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Carta Geotecnica - Campo GrandeMS_2019

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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA 
CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE 
 
 
PRODUTO I 
Diagnóstico e criação do banco de dados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOLUME 02/02 
 
 
 
 
Novembro/2019
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
 
 
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA 
CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE 
 
 
PRODUTO I 
Diagnóstico e criação do banco de dados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOLUME 02/02 
 
 
 
 
Novembro/2019 
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@2019 Direitos autorais reservados à HIDROSUL AMBIENTAL SERVIÇOS GEOLÓGICOS LTDA – EPP. 
Lei Federal de Direitos Autorais nº 5988/73, revogada pela Lei 9.610/98 e Lei 12.853/2013.
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
IDENTIFICAÇÃO DO CONTRATO 
Contrato nº 313 
Objeto: Contratação de empresa especializada para prestação de serviços de revisão e atualização da 
Carta Geotécnica, contemplando a sede urbana e a zona de expansão urbana de Campo Grande/MS. 
Data do Contrato: 27 de agosto de 2019. 
 
IDENTIFICAÇÃO DA CONTRATANTE 
Prefeitura Municipal de Campo Grande 
Marcos Marcello Trad 
Prefeito Municipal 
 
Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano - Planurb 
Berenice Maria Jacob Domingues 
Diretora-Presidente 
 
Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana – Semadur 
Luís Eduardo Costa 
Secretário Municipal 
 
IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO TÉCNICO 
Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano – Planurb 
Rodrigo Giansante 
(Titular) 
 
Mariana Massud Correa de Souza Arruda 
(Titular) 
Aurimar da Costa Lima Filho 
(Suplente) 
 
Gabriela Perreira Ferreira Barreto Lazari 
(Suplente) 
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
Alynne Marques Ávalos Fernandes 
(Titular) 
 
Raquel Taminato Gomes da Silva 
(Titular) 
 
Maycon Lucas de Almeida Macedo 
(Suplente) 
 
Vinicios da Silva Abe 
(Suplente) 
 
 
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana – Semadur 
Rutenio Cesar Cristaldo 
(Titular) 
 
João Levi Colares Garcia 
(Titular) 
 
Juliana de Oliveira Paraná de Souza 
(Titular) 
Alexandre Augusto Moreira Lajo 
(Suplente) 
 
Ana Karolina Teixeira Ferreira 
(Titular) 
 
Cynara Leite Okuhira 
(Suplente) 
 
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA RESPONSÁVEL PELO PROJETO 
Hidrosul Ambiental Serviços Geológicos Ltda - EPP 
CNPJ: 07.190.897/0001-02 
CREA/MS: 6072-MS 
Endereço: Rua Pedro Celestino, nº 50 - Monte Líbano, Campo Grande/MS 
CEP: 79.004-560 
Fone: (67) 3324-4636 
 
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
IDENTIFICAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA 
Milton Medeiros Saratt 
(Coordenador Administrativo – Geólogo) 
 
Flávio de Paula e Silva 
(Coordenador Geral – Geólogo – Consultor Ad Hoc) 
 
Bruna Luckmann Saratt 
(Gerente de projetos – Engenheira Ambiental) 
 
Márcio Costa Alberto 
(Subcoordenador - Geólogo - Consultor Ad Hoc) 
 
Rosemerie Luckmann 
(Geóloga) 
 
Osmair Jorge de Freitas Simões 
(Engenheiro Sanitarista e Ambiental) 
 
Dany Cavalcanti de Oliveira 
(Engenheira Sanitarista e Ambiental) 
 
Helen Lúcia Modesto Soares 
(Apoio) 
 
Leonardo Saratt 
(Engenheiro Sanitarista e Ambiental) 
 
Luciana Corrêa do Canto 
(Arquiteta e Urbanista) 
 
Rafael Avezum de Almeida 
(Engenheiro de Produção) 
 
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
Ana Paula Garcia Oliveira 
(Bióloga - Consultor Ad Hoc) 
 
Guilherme Henrique Cavazzana 
(Engenheiro Ambiental – Consultor Ad Hoc) 
 
José Antônio Maior Bono 
(Engenheiro Agrônomo - Consultor Ad Hoc) 
 
Juarez Marques Cardoso 
(Geólogo - Consultor Ad Hoc) 
 
Leonardo de Oliveira Araújo 
(Engenheiro Agrônomo – Consultor Ad Hoc) 
 
Luiz Antônio Paiva 
(Geólogo - Consultor Ad Hoc) 
 
Rennan Vilhena Pirajá 
(Geógrafo - Consultor Ad Hoc) 
 
Talles Edmundo de Assis 
(Engenheiro Agrônomo – Consultor Ad Hoc) 
 
Bruno Sezarino Diniz 
(Acadêmico de Engenharia Sanitária e Ambiental) 
 
Eduardo Luckmann Saratt 
(Acadêmico de Engenharia de Minas) 
 
Kamila dos Santos Jara 
(Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo) 
 
Maricelma Ferreira Calças 
(Acadêmica de Geografia) 
 
Silvia Felix de Oliveira 
(Acadêmica de Geografia) 
 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CRIAÇÃO DE BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
8 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
APRESENTAÇÃO 
A Carta Geotécnica é um instrumento de planejamento urbano ambiental que integra dados e 
informações da geologia, hidrogeologia, pedologia, geomorfologia e geotecnia e suas possíveis 
interações com o uso e ocupação do solo, resultando em um documento cartográfico que contém 
diretrizes técnicas para que as intervenções se deem de forma equilibrada com as condições de 
suporte do meio físico. 
A primeira Carta Geotécnica de Campo Grande foi publicada em 1991, sendo a sua revisão e 
atualização determinada pelo Contrato nº 313, de 27 de agosto de 2019, firmado entre o Município 
de Campo Grande – MS e a empresa Hidrosul Ambiental Serviços Geológicos Ltda – EPP, com 
interveniência da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana – Semadur e da Agência 
Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano – Planurb. 
O projeto de revisão e atualização da Carta Geotécnica tem por base legal o Plano Diretor de 
Desenvolvimento Urbano Ambiental - PPDUA, instituído pela Lei Complementar nº 341 de 2018, que 
estabelece no capítulo três, art. 133, que a gestão ambiental municipal será regida por instrumentos, 
dentre os quais, a Carta Geotécnica. A revisão da Carta Geotécnica é prevista no plano de 
investimentos prioritários de longo prazo para o ano 2021 (Anexo 16 do PPDUA), justificando-se, 
portanto, a necessidade de sua elaboração. 
A Carta Geotécnica será atualizada para o perímetro urbano atual, incluindo também a zona 
de expansão urbana, visando apontar diretrizes para orientar o uso e ocupação do solo. Ademais, o 
levantamento bibliográfico e os dados disponíveis na atualidade, tais como perfis de furos de 
sondagem, poços de monitoramento e poços tubulares profundos, complementados com 
levantamentos de campo, aliados as ferramentas de geoprocessamento, possibilitarão um aumento 
da escala de mapeamento e maior precisão das informações, permitindo a revisão da definição das 
unidades homogêneas e da delimitação dos contatos litológicos. 
 
£¤
BR
262£¤
BR
262
£¤
BR
163
£¤
BR
060
£¤
BR
163
GO
MG
SP
PRParaguai
Bolívia
Revisão e Atualização da
Carta Geotécnica de Campo Grande
Legenda
Perímetro Urano
Zona de Expansão Urbana
Rede de Drenagem
Sistema Viário
Datum: Sirgas 2000
Sistema de Projeção Geográfica UTM
Escala: 1:200.000
Referência
0 105
Km
 
10 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
SUMÁRIO 
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................................... 12 
LISTA DE FOTOS .......................................................................................................................... 12 
LISTA DE QUADROS .................................................................................................................... 12 
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................12 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 14 
2 OBJETIVOS ......................................................................................................................... 16 
2.1 GERAL .................................................................................................................................... 16 
2.2 ESPECÍFICOS .......................................................................................................................... 16 
3 DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DA CARTA GEOTÉCNICA ATUAL ................................................ 18 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO .......................................................................................................... 18 
3.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................. 19 
3.3 METODOLOGIA ...................................................................................................................... 19 
3.4 JUSTIFICATIVAS PARA A REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO 
GRANDE ............................................................................................................................................. 22 
4 LEVANTAMENTO DA LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS PERTINENTES ...................................... 26 
4.1 ESTATUTO DA CIDADE ........................................................................................................... 26 
4.2 POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – PNPDEC ............................................ 27 
4.3 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO ............................................................................ 28 
4.4 CÓDIGO DE OBRAS ................................................................................................................ 29 
4.5 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE ............................................................. 29 
4.6 PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ..................................................................................... 29 
4.7 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO AMBIENTAL - PDDUA ........................... 30 
4.8 LEI DE ORDENAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – LOUOS ....................................... 32 
4.9 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................................................................... 32 
4.10 PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA - PDDU ............................................................... 34 
4.11 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO .............................................................................................. 36 
5 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES DO MEIO FÍSICO EXISTENTES ..................................... 40 
5.1 GEOLOGIA ............................................................................................................................. 40 
5.1.1 Projeto Radambrasil .......................................................................................................... 41 
5.1.2 Projeto Bodoquena ........................................................................................................... 42 
5.1.3 Mapeamento Geológico efetuado pela CODEMS ............................................................. 43 
 
11 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
5.1.4 Geologia e Recursos Minerais de Mato Grosso do Sul (CPRM, 2006) .............................. 43 
5.2 HIDROGEOLOGIA ................................................................................................................... 44 
5.2.1 Tipos de aquíferos ............................................................................................................. 45 
5.2.2 Vulnerabilidade ................................................................................................................. 48 
5.2.3 Índice de Corrosividade das Águas Subterrâneas ............................................................. 51 
5.2.4 Potenciometria .................................................................................................................. 52 
5.3 PEDOLOGIA............................................................................................................................ 52 
5.4 GEOMORFOLOGIA ................................................................................................................. 55 
5.4.1 Atlas Multirreferencial ...................................................................................................... 55 
5.4.2 Manual Técnico de Geomorfologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ..... 56 
5.4.3 Aquisição da Imagem ALOS PALSAR .................................................................................. 57 
5.4.4 Tratamento da imagem ..................................................................................................... 57 
5.4.5 Geoprocessamento das cartas temáticas de Geomorfologia ........................................... 59 
6 CRIAÇÃO DO BANCO DE DADOS .......................................................................................... 63 
6.1 ARQUIVOS VETORIAIS DISPONÍVEIS PARA DOWNLOAD SISGRAN E SIMGEO ....................... 63 
6.2 IMAGEM DE SATÉLITE ALOS .................................................................................................. 64 
6.3 DADOS DO MEIO FÍSICO ........................................................................................................ 65 
6.4 LEVANTAMENTO DE ÁREAS CRÍTICAS ................................................................................. 118 
6.5 LEVANTAMENTO DE ATIVIDADES POTENCIALMENTE POLUIDORAS .................................. 122 
6.6 LEVANTAMENTO DAS ATIVIDADES MINERÁRIAS ................................................................ 125 
6.7 LEVANTAMENTO DAS ÁREAS NÃO ATENDIDAS PELA REDE PÚBLICA DE COLETA DE ESGOTO
 127 
6.8 LEVANTAMENTO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ......................................................... 127 
6.9 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS ........................................................................ 128 
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 131 
 
 
 
 
12 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 5.1 – Índices de vulnerabilidade de aquíferos (Foster et al., 2006). ........................................................... 50 
Figura 6.1 – Espacialização do banco de dados dos pontos de controle. ............................................................ 117 
Figura 6.2 – Espacialização do banco de dados das áreas críticas de drenagem e possíveis alagamentos. ....... 119 
Figura 6.3 – Espacialização do banco de dados das áreas críticas de erosão. ..................................................... 121 
Figura 6.4 – Espacialização do banco de dados de atividades potencialmente poluidoras. ............................... 124 
Figura 6.5 – Espacialização do banco de dados dos processos minerários. ........................................................ 126 
Figura 6.6 – Fluxograma do processo metodológico. .......................................................................................... 129 
 
LISTA DE FOTOS 
Foto 6.1 - Análise e obtenção de dados nos processos de licenciamento ambiental junto a Semadur. .............. 66 
Foto 6.2 – Análise e obtenção de dados nos processos de licenciamento ambiental junto a Semadur. .............. 66 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 5.1 – Métodos de avaliação da vulnerabilidade natural à contaminação das águas subterrâneas. ........ 49 
Quadro 5.2 – Classes de declividade para avaliação de terreno. ..........................................................................59 
Quadro 6.1 – Localização das áreas críticas de drenagem e possíveis alagamentos. ......................................... 118 
Quadro 6.2– Localização das áreas críticas de erosão. ....................................................................................... 120 
Quadro 6.3 – Levantamento de atividade potencialmente poluidoras consideradas de interesse ao projeto. . 123 
Quadro 6.4– Relação de processos minerários localizados na área do projeto de revisão e atualização da Carta 
Geotécnica de Campo Grande. ............................................................................................................................ 125 
Quadro 6.5 – Unidades de Conservação na área do projeto. ............................................................................. 128 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 6.1 – Banco de dados contendo as informações dos pontos de controle ................................................. 68 
 
 
 
13 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
14 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
1 INTRODUÇÃO 
O presente documento consiste no Volume 02/02 do Produto I – Diagnóstico e criação de 
banco de dados do projeto de revisão e atualização da Carta Geotécnica contemplando a sede urbana 
e a zona de expansão urbana de Campo Grande/MS, conforme cronograma de etapas e prazos 
estabelecidos pelo Contrato nº 313, de 27 de agosto de 2019. 
Compreende em linhas gerais o diagnóstico preliminar da Carta Geotécnica vigente, 
contextualização com a legislação e instrumentos de Gestão Ambiental Municipal pertinentes, assim 
como o levantamento de informações temáticas e do meio físico relacionados a geologia, 
hidrogeologia, pedologia e geomorfologia da área de abrangência deste projeto, incluindo a obtenção 
dos dados de perfis dos furos de sondagem, poços de monitoramento e poços tubulares profundos, 
obtidos em processos de licenciamentos junto aos órgãos públicos e iniciativa privada. Estes dados 
foram incorporados a um ambiente de Sistema de Informações Geográficas – SIG, visando a criação do 
banco de dados para subsidiar a elaboração da revisão e atualização da Carta Geotécnica de Campo 
Grande. 
 
 
15 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVOS 
 
 
16 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
2 OBJETIVOS 
2.1 GERAL 
Apresentar o Produto I - Diagnóstico e criação de banco de dados do projeto de revisão e 
atualização da Carta Geotécnica de Campo Grande, contemplando a sede urbana e a zona de expansão 
urbana de Campo Grande/MS. 
 
2.2 ESPECÍFICOS 
 Contextualizar a Carta Geotécnica vigente; 
 Referenciar as legislações e instrumentos de Gestão Ambiental pertinentes ao projeto; 
 Levantar as informações do meio físico (geologia, hidrogeologia, pedologia e 
geomorfologia); 
 Criação do banco de dados. 
 
 
 
17 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DA CARTA GEOTÉCNICA ATUAL 
 
 
18 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
3 DIAGNÓSTICO PRELIMINAR DA CARTA GEOTÉCNICA ATUAL 
Para embasar a revisão e atualização da Carta Geotécnica de Campo Grande, buscou-se 
inicialmente uma análise da Carta Geotécnica publicada em 1991, enfocando particularmente seu 
contexto histórico, objetivos e metodologia, assim como a definição das justificativas para sua revisão 
e atualização, conforme detalhado a seguir. 
 
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO 
A Carta Geotécnica de Campo Grande (SEPLAN/PLANURB, 1991) foi elaborada no período de 
fevereiro/1989 a agosto/1990, sendo publicada em 1991, na escala 1:20.000, consistindo em um 
projeto pioneiro em Campo Grande, aplicado ao perímetro urbano, na época com 33.400 ha. 
O projeto de elaboração da Carta Geotécnica iniciou com a instituição de um grupo de trabalho 
junto à Secretaria Municipal do Planejamento através da Planurb, sob a coordenação da geógrafa 
Aparecida Lopes de Oliveira, visando um estudo mais completo das condicionantes do meio físico para 
direcionar o uso e ocupação do solo. 
Posteriormente, foi estabelecido um Convênio de Cooperação Técnica entre a Prefeitura 
Municipal de Campo Grande e vários órgãos e instituições da esfera municipal, estadual e federal, a 
seguir citados: 
 Secretaria Municipal das Obras Públicas; 
 Secretaria Municipal do Controle Urbanístico; 
 Companhia de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Mineração do Mato Grosso do 
Sul; 
 Departamento de Obras Públicas de Mato Grosso do Sul; 
 Departamento de Terras de Mato Grosso do Sul; 
 Empresa de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul; 
 Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul; 
 Fundação de Apoio ao Planejamento do Estado-MS; 
 Secretaria de Estado de Meio Ambiente; 
 Departamento Nacional de Obras e Saneamento; 
 
19 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 Departamento Nacional da Produção Mineral; 
 Fundação Universidade Federal de Mato Grosso; 
 Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 
Os trabalhos foram realizados por uma equipe multidisciplinar e multi-institucional, com a 
participação de mais de 20 profissionais, além do apoio técnico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
- IPT, um dos precursores na elaboração de Carta Geotécnica no Brasil. 
 
3.2 OBJETIVOS 
O objetivo principal da Carta Geotécnica (SEPLAN/PLANURB, 1991) consiste em subsidiar o 
poder público e privado nas ações planejadas através de critério e recomendações de uso e ocupação 
do solo, em função das características peculiares dos terrenos em cada unidade homogênea, tendo 
em vista o crescimento acelerado e desordenado de Campo Grande. 
Como objetivo específico buscou-se a compreensão integrada do meio físico, a fim de: 
 Identificar as áreas sujeitas a problemas e riscos (existentes ou esperados); 
 Estabelecer recomendações de acordo com as condicionantes do meio físico (geologia, 
geomorfologia, pedologia) quanto às tendências da expansão urbana; 
 Estabelecer critérios de correção e prevenção quanto à ocupação de áreas degradadas (no 
sentido de minimizar custos e problemas); 
 Estabelecer critérios de proteção dos recursos naturais; 
 Otimizar a utilização dos recursos financeiros na programação dos custos dos 
empreendimentos. 
 
3.3 METODOLOGIA 
Conforme consta no Relatório Síntese da Carta Geotécnica publicada em 1991 
(SEPLAN/PLANURB, 1991), a elaboração da referida carta teve como fio condutor as discussões 
permanentes entre o grupo de trabalho e a equipe do IPT, sobre as relações de causas e consequências 
dos problemas potenciais e aqueles já enfrentados pela população de Campo Grande, em especial, 
erosões em terrenos com alta susceptibilidade à erosão, como os arenitos da Formação Caiuá e áreas 
de inundação em fundos de vales. 
 
20 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
Sendo assim, os trabalhos iniciaram-se com o levantamento da fisiografia e das problemáticas 
a partir de informações obtidas junto a técnicos experientes na cidade e dados disponíveis em vários 
órgãos e instituições participantes, tendoem vista a ausência de um banco de dados. 
Também foram realizadas análises e fotointerpretação de fotos aéreas disponíveis na época, 
nas escalas 1:60.000-USAF/1966 e 1:8.000 ESTEIO/1983 para orientar os trabalhos de campo. 
A planta topográfica da área urbana de Campo Grande foi utilizada para a definição, em uma 
primeira aproximação, de duas regiões distintas litológica e pedologicamente, com base no padrão das 
curvas de níveis e da rede de drenagem, ou seja, o basalto da Formação Serra Geral e os arenitos da 
Formação Caiuá, nas cotas mais elevadas. 
Em função da inexistência de um mapa geológico de Campo Grande compatível com a escala 
da Carta Geotécnica, foi elaborado um esboço geológico, na escala 1:20.000, utilizando plantas 
topográficas do aerolevantamento da PMCG/1983, perfis hidrogeológicos da empresa de Saneamento 
de Mato Grosso do Sul – SANESUL, além de informações verbais do Eng. Civil Armando de Freitas, do 
Departamento de Obras Públicas – DOP e dos perfis de fundação cedidos pela SOTEF Fundações Ltda. 
Com base nessas informações foram executados os serviços em campo, visando a checagem 
de vários pontos em diversas cotas topográficas, buscando a identificação dos contatos litológicos e 
faixa de transição dos solos predominantes. 
Como produtos foram elaborados os seguintes esboços e cartas, que resultaram na elaboração 
da Carta Geotécnica: 
a) Esboço geológico, escala 1:20.000; 
b) Esboço pedológico, escala 1:60.000; 
c) Carta de isodeclividade, escala 1:20.000; 
d) Mapa de favelas, escala 1:20.000; 
e) Mapa de uso e ocupação do solo, escala 1:20.000; 
f) Diagnóstico de enchente/assoreamento, escala 1:20.000. 
 
Considerando as características dos terrenos e das solicitações da urbanização foram definidas 
cinco unidades homogêneas, subordinadas ao sistema de relevo, natureza dos materiais e solos 
derivados, para as quais estabeleceram-se critérios e recomendações de uso e ocupação do solo. 
 
21 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 Unidade homogênea I: apresenta um relevo de colinas, suave ondulado e ondulado, com 
predomínio dos solos argilosos e argilo-arenosos de textura média e argilosa, associados 
aos basaltos e arenitos intertrapeanos da Formação Serra Geral. 
São terrenos que apresentam baixa a média suscetibilidade à erosão e baixa à média 
permeabilidade do solo. 
Apresentam-se problemas atuais e potenciais, como: dificuldades localizadas com 
fundações profundas, dificuldades na absorção de efluentes de fossas sépticas. 
São terrenos que possibilitam maior concentração urbana (50% da área estudada); 
 Unidade homogênea II: caracteriza-se por relevo de colinas, suave ondulado, com o 
predomínio dos solos arenosos, extremamente porosos, associados aos arenitos da 
Formação Caiuá. 
São terrenos que apresentam alta suscetibilidade à erosão e alta permeabilidade do solo. 
Nesta unidade verifica-se a ocorrência de ravinas e boçorocas, principalmente a partir de 
escoamentos concentrados. 
São terrenos aptos à urbanização, devendo-se observar as recomendações específicas 
(12% da área estudada); 
 Unidade homogênea III: Caracteriza-se por um relevo representado por platôs e colinas, 
suave ondulado com embaciamentos localizados, predominam os solos areno-argilosos, 
mal drenados, silte-argilosos e silte-arenosos, associados aos arenitos intertrapeanos da 
Formação Serra Geral. 
São terrenos que apresentam nível d´água muito próximos à superfície, baixa capacidade 
de suporte e carga, alta erodibilidade dos solos de alteração. 
Nesta unidade estão as áreas mais críticas da área urbana, necessitando de maior atenção 
do poder público e privado às recomendações específicas e gerais, quando da ocupação 
(33% da área estudada); 
 Unidade homogênea IV: Caracteriza-se pelas várzeas e fundo de vales. Predominam os 
solos aluviais e hidromórficos, em geral mal drenados, normalmente saturados. 
São terrenos que estão em permanente estado de saturação, como ocorrência de áreas 
alagadiças. 
Em função da degradação acelerada destas áreas, contribuindo para o assoreamento dos 
cursos d´água e para a diminuição da quantidade e da qualidade das águas, recomenda-se 
ocupação conveniente de modo a favorecer a melhoria da qualidade de vida (5% da área 
estudada; 
 
22 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 Unidade homogêneas V: Dados os inúmeros registros de enchentes e inundações, 
provocados pelo assoreamento dos córregos, recomenda-se a proteção das cabeceiras e 
das margens dentre outras medidas. 
Caracteriza-se pelas cabeceiras de drenagens com relevo suave a ondulado. 
Registra-se a ocorrência de solos diversos, que compreendem tanto as áreas de basaltos, 
arenitos intertrapeanos da Formação Serra Geral, como os arenitos da Formação Caiuá. 
Alta susceptibilidade ao desenvolvimento de boçorocas de grande expressão. 
Recomendações inerentes ao disciplinamento das águas de escoamento (sobrepõem-se 
às demais Unidades perfazendo áreas significativa). 
 
3.4 JUSTIFICATIVAS PARA A REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO 
GRANDE 
A Carta Geotécnica de Campo Grande (SEPLAN/PLANURB) elaborada no ano de 1991 está 
limitada ao perímetro urbano da época, com 33.400,00 ha. Desta forma, para que possa ser utilizada 
como um efetivo instrumento de planejamento urbano ambiental, se faz necessária a sua atualização 
para abranger o perímetro urbano atual, que possui 35.903,53 ha, assim como a zona de expansão 
urbana estabelecida no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CAMPO GRANDE, 
2018). 
Da mesma forma, o aumento da escala de 1:20.000 para 1:10.000 se faz necessária para 
compatibilizar a finalidade do mapeamento geotécnico, permitindo a regulação técnica do uso do solo 
e a compatibilização com os demais instrumentos municipais. 
Evidentemente, a demanda de dados necessários para se atingir ao grau de detalhamento na 
escala 1:10.000 representa a maior dificuldade para a revisão e atualização da Carta Geotécnica de 
Campo Grande. 
Por conseguinte, para representar a variabilidade do meio físico na escala pretendida utiliza-
se a definição de um volume elementar representativo (VER), conceituado como volume mínimo que, 
ao ser caracterizado, fornece os dados que representam a unidade, considerando tanto o tipo de 
atributo quanto o componente do meio físico. No mapeamento geotécnico, a amostragem representa 
o VER a ser definido considerando a informação a ser obtida e os componentes do meio ambiente, 
levando em consideração a heterogeneidade, descontinuidade e relações entre constituintes e massa 
de materiais geológicos, além das variações sazonais (ZUQUETTE e GANDOLFI, 2004). 
 
23 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
Desta forma, as amostragens em áreas consideradas homogêneas terão seus atributos 
extrapolados traçando-se isolinhas, visando obter áreas que apresentem uma heterogeneidade 
mínima. Nas áreas heterogêneas ou de descontinuidade, a amostragem deve ser suficiente para dividir 
a área em unidades que apresentem uma heterogeneidade mínima. 
Para melhor gerar o mapeamento geotécnico se prevê a realização de amostragens não-
aleatórias racionais, na qual o técnico experiente define as parcelas a serem amostradas para 
representar uma população em estudo, priorizando as áreas críticas, zonas de contato e áreas não 
caracterizadas, além de amostragens acidentais e de conveniência (ZUQUETTE e GANDOLFI, 2004). 
Para o projeto em questão, serão utilizados dados e informações do meio físico disponíveis, 
em especial os dados de perfis de furos de sondagem, poços tubulares profundos e poços de 
monitoramento disponibilizados pelos órgãos públicos e empresas privadas, denominados pontos decontrole, sendo consideradas as informações de coordenadas geográficas, tipo (furos de sondagem, 
poços tubulares profundos ou poços de monitoramento), data de execução, empresa executora, nível 
d’água, data de medição do nível d’água e descrição geológica (tipologias interceptadas). 
Além disso, utilizam-se as informações do meio físico e temáticas disponíveis na bibliografia 
conforme citado no presente diagnóstico, aliadas às imagens de satélite e de drones para a definição 
dos pontos de controle representativos e identificação de afloramentos de rocha e processos erosivos 
em locais de difícil acesso. 
As imagens de satélite e ortofotos disponibilizadas também serão utilizadas para elaboração 
do Modelo Digital de Elevação – MDE visando a obtenção dos dados de altimetria, declividade e 
comprimento de rampa. 
Ademais, se faz necessária a criação de um banco de dados para reunir e organizar todas as 
informações obtidas nesta etapa de diagnóstico conforme detalhado no item 6 – Criação do Banco de 
Dados para serem processadas pelas ferramentas de geoprocessamento, representando um grande 
avanço em relação à Carta Geotécnica de 1991, elaborada a mão, utilizando lápis de cor. 
A disponibilidade de inúmeras ferramentas computacionais e de geoprocessamento na 
atualidade permitem o gerenciamento e integração do banco de dados criado, possibilitando a 
espacialização das informações e interpolação dos dados frente a diferentes critérios, com agilidade, 
o que permite a elaboração de mapas e plantas, além de servir como instrumento de planejamento 
para obtenção de novas informações através de observações de atributos em campo, ensaios in loco 
e até mesmo, coleta de amostras para análises laboratoriais, quando houver necessidade em função 
da heterogeneidade do meio físico. 
 
24 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
Os dados serão validados pela equipe técnica multidisciplinar com larga experiência nas áreas 
de abrangência do projeto, visando garantir representatividade e precisão nos resultados, ocasião em 
que os dados não representativos serão desconsiderados de acordo com a natureza da carta temática. 
Diante do maior detalhamento das características do meio físico e inclusive, do diagnóstico 
das áreas ainda não caracterizadas, tais como a área referente à ampliação da área urbana atual e a 
zona de expansão urbana de Campo Grande, se faz necessário revisar a definição e delimitação das 
unidades homogêneas estabelecidas na Carta Geotécnica atual. 
Neste contexto, também se faz necessário revisar as nomenclaturas das definições de classes 
de solo e de litologia, assim como das classes de relevo, utilizando termos e critérios atualizados, bem 
como revisar os critérios e recomendações de uso e ocupação do solo considerando o maior 
detalhamento do diagnóstico atual, visando subsidiar a regulação técnica do uso do solo. 
Cabe aqui ser destacado que a revisão da Carta Geotécnica atual tem como principais 
justificativas abranger o perímetro urbano atual e área de expansão urbana, assim como aumentar a 
escala visando compatibilizar com os demais instrumentos municipais, razão pela qual não deve ser 
vista como uma correção e sim, como um maior nível de detalhamento do meio geotécnico. 
No entanto, a simples revisão e atualização da Carta Geotécnica de Campo Grande não garante 
os benefícios pretendidos. Se faz necessária a sua aplicação, de forma preventiva, aliada a uma revisão 
periódica, de forma continuada, visando garantir que a Carta Geotécnica seja um efetivo instrumento 
de planejamento urbano ambiental, alinhada aos preceitos e tecnologias disponíveis na atualidade, 
para não se tornar um instrumento obsoleto. 
Por fim, cabe ressaltar que a Carta Geotécnica na escala 1:10.000 apresenta as generalizações 
cartográficas desta escala, não devendo ser utilizada isoladamente para restrição de áreas específicas, 
nem tampouco para substituir estudos in loco, visto que dentro de um mesmo compartimento as 
respostas às intervenções serão diferenciadas: 1) em função das peculiaridades geológico-
geomorfológico-geotécnicas não detectas na escala da Carta; 2) em função do tipo de intervenção (isto 
é, da técnica utilizada e dos recursos disponíveis (PELOGGIA, 1996). 
 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DA LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS PERTINENTES 
 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
4 LEVANTAMENTO DA LEGISLAÇÃO E INSTRUMENTOS PERTINENTES 
Este capítulo contempla o levantamento das legislações e instrumentos relacionados ao 
ordenamento do uso e ocupação do solo e sua correlação com a Carta Geotécnica como instrumento 
de planejamento urbano ambiental. 
 
4.1 ESTATUTO DA CIDADE 
O Estatuto da Cidade, instituído pela Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, estabelece normas 
gerais de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem 
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental e do pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade. 
Trata-se de lei nacional de desenvolvimento urbano, responsável por regulamentar os 
instrumentos de política urbana que devem ser aplicados tanto pela União, como pelos Estados e 
Municípios, conforme o rol exemplificativo previsto em seu art. 4º. 
No que se refere ao âmbito municipal, a lei prevê vários instrumentos de planejamento como 
o Plano Diretor; a disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo; o zoneamento ambiental; 
o estudo prévio de impacto ambiental (EIA); o estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), entre 
outros. 
A pedra de toque da política urbana encontra-se no Plano Diretor. É previsto no art. 182 da 
Constituição Federal, sendo o seu atendimento requisito para o cumprimento da função social da 
propriedade urbana. 
Não por menos, encontra-se devidamente regulamentado no Estatuto da Cidade. Destaque se 
dá ao disposto no art. 42-A, o qual determina que os municípios incluídos no cadastro nacional de 
municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações 
bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, deverão conter no Plano Diretor o 
mapeamento destas áreas, bem como o planejamento de ações de intervenção preventiva, devendo 
ser utilizada as cartas geotécnicas para a identificação e mapeamento de áreas de risco. 
Além disso, o art. 42-B estabelece que para ampliação do perímetro urbano, o Município 
deverá ter delimitados os trechos com restrições à urbanização e os trechos sujeitos a controle especial 
em função de ameaça de desastres naturais. 
 
27 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
À luz do exposto, infere-se que a legislação em questão atua como um componente para o 
desenvolvimento sustentável e para a adequação da função social das cidades, estabelecendo 
instrumentos mínimos para consecução de sua finalidade. 
Todavia, não esgota todo o aparato normativo, devendo ser a Carta Geotécnica incluída como 
instrumento imprescindível para o planejamento urbano ambiental. 
 
4.2 POLÍTICA NACIONAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL – PNPDEC 
A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC, instituída pela Lei nº 12.608, de 10 de 
abril de 2012, estabelece que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
adotarem as medidas necessárias à redução dos riscos de desastres e, inclusive, estimular 
comportamentos de prevenção capazes de evitar ou minimizar a ocorrência de desastres. 
Considera-se como desastre o resultadode eventos adversos, naturais ou provocados pelo 
homem sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais ou ambientais e 
consequentes prejuízos econômicos e sociais, de acordo com o art. 2 do Decreto nº 7.257, de 4 de 
agosto de 2010. 
Os municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, 
inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos deverão se inscrever no 
cadastro nacional. Outrossim, devem elaborar carta geotécnica de aptidão à urbanização, 
estabelecendo diretrizes urbanísticas voltadas para a segurança dos novos parcelamentos do solo e 
para o aproveitamento de agregados para a construção civil, conforme estabelece o art. 22 da Lei nº 
12.608, de 10 de abril de 2012. 
O dever de atuar na redução dos riscos implica na necessidade de conhecimento das 
características do meio físico e avaliação das possíveis interações frente ao uso e ocupação do solo, 
informação esta constante na Carta Geotécnica. 
Não obstante que Campo Grande não está incluída no cadastro nacional de municípios com 
áreas susceptíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos 
geológicos ou hidrológicos correlatos, a Carta Geotécnica deve ser considerada como um importante 
instrumento de planejamento urbano ambiental, visando subsidiar o Poder Público, Iniciativa Privada 
e Sociedade, para que as intervenções de uso e ocupação do solo ocorram adotando técnicas que 
respeitem de forma preventiva às restrições do meio físico geotécnico e as condições favoráveis que 
induzem situações de ocupação. 
 
28 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
4.3 ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO 
De acordo como exposto no art. 2º do Decreto Federal nº 4.297, de 10 de julho de 2002, o 
Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE é um dos instrumentos de organização do território a ser 
obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, sendo 
também um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente de acordo com a Lei nº 6.938/1981. 
O Zoneamento Ecológico-Econômico de Mato Grosso do Sul – ZEE/MS foi estruturado em 3 
aproximações, sendo: I) Primeira Aproximação realização do Zoneamento com as respectivas 
recomendações de uso; II) Segunda Aproximação preenchimento das lacunas da primeira aproximação 
e fortalecimento nas recomendações de uso; e III) Terceira Aproximação escala municipal. 
No que se refere ao âmbito municipal, o Zoneamento Ecológico Econômico de Campo Grande 
– ZEE-CGR, elaborado pela GROEN (2016) tem como objetivo geral organizar, de forma vinculada, as 
decisões dos agentes públicos e privados relacionadas a planos, programas, projetos e atividades que, 
direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e 
serviços ambientais dos ecossistemas, a sustentabilidade ecológica, econômica e social, com vistas a 
compatibilizar o crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais. 
De acordo com o ZEE-CGR, Campo Grande foi dividida em 5 Zonas, sendo 1 urbana e 4 rurais, 
delimitadas com base nas Bacias Hidrográficas existentes no município. Foi realizado um diagnóstico 
multidisciplinar visando identificar as vulnerabilidades e potencialidades de cada Zona, a partir do qual 
foi possível classificá-las em 4 Classes definidas pela Lei nº 3.839/2009, que instituiu a Primeira 
Aproximação do ZEE-MS, conforme apresentado a seguir: 
 Consolidação – áreas já consolidadas em termos de uso de solo e que são atualmente 
utilizadas para atividades produtivas, inclusive com capacidade ambiental e tecnológica 
para ampliação. 
 Expansão – áreas com nível de vulnerabilidade suportável, o que permite vislumbrar a 
expansão de atividades para o desenvolvimento econômico de forma estratégica e 
programada, com manejos territoriais adequados. 
 Recuperação – devido à sua vulnerabilidade natural e/ou o uso indiscriminado do seu solo, 
requer ações de recuperação ambiental, associada à grande potencialidade 
socioeconômica detectada. 
 Conservação – áreas que, devido à sua vulnerabilidade, requerem atenção especial, tanto 
para o uso, sempre em manejo especial, de seus recursos naturais, quanto para a 
 
29 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
implantação das atividades econômicas, que devem priorizar a preservação de sua 
condição de uso do solo e de sua biodiversidade. 
 
4.4 CÓDIGO DE OBRAS 
O Código de Obras do Município de Campo Grande, instituído pela Lei nº 1.866, de 26 de 
dezembro de 1979, regula o projeto, execução e utilização das edificações com observância de padrões 
de segurança, higiene, salubridade e conforto, não fazendo nenhuma menção à Carta Geotécnica. 
No entanto, a utilização da Carta Geotécnica pode contribuir para subsidiar o planejamento de 
obras, devendo ser incluídas no Código de Obras, a observância às recomendações técnicas propostas 
para cada unidade homogênea. 
 
4.5 LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE 
O município de Campo Grande, com autonomia política, administrativa e financeira é regido 
pela Lei Orgânica publicada em 1990 e atualizada por suas emendas, atendidos os princípios e 
preceitos estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. 
No que se refere ao meio ambiente, a Lei Orgânica estabelece no art. 131, que é direito de 
todos o meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, capaz de garantir a 
sadia qualidade de vida da presente e futuras gerações, cabendo ao Poder Público Municipal e à 
sociedade assegurar a efetividade desse direito. A política do município e o seu Plano Diretor deverão 
considerar, precipuamente, as condições ambientais locais, explicitando uma política preservacionista 
de valorização aos ecossistemas locais, de proteção da diversidade genética e da utilização racional e 
sustentada dos recursos naturais. 
Desta forma, embora não há nenhuma referência à Carta Geotécnica, tem-se claramente a 
importância do planejamento urbano ambiental na qual se insere a Carta Geotécnica. 
 
4.6 PARCELAMENTO DO SOLO URBANO 
O parcelamento do solo urbano é regido pela Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 
podendo ser realizado mediante loteamento, que consiste na subdivisão de gleba em lotes destinados 
a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
modificação ou ampliação das vias existentes, ou de desmembramentos, no qual a subdivisão de gleba 
é realizada com o aproveitamento do sistema viário existente. 
De acordo com o art. 3º da referida lei, o parcelamento do solo para fins urbanos somente será 
admitido em zona urbana, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo 
Plano Diretor ou aprovadas por lei municipal. 
Por outro lado, não será permitido o parcelamento do solo nas seguintes condições: 
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para 
assegurar o escoamento das águas; 
II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que 
sejam previamente saneados; 
III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas 
exigências específicas das autoridades competentes; 
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação. 
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições 
sanitárias suportáveis, até a sua correção. 
Desta forma, a Carta Geotécnica é um importante instrumento que contêm informações 
necessárias para subsidiar o parcelamento do solo urbano. 
A Carta Geotécnicaatual contempla a identificação de áreas em permanente estado de 
saturação e com ocorrência de terrenos alagadiços, assim como identifica 4 áreas de lixão/aterro 
sanitário, não sendo constatadas áreas com declividades igual ou superior a 30%, sendo que tais 
informações também serão contempladas na revisão e atualização da Carta Geotécnica de Campo 
Grande. 
 
4.7 PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO AMBIENTAL - PDDUA 
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Campo Grande (PDDUA) instituído 
pela Lei Complementar nº 341, de 4 de dezembro de 2018, é instrumento básico da política de 
desenvolvimento urbano, conforme dispõe o art. 182 da Constituição Federal. 
Com efeito, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e da propriedade e garantir o bem-estar de seus habitantes, no âmbito urbano e rural, sob o aspecto 
 
31 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
urbanístico, ambiental, social, cultural, econômico e administrativo, englobando o território do 
Município, nos termos do art. 2º da Lei Complementar nº 341/2018. 
As diretrizes gerais da política de desenvolvimento urbano ambiental de Campo Grande 
incluem, dentre outras disposições, o “planejamento do desenvolvimento da cidade, da distribuição 
espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de 
influência, de modo a evitar e corrigir, as distorções do crescimento urbano e seus impactos negativos 
sobre o meio ambiente” e a “ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar: a utilização 
inadequada dos imóveis urbanos, deterioração das áreas urbanizadas e poluição e degradação 
ambiental”, conforme incisos IV e VI do art. 5º do PDDUA, respectivamente. 
Para consecução de sua finalidade, o PDDUA estabeleceu em seu art. 136 diversos 
instrumentos de Gestão Ambiental Municipal, especialmente a Carta Geotécnica (inciso XV). Esta é 
definida como um “documento que contém informações sobre o meio físico do território urbano do 
município de Campo Grande de interesse para as ações de planejamento e gestão do solo urbano”, 
conforme o Anexo I. 
Não obstante, a delimitação do perímetro urbano apresenta-se nos anexos relacionados no 
art. 14 do PDDUA, sendo a zona de expansão urbana (ZEU) definida como as “áreas contíguas ao 
perímetro urbano, conforme Anexo 3 da referida Lei, dedicada às atividades rurais ou urbanas, de 
proteção das nascentes das bacias do Paraná e Paraguai, e destinadas como reserva para a expansão 
urbana e implantação de grandes equipamentos urbanos e rurais”, nos termos do art. 15 do PDDUA. 
Consequentemente, para aprovação de parcelamento em zona de expansão urbana, o art. 16 
estabelece diretrizes como a necessidade de delimitação dos trechos com restrições à urbanização e 
dos trechos sujeitos a controle especial em função de ameaça de desastres naturais. 
Por fim, o art. 99 do PDDUA determina que o Poder Executivo Municipal executará, 
anualmente, o Plano de Ações e de Investimentos de Longo Prazo, apresentando em seu Anexo 16 
uma linha de ações e de projetos para os próximos 30 anos, dentre os quais inclui a revisão da Carta 
Geotécnica até o ano de 2021, para o eixo estruturante de desenvolvimento sustentável. 
Diante do exposto, infere-se que o PDDUA atribui força vinculante à Carta Geotécnica, assim 
como justifica a necessidade de revisão da Carta Geotécnica vigente. 
 
 
32 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
4.8 LEI DE ORDENAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO – LOUOS 
O ordenamento do uso e da ocupação do solo no município de Campo Grande, instituído pela 
Lei Complementar nº 74, de 6 de setembro de 2005, objetiva preservar, proteger, recuperar e 
melhorar a qualidade do ambiente urbano e rural, assim como assegurar às atividades e aos 
empreendimentos públicos e privados, condições locacionais adequadas e de definição precisa, 
conforme consta no art. 3. 
Além disso, estabelece em seu art. 22 que a administração municipal, por meio da Planurb, 
fornecerá diretrizes urbanísticas, quando for o caso, como etapa precedente para empreendimentos 
e atividades. 
As diretrizes urbanísticas consistem em condicionantes quanto ao ordenamento do uso e da 
ocupação do solo, ao sistema viário, infraestrutura, obras e equipamentos necessários para a 
adequação do empreendimento ou da atividade ao local, a serem executadas a custo do 
empreendedor. 
A Lei Complementar nº 341, de 4 de dezembro de 2018, estabelece no art. 97, título IV, que 
até a revisão da legislação urbanística municipal, os parâmetros que serão utilizados para o 
ordenamento do uso e da ocupação e do parcelamento do solo urbano, são os contidos nos Capítulos 
IV, V e VI – artigos 22 a 63-D, Título I, da Lei Complementar nº 74, de 6 de setembro de 2005 e suas 
alterações. 
De acordo com a Lei Complementar nº 74, de 6 de setembro de 2005, art. 4, a Carta Geotécnica 
pode ser definida como um documento que contém informações sobre o meio físico do território 
urbano do município de Campo Grande de interesse para as ações de planejamento e gestão do solo 
urbano. 
Dessa forma, a Carta Geotécnica revisada e atualizada, contendo critérios e recomendações 
de uso e ocupação do solo, poderá contribuir para a revisão da LOUOS, visando subsidiar a regulação 
técnica do uso do solo. 
 
4.9 LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
De acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 24, compete à União, aos Estados e ao 
Distrito Federal legislar, de forma concorrente, sobre direito urbanístico, atribuindo aos municípios a 
prerrogativa de legislar sobre assuntos de interesse local, e suplementar a legislação federal e a 
estadual no que couber, conforme consta no art. 30 desta legislação. 
 
33 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
A obrigatoriedade do licenciamento ambiental pelos órgãos estaduais integrantes do SISNAMA 
surgiu com a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, denominada Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente. Os conceitos de poluição e degradação ambiental expressos na referida lei abrangem não 
apenas o lançamento de matéria ou energia nas águas, no ar ou solo em desacordo com os padrões 
estabelecidos, mas também quaisquer atividades: que causem efeitos prejudiciais à saúde, à 
segurança, e ao bem estar da população; que criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas; que afetem desfavoravelmente a biota ou que afetem as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente. 
No estado de Mato Grosso do Sul, a Resolução Semade nº 9, de 13 de maio de 2015, estabelece 
normas e procedimentos para o licenciamento ambiental no âmbito estadual, sendo atribuição do 
Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – Imasul propor, coordenar e executar a política 
de meio ambiente em todo o estado, de acordo com o Decreto nº 12.725, de 10 de março de 2009. 
Além disso, cabe ao Imasul a responsabilidade de estabelecer normas e procedimentos para a 
Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos, para autorizar o uso da água utilizada diretamente de 
rios, lagos e córregos de domínio do estadual e águas subterrâneas, de acordo com a Resolução 
Semade nº 21, de 27 de novembro de 2015. 
A atribuição do município de Campo Grande para atuar no controle ambiental, especialmente 
quanto à implantação e o funcionamento de empreendimentos e atividades potencialmente 
causadoras de impacto ambiental foi instituída pela Lei nº 3.612, de 30 de abril de 1999, através da 
criação do Sistema Municipal de Licenciamento e Controle Ambiental – SILAM, que também cria o 
Fundo Municipal de Meio Ambiente - FMMA. 
O SILAM apresenta os procedimentos para o licenciamento ambiental nas modalidades de 
licenças prévia (LP), de instalação(LI) e de operação (LO), estabelecendo ao Planurb como gestor 
responsável pela coordenação e normatização do SILAM e a atual Semadur, a responsabilidade de 
instrução dos processos de licenciamento ambiental, bem como pelo exercício do Poder de Polícia e 
pela emissão das licenças ambientais. 
Este instrumento estabelece no art. 22, que para emissão da licença prévia se faz necessária a 
análise técnica de verificação de conformidade com relação à Carta Geotécnica, corroborando com os 
objetivos da referida Carta, contribuindo, juntamente com os demais instrumentos de gestão 
ambiental, para avaliar previamente a viabilidade de implantação de atividades considerando a 
capacidade suporte do meio físico e o potencial poluidor da atividade pretendida, sem jamais substituir 
uma caracterização detalhada da área alvo de intervenção. 
 
 
34 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
4.10 PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA - PDDU 
O Plano Diretor de Drenagem de Campo Grande/MS, instituído pelo Decreto nº 12.680, de 9 
de julho de 2015, estabelece que é dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
adotarem as medidas necessárias à redução. 
A política do Plano trata dos princípios e objetivos do controle das águas pluviais; estratégias 
de desenvolvimento do plano; definição de cenários de desenvolvimento urbano e riscos para as 
inundações. 
A necessidade urgente de elaboração desse Plano está relacionada a períodos de alta 
precipitação pluviométrica registrados em Campo Grande em dezembro de 2005 e janeiro de 2006, os 
quais resultaram em inundações no Lago do Amor, causando inclusive a sua ruptura, aumento do 
volume de água no fundo de vale a jusante, com inundações em diversos bairros, destacando-se o 
Bairro Aero Rancho e Vila Popular. 
A Comissão Especial de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores, convocou uma reunião que 
contou com a presença da sociedade, representantes de entidades de pesquisas, órgãos da prefeitura 
e especialistas no assunto, resultando na elaboração de um documento com a proposta de duas linhas 
de ações: 
- Execução de obras estruturais, ou seja, obras de engenharia, visando adotar ações imediatas 
de contenção do volume de água; 
- Elaboração de um plano direto de drenagem para a definição de diretrizes e apoiar a gestão 
pública. 
Em linhas gerais são objetivos desse Plano a gestão da infraestrutura urbana vinculada ao 
escoamento das águas pluviais e dos rios da área urbana visando evitar perdas econômicas e melhorar 
as condições de saúde e meio ambiente. 
Os programas propostos no Plano Diretor de Drenagem urbana são os seguintes: 
 Capacitação: voltado a transmissão do conhecimento sobre drenagem pluvial e sua 
importância na gestão da cidade. 
São objetivos do Programa: 
 - Transmitir conceitos sobre o impacto da urbanização na drenagem urbana para 
população de forma geral; 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
- Treinar engenheiros, arquitetos e outros profissionais que atuam de forma sistemática 
dentro do planejamento e projeto da infraestrutura da cidade e no seu meio ambiente; 
- Treinar técnicos da prefeitura e da iniciativa privada no projeto de técnicas de controle 
da drenagem urbana. 
 Programa de monitoramento: buscar o monitoramento de dados hidrológicos e 
ambientais (precipitação, vazão, qualidade da água) considerados importantes para a 
gestão da drenagem urbana com maior segurança e menor custos de investimentos. 
Sendo objetivos do programa, monitorar alterações nas bacias representativas da cidade 
frente ao avanço do uso e ocupação do solo, de área impermeáveis e de resíduos sólidos 
na drenagem, além da revisão e ampliação do cadastro e da topografia relacionada ao 
sistema de drenagem. 
 Gestão: Fiscalização e Manutenção: relacionado a melhorar a gestão das entidades 
municipais responsáveis pela avaliação de projetos de drenagem 
São objetivos deste programa o estabelecimento de padrões para aprovação e fiscalização 
de projetos de drenagem, além de estabelecer um programa de manutenção no sistema 
de drenagem urbana existentes. 
 Estudos Complementares: são atividades complementares identificadas no Plano que 
necessitam ser revisadas e ampliadas visando melhorar o planejamento e permitir na 
revisão futura do Plano Diretor de Drenagem, introduzindo maiores informações para a 
redução dos riscos dos projetos de drenagem urbana. Estes estudos utilizam dos dados 
obtidos no programa de monitoramento. 
Os objetivos estão relacionados a revisar os parâmetros hidrológicos, definir metodologia 
para estimativa da qualidade da água pluvial e para a escolha de dispositivos de retenção 
de resíduos sólidos em detenções e avaliar os dispositivos de controle de retenção já 
existentes na cidade. 
 Recuperação de áreas degradadas: o programa em questão diz respeito a recuperação das 
áreas degradadas na cidade através do planejamento de ações de mitigação visando a sua 
eliminação. 
Diz respeito a apresentação de metodologias para recuperação de áreas degradadas 
visando atenuar a ação de processos erosivos sobre as mesmas, assim como o aporte de 
sedimentos para a drenagem urbana. 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 Redução da Contaminação de aquíferos: diz respeito a identificação das principais fontes 
de contaminação dos aquíferos e a proposição de ações para mitigação destes impactos, 
sendo o principal objetivo reduzir e recuperar a contaminação do subsolo da cidade de 
Campo Grande visando a sua conservação ambiental. 
Na elaboração do Plano de Drenagem Urbana há várias citações que denotam a importância 
da Carta Geotécnica, seja na definição de áreas prioritárias para execução dos serviços de rede coletora 
de esgoto ou na avaliação de trechos de bacias hidrográficas que merecem mais atenção do poder 
público frente à ocorrência de erosões, solapamento de margens de cursos d´água e inundações. 
Em relação aos programas identificados no Plano Diretor de Drenagem Urbana de Campo 
Grande, importante destacar que a revisão e atualização da Carta Geotécnica também contribuirá para 
atingir os objetivos e metas dos mesmos, podendo ser citados como exemplo o Programa de Redução 
da Contaminação de Aquíferos, uma vez que será elaborado o Mapa de Vulnerabilidade de aquíferos, 
além do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas. 
 
4.11 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
A Lei Federal n° 9.985/2000, de 18 de julho de 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação da Natureza – SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e 
gestão das Unidades de Conservação (UC’s). 
A Unidade de Conservação consiste no espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo 
as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder 
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao 
qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
As UC’s integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: 
 Unidades de Proteção Integral – UPI: tem por objetivo preservar a natureza, sendo 
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. 
 Unidades de Uso Sustentável – UUS: tem por objetivo compatibilizar a conservação da 
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. 
 
Na área do projeto de revisão e atualização da Carta Geotécnica ocorrem as seguintes 
unidades de conservação: 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm
 
37 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 Parque Estadual do Prosa 
Unidade deConservação de Proteção Integral Estadual / Área Prioritária para 
Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira 
Principal objetivo da UC: preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos 
seus recursos naturais 
Área: 135 ha 
Decreto de Criação: nº 10.783 de 21/05/2002 
Bioma: Cerrado 
Bacia Hidrográfica: Rio Paraná 
 
 Parque Estadual Mata do Segredo 
Unidade de Conservação de Proteção Integral Estadual / Área Prioritária para 
Conservação, Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira 
Principal objetivo da UC: preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos 
seus recursos naturais 
Área: 188 ha 
Decreto de Criação: nº 9.935 de 05/06/2000 
Bioma: Cerrado 
Bacia Hidrográfica: Rio Paraná 
 
 Área de Proteção Ambiental Municipal dos Mananciais do Córrego Lajeado 
Unidade de Conservação de Uso Sustentável Municipal 
Principal objetivo da UC: compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável 
de parcela dos seus recursos naturais. 
Área: 5.237 ha 
Decreto de Criação: nº 8.265, de 27/07/2001 
Bioma: Cerrado 
Bacia Hidrográfica: Rio Paraná 
 
 Área de Proteção Ambiental Ceroula 
Unidade de Conservação de Uso Sustentável Municipal 
Principal objetivo da UC: compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável 
de parcela dos seus recursos naturais. 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
Área: 66.954 ha 
Decreto de Criação: nº 8.264, de 27/07/2001 
Bioma: Cerrado 
Bacia Hidrográfica: Rio Paraguai 
 
 Reserva Particular do Patrimônio Natural UFMS 
Unidade de Conservação de Uso Sustentável Estadual 
Principal objetivo da UC: compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável 
de parcela dos seus recursos naturais. 
Área: 50,11 ha 
Criação: 2003 
Bioma: Cerrado 
Bacia Hidrográfica: Rio Paraná 
 
 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES 
 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
5 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES DO MEIO FÍSICO EXISTENTES 
A revisão e atualização da Carta Geotécnica de Campo Grande tem por base o levantamento 
das informações do meio físico existentes, mais especificamente sobre a geologia, hidrogeologia, 
pedologia e geomorfologia, conforme detalhado a seguir. 
 
5.1 GEOLOGIA 
A importância do conhecimento da geologia desenvolve, entre outras, duas tarefas 
importantes: responder objetivamente questões postas pela necessidade de saber previamente o 
desempenho de terreno frente a sua ocupação e, também, de auxiliar na concepção de medidas e 
obras voltadas a contornar, minimizar, ou mesmo impedir manifestações indesejáveis sobre o meio 
ambiente. 
Assim sendo, visando a elaboração do diagnóstico da geologia da área alvo da Carta Geotécnica 
serão adotados dois níveis de abordagem. 
No primeiro nível, por meio de dados secundários serão analisados dados bibliográficos 
relacionados à área do projeto de revisão e atualização da Carta Geotécnica de Campo Grande 
conforme listados a seguir. Tratam-se de dados bibliográficos disponíveis, apropriados e amplamente 
utilizados como instrumentos oficiais de geologia e contribuirão para a revisão da Carta Geotécnica 
como base para o detalhamento a ser realizado no segundo nível de abordagem. 
O segundo nível, em linhas gerais, contemplará a incorporação dos dados dos pontos de 
controle extraídos do banco de dados do presente projeto à carta temática de litologia, aliados à 
caminhamentos para realização de observações em perfis do terreno com afloramentos de litologias, 
execução de serviços de furos de sondagem e coletas de amostras. 
Cabe aqui ressaltar que a densidade de pontos de controle, sejam de afloramentos visitados 
em campo ou de informações de subsuperfície extraídas de furos de sondagens rasas, poços 
profundos, trincheiras etc., não deve ser vinculada diretamente à escala do mapeamento, mas sim, à 
complexidade geológica. Em outras palavras, geologias complexas exigem maior quantidade de pontos 
de controle, ao contrário de geologias mais simples, como é o caso de Campo Grande. 
 
 
 
41 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
5.1.1 Projeto Radambrasil 
O Projeto Radambrasil (BRASIL, 1982) até hoje é uma referência no que diz respeito aos 
levantamentos de recursos naturais no Brasil. Elaborado nos anos 70 e 80 foi o responsável pela 
geração de mapas de vegetação, solos, geologia, geomorfologia e uso potencial da terra. 
O Projeto foi desenvolvido pelo Ministério das Minas e Energia, por meio do Departamento 
Nacional da Produção Mineral – DNPM com apoio de várias entidades federais e estaduais, incluindo 
o Estado de Mato Grosso do Sul. 
A Folha SF 21 Campo Grande corresponde ao 28º volume da série de Levantamentos de 
Recursos Naturais efetuados pelo projeto que engloba terras do Estado de Mato Grosso do Sul, 
incluindo o município de Campo Grande e parte do Estado do Paraná, num total de 131.980 km². 
A metodologia adotada para elaboração do mesmo teve como base as imagens de satélite, 
pesquisas bibliográficas de trabalhos com informações referentes à área; interpretação de fotografias 
aéreas e imagens de satélite ERTS na escala 1:500.000; trabalhos de campo, interpretação final na 
escala 1:250.00 com posterior redução para a escala 1:1.000.000; compilação de interpretação final 
sobre a base cartográfica e elaboração do relatório final. 
De acordo com o Projeto Radambrasil (BRASIL, 1982) a área do projeto de revisão e atualização 
da Carta Geotécnica de Campo Grande está inserida nas seguintes unidades litoestratigráficas, 
iniciando pelas mais recentes: 
 Aluviões Atuais 
 Formação Bauru 
 Grupo São Bento 
- Formação Serra Geral 
- Formação Botucatu 
 
Os Aluviões recentes são representados por areias, siltes, argilas e cascalhos atualmente 
depositados nas principais drenagens da região. 
A Formação Bauru é constituída por arenitos marrom-claros/avermelhados, médios a finos, 
em sua maior parte semi-alterados. Com níveis conglomeráticos, às vezes calcíferos. Apesar de 
apresentarem um contato discordante erosivo sobre as formações subjacentes segundo alguns 
autores, na região do projeto não apresentam relações de contato nítidas devido ao alto grau de 
desagregação dos arenitos da Formação Bauru e sua mistura com o solo espesso originado pela 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
alteração da rocha basáltica. O ambiente de deposição está relacionado a um ambiente continental, 
fluviolacustre (planícies de inundação, canais e deltas fluviais). 
Quanto ao Grupo São Bento, a Formação Serra Geral compreende um conjunto de derrames 
basálticos de composição toleítica com idade Juro-cretácica, entre os quais intercalam-se arenitos 
intertrápico, com as mesmas características dos pertencentes à Formação Botucatu, em forma de 
corpos lenticulares com extensão variável e espessura de até 10 m. Associam-se ainda corpos 
intrusivos da mesma composição, constituída sobretudo por diques e sills. 
Litologicamente são constituídos por basaltos, com aspecto maciço, afaníticos ou finamente 
faneríticos, cores predominantes cinza-escuro e preto, apresentando estruturas vesículo-amigdaloidal, 
com preenchimento por calcita, quartzo, clorita e zeolitas, principalmente nas zonas de topo e base de 
derrames. 
Os arenitos intertrapeanos apresentam-se maciços, vitrificados e recozidos, de coloração 
rósea a avermelhada,ocorrendo na forma de diques e principalmente dispostos na forma de camadas 
entre os derrames de basalto. 
A Formação Serra Geral foi gerada em um ambiente desértico onde ocorreram os eventos 
geológicos relacionados a um vulcanismo basáltico. Apresenta contato do tipo discordante erosivo 
segundo alguns autores ou do tipo concordante e interdigitado, tendo em vista a contemporaneidade 
entre as duas formações, segundo outros, com as litologias da Formação Botucatu. Seu 
A Formação Botucatu compreende os arenitos médios a finos, marrom-avermelhados, 
geralmente bem selecionados, com estratificação cruzadas de médio a grande porte, gerados por 
deposição eólica em ambiente desértico. 
Quanto as posições estratigráficas as litologias da Formação Serra Geral estão sobrepostas às 
litologias da Formação Botucatú e subjacentes a ocorrência dos arenitos da Formação Bauru. 
 
5.1.2 Projeto Bodoquena 
O Projeto Bodoquena foi elaborado em 1976 pela Companhia de Pesquisas de Recursos 
Minerais – CPRM, na escala 1:250.000, compreendendo o mapeamento geológico básico do Estado de 
Mato Grosso do Sul, em uma área de aproximadamente 184.500,00 km2, na qual se inclui o município 
de Campo Grande na Folha SF-21-X-B-Campo Grande. 
De acordo com o Projeto Bodoquena, da mesma forma que citado no Projeto Radambrasil 
(BRASIL, 1982), as unidades litoestratigráficas que ocorrem na área alvo do projeto consistem em 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
Aluviões Atuais, Formação Bauru e Grupo São Bento, sendo este último composto pela Formação Serra 
Geral e Formação Botucatu. 
 
5.1.3 Mapeamento Geológico efetuado pela CODEMS 
O primeiro mapa geológico do Estado de Mato Grosso do Sul foi elaborado em 1980, pela 
Companhia de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Mineração do Estado do Mato Grosso do Sul 
– CODEMS, na escala 1:1.000.000, utilizando dados de projetos de mapeamentos geológicos anteriores 
realizados na década de 70, além de mapeamentos efetuados pela CPRM e empresas de mineração, 
dissertações de mestrado e teses de doutorado. 
 
5.1.4 Geologia e Recursos Minerais de Mato Grosso do Sul (CPRM, 2006) 
O produto foi elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, através da Secretaria de Geologia, 
Mineração e Transformação Mineral - SGM e do Serviço Geológico do Brasil - CPRM e o Governo do 
Estado de Mato Grosso do Sul, através da Secretaria de Estado da Produção e do Turismo-
SEPROTUR/MS e da Empresa de Gestão de Recursos Humanos e Patrimônio - EGRHP/MS. É resultante 
do Programa Geologia do Brasil, cujo objetivo é patrocinar ações que incrementem o conhecimento 
geológico e hidrológico do território brasileiro. 
Contempla informações geológicas, geoquímicas, geofísicas, geotectônicas e de recursos 
minerais do subsolo do Estado de Mato Grosso do Sul, os quais foram atualizados e consubstanciados 
no mapa geológico e no mapa de recursos minerais, na escala 1:1.000.000, estruturados em Sistema 
de Informações Geográficas-SIG, e acompanhados de texto explicativo em formato PDF, em forma 
digital e analógica. 
A metodologia adotada para elaboração do mapa geológico consistiu em uma compilação, 
análise crítica e integração das informações bibliográficas disponíveis, além de trabalhos adicionais de 
geologia de campo, interpretação de imagens de satélite e análises petrográficas, geocronológicas e 
litogeoquímicas. O banco de dados GEOBANK utilizado foi reestruturado e realimentado com base nas 
informações do Serviço Geológico do Brasil – CPRM e também com novas bases. 
Em relação a este trabalho a área alvo do presente projeto é constituída pelas seguintes 
unidades litoestratigráficas: 
 Depósitos Aluvionares; 
 Grupo Caiuá; 
 Grupo São Bento; 
 
44 
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
- Formação Serra Geral; 
- Formação Botucatu; 
Os Depósitos Aluvionares são compostos basicamente por areias, subordinadamente 
cascalhos, lentes silte-argilosas e turfas, atualmente depositados ao longo das principais drenagens. 
O Grupo Caiuá está representado por arenitos arcoseanos, de coloração vermelha a roxa, 
bimodais muito finos e grossos, grãos angulosos a subarredondados, na fração fina e, arredondados 
na fração grossa, com esfericidade variável. A seleção é boa na fração fina e moderada a boa nas 
frações média a grossa. Apresentam estruturas sedimentares como estratificações cruzadas 
tangenciais de pequeno a grande porte e secundariamente, laminação plano-paralela, assentam-se em 
discordância litológica sobre as litologias do Grupo São Bento, no caso de Campo Grande, sobre os 
basaltos da Formação Serra Geral. O ambiente de deposição é interpretado como fluvial na base e 
eólico no topo (IANHEZ et al., 1983). 
A Formação Serra Geral está representada pelos basaltos, coloração preta a cinza escuro, 
granulação fina a afanítica, maciço e com raras amígdalas (geralmente preenchidas por argilo-minerais, 
quartzo/calcita/zeolitas. Os afloramentos são em forma de estruturas colunares, geralmente 
desagregados em blocos e matacões arredondados, exibindo estruturas do tipo esfoliação esferoidal 
e superfície amarelo-esverdeado. São comuns a presença de intercalações de arenitos eólicos nos 
derrames, de tamanhos centimétricos até dezenas de metros, normalmente marcam o início e término 
de um derrame de rocha basáltica. 
Já a Formação Botucatu é constituída pelos arenitos de granulação fina a média, coloração 
avermelhada e rósea, friáveis, de grãos arredondados e alta esfericidade, apresentam contatos de 
carácter discordante erosivo. 
Na área do projeto em questão não ocorrem afloramentos das litologias da Formação 
Botucatu, mas trata-se de um aquífero de suma importância para a cidade de Campo Grande. 
 
5.2 HIDROGEOLOGIA 
A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, 
tem, entre outros objetivos, assegurar a disponibilidade de água à atual e às gerações futuras em 
padrões de qualidade adequados aos respectivos usos. 
A qualidade das águas subterrâneas é diretamente afetada pelas diferentes formas de uso e 
ocupação do solo, podendo ser destacadas contaminações relacionadas a lançamentos de esgoto no 
 
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REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA CARTA GEOTÉCNICA DE CAMPO GRANDE/MS 
PRODUTO I – DIAGNÓSTICO E CONSTITUIÇÃO DO BANCO DE DADOS 
solo, perdas no sistema de esgotamento sanitário, vazamentos em dutos e tanques de 
armazenamento de combustíveis, uso de defensivos agrícolas, cemitérios, áreas de disposição final de 
resíduos sólidos construídos e operados de forma inadequada, atividades de mineração, lançamentos 
de efluentes industriais, entre outras. As principais fontes de contaminação estão relacionadas a 
compostos aromáticos, hidrocarbonetos oxigenados, íons metálicos, microrganismos patogênicos e 
compostos nitrogenados, cuja facilidade de atingir a água subterrânea depende de vários fatores, 
podendo ser destacados o tipo e profundidade do aquífero, o teor de matéria orgânica presente a 
permeabilidade do solo, além do tipo e das características do contaminante, bem como da 
pluviosidade local (SANTOS, 2015). 
Diante deste fato, se reveste de extrema importância no planejamento urbano ambiental, o 
conhecimento dos diferentes tipos de aquíferos presentes em uma área para que se possa iniciar uma 
avaliação da vulnerabilidade dos mesmos frente ao uso e ocupação do solo. 
 
5.2.1 Tipos de aquíferos 
As informações sobre a hidrogeologia da área de estudo foram extraídas dos Estudos 
Hidrogeológicos de Mato Grosso do Sul elaborados pela empresa Tahal Consulting Engineers Ltd em 
convênio com a Empresa de Saneamento de Mato grosso do Sul – Sanesul (SANESUL/TAHAL, 1998). 
Trata-se do único estudo hidrogeológico de referência que abrange todo o Estado de Mato 
Grosso do Sul,

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