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PRINCÍPIOS-DE-ZOOLOGIA-BOTÂNICA-MICROBIOLOGIA-E-MICROLOGIA-DIAGRAMADA

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Princípios de Zoologia, 
Botânica, Microbiologia 
e Micrologia
 
 02 
 
 
1. Biologia Geral X Biologia Comparada 4 
Diversidade Biológica 6 
Sistemática e Taxonomia 7 
Sistemática Filogenética 10 
Escolas Sistemáticas 11 
Critérios Gerais de Classificação 15 
 
2. Taxonomia ou Sistemática 19 
Taxonomia Animal 20 
Chave de Classificação Simplificada 22 
Regras Básicas 23 
Taxonomia Vegetal 25 
Botânica Aplicada 26 
Chave de Classificação Simplificada 26 
Botânica Antiga e Moderna 26 
Por que Estudar as Plantas? 27 
 
3. Referências Bibliográficas 29 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
1. Biologia Geral X Biologia Comparada 
 
 
Fonte: Conhecimento Cientifico1 
 
m Biologia costuma-se agrupar 
as disciplinas em dois campos: 
Biologia geral e Biologia comparada. 
A Biologia geral, que inclui fi-
siologia, bioquímica, biologia mole-
cular, genética, ecologia e evolução, 
estuda, com ajuda de métodos expe-
rimentais, os mecanismos e os pro-
cessos que governam os seres vivos. 
A Biologia comparada que in-
clui sistemática, biogeografia, pale-
ontologia e embriologia, estuda a di-
versidade das espécies e das catego-
rias taxonômicas superiores usando 
o método comparativo, mais que o 
experimental, para descobrir pa-
drões bióticos. 
A sistemática é a disciplina da 
Biologia comparada que se ocupa 
dos métodos para estimar as rela-
ções filogenéticas dos seres vivos, ou 
 
1 Retirado em https://conhecimentocientifico.r7.com/biologia-o-que-e/ 
seja, para reconstruir suas relações 
de parentesco. 
Por sua vez, a taxonomia é a 
parte da sistemática que se ocupa 
das regras e dos princípios a serem 
usados para comunicar os resulta-
dos da análise sistemática. 
Um dos métodos que tem sido 
utilizado mais frequentemente para 
pesquisar as relações de parentesco 
(ou filogenéticas) é o cladístico. Esse 
método utiliza caracteres sinapo-
mórficos como indicadores de pa-
rentesco. 
Caracteres sinapomórficos (ou 
sinapomorfias) são caracteres ho-
mólogos derivados, herdados de um 
ancestral comum recente por dois 
ou mais táxons e que permitem 
reuni-los em grupos monofiléticos, 
que na maioria dos casos mostra um 
E 
 
 
5 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
padrão ramificado. O resultado é re-
sumido em um gráfico, denominado 
cladograma, que apresenta a distri-
buição de caracteres. 
O cladograma é transformado 
em uma árvore filogenética (Figura 1 
abaixo), quando interpretado do 
ponto de vista temporal e quando 
assume-se que cada ponto de rami-
ficação (nodo) representa um ances-
tral, real ou hipotético e que cada 
Ramo representa uma linha-
gem evolutiva de um dado grupo. 
 
1 - Árvore filogenética 
 
 
 
Neste novo contexto, a Zoolo-
gia deixou de ser uma ciência pura-
mente descritiva para se tornar uma 
ciência com objetivos mais amplos. 
Atualmente, além de descrever a di-
versidade animal, ela procura tam-
bém estabelecer relações entre os 
animais e entre estes e o meio ambi-
ente. 
Desta forma, faz-se necessária 
uma introdução aos métodos de es-
tudo comparativos utilizados nesta 
nova óptica da Zoologia. Desse mo-
do, dependendo do enfoque, a Biolo-
gia pode ser desmembrada nos dois 
ramos principais falados inicialmen-
te: Biologia Geral e Biologia Compa-
rada. 
Na Biologia Geral, são estuda-
dos os processos biológicos dos or-
ganismos, caso a caso. Um fisiologis-
ta, por exemplo, pode estudar como 
funciona um determinado órgão ex-
cretor, como ele filtra os líquidos 
corpóreos e/ou como reabsorve íons 
e moléculas. 
Um bioquímico pode estar in-
teressado em estudar o funciona-
mento de uma determinada proteí-
na, verificando a que temperatura 
ela desnatura, ou seja, tem suas ca-
racterísticas alteradas, a qual sítio se 
liga, e assim por diante. 
De forma similar, um zoólogo 
pode estar interessado no comporta-
mento de uma espécie de macaco, 
passando a observar como ele cor-
teja a fêmea, como se comporta pe-
rante o grupo e quais estratégias uti-
liza para obter alimento. 
Portanto, o objeto de estudo 
da Biologia Geral é um organismo, 
um órgão ou uma determinada mo-
lécula, não requerendo, na maioria 
dos casos, um estudo comparativo 
que permita estabelecer grau de pa-
rentesco ou ancestralidade. 
A Biologia Comparada, por 
sua vez, representa o ramo que estu-
 
 
6 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
da diferentes grupos de organismos, 
comparando-os quanto às suas for-
mas ou estruturas. Um fisiologista, 
neste ramo da Biologia, pode com-
parar as diversas estruturas excretó-
rias observadas em diferentes gru-
pos de animais e, dessa forma, ava-
liar o que é comum aos vários grupos 
e o que lhes é diferente. 
Já um bioquímico pode estu-
dar a ocorrência de uma determina-
da proteína em diferentes grupos 
animais. Esse mesmo pesquisador 
pode avaliar a similaridade entre 
elas e a possível relação entre a exis-
tência dessas proteínas em determi-
nados organismos, associando-as ao 
tipo de vida dos organismos ou ao 
ambiente onde vivem. 
Um zoólogo pode estudar a 
ocorrência de uma determinada es-
trutura ou de um comportamento 
em diferentes grupos animais: pode 
comparar o comportamento de cor-
tejo do macho de um macaco ao de 
uma ave e ao de um inseto. 
Estudos comparativos permi-
tem avaliar se uma determinada es-
trutura, ou um determinado com-
portamento, surgiu de forma inde-
pendente nos diversos grupos. O 
surgimento independente pode ter 
ocorrido como uma adaptação ao 
ambiente e ao modo de vida. 
Tal estrutura ou comporta-
mento, que ocorre em diversos gru-
pos, pode ter sido herdado de um 
ancestral comum a estes, estabele-
cendo, portanto, um grau de paren-
tesco. 
A Biologia Comparada tem 
uma visão evolutiva sem a qual se 
torna difícil a compreensão dos as-
pectos naturais e da diversidade bi-
ológica. Logo, a Biologia Compara-
da, em um sentido amplo, é o estudo 
da diversidade biológica numa Pers-
pectiva histórica. 
Nesse novo enfoque, a Zoolo-
gia estuda os animais numa perspec-
tiva comparativa e histórica. 
 
Diversidade Biológica 
 
O estudo da Biologia Compa-
rada requer um conhecimento da di-
versidade biológica, que pode ex-
pressar-se por, pelo menos, duas 
formas: 
 Diversidade de organismos; 
 Diversidade de caracteres dos 
organismos, ou seja, de estru-
turas, moléculas e comporta-
mentos. 
 
Para um leigo, pode parecer 
que a diversidade biológica é peque-
na e bem conhecida. No entanto, tra-
ta-se de uma visão muito restrita, já 
tendo sido descritas cerca de 5 mi-
lhões de espécies de animais, plan-
tas e demais grupos. 
Estudos efetuados em flores-
tas tropicais mostram que a diversi-
dade nesses ambientes é muito 
 
 
7 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
maior do que se conhece atualmen-
te. Estima-se que o número de artró-
podes pode chegar a mais de 2 mi-
lhões de espécies. Além disso, mui-
tas espécies marinhas de grandes 
profundidades são, praticamente, 
desconhecidas. Dessa forma, acredi-
ta-se que a diversidade biológica é 
muito maior do que se conhece atu-
almente. 
A Biologia Comparada com-
põe-se de três elementos distintos: 
 Descrição dos organismos e as 
semelhanças e diferenças nas 
suas características; 
 História do organismo no tem-
po; 
 História da distribuição destes 
organismos no espaço. 
 
Sistemática e Taxonomia 
 
Deste modo, a classificação é 
um meio de tornar inteligível a com-
plexidade do mundo vivo, agrupan-
do os organismos em categorias, se-
gundo critérios preestabelecidos. 
Para que se possa continuar, é 
necessário fixar em mente alguns 
termos, bem como o seu significado 
exato, vamos lá: 
 Sistemática - estudo da diver-
sidade, descrição dos organis-
mos, incluindo a sua filogenia; Taxonomia - estudo da classi-
ficação, incluindo nomes, nor-
mas e princípios; 
 Classificação - ordenação dos 
seres vivos em grupos, com 
base em parentesco, seme-
lhança morfológica, entre ou-
tros, e sua hierarquização. 
 
Deste modo, a classificação 
tem por objetivo a economia de pen-
samento, a facilidade de manuseio, a 
formulação de hipóteses de investi-
gação e previsões. 
As classificações devem ser es-
táveis e conter informação sobre a 
semelhança morfológica, relações 
evolutivas, entre outros aspectos. 
Desde tempos imemoriais que 
a classificação dos organismos vivos 
teve como base a tentativa de orga-
nização e simplificação dos sistemas 
vivos, logo os primeiros sistemas de 
classificação eram práticos e arbitrá-
rios, ou seja, classificava- se de acor-
do com a utilidade, interesse econô-
mico, etc. 
Esta classificação era não raci-
onal, pois agrupavam-se organismos 
que não apresentavam nenhuma re-
lação apenas porque preenchiam 
uma determinada propriedade 
(eram saborosos ou perigosos, por 
exemplo). 
Estas classificações também 
são consideradas empíricas, ou seja, 
não seguem um raciocínio científico, 
não utilizam caracteres observáveis 
pertencentes aos organismos (ser 
saboroso depende de quem classi-
fica, não é uma propriedade inerente 
ao organismo, como seria a cor 
verde, por exemplo), apenas servem 
 
 
8 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
necessidades humanas básicas, co-
mo a alimentação e a defesa. 
Aristóteles foi o primeiro natu-
ralista a classificar os organismos vi-
vos de acordo com as suas caracte-
rísticas morfológicas, anatômicas e 
fisiológicas, obtendo, nos animais, 
dois grupos: 
 Enaima - animais de sangue 
vermelho, ovíparos e vivípa-
ros; 
 Anaima - animais sem sangue 
vermelho. 
 
Um preconceito introduzido 
por Aristóteles foi o fato de todos os 
animais Serem móveis e todas as 
plantas imóveis, fato que se manteve 
até ao século XVII. 
A classificação de Aristóteles é 
racional, pois baseia-se em caracte-
rísticas inerentes aos animais. No 
entanto, todas estas classificações, 
quer as práticas, quer as racionais ou 
científicas, são artificiais, baseiam-
se num reduzido número de caracte-
res, por vezes apenas um, originan-
do grupos extremamente heterogê-
neos. 
Esses caracteres são escolhi-
dos arbitrariamente, ignorando ou-
tras características, reunindo na 
mesma categoria organismos pouco 
relacionados entre si (agrupar ani-
mais que voam, plantas pelo fato de 
terem um certo tamanho, etc.). 
A moderna classificação bioló-
gica teve início com Lineu (sec. 
XVII), cujos trabalhos produziram 
uma classificação, pelo menos a ní-
vel dos animais, não muito diferente 
da de Aristóteles. 
Lineu classificou todos os or-
ganismos conhecidos na época em 
categorias que designou por espé-
cies. Agrupou as espécies em gêne-
ros, estes em famílias, ordens e clas-
ses. Posteriormente foram criadas 
mais duas categorias, divisão (plan-
tas) ou filo (animais), que englobam 
as classes. Lineu foi, também, o cri-
ador da chamada nomenclatura bi-
nomial latina, ainda hoje utilizada. 
A classificação de Lineu, o Sys-
tema Naturae, é racional, mas arti-
ficial pois por vezes usava apenas 
um caráter, como no caso de plantas 
em que apenas considerava distin-
tivo o número e localização dos esta-
mes na flor. 
Lineu considerava que a natu-
reza e número das espécies era cons-
tante e inalterável - Fixismo -, pois 
cada indivíduo era comparado com 
um ideal, um padrão fixo - essencia-
lismo. 
Vários autores da época criti-
caram a classificação de Lineu, no-
meadamente Buffon, que negou a 
existência de classes, ordens, etc., na 
natureza, considerando- as, correta-
mente, uma criação da mente dos ci-
entistas. 
Com os descobrimentos, a 
enorme quantidade e variedade de 
 
 
9 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
organismos novos levou à necessi-
dade de uma classificação baseada 
num maior número de caracteres - 
classificação natural. No entanto, es-
tas classificações continuavam a ser 
fixistas. 
Este período de enormes des-
cobertas, também no campo biológi-
co, levou ao desaparecimento dos 
naturalistas e ao surgimento de es-
pecialistas em cada campo da biolo-
gia (mamologistas, herpetologistas, 
etc.). 
Apenas em 1859, com a Teoria 
da Evolução de Darwin, os sistemas 
de classificação passaram a ter em 
conta e história evolutiva dos orga-
nismos. 
Estas classificações filogenéti-
cas ou evolutivas pretendem tradu-
zir a posição de cada organismo em 
relação aos seus antepassados, bem 
como as relações genéticas entre os 
diferentes organismos atuais. Até 
esta altura apenas eram considera-
dos dois reinos, Animalia e Plantae, 
mas em meados do século XIX foi 
criado um terceiro Reino, o Reino 
Protista, no qual foram incluídos os 
seres cuja classificação era incô-
moda ou pouco clara. 
A partir de 1920, com a desco-
berta da teoria da hereditariedade 
cromossômica, os microscópios ele-
trônicos, etc, surge a sistemática, 
uma nova ciência, que faz a classifi-
cação usando todos os novos dados, 
não se limitando à morfologia. O 
conceito de população e de fundo ge-
nético também tiveram grande im-
portância no desenvolvimento da 
sistemática. 
Nos anos 1960 passou a recor-
rer-se, também, à bioquímica para 
determinar as relações filogenéticas, 
sendo, atualmente, a genética mole-
cular uma das principais bases da 
classificação de organismos. Os 
computadores, com a sua capacida-
de de comparar em tempo útil cen-
tenas de caracteres, tornaram-se 
fundamentais, de tal modo que de-
ram origem à chamada taxonomia 
numérica. 
O objetivo principal da moder-
na taxonomia é produzir um sistema 
de classificações que relacione as es-
pécies semelhantes e originárias de 
um ancestral comum. 
Contudo, as dificuldades são 
várias e difíceis de ultrapassar, como 
se observa nos pontos abaixo: 
 Registro fóssil - é escasso ou 
inexistente, como no caso dos 
microrganismos; 
 Divergência - a partir de um 
mesmo ancestral, as espécies 
evoluem para diversos fenóti-
pos atuais; 
 Convergência - espécies com 
antepassados distintos adqui-
rem estruturas análogas por 
adaptação a meios semelhan-
tes; 
 Redução - em certos grupos de 
organismos existem simplifi- 
 
 
10 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
cações em relação a certos ca-
racteres, o que pode ser to-
mado por primitivismo; 
 Subjetividade - as relações fi-
logenéticas são o resultado de 
uma interpretação dos fatos 
por parte do investigador, logo 
podem ser Influenciadas pelo 
seu passado científico e emoci-
onal. 
 
Atualmente existem três esco-
las principais de classificação, de 
acordo com o ponto de vista do taxo-
nomista e com o objetivo da classifi-
cação. No entanto, cada uma destas 
escolas reflete o pensamento de uma 
época, dependendo dos conheci-
mentos científicos que existem, não 
podendo considerar-se que exista 
uma classificação definitiva. 
 
Sistemática Filogenética 
 
Nas décadas de 1950/60, o en-
tomólogo alemão Willi Hennig, ao 
lançar os fundamentos de sua teoria 
denominada sistemática filogenéti-
ca, provocou uma revolução no con-
ceito de sistemática, por incorporar 
a evolução biológica em seu método. 
Conceitos já estabelecidos por 
Darwin, como os de organismos an-
cestrais e descendentes com modifi-
cações, foram incluídos nesta teoria. 
As contribuições mais importantes 
de Hennig foram as de fornecer 
uma definição precisa de relaciona-
mento biológico e de desenvolver 
uma metodologia capaz de recons-
truir as relações de parentesco entre 
as espécies. 
De forma geral, no método 
proposto por Hennig, o conceito de 
relacionamento entre grupos ani-
mais é relativo e está ilustrado na fi-
gura 2 abaixo: 
 
Relacionamento entre gruposanimais 
 
 
Fonte: http://carlosriella4.blogs-
pot.com/2013/02/ 
 
Considerando este método, 
acompanhe com atenção o seguinte 
desenvolvimento. 
A sardinha e a lagartixa são 
mais relacionadas entre si do que o 
são com o tubarão ou com a estrela-
do-mar. Isto acontece porque a sar-
dinha e a lagartixa se originaram do 
ancestral comum denominado X. 
Neste caso, X é um ancestral exclusi-
vo da sardinha e da lagartixa e so-
mente deles, não sendo ancestral do 
tubarão e nem da estrela-do-mar. 
Por sua vez, o tubarão tem em 
comum com a sardinha e a lagartixa 
 
 
11 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
o ancestral Y, o qual não é o mesmo 
ancestral da estrela-do-mar. 
Levando-se em conta a histó-
ria evolutiva, pode-se considerar 
que um animal ancestral Z, que vi-
veu no tempo 0 (T0), originou, no 
tempo 1 (T1), dois animais diferen-
tes: a estrela-do-mar e o animal an-
cestral Y. Em T2, o ancestral Y origi-
nou o tubarão e o animal ancestral X 
que, por sua vez, em T3, originou a 
sardinha e a lagartixa. 
Apesar das semelhanças de 
forma entre o tubarão e a sardinha, 
ambos denominados peixes, a afini-
dade maior da sardinha é com a la-
gartixa, devido ao fato de ambas 
compartilharem um ancestral co-
mum X. Portanto, considera-se a 
sardinha como pertencente ao gru-
po-irmão da lagartixa e, por sua vez, 
o tubarão como pertencente ao 
grupo-irmão que inclui a sardinha e 
a lagartixa. 
Hennig mostrou, com o seu 
método, como a sistemática deve re-
fletir a história evolutiva dos grupos 
em uma relação de descendência 
com ancestralidade comum. 
O conceito de sistemática foi 
então ampliado, tendo por princi-
pais objetivos: 
 Descrever a diversidade bioló-
gica. 
 Estudar e ordenar as relações 
filogenéticas entre grupos. 
 Compreender como se origi-
nou a diversidade. 
 Criar um sistema de classifica-
ção para ordenar a diversidade 
biológica. 
 
Atualmente, a sistemática é 
uma ciência complexa, interpretati-
va e experimental e inclui uma gama 
enorme de diferentes áreas da inves-
tigação biológica, como a Ecologia 
de Populações, a Biogeografia e a 
Genética. 
A sistemática é importante 
não apenas para conhecer a diversi-
dade de formas, mas também para 
que se possa avaliar a história da vi-
da no planeta, como surgiram estas 
formas e quais as condições ambien-
tais que permitiram o seu apareci-
mento. 
É essencial que o estudante de 
Biologia tenha uma noção básica 
acerca das principais escolas siste-
máticas, ou taxonômicas, e as teo-
rias atuais de classificação e recons-
trução filogenética. Vamos, então, 
tratar delas agora. 
 
Escolas Sistemáticas 
 
Na sistemática, as linhas ou 
escolas de pensamento têm por ob-
jetivo principal explicar e ordenar a 
natureza da diversidade dos orga-
nismos. 
Os animais são reunidos em 
função de critérios de semelhanças, 
formando grupos e subgrupos, con-
forme a maior ou menor afinidade. 
 
 
12 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
Normalmente, os resultados dessa 
ordenação são apresentados na for-
ma de classificações, árvores genea-
lógicas ou sob a forma de um texto, 
narrando, discutindo e estabelecen-
do a história evolutiva dos grupos, 
também denominada Cenário Evo-
lutivo. 
As diferenças quanto aos crité-
rios utilizados para reunir os grupos 
de organismos, a utilização ou não 
do conceito de evolução e as teorias 
nas quais se baseiam para classificar 
os animais fazem com que os pró-
prios pesquisadores sejam agrupa-
dos em diferentes escolas sistemáti-
cas. 
A seguir, iremos apresentar 
uma síntese sobre cada uma destas 
escolas, que foram, em sua maioria, 
nomeadas pelo zoólogo e evolucio-
nista Ernst Mayr. 
Escola Tradicional: Esta escola 
sistemática entende que as ativida-
des de classificação não necessitam 
de um embasamento filosófico, ou 
seja, ela não apresenta nem teoria 
nem método para ordenar o conhe-
cimento. As classificações são basea-
das no conhecimento de taxonomis-
tas profissionais e se realizam como 
uma atividade catalogatória seme-
lhante à de um colecionador de selos 
ou de moedas, que separa ou agrupa 
coisas considerando suas semelhan-
ças ou Diferenças. 
Os animais como a minhoca, a 
aranha, a estrela-do-mar e a lombri-
ga, ao contrário do cachorro, do ja-
caré e do peixe, não apresentam uma 
coluna vertebral. Desta forma, um 
pesquisador poderá classificá-los 
em dois grupos: 
 Grupo I: cachorro, jacaré e 
peixe; 
 Grupo II: minhoca, aranha, es-
trela-do-mar e lombriga. 
 
Assim, o pesquisador definiria 
o Grupo I de Vertebrados, por apre-
sentarem como característica “Colu-
na Vertebral”; e o Grupo II de Inver-
tebrados, por não apresentarem tal 
característica. Os grupos estudados 
foram reunidos considerando as 
maiores ou menores semelhanças 
observadas pelo pesquisador, a fim 
de organizar, em classes, a diversi-
dade biológica. 
Nessa escola, o pesquisador, 
mais do que qualquer um, seria o 
responsável por propor a classifica-
ção, através de sua sensibilidade e 
por conhecer as semelhanças e dife-
renças dos grupos. 
Embora a ideia de evolução 
seja amplamente difundida, e prova-
velmente aceita pelo pesquisador, 
não existe o compromisso de que tal 
conceito esteja presente no seu cri-
tério de classificação. 
Escola Fenética: Na Escola Fené-
tica (Termo criado por Mayr para 
 
 
13 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
designar a taxonomia numérica. A 
palavra tem origem grega: phaínein 
= mostrar, expressar + ethos = co-
mum a um grupo de indivíduos, sig-
nificando semelhança aparente co-
mum a um grupo), também denomi-
nada taxonomia numérica, a organi-
zação do conhecimento sobre a di-
versidade dos organismos se baseia 
em um conjunto de métodos mate-
máticos bem claros, porém não está 
fundamentada em uma teoria bioló-
gica. 
Este conjunto visa a reunir 
grupos animais com o maior núme-
ro possível de semelhanças observá-
veis. As características de cada orga-
nismo são quantificadas através de 
critérios matemáticos, e a similari-
dade entre eles é expressa por por-
centagens de semelhanças e distân-
cias geométricas entre os organis-
mos. Em função das distâncias cal-
culadas, os organismos são reunidos 
em grupos e subgrupos. 
A Escola Fenética surgiu na 
década de 1950, nos Estados Uni-
dos, coincidindo com o aparecimen-
to dos primeiros computadores de 
grande capacidade e das primeiras 
calculadoras científicas. Os feneti-
cistas, ao trabalharem com o maior 
número possível de semelhanças, 
desvinculam-se de um enfoque evo-
lutivo e das relações filogenéticas 
dos grupos estudados. 
Como observou o zoólogo e 
evolucionista George Gaylord Simp-
son, o grande problema da escola fe-
nética é o seguinte: “os membros de 
um grupo são similares porque eles 
têm um mesmo ancestral comum. 
Não é porque eles são similares que 
pertencem ao mesmo grupo”, assim 
como “dois irmãos não são gêmeos 
idênticos porque se parecem, mas 
porque são derivados do mesmo zi-
goto”. 
Os zoólogos Gary Brusca e Ri-
chard Brusca (1991) também usam 
uma analogia para explicar o proble-
ma de se considerar apenas a maior 
similaridade entre grupos: “dois pri-
mos podem se parecer mais um com 
o outro do que com os seus respecti-
vos irmãos, mas conhecendo a gene-
alogia da família sabemos que os ir-
mãos são mais relacionados uns aos 
outros do que cada um com seu 
primo”. 
A Escola Fenética apresenta 
alguns pontos em comum com a es-
cola tradicional, como a utilização 
de critérios de similaridade e, prin-
cipalmente, a não fundamentação 
na teoria evolutiva. Essencialmente, 
a Escola Fenética se diferencia da ta-
xonomia tradicional pelo emprego 
de métodos quantitativos e pela uti-
lização de um número maior de ca-
racterísticas semelhantes entre os 
organismos. 
 
 
 
14PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
Escola Evolutiva: A Escola Evolu-
tiva, também denominada Escola 
Gradista, ao contrário da tradicional 
e da fenética, está embasada na teo-
ria sintética da evolução, ou Neodar-
winismo. Contudo, os gradistas ou 
taxonomistas evolutivos não desen-
volveram nenhum método para or-
ganizar o conhecimento sobre a di-
versidade biológica. 
Os critérios para reunir grupos 
de organismos têm como suporte ao 
conceito de grados (Do latim gradus 
= passo, evolução, degrau, ordem). 
Os grados são definidos como a ex-
pressão dos graus da história evolu-
tiva dos grupos. Conforme este con-
ceito, um determinado grupo, que 
tenha Atingido a habilidade de ex-
plorar um ambiente muito diferente, 
receberia um status Separado do 
que têm seus ancestrais, ou seja, 
passaria de um grado para outro que 
lhe é superior. 
Um bom exemplo é encontra-
do entre os vertebrados. Os peixes, 
habitantes de ambientes aquáticos, 
representariam a forma mais pare-
cida com o ancestral dos demais ver-
tebrados. A invasão do ambiente ter-
restre seria um grado na história 
evolutiva dos vertebrados. Desta 
forma, os demais vertebrados que se 
adaptaram às novas condições do 
ambiente seriam reunidos em um 
novo grupo ou grado, o dos Tetrapo-
da que, como os peixes, apresentam 
sangue frio (Os animais de sangue 
frio são denominados pecilotérmi-
cos). 
Por sua vez, entre os Tetrapo-
da surgiram formas capazes de con-
trolar a temperatura corpórea, de-
nominadas animais de sangue quen-
te ou homeotérmicos. Tais formas 
teriam surgido como dois grados in-
dependentes: as aves com capaci-
dade de voo e com penas, e os mamí-
feros com pelos e glândulas mamá-
rias. 
Tanto a taxonomia tradicional 
como a evolutiva utilizam-se da in-
tuição como ferramenta para esta-
belecer o relacionamento entre gru-
pos de organismos, ou seja, não de-
monstram claramente como e o que 
fazem, estabelecendo grupos basea-
dos em critérios muito subjetivos. 
Escola Cladista: Esta escola siste-
mática trabalha com o método origi-
nalmente proposto por Willi Hennig 
(Willi Hennig (1913-1976) - Ento-
mólogo alemão, publicou em 1950 o 
livro Grundzüge einer Theorie der 
Phylogenetischen Systematik. Du-
rante 16 anos, suas ideias ficaram 
praticamente desconhecidas para a 
comunidade científica. Somente em 
1966, elas foram difundidas, com a 
publicação em inglês da síntese de 
seu método de reconstrução filoge-
nética, inicialmente denominada 
sistemática filogenética. Atualmen-
te, o termo mais utilizado para esta 
 
 
15 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
escola de pensamento é cladismo). O 
Cladismo, algumas vezes chamado 
de sistemática filogenética (Sistemá-
tica filogenética - Embora para al-
guns pesquisadores existem diferen-
ças entre sistemática filogenética e 
cladismo, a abordagem adotada nes-
ta disciplina considerará os dois ter-
mos como sinônimos), é fundamen-
tado na teoria da evolução orgânica 
e apresenta uma metodologia com-
patível com ela. Isto significa que os 
grupos são formados por relações de 
parentesco estabelecidas através de 
um ancestral comum. 
A meta principal dessa escola é 
propor hipóteses testáveis de relaci-
onamento genealógico entre grupos 
naturais. Estes são definidos como 
grupos formados por organismos 
que possuem um mesmo ancestral 
comum. 
Como uma metodologia siste-
mática, o Cladismo é baseado na 
passagem, do ancestral para seu 
descendente, das características que 
se modificam ao longo da genealo-
gia do grupo. O estabelecimento de 
agrupamentos naturais é determi-
nado a partir de características mo-
dificadas que são novidades evoluti-
vas, herdadas de um ancestral co-
mum que já as possuía. Disponível 
em: http://www.educacaopu-
blica.rj.gov.br/oficinas/ed_cien-
cias/peixes/quem/quem_falou/Bio- 
logiaComparadaeEscolasSistemati-
cas.html 
 
Critérios Gerais de Classifica-
ção 
 
Existem inúmeros critérios em 
que a classificação se pode basear, 
pois estes evoluíram tanto como a 
própria biologia. Inicialmente estes 
critérios eram de morfologia exter-
na, posteriormente surgiram os cri-
térios de morfologia interna e fisio-
logia, e, recentemente, passaram a 
ser considerados dados de embriolo-
gia, paleontologia, citologia e bio-
química. 
Os principais critérios de clas-
sificação atuais são: 
Morfologia: este tipo de critério é 
de grande importância, mesmo atu-
almente, mas deve ser usado com 
grandes precauções, pois indivíduos 
com aspecto diferente podem per-
tencer ao mesmo grupo, bem como 
indivíduos semelhantes podem não 
estar relacionados. Por este motivo 
deve-se estar particularmente aten-
to às seguintes situações: 
 Metamorfoses - o mesmo indi-
víduo passa por várias formas 
durante o seu desenvolvimen-
to pós-embrionário, como no 
caso dos insetos e alguns anfí-
bios. Neste caso corre-se o 
risco de classificar em espécies 
diferentes as várias formas; 
 
 
 
16 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
 Polimorfismo - indivíduos 
adultos podem apresentar di-
versas formas, como o caso 
dos cnidários, onde os adultos 
podem ser pólipos ou medu-
sas, ou no caso das abelhas; 
 Analogias - órgãos com origem 
embrionária diferente mas 
com formas semelhantes. A 
presença de analogias revela 
evolução convergente ou 
adaptação à ambiente seme-
lhante, não um parentesco dos 
organismos. 
 
Simetria corporal: alguns orga-
nismos são assimétricos, outros 
apresentam simetria em relação a 
um ou vários planos, que dividem o 
corpo em partes especulares (como 
um objeto e a sua imagem no espe-
lho). Assim, conforme o número de 
planos de simetria, um organismo 
pode ter simetria: 
 Bilateral - apresenta apenas 
um plano de simetria. Este é o 
caso mais comum, em que um 
plano sagital divide o ser em 
duas metades (esquerda e di-
reita). Este tipo de simetria 
pode ser secundariamente 
modificada, externamente (ca-
racol, por exemplo) ou inter-
namente (órgãos internos as-
simétricos, como no caso hu-
mano). Uma flor com simetria 
bilateral diz zigomórfica; 
 Radiada - simetria em relação 
a vários planos que se intersec-
tam num eixo pois a simetria 
existe em relação a um eixo, 
qualquer plano que intersecte 
o eixo divide o organismo em 
duas metades especulares. Es-
tes organismos são geralmente 
fixos, sendo esta simetria um 
modo de interagir mais facil-
mente em todas as direções. 
Uma flor com simetria radial 
diz actinomórfica; 
 Esférica - todo e qualquer pla-
no que intersecte o centro do 
organismo divide-o em duas 
metades especulares. Este tipo 
de simetria, muito rara, é tam-
bém designada por simetria 
em relação a um ponto. 
 
Nível de organização estrutu-
ral: este é um critério citológico de 
utilização relativamente recente: 
 Organização nuclear - nos pro-
cariontes não existe núcleo de-
limitado por membrana e o 
DNA não apresenta proteínas. 
A divisão celular faz-se por ge-
miparidade ou cissiparidade, o 
sistema sexual, quando existe, 
é unidirecional. Nos eucarion-
tes existe um núcleo organi-
zado e organitos. A divisão ce-
lular faz-se por mitose ou mei-
ose; 
 Número de células - os orga-
nismos podem ser unicelula-
res, multicelulares, solitários 
ou coloniais; 
 Grau de diferenciação corpo-
ral - a diferenciação celular po-
de existir ou não, bem como a 
presença de tecidos e órgãos; 
 Tipo de nutrição - o Sol é a fon-
te primária de energia para a 
 
 
17 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
vida e o carbono é um dos blo-
cos de construção da matéria 
orgânica. 
 
Assim, atendendo à Fonte de 
energia utilizada, os seres podem 
ser: 
 Autotróficos - organismos que 
utilizam uma fonte inorgânica 
de carbono (CO2 ou CO); 
 Heterotróficos - organismos 
que utilizam uma fonte orgâ-
nica de carbono; 
 Fototróficos - organismos queutilizam a energia luminosa 
para a síntese de matéria orgâ-
nica; 
 Quimiotróficos - organismos 
que utilizam energia química 
(respiração ou fermentação) 
para a síntese de matéria orgâ-
nica. Os seres foto e quimio-
autotróficos são produtores 
nos ecossistemas, sendo estes 
últimos responsáveis pela pro-
dução de matéria orgânica em 
meios onde a luz não penetra. 
Esta matéria orgânica é utili-
zada pelos seres heterotróficos 
por dois processos: 
 *ingestão - o indivíduo recebe 
os alimentos do exterior e de-
compõem-nos no seu interior. 
A digestão pode ser intracelu-
lar (por fagocitose em vacúo-
los digestivo, como nos protis-
tas, poríferos e cnidários) ou 
extracelular (em cavidades di-
gestivas especializadas para 
onde são lançadas as enzimas 
hidrolíticas, situação típica 
dos animais multicelulares); 
 *absorção - o organismo se-
grega para o exterior as enzi-
mas digestivas e absorve as 
moléculas simples, processo 
característico dos fungos; 
 Bioquímica - estudo compara-
tivo da composição molecular 
dos organismos permite esta-
belecer relações de parentesco 
entre eles. Estas técnicas bio-
químicas são especialmente 
úteis para a classificação de 
microrganismos, onde é difícil 
a aplicação de outros critérios; 
 Cariologia - estudo do carióti-
po, pois todos os indivíduos da 
mesma espécie apresentam 
número e morfologia dos cro-
mossomas igual, com exceção 
de organismos mutantes. Es-
tudos deste tipo são comple-
xos e os resultados apenas 
considerados como apoio de 
outras hipóteses; 
 Sexualidade - os organismos 
podem ser monóicos ou her-
mafroditas (dois sexos no 
mesmo indivíduo), dióicos ou 
gonocóricos (sexos separa-
dos); 
 Embriologia - este é, sem dúvi-
da, um dos mais importantes 
critérios de classificação, prin-
cipalmente em animais, pois 
tem sido considerado que pa-
drões de 
 Desenvolvimento semelhantes 
são indícios de relações filoge-
néticas próximas. 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
2. Taxonomia ou Sistemática 
 
 
Fonte: Biologia Net2 
 
areth Nelson (1970) considera 
que quaisquer comparações 
entre seres vivos são assuntos da 
“Biologia Comparada”, a qual ele 
considera um equivalente da própria 
Sistemática. A contraposição à Bio-
logia Comparada é a “Biologia Ge-
ral”, que trata de processos biológi-
cos; as duas juntas formam as Ciên-
cias Biológicas. 
A Sistemática seria, portanto, 
o ramo das Ciências Biológicas que 
estuda a diversidade dos seres vivos 
 
2 Retirado em https://www.biologianet.com/biodiversidade/classificacao-biologica-taxonomia.htm 
e os organiza em sistemas classifica-
tórios. Atualmente, o paradigma da 
área é que estes sistemas sejam con-
cordantes com a evolução dos gru-
pos biológicos, de tal forma que uma 
classificação seja a forma mais rá-
pida de acesso a uma fonte de dados 
imensa sobre a morfologia, fisiolo-
gia, biologia, biomoléculas, ecologia, 
etc. Ou seja, virtualmente qualquer 
sistema de caracteres que permita 
comparação entre diferentes orga-
nismos é uma ferramenta potencial 
G 
 
 20 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
para a Sistemática. Desta feita, a Sis-
temática pode ser considerada como 
uma Metaciência, subjacente a todas 
as outras áreas das Ciências Biológi-
cas. 
Só se pode conservar o que se 
conhece e, por isso, o primeiro está-
gio para conservar a biodiversidade 
é descrevê-la, mapeá-la e medi-la 
(MARGULES; PRESSEY, 2000 
apud MARQUES; LAMAS, 2006). 
Para tal, o trabalho do sistemata é 
essencial. Mais que isso, como polí-
tica para evitar a crise de biodiversi-
dade atual, possivelmente a maior já 
encontrada na história da Terra, a 
comunidade de sistematas deve ter 
uma visão comum, avaliar critica-
mente suas necessidades, estipular 
uma agenda de pesquisa ambiciosa, 
se apropriar de novas tecnologias e 
inequivocamente deixar claras suas 
aspirações (WHEELER ET AL, 2004 
apud MARQUES; LAMAS, 2006). 
 
Taxonomia Animal 
 
Taxonomia (do Grego verbo 
τασσε_ν ou tassein = “para classifi-
car” e νόμος Ou nomos = lei, ciência, 
administrar, cf “economia”) 
Com tantos tipos de animais e 
numerosos taxinomistas traba-
lhando para denomina-los e des-
crevê-los em diferentes países, po-
deriam surgir algumas confusões na 
nomenclatura. 
Por esse motivo é necessário 
obedecer certas regras para dar no-
mes aos animais; regras estas que só 
foram estabelecidas após os brilhan-
tes trabalhos do botânico Sueco Ca-
rolus Linnaeus em 1758 (Carlos Li-
neu). 
A espécie é a unidade básica da 
classificação biológica. É formada 
por um grupo de seres que possuem 
características comuns, e que são di-
ferentes dos seres dos outros grupos. 
Os indivíduos da mesma espé-
cie originam de antepassados co-
muns e através do cruzamento for-
mam novos descendentes férteis. 
Não existe cruzamento natural 
entre indivíduos de espécies diferen-
tes, quando ocorre são gerados des-
cendentes infecundos. 
O gênero é formado por duas 
ou mais espécies que possuem algu-
mas características em comuns. 
A família é formada por dois 
ou mais gêneros que possuem algu-
mas características em comuns. 
A ordem é formada por duas 
ou mais famílias que possuem algu-
mas características em comuns. 
A classe é formada por duas ou 
mais ordens que possuem algumas 
características em comuns. 
O filo é formado por duas ou 
mais classes que possuem algumas 
características em comuns. 
O reino é formado pelo con-
junto de todos os filos. 
 
 21 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
Existem também as categorias 
intermediárias, como subfilo, subes-
pécie, subgênero, subfamília, etc., 
estas são usadas para demonstrar os 
graus de parentescos mais próxi-
mos. 
 
Curiosidade... 
 
As paredes de muitas cavernas 
habitadas por homens pré-históri-
cos estão decoradas com figuras que 
reproduzem motivos variados, entre 
os quais predominam as silhuetas de 
cervos, bisões, javalis e outros ani-
mais. O interesse do homem pelo 
meio zoológico data, pois, das ori-
gens da espécie humana sobre a Ter-
ra. Embora o primeiro motivo da 
atração exercida pelos animais sobre 
o homem tenha sido, sem sombra de 
dúvida, a necessidade de alimento e 
a caça, o desejo de conhecer e domi-
nar as mais diversas espécies ani-
mais foi despertado também em 
função da própria inquietação inte-
lectual inerente ao gênero humano. 
Desde tempos muito remotos, por-
tanto, os animais estiveram presen-
tes no âmbito do mágico ou do sa-
grado, tiveram aproveitada sua for-
ça, pela domesticação de algumas 
espécies, e foram objeto de contem-
plação pela própria beleza. 
Da mesma forma que as de-
mais ciências naturais, a zoologia 
apresenta como traço fundamental a 
distinção de disciplinas subordina-
das que se ocupam de analisar, a 
partir de diferentes perspectivas e 
com diversas finalidades cada um 
dos aspectos - morfológico, fisiológi-
co, genético, evolutivo etc. - que in-
tegram a unidade biológica do reino 
animal. Também em analogia com o 
outro grande campo da pesquisa bi-
ológica - a botânica - a zoologia pro-
põe questões controvertidas no que 
se refere à classificação sistemática 
de determinadas espécies, geral-
mente unicelulares ou de escasso de-
senvolvimento evolutivo, que por al-
gumas de suas características po-
dem estar inseridas no reino animal 
e, por outras, no vegetal. 
Um caso paradigmático dessa 
fonte de discussão é o microrganis-
mo do gênero Euglena, dotado de 
capacidade de locomoção e capaz de 
capturar as substâncias que lhe ser-
vem de alimento, duas característi-
cas definitórias dos animais, mas 
que possui clorofila em sua estrutu-
ra celular, como as plantas. 
De fato, ao longo da história da 
zoologia, os pesquisadores encon-
traram grandes dificuldades na clas-
sificação sistemáticado reino ani-
mal, já que muitos de seus compo-
nentes apresentam caracteres que 
em primeira instância os excluiriam 
desse grupo taxionômico. Assim, são 
muitos os seres que, como as anê-
monas marinhas e as esponjas, pas- 
 
 22 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
sam praticamente todo seu ciclo vi-
tal fixados a um mesmo substrato, 
com o que satisfazem uma das con-
dições específicas do reino vegetal, e 
são muitas também as espécies de 
briozoários, hidróides e outros in-
vertebrados marinhos que exibem 
uma aparência externa compatível 
com as das plantas superiores. 
Transcendendo o meio da pu-
ra investigação científica, a zoologia 
abrange total ou parcialmente as 
mais diversas áreas do conhecimen-
to, ao mesmo tempo que se ocupa de 
um reino da natureza, o reino ani-
mal, cuja vinculação com o ser hu-
mano vem do fato de ser ele mesmo, 
o Homo sapiens, classificado no 
mais alto grau da escala zoológica. 
As mais ancestrais referências 
culturais de civilizações como a 
egípcia, a fenícia e a grega estão, de 
fato, indissoluvelmente ligadas à 
imagem e à noção de diferentes es-
pécies animais. Tanto o amplo pan-
teão do Egito faraônico, como a in-
findável plêiade de figuras imaginá-
ria da mitologia grega recorrem fre-
quentemente à iconografia animal 
para encarnar divindades, faunos, 
quimeras e outros seres fabulosos. 
Esse fato se repete também na maior 
parte das religiões surgidas na anti-
guidade. A simbologia alcança tam-
bém as crenças cristãs, nas quais, 
por exemplo, uma das referências 
essenciais, que são as três pessoas da 
Santíssima Trindade, inclui a ima-
gem da pomba para representar o 
Espírito Santo. 
Em outros contextos, a mesma 
imagem da pomba simboliza a espe-
rança, a paz e a pureza. 
Em interpretações certamente 
menos elevadas, ainda que não me-
nos fundamentais, o conhecimento 
zoológico se estende até setores co-
mo a economia, com especial aplica-
ção no que se refere às espécies des-
tinadas à alimentação, e até as ativi-
dades esportivas como o hipismo, a 
caça e a pesca (ENCYCLOPAEDIA 
BRITANNICA). 
 
Chave de Classificação Simpli-
ficada 
 
1. Invertebrados 
 
 Poríferos: esponjas; 
 Celenterados: corais (pólipos), 
águas-vivas (medusas); 
 Platelmintes: solitárias; 
 Nematelmintes: lombrigas; 
 Anelídios: minhocas; 
 Moluscos: polvos, lesmas; 
 Artrópodes: insetos, aracní-
dios, crustáceos; 
 Equinodermos: estelas-do-
mar. 
 
2. Cordados 
a. Protocordados 
 Urocordados: ascídia; 
 Cefalocordados: anfioxo. 
 
 23 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
b. Vertebrados 
 
 Peixes: ciclóstomos (agnatos), 
tubarões (cartilaginoso), sar-
dinha, dourado (Ósseos); 
 Anfíbios: sapos, salamandras; 
 Répteis: cobras, lagartos; 
 Aves: avestruzes, patos, gavi-
ões; 
 Mamíferos: ornitorrincos (oví-
paros), cangurus (marsupi-
ais), carnívoros, primatas (pla-
centários). 
 
Regras Básicas 
 
1. O nome dos animais devem 
ser escritos em latim (Lineu usou o 
latim, porque era a língua dos inte-
lectuais em sua época). 
2. Todo animal tem obrigatoria-
mente dois nomes no mínimo. O pri-
meiro é o do gênero e o segundo o da 
espécie (Sistema binominal criado 
por Lineu). Ex: Homo sapiens 
3. O nome do gênero deve ser 
sempre escrito com inicial maiús-
cula, e o da espécie com inicial mi-
núscula. Ex: Trypanosoma cruzi 
 
Quando se dá o nome específi-
co em homenagem a uma pessoa, 
como no exemplo acima, acrescen-
tamos a letra i no sobrenome do ho-
menageado se for do sexo mascu-
lino. Ex: Carlos Bates = batesi. 
Quando o Homenageado for 
feminino, acrescentamos ae no so-
brenome. Ex: Sônia Costa = costae. 
4. Quando existe subespécie, o 
seu nome deve ser escrito depois do 
da espécie e sempre com inicial mi-
núscula. 
Ex: Rhea americana darwing 
ou Apis mellifera adansoni 
 
5. Quando existe subgênero o seu 
nome deve ser escrito depois do 
nome do gênero, entre parênteses, e 
sempre com inicial maiúscula. 
Ex: Anofheles (nissurrhyn-
chus) darlingi 
 
6. O nome dos animais deve ser 
grifado ou deve se usar um tipo de 
letra diferente do texto, em geral usa 
o negrito ou caracteres itálicos. 
7. Se um gênero ou espécie foi 
descrito mais de uma vez, deve-se 
sempre usar o primeiro nome que o 
animal foi descrito, mesmo que seja 
errado. É a lei da prioridade. Expl. 
Trichuris trichiura é conhecido tam-
bém como tricocéfalo, em vista de 
ser usado durante muito tempo o 
nome Tricocephalus trichiuris. O 
nome mais antigo Trichuris - (thirix 
= cabelo; aura = cauda) significa 
cauda capilar. Quando se descobriu 
que a parte filiforme do verme cor-
respondia à extremidade cefálica e 
não caudal, procurou-se mudar o 
nome para Trichocephalus, o que 
não é permitido pela regra da priori-
dade. 
 
 24 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
8. Nos trabalhos científicos, de-
pois do nome da espécie coloca-se o 
nome do autor (o naturalista que a 
descreveu) e o ano da publicação do 
trabalho onde foi descrito. Expl. Tri-
atoma infestans - Klug, 1834. 
 
Obs. O nome do autor e data, 
citados entre parênteses, indicam 
que a espécie em questão foi descrita 
originalmente em gênero diversos 
do que aparece citado. Expl. Trypa-
nosoma cruzi (Chagas, 1909). Origi-
nalmente foi descrito como Schizo-
trypanum cruzi. Dias, em 1939 foi 
quem rivalidou. 
 
Mais Curiosidades... 
 
A criptozoologia é uma parte 
da zoologia que estuda animais des-
conhecidos, buscando evidências de 
sua existência. Essa ciência existe 
porque nem todos os seres vivos são 
conhecidos, muitas espécies de ani-
mais além de raras vivem em habi-
tats quase inacessíveis aos seres hu-
manos. 
Alguns biólogos se guiam atra-
vés de lendas ou relatos populares 
tentando provar a existência de se-
res como os pés grandes, yetis, 
monstros marinhos, etc., sendo que 
se tratam de cientistas respeitáveis e 
não de um grupo de fanáticos igno-
rantes. 
Na região do Amazonas exis-
tem cientistas tentando provar que 
um animal que aparece no folclore 
com o nome de mapinguarí pode ser 
o megatério ou preguiça gigante, 
mamífero muito comum no Brasil 
no período mioceno. 
Talvez um pequeno grupo iso-
lado possa ter se conservado em re-
giões remotas da floresta. Nos Esta-
dos Unidos, existem muitas pesqui-
sas tentando provar a existência dos 
pés grandes, um tipo de primata 
muito mais parecido com os seres 
humanos do que as espécies conhe-
cidas atualmente, que viveria em flo-
restas densas ou no alto de monta-
nhas remotas. Esse animal descrito 
por muitas pessoas é similar ao ho-
mem das neves, que viveria no Hi-
malaia. 
Alguns anos atrás se supunha 
que existiriam mamíferos que tives-
sem uma forma de vida similar à dos 
insetos sociais. Isso foi provado com 
a descoberta do rato toupeira pela-
do, um roedor que vive em colônias 
subterrâneas nos desertos da África 
do Sul. A única fêmea com capaci-
dade de se reproduzir (rainha) é bem 
maior que os outros membros do 
grupo, há divisão de tarefas e todos 
se sacrificam para a Manutenção do 
grupo. 
 
 
 
 
 25 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
Taxonomia Vegetal 
 
A classificação e sistematiza-
ção dos organismos vegetais consti-
tuiu uma permanente preocupação 
dos especialistas em botânica desde 
que essa disciplina começou a se 
constituir como ramo diferenciado 
das ciências naturais. 
Já na antiguidade clássica, Te-
ofrasto e Dioscórides estabeleceram 
os primeiros padrões de classifica-
ção vegetal, embora suas contribui-
ções ainda se achassem distantes da 
classificação fundamentada em cri-
térios filogenéticos e evolutivos que 
posteriormente prevaleceria. 
Assim, por exemplo, a classifi-
cação de Teofrasto se baseava nas 
características morfológicas exterio-
res das árvores, arbustos,subarbus-
tos e ervas, e tomava elementos ana-
tômicos e fisiológicos das raízes, 
caule, tecidos condutores etc. como 
traços diferenciadores. 
A partir da Idade Média, suce-
deram-se as tentativas de criar uma 
classificação global regida por crité-
rios racionais e registraram-se con-
tribuições de grandes homens de ci-
ência, como santo Alberto Magno, o 
árabe al-Biruni, Andrea Cesalpino e 
Marcelo Malpighi. 
A culminância dos esforços de 
classificação botânica se deu, po-
rém, com o surgimento do método 
criado pelo cientista sueco Lineu, 
pelo qual todos os vegetais são no-
meados pelo gênero e pela espécie, e 
das teorias da evolução e da seleção 
natural enunciadas pelo britânico 
Charles Darwin. Elementos intro-
duzidos em seguida no campo da ta-
xionomia vegetal acabaram por deli-
mitar, em termos precisos e rigoro-
samente científicos, as margens 
dentro das quais se dava a evolução 
do reino vegetal. 
Cabe assinalar a importância 
da diferenciação de dois grandes 
grupos: o dos talófitos e o dos cor-
mófitos. Os primeiros - algas, fun-
gos, liquens - apresentam tecidos 
sem diversificação fisiológica deno-
minado talo, enquanto os cormófi-
tos - musgos, fetos e plantas superi-
ores - são dotados de estrutura em 
cormo, eixo longitudinal constituído 
de raiz, caule e folhas. 
Apesar dos avanços registra-
dos na classificação das espécies ve-
getais, restam ainda controvérsias 
no que se refere à abrangência de 
cada grupo. São muitos os botânicos 
que defendem, por exemplo, a exclu-
são dos fungos do reino 
Vegetal em razão de sua carên-
cia de função fotossintética, enquan-
to outros defendem a dupla inclusão 
de certas espécies de algas unicelu-
lares no campo da botânica e da mi-
crobiologia (ENCYCLOPAEDIA 
BRITANNICA). 
 
 
 26 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
Botânica Aplicada 
 
Em virtude do interesse que 
pode apresentar sua aplicação, a 
grande maioria dos vegetais que me-
recem especial atenção dos pesqui-
sadores botânicos é de plantas supe-
riores - gimnospermas e angiosper-
mas, razão pela qual sua distribuição 
costuma obedecer a critérios funcio-
nais, não só opostos como comple-
mentares aos estritamente taxionô-
micos. 
A partir dessa premissa, en-
contram-se múltiplos critério usa-
dos para ordenar as espécies vege-
tais superiores, nos quais intervêm 
fatores morfológicos, como os que 
distinguem espécies arbóreas, ar-
bustivas e herbáceas, e fatores con-
dicionantes, relacionados à aplica-
ção de cada espécie, que permitem 
diferenciar plantas comestíveis, me-
dicinais, fornecedoras de fibras têx-
teis etc. 
Destacam-se entre os vegetais 
superiores as grandes espécies arbó-
reas, que apresenta grande varie-
dade de formas, dimensões e meios 
de desenvolvimento (ENCYCLOPA-
EDIA BRITANNICA). 
 
Chave de Classificação Simpli-
ficada 
 
1. Criptógamas 
 Talófitas: algas pluricelulares 
 Briófitas: hepáticas, antóceros 
e musgos 
 Pteridófitas: samambaias 
 
2. Fanerógamas 
 
 Gimnospermas: pinheiros, 
abetos 
 Angiospermas: árvores frutí-
feras, leguminosas, cactos, etc. 
 
Botânica Antiga e Moderna 
 
Entre os primeiros estudos bo-
tânicos, escritos por volta de 300 
a.C., estão dois grandes tratados de 
Teofrasto: “Sobre a História das 
Plantas” (História Plantarum) e 
“Sobre as Causas das Plantas”. Jun-
tos, estes livros constituem-se na 
contribuição mais importante à ci-
ência botânica durante a antigui-
dade e a Idade Média. O médico e es-
critor romano Dioscórides, fornece 
importantes evidências sobre o co-
nhecimento das plantas entre gregos 
e romanos. 
Em 1665, usando um micros-
cópio primitivo, Robert Hooke des-
cobriu células em cortiça; pouco 
tempo depois em tecidos vegetais vi-
vos. O alemão Leonhart Fuchs, o su-
íço Conrad Gessner, e os autores bri-
tânicos Nicholas Culpeper e John 
Gerard, publicaram herbais (livros 
sobre ervas) com informações de 
usos das plantas. 
 
 
 27 
PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
Chegando à modernidade, 
uma quantidade considerável de co-
nhecimento é gerada, hoje em dia, 
pelo estudo de plantas “modelo”, co-
mo Arabidopsis thaliana. Esta mos-
tarda ruderal foi uma das primeiras 
plantas a ter seu genoma sequenci-
ado. Outras mais comercialmente 
importantes como arroz, trigo, mi-
lho e soja estão tendo seu genoma 
sequenciado, embora algumas delas 
sejam mais desafiadoras por possuí-
rem mais de uma cópia de seus cro-
mossomos, uma condição conhecida 
como poliploidia. A alga verde uni-
celular Chlamydomonas reinhardtii 
é outro organismo modelo que tem 
sido extensivamente estudado e for-
nece importantes informações sobre 
a biologia celular. 
 
Por que Estudar as Plantas? 
 
As plantas são fundamentais 
para a vida na Terra. Elas geram oxi-
gênio, alimento, fibras, combustí-
veis e remédios que permitem aos 
humanos e outras formas de vida 
existir. Enquanto realizam tudo isso, 
as plantas ainda absorvem dióxido 
de carbono, um importante gás do 
efeito estufa, através da fotossíntese. 
Uma boa compreensão das plantas é 
crucial para o futuro de nossa socie-
dade, já que nos permite: 
 Alimentar o mundo; 
 Entender processos funda-
mentais; 
 Utilizar remédios e materiais; 
 Entender mudanças ambien-
tais. 
 
Vale lembrar...classificação 
geral: 
 Reino; 
 Filo (animais)/Divisão (plan-
tas); 
 Subfilo/Subdivisão; 
 Superclasse; 
 Classe; 
 Subclasse; 
 Superordem; 
 Ordem; 
 Subordem; 
 Superfamília; 
 Família; 
 Subfamília; 
 Gênero; 
 Subgênero; 
 Espécie; 
 Subespécie; 
 Como exemplo, considere-sea 
classificação do Ser humano; 
 Reino: Animalia; 
 Filo: Cordado; 
 Classe: Mamífero; 
 Ordem: Primata; 
 Família: Hominidae; 
 Gênero: Homo; 
 Espécie: Sapiens. 
 
 
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PRINCÍPIOS DE ZOOLOGIA, BOTÂNICA, MICROBIOLOGIA E MICROLOGIA 
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