Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
0 Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano - Planurb ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO CÓRREGO LAJEADO PLANO DE MANEJO | 1ª REVISÃO 1 Prefeitura Municipal de Campo Grande Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano PLANO DE MANEJO ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO CÓRREGO LAJEADO – APA LAJEADO 1ª REVISÃO Campo Grande – MS 2022 2 Prefeita Municipal Adriane Barbosa Nogueira Lopes Agência Municipal de Meio Ambienta e Planejamento Urbano – Planurb Diretora Presidente Berenice Maria Jacob Domingues Diretora Adjunta Vera Cristina Galvão Bacchi Diretora de Planejamento Ambiental Mariana Massud Corrêa de Souza Arruda Elaboração Gabriela Pereira Ferreira Barreto Lazari Lucilene Misae Oliveira Oshiro Raquel Taminato Gomes da Silva Victor Azevedo Faria Colaboradores Álvaro Francisco Martins – Sindicato Rural de Campo Grande Adriane Cristina Correa Soares Veronez - UNIDERP Camila Amaro de Souza – CAU/MS Daniela Sousa Soares - SECOVI Fernando Henrique Garayo – Águas Guariroba S/A Fernando Madeira Ribeiro – Associação Parque Residencial Dhama Franciely Borges Rosa Vieira – OAB MS Giselle Marques Araujo – Águas Guariroba Hugo Henrique de Simone – Universidade Annhanguera Uniderp Hugo Koji Suekame – Universidade Annhanguera Uniderp Luciano Jikimura – Imasul Lêda Regina Monteiro - AGRAER Marcelo Moraes de Freitas – Imasul Mariana de Aragão Pereira – Embrapa Matheus Dauzacker Neto – Associação Sítios Santa Maria Marjolly Priscilla Bais - UNIDERP Neila Janes Vieira Vieira – CAU/MS Rodiney de Arruda Mauro – Embrapa Rudi Ricardo Laps - UFMS Sérgio Luiz Ferreira Júnior – Sisep Thiago Holanda Nantes – Sindicato da Habitação (Secovi) Tulio Brandão Martins de Araújo - Sindicato Rural de Campo Grande Apoio Técnico Maria do Socorro Ferreira da Silva – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8 2. METODOLOGIA .................................................................................................... 9 3. INSTRUMENTOS LEGAIS E NORMATIVOS ...................................................... 10 4. CARACTERIZAÇÃO DA APA .............................................................................. 13 4.1 Ficha técnica ..................................................................................................... 13 4.2 Contextualização da APA .................................................................................. 16 4.3 MEIO FÍSICO .................................................................................................... 17 4.3.1 Clima .......................................................................................................... 17 4.3.2 Geologia e Geomorfologia .......................................................................... 20 4.3.3 Relevo ........................................................................................................ 21 4.3.4 Pedologia .................................................................................................... 23 4.3.5 Recursos Hídricos ....................................................................................... 27 4.4 MEIO BIÓTICO ................................................................................................. 35 4.4.1 Vegetação................................................................................................... 35 4.4.2 Fauna ......................................................................................................... 36 4.5 MEIO SOCIOECONÔMICO .............................................................................. 46 4.6 COMUNIDADES TRADICIONAIS ..................................................................... 47 4.7 PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL..............................................................51 4.8 INFRAESTRUTURA .......................................................................................... 53 4.8.1 Educação .................................................................................................... 53 4.8.2 Saúde ......................................................................................................... 53 4.8.3 Áreas Verdes .............................................................................................. 57 4.8.4 Resíduos Sólidos ........................................................................................ 59 4.8.5 Saneamento Básico .................................................................................... 64 5. DISPOSIÇÕES LEGAIS PARA USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ......................... 70 6. ANÁLISE INTEGRADA ........................................................................................ 77 7. ZONEAMENTO ................................................................................................... 87 Zona de Conservação e Desenvolvimento das Atividades Urbanas - ZCDAU ......... 89 Zona de Ocupação Dirigida – ZOD ......................................................................... 91 Zona de Conservação e Desenvolvimento das Atividades Agrícolas – ZCDAA ....... 94 Zona de Proteção Estratégica – ZPE ...................................................................... 97 8. PROGRAMAS AMBIENTAIS ............................................................................. 100 P1. Programa de Cooperação Técnica e Gestão Participativa ................................ 101 4 P2. Programa de Monitoramento e Fiscalização ................................................... 102 P3. Programa de Sustentabilidade Ambiental ....................................................... 102 P4. Programa de Monitoramento da Qualidade da Água ...................................... 104 P5. Programa de Conservação e Monitoramento de Fauna e Flora ...................... 105 P6. Programa de Educação Ambiental .................................................................. 105 9. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 110 ANEXO I ................................................................................................................... 115 ANEXO II .................................................................................................................. 124 ANEXO III ................................................................................................................. 126 ANEXO IV ................................................................................................................. 129 ANEXO V .................................................................................................................. 131 ANEXO VI ................................................................................................................. 132 ANEXO VII ................................................................................................................ 133 ANEXO VIII ............................................................................................................... 134 ANEXO IX ................................................................................................................. 136 ANEXO X .................................................................................................................. 140 5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa de delimitação da área da APA do Lajeado. ..................................... 15 Figura 2 – Delimitação da área urbana e rural na APA do Lajeado ............................ 16 Figura 3 – Placa informativa localizada na Zona Rural da APA. ................................. 17 Figura 4 – Área rural da APA do Lajeado. .................................................................. 17 Figura 5 - Precipitação média anual analisada entre os anos de 2010 e 2020. .......... 18 Figura 6 - Temperatura média anual ao longo dos anos de 2010 a 2020. .................. 19 Figura 7 - Litologia da APA do Lajeado, com base na Carta Geotécnica de Campo Grande........................................................................................................................ 20 Figura 8 - Relevo da APA do Lajeado, com base na Carta Geotécnica de Campo Grande........................................................................................................................ 22 Figura 9 - Perfil de Neossolo Quartzarênico Órticos (Região do Damha). .................. 24 Figura 10 - Afloramento de sedimentos argilo arenosos, dispostos sobre a alteração da rocha basáltica, no qual onde podem ser observados níveis de laterita e de cascalho (seixos rolados) no contato entre as unidades, na estrada vicinal que da acesso ao aeroporto Santa Maria. ............................................................................................... 25 Figura 11 - Afloramento de arenito do Grupo Caiuá ao longo do Córrego Lageado. .. 25 Figura 12 – Pedologia na APA do Lajeado ................................................................. 26 Figura 13 – Hidrografia na APA do Lajeado ............................................................... 28 Figura 14 - Pontos de monitoramento do Programa Córrego Limpo - Semadur ......... 30 Figura 15 – Pontos de Cadastro e Outorga dos recursos hídricos na APA do Lajeado ................................................................................................................................... 33 Figura 16 – Vulnerabilidade dos aquíferos na APA do Lajeado .................................. 34 Figura 17 – Mapa de atropelamento de fauna ............................................................ 37 Figura 18 – Avifauna presente na APA do Lajedo ...................................................... 43 Figura 19 - Número de indivíduos dos táxons de macroinvertebrados bentônicos registrados em cada ponto de coleta no Reservatório Lajeado. Disponibilizado pela concessionária Águas Gurariroba ............................................................................... 45 Figura 20 – Localização da Aldeia Urbana Marçal de Souza ..................................... 49 Figura 21 – Aldeia Urbana Marçal de Souza - Projeto Mita Porã................................ 50 Figura 22 – Trilhos da antiga Estação Ferroviária ...................................................... 51 Figura 23 – Região próxima a Estação Ferroviária da Lagoa Rica. ............................ 51 Figura 24 – Estação Ferroviária de Lagoa Rica ......................................................... 52 Figura 25 – Ruínas da Estação Ferroviária de Lagoa Rica ........................................ 52 Figura 26 – Resquícios arqueológicos na APA do Lajeado ........................................ 52 Figura 27 – Localização das EMEIs, EM e EE na APA do Lajeado ............................ 55 Figura 28 – Localização das Unidades de Saúde na APA do Lajeado ....................... 56 Figura 29 - Passagem de fauna – Bairro Maria Aparecida Pedrossian ...................... 57 Figura 30 – Placa indicativa de animais na pista – Bairro Maria Aparecida Pedrossian ................................................................................................................................... 57 Figura 31 – Praças localizadas na APA do Lajeado ................................................... 58 Figura 32 – Área contemplada pela coleta de resíduos sólidos na APA do Lajeado .. 60 Figura 33 – Área onde há coleta seletiva na APA do Lajeado .................................... 62 Figura 34 – Área onde há rede de gás na APA do Lajeado........................................ 63 Figura 35 – Captação APA do Lajeado ...................................................................... 64 Figura 36 – Reservatório APA do Lajeado ................................................................. 64 Figura 37 – Distribuição da rede de abastecimento de água na APA do Lajeado ...... 66 Figura 38 – Distribuição da rede de coleta de esgoto na APA do Lajeado ................. 67 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373552 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373553 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373558 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373558 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373559 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373559 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373563 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373564 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373565 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373566 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373566 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373568 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373570 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373570 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373570 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373577 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373578 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373579 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373580 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373581 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373581 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373582 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373583 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373584 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373585 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373588 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373589 6 Figura 39 – Pontos de monitoramento de captação de águas superficiais e subterrâneas. .............................................................................................................. 68 Figura 40 – Pontos de monitoramento da qualidade da água na APA do Lajeado ..... 69 Figura 41 – Macrozona na qual a APA do Lajeado está inserida de acordo com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental........................................................... 71 Figura 42 - Mapa das zonas ambientais estabelecidas pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental ........................................................................... 73 Figura 43 - Mapa da Zona de Interesse Ambiental 4 estabelecida pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental ........................................................................... 75 Figura 44 - Mapa da Zona de Expansão estabelecida pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental ........................................................................... 76 Figura 45 - Mapa da evolução dos parcelamentos no município, entre 1960 e 2018 . 78 Figura 46 – Uso do Solo na APA do Lajeado ............................................................. 79 Figura 47- Foto aérea do Reservatório Lajeado disponibilizada pela concessionária Águas Guariroba ......................................................................................................... 80 Figura 48 – Gráficos do histórico de analise da qualidade da água, entre 2010 a 2017, na APA do Lajeado. .................................................................................................... 81 Figura 49 – Ocorrência de combate a incêndios em vegetação, por região urbana em 2017. .......................................................................................................................... 84 Figura 50 - Ocorrência de combate a incêndios em vegetação, por região urbana em 2018. .......................................................................................................................... 85 Figura 51 – Descarte irregular de resíduos sólidos .................................................... 86 Figura 52 – Descarte irregular de resíduos e queimada urbana ................................. 87 Figura 53 – Zoneamento Ambiental da APA do Lajeado ............................................ 88 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373590 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373590 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373591 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373592 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373592 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373593 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373593 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373594 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373594 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373595 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373595 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373596 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373597 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373598 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373598 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373600 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373600 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373601 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373601 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373602 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373603 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373604 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Informações gerais sobre a APA ............................................................... 13 Tabela 2 - Precipitação pluviométrica de Campo Grande – 2010 a 2020. .................. 17 Tabela 3 - Temperatura média mensal de Campo Grande – 2010 a 2020 ................. 18 Tabela 4. Situação dos poços localizados na APA do Lajeado ................................... 31 Tabela 5 - Pontos de amostragem de flora na APA do Lajeado ................................. 35 Tabela 6 - Espécies de aves encontradas na APA do Lajeado ................................... 38 Tabela 7 - Espécies arbóreas mais utilizadas pelas Araras-canindé (Ara ararauna) .. 39 Tabela 8 - Espécies arbóreas utilizadas para atração de aves em geral .................... 41 Tabela 9 - Espécies arbóreas frutíferas do Cerrado ................................................... 42 Tabela 10 - Pontos de Amostragem para organismos aquáticos – JGP/2008 ............ 44 Tabela 11 - Táxons e número de indivíduos de macroinvertebrados bentônicos registrados no Reservatório Lajeado – Novembro de 2019......................................... 45 Tabela 12 - Participação percentual por atividade econômica no Munícipio, na arrecadação de ICMS - 2012-2020 ............................................................................. 46 Tabela 13 - Número de estabelecimentos agropecuários e suas áreas em Campo Grande - 2017............................................................................................................. 47 Tabela 14 - Localização resquícios arqueológicos na APA do Lajeado ...................... 52 Tabela 15 - Locais de Entrega Voluntária na APA do Lajeado. .................................. 61 Tabela 16 - Sistema de abastecimento superficial da APA do Lajeado ...................... 64 Tabela 17 - Poços localizados na APA do Lajeado .................................................... 65 Tabela 18 - Zonas Ambientais da APA do Lajeado .................................................... 89 Tabela 19 - Programas Ambientais estabelecidos para a APA do Lajeado .............. 108 file://///pusrvfile02.pmcg.imti/setores/DPA/2.%20GEUC/2.%20CONSELHOS%20GESTORES/3.%20CONSELHO%20APA%20LAJEADO/2.%20PLANO%20DE%20MANEJO%20EM%20ELABORAÇÃO/PM%20LAJEADO%20-FINAL%20%20APROVADO.docx%23_Toc113373619 8 1ª REVISÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA DOS MANANCIAIS DO CÓRREGO LAJEADO 1. INTRODUÇÃO O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), instituído pela Lei Federal n. 9.985, de 18 de julho de 2000, define Unidade de Conservação como o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. A Área de Proteção Ambiental (APA) constitui uma categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, definida pelo SNUC como uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, constituída por terras públicas ou privadas. A Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Lajeado, denominada APA do Lajeado, foi instituída pelo Poder Público Municipal por meio do Decreto n. 8.265, de 27 de julho de 2001. Sua criação se justifica à necessidade de recuperação e conservação do sistema produtor de água bruta para abastecimento público de Campo Grande. O órgão responsável pela gestão da APA é a Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), cabendo-lhe a presidência do Conselho Gestor, instituído pelo Decreto n. 8.693, de 5 de junho de 2003, revogado pelo Decreto n. 13.933, de 16 de julho de 2019. O Plano de Manejo da APA foi aprovado pela Resolução SEMADUR n. 13, de 17 de outubro de 2012, sendo o principal instrumento de planejamento e gestão das Unidades de Conservação. De acordo com o inciso XVII, do artigo 2°, do SNUC, o Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. O Plano de Manejo, após instituído, orientará os diversos usos e atividades inseridas na Unidade de Conservação (UC), ressaltando sua significância e necessidades. A APA do Lajeado acompanhou o desenvolvimento do município, passando por transformações quanto ao uso e ocupação do solo. A revisão e atualização do seu Plano de Manejo se fazem necessárias para reestruturar o zoneamento e os programas ambientais, adequando-os à realidade da Unidade de Conservação. 9 2. METODOLOGIA Para a revisão e elaboração do presente Plano de Manejo, o Órgão Gestor estabeleceu Câmaras Técnicas, as quais foram compostas por membros do Conselho Gestor da APA, formando assim uma equipe multidisciplinar, contando com contribuições de órgãos públicos, usuários do território, colegiados e organizações da sociedade civil, e instituições de ensino, pesquisa e extensão. A revisão do Plano iniciou-se em 13 de maio de 2019, com a criação das câmaras técnicas, sendo ao todo realizadas 20 (vinte) reuniões, nas quais, os representantes apresentaram propostas de atualização. As Câmaras Técnicas buscaram dados e informações que subsidiaram a condução dos trabalhos, especialmente na elaboração e complementação dos programas ambientais, e na formulação das propostas do zoneamento, de acordo com as necessidades das áreas de maior fragilidade e consideradas de interesse especial para a proteção dos recursos naturais da APA. A revisão do Plano de Manejo foi estruturada com base em estudos e documentos existentes, como o Plano de Manejo de 2012, elaborado pela JGP Consultoria e Participações Ltda.; estudos de monitoramento; legislações pertinentes à Unidade; Roteiro Metodológico para Elaboração dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação Estaduais de Mato Grosso do Sul, elaborado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL); bem como o Roteiro Metodológico para Elaboração e Revisão de Planos de Manejo das Unidades de Conservação Federais, formulado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O produto obtido ao longo da revisão foi apresentado e submetido à avaliação e aprovação dos membros do Conselho Gestor. Por se tratar de uma Unidade de Conservação Municipal de uso sustentável, o presente documento visa promover a conciliação das atividades econômicas com a conservação ambiental, garantindo o propósito de criação da APA e sua significância. A revisão do Plano de Manejo explicitará as funções ambientais, sociais e econômicas relevantes, a serem cumpridas pela APA, reunindo estratégias necessárias e apropriadas para o avanço da gestão da Unidade de Conservação. 10 3. INSTRUMENTOS LEGAIS E NORMATIVOS A APA do Lajeado está sob o ordenamento de legislações e instrumentos federais, estaduais e municipais, direcionados à preservação e conservação dos recursos naturais. As legislações dispostas abaixo são determinantes para a conservação dos recursos naturais como um todo, regulamentando as ações dos seres humanos em relação à UC. Federal Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: estabelece em seu art. 225 que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações; Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981: dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelece princípios e instrumentos de gestão ambiental, institui o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e define as competências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997: institui a Política Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos que estabelece que a água é um bem de domínio público, natural limitado, que em situação de escassez o uso prioritário é para consumo humano e dessedentação de animais, devendo a gestão ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, usuários e das comunidades; Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000: institui o Sistema de Unidades de Conservação da Natureza, que estabelece diretrizes para criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação; Resolução CONAMA n. 274, de 29 de novembro de 2000: define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras; Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001: denominada como Estatuto da Cidade, a Lei estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Em seu art. 4 prevê a instituição de unidades de conservação, como instrumento da política urbana. Decreto Federal n. 4.074, de 4 de janeiro de 2002: dispõe sobre a pesquisa, experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o 11 registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Resolução CONAMA n. 357, de 17 de março de 2005: dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes; Resolução CONAMA n. 369, de 28 de março de 2006: dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente (APP). Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010: institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que reúne princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes com vista à gestão integrada e ao gerenciamento ambiental adequado dos resíduos sólidos, impondo a responsabilidade do gerador pelo gerenciamento de resíduos; Resolução CONAMA n. 428, de 17 de dezembro de 2010: dispõe sobre o processo de licenciamento ambiental quando em Unidades de Conservação e em caso de processos de Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA); Resolução CONAMA n. 430, de 13 de maio de 2011: dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes em corpos de água receptores, estabelecendo que o efluente de qualquer fonte poluidora poderá ser lançado diretamente nos corpos receptores somente após o devido tratamento, obedecendo às condições, padrões e exigências dispostas na Resolução. Lei Complementar n. 140, de 8 de dezembro de 2011: estabelece a cooperação entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios nas ações relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição e à preservação das florestas, da fauna e da flora; Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012: conhecida como Código Florestal, a referida Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, as Áreas de Preservação Permanente e as Áreas de Reserva Legal, a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais, controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos; 12 Estadual Constituição Estadual, de 5 de outubro de 1989: que em seu Capítulo VIII, dispõe de orientações que visam a proteção ao meio ambiente e aos recursos naturais; Lei n. 2.406, de 29 de janeiro de 2002: institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos, que contêm instrumentos para gestão dos recursos hídricos no estado de Mato Grosso do Sul, como o Plano Estadual de Recursos Hídricos, cobrança, outorga e enquadramento dos corpos hídricos; Deliberação CECA n. 36, de 27 de junho de 2012: dispõe sobre a classificação dos corpos de água superficiais e estabelece diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como, estabelece as diretrizes, condições e padrões de lançamento de efluentes no âmbito do Estado do Mato Grosso do Sul; Resolução CERH/MS n. 18, de 20 de dezembro de 2012: dispõe sobre o enquadramento dos corpos de águas superficiais da bacia hidrográfica do rio Anhanduí e seus afluentes, em classes de uso, desde suas nascentes até sua confluência com o córrego Cachoeira; Lei 5.235, de 16 de julho de 2018: dispõe sobre a Política Estadual de Preservação dos Serviços Ambientais, cria o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PESA), e estabelece um Sistema de Gestão deste Programa. Resolução SEMAGRO n. 679, de 09 de setembro de 2019: estabelece normas e procedimentos para o licenciamento ambiental estadual. Municipal Lei Complementar n. 74, de 6 de setembro de 2005: dispõe sobre o ordenamento do uso e da ocupação do solo no município de Campo Grande, por meio do controle dos empreendimentos e atividades realizados por agentes públicos ou privados no território; Lei Complementar n. 184, de 23 de setembro de 2011: dispõe sobre o Plano Diretor de Arborização Urbana do município de Campo Grande; Lei n. 5.025, de 22 de dezembro de 2011: institui o Programa de Pagamento por Serviços Ambientais – PSA no município de Campo Grande e dá outras providências. Lei Complementar n. 341, de 4 de dezembro de 2019: institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Campo Grande (PDDUA), instrumento básico da política de desenvolvimento urbano, e tem como objetivo ordenar o pleno 13 desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade; Lei n. 6.407, de 14 de janeiro de 2020: institui o Zoneamento Ecológico-Econômico do município de Campo Grande, tendo como objetivo fundamentar, complementarmente, as decisões dos agentes públicos e privados quanto à implantação de planos, programas, projetos, empreendimentos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais; Decreto n. 14.114, de 6 de janeiro de 2020: dispõe sobre o Sistema Municipal de Licenciamento e Controle Ambiental (SILAM), que estabelece normas, critérios e procedimentos para o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local no âmbito do município de Campo Grande. 4. CARACTERIZAÇÃO DA APA 4.1 Ficha técnica UNIDADE DE CONSERVAÇÂO ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS MANANCIAIS DO CÓRREGO LAJEADO - APA DO LAJEADO Grupo Uso Sustentável Categoria Área de Proteção Ambiental Unidade de Planejamento e Gerenciamento UPG Pardo Bacia Hidrográfica Rio Paraná Sub Bacia Rio Anhanduí Unidade Hidrogeológica Sistema Aquífero Serra Geral Bioma Cerrado Área 5.231,53 ha Municípios abrangidos Campo Grande Órgão Gestor Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano - Planurb Endereço Rua Hélio Castro Maia, n. 279 Telefone (67) 3314-5164 E-mail planurb@planurb.campogrande.ms.gov.br Conselho Gestor ativo Sim Decreto de criação da APA Decreto n. 8.265, de 27 de julho de 2001 Decreto de criação do Conselho Gestor Decreto n. 8.693, de 5 de junho de 2003 Decreto n. 13.933, de 16 de julho de 2019 Tabela 1 - Informações gerais sobre a APA 14 15 Figura 1 - Mapa de delimitação da área da APA do Lajeado. 16 4.2 Contextualização da APA A Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Córrego Lajeado, denominada APA do Lajeado, está situada integralmente no município de Campo Grande, com área total de 5.231,53 ha, caracterizada pela ocupação urbana e rural, sendo 42% do território correspondente a área urbana e 58% correspondente a área rural. A faixa que se encontra na área urbana inclui os bairros: Tiradentes, Maria Aparecida Pedrossian, Rita Vieira, Moreninhas, sendo esta a Região Urbana do Bandeira, além de parte do bairro Noroeste, localizado na Região Urbana do Prosa. Figura 2 – Delimitação da área urbana e rural na APA do Lajeado 17 A APA do Lajeado foi criada com o intuito de recuperar, proteger e conservar a bacia do Córrego Lageado, que em conjunto à bacia do Córrego Guariroba, garante o abastecimento público, por captação superficial, do município de Campo Grande. Está inserida na área urbana e é caracterizada por uma ocupação diversificada, com estabelecimentos comerciais, industriais e contínuo processo de urbanização. 4.3 MEIO FÍSICO 4.3.1 Clima O clima de Campo Grande, segundo a classificação de Koppen, situa-se na faixa de transição entre o subtipo (Cfa) mesotérmico úmido sem estiagem ou pequena estiagem e o subtipo (Aw) tropical úmido, com estação chuvosa no verão e seca no inverno (Perfil Socioeconômico CG,2021). Esse tipo climático é ainda definido como clima de Savana, tendo como característica a ocorrência de 4 a 5 meses secos e temperatura do mês mais frio superior a 18º C. Os dados constantes na Tabela 2 apresentam precipitação anual em Campo Grande no período de 11 anos. Tabela 2 - Precipitação pluviométrica de Campo Grande – 2010 a 2020. Figura 3 – Placa informativa localizada na Zona Rural da APA. Fonte: Semadur. Figura 4 – Área rural da APA do Lajeado. Mês Precipitação por ano (mm) 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Janeiro 243,40 79,20 210,80 212,00 160,40 245,80 382,60 220,00 138,40 55,60 164,80 Fevereiro 256,60 ** 171,80 216,40 110,80 161,00 185,20 87,00 199,80 271,80 227,20 Março 71,80 ** 57,20 0,00 155,00 72,60 190,00 226,60 97,40 145,60 80,20 Abril 107,80 ** 234,80 226,80 49,40 100,00 70,80 157,00 89,60 104,40 90,20 18 Fonte: Cemtec-MS/Agraer/Inmet ** Dados não registrados Verifica-se que a estação chuvosa se concentra entre setembro até abril, com valores pluviométricos significativos e um período seco, entre o final de abril e o início de setembro, sendo verificada deficiência hídrica, geralmente com precipitações inferiores a 50 mm. Figura 5 - Precipitação média anual analisada entre os anos de 2010 e 2020. Fonte: Cemtec – MS/Agraer/Inmet – Adaptado. Em relação à temperatura, a Tabela 3 apresenta os valores médios registrados entre 2009 e 2019 no munícipio de Campo Grande. Tabela 3 - Temperatura média mensal de Campo Grande – 2010 a 2020 Mês Temperatura média (°C) 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Janeiro 24,92 25,27 24,88 25,59 24,64 25,74 24,99 24,89 24,47 26,08 25,97 Fevereiro 25,50 ** 25,11 24,68 25,23 25,03 25,45 25,27 24,45 25,53 25,15 100,52 76,75 135,83 128,78 126,98 131,00 130,38 141,18 95,48 100,12 98,45 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Precipitação Média Anual (mm) Maio 67,20 ** 76,80 15,20 183,00 194,60 206,80 104,60 37,40 76,40 182,60 Junho 8,80 34,00 244,40 182,40 54,20 40,40 48,80 45,80 11,00 20,60 41,20 Julho 21,60 13,20 14,80 51,00 119,20 87,20 5,40 0,20 0,00 46,40 4,00 Agosto 0,00 27,40 1,20 0,00 17,20 8,60 65,60 38,20 112,20 2,00 35,60 Setembro 127,00 61,00 122,00 101,80 65,80 225,40 37,00 45,00 89,40 16,00 8,40 Outubro 143,60 122,60 125,00 119,40 19,00 95,60 91,40 228,60 167,40 30,80 150,40 Novembro 101,80 121,40 190,20 249,60 225,60 150,00 116,80 315,80 148,20 149,60 100,40 Dezembro 56,60 155,20 181,00 170,80 364,20 190,80 164,20 225,40 55,00 282,20 96,40 Total Anual 1206,20 614,00 1630,00 1545,40 1523,80 1572,00 1564,60 1694,20 1145,80 1201,40 1181.40 19 Março 25,48 ** 25,56 24,96 24,33 24,87 24,93 24,94 25,58 25,07 26.47 Abril 23,67 ** 23,92 22,81 24,21 24,41 24,84 22,76 24,80 24,52 23,99 Maio 19,51 ** 21,33 22,61 20,69 21,80 20,81 23,43 22,50 22,28 20,37 Junho 21,55 20,15 20,23 21,42 20,99 21,60 19,37 20,48 20,32 22,68 21,76 Julho 20,47 21,89 20,14 19,97 20,35 21,01 21,45 20,65 21,86 20,38 21,61 Agosto 22,67 22,69 23,68 20,65 23,53 24,91 22,50 23,79 20,93 23,22 23,37 Setembro 25,18 24,89 25,69 24,22 25,78 25,16 22,81 27,41 23,19 26,80 27,85 Outubro 23,77 25,17 26,29 24,49 27,27 25,85 24,85 24,94 25,95 26,74 27,01 Novembro 25,13 25,40 25,94 25,53 24,59 25,73 25,67 24,64 24,96 26,65 25,94 Dezembro 26,35 25,64 25,94 25,36 24,84 25,47 24,64 24,83 25,92 24,98 25,98 Fonte: Cemtec-MS/Agraer/Inmet ** Dados não registrados Entre outubro e março, meses mais quentes, as médias mensais são superiores a 24ºC e entre junho e julho, meses mais frios, as médias ficam próximas a 20ºC. Figura 6 - Temperatura média anual ao longo dos anos de 2010 a 2020. Fonte: Cemtec-MS/Agraer/Inmet - Adaptado 23,68 23,89 24,06 23,52 23,87 24,30 23,53 24,00 23,74 24,58 24,45 22,80 23,00 23,20 23,40 23,60 23,80 24,00 24,20 24,40 24,60 24,80 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Temperatura Média Anual (°C) 20 4.3.2 Geologia e Geomorfologia O Município de Campo Grande está situado sobre a Bacia Sedimentar do Paraná. Seu arcabouço geológico é constituído pelos seguintes litotipos: Formação Botucatu e Formação Serra Geral do Grupo São Bento e Formação Caiuá do Grupo Bauru (Perfil Socioeconômico CG, 2021). Figura 7 - Litologia da APA do Lajeado, com base na Carta Geotécnica de Campo Grande. 21 Conforme disposto no Plano de Manejo APA do Lajeado (2012), a litologia na APA do Lajeado se caracteriza pelo Grupo Bauru e nos fundos de vale das principais drenagens ocorrem rochas basálticas, do Grupo São Bento. A composição das rochas do Grupo Bauru e as características do relevo condicionam a formação de solos de textura arenosa do tipo Neossolos Quartzarênicos, Latossolos Vermelhos, de texturas média e argilosa, Latossolo Vermelho-Amarelo, associados aos relevos colinosos e aplanados que predominam na região. Ocorrem ainda, associados às planícies fluviais e aos depósitos de várzea dos rios, tipos pedológicos classificados como Neossolo Quartzarênico hidromórfico ou glêico, e eventualmente Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais). 4.3.3 Relevo O Plano de Manejo APA do Lajeado (2012) identifica os seguintes tipos de relevo: Colinas amplas e Planícies fluviais, evidenciando a predominância de declividades baixas, inferiores a 10%. A altitude na área varia de 550 m, no ponto de captação de água, a 694 m na porção norte nos divisores de água (OLIVEIRA et al., 2009). Predominante na APA, o relevo de Colinas amplas apresenta topos convexos e sub-horizontais, encostas de baixa declividade, com vales erosivos e abertos. Embora seja um relevo bastante suave, está sujeito a processos erosivos e danos ambientais significativos, devido à susceptibilidade dos solos arenosos à erosão acelerada (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). As planícies fluviais são áreas planas que ocorrem ao longo dos canais fluviais, sendo formadas pela planície de inundação, várzeas e baixos terraços. A planície de inundação corresponde às áreas que são alagadas apenas no período das enchentes. Englobam canais abandonados e alagadiços com gramíneas e buritis, formados pela sedimentação dos fundos de vale. Nas planícies fluviais ocorrem ainda baixos terraços, que são áreas elevadas dentro da planície só atingidas pelas maiores inundações (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). As planícies fluviais são constituídas predominantemente por areia fina a muito fina, silte, argila e matéria orgânica e camadas de cascalho, na base da sequência. Esses terrenos planos apresentam sérios problemas à ocupação associados às enchentes sazonais, aos entalhes vertical e lateral dos canais fluviais e a sua susceptibilidade a contaminação devido à pouca profundidade do lençol freático (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). 22 Figura 8 - Relevo da APA do Lajeado, com base na Carta Geotécnica de Campo Grande. 23 4.3.4 Pedologia Os solos identificados e caracterizados na APA, conforme disposto no Plano de Manejo APA do Lajeado (2012) são dos seguintes tipos: Latossolo Vermelho Distrófico típico, Neossolo Quartzarênico Órtico típico, que ocorrem nas Colinas amplas; Neossolo Quartzarênico hidromórfico ou glêico e eventualmente Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais), que se associam às planícies fluviais. Latossolo Vermelho Distrófico típico Este tipo de solo apresenta alta estabilidade dos microagregados, o que implica em elevada porosidade e, portanto, grande taxa de infiltração. Se a estrutura não está deformada por práticas de manejo agrícola, esta é naturalmente de consistência macia quando seca, ao longo de todo o perfil. Quando úmido é friável, e quando molhada, é plástica e pegajosa a ligeiramente plástica quando o solo é de textura média (Plano de Manejo APA do Lajeado,2012). Quanto aos aspectos químicos, é um solo ácido, pobre em nutrientes, com teor e saturação de alumínio suficiente para a designação de álico. O teor de fósforo é muito baixo e a matéria orgânica no horizonte A está diretamente relacionada ao teor de argila (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). Neossolo Quartzarênico Órtico típico Esses solos apresentam sequência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade. Apresentam textura com areia ou areia franca nos horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo ou até um contato lítico. São essencialmente quartzosos, tendo nas frações areia grossa e areia fina, 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo) (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). É um solo ácido e de baixa fertilidade química, pois a textura arenosa confere ao solo, invariavelmente, baixa CTC e baixa saturação de bases decorrente da intensa lixiviação a que estão sujeitos (Plano de Manejo APA do Lajeado,2012). 24 Figura 9 - Perfil de Neossolo Quartzarênico Órticos (Região do Damha). Fonte: Carta Geotécnica - Bono, 2019. Solos Hidromórficos Nas planícies sobre arenito Bauru, os solos dominantes são Neossolo Quartzarênico hidromórfico ou glêico, variação esta em função do maior grau de saturação de água no primeiro caso, e eventualmente Neossolo Flúvicos (Solos Aluviais), todos de textura dominantemente arenosa. Observa-se que quando há vegetação de buritis, esta se localiza sobre solos orgânicos, cuja gênese está ligada ao excesso e afloramento constante da água do lençol freático (Plano de Manejo APA do Lajeado,2012). Esse solo rico em matéria orgânica tem essa fonte na vegetação de gramíneas e ciperáceas, e na derriça de folhagem da própria palmeira que se decompõe muito lentamente devido à falta de oxigênio (deficiência de aeração), gerando o acúmulo (Plano de Manejo APA do Lajeado,2012). 25 Figura 10 - Afloramento de sedimentos argilo arenosos, dispostos sobre a alteração da rocha basáltica, no qual onde podem ser observados níveis de laterita e de cascalho (seixos rolados) no contato entre as unidades, na estrada vicinal que da acesso ao aeroporto Santa Maria. Fonte: Carta Geotécnica - Saratt, 2020. Figura 11 - Afloramento de arenito do Grupo Caiuá ao longo do Córrego Lageado. Fonte: Carta Geotécnica - Saratt, 2020. 26 Figura 12 – Pedologia na APA do Lajeado 27 4.3.5 Recursos Hídricos A região de Campo Grande está, em sua maioria, inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná, com exceção de uma pequena porção na região Noroeste do município, que está situada na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai, onde se encontram três córregos: Angico, Ceroula e Mateira (Relatório de Avaliação Ambiental, 2015). O município possui 33 (trinta e três) cursos d’água com nascentes urbanas, e conta com 11 (onze) Bacias Hidrográficas em seu território, sendo elas: Bacia Hidrográfica Anhanduí, Bandeira, Bálsamo, Coqueiro, Gameleira, Imbirussu, Lajeado, Lagoa, Prosa, Ribeirão Botas e Segredo (Perfil Socioeconômico CG, 2021). O Rio Anhanduí é o principal curso d’água do município, tendo como seus afluentes a maioria dos corpos d’água, destacando-se o rio Anhanduizinho, Ribeirão Lontra e os córregos Cachoeira, Três Barras, Anhanduí, Lageado, Lajeadinho, Imbirussu, Pouso Alegre, Do Engano, Mangue, Lagoa, Lagoinha, Estiva, Limpo, Da Areia, Arame e Fortaleza, além dos córregos Guariroba, Água Turva, Estaca e Ribeirão Botas, os quais são tributários da sub-bacia do rio Pardo, afluente do rio Paraná. Os córregos Lageado e Guariroba são destinados ao fornecimento de água potável à população campo-grandense (Perfil Socioeconômico CG,2021). A sub-bacia hidrográfica do Córrego Lageado é tributária do ribeirão Botas, com área total de 5.231,53 hectares. Além do curso d’água principal correspondente ao Córrego Lageado, compõem a microbacia os córregos Poção, e Lageadinho, sendo que este último se encontra fora da área urbana do município (Plano de Manejo APA do Lajeado,2012). A Resolução CERH/MS n. 18, de 20 de dezembro de 2012, dispõe sobre o enquadramento dos corpos de águas superficiais da bacia hidrográfica do rio Anhanduí e seus afluentes, classifica como: Classe I -Córrego Lageado, desde sua nascente até o limite da Área de Proteção Ambiental, incluindo o Córrego Lageadinho; -Demais nascentes e cursos de água inseridos na porção rural da bacia. Classe II -Córrego Lageado, do limite da APA do Córrego Lageado até a confluência com o córrego Bálsamo. Classe III -Córrego Lageado e seus afluentes desde sua confluência com o córrego Bálsamo até a foz no Anhanduí. 28 Figura 13 – Hidrografia na APA do Lajeado 29 A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) realiza o monitoramento da qualidade da água do Córrego Lageado, por meio do Programa Córrego Limpo. O Programa consiste na implantação de uma rede de monitoramento dos córregos e rios dentro do perímetro urbano do município. Os pontos são georreferenciados e as coletas são realizadas trimestralmente, e analisados com base no IQACETESB, classificando a qualidade da água como: péssima, ruim, regular ou ótima. A Figura 14 apresenta os pontos de monitoramento e seus respectivos índices de qualidade. 30 Figura 14 - Pontos de monitoramento do Programa Córrego Limpo - Semadur 31 Em relação aos recursos hídricos subterrâneos, a APA do Lajeado está localizada no sistema Aquífero Serra Geral. De acordo com Lastoria (2002), em Mato Grosso do Sul, o Aquífero Serra Geral pode ser caracterizado como um aquífero regional livre, de meio fissurado, anisotrópico, que apresenta um controle estrutural marcante e suas águas, geralmente, são tipo bicabornatadas calco-magnesianas. Por meio precipitação pluvial sobre os solos basálticos se dá a sua recarga, atingindo as regiões fissuradas da rocha matriz. Ocorre também um grande intercâmbio de água com o aquífero Bauru e com o aquífero constituído pelos arenitos Botucatu e Pirambóia. As principais saídas de drenagem do Aquífero Serra Geral são os rios (CETESB, 2020). No estado de Mato Grosso do Sul, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL) é responsável pelo cadastro e outorga do direito de uso dos recursos hídricos. Conforme disponibilizado pelo Órgão Ambiental, na APA do Lajeado estão cadastrados 30 poços e 17 poços outorgados, utilizados basicamente para consumo humano e abastecimento público, conforme disposto na Tabela 4 e na Figura 15. Tabela 4. Situação dos poços localizados na APA do Lajeado Área urbana Finalidade Situação Vazão Abastecimento público Outorgado 19,5 Abastecimento público Outorgado 79,1 Abastecimento público Outorgado 55 Abastecimento público Outorgado 20,4 Abastecimento público Outorgado 37,8 Abastecimento público Outorgado 39,19 Abastecimento público Outorgado 38 Abastecimento público Outorgado 42,6 Abastecimento público Outorgado 62 Abastecimento público Outorgado 94,6 Abastecimento público Outorgado 1872 Consumo humano Outorgado 3 Consumo humano Cadastrado 1 Consumo humano Cadastrado 6 Consumo humano Cadastrado 0,5 Consumo humano Cadastrado 1 Industria Outorgado 8,25 Outras finalidades de uso Outorgado 5,72 Outras finalidades de uso Outorgado 6 Outras finalidades de uso Outorgado 6,54 32 Área rural Finalidade Situação Vazão Consumo humano Outorgado 0,48 Aquicultura Cadastrado 0,18 Consumo humano Cadastrado 2 Consumo humano Cadastrado 2,5 Consumo humano Cadastrado 0,14 Consumo humano Cadastrado 3 Consumo humano Cadastrado 1 Consumo humano Cadastrado 1 Consumo humano Cadastrado 0,8 Consumo humano Cadastrado 1 Consumo humano Cadastrado 7 Consumo humano Cadastrado 2,5 Consumo humano Cadastrado 2 Consumo humano Cadastrado 1 Consumo humano Cadastrado 2 Consumo humano Cadastrado 0,5 Consumo humano Cadastrado 2,5 Dessedentação animal Cadastrado 2,232 Dessedentação animal Cadastrado 2,232 Dessedentação animal Cadastrado 0,2484 Dessedentação animal Cadastrado 1,8 Dessedentação animal Cadastrado 1,26 Outras finalidades de uso Cadastrado 2 Outras finalidades de uso Cadastrado 1 Outras finalidades de uso Cadastrado 4 Outras finalidades de uso Cadastrado 6 Outras finalidades de uso Cadastrado 4,65 FONTE: IMASUL, 2020. 33 Figura 15 – Pontos de Cadastro e Outorga dos recursos hídricos na APA do Lajeado 34 Figura 16 – Vulnerabilidade dos aquíferos na APA do Lajeado 35 4.4 MEIO BIÓTICO 4.4.1 Vegetação A Área de Proteção Ambiental do Lajeado está inserida no bioma Cerrado e sua vegetação é caracterizada por um mosaico de fisionomias dos tipos savânicos, campestres e florestais. A APA do Lajeado é composta por pequenos fragmentos de mata nativa rodeados por uma matriz antrópica de pastagem e plantação de culturas (Plano de Manejo APA do Lajeado,2012). Os levantamentos dos dados amostrais da cobertura vegetal da APA do Lajeado foram realizados pela JGP Consultoria e Participações Ltda., entre os meses de agosto e setembro de 2008, durante a elaboração do Plano de Manejo. Foram coletadas amostras em 5 sítios incluindo áreas de Cerrado stricto sensu, Cerradão, sendo esta, a formação vegetal mais comumente observada na APA do Lajeado, Mata Ciliar, Vereda e Mata Inundável (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). Tabela 5 - Pontos de amostragem de flora na APA do Lajeado Flora na APA do Lajeado Pontos Coordenadas (UTM) Fisionomia 1 21K/0759645/7731211 Cerrado stricto sensu 2 21K/0757407/7727791 Cerradão 3 21K/0755450/7730457 Mata Ciliar Córrego Lageado 4 21K/0755498/7733609 Mata de Galeria Inundável e Cerradão 5 21K/0756658/7728866 Vereda Fonte: JGP - Plano de Manejo, 2012. Foram registradas 187 espécies vegetais, Anexo I, entre árvores, arbustos, subarbustos, ervas e trepadeiras. Estas estão distribuídas em 65 famílias botânicas, sendo Fabaceae a mais rica (23 spp.), seguida de Asteraceae (13 spp.) e Malvaceae (8 spp.) (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). As principais espécies invasoras encontradas dentro da APA foram gramíneas do gênero Urochloa, que são forrageiras para produção pastoril amplamente disseminada, utilizada e promovida no Brasil. Consiste em uma invasora agressiva de áreas de cerrado nativo, que causa interações negativas e domina o ambiente, além de formar densas touceiras e expulsar as espécies nativas de seu habitat. O plantio dessas forrageiras tem acarretado problemas com outras espécies cultivadas devido ao seu acentuado potencial alelopático, o que a torna uma importante planta daninha. Além destas, foi observada em abundância Impatiens cf. walleriana, no interior da Mata de Galeria Inundável, esta espécie é originária da África, e prefere os ambientes mais úmidos e assombreados (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). Na área urbana, foram identificadas cinco fisionomias, além da categoria Campo Antrópico, que abrange os vazios urbanos sem remanescentes de vegetação. A cobertura vegetal é distribuída entre área úmida vereda, mata ciliar, pastagem, Cerrado e Cerradão (Plano de Manejo APA do Lajeado, 2012). Para conservação da área, é recomendada a criação de programas que 36 incentivem a pesquisa científica no local, que promovam o levantamento de espécies vulneráveis e em extinção, bem como, a atualização e identificação de espécies fundamentais para a unidade de conservação. 4.4.2 Fauna O levantamento de dados relativos à fauna da APA do Lajeado foi realizado em sua totalidade pela JGP Consultoria e Participações Ltda., entre agosto e setembro de 2008, durante a elaboração do Plano de Manejo. A coleta de campo englobou grupos de mamíferos, de diferentes portes, aves e a herpetofauna, que em conjunto constituem os grupos mais facilmente observáveis e são indicadores da qualidade e de mudanças ambientais. Mamíferos As espécies presentes foram anotadas conforme evidências observadas por meio de observação direta, rastros, tocas no caso dos tatus, fezes e sons característicos. No levantamento realizado foram registradas 28 (vinte e oito) espécies de mamíferos, distribuídas em 13 (treze) famílias, conforme disposto no Anexo II. De acordo com Pacher et al. (2020), na APA do Lajeado é possível encontrar, além das espécies informadas no Anexo II, as seguintes espécies de morcegos: Artibeus lituratus, Artibeus planirostris, Carollia perspicillata, Chiroderma doriae, Chiroderma villosum, Platyrrhinus helleri, Sturnira lilium, Myotis nigricans e mamíferos como Gracilinanus agilis, popularmente chamado de cuica. Com o processo contínuo de urbanização do município de Campo Grande e, em virtude de sua proximidade ao Pantanal, à presença de reservas florestais, parques lineares e áreas verdes, é possível encontrar diversas espécies de animais silvestres no perímetro urbano. Entre elas, destacam-se os quatis, capivaras, antas, tatus, gambás, cotias, teiú, entre outros animais silvestres. A Agência Municipal de Transporte e Trânsito (AGETRAN) elaborou, em 2019, o monitoramento dos acidentes com animais silvestres no perímetro urbano do município, no período de outubro de 2018 a junho de 2019. Na Figura 17 é possível observar que na APA do Lajeado não foram registrados atropelamentos de fauna nas vias urbanas localizadas no perímetro da APA. 37 Figura 17 – Mapa de atropelamento de fauna 38 A concessionária CCR MSVia avaliou os índices de atropelamento de animais silvestres nos anos de 2018 e 2019, nos km 473+500 ao 486+750 da Rodovia BR-163/MS, inserida a APA do Lajeado. De acordo com os dados fornecidos pela concessionária, considerando os últimos 2 anos dos relatórios do programa monitoramento de fauna, ao todo foram registrados 50 (cinquenta) atropelamentos de animais silvestres de pequeno e médio porte, sendo 26 (vinte e seis) atropelamentos em 2018, e 24 (vinte e quatro) atropelamentos no ano de 2019. Correlacionando os dados apresentados pela AGETRAN e pela concessionária CCR MSVia, presume-se que os atropelamentos ocorram nas regiões em que a rodovia dá acesso à área rural da APA, onde há maior movimentação de animais. Devido à escassez de dados de monitoramento e identificação de fauna na APA do Lajeado, principalmente na área rural, recomenda-se a elaboração de programas ambientais que visem estimular a pesquisa e monitoramento na região, com apoio de instituições parceiras voltadas ao ensino, pesquisa e extensão, bem como ações de educação ambiental no trânsito. Avifauna O levantamento de dados relativos à avifauna na APA do Lajeado foi realizado pela JGP Consultoria e Participações Ltda., durante a elaboração do Plano de Manejo, em 2008. As espécies foram registradas com uso das duas técnicas para inventários ornitológicos: a identificação visual, por meio de observação com binóculos, reconhecimento in situ e a identificação auditiva, por meio de vocalizações. No total foram listadas 89 (oitenta e nove) espécies de aves na APA do Lajeado, conforme Anexo III, distribuídas em 22 (vinte e duas) famílias não- passeriformes e 14 (quatorze) famílias passeriformes, sendo 36 (trinta e seis) famílias registradas. De acordo com Pacher et al. (2020), na APA do Lajeado é possível encontrar também, além das espécies informadas no Anexo III, as seguintes espécies de aves: Tabela 6 - Espécies de aves encontradas na APA do Lajeado ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE NOME COMUM Accipitriformes Accipitridae Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco Anseriformes Anatidae Amazonetta brasiliensis ananaí Apodiformes Apodidae Tachornis squamata andorinha-do-buriti Charadriiformes Jacanidae Jacana jacana jaçanã, cafézinho Columbiformes Columbidae Columba livia pombo-comum, pombo-doméstico Columbina picui rolinha-picuí Coraciiformes Alcedinidae Chloroceryle amazona martin-pescador-verde Passeriformes Furnariidae Certhiaxis cinnamomeus curutié Phacellodomus rufifrons joão-de-pau Icteridae Leistes superciliaris polícia-inglesa-do-sul 39 Parulidae Basileuterus culicivorus pula-pula Thamnophilidae Thamnophilus pelzelni choca-do-planalto Thraupidae Dacnis cayana saí-azul Saltatricula atricollis batuqueiro Sporophila lineola bigodinho Tersina viridis saí-andorinha Troglodytidae Campylorhynchus turdinus catatau Tyrannidae Myiozetetes cayanensis bentevizinho-de-asa-ferrugínea Tytiridae Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari Pelecaniformes Ardeidae Nycticorax nycticorax socó-dorminhoco Psittaciformes Psittacidae Psittacara leucophthalmus periquitão Suliformes Anhingidae Anhinga anhinga biguatinga Fonte: Pacher et al. (2020) – EMBRAPA Devido ao bioma em que está inserida e por ser uma das cidades mais arborizadas do país, Campo Grande é reconhecida por seu potencial turístico voltado à observação de aves, prática denominada birdwatching. O município possui aproximadamente 400 (quatrocentas) espécies de aves e conta com a Rota Birdwatching, que contempla 30 (trinta) pontos importantes de observação, conhecidos como hotspots (Adaptado de MAMEDE, 2019). O Instituto Arara Azul realiza o monitoramento de ninhos de araras- canindé (Ara ararauna) e araras vermelhas (Ara chloropterus) em Campo Grande, por meio do Projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade. O Instituto possui registro de 10 (dez) ninhos de A. ararauna na APA do Lajedo, onde também são encontradas outras espécies de aves, como a garça-branca- pequena. Apesar do reduzido número de ninhos dentro da APA, é importante enfatizar que muitos encontram-se próximos a essas áreas, consistindo em importantes locais de forrageio e abrigo não somente para as araras, mas para outras espécies da fauna (GUEDES & BENITES, 2019). O Instituto Arara Azul dispõe de uma lista, produzida para o Projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade, com indicação técnica para o plantio de espécies arbóreas com predominância do Bioma Cerrado, que atraem Araras-canindé e outras espécies de aves, como apresentado nas tabelas 7, 8 e 9. Tabela 7 – Espécies arbóreas mais utilizadas pelas Araras-canindé (Ara ararauna) Açoita-cavalo Luehea divaricata Acuri Attalea phalerata Amendoim- bravo Pterogyne nitens Angelim-do-cerrado Vatairea macrocarpa Bocaiuva Acrocomia aculeata Buriti Mauritia flexuosa Bacuri Platonia insignis Cajamanga Spondias dulcis Caju Anacardium occidentale Coco da Bahia Cocos nucifera 40 Cedro Cedrela fissilis Cumbaru Dipteryx odorata Embaúba Cecropiapachystachya Goiaba Psidium guajava Gonçaleiro Astronium fraxinifolium Guapeva Pouteria caimito Guavira Campomanesia adamantium Ingá Ingá laurnina Jacarandá Jacaranda cuspidifolia Jamelão Syzygium cumini Jatobá-bravo Guibourtia hymenifolia Jatobá-verdadeiro Hymenaea courbaril Jerivá Syagrus romanzoffiana Manduvi Sterculia striata Manga Mangifera sp. Palmeira-Imperial Roystonea sp Pau-terra Qualea grandiflora Pequi Caryocar brasiliensis Pitomba Talisia esculenta Pocãn Citrus reticulata Sangra-d’água Croton urucurana Santa Bárbara Melia azedarach Sete Copas Terminalia catappa Tamarindo Tamarindus indica Ypê Roxo Tabebuia heptaphylla Fonte: Projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade; Instituto Arara Azul. 41 Tabela 8 - Espécies arbóreas utilizadas para atração de aves em geral Amendoim- bravo Pterogine nitens Angelim Andirasp Angico-vermelho Anadenanther afalcata e A. peregrina Aroeira Myracroduo nurundeuva Aroeirinha, aroeira-pimenta Schinus terebinthifolius Árvore-da-china Koelreuteria bipinnata Barbatimão Stryphnodendron adstringens Cambará Vochysia sp Capitão-do-mato Terminalia argentea Cássia rosa Cássia grandis Castanha-do-maranhão Bombacopsis glabra Cedro Cedrela fissilis chal-chal ou fruto-de-pombo Allopylus edullis Copaíba Copaifera langsdorffii Cumbaru Dipteryx alata cupiúba, pau-pombo Tapirira guianensis Dedaleira Lafoensia pacari Falso-barbatimão, cinzeiro Dimorphandra mollis Farinha seca Albizia hasslerii Guatambu-do-cerrado Aspidosperma macrocarpon Ingá Ingá sp Ipê amarelo Tabebuia chrysotricha Ipê branco Tabebuia roseo-alba Ipê roxo Tabebuia avellanedae Ipê verde Cybistax antisyphilitica Jacarandá Jacarandá cuspidifolia Jatobá Hymenaea courbaril Louro-pardo Cordia trichotoma Mandiocão Schefflera morototoni Manduvi Sterculia striata Merendiba Terminalia brasiliensis Morcegueira, angelim-do-cerrado Andira cuiabensis Olho-de-cabra Ormosia arborea Orelha-de-negro, tamboril Enterolobium contortisiliquum Paineira Ceiba aspeciosa Pau-de-tucano Vochysia bifalcata Pau-pombo, capororoca Rapanea umbelata Pau-terra-grande Qualea grandiflora Pau-terra, pau-terrinha Qualea parviflora Saboneteira Sapindus saponaria Sete-copas Terminalia catappa Tamarineiro Tamarindus indica Tarumã Vitex cymosa Tipuana Tipuana tipu Fonte: Projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade; Instituto Arara Azul. 42 Tabela 9 - Espécies arbóreas frutíferas do Cerrado Amora-Preta Bubuscfbrasilliensis Ananás Annasananassoides Araçá Psidiumfirmum Araticum Annonacrassiflora Araticum-de-Casca-Lisa Annonacoriacea Araticum-Rasteiro Annonapygmaea Araticum-Tomentoso Annona cf. tomentosa Babaçu Orbygnia cf. phalerata Bacupari Salaciacampestris Banha-de-Galinha Swartzialangsdorfii Baru Dypterixalata Buriti Mauritiavinifera Cagaita Eugenia dysenterica Cajuzinho-do-Cerrado Spondia cf. lutea L. Caju-de-Árvore-do-Cerrado Anacardiumothonianum Caju-Rasteiro Anacardiumpumilum Cajuzinho-do-Cerrado Anacardiumhumile Chichá Sterculiastriata Coquinho-do-Cerrado Syagrus flexuosa Croadinha Mouririelliptica Curriola Pouteriaramiflora Fruto-do-Tatu Crhysophyllumsoboliferum Gabiroba Campomanesiacambessedeana Gravatá Bromeliabalansae Guapeva Pouteria cf. gardineriana Guariroba Syagrusoleraceae Ingá-do-Cerrado IngalaurinaWilld.. Jaracatiá Jacaratiahiptaphylla Jatobá-do-Cerrado Hymenaeastigonocarpa Jatobá-da-Mata Hymenaeastilbocarpa Jenipapo Genipaameriacana Jerivá Syagrusromanzoffiana Lobeira Solanumlycocarpum Macaúba Acrocomiaaculeata Mama-Cadela Brosimumgaudichaudii Mangaba Hancornia spp. Maracujá-de-Cobra Passiflora coccinea Maracujá-do-Cerrado Passiflora cincinnata Maracujá-Doce Passiflora alata Maracujá-Nativo Passiflora eichleriana Maracujá-Roxo Passiflora edulis Marmelada-de-Bezerro Alibertiaedulis Marmelada-de-Cachorro Alibertiasessillis Marmelada-de-Pinto Alibertiaelliptica Melancia-do-Cerrado Melancium campestre Murici Byrsonimaverbascifolia Palmito-da-Mata Euterpe adulis Pequi Caryocarbrasilliense Pequi-Anão Caryocarbrasilliense Pêra-do-Cerrado Eugenia klostzchiana 43 Perinha Eugenia lutescens Pimenta-de-Macaco Xilopiaaromatica Pitanga-Vermelha Eugenia calycina Pitomba-do-Cerrado Talisiaesculenta Puçá Mouriripusa Saputá Salaciaelliptica Tucum-do-Cerrado Bactris spp. Uva-Nativa-do-Cerrado Vitis spp. Fonte: Projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade; Instituto Arara Azul. Com a diversidade de aves presentes no município, a observação de aves na APA do Lajeado é um estímulo para o ecoturismo na região, contribuindo para o desenvolvimento econômico com base no turismo sustentável, incentivando a conservação das espécies ao mesmo tempo que promove a educação ambiental. Figura 18 – Avifauna presente na APA do Lajedo Fonte: Fotos de autoria de Fernando Almeida Borges Herpetofauna O inventário da fauna de anfíbios e répteis da APA do Lajeado foi realizado pela JGP Consultoria e Participações Ltda., durante a elaboração do Plano de Manejo, em 2008. No período das pesquisas em campo, foram encontradas 30 (trinta) espécies, sendo 13 (treze) delas pertencentes ao grupo dos anfíbios (sapos, rãs e pererecas) e 17 (dezessete) ao dos répteis (cobras, lagartos, jabutis, etc.), Anexo IV. Nas coletas efetuadas na APA do Lajeado foram encontrados apenas representantes da ordem Anura, distribuídos em quatro famílias e oito gêneros. Já para répteis foram registradas três ordens (Testudines, Amphisbaenias e Squamata), dez famílias e 17 (dezessete) gêneros. 44 Fauna Aquática Em 2008, durante a elaboração do Plano de Manejo, a consultoria JGP realizou o inventário da fauna aquática da APA do Lajeado. O levantamento objetivou diagnosticar a riqueza da ictiofauna e dos organismos aquáticos como fitoplâncton, zooplâncton e zoobentos determinando quantitativamente os táxons, suas densidades e os possíveis indicadores do estado de influência antrópica. De acordo com Pacher et al. (2020), na APA do Lajeado é possível encontrar também, além das espécies informadas no Anexo IV, as seguintes espécies de peixes: Oreochromis niloticus e Ancistrus sp., conhecidos popularmente como tilápia-do-nilo e cascudo. Os dados amostrais estão presentes no Anexo V, VI e VII. Na tabela 10, são apresentados os pontos de amostragem de fitoplâncton, zooplâncton e zoobentos na APA do Lajeado. Tabela 10 - Pontos de Amostragem para organismos aquáticos – JGP/2008 FONTE: JGP - Plano de Manejo, 2012. Em novembro de 2019, a empresa Sertuba Engenharia e Consultoria Ltda., contratada pela concessionária Águas Guariroba, realizou o estudo de macroinvertebrados bentônicos e toxicidade crônica com Ceriodaphinia dubia no reservatório Lajeado. As amostras foram coletadas em seis pontos do reservatório, AM 01, AM 02, AM 03, AM 04, AM 05 e AM 06. Pontos de Amostragem Coordenadas Geográficas (UTM) Localização PA 01 0755519 7732327 Córrego Lageado, dentro do condomínio residencial Dhama I, no portão 4, zona 2 PA 02 0755747 7732014 Córrego Lageado, a montante da barragem na Fazenda Nossa Senhora Aparecida PA 03 0755846 7731284 Córrego Lageado, abaixo do primeiro afluente da margem esquerda da nascente para jusante (ponte com pilares brancos) PA 04 0755508 7730430 Córrego Lageado, após o segundo afluente da margem esquerda da nascente para jusante (ponte de madeira) PA 05 073774 7728167 Montante da barragem do Reservatório Lajeado PA 06 0756585 7728825 Córrego Lageadinho, a montante do pesqueiro Harmonia 45 Foram registrados 227 (duzentos e vinte e sete) indivíduos de macroinvertebrados bentônicos no Reservatório Lajeado, distribuídos em 5 classes, 9 ordens e 10 famílias, conforme apresentado na Tabela 11, sendo a família Thiaridae (Mollusca – Gastropoda), a mais representativa. Tabela 11 - Táxons e número de indivíduos de macroinvertebrados bentônicos registrados no Reservatório Lajeado – Novembro de 2019 TÁXONS AM 01 AM 02 AM 03 AM 04 AM 05 AM 06 TOTAL CLASSE CLITELLATA Ordem Crassiclitellata Lumbricidae 3 2 13 2 5 1 26 Ordem Arhynchobdellida Hirudinidae 3 1 9 1 4 2 20 CLASSE INSECTA Ordem Trichoptera Odontoceridae 3 3 18 2 6 0 32 Ordem Odonata Gomphidae 1 2 3 0 2 1 9 Ordem Ephemeroptera Polymitarcydae 4 8 9 1 2 2 26 Ordem Díptera Chironomidae 4 3 2 2 4 0 15 Culicidae 0 3 3 0 1 0 7 CLASSE GASTROPODA Ordem Neotaenioglossa Thiaridae 8 4 15 8 16 3 54 CLASSE BIVALVE Ordem Mytiloida Mytilidae 6 3 0 2 3 0 14 CLASSE OLIGOQUETA Ordem Haplotaxida Figura 19 - Número de indivíduos dos táxons de macroinvertebrados bentônicos registrados em cada ponto de coleta no Reservatório Lajeado. Disponibilizado pela concessionária Águas Gurariroba 46 Lumbricina 4 6 8 3 3 0 24 Abundância 18 16 26 13 23 3 227 Riqueza 9 10 9 8 10 5 FONTE: Águas Guariroba Mudanças ambientais nos parâmetros físicos e químicos, decorrentes de lançamento de resíduos no corpo hídrico, causam mudanças na biota aquática. O conhecimento de que diferentes organismos apresentam sensibilidade a determinados poluentes constitui a base para a utilização dos mesmos, como indicadores biológicos de qualidade da água, como fitoplâncton, zooplâncton, bentos, peixes, entre outros. Desse modo, organismos bioindicadores integram respostas relativas à concentração de poluentes e a intensidade de estresse em função do tempo, levando em consideração que os organismos aquáticos apresentam bioacumulação de substâncias (QUEIROZ, 2008). 4.5 MEIO SOCIOECONÔMICO O município de Campo Grande possui área total de 8.092,95 km², sendo a área urbana de 359,04 km². A densidade demográfica da capital é de 97,22 hab/km². A população estimada é de 895.982 habitantes, de acordo o Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), com data de referência em 1° de julho de 2019. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é de 0,784, com base nos dados do IBGE, do ano de 2010. A economia de Campo Grande é voltada para os setores secundário e terciário – indústrias, comércios e serviços – fazendo com que a oferta de emprego se concentre na zona urbana da cidade, gerando um alto grau de urbanização (RAA, 2015). Tabela 12 - Participação percentual por atividade econômica no Munícipio, na arrecadação de ICMS - 2012-2020 Especificação 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Compartilhar