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O estudo detalhado desses ossos é necessário, pois, eles têm relações importantes com os dentes e a cavidade oral. MAXILA : Osso par; A união é pela espinha nasal anterior Anatomia Descritiva: *Corpo*:Formato piramidal, com base medial e ápice lateral.; Suas faces correspondem às paredes do seio maxilar. Face anterior: Voltada para os tecidos moles; Possui as eminências alveolares (sendo a canina a mais evidente). Acima dos Incisivos há uma depressão onde se fixa o M depressor do septo nasal. Lateralmente à eminência canina há a fossa canina (acima dos pré molares). Acima dela há o forame infraortbital (nervos frequentemente anestesianos). A borda medial delimita a abertura piriforme. Face infratemporal (posterior): É convexa (Tuberosidade da maxila). Forma a parede posterior do seio maxilar e a parede anterior da fossa infratemporal. É separada da face anterior pelo processo zigomático da maxila. Próximo ao centro, tem-se as foraminas alveolares (contém vasos e ramos alveolares superiores posteriores). Inferior e posterior, há o Túber da maxila (Tubérculo alveolar; exodontias podem fratura-lo!!!) que se articula ao processo piramidal do PL e ao processo pterigoide do ESF. Face Orbital (superior): Lisa e triangular, forma grande parte do soalho da órbita. Na maxila isolada, a parte medial da borda inferior da órbita tem uma depressão, que com o osso lacrimal forma a fossa para o saco lacrimal (limitada anteriormente pela crista lacrimal anterior). O canal lacrimonasal continua-se inferiormente, entre a MX e o osso L. Posteriormente nesta face há o sulco infraorbital (marca o início do canal infraorbital, que percorre o soalho da órbita de trás para diante, e termina na face anterior da maxila através do forame infraorbital (Essas estruturas dão passagem aos vasos e nervos infraorbitais) Face nasal (medial): É a base da pirâmide voltada para o plano mediano e forma a maior parte da parede lateral da cavidade nasal. Possui o Hiato maxilar (abertura do seio para a cavidade nasal) Anteriormente, tem a crista conchal (articula-se com a concha nasal inferior). Em direção ao processo frontal da maxila, há a crista etmoidal (serve para fixação no etmoide). MAXILA E MANDÍBULA Topografia e Arquitetura Dento-Alveolar Entre a eminência canina e o IL há a Fosseta Mirtiforme, vista em radiografias. Vista inferior da maxila: PROCESSOS DA MAXILA: > Zigomático: Projeção irregular que se digire para o Zigomárico, onde as faces anterior, infratemporal e orbital se convergem. Sua porção inferioir entra na formação da Crista infrazigomática (borda óssea originada desse processo, desce até a região do 1 ou 2 molares superiores, e separa a face anterior da infratemporal.). A agulha da anestesia deve ser introduzida posteriormente à ela. NAS RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS, O ARCO APARECE RADIOPACO (CLARO) NO ÁPICE DOS MOLARES SUPERIORES. > Frontal: Projeta-se superiormente entre o osso nasal e o lacrimal, e articula-se com os ossos F,N,L,ET. Sua face lateral está dividida por uma crista vertical, a Crista lacrimal anterior (fixa-se parte do Lig palpebral medial; Ela contribui para delimitar a Fossa para o saco lacrimal.) Na sua face medial vê-se as cristas conchal e etmoidal. > Alveolar: Origem na parte inferior do copo. Aloja os alvéolos dos dentes superiores. Constituído de duas lâminas ósseas paralelas e irregulares, que se reúnem atrás do dente numa saliência arredondada (Túber da maxila). LÂMINA ÓSSEA VESTIBULAR (externa) continua-se nas faces anterior e infratemporal e a LÂMINA ÓSSEA LINGUAL (interna/palatina) é contínua com o processo palatino. *Cada lâmina é formada por duas corticais, uma é a superfície externa compacta do osso, a outra é a cortical alveolar que forra o alvéolo (em radiologia é conhecida como lâmina dura); Na região de dentes anteriores, a vestibular é delgada; Ambas as corticais estão intimamente unidas, principalmente nos terços cervical e médio da porção radicular (pequena quantidade de osso esponjoso pode estar presente próximo ao ápice, principalmente no ILS, devido sua inclinação para a lingual, na mandíbula não); Nos pre molares: a externa é ainda delgada, mas sem tanto relevo, quando o 1 PM é birradiculado, é ainda mais delgada; Nos molares, a externa é mais espessa, principalmente no 1 e às vezes no 2, devido à presença da crista zigomaticoalveolar na região; Na região posterior ao último molar irrompido, a lâmina externa une-se à interna; A interna tem características variáveis devido à inclinação dos dentes superiores e à situação do teto da cavidade bucal; Na mandíbula são mais fortes e mais resistentes, sendo salientes na região do 3MI.* O espaço entre as duas lâminas é dividido em cavidades, os alvéolos dentais, pelos septos interalveolares. Em dentes multirradiculados, os alveolos são subdivididos por septos inter- radiculares e intra-alveolares. São 8 alvéolos e variam em tamanho e profundidade, de acordo com o dente que alojam.Quando as maxilas estão atriculadas: o conjunto de alvéolos+ dentes forma o arco dental superior > Palatino: Se dirige medialmente para se articular com o do lado oposto, contribuindo para formar o palato duro, que é o teto da cavidade oral e soalho da cavidade nasal. A sutura palatina mediana (ao longo dela pode ter o Torus palatino, uma elevação que atrapalha a estabilidade de próteses e pode ser necessária a remoção cirúrgica) une os dois processos. A sutura que une o palatino com a maxila é a Sutura palatina transversa. . Nas maxilas, posteriormente aos Incisivos, há o forame incisivo, de forma variável (marca o término dos canais incisivos, onde passam vasos e nervos); Na região posterior e lateral do palato, há o forame palatino maior (término do canal de mesmo nome). Este une a fossa pterigopalatina à cavidade oral e da passagem aoa vasos e nervos palatinos maiores. O canal e o forame palatinos menores são estruturas do osso palatino. MANDÍBULA Osso em forma de ferradura, é o mais forte e o único osso móvel do esqueleto facial. Está inferiormente à face e, juntamente com o hioideo, forma o arcabouço de fixação dos Mm do soalho da boca. Anteriormente formada por um corpo e posterior e superiormente por dois ramos, suas porções ascendentes. Ângulo: transição entre os ramos e o corpo. *Corpo*: Tem uma forma de ferradura, com bordas externas e interna, limitadas pelas bordas superior e inferior. Face externa: Tem a sínfese mentual (local de fusão no osso fetal, está entre os forames mentuais; Muito utilizada como área doadora para enxertos ósseos), inferiormente à ela, há a protuberância mentual (triangular); A base do triângulo ao encontrar-se com a borda inferior da MD projeta-se numa pequena elevação, o tubérculo mentual. Pontos cefalométricos: Pogônio (ponto mais anterior do mento) e o que marca o ponto mais inferior é o mento. Entre os pré molares (ou na igual distância da borda superior e inferior) há os forames mentuais (nos jovens, estes forames estão mais inferiormente, nos idosos está mais superiormente, devido à atrofia dos processos alveolares pela perda óssea). A partir do 1 molar nota-se uma elevação que se continua com a borda anterior do ramo, é a linha oblíqua.A face interna do corpo na região da sínfese é marcada por uma elevação irregular, a espinha mentual, que pode ter um tubérculo superior e um inferior, que ainda podem estar divididos em esquerdo e direito Acima da espinha pode ter a foramina lingual (quando presente, é atravessada por um ramo da A sublingual). A face interna do corpo da MD é cruzada diagonalmente pela linha milo hioidea (inicia-se abaixo da espinha mentual e se estende até a região do 3MI; Esta linha divide a face interna em duas fossas, a fóvea sublingual (acima e anterior, aloja a glândula sublingual, que está na cavidade oral, acima do M milo hioideo, que forma o soalho da cavidade oral) e a fóvea submandibular (abaixo e posterior, está no pescoço, abaixo do M milo hioideo). A borda inferior do corpo é a base da MD, com cortical óssea muito espessa; Ela tem, no plano mediano, de cada lado, a fossa digástrica. Posteriormente, próximo ao ângulo, há uma pequena depressão palpável in vivo, a depressão pré goníaca (podem se sentir a pulsação da A facial que ali cruza a borda inferior da MD). A borda superior é constituída pelo processo alveolar da MD, que contém os alvéolos dentais; o conjunto deles forma o arco dental inferior. Na lâmina óssea vestibular, notam-se as eminências alveolares até a região dos PM.. Posteriormente ao 3 molar, o processo alveolar apresenta a formação do trígono retromolar (pequena área triangular que representa a união das duas corticais do alvéolo desse dente. O trígono apresenta um lábio lateral, a crista bucinatória, e um medial. No trígono insere-se a rafe pterigomandibular. A partir do trígono, há uma elevação que se estende em direção ao processo coronoide, a crista temporal. Entre a borda anterior do ramo e a crista, há a fossa retromolar, que pode estender-se anteriormente entre o processo alveolar e a linha oblíqua. O nervo nasopalatino pode ser anestesiado ao nível do forame incisivo, e o nervo palatino maior, ao nível do forame palatino maior. Nos acessos cirúrgicos para extração de terceiros molares expõem-se o trígono retromolar e a fossa retromolar, sendo necessário destacar as inserções da rafe pterigomandibular, do músculo bucinador e às vezes do tendão profundo do músculo temporal. *Ramo*: Há dois, direito e esquerdo, que constituem a porção posterior e ascendente da MD. Cada um tem o formato retangular com duas faces (interna e externa) , duas bordas (anterior e posterior) e dois processos (condilar e coronoide). Face externa: Poucos acidentes, quase lisa; Inferiormente é irregular com pequenas saliências (tuberosidades massetéricas). Face interna: Mais acidentada; Há o forame mandibular no centro dela (ele é a abertura do canal mandibular, que vai até o forame mentual) O forame e o canal são percorridos por vasos e nervos alveolares inferiores. No contorno anterior e medial do forame mandibular, há a língula da mandíbula. A partir do forame inicia-se o sulco milo-hioideo, que se dirige obliquamente anterior e inferiormente. Nota-se ainda, nesta face, próximo ao ângulo, as tuberosidades pterigoideas. A borda posterior do ramo forma com a base: O ângulo da MD (palpável in vivo, o ponto que o marca é o Gônio-go), esta borda relaciona-se com a glândula parótida. A borda anterior do ramo é uma extensão da linha oblíqua, para cima, até o processo coronoide; Ela é palpável, em grande extensão, por via intraoral. Na face interna do processo coronoide há a crista temporal, que se origina no trígono retromolar. Entre a borda anterior do ramo, lateralmente, e a crista temporal, medialmente, nota-se a fossa retromolar (estende-se inferior e posteriormente até a região dos molares, ficando entre estes e a linha oblíqua). A borda superior do ramo tem dois processos, um anterior (coronoide, achatado lateromedialmente), e outro posterior (condilar), separados por uma côncava, a incisura da MD (que comunica a fossa infratemporal com a região massetérica, e por ela passam vasos e nervos massetéricos). No processo condilar, reconhece a Cabeça (ou côndilo, faz parte da ATM, é ovalada e mais alongada no sentido lateromedial; Apresenta dois polos, medial e lateral, o lateral é palpável sobre a pele; Ela tem cerca de 15 a 20 mm de largura e 8 a 10 mm de diâmetro ântero- posterior; Seu longo eixo forma um ângulo de 90 graus com o ramo da MD) da mandíbula e, abaixo, uma região estreitada, o colo da mandíbula. O colo da MD é uma porção estreita, está abaixo da cabeça da MD e a suporta; É arredondado posteriormente e apresenta ântero-medialmente a fóvea pterigóidea. *Canal mandibular*: Canal ósseo, percorre parte do corpo e do ramo da MD, alojando vasos e nervos alveolares inferiores. Origina-se no forame MD e termina na região do ápice dos PM, nesta região, ele se bifurca num canal mentual e em canalíticos incisivos para os Rr incisivos. O canal mentual tem um trajeto para lateral, superior e posterior, abrindo-se no forame mentual ,é preenchido pelos vasos e nervos mentuais. Um canal incisivo pode estar presente mas na maioria das vezes confunde-se com os espaços trabeculares da região anterior do corpo da MD. Então, ele não se exterioriza, não tem paredes e é percorrido pelos Rr incisivos do nervo alveolar inferior. O canal MD percorre o ramo para baixo, obliquamente, alcançando o corpo sempre mais próximo da face interna, até ao nível do 3M. Após a região do 2M, ele passa a se aproximar da face externa da MD. Mas, na maior parte do trajeto, está no centro, entre as faces interna e externa.. O canal contém paredes de osso que servem de proteção ao conteúdo. Perto do forame MD, suas paredes são mais regulares, e, à medida que percorrem o corpo da MD, tornam-se crivosas. Os dentes que mais se relacionam com o canal MD são os molares inferiores (sobretudo o 3M). Os PM se relacionam mais com o canal mentual, mas mesmo assim são mais distantes desses canais do que os molares. Os três tipos de relação do canal MD com os dentes (De acordo com Sicher e Tandler, 1977): TIPO 1: mais comum TIPO 2: TIPO 3: Durante o crescimento da MD, forma-se primeiro o canal MD, e a altura do corpo da MD é definida só depois, com a erupção dos dentes. Assim, a medida que os dentes surgem, seus ápices se distanciam do canal MD. As relações de proximidade do canal mandibular, especialmente com o terceiro molar, fazem com que exodontias desse dente possam lesar o nervo alveolar inferior em alguns casos. Além disso, intervenções no ápice das raízes dos molares e pré-molares devem ser feitas com critério, devido a essa relação de proximidade. Anatomia Funcional: Arquitetura maxilomandibular: MAXILA: Do ponto de vista biológico e mecânico, é um osso que forma, junto com o esqueleto fixo da face, uma unidade presa à base do crânio. É uma estrutura complexa, pois, embora esteja entre cavidades importantes da face apresentando algumas paredes finas, até mesmo papiráceas, precisa ser resistente para recebere transmitir forças mastigatórias dos dentes até o crânio. Essas áreas de reforço constituem os pilares de sustentação da MX. As partes da MX que não transmitem essas forças reabsorvem-se pelo desuso. Isso porque a distribuição e a manutenção do tecido ósseo dependem diretamente da sua função mecânica. Pode-se notar o desenvolvimento do seio maxilar por reabsorção da parte esponjosa do corpo da MX. *Zonas de resistência:* Possui três; Não são retos pois têm que se curvar em torno da cavidade nasal e da órbita; São ligados entre si por vigas horizontais (atua estabilizando-os). Pilar Canino: Inicia-se no alvéolo do canino e dirige-se superiormente pela borda lateral da abertura piriforme, continua-se no processo frontal da MX e termina na borda supra orbital. Parte inferior: Entre o seio MX e a cavidade nasal, nessa região, tem uma secção triangular, com lâminas ósseas compactas, preenchidas por tecido esponjoso internamente. Pilar Zigomático: Inicia-se no alvéolo do 1M, passa pela crista infrazigomática, pelo processo zigomático da MX, pelo corpo do osso Zigomático e finalmente para o osso frontal através do processo frontal do zigomático. Ele conecta-se com o pilar canino através da borda infraorbital, e também à base do crânio por meio do arco zigomático Pilar pterigoideo: Inicia-se no alvéolo do 3M, passa para o processo pterigoideo do esfenoide através do processo piramidal do PL e daí conecta-se à base do crânio. Vigas Horizontais: Os pilares de sustentação da MX são unidos entre si por uma série de reforços horizontais, da MX e de outros ossos associados à ela. Os pilares caninos estão unidos por reforços ósseos acima e abaixo da abertura piriforme. O canino está ligado ao zigomático por duas vigas, as bordas supra e infra orbitais. O pilar zigomático estabiliza-se posteriormente ainda através do arco zigomático. Finalmente, uma viga horizontal importantíssima é o palato duro, que une entre si os três pilares. *Zonas de fragilidade* São geralmente perpendiculares às de resistência; São predominantemente horizontais. A MX raramente se fratura isoladamente, pois ela se relaciona com uma série de ossos da face. Assim, as fraturas são,na verdade, fraturas do esqueleto fixo da face (envolvem ossos F, N, Z, ESF entre outros) dependendo do nível atingido. Fraturas de Le Fort: TIPO 1 (Horizontal ou subapical): Imediatamente acima dos ápices dos dentes e estende-se posteriormente até a parte inferior do processo pterigoide do ESF. Separa-se assim o processo alveolar da MX de cada lado e fraturam-se ainda o vômer (septo nasal ósseo), os dois palatinos e os dois processos pterigoideos. Ocorre a fratura dos 3 pilares logo no seu início, próximo aos alvéolos. No tratamento das fraturas de maxila ou na fixação das osteotomias maxilares, utilizam- se miniplacas e parafusos de titãnio. Estas são fixadas nos pilares de sustentação da maxila, sobretudo no pilar canino, bordejando a abertura piriforme, e no pilar zigomático, na crista infrazigomática. TIPO 2 (Piramidal): Semelhante à anterior lateroposterioemente, porém, na face anterior da MX, se dirige superiormente, fratura a borda inferior da órbita, mantém íntegro o osso Z, passa pela borda medial órbita e fratura o processo frontal da MX e o osso N, próximo ao F. Assim, separa o viscerocrânio do neurocrânio na região da raiz do nariz. Internamente, há fratura alta do septo nasal, do osso ET e, ocasionalmente, fratura da sua lâmina cribriforme, podendo ocorrer Rinorreia (perda de líquor pelo nariz). Os três pilares são fraturados. Os pilares pterigoideo e o zigomático são fraturados no mesmo ponto que na Le Fort I ou um pouco acima.. O canino é fraturado quando este alcança a base do crânio e ainda fratura-se a borda infra orbital, a viga que une o pilar canino ao zigomático. TIPO 3 (Disjunção craniofacial): A mais alta, há disjunção entre o viscerocrânio e o neurocrânio. Todos os pilares são fraturados na base do crânio. A fratura anteriormente é semelhante à do TIPO 2., podendo também ocorrer rinorreia devido à fratura do ET. Ela continua-se pela parede medial e lateral da órbita, passando pela sutura frontozigomática. Fraturam-se ainda o arco zigomático e os processos pterigoideos e o septo nasal na base. MANDÍBULA: Bem mais resistente que a MX, pois, além de sustentar as forças mastigatórias oclusais, como a MX, também resiste à ação de todos os Mm da mastigação que nela inserem-se. Ela suporta e transmite essas forças ao crânio através da ATM, sem o auxílio de outros ossos. Suas corticais ósseas são bem espessas com uma esponja trabeculada orientada para distribuir adequadamente as forças que incidem na MD. *Zonas de resistência*: Representam o percurso das forças oclusais até a ATM, onde são dissipadas na base do crânio. Elas constituem as trajetórias de força da MD, principais: Basilar e alveolares (reforçadas anteriormente pelo mento). Há dois grupos de Mm que atuam sobre a MD: Supra hioideos (abaixam-a) e os da mastigação (atuando no ramo, elevam-a). Assim, no corpo da MD, formam-se duas áreas, uma inferior, de As fraturas faciais que envolvem a região fronto-naso-órbito- etmoidal (inclusive as fraturas do tipo Le Fort li e Ili) devem ser abordadas com um cuidado especial. Isto deve-se ao fato de traumatismos nessa área poderem causar fratura da lâmina cribriforme do etmóide. Como os filetes do nervo olfatório atravessam essa lâmina, envoltos ainda pelas meninges e o liquor, esses filetes rompem-se com facilidade, ocasionando extravasamento de liquor pelo nariz (rinorréia). Assim, além de o paciente apresentar anosmia (perda de olfação) e rinorréia, ele tem um grande risco de desenvolver meningite, pela comunicação estabelecida entre a cavidade nasal e a fossa anterior do crânio. compressão (anulada pela trajetória basilar), e uma superior, na região alveolar, de tensão (anulada pelas trajetórias alveolares). Mento: Região reforçada por corticais espessas e um trabeculado dos mais densos da MD; Nessa região anulam-se as forças que tendem a “dobrar” a MD, forças de trorção (causadas pela ação dos Mm pterigoideos). Trajetória basilar: Ocupa a parte basilar (borda inferior da MD- espessa) desde a região do mento até posterior ao ramo e, finalmente, o côndilo; Anula as forças de compressão que atuam na MD. Trajetórias alveolares: Dividem-se em duas: T. oblíqua e T. milo-hioidea (representadas pelas linhas de mesmo nome). As forças oclusais são transmitidas aos alvéolos pelo Lig periodontal, e deste, através das trabéculas ósseas esponjosas, chegam às faces interna e externa da MD. Agrupam-se externamente na linha oblíqua e internamente na milo hioidea. Ambas as trajetórias têm trajeto posterior, cruzam a borda anterior do R e dirigem-se ao côndilo.. Atuam ainda forças de tensão que se estabelecem na parte alveolar da MD pela ação muscular, que tenta abaixar a parte anterior da MD e elevar o ramo (posterior). Trajetória temporal: Representada pelo espessamento ósseo da borda anterior da MD e tem trajeto descendendte a partir do processo coronoide até as linhas oblíqua e milo- hioidea; É causada pela tração do M Temporal. *Zonas de fragilidade*: Também perpendiculares às trajetórias de força, portanto, mais verticais. Colo do côndilo: A principal zona de fragilidade é o colo da MD, pois praticamente todas as trajetórias de força chegam ao côndilo para serem dissipadas ao crânio através da ATM. O colo da MD, sendo frágil, tende a fraturar, sobretudo nos traumas originados de impacto mentual (mento resistente, não se fratura, as forças aplicadas a ele são transmitidas em direção posterior,, levando à fratura do colo da MD. Região do corpo: Sobretudo na região do canal e do forame mentuais (causam fragilidade na região). Com menor frequência,na região dos molares, e menos ainda na região anterior do mento. Região do ângulo: Área relativamente frágil, sobretudo na transição do segmento dental do corpo para o ramo. Outras localizações No próprio ramo, no processo coronoide e no processo alveolar (isoladamente). o colo da mandíbula é muito delgado, portanto sujeito a fraturas em traumas na mandíbula. Isso constitui um mecanismo de proteção para o sistema nervoso central (SNC), uma vez que a mandíbula se articula com a fossa mandibular no osso temporal. que é delgado e se relaciona com a fossa média do crânio. Assim, os traumas recebidos no mento poderiam intruir a mandíbula para a fossa média do crânio; porém, para que isso não ocorra, o colo da mandíbula se fratura. Como os músculos da língua inserem-se na face interna do corpo da mandíbula, fraturas bilaterais do corpo da mandíbula são potencialmente graves devido ao risco de ptose da língua. Nesses casos, a língua perde sua sustentação anterior e é deslocada para trás (ptose), provocando obstrução das vias aéreas Anatomia topográfica dento-alveolar Estuda as relações de cada dente com as estruturas ósseas e de tecidos moles adjacentes. Tradicionalmente, esse estudo envolve o conhecimento das relações V, L (PL) e apicais de cada grupo de dentes. TERMOS Cortical alveolar: Tecido ósseo cortical, reveste internamente o alvéolo. (chamado de osso alveolar em histologia, e lâmina dura em radiologia) Cortical vestibular e lingual: Revestem externamente. Alveolo dental: Composto pela união das duas corticais e por osso esponjoso adjacente. Tábua óssea vestibular: Constituída pela cortical alveolar, esponjosa e cortical vestibular. Tábua óssea lingual: Constituída pela cortical alveolar, esponjosa e cortical lingual. Septo interalveolar: Separa entre si dois alvéolos, que podem ser de dentes uni ou multirradiculados. Septo intra- alveolar ou inter- radicular: Separa entre si as raízes de dentes multirradiculados (do mesmo alvéolo). Processo alveolar: Formado pelo conjunto de todos os alvéolos da MX e da MD. Quando há extração ou perda de dentes, ele se atrofia, a cortical óssea alveolar é reabsorvida, permanecendo apenas as corticais V e L e o tecido ósseo esponjoso entre elas. MAXILA Alvéolos dos incisivos: Relações vestibulares: Tábua óssea V muito delgada, com fusão das corticais V e alveolar, ao nível dos terços C e M da raiz (ausência de esponjosa). Assim, o ápice desses dentes ficam muito mais para V que para L (Algumas vezes, a raiz do ILS inclina-se) Relações palatinas (linguais): Tábua óssea muito espessa, com muito tecido esponjoso. Isso se deve ao fato de o palato nessa região apresentar aproximadamente 45 graus com o longo eixo dos incisivos.. Há um canal incisivo entre os ICS, na linha média. Inferiormente, ele se alarga, formando a fossa incisiva, que pode ser grande. Relações apicais: Relacionam-se com o soalho da cavidade nasal. Há dois fatores determinantes da maior ou menor relação de suas raízes com o soalho: o tamanho das raízes e o tipo facial. Dentes mais longos apresentam maior contato com a cavidade, assim como indivíduos com a face curta. o conhecimento da topografia alvéolo-dental é importante nas exodontias, pois a espessura das tábuas ósseas orienta as manobras para vestibular ou lingual, evitando fraturas de tábuas ósseas indesejáveis. Nas infecções odontogênicas o conhecimento da localização dos ápices dos dentes fornece subsídios para estabelecer o local de drenagem de um abscesso odontogênico. Na anestesia local permite determinar quais dentes podem ser anestesiados por meio de injeções paraperiósticas (próximo aos ápices dos dentes). Alvéolos dos caninos: Relações vestibulares: Semelhantes aos incisivos. Devido à posição saliente deste dente no arco, a eminência alveolar do canino é bem marcada (eminência canina, que faz parte de um dos pilares de sustentação da MX, o pilar canino). Relações palatinas: As mesmas dos alvéolos dos incisivos. Relações apicais: O alvéolo do canino localiza-se numa zona de transição entre a cavidade nasal e o seio maxilar, além disso, localiza-se numa área de reforço ósseo. Assim, sua raiz é muito bem implantada, e que pode relacionar-se, em menor frequência, tanto com a cavidade nasal quanto com o seio maxilar. Alvéolos dos pré molares: Relações vestibulares: Tábua óssea bastante delgada, sem osso esponjoso. Com eminências alveolares menos nítidas que os anteriores. Relações palatinas: A parede óssea passa a ter uma direção mais vertical que na região anterior. Começa a observar-se um ângulo bem definido entre a parede do alvéolo (vertical) e o palato ósseo (horizontal). Quando estes dentes têm uma raiz única, continuam bem afastados da cortical palatina, existindo uma esponjosa espessa entre ambos. Quando o 1PM exibe duas raízes, a raiz PL fica próximo à cortical palatina. Relações apicais: Estes dentes podem-se relacionar com o seio maxilar de acordo com sua extensão (o segundo é o que mais se relaciona). Alvéolos dos molares: Relações vestibulares: Os MS geralmente têm três raízes (duas V e uma PL). Assim, as duas V relacionam-se com essa tábua. Na região dos alvéolos do 1M e às vezes do 2M, nota-se a crista infrazigomática, que faz parte do pilar zigomático,o que torna a tábua V mais espessa. Relações palatinas: Suas raízes palatinas relacionam-se diretamente com a cortical PL (sobretudo no 1 e 2M, podendo ou não ter esponjosa entre ambos). O 3M é o dente que menos se relaciona com a tábua óssea PL, principalmente quando suas raízes são fusionadas. Relações apicais: Os molares são os dentes que mais relacionam-se com o soalho do seio MX. Porém, as raízes do 2M são mais convergentes que as do 1M, tornando-o o dente que mais relaciona-se. Em ordem decrescente, os que mais se relacionam com o seio MX são o 2M, o 1M e o 3M superiores, e depois os PM. A região do pilar canino é uma área de reforço ósseo na região apical do canino, localizada entre a cavidade nasal e o seio maxilar, e pode ser utilizada, após a perda do dente, para a colocação dos implantes mais longos na maxila. Nas exodontias dos molares superiores, devem-se. no exame radiográfico, definir as relações desses dentes com o seio maxilar, pois existe o risco de introduzir uma raiz ou todo o dente para o interior do seio ou de fraturar uma cúpula alveolar durante as manobras de luxação. Tal fato leva à ocorrência de uma comunicação bucossinusal. Relata-se na literatura que existe a possibilidade de um dente projetar-se no seio sem a cortical alveolar, expondo sua raiz no Interior do seio. Porém, tal fato é improvável, já que a cortical alveolar faz parte das estruturas periodontais. Provavelmente nessas descrições, alguma patologia periapical (granuloma, cisto, abscesso) preexistente tenha destruído essa cortical. Relações Posteriores ao 3M. Posteriormente ao alvéolo do 3M, há o túber da MX. Pósterossuperiormente, a MX une-se ao processo pterigoideo do ESF, com interposição do processo piramidal do PL, o que representa o início da formação do pilar pterigoideo MANDÍBULA Alvéolos dos incisivos e caninos: Relações vestibulares: processo alveolar muito estreito VL. Assim, como na MX, a V e alveolar estão unidas, sem tecido esponjoso. Os ápices destes dentes aproximam-se mais da tábua V que da L. Eminências discretas para incisivos e mais evidentes para os caninos. Relações linguais: Tábua estreita, com fusão das corticais L e alveolar. Relações apicais: Os alveolos destes dentes relacionam-se ao osso esponjoso da MD. Vasos e Nn chegam a estes alvéolos pelos Rr incisivos do N alveolar inferior, que percorrem o interior do trabeculado da MD formando às vezes canalíticos incisivos. Alvéolos dos pré molares: Relaçõesvestibulares: Semelhantes a dos anteriores. Porém, essa tábua torna-se espessa posteriormente. Assim, no 1PM, as corticais V e alveolar estão unidas, e no 2PM pode ter osso esponjoso interposto. Relações linguais: A tábua óssea L tem alterações mais significativas. Ela é mais espessa, de modo que o ápice dos PM estão mais próximos à cortical V. Esse espessamento ósseo L é devido à existência da linha milo- hioidea. Relações apicais: O canal MD termina varialmente próximo aos ápices dos PM, dividindo-se num canal mentual e em canalíticos incisivos. O C. mentual relaciona-se mais com o 1PM, e o canal MD mais com o 2PM. Alvéolos dos molares: Tendem a localizar-se cada vez mais para a L, à medida que se dirigem mais posteriormente. Isso porque o arco dental inferior é menor que o arco MD, numa vista superior. Os Rr da MD são mais lateralizados que o corpo e o arco dental inferior, o que modifica as relações V e L. Relações vestibulares: Os alveolos dos molares localizam-se mais lingualmente, tornando a tábua V mais espessa. (esse espessamento se deve à linha oblíqua). Quando essa junção pterigomaxilar é alta e o seio mx é muito pneumatizado, há risco de fraturar toda essa área. numa exodontia de um terceiro molar superior. Podem ocorrer desde pequenas fraturas até extensas comunicações bucossinusais, perdendo-se o alvéolo, o túber e parte da parede posterior da maxila, até a união com o processo pterigóideo. Na região anterior da mandíbula, o mento sobressai como uma importante área doadora de enxertos ósseos intra-orais, logo abaixo dos incisivos e caninos. Pode-se obter osso cortical da tábua vestibular bem como osso medular, praticamente de um forame mentual ao outro. Deve-se no entanto preservar a tábua óssea lingual e o feixe vasculonervoso mentual, e respeitar uma distância segura dos ápices dos dentes anteriores, se presentes. O forame mentual pode ser localizado em radiografias da região dos pré-molares como uma imagem radiolúcida próxima ao ápice do segundo pré-molar. Esta imagem pode ser confundida com uma lesão periapical do segundo pré-molar. Relações linguais: Devido à tendência de posicionamento dos alvéolos cada vez mais para L, os ápices do 1M localizam-se entre as tábuas V e L, os ápices do 2M, mais próximos à tábua L, e os ápices do 3M estão intimamente relacionados à essa tábua. A linha milo-hioidea na tábua L tem trajeto oblíquo, mais inferior na região anterior e mais superior na posterior. Assim, ela cruza os ápices radiculares aproximadamente ao nível do 2M inferior. Os dentes anteriores ao 2M têm os ápices acima da linha milo-hioidea, e o 3M, abaixo dela. No alvéolo do 3M há uma junção das corticais L e alveolar, que, associada à presença da fóvea submandibular localizada abaixo, faz com que seu alvéolo seja muito projetado lingualmente. Relações apicais: A mais importante é com o canal MD e seu conteúdo, os vasos e Nn alveolares inferiores. Os dentes que mais se relacionam com o canal são, na ordem, o 3M, o 2M e, em menor frequência, o 1M. O 3M erupciona tardiamente, podendo permanecer retido na MD. Nesses casos, como a rizogênese ainda continua, suas raízes podem prolongar-se além do canal. A região da linha oblíqua, assim como o mento, também é uma importante área doadora de enxertos ósseos intra-orais. Pode-se obter osso cortical da tábua vestibular bem como osso medular, praticamente do primeiro molar até o processo coronóide. Deve-se no entanto preservar a tábua óssea lingual e o feixe vasculonervoso alveolar inferior, além de respeitar uma distância segura das raízes dos molares inferiores. Na linha milo-hióidea se fixa o músculo milo-hióideo, que separa a cavidade oral, acima, do pescoço, abaixo. Assim, as infecções apicais oriundas desses dentes terão localizações diferentes, dependendo da sua relação com a linha mllo-hlóidea. Geralmente as raízes do terceiro molar localizam-se por vestibular do canal mandibular. Em algumas ocasiões podem estar linguais ao canal ou ainda raramente envolver seu conteúdo. Neste último caso, para a exodontia desse dente torna-se necessária uma odontossecção que separe suas raízes numa parte vestibular e em outra lingual, liberando então o conteúdo do canal.