razão dos danos provocados pelo 
funcionamento deficiente do serviço. 
 
 
Fonte: jornaldosaneamento.hol.es 
Doutro lado, trata-se de um serviço público dispendioso, caro. Face à carência 
de recursos, a exigência de patamares mais elevados para esse serviço público cria 
situação extremamente desconfortável, em que o Município é cobrado a realizar 
despesa de elevado valor, não raro despesa incompatível com sua realidade 
financeira. 
A proposta deste artigo é mostrar que podem ser obtidas receitas específicas 
para se viabilizar a adequada prestação do serviço público de manejo de águas 
pluviais urbanas. Não se trata de nenhum milagre, nem se trata de novidade. Tratase 
de viabilizar que o Município recupere os valores que despendeu mediante pagamento 
dos próprios beneficiários dos serviços, atendendo aos objetivos de justiça tributária 
e de boa gestão ambiental. 
 
5 
1.1 Os serviços públicos de manejo de águas pluviais urbanas 
Em muitos países, como nos Estados Unidos, a stormwater utility (ou seja, o 
serviço público de manejo de águas pluviais urbanas) é atribuição de estrutura 
administrativa específica, normalmente com receitas próprias. No Brasil, infelizmente, 
este serviço não vem merecendo tratamento institucional adequado, sendo executado 
em conjunto com outras atividades, sem segregação contábil, sem receitas vinculadas 
e, ainda, sem um planejamento que lhe oriente as ações. 
Entretanto, já está em curso processo de mudança. 
Em primeiro lugar, porque o serviço público de manejo de águas pluviais foi 
reconhecido como um dos cinco serviços públicos de saneamento básico, nos termos 
do que prevê a Lei Nacional de Saneamento Básico – LNSB (Lei federal nº 11.445, de 
5 de janeiro de 2007). Com isso, é serviço público que, devidamente organizado, deve 
ser colocado à disposição pelo Município, seja diretamente, seja por meio de terceiros 
contratados. 
Em segundo lugar, porque a expressão manejo de águas pluviais, utilizada pela 
Lei Nacional de Saneamento Básico (LNSB), possui significado moderno e diferente 
da expressão “serviços de drenagem”, antes utilizada. 
Isso porque drenar significa retirar um líquido de algum lugar, transferindo-o 
para outro lugar. Ora, meramente transferir, no que se refere às águas pluviais 
urbanas, pode significar apenas mudar a localização da enchente. Já a expressão 
“manejo” possui significado mais amplo, significando não apenas a ação de drenar, 
mas, também, as ações de estimular a infiltração das águas pluviais no solo, de detê-
las ou, mesmo, de reservá-las, seja para uso (por exemplo, em rega ou lavagem de 
pisos), seja para ser esgotada de forma e em tempos compatíveis com o 
dimensionamento do sistema de drenagem. 
É a partir dessas premissas que se pode compreender o alcance da definição, 
normativa, do serviço público de manejo de águas pluviais urbanas: 
Art. 15. Consideram-se serviços públicos de manejo das águaspluviais urbanas 
os constituídos por uma ou mais das seguintes atividades: 
I - Drenagem urbana; 
II - Transporte de águas pluviais urbanas; 
III - detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para 
amortecimento de vazões de cheias, e 
 
6 
IV - Tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas. 
(Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010 – Regulamento da LNSB). 
Contudo, há que se perguntar: de quais águas pluviais se está referindo? Isso 
porque há águas pluviais privadas e águas pluviais públicas, diferença que possui 
impacto sobre o regime de remuneração dos serviços. 
2 PROPRIEDADE DAS ÁGUAS PLUVIAIS 
No regime do revogado Código Civil de 1916, as águas pluviais eram 
consideradas como res nullius, ou seja, coisas sem dono e, por isso, poderiam ser 
livremente apropriadas. Naquele regime, a propriedade sobre as águas pluviais 
dependia não apenas que elas caíssem sobre o terreno, mas que o proprietário 
praticasse efetivo ato de apropriação. Nas palavras de Affonso Gama: 
“As águas pluviais têm o caráter de res nullius, isto é, de coisas sem dono, por cujo 
motivo pertencem, por ocupação (e não por acessão), ao dono ou proprietário do 
terreno em que elas caem, ou correm, podendo ser por ele apanhadas ou colhidas, 
guardadas ou reservadas, e aproveitadas, de acordo com suas necessidades. ” 
Com a edição do Código de Águas, de 1934, tal situação se modificou, 
passando a se reconhecer a propriedade ao proprietário do terreno pelo simples fato 
de nele caírem, pelo que foi afastada a necessidade de haver ato específico de 
apropriação. Veja-se: “As águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem 
diretamente, podendo o mesmo dispor delas à vontade, salvo existindo direito em 
sentido contrário” (Art. 103, Código de Águas). 
Observe-se que, no caso de o proprietário de tais águas não as aproveitar, 
deixando que transponham o limite de seu prédio, não significa que nunca tenha sido 
proprietário, mas que abandonou a propriedade que adquiriu. [6] Isso também se 
mostra evidente do disposto no Código de Águas: “Transpondo o limite do prédio em 
que caírem, abandonadas pelo proprietário do mesmo, as águas pluviais, no que lhes 
for aplicável, ficam sujeitas às regras ditadas para as águas comuns e para as águas 
públicas” (art. 104). 
Nessa hipótese, passa a valer o que dispõe o Código Civil em vigor, que 
estipula que “O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, 
satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso 
 
7 
natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores” (art. 1.290). Em outras 
palavras: abandonando a propriedade sobre as águas pluviais, não pode o anterior 
proprietário impedir que tais águas sejam adquiridas pelos proprietários dos prédios 
inferiores, para onde escoam naturalmente. 
Doutro lado, no caso desse escoamento natural, o proprietário do prédio inferior 
possui a obrigação de receber tais águas, mesmo que lhe causem incômodo, na 
conformidade do que dispõe o Código Civil: 
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as 
águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que 
embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não 
pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior. 
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí 
colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, 
ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer. 
Fica evidente que as águas pluviais de propriedade privada se configuram pela 
só circunstância de águas pluviais terem se precipitado, naturalmente, em um imóvel 
de propriedade privada. 
A mesma regra se aplica quando as águas pluviais venham a se precipitar 
sobre imóveis públicos, eis que se tornam propriedade pública, podendo ser inclusive 
propriedade pública de uso comum, como também prevê o Código de Águas: “São de 
domínio público de uso comum as águas pluviais que caírem em lugares ou terrenos 
públicos de uso comum (art. 107). 
Há, portanto, duas formas de propriedade pública sobre as águas pluviais: 
(i) Águas pluviais cuja propriedade é exercida por entidade pública, porque 
tal entidade possui a propriedade de prédio onde se precipitaram águas pluviais – pelo 
que seu regime se equipara ao regime jurídico da das águas pluviais de propriedade 
privada, sendo “pública” pelo simples fato de o proprietário ser integrante da 
Administração Pública e 
(ii) As águas pluviais de uso comum, que, no caso das águas pluviais 
urbanas – que são as que interessam a este texto –, são aquelas que se precipitaram 
sobre as vias públicas e outros bens de uso comum do povo. 
 
8 
2.1 O Poder Público é obrigado a receber gratuitamente as águas pluviais 
urbanas que escoam de prédios urbanos? 
Seria o Município obrigado a receber as águas pluviais urbanas que escoam 
de prédios urbanos, sejam prédios de propriedade privada, sejam de propriedade de 
entidade pública? 
Aplicando-se as normas civis, quando as águas pluviais urbanas escoam 
naturalmente do prédio para a via pública, o proprietário renuncia à propriedade sobre 
as águas pluviais, e o Poder Público é obrigado a recebê-las, adquirindo a 
propriedade. 
A grande questão é que tais águas podem significar, quase sempre, apenas 
ônus para o Poder Público, que deve manejá-las para que não prejudiquem a 
salubridade ambiental urbana, bem como para que venham a integrar, de forma 
adequada, corpos hídricos. Adquirir tal propriedade significa, em realidade, adquirir 
uma obrigação. Eis uma aplicação que, talvez, não tenha sido antes imaginada, para 
a famosa asserção Eigentum verpflichtet. 
Sob o ponto de vista exclusivamente do Direito Civil, o Município e seu sistema 
de drenagem seriam responsáveis apenas pelas águas pluviais públicas, que tenham 
se precipitado nas vias públicas, e, ainda, aquelas que escoam naturalmente dos 
prédios urbanos para as vias públicas. Seriam excluídas de sua responsabilidade as 
águas pluviais que, precipitando-se sobre um prédio, são artificialmente drenadas 
para a via pública. 
Prima facie, somente em relação às águas pluviais que escoem artificialmente 
para a via pública é que poderia recusa em receber por parte do Poder Público, ou 
este poderia condicionar o seu recebimento ao pagamento de remuneração, neste 
último caso porque o Poder Público teria o direito que “se lhe indenize o prejuízo que 
sofrer” (art. 1.289 do Código Civil). 
Contudo, o uso e a ocupação do solo urbano estão sujeitos ao atendimento das 
normas municipais. E estas podem prever que os prédios urbanos estão obrigados a 
reter em seu interior todas as águas pluviais que sobre ele se precipitem. De tais 
normas de uso e ocupação do solo adviria a obrigação de o lote urbano possuir áreas 
permeáveis, para fins de infiltração de águas pluviais, ou de seu proprietário reservar 
tais águas, mediante mecanismos adequados, impedindo que venham a acessar a via 
pública ou o sistema público de drenagem. 
 
9 
Havendo tal norma administrativa, evidentemente que o Poder Público não 
seria obrigado a receber águas pluviais urbanas originadas de prédios urbanos, mas, 
apenas, teria que manejar as águas pluviais que se precipitem sobre as vias públicas 
e outros logradouros. E nada mais. 
Ou seja, nesta hipótese, o serviço público de manejo de águas pluviais urbanas 
seria limitado à apenas a parcela das águas pluviais que se precipitaram no território 
do Município – porque parte destas teriam o seu manejo sob a responsabilidade 
privada. 
2.2 O serviço público de manejo de águas pluviais urbanas como serviço 
público remunerado pelos usuários 
Contudo, pode a legislação local prever também que os proprietários, ou 
ocupantes, de prédios urbanos possam optar por reter em seus imóveis todas as 
águas pluviais que nelese precipitaram ou, então, mediante pagamento, usufruírem 
do serviço público de manejo de águas pluviais – desde que, evidentemente, tal 
serviço exista e tenha capacidade de receber tal volume de águas. 
Nesta situação, o cidadão pode cuidar das águas pluviais de sua propriedade, 
infiltrando-a no solo de seu imóvel, ou adotando outra solução, ou, então, poderá optar 
por se utilizar do serviço público de manejo de águas pluviais que o Município colocou 
à sua disposição. Caso faça tal opção, poderá ser instado a remunerar o Município 
pelo serviço que usufruirá. 
 
Fonte: blogdaengenharia.com 
 
10 
Vê-se, assim, com clareza, o porquê de a Lei Nacional de Saneamento Básico 
(LNSB) expressamente prever a remuneração pela prestação dos serviços de manejo 
de águas pluviais urbanas: 
Art. 36. A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo 
de águas pluviais urbanas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais 
de impermeabilização e a existência de dispositivos de amortecimento ou de retenção 
de água de chuva, bem como poderá considerar: 
I - O nível de renda da população da área atendida; 
II - As características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser 
neles edificadas. 
Como evidente, a remuneração prevista para os serviços se refere ao manejo 
das águas pluviais escoadas dos prédios urbanos para as vias públicas, não para o 
manejo das que se precipitem diretamente sobre as vias públicas. Com isso, as 
despesas com o manejo das águas pluviais de uso comum do povo devem ser 
custeadas pelo Poder Público, mediante suas receitas gerais, especialmente as 
geradas mediante impostos, e não podem ser objeto de cobrança específica. 
De outro lado, as águas pluviais que escoarem dos prédios urbanos para a via 
pública podem ser objeto de remuneração por parte do proprietário ou ocupante do 
prédio, inclusive prevendo a legislação federal critérios para o cálculo do valor de dita 
remuneração. 
2.3 É taxa ou tarifa? 
Em texto anterior, já nos dedicamos a analisar a questão da diferença, no 
campo do saneamento básico, entre taxa e tarifa. Cabe aqui retomar o tema a partir 
das características específicas do serviço público de manejo de águas pluviais 
urbanas. 
Porém, antes de tudo, importante dizer o porquê de tal distinção ser importante. 
A uma, porque “a adoção de taxa pode causar grandes constrangimentos, 
porque, como categoria tributária, a sua imposição depende de lei, tornando a sua 
fixação vulnerável a critérios políticos, que desconsiderem os aspectos técnicos do 
custo efetivo para a manutenção e ampliação dos serviços”. A duas, porque “a 
complexidade do processo de edição de uma lei e a demora derivada do atendimento 
 
11 
ao princípio da anterioridade são incompatíveis com a premência de se restabelecer 
a equação econômico-financeira violada (...)”.A três, porque, ainda na hipótese de 
taxa, “haveria o inconveniente de a receita dos serviços passar a ser tratada como 
receita pública, que deve atender a todos os vínculos do regime de contabilidade 
pública, inclusive o do caixa único, o que gera o risco de a receita de tarifas ser 
utilizada para o atendimento de outras necessidades públicas, em prejuízo dos 
serviços e de seu prestador”. 
Vê-se, assim, que “os regimes jurídicos das taxas e das tarifas são bastante 
diferentes entre si. De um lado, tem-se o regime tarifário, que é mais flexível, mas 
oferece menos garantias formais aos usuários – uma vez que pode haver alteração 
de valores a qualquer momento, sem a necessidade de edição formal de lei”. 
2.4 É taxa ou tarifa? 
Apesar de possuírem regimes jurídicos com consequências tão diferentes, a 
distinção entre as hipóteses de taxa ou tarifa nem sempre é simples, sendo a polêmica 
marcada pelo entendimento jurisprudencial moldado a partir dos ditames da 
Constituição de 1946, que motivou o Supremo Tribunal Federal (STF) a, em 1969, 
tendo em foco em especial os serviços de água e esgoto, editar a Súmula 545, de 
seguinte teor: “Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, 
diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia 
autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu”. 
A questão, sob o aspecto da compulsoriedade da fruição dos serviços, foi 
analisada de forma lapidar por Hugo de Brito Machado: 
Se a ordem jurídica obriga a utilização de determinado serviço, não permitindo 
o atendimento da respectiva necessidade por outro meio, então é justo que a 
remuneração correspondente, cobrada pelo Poder Público, sofra as limitações 
próprias dos tributos (...). 
Por outro lado, se a ordem jurídica não obriga a utilização do serviço público, 
posto que não proíbe o atendimento da correspondente necessidade por outro meio, 
então a cobrança da remuneração correspondente não ficará sujeita às restrições do 
sistema tributário. Pode ser fixada livremente pelo Poder Público, pois o seu 
pagamento resulta de simples conveniência do usuário do serviço. 
 
12 
À liberdade que tem o Poder Público na fixação do preço público, sem a 
necessidade de lei a estabelecer os critérios para determinação do valor devido, 
corresponde a liberdade do cidadão em utilizar, ou não, o serviço correspondente. 
Apesar de a opinião de MACHADO não esgotar o tema, porque atualmente se 
reconhecem hipóteses em que tarifa pode ser utilizada mesmo para serviços de 
utilização compulsória, inclusive os de água e esgoto, de se ver que para a análise 
aqui empreendida não é necessário ir mais longe. 
Como visto acima, o proprietário de um prédio urbano, caso as normas 
municipais prevejam, pode ter as seguintes opções: (i) conter as águas pluviais de 
sua propriedade no interior do prédio, viabilizando sua infiltração no solo ou dando 
outro uso, ou (ii) encaminhar tais águas para o serviço público. O serviço público, 
neste caso, não é compulsório, porque seu uso depende da vontade do usuário, que, 
como se disse, tanto pode reter as águas pluviais, como encaminhá-las para o serviço 
público. 
Com isso, até mais que na situação dos serviços de esgotamento sanitário, é 
evidente que a remuneração dos serviços públicos de manejo de águas pluviais 
urbanas trata-se de hipótese de preço público, ou seja, de hipótese de tarifa, e não de 
taxa. 
3 UMA DECISÃO EM SENTIDO CONTRÁRIO 
O fundamento da arguição é o inciso II do artigo 145 da Constituição da 
República, ou seja, a ausência de especificidade e divisibilidade do serviço público a 
ser custeado pelo tributo. 
Os requisitos constitucionais não foram atendidos pela legislação local. Todos 
se aproveitam desse benefício gerado pelo serviço público de drenagem de águas 
pluviais. E para isso o sistema tributário nacional contempla a taxa, tributo instituído 
para remunerar a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e 
divisíveis, prestados ao contribuinte ou colocados à sua disposição. Por isso que, 
“diferentemente dos impostos, a característica essencial das taxas é a existência de 
uma atividade estatal específica e divisível, ou seja, há a necessidade de o serviço 
realizado trazer, em tese, benefício potencial e determinado ao contribuinte que 
deverá pagá-lo, mesmo que não utilize”. 
 
13 
Na espécie não há uma prestação mensurável. Mesmo aquele que 
eventualmente viesse a não pagar a taxa, seria beneficiado com a drenagem das 
águas pluviais. Por isso é que essa obrigação da Municipalidade há de ser satisfeita 
com outra espécie de tributo: o imposto. Esta a definição legal de imposto: “Imposto é 
o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. É o que leva Hugo de Brito 
Machado a afirmar que “o imposto é uma exação não vinculada, isto é, independente 
de atividade estatal específica”. 
Ao vulnerar o preceito do inciso II do artigo 145 da Constituiçãoda República, 
a Lei nº 7.606, de 23.12.1997, do Município de Santo André, viu-se fulminada de 
incompatibilidade com a ordem fundante em ambas as entidades federativas, pelo 
princípio da simetria. 
Por estes fundamentos, conhece-se parcialmente do incidente e se declara a 
inconstitucionalidade da Lei 7.606, de 23.12.1997, do Município de Santo André, 
determinada a remessa dos autos à Câmara Suscitante para prosseguimento do 
julgamento. 
(Arguição de Inconstitucionalidade nº 990.10.247740-1, Órgão Especial do 
TJ/SP, Rel. Des. Renato Nalini, j. 11.8.2010) 
Como se percebe, ou a Lei Municipal de Santo André previa que todos os 
custos do serviço público de manejo de águas pluviais urbanas deveriam ser 
custeados pelos usuários, inclusive a parcela de custo dos serviços que visa a atender 
as águas pluviais de uso comum do povo (que, efetivamente, só pode ser custeada 
mediante receitas gerais, como a originada de impostos), ou o Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo não percebeu a diferença entre a parcela remunerável e não 
remunerável de ditos serviços. 
De qualquer forma, o precedente apontado serve para demonstrar três 
aspectos importantes: 
(i) A necessidade se utilizar dos critérios fixados pela Lei Nacional de 
Saneamento Básico (LNSB), o que não aconteceu de forma expressa no caso julgado, 
até porque a lei municipal analisada é anterior à LNSB; 
(ii) Que é essencial elevado cuidado na elaboração da lei municipal, para 
evitar confusões que podem pôr a perder a remuneração pela prestação dos serviços; 
e 
 
14 
(iii) A novidade da matéria, pelo que os operadores do Direito, inclusive do 
Judiciário, não a conhecem, pelo que é grande a possibilidade de equívocos quanto à 
interpretação dos fatos, e, por conseguinte, na aplicação do direito. 
 
 
Fonte: www.geohidro.com.br 
3.1 Conclusão: o reconhecimento de que o manejo das águas pluviais urbanas 
é um problema de todos 
O manejo das águas pluviais urbanas não é apenas desafio do Prefeito, do 
Município, mas, também, da sociedade. Por mais que se façam obras, em vista da 
enorme e crescente impermeabilização das cidades brasileiras, as enchentes e os 
alagamentos continuarão a fazer parte do dia-a-dia, e, também, a implantação de 
sistemas públicos de drenagem ou de retenção de águas pluviais traz sempre o sério 
problema de como dar-lhes manutenção adequada, que é de alto custo. 
E não só. A dinâmica da ocupação urbana faz com que as soluções de 
drenagem, custosas, logo se desatualizem e deixem de produzir efeitos. Não raro, 
poucos anos após a implantação de grandes obras, o que se vê é, apenas, a mudança 
do local da enchente ou do alagamento. 
Evidente que a questão não pertence apenas ao Poder Público, e só terá 
solução efetiva na medida em que a sociedade também participe da solução. É a água 
de cada um dos lotes e glebas da cidade que, “empurrada” para a via pública, está na 
origem das tragédias das enchentes, dos alagamentos, dos deslizamentos, sem 
 
15 
contar na ameaça das doenças de vetor hídrico, ou cujo vetor está associado ao 
manejo inadequado das águas. 
Ao se instituir, atendido os pressupostos previstos na Lei Nacional de 
Saneamento Básico, a remuneração pela prestação do serviço público de manejo de 
águas pluviais urbanas, surgirá um estímulo econômico para que os proprietários das 
águas pluviais lhe deem solução adequada. 
Sabendo que, caso não deem destinação adequada, terão que pagar pela água 
pluvial que encaminham para o sistema público, os proprietários de prédios urbanos, 
especialmente dos maiores (como os estacionamentos e outras grandes plantas 
impermeabilizadas, que possuem grande impacto), poderão ser induzidos a adotar 
soluções locais, seja diminuindo a área impermeabilizada, seja por meio de 
reservatórios no interior dos lotes (“piscininhas”), ou permitindo a utilização mais 
inteligente do sistema público de drenagem. 
Efetivamente a cobrança pela utilização dos serviços públicos de manejo de 
águas pluviais colabora para que a sociedade entenda que a enchente não é 
“problema do prefeito”, mas problema da coletividade urbana, e que está diretamente 
ligada a como esta coletividade se apropria do território e dos recursos naturais. 
Há que se concordar com os ambientalistas: nada mais educativo do que a 
aplicação do princípio do poluidor-pagador.1 
4 REDE DE DRENAGEM PLUVIAL EFICIENTE PODE EVITAR ENCHENTES 
Para minimizar problemas de alagamentos e deslizamentos de encostas nas 
cidades, o sistema de drenagem pede investimentos e materiais adequados, como as 
tradicionais peças de concreto, que podem durar até 100 anos. 
Sistema que passa despercebido pelos olhos da população, a rede de 
drenagem pluvial urbana desempenha papel fundamental para o bom funcionamento 
da cidade, principalmente em períodos com grandes quantidades de chuvas. 
Minimizar os problemas, como enchentes e deslizamentos de encostas – causados 
pelo excesso no nível de circulação da água – é a principal função do sistema. Mas, 
para atingir o resultado esperado, a rede de drenagem pluvial deve ser constituída 
pelos materiais adequados. “Existem algumas opções para esse sistema, como as 
 
1 Extraído do link: pt.linkedin.com 
 
16 
tubulações de aço corrugado ou de polietileno corrugado, entre diversos outros 
materiais alternativos. Entretanto, a solução mais tradicional é o tubo de concreto”, 
afirma o engenheiro Alírio Brasil Gimenez, diretor Técnico da ABTC – Associação 
Brasileira dos Fabricantes de Tubos de Concreto. 
Gimenez destaca que o tubo de concreto é uma alternativa usual para esse tipo 
de obra, por apresentar como vantagem a possibilidade de ser utilizado para qualquer 
nível de carga. “Mesmo que a drenagem seja feita sob via com trânsito intenso de 
veículos, abaixo de linha férrea ou em uma pista de aeroporto, os tubos de concreto 
ainda atendem a todos os casos. O material é versátil por ser dimensionado 
estruturalmente para diversas situações de aplicação”, explica. Quando fabricadas de 
maneira adequada, as peças de concreto que compõem a rede devem ter expectativa 
de vida de 100 anos. “Se forem fabricadas seguindo todas as especificações da ABNT 
NBR 8890 – Tubo de concreto de seção circular para águas pluviais e esgotos 
sanitários – Requisitos e métodos de ensaio –, terão todas as condições técnicas para 
ter 100 anos de vida útil”, afirma o engenheiro. 
“O tubo de concreto é uma alternativa usual para esse tipo de obra por 
apresentar como vantagem a possibilidade de ser utilizado para qualquer nível de 
carga (...). Mesmo que a drenagem seja feita sob via com trânsito intenso de veículos, 
abaixo de linha férrea ou em uma pista de aeroporto, os tubos de concreto ainda 
atendem a todos os casos.” 
5 DIMENSIONAMENTOS HIDRÁULICO E ESTRUTURAL 
A rede de drenagem pluvial urbana exige, basicamente, dois tipos de 
dimensionamento. Um deles é o hidráulico, estudo que indicará qual é o diâmetro dos 
dutos a serem utilizados. “Para determinar essa característica, existe uma série de 
informações técnicas, mas, resumindo, é possível dizer que o diâmetro das tubulações 
é diretamente proporcional à área de captação da chuva. Por exemplo: quando há 
uma grande bacia que concentra a precipitação e a encaminha para determinada 
avenida, a canalização deve ser constituída por tubos de diâmetro capazes de captar 
toda a água dessa área”, explica Gimenez. 
O profissional ressalta a importância do dimensionamento hidráulico, 
destacando que essa é a questão de maior importância no momento de projetar o 
 
17 
sistema. “O estudo deve ser feito de forma correta. Quanto mais impermeabilizado for 
o terreno, com asfalto e concreto, menor será a quantidade de chuva que infiltra no 
solo. Isso aumenta a quantidade de água que escoa rapidamente, acumulando nos 
pontos baixos da cidade”, adverte. O segundo dimensionamentoque deve ser feito é 
o estrutural, ou seja, a definição da classe de resistência mecânica dos tubos. “Entre 
os itens que interferem, é preciso considerar se haverá trânsito sobre a rede e qual 
será a profundidade da obra, entre outros”, comenta. 
Quanto mais impermeabilizado for o terreno, com asfalto e concreto, menor 
será a quantidade de chuva que infiltra no solo. Isso aumenta a quantidade de água 
que escoa rapidamente, acumulando nos pontos baixos da cidade. 
6 TUBOS DE CONCRETO 
Para bem projetar a rede de drenagem do solo também é preciso conhecer os 
tipos de peças disponíveis no mercado. Os tubos de concreto são fabricados em dois 
formatos: os de seção circular e os retangulares. O modelo circular normalmente tem 
diâmetro interno que varia de 20 cm até 2 m. “Existem tubos com diâmetro maior que 
chegam a até 3 m, porém não são usuais, sendo especificados somente em casos em 
que há grandes volumes de chuvas”, completa Gimenez. Outra característica dos 
tubos de seção circular é seu modo de conexão: existem peças com ligação tipo 
macho e fêmea e outras com sistema ponta e bolsa, sendo esta última a mais comum. 
Por sua vez, os elementos retangulares, também chamados de aduelas, têm 
tamanho inicial de 1 x 1 m e podem chegar até 4,5 x 4,5 m. Já o encaixe deste tipo de 
tubo acontece através do sistema macho e fêmea. Utilizadas em alguns países da 
Europa, as peças no formato de cotovelo não existem no Brasil. “Quando a rede 
precisa mudar de direção, é recomendável a construção de um poço de visita ou de 
uma caixa morta”, aconselha o engenheiro. 
7 DRENAGEM PLUVIAL X ESGOTO 
Dependendo do que é transportado, há diferenças no tipo de tubulação. Em 
São Paulo, a Sabesp utiliza tubos de PVC ou de aço para água pressurizada e tubos 
de concreto para captação de esgoto e de água da chuva. A rede de drenagem pluvial 
 
18 
funciona pelo escoamento da água através da pressão atmosférica, sem 
bombeamento. “A água simplesmente sai do ponto mais alto para o mais baixo. 
Pequenos vazamentos nesse sistema não têm importância tão grande, 
diferentemente da rede de esgoto sanitário, que, ao apresentar vazamento, exige 
intervenção rápida, pois o material transportado é altamente agressivo ao meio 
ambiente, podendo contaminar o subsolo”, esclarece o profissional. 
Outra diferença da rede de drenagem pluvial para a de esgoto é o tipo de peças 
utilizadas. “Para o sistema em concreto de esgoto sanitário são especificados tubos 
de junta elástica, com anel de borracha em uma das pontas que se conecta na bolsa 
do outro tubo para fazer o encaixe. Esse anel é comprimido, garantindo a 
estanqueidade da rede”, detalha o engenheiro. 
O lixo jogado na rua acaba acumulando no interior das galerias quando chove, 
provocando entupimentos e a paralização do sistema. Se as peças forem de qualidade 
e a obra for bem executada, a rede só precisará de limpeza. 
8 MANUTENÇÃO E NORMAS TÉCNICAS 
Além da ABNT NBR 8890, que regulamenta a fabricação dos tubos de concreto 
de seção circular, há ainda a ABNT NBR 15396 – Aduelas (galerias celulares) de 
concreto armado pré-fabricadas – Requisitos e métodos de ensaio – que estabelece 
os requisitos e métodos de ensaio a serem atendidos na fabricação de aduelas. 
“Também está em vigor norma que trata especificamente da execução de obras de 
esgoto utilizando tubos de concreto, é a ABNT NBR 15645 – Execução de Obras de 
Esgoto e Drenagem com Tubos e Aduelas de Concreto”, detalha Gimenez. 
Nas questões estruturais, as redes de drenagem pluvial urbana não necessitam 
de manutenção. “É preciso somente trabalho de limpeza interna dos tubos, pois o lixo 
jogado na rua acaba acumulando no interior das galerias quando chove, provocando 
entupimentos e a paralização do sistema. Se as peças forem de qualidade e a obra 
for bem executada, a rede só precisará de limpeza”, fala o engenheiro. 
Gimenez avalia que, de maneira geral, todas as esferas de governo não 
aplicam os recursos necessários em drenagem, por serem obras que ficam enterradas 
e não trazem dividendos políticos. “Muitos problemas de enchentes são causados pela 
falta de investimento”, conclui. 
 
19 
De maneira geral, todas as esferas de governo não aplicam os recursos 
necessários em drenagem, por serem obras que ficam enterradas e não trazem 
dividendos políticos.2 
9 PROJETO DE DRENAGEM PLUVIAL PREÇO - COMO FUNCIONA 
Hidrologia: como conceito ou definição, trata-se da ciência que estuda a água 
do Planeta Terra, consequentemente, as ocorrências, circulação e distribuição, 
analisando e estudando física e quimicamente quanto a propriedade bem como a 
inter-relações. 
Os estudos Hidrológicos são importantes no tocante aos efeitos catastróficos 
das grandes cheias e estiagem e evidentemente, o quanto o trabalho humano interfere 
positivamente ou negativamente sobre o meio ambiente. 
O projeto de drenagem pluvial preço, normalmente, acompanha uma obra de 
pavimentação e destina-se a coletar, conduzir e dar destinação final às águas pluviais. 
O projeto de drenagem pluvial preço quase sempre contém tubos de concreto, caixas 
de ligação, poços de visita, bocas de lobo, caixa de saída d’água e ou dissipador de 
energia no final da rede. 
Para elaborar o projeto de drenagem pluvial preço é necessário fazer diversos 
estudos. O Estudo Hidrológico, por exemplo, é muito importante. Seu objetivo é 
apresentar todos os conceitos e parâmetros relativos aos cálculos das galerias de 
águas pluviais para Período de Recorrência, conforme indicado na Planilha de 
Cálculo. 
O projeto de drenagem pluvial preço consiste no projeto de galerias de águas 
pluviais, sarjeta, boca de lobo e outros elementos do sistema, cuja finalidade é 
canalizar as águas coletadas até um determinado ponto de lançamento na periferia 
da cidade. 
9.1 Tubulação de Limpeza 
As tubulações de limpeza permitem a inspeção dos coletores do projeto de 
drenagem pluvial preço aos quais se conectam, visando promover também a 
 
2 Extraído do link: www.aecweb.com.br 
 
20 
ventilação das redes de esgoto. Estas tubulações permitem, em geral, a lavagem dos 
coletores por meio de mangueiras de incêndio e a sua desobstrução com o emprego 
de varas apropriadas. 
Também denominadas caixas de ralo e bocas coletoras, devem ser entendidas 
como unidades através das quais as águas de chuva terminam o seu escoamento 
superficial nas vias públicas para ingressar no sistema de esgoto propriamente dito. 
Suas características dependem da vazão máxima que vão receber, de serem 
instaladas ou não junto ao meio-fio, da altura do meio-fio em relação à sarjeta, da 
declividade longitudinal da rua, de serem destinadas ou não a reter material sólido do 
esgoto, e de vedar a saída dos gases da rede para a via pública. Tudo isso depende 
do que está determinado memorial do projeto de drenagem pluvial preço.3 
10 PROJETO DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS 
Ao iniciar um projeto arquitetônico e de construção, é necessário atentar-se 
para todas as condições do terreno, bem como da estrutura da edificação, já que 
sistemas com falhas ou mal instalados podem causar acidentes e comprometer toda 
a condição do imóvel. O projeto de drenagem de águas pluviais, por exemplo, é um 
estudo de extrema importância sobre as condições do terreno, que tem como função 
principal drenar todo o excesso de água do subsolo, evitando, assim, possíveis 
alagamentos e perdas materiais. Além disso, com a drenagem do lote é possível evitar 
processos de deteorização oriundos da umidade e do escoamento de águas do 
terraço ou telhado. 
 
3 Extraído do site: http: www.ramblainfra.com.br 
 
21 
 
Fonte: kadoshidoctorhome.wordpress.com 
10.1 Como Funciona o Projeto de Drenagem de Águas Pluviais das Residências 
As obras do projeto de drenagem de águas pluviais em terrenos residenciaisou comerciais canalizam a água da chuva, bem como drenam a umidade de áreas 
banhadas, poças ou charcos que podem estar presentes no loteamento. Para isso, 
são instalados drenos subterrâneos, normalmente em PVC, que encaminham a água 
pluvial diretamente para a rede de esgoto. Emendas em “T” também são utilizadas 
nas tubulações, como uma maneira de encaminhar a água com mais rapidez e 
eficiência. Outras características do projeto de drenagem de águas pluviais incluem: 
• O projeto de drenagem de águas pluviais deve seguir todas as recomendações 
técnicas e especificações dos órgãos reguladores; 
• As tubulações subterrâneas do projeto de drenagem de águas pluviais devem 
ser inspecionadas periodicamente, com manutenção preventiva dos canos, a 
fim de evitar vazamento ou demais falhas; 
• Também é possível a instalação de sistemas de bombeamento para elevação 
das águas, dependendo da geografia do terreno.4 
 
4 Extraído do site: www.phenixprojetos.com.br 
 
22 
11 USO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUAS PLUVIAIS RESIDENCIAIS COMO 
AUXÍLIO NA DRENAGEM URBANA 
A urbanização desordenada nas cidades brasileiras tem sido inadequada, 
principalmente com relação aos sistemas de drenagem, que não impedem as 
enchentes. Diante desse cenário, algumas cidades e Estados têm criado leis que 
incentivam ou determinam a reservação das águas pluviais para minimizar os 
impactos das chuvas mais intensas. 
Consideram-se águas pluviais como as que procedem imediatamente das 
chuvas e que pertençam ao proprietário do edifício onde caírem diretamente, o qual 
pode dispor delas à vontade, salvo existindo direito em sentido contrário (Decreto no 
24.643/1934). Texto semelhante é apresentado no artigo 1290 do Código Civil, Lei no 
10.406/2002: “O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, 
satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso 
natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores”. 
Esse código determina que não seja permitido ao proprietário do edifício 
desperdiçar essas águas em prejuízo de outros edifícios que delas se possam 
aproveitar, sob pena de indenização aos seus proprietários, nem desviar essas águas 
de seu curso natural para lhes dar outro, sem consentimento expresso dos 
proprietários dos edifícios que irão recebê-las. 
A partir dessas legislações, as águas pluviais se mostram importantes na área 
do saneamento, mas em dois setores diferentes: no abastecimento público de água e 
na drenagem urbana. Na drenagem urbana, a água da chuva é fundamental no 
dimensionamento do sistema de drenagem; quanto maior o volume de chuva, mais 
complexo é o projeto de drenagem. Uma solução complementar ao sistema de 
drenagem é a utilização de reservatórios para a retenção da água da chuva durante o 
evento, para após um intervalo de tempo de seu término, a água retida ser escoada 
de forma controlada para não causar enchentes. 
O presente artigo tem por objetivo apresentar as legislações municipais e 
estaduais sobre a reservação da água da chuva visando à redução de enchentes. 
 
23 
11.1 Legislação: Captação e Reservação de Águas Pluviais 
O atual modelo de urbanização apresentado na maioria das cidades brasileiras 
tem se mostrado desordenado e inadequado, principalmente com relação aos 
sistemas de drenagem. Ao longo dos anos as superfícies dos solos vão se tornando 
impermeáveis, uma vez que há substituição de residências por edifícios e as ruas são 
asfaltadas, impedindo que as águas das chuvas infiltrem. Isso aumenta o fluxo e 
velocidade da água no sistema de drenagem e a deposição de sedimentos oriundos 
da lavagem do solo. 
O sistema de drenagem que antes havia sido projetado para uma determinada 
condição de uso e ocupação do solo passa a ficar subdimensionado, causando 
problemas de diversas proporções, como alagamentos, transtornos no trânsito, 
inundações, transmissão de doenças, dentre outros. Em muitos casos, esse sistema 
de drenagem não é redimensionado devido ao alto custo de implementação. 
Para mitigar os problemas, buscam-se soluções alternativas, como 
reservatórios de detenção, barragens, desvio de cursos d’água, entre outras. Além 
dessas intervenções físicas, algumas cidades estão apresentando políticas públicas 
que envolvam os cidadãos para complementar o controle das enchentes urbanas. As 
cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Niterói e São Paulo, bem como o Estado de 
São Paulo, têm adotado ideias semelhantes nesse sentido, adaptando-se às suas 
próprias peculiaridades locais. 
De maneira geral, essas cidades exigem o uso de reservatórios de águas 
pluviais em loteamentos que possuam algum percentual de área impermeável, o qual 
varia conforme o critério adotado para a retenção temporária das águas pluviais que 
precipitam sobre cada lote, podendo captar através dos telhados, coberturas, pisos e 
áreas impermeáveis. Dessa forma, esses lotes contribuem para o retardo do 
escoamento dessas águas para o sistema de drenagem público, uma vez que esses 
reservatórios só podem ser esvaziados no sistema de drenagem após determinado 
tempo de encerramento da chuva. 
Segundo Canholi, a finalidade dessa solução é reduzir o pico das enchentes, 
por meio do amortecimento de parte do volume escoado. A disposição local do tanque 
de reservação das águas precipitadas é tipicamente voltada ao controle em lotes 
residenciais e vias de circulação. O objetivo é reduzir os picos das vazões veiculadas 
para a rede de drenagem. 
 
24 
Através da implantação desse dispositivo de drenagem, os lotes que possuem 
grande área impermeabilizada não poderão contribuir no mesmo instante em que 
ocorrem as chuvas, ao reduzir a velocidade do escoamento das águas pluviais, 
controlando a ocorrência de inundações e também amortecendo e diminuindo os 
problemas oriundos dos picos de vazão. Desse modo, é facilitado o funcionamento do 
sistema e não há necessidade de grandes obras para impedir as inundações e 
alagamentos.5 
12 A GESTÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS E DRENAGEM URBANA: A GRANDE 
ÁREA ESQUECIDA 
As chuvas destas últimas semanas nos recordaram da importância de uma boa 
gestão das águas pluviais e drenagem urbana dentro do que se chama o ciclo da 
água. 
Porque a verdade é que, em geral, e especialmente nos municípios pequenos, 
não existe tal gestão. A maioria de municípios dispõe de algumas redes executadas 
sem planejamento nem visão global integrada, e aproveitando alguma das múltiplas 
subvenções que periodicamente são liberadas pela união ou pelo Estado. 
As águas pluviais e drenagem urbana urbanas são resultantes dos episódios 
de chuva que dão lugar ao escoamento superficial, ao não se evaporar ou não 
poderem ser infiltradas no terreno. Estas águas carregam importantes quantidades de 
contaminação, em alguns casos de grave impacto sobre o meio se não são 
adequadamente canalizadas e tratadas, e geram episódios de inundações e alteração 
de processo de saneamento das águas residuais de origem doméstica. 
Não podemos desvincular as águas pluviais e drenagem urbana das águas 
residuais. Efetivamente, na maioria dos casos as águas pluviais e drenagem urbana 
acabam nas redes de esgoto, provocando um importante incremento do caudal de 
chegada às estações de tratamento de esgoto sanitário, o que afeta os processos de 
tratamento se não são adequadamente separadas. 
A gestão das águas pluviais e drenagem urbana toma importância com a 
urbanização e a constituição do entorno urbano, que altera substancialmente as 
condições de drenagem, incrementando a superfície impermeável e dando lugar ao 
 
5 Extraído do link: www.arandanet.com.br 
 
25 
escoamento. De fato, as redes de águas pluviais e drenagem urbana vieram antes 
das de esgotamento sanitário, já que inicialmente as casas utilizavam as fossas 
negras ou despejavam o esgoto diretamenteno ambiente, enquanto que nas ruas já 
se haviam implantado canais de águas pluviais para escoar a água de chuva. 
Como administrar o problema? 
Não obstante, por desgraça nos encontramos em geral bastante alijados 
dessas demandas, e a atual penúria de investimentos públicos não parece que 
permita esperar grandes modificações em curto prazo. 
Portanto, sendo realistas, se faz necessário inicialmente tomar consciência do 
problema e proceder a elaborar ou introduzir planos simples para projetar e executar 
infraestruturas de coleta e gestão das águas pluviais e drenagem urbana, 
fundamentalmente redes e seus elementos anexos, que permitam escoar a água 
pluvial de forma ordenada e evitando, na medida do possível a alteração dos sistemas 
de tratamento e os escoamentos descontrolados. 
Também é importante estabelecer nas legislações municipais critérios de 
atuação nas residências e futuras urbanizações ou reformas das existentes, tendentes 
à separação desde a origem das águas pluviais e drenagem urbana com relação aos 
esgotos sanitários, as tipologias de pavimentos a utilizar preferentemente e outros 
aspectos relacionados com a gestão de águas pluviais e drenagem urbana. 
Igualmente, consideramos muito importantes ações de manutenção daquelas 
infraestruturas existentes. Assim, as limpezas periódicas das redes e demais 
componentes sistema de drenagem facilitarão seu ótimo funcionamento nos 
momentos em que seja necessário. 
Por último, integrar a gestão das águas pluviais e drenagem urbana no ciclo da 
água. Isto significa que se inclua essa área nos contratos de concessão os nos 
contratos de serviços com as empresas privadas do ciclo de água, ou no caso de 
gestão direta, incluí-lo nos serviços de água com responsáveis que tenham uma visão 
global de todo o ciclo. 
Comunidade Europeia 
Em termos normativos, no caso da Comunidade Europeia, a Diretiva Marco de 
Água é a atual norma inspiradora dos modelos de projeto em engenharia de 
saneamento, com o objetivo fundamental de proteção do ambiente.6 
 
6 Extraído do link: www.revistatae.com.br 
 
26 
12.1 O Processo de Urbanização e a Gestão das Águas Pluviais 
Furacões, terremotos, erupções vulcânicas, ondas gigantes, dentre outros 
fenômenos da natureza fazem parte da rotina da humanidade para as quais o homem 
vem desenvolvendo, ao longo do tempo, sua capacidade de gerir e adaptar sua vida 
inserida no meio ambiente. 
 
 
Fonte: alphavillevendas.com.br 
Alguns fenômenos decorrentes das ações da natureza começam a alarmar o 
homem, pois seu controle torna-se cada vez mais complexo, devido ao novo modo de 
vida das pessoas inseridas em um espaço não sustentável. 
O incremento populacional do planeta nestas últimas décadas e as ações 
desenfreadas do homem pelo desenvolvimento a qualquer custo, vem afetando ainda 
mais o meio ambiente de maneira visível e atual na forma do aquecimento global, por 
exemplo. 
A crescente urbanização gera impactos diretos sobre o meio ambiente. No 
Brasil, se a falsa sensação de abundância de água doce fez as pessoas relaxarem no 
sentido de poupar tal recurso, o excesso dela na forma concentrada de grandes 
tempestades, mostrou que a mudança na arquitetura das residenciais privilegiando o 
concreto à terra, bem como a mudança das cidades privilegiando grandes superfícies 
impermeáveis na forma de ruas e avenidas, precisa ser estudado e ajustado. 
 
27 
O aumento do volume de água seja pelo incremento populacional ou pela 
criação de grandes superfícies impermeáveis não só afeta o balanço hídrico, como 
também age como fonte de poluição dos mananciais, visto que a água proveniente do 
escoamento urbano carrega grande quantidade de partículas poluidoras. 
A interação harmônica entre as edificações, a cidade e o meio ambiente não é 
mais somente uma propaganda de sustentabilidade e deve ser um tópico de estudo 
indispensável para a evolução da humanidade. 
Diante destes fatos, conhecer o regime pluviométrico de cada cidade e elaborar 
um plano de gestão para as águas pluviais dentro de cada região ou mesmo dentro 
de cada lote urbano torna-se importante, seja pensando no melhor aproveitamento 
destas águas e com isto poupando este valioso e esgotável recurso ou pensando no 
melhor gerenciamento da drenagem urbana, minimizando um grande problema atual 
de muitas cidades – as enchentes.7 
A gestão de águas pluviais é um processo que se concentra em gerenciar 
adequadamente qualquer forma de precipitação que não seja facilmente absorvida 
pelo solo durante algum tipo de evento climático. Este processo de gestão de águas 
residuais também se aplica a situações em que há derretimento de neve, que cria 
escoamento nas ruas da cidade e outros ambientes. O objetivo o negócio de 
gerenciamento de águas pluviais é processar o excesso de água de uma forma que 
evite danos à propriedade e torne possível que a água coletada seja eficientemente 
utilizada em casas, indústrias, estabelecimentos comerciais, hospitais e no meio 
ambiente, além de irrigação de campos e zonas agrícolas. 
Existem várias razões pelas quais a gestão de águas pluviais é importante para 
proteger o meio ambiente. Uma vantagem deste tipo de atividade é que é possível 
diminuir a taxa de erosão resultante da presença de escoamento excessivo. 
A erosão remove camadas de solo e, ao longo do tempo, mina as fundações 
de edifícios ou torna as terras impróprias para o cultivo. Desviar o excesso de água 
ajuda a minimizar esta degradação gradual e mantém a propriedade em bom estado 
de conservação. 
Outro benefício da tarefa de gerenciamento de águas pluviais eficaz é que este 
sistema ajuda a limitar a quantidade de poluição que ocorre com o excesso de água 
de esgoto em rios e lagos. Muitas vezes, os sistemas de processamento de água 
 
7 Extraído do link: universidadebrasil.edu.br 
 
28 
municipais estão equipados para receber e purificar as águas pluviais antes de serem 
lançadas por qualquer motivo. Este processo significa que a água é limpa de 
quaisquer elementos que possam ameaçar o equilíbrio ecológico da vida em rios e 
lagos, em última análise, beneficiando todos os que vivem na área. 
A tecnologia de gestão de águas pluviais eficaz, muitas vezes, envolve a 
consideração do tempo local, as condições ambientais e a criação de políticas e 
procedimentos que permitem a coleta de águas pluviais e sua purificação. Por 
exemplo, áreas onde a precipitação é pesada durante uma determinada estação 
podem usar procedimentos ligeiramente diferentes do que uma área onde uma grande 
quantidade de neve derretida cai durante um ou dois meses a cada ano. Muitas 
abordagens envolvem o estabelecimento de sistemas de drenagem que ajudam a 
transmitir as águas pluviais para uma instalação onde a água seja purificada antes de 
ser lançada em um corpo local de água, ou reciclada em um sistema de água existente 
no município. 
Em muitas nações, o método de gestão de águas pluviais é realizado por uma 
agência nacional do meio ambiente. Por exemplo, a agência nacional do meio 
ambiente fornece diretrizes que ajudam os municípios na criação e na manutenção de 
políticas de águas pluviais eficientes. A criação de normas uniformes em todo um 
município permite melhorar as chances de que todas as massas de água dentro de 
uma determinada nação permaneçam relativamente pouco afetadas pela poluição.8 
12.2 Gestão Conjunta de Águas Residuais e pluviais 
O Brasil tem uma população de mais de 200 milhões de habitantes, dos quais 
80% residem em áreas urbanas, o que torna imprescindível a implantação de uma 
infraestrutura de esgotamento sanitário e drenagem. Estudos indicam que apenas 
50% da população urbana é atendida por esses sistemas, exigindo aportes da ordem 
de R$ 100 bilhões, o que, somado ao investimento já feito importaria num patrimôniode aproximadamente R$ 200 bilhões em infraestrutura de esgotamento sanitário e 
drenagem. 
A responsabilidade pela gestão desse imenso patrimônio, definida pela 
constituição, é de cada um dos municípios; assim cabe ao poder público municipal a 
 
8 Extraído do link: www.manutencaoesuprimentos.com.br 
 
29 
responsabilidade de proteger a segurança e a saúde da população e do meio 
ambiente. 
12.3 Funções e Responsabilidade do Poder Público 
Na segunda metade do século passado, principalmente na Europa, 
desenvolveu-se a ideia-força da participação, particularmente na interação entre as 
administrações públicas locais e a sociedade civil. 
Caracteriza-se como parceria público-privado (PPP) toda cooperação que 
possa ser considerada pela teoria dos jogos como do tipo “ganha-ganha”, no qual há 
benefícios para ambas as partes; por esse mecanismo as empresas privadas 
complementam ou substituem as ações do poder público onde fossem mais efi 
cientes. 
Para a perfeita compreensão do problema, é preciso distinguir entre provisão 
dos serviços públicos e a sua produção. Ao Estado (Poder Público) cabe prover os 
serviços públicos, isto é, detectar as necessidades sociais, formular e implantar 
soluções racionais para o seu atendimento e controlá-las sob o ponto de vista da 
qualidade, visando à justiça social. Já a produção dos serviços públicos, ou seja, a 
sua execução, pode ser transferida ao setor privado com ganho em termos de custos 
e qualidade. 
12.4 PPP – Parceria Público-Privada 
O grande desafio das sociedades democráticas que pleiteiam o 
desenvolvimento econômico e social, com ganhos disseminados entre toda a sua 
população é obter maior produtividade e o atendimento das demandas sociais. Esse 
objetivo proporciona o desenvolvimento de formulações inovadoras para a realização 
dos processos produtivos existentes. 
A parceria público-privada traz necessariamente a interação positiva entre 
esses agentes, podendo assumir diversas formas (não só aquelas que já possuem 
um marco legal, PPP, destinadas a grandes empreendimentos), inclusive em 
segmentos restritos, com o objetivo específico de aumentar a produtividade do 
sistema, pela colaboração positiva entre os agentes privados e públicos. 
 
30 
Assim, a parceria público-privada pode desenvolver-se através de vários 
mecanismos, dentre os quais destacam-se a privatização e a terceirização dos 
serviços públicos. Trata-se de uma alternativa ante a inefi ciência do Estado para 
resolver questões relacionadas à universalização dos serviços de saneamento no 
país. 
12.5 Terceirização no Conceito de PPPs 
O estabelecimento de parcerias para implantar as atividades-meio é o caminho 
natural que as grandes empresas privadas têm encontrado para assegurar custos 
decrescentes e maior produtividade, transferindo para empresas especializadas a 
responsabilidade total pela execução dos serviços, ao mesmo tempo em que 
estabelece os parâmetros operacionais que garantam o controle e a qualidade desses 
serviços. 
Tal conceito aplica-se também e ainda com maior razão aos entes públicos 
(Estados ou municípios, através de órgãos públicos, autarquias ou empresas 
sob controle público) no tocante à esfera de atuação operacional relativa aos serviços 
públicos, como é o caso dos serviços de operação dos sistemas de águas residuais 
(esgotos sanitários) ou águas pluviais (drenagem). 
Com a terceirização, a empresa privada necessariamente é mais preocupada 
do que a empresa ou o órgão público com a apuração dos custos de operação e com 
a qualidade dos serviços, pois disso depende a continuidade do seu contrato. A 
parceria através da terceirização acaba induzindo a uma redefinição conceitual das 
modalidades de prestação de serviços, abrindo-se uma grande oportunidade de 
introdução de inovações e melhorias de procedimentos. 
Dessa forma, através da racionalização e diminuição dos custos operacionais, 
a parceria através da terceirização derrota o grande argumento da privatização, 
demonstrando que a manutenção da gestão nas mãos do poder público é viável dentro 
de um modelo enxuto economicamente, comparável ao das empresas privadas de 
mesmo porte, mantendo-se como provedor e não produtor dos serviços públicos. 
O segredo do sucesso desse modelo reside em três pilares: 
Do lado do órgão público, é necessário que sua direção reconheça a 
necessidade da parceria com o setor privado para aumento da produtividade com a 
manutenção do caráter de provedor e não produtor dos serviços públicos. 
 
31 
Encontrar parceiros comprometidos com a modernidade e a qualidade, com 
experiência e criatividade para implementar melhorias no processo que permitam ao 
mesmo tempo aumentar a produtividade, baixar os custos operacionais e melhorar a 
qualidade dos serviços. 
Definir um modelo de contratação que estimule o desenvolvimento de relações 
sinérgicas, com ganhos para ambas as partes envolvidas. 
A PPP para a operação conjunta da operação e manutenção de redes coletoras 
de esgotos e drenagem é um exemplo a ser adotado. 
12.6 Operação e Manutenção de Redes Coletoras de Esgoto e Drenagem 
Os sistemas de esgotos destinam-se fundamentalmente ao transporte das 
águas residuais até as estações de tratamento de esgotos; de igual forma, os sistemas 
de drenagem destinam-se a transportar as águas pluviais aos cursos d’água. 
 
 
Fonte: wh3.com.br 
Os componentes dos sistemas de esgotos (redes coletoras, coletores troncos, 
estações elevatórias, interceptores) ou drenagem (galerias, ramais, bocas de lobo, 
piscinões) têm suas características operacionais definidas pelo projeto e construção, 
de modo que sua deterioração começa imediatamente após a construção, sendo 
acelerada pelo uso. 
 
32 
A operação e manutenção de redes coletoras de esgotos ou drenagem 
significam fundamentalmente manter o esgoto ou as águas pluviais correndo na rede, 
evitando extravasamentos nas vias ou residências, assim como enchentes e 
alagamentos, ou no caso inevitável de uma ocorrência, atender rapidamente às 
reclamações dos usuários. 
Dessa forma, os índices de quantidade de desobstrução de coletores (DCs) e 
do tempo de atendimento constituem-se os principais indicadores da efi ciência dos 
serviços de operação e manutenção das redes coletoras de esgotos e drenagem, daí 
a relevância desses serviços no conjunto das operações dos órgãos ou empresas de 
saneamento. 
12.7 Gestão Conjunta 
O Brasil, com poucas exceções, adota os sistemas de transporte separado das 
águas provenientes das chuvas (águas pluviais) daquelas oriundas do uso doméstico 
ou industrial (águas residuais ou esgotos). Por esse motivo, as atividades de operação 
e manutenção dos sistemas de drenagem e esgotos tradicionalmente ocorrem de 
forma separada, sob a responsabilidade de órgãos municipais distintos. 
A despeito dessa separação administrativa, a natureza e a técnica impõem a 
interligação entre os dois sistemas, tanto com ligações domésticas nas galerias de 
águas pluviais, como de galerias nas redes de esgotos. 
Como consequência, esgotos sanitários são despejados nas galerias, córregos 
e rios, em vez de serem direcionados para tratamento; de outro lado, as estações de 
tratamento de esgotos recebem excesso de líquidos (em relação ao projetado) que 
deveriam ser encaminhados para os cursos d’água, onerando desnecessariamente 
os custos do tratamento. 
De modo geral, a maioria das cidades desenvolvidas adota programas de 
gestão conjunta de O&M dos sistemas, envolvendo a inspeção contínua das redes, 
programas de reabilitação dos pontos críticos e a limpeza preventiva. Como resultado, 
os índices de extravasamento de esgotos por extensão de rede são muito baixos, 
assim como os alagamentos nas vias públicas são situações ocasionais causadas por 
precipitações pluviométricas incomuns. 
 
33 
12.8 Gestão Eficaz 
Nãoobstante as redes de drenagem e esgotos adotarem a separação completa 
entre ambas, é necessária a gestão efi caz para que não haja a contaminação, pela 
mistura entre os dois sistemas, em virtude da ocorrência de inundações e de 
interligações indevidas entre as redes. 
A nova filosofia de gestão baseia-se no conhecimento preciso e exaustivo do 
sistema, no planejamento integral, na gestão completa e coordenada em tempo real 
e no enfoque ambiental e sustentável. 
Os instrumentos básicos de uma gestão moderna exigem a utilização de 
sistemas tecnológicos de ajuda à tomada de decisões: o cadastro georreferenciado 
dos sistemas, o diagnóstico das áreas críticas, o prognóstico com as ações corretivas 
recomendadas, instrumentos de modelagem hidráulica para o correto 
dimensionamento do sistema e instrumentos de medição dos volumes de água em 
tempo real. 
Qualquer sistema de coleta de esgoto sanitário, devido a suas peculiaridades, 
apresenta pontos onde as ocorrências de manutenção corretiva se sobrepõem às 
médias das demais regiões, ocasionando extravasamentos para o sistema viário, que 
acabam por atingir o sistema de drenagem e os corpos d’água. 
Com a implementação desses instrumentos, as ações necessárias tanto para 
o redimensionamento do sistema de drenagem ao volume real quanto à limpeza 
regular e preventiva dos componentes do sistema de drenagem podem ser planejadas 
com maior eficácia. 
Esses pontos crônicos, sejam dos sistemas de esgotos ou dos sistemas de 
drenagem, apresentam-se frequentemente obstruídos e afogados revelando 
problemas que exigem ações conjunturais, a partir do diagnóstico da real situação de 
cada caso. 
Para que ocorra redução contínua da incidência do número de obstruções, é 
necessário que haja a melhoria operacional do sistema. Os serviços de lavagem 
preventiva, diagnóstico e melhoria operacional, priorizando os pontos críticos, 
estabelecem um processo de melhoria contínua. 
A gestão conjunta dos sistemas significa controlar a ocorrência de inundações 
ou mitigar suas consequências no caso de precipitações pluviométricas 
extraordinárias, assim como atuar no controle da poluição. Implica também a O&M 
 
34 
dos equipamentos existentes, identificar os problemas e detalhar as intervenções 
necessárias para a solução dos pontos críticos. 
12.9 Exemplo de Terceirização com PPP bem-sucedida 
A contratação de serviços especializados de limpeza e desobstrução de redes 
coletoras de esgotos através de equipamentos que utilizam a técnica de hidro 
jateamento é prática antiga, que remonta há mais de 50 anos, tendo a Sabesp grande 
experiência não só na contratação como na execução dos serviços com equipamentos 
e pessoal próprios. 
Na prefeitura do município de São Paulo essa categoria de equipamentos foi 
completamente terceirizada há aproximadamente 30 anos. Os demais municípios e 
concessionários do Estado, em sua maioria, também utilizam o sistema, internamente 
ou terceirizando. 
Na Sabesp, até 1997 todos os contratos de terceirização previam como 
remuneração o pagamento dos serviços por hora do equipamento disponibilizado, a 
partir de programação definida, ou seja, o ônus de eventual ineficiência era pago pela 
contratante. 
Essa mudança detonou um processo de interação entre Sabesp e contratadas, 
na medida em que o ônus da ineficiência passou na totalidade da Sabesp para a 
empreiteira, estabelecendo-se de forma embrionária o conceito de parceria público-
privada “latu sensu”. 
O processo de planejamento estratégico da companhia tem se preocupado com 
a continuidade dos indicadores de desobstruções, havendo propostas de mudanças 
do critério de manutenção corretiva para lavagem preventiva, diagnósticos e projetos 
de melhorias na rede. 
A implantação do cadastro georreferenciado através do sistema Signos dotou 
a empresa de um instrumento de grande valia para a implementação dos projetos de 
melhoria com uma base técnica mais confiável. 
Simultaneamente, entre 2002 e 2005, a prefeitura local implantou um programa 
piloto para a manutenção do sistema de micro drenagem, extremamente semelhante 
ao do sistema de esgotamento sanitário, que envolveu: limpeza preventiva por 
varredura de toda a área geográfica, inspeção por TV, cadastramento 
 
35 
georreferenciado, diagnóstico de pontos críticos e sistema de gerenciamento 
informatizado. 
Apesar de desativado na sua globalidade, o modelo se manteve em diversas 
subprefeituras do município, particularmente da zona leste. O conceito contratual, 
associando gestão técnica com os serviços operacionais, está implantado nas cidades 
de Guarulhos e Poá. 
No desenvolvimento desse processo, várias empresas prestadoras de serviços 
de limpeza e desobstrução passaram nos últimos 15 anos por um acelerado processo 
de melhoria técnica.9 
12.10 Importância da água 
A água é um recurso essencial à vida e a sobrevivência dos seres vivos 
podendo ser abundante em algumas regiões do planeta, mas, em outras, chegando a 
ser quase inexistente. 
Conforme Vasconcelos (2007), a viabilidade do uso de água da chuva para 
usos básicos em uma residência domiciliar certamente resultará na diminuição do uso 
de água fornecida pelas companhias de saneamento, na demanda dos custos com o 
uso de água potável e na redução dos riscos de enchentes em caso de chuvas 
intensas. 
Portanto, esse recurso é esgotável, deve-se levar em conta que a sociedade 
está enfrentando um grande crescimento da população, da poluição e da economia, 
provocando uma crise no abastecimento e na qualidade da água potável, onde grande 
parte da reserva de água doce do planeta se encontra poluída ou continua ameaçada 
pela poluição, e nos centros urbanos a maior parte da contaminação é originária do 
esgoto, monóxido de carbono, produtos derivados de petróleo e bactérias. 
12.11 Escassez da água 
Apesar de o Planeta Terra possuir a maior parte de sua superfície coberta por 
água, quando se fala em água disponível para o consumo humano os dados são 
alarmantes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006 apud 
 
9 Extraído do link: www.arandanet.com.br 
 
36 
Hagemann), cerca de 97,5% da água no planeta é salgada e a água doce corresponde 
a 2,5%. 
 
 
Fonte: portejr.com.br 
12.12 Aproveitamento, Captação e (re) uso das Águas Pluviais na Arquitetura 
Aproximadamente 70% da água doce está nas calotas polares e 30% está 
presente nos continentes. No entanto, menos que 1% da água dos continentes está 
diretamente acessível ao uso humano, o que corresponde a 0,007% do total de água 
na terra. Além disso, grande parte da água disponível em fontes superficiais encontra-
se com sua qualidade deteriorada. (HAGEMANN, 2009). 
Vários países já enfrentam o problema da falta de água. Segundo a 
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, 2008 apud 
Hagemann), o consumo de água tem crescido mais que duas vezes a taxa de 
crescimento da população no último século. A previsão para o ano de 2025 é que 
cerca de 1,8 bilhões de pessoas viverão em países ou regiões com absoluta escassez 
de água e dois terços da população mundial enfrentará dificuldades relacionadas à 
disponibilidade desse recurso. 
 
37 
No Brasil os recursos hídricos superficiais representam 50% do total dos 
recursos da América do Sul e 11% dos recursos mundiais (TUCCI, 2001). Apesar da 
grande disponibilidade, a água no Brasil é mal distribuída, conforme mostra a figura 
abaixo. 
Sendo assim, para amenizar o problema da escassez hídrica, muitos países, 
inclusive o Brasil, além de incentivarem programas de combate ao desperdício 
buscam a utilização de fontes alternativas de água, como o reuso das águas servidas 
e o aproveitamento da água da chuva, onde esta última alternativa destacase por ser 
relativamente econômica e pela possibilidade de constituir fonte para usos potáveis, 
desdeque realizado tratamento adequado. 
12.13 Desperdício da Água Potável 
As intensas e crescentes agressões ao meio ambiente vêm comprometendo 
cada vez mais a qualidade e quantidade dos recursos hídricos disponíveis, e ao 
mesmo tempo, vêm sendo desperdiçados de diferentes formas em todo o mundo, 
sobretudo nos grandes centros urbanos. 
Assim, como resultado, a falta de orientação e sensibilização das pessoas 
quanto à quantidade de água perdida pelo mau uso dos aparelhos e equipamentos 
hidráulicos, bem como, vazamentos nas instalações, são alguns dos fatores 
responsáveis pelo desperdício de água, principalmente quanto ao desperdício em 
suas próprias residências. 
Citam-se como vazamentos as torneiras de jardim, tanque, pia de cozinha, boia 
da caixa d’água, duchas e chuveiros, tubulações enterradas ou embutidas em pisos e 
paredes, ou também em reservatórios enterrados. 
13 CAPTAÇÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS 
13.1 Utilização da água da chuva no Brasil 
A utilização da água da chuva não é uma inovação dos dias atuais. No Brasil, 
o primeiro relato de aproveitamento da água de chuva é provavelmente um sistema 
construído na Ilha Fernando de Noronha, pelo exército norte-americano em 1943 
(PETERS, 2006 apud HAGEMANN). 
 
38 
Conforme Hagemann (2009), o aproveitamento de águas pluviais tem sido 
praticado em maior escala principalmente na região Nordeste, devido ao problema da 
escassez hídrica, característico de parte da região. Em julho de 2003, teve início o 
Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: 
um Milhão de Cisternas Rurais - P1MC, com o objetivo beneficiar cerca de 5 milhões 
de pessoas na região semiárida, com água potável, através da construção de 
cisternas. 
13.2 Águas pluviais e seu aproveitamento 
Ao considerar-se o recurso hídrico como matéria de suma importância na 
estrutura de desenvolvimento social, econômico e ambiental deve-se levar em conta 
que, durante décadas baseou a estrutura organizacional de grandes núcleos, e o uso 
racional da água não se refere mais apenas à contenção no consumo, mas a novos 
processos que visam manter esse recurso. 
Conforme May, a água da chuva pode ser utilizada somente para consumo não 
potável. Antes de sua utilização, a verificação da qualidade e da necessidade de 
tratamento da água é fundamental para que não ocorram riscos de saúde em seus 
usuários. 
Como observa Oliveira et al, 2007, “os sistemas de aproveitamento de água de 
chuva em edificações consistem na captação, armazenamento e posterior utilização 
da água e precipitada sobre superfícies impermeáveis de uma edificação, tais como: 
telhados, lajes e pisos. Assim, como os sistemas prediais de reuso de água, a sua 
aplicação é restrita a atividades que não necessitem da utilização de água potável. ” 
Nesse processo de coleta de água da chuva, a primeira água que cai no 
telhado, lavando-o, apresenta um grau de contaminação bastante elevado e, por isso, 
é aconselhável o desprezo desta primeira água, pois águas transportam ácidos, micro-
organismos, e outros poluentes atmosféricos. A água armazenada poderá ser utilizada 
em bacias sanitárias, em torneiras e irrigação de jardim, para lavagem de veículos, 
pisos e passeios e também para lavagem de roupas. 
(VASCONCELLOS, 2007). 
Nesse sentido, observa-se que em zonas residenciais, a água de chuva 
armazenada significa uma expressiva economia no gasto de água, possuindo 
 
39 
potencial para ser utilizada também na irrigação de parques, escolas, praças, 
estacionamentos e condomínios. 
Entretanto, não havendo a necessidade da utilização de água potável para tais 
atividades, a coleta e o aproveitamento de água de chuva dispõem de uma série de 
benefícios como: não desperdiçar um recurso natural escasso, e disponível em 
abundância nos telhados; reduzir o consumo de água potável fornecida pela 
companhia de saneamento; conservar a água e reduzir o risco de enchentes; 
encorajar a conservação de água, a autossuficiência e uma postura ativa perante os 
problemas ambientais da cidade. 
13.3 Sistema de coleta da água da chuva 
Para a coleta da água da chuva é necessária a instalação de condutores 
horizontais, condutores verticais, dispositivos para filtragem, descarte da água de 
limpeza do telhado e materiais grosseiros, e reservatório de armazenamento da água. 
13.4 Áreas de captação 
As áreas de captação da água da chuva são geralmente telhados, lajes ou 
áreas Impermeáveis como estacionamentos, calçadas e pátios. 
É mais comum a captação da água dos telhados, por apresentar melhor 
qualidade, visto que áreas sobre a superfície do solo geralmente sofrem a influência 
direta do tráfego de pessoas e veículos. A captação em telhados também possibilita 
que na maioria dos casos a água atinja o reservatório de armazenamento por 
gravidade, o que facilita o projeto. O material do qual é constituído o telhado é 
importante para a definição do coeficiente de escoamento superficial, que determina 
quanto da água precipitada se transforma em escoamento. 
13.5 Calhas e Tubulações 
A condução das águas precipitadas sobre as coberturas da instalação predial 
pluvial usualmente é feita por meio de calhas, condutores, grelhas, dentre outros 
componentes, que podem ser encontrados em diversos materiais, porém os mais 
utilizados são em PVC e metálicos (alumínio e aço galvanizado). As seções das calhas 
 
40 
possuem as mais variadas formas, dependendo das condições impostas pela 
arquitetura, bem como dos materiais empregados na confecção das mesmas. 
Após a água escoar pelas calhas, os tubos de queda, ou verticais, conduzem 
as águas das calhas às redes coletoras que poderão estar situadas no terreno ou 
presas ao teto do subsolo no caso dos edifícios e/ ou pavimentos, ou despejar 
livremente na superfície do terreno. 
13.6 Tratamentos 
O tipo e a necessidade de tratamento das águas pluviais dependerão da 
qualidade da água coletada e do seu destino final. As concentrações de poluentes, e 
outras impurezas nas águas pluviais são maiores nos primeiros milímetros da chuva, 
assim recomenda-se principalmente a filtração simples, e um procedimento que é 
denominado de autolimpeza da água da chuva. 
Conforme May (2004), ao iniciar a chuva, o reservatório de autolimpeza que 
está vazio recebe a água da chuva e o nível d’água sobe até atingir a posição limite, 
implicando no fechamento automático da torneira-boia. Só então, a água começa a 
escoar para o reservatório de água da chuva. Cessada a chuva, o registro de descarte 
da água do reservatório deve ser aberto para esvaziá-lo e retomar às condições de 
funcionamento. Na figura abaixo, é mostrado o esquema do reservatório de 
autolimpeza com torneira-boia. 
13.7 Bombas e sistemas pressurizados 
Estes dispositivos são usados quando os pontos de utilização estão em cotas 
superiores à do nível de água no reservatório principal. Porém vale ressaltar que 
durante a concepção do sistema de aproveitamento de água pluvial deve-se buscar a 
utilização de reservatórios elevados e o encaminhamento da água coletada 
diretamente para este, quando possível evitando o bombeamento e aumentado assim 
à eficiência energética do sistema. 
 
41 
13.8 Cisterna: reservatório de armazenamento para a água da chuva 
O reservatório de armazenamento tem a função de reter e acumular a água 
captada pelo telhado, que é conduzida pelo sistema através da calha para filtragem e 
armazenada em cisternas ou caixas d’água, ficando armazenada ao abrigo da luz e 
do calor e é bombeada para uma caixa d’água superior, que pode abastecer o 
banheiro, a lavanderia etc. 
 
Fonte: blog.useaguadechuva.com 
De acordo com May (2004) a viabilidade do sistema depende basicamente de 
três fatores: precipitação, área de coleta e demanda. O reservatório de água da chuva, 
por ser o componente mais dispendioso do sistema, deve ser projetado de acordo 
com as necessidades

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