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Semiologia - Exame físico geral

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Segunda-feira, 12 de agosto
Exame físico geral
Hoje abordaremos as formas de avaliar os pacientes (avaliar esses sinais clínicos).
Introdução: métodos físicos (utilização dos sentidos, que são o tato, visão, audição, olfação...) sendo necessário o conhecimento (conhecer o que é anormal), raciocínio, sensatez, organização, paciência e material básico.
· Animais que comem todo dia, outros não. Diferenças de fases de vida, como lagartos, por exemplo. Importante conhecer os hábitos do paciente e manejo correto.
· Tucano fornecer em quadradinho pequenos, psitacídeos podem usar a mão para pegar o alimento. 
Exame físico: inspeção, palpação, percussão, auscultação e olfação (nem todas as espécies conseguimos realizar todos os exames físicos).
1. Inspeção (primeira e mais importante parte do exame físico, conversar com o tutor e analisar o comportamento do animal, desde o início). Sempre avaliar de forma comparativa, um olho com o outro, por exemplo.
a. Visão (observar desde a ida até o consultório, grau de interação do paciente com o ambiente, personalidade do animal, interação do animal com outros animais ou pessoas.
b. Panorâmica ou Generalizada: avaliar o paciente como um todo (estado físico geral), escore corporal, alterações locomotoras, grau de claudicação, eventuais aumentos de volume, estado geral da pele e pelo (gatos e aves principalmente, quando gato para de se limpar está doente), prurido (coceira), atopia (coçam patas, orelhas...), padrão de lesão (onde coça, coçar região lombar cão – característica da DAPP, arrastar bumbum no chão – parasita (Dipylidium) , inflamação glândula (saculite ou fístula perianal – aumento de volume e dor ao apalpar, dor na hora de defecar), dermatite relacionada a alergia alimentar, ou tosa higiênica (lâmina muito baixa na região perianal). 
c. Localizada: regiões do corpo (ouvidos, glândula mamária, cavidade oral, ouvidos etc.)
d. Direta: observação direta dos pelos, pele, mucosas, condição corporal, respiração (contagem dos movimentos do tórax em 15 segundos x 4), movimentação.
e. Indireta: oftalmoscópio, laringoscópio, otoscópio (não dá tantas informações quanto uma citologia ou coleta de material, pois ao utilizar o otoscópio o animal pode sentir dor, por estar inflamado, sendo desconfortável).
2. Palpação: tato, abdominal, trans retal (grandes animais), músculo esquelético, pele (queixa de nódulo, se é fixo, se está aderido a alguma superfície, se dói, se está inflamado). Sempre forrar a mesa (com tapete higiênico, tapete de borracha etc.). Gatos se der para fazer na caixa de transporte é melhor ainda. 
a. Palpação de linfonodo (sempre são pares – palpação de forma comparativa, sempre os dois lados, submandibular, axilares, poplíteos, inguinal (fêmeas quando fazem mastectomia saem junto o linfonodo inguinal), quando está aumentado conseguimos apalpar pré-escapular. Poplíteo e o submandibular mesmo não estando aumentado conseguimos palpar. Doença que faz que aumente todos os linfonodos (cão e furão) linfadenopatia generalizada: linfoma (fazer citologia ou biópsia de linfonodo). 
b. Avaliar (ter em mente espessura do órgão): espessura, consistência, sensibilidade, temperatura, volume, flutuação, edema. 
i. Lembrar dos órgãos na anatomia. Palpar abdômen sempre buscar nas regiões topográficas, abaixo do gradil costal direito temos o fígado, se palpar essa região e percebermos o volume tem algo estranho, dos coelhos temos o ceco e do lado esquerdo baço (se tiver aumentado pode alcançar o lado direito, ter esplenomegalia bastante importante). 
c. Consistências: 
i. Mole: tecido adiposo
ii. Firme: quando a estrutura, ao ser pressionada, oferece resistência, mas acaba cedendo e voltando ao normal ao final da pressão como músculo e fígado.
i. Dura: ossos e alguns tecidos tumorais
ii. Pastosa (edema): Sinal de Godet + (quando uma estrutura cede facilmente à pressão e permanece a impressão do objeto que a pressionava, mesmo quando cessada)
i. Flutuante: acúmulo de líquidos, sangue e pus. determinada pelo acúmulo de líquidos, tais como sangue, soro, pus ou urina, em uma estrutura ou região; resulta em um movimento ondulante, mediante a
aplicação de pressão alternada. Se o líquido estiver muito comprimido, pode não haver ondulações. 
ii. Crepitante: observada quando determinado tecido contém ar ou gás em seu interior. À palpação, a sensação é de movimentação de bolhas gasosas; é facilmente verificada nos casos de enfisema subcutâneo. 
3. Auscultação: audição, avaliação dos ruídos espontâneos (pulmão, coração, abdômen equinos e ruminantes). Aplicativo Littmann de sons (3M)
a. Regras da auscultação: utilizar equipamento de boa qualidade, ausculta deve ser realizada em ambiente calmo, sem ruídos, atenção ao ruido que está ouvindo, procure isolar dos demais ruídos para concluir sua origem, só ausculte quando o paciente estiver contido.
i. Répteis e quelônios não conseguimos auscultar devido a carapaça. Usar um doppler.
b. Coração: bulhas cardíacas normal e anormais, tempo de auscultação (contagem de FC é 15s x 4), focos, o que se deve avaliar?
c. Pulmão: ruídos respiratórios normal e anormais, o que devo avaliar? Como auscultar? 2 movimentos respiratórios no mínimo, sempre em linha auscultar todos os campos pulmonares.
d. Percussão: através de golpes e batidas (avaliar o som produzido, tórax e abdômen) com objetivo de fazer observações com relação a delimitação topográfica dos órgãos, fazer comparações entre as mais variadas respostas sonoras obtidas. 
i. Tipos de som: Claro (pulmão sadio), Timpânico (parece tambor – abdômen), Maciço (região compacta e sem ar – músculo). 
e. Olfato (não se dá diagnóstico por olfato): avaliação do odor de secreção. Exemplos: hálito urêmico em pacientes renais, halitose em pacientes com doença periodontal severa, odos das fezes em pacientes com gastroenterite viral, odor pútrido em pacientes com míiase. Malassezia, otite...
4. Considerações finais: paciência, organização, bom senso, contenção adequada do paciente, correlação entre anamnese e exame físico, escolha correta dos exames complementares.

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