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INTRODUCAO A ZOOLOGIA E BOTANICA

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INTRODUÇÃO À ZOOLOGIA E 
BOTÂNICA 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Sejam bem-vindos aos cursos oferecidos pela Faculdade Nova Ateneu. Nós 
agradecemos pela escolha dos que se candidataram a esta especialização, 
procurando referências atualizadas para dar continuidade aos seus estudos e 
estamos empenhados em oferecer as melhores condições para que você alcance 
seus objetivos. 
A partir de 1996 em que a legislação entrou em vigor no Brasil com a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Educação a Distância (EaD) tem 
experimentado transformações, devido a inúmeros decretos, leis e portarias que são 
constantemente escritos, avaliados e atualizados. 
O decreto 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta o Art. 80 da LDB, 
permite a EaD estabelecer uma política de garantia de qualidade em todos os níveis 
e modalidades educacionais. Por isso, nossos cursos possuem um cenário 
privilegiado com uma equipe multidisciplinar que propõe uma contribuição para a 
formação de um indivíduo autônomo que busca desenvolver um aprendizado 
contínuo, reflexivo e inovador. 
Neste cenário, a prática educativa e a postura do aluno de aprender a 
aprender é uma questão que determina a eficácia do processo de construção do 
conhecimento. Isso exige compromisso do aluno com o curso, além de um bom 
computador com conexão mais rápida à internet para organizar seus estudos. 
Devido à flexibilidade de horários para estudar na modalidade EaD, os alunos 
necessitam empenhar-se para realizar as atividades dentro do prazo proposto, 
organizando seu tempo para acompanhar o conteúdo de maneira ativa e autônoma, 
assumindo uma postura protagonista na busca de uma aprendizagem significativa 
que engrandece o ensino a distância, fazendo a diferença na sua formação. 
Desejamos despertar a motivação interna em nosso aluno que vai se 
estruturar na medida em que perceber o valor daquilo que lhe é ensinado, 
procurando contribuir com a qualidade de nosso material didático e atividades 
propostas pela disciplina em curso na construção do conhecimento de “dentro para 
fora” como afirmado pelas pesquisas em neurociências e verificado por Jean Piaget: 
“você só sabe realmente o que construiu de forma autônoma”. 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. BIOLOGIA GERAL X BIOLOGIA COMPARADA .................................................. 4 
1.1 Diversidade biológica ........................................................................................ 6 
1.2 Sistemática e taxonomia ................................................................................... 7 
1.3 Escolas Sistemáticas ...................................................................................... 10 
1.4 Critérios gerais de classificação ...................................................................... 13 
2 TAXONOMIA OU SISTEMÁTICA .......................................................................... 16 
3 TAXONOMIA ANIMAL .......................................................................................... 17 
3.1 Chave de classificação simplificada ................................................................ 18 
3.2 Regras básicas ............................................................................................... 19 
4 TAXONOMIA VEGETAL ....................................................................................... 21 
4.1 Botânica aplicada ............................................................................................ 22 
4.2 Chave de classificação simplificada ................................................................ 22 
4.3 Botânica antiga e moderna ............................................................................. 22 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 24 
AVALIAÇÃO .................................................................... Erro! Indicador não definido. 
GABARITO ...................................................................... Erro! Indicador não definido. 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
1. BIOLOGIA GERAL X BIOLOGIA COMPARADA 
 
Em Biologia costuma-se agrupar as disciplinas em dois campos: Biologia 
geral e Biologia comparada. 
A Biologia geral, que inclui fisiologia, bioquímica, biologia molecular, 
genética, ecologia e evolução, estuda, com ajuda de métodos experimentais, os 
mecanismos e os processos que governam os seres vivos. 
A Biologia comparada que inclui sistemática, biogeografia, paleontologia e 
embriologia, estuda a diversidade das espécies e das categorias taxonômicas 
superiores usando o método comparativo, mais que o experimental, para descobrir 
padrões bióticos. 
A sistemática é a disciplina da Biologia comparada que se ocupa dos 
métodos para estimar as relações filogenéticas dos seres vivos, ou seja, para 
reconstruir suas relações de parentesco. 
Por sua vez, a taxonomia é a parte da sistemática que se ocupa das regras e 
dos princípios a serem usados para comunicar os resultados da análise sistemática. 
Um dos métodos que tem sido utilizado mais frequentemente para pesquisar 
as relações de parentesco (ou filogenéticas) é o cladístico. Esse método utiliza 
caracteres sinapomórficos como indicadores de parentesco. 
Caracteres sinapomórficos (ou sinapomorfias) são caracteres homólogos 
derivados, herdados de um ancestral comum recente por dois ou mais táxons e que 
permitem reuni-los em grupos monofiléticos, que na maioria dos casos mostra um 
padrão ramificado. O resultado é resumido em um gráfico, denominado cladograma, 
que apresenta a distribuição de caracteres. 
O cladograma é transformado em uma árvore filogenética (Figura 1 abaixo), 
quando interpretado do ponto de vista temporal e quando assume-se que cada ponto 
de ramificação (nodo) representa um ancestral, real ou hipotético e que cada ramo 
representa uma linhagem evolutiva de um dado grupo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 – Árvore filogenética 
 
 
 
Neste novo contexto, a Zoologia deixou de ser uma ciência puramente 
descritiva para se tornar uma ciência com objetivos mais amplos. Atualmente, além 
de descrever a diversidade animal, ela procura também estabelecer relações entre 
os animais e entre estes e o meio ambiente. 
Desta forma, faz-se necessária uma introdução aos métodos de estudo 
comparativos utilizados nesta nova óptica da Zoologia. Desse modo, dependendo do 
enfoque, a Biologia pode ser desmembrada nos dois ramos principais falados 
inicialmente: Biologia Geral e Biologia Comparada. 
Na Biologia Geral, são estudados os processos biológicos dos organismos, 
caso a caso. Um fisiologista, por exemplo, pode estudar como funciona um 
determinado órgão excretor, como ele filtra os líquidos corpóreos e/ou como 
reabsorve íons e moléculas. 
Um bioquímico pode estar interessado em estudar o funcionamento de uma 
determinada proteína, verificando a que temperatura ela desnatura, ou seja, tem 
suas características alteradas, a qual sítio se liga, e assim por diante. 
De forma similar, um zoólogo pode estar interessado no comportamento de 
uma espécie de macaco, passando a observar como ele corteja a fêmea, como se 
comporta perante o grupo e quais estratégias utiliza para obter alimento. 
Portanto, o objeto de estudo da Biologia Geral é um organismo, um órgão ou 
uma determinada molécula, não requerendo, na maioria dos casos, um estudo 
comparativo que permita estabelecer grau de parentesco ou ancestralidade. 
A Biologia Comparada, por sua vez, representa o ramo que estuda 
diferentes grupos de organismos, comparando-os quanto às suas formas ou 
 
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estruturas. Um fisiologista, neste ramo da Biologia, pode comparar as diversas 
estruturas excretórias observadas em diferentes grupos de animais e, dessa forma, 
avaliar o que é comum aos vários grupos e o que lhes é diferente. 
Já um bioquímico pode estudar a ocorrência de uma determinada proteína 
em diferentes grupos animais. Esse mesmo pesquisador pode avaliar a similaridade 
entre elas e a possível relação entre a existência dessas proteínas em determinados 
organismos, associando-as ao tipo de vida dos organismos ou ao ambiente onde 
vivem. 
Um zoólogo pode estudar a ocorrência de uma determinada estrutura ou de 
um comportamento em diferentes grupos animais: pode comparar o comportamento 
de cortejo do macho de um macaco ao de uma ave e ao de um inseto. 
Estudos comparativos permitem avaliar se uma determinada estrutura, ou 
um determinado comportamento, surgiu de forma independente nos diversos grupos. 
O surgimento independente pode ter ocorrido como uma adaptação ao ambiente e 
ao modo de vida. 
Tal estrutura ou comportamento, que ocorre em diversos grupos, pode ter 
sido herdado de um ancestral comum a estes, estabelecendo, portanto, um grau de 
parentesco. 
A Biologia Comparada tem uma visão evolutiva sem a qual se torna difícil a 
compreensão dos aspectos naturais e da diversidade biológica. Logo, a Biologia 
Comparada, em um sentido amplo, é o estudo da diversidade biológica numa 
perspectiva histórica. 
Nesse novo enfoque, a Zoologia estuda os animais numa perspectiva 
comparativa e histórica. 
 
1.1 Diversidade biológica 
O estudo da Biologia Comparada requer um conhecimento da diversidade 
biológica, que pode expressar-se por, pelo menos, duas formas: 
 Diversidade de organismos; 
 Diversidade de caracteres dos organismos, ou seja, de estruturas, moléculas 
e comportamentos. 
Para um leigo, pode parecer que a diversidade biológica é pequena e bem 
conhecida. No entanto, trata-se de uma visão muito restrita, já tendo sido descritas 
cerca de 5 milhões de espécies de animais, plantas e demais grupos. 
Estudos efetuados em florestas tropicais mostram que a diversidade nesses 
ambientes é muito maior do que se conhece atualmente. Estima-se que o número de 
artrópodes pode chegar a mais de 2 milhões de espécies. Além disso, muitas 
espécies marinhas de grandes profundidades são, praticamente, desconhecidas. 
Dessa forma, acredita-se que a diversidade biológica é muito maior do que se 
conhece atualmente. 
A Biologia Comparada compõe-se de três elementos distintos: 
1. Descrição dos organismos e as semelhanças e diferenças nas suas 
características. 
2. História do organismo no tempo. 
3. História da distribuição destes organismos no espaço. 
 
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1.2 Sistemática e taxonomia 
Deste modo, a classificação é um meio de tornar inteligível a complexidade 
do mundo vivo, agrupando os organismos em categorias, segundo critérios 
preestabelecidos. 
Para que se possa continuar, é necessário fixar em mente alguns termos, 
bem como o seu significado exato, vamos lá: 
 Sistemática – estudo da diversidade, descrição dos organismos, incluindo a 
sua filogenia; 
 Taxonomia – estudo da classificação, incluindo nomes, normas e princípios; 
 Classificação – ordenação dos seres vivos em grupos, com base em 
parentesco, semelhança morfológica, entre outros, e sua hierarquização. 
Deste modo, a classificação tem por objetivo a economia de pensamento, a 
facilidade de manuseio, a formulação de hipóteses de investigação e previsões. 
As classificações devem ser estáveis e conter informação sobre a 
semelhança morfológica, relações evolutivas, entre outros aspectos. 
Desde tempos imemoriais que a classificação dos organismos vivos teve 
como base a tentativa de organização e simplificação dos sistemas vivos, logo os 
primeiros sistemas de classificação eram práticos e arbitrários, ou seja, 
classificavase de acordo com a utilidade, interesse econômico, etc. 
Esta classificação era não racional, pois agrupavam-se organismos que não 
apresentavam nenhuma relação apenas porque preenchiam uma determinada 
propriedade (eram saborosos ou perigosos, por exemplo). 
Estas classificações também são consideradas empíricas, ou seja, não 
seguem um raciocínio científico, não utilizam caracteres observáveis pertencentes 
aos organismos (ser saboroso depende de quem classifica, não é uma propriedade 
inerente ao organismo, como seria a cor verde, por exemplo), apenas servem 
necessidades humanas básicas, como a alimentação e a defesa. 
Aristóteles foi o primeiro naturalista a classificar os organismos vivos de 
acordo com as suas características morfológicas, anatômicas e fisiológicas, obtendo, 
nos animais, dois grupos: 
 Enaima – animais de sangue vermelho, ovíparos e vivíparos; 
 Anaima – animais sem sangue vermelho. 
Um preconceito introduzido por Aristóteles foi o fato de todos os 
animais serem móveis e todas as plantas imóveis, fato que se manteve até ao século 
XVII. 
A classificação de Aristóteles é racional, pois baseia-se em características 
inerentes aos animais. No entanto, todas estas classificações, quer as práticas, quer 
as racionais ou científicas, são artificiais, baseiam-se num reduzido número de 
caracteres, por vezes apenas um, originando grupos extremamente heterogêneos. 
Esses caracteres são escolhidos arbitrariamente, ignorando outras 
características, reunindo na mesma categoria organismos pouco relacionados entre 
si (agrupar animais que voam, plantas pelo fato de terem um certo tamanho, etc.). 
A moderna classificação biológica teve início com Lineu (sec. XVII), cujos 
trabalhos produziram uma classificação, pelo menos a nível dos animais, não muito 
diferente da de Aristóteles. 
Lineu classificou todos os organismos conhecidos na época em categorias 
que designou por espécies. Agrupou as espécies em gêneros, estes em famílias, 
 
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ordens e classes. Posteriormente foram criadas mais duas categorias, divisão 
(plantas) ou filo (animais), que englobam as classes. Lineu foi, também, o criador da 
chamada nomenclatura binomial latina, ainda hoje utilizada. 
A classificação de Lineu, o Systema Naturae, é racional, mas artificial pois 
por vezes usava apenas um caráter, como no caso de plantas em que apenas 
considerava distintivo o número e localização dos estames na flor. 
Lineu considerava que a natureza e número das espécies era constante e 
inalterável – Fixismo -, pois cada indivíduo era comparado com um ideal, um padrão 
fixo – essencialismo. 
Vários autores da época criticaram a classificação de Lineu, nomeadamente 
Buffon, que negou a existência de classes, ordens, etc., na natureza, 
considerandoas, corretamente, uma criação da mente dos cientistas. 
Com os descobrimentos, a enorme quantidade e variedade de organismos 
novos levou à necessidade de uma classificação baseada num maior número de 
caracteres – classificação natural. No entanto, estas classificações continuavam a 
ser fixistas. 
Este período de enormes descobertas, também no campo biológico, levou 
ao desaparecimento dos naturalistas e ao surgimento de especialistas em cada 
campo da biologia (mamologistas, herpetologistas, etc.). 
Apenas em 1859, com a Teoria da Evolução de Darwin, os sistemas de 
classificação passaram a ter em conta e história evolutiva dos organismos. 
Estas classificações filogenéticas ou evolutivas pretendem traduzir a posição 
de cada organismo em relação aos seus antepassados, bem como as relações 
genéticas entre os diferentes organismos atuais. Até esta altura apenas eram 
considerados dois reinos, Animalia e Plantae, mas em meados do século XIX foi 
criado um terceiro Reino, o Reino Protista, no qual foram incluídos os seres cuja 
classificação era incômoda ou pouco clara. 
A partirde 1920, com a descoberta da teoria da hereditariedade 
cromossômica, os microscópios eletrônicos, etc, surge a sistemática, uma nova 
ciência, que faz a classificação usando todos os novos dados, não se limitando à 
morfologia. O conceito de população e de fundo genético também tiveram grande 
importância no desenvolvimento da sistemática. 
Nos anos 1960 passou a recorrer-se, também, à bioquímica para determinar 
as relações filogenéticas, sendo, atualmente, a genética molecular uma das 
principais bases da classificação de organismos. Os computadores, com a sua 
capacidade de comparar em tempo útil centenas de caracteres, tornaram-se 
fundamentais, de tal modo que deram origem à chamada taxonomia numérica. 
O objetivo principal da moderna taxonomia é produzir um sistema de 
classificações que relacione as espécies semelhantes e originárias de um ancestral 
comum. 
Contudo, as dificuldades são várias e difíceis de ultrapassar, como se 
observa nos pontos abaixo: 
 Registro fóssil – é escasso ou inexistente, como no caso dos microrganismos; 
 Divergência – a partir de um mesmo ancestral, as espécies evoluem para 
diversos fenótipos atuais; 
 Convergência – espécies com antepassados distintos adquirem estruturas 
análogas por adaptação a meios semelhantes; 
 
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 Redução – em certos grupos de organismos existem simplificações em 
relação a certos caracteres, o que pode se tomado por primitivismo; 
 Subjetividade – as relações filogenéticas são o resultado de uma 
interpretação dos fatos por parte do investigador, logo podem ser 
influenciadas pelo seu passado científico e emocional. 
Atualmente existem três escolas principais de classificação, de acordo com o 
ponto de vista do taxonomista e com o objetivo da classificação. No entanto, cada 
uma destas escolas reflete o pensamento de uma época, dependendo dos 
conhecimentos científicos que existem, não podendo considerar-se que exista uma 
classificação definitiva. 
 
Sistemática filogenética 
Nas décadas de 1950/60, o entomólogo alemão Willi Hennig, ao lançar os 
fundamentos de sua teoria denominada sistemática filogenética, provocou uma 
revolução no conceito de sistemática, por incorporar a evolução biológica em seu 
método. 
Conceitos já estabelecidos por Darwin, como os de organismos ancestrais e 
descendentes com modificações, foram incluídos nesta teoria. As contribuições mais 
importantes de Hennig foram as de fornecer uma definição precisa de 
relacionamento biológico e de desenvolver uma metodologia capaz de reconstruir as 
relações de parentesco entre as espécies. 
De forma geral, no método proposto por Hennig, o conceito de 
relacionamento entre grupos animais é relativo e está ilustrado na figura 2 abaixo: 
2 – Relacionamento entre grupos animais 
 
Considerando este método, acompanhe com atenção o seguinte 
desenvolvimento. 
A sardinha e a lagartixa são mais relacionadas entre si do que o são com o 
tubarão ou com a estrela-do-mar. Isto acontece porque a sardinha e a lagartixa se 
originaram do ancestral comum denominado X. Neste caso, X é um ancestral 
 
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exclusivo da sardinha e da lagartixa e somente deles, não sendo ancestral do 
tubarão e nem da estrela-do-mar. 
Por sua vez, o tubarão tem em comum com a sardinha e a lagartixa o 
ancestral Y, o qual não é o mesmo ancestral da estrela-do-mar. 
Levando-se em conta a história evolutiva, pode-se considerar que um animal 
ancestral Z, que viveu no tempo 0 (T0), originou, no tempo 1 (T1), dois animais 
diferentes: a estrela-do-mar e o animal ancestral Y. Em T2, o ancestral Y originou o 
tubarão e o animal ancestral X que, por sua vez, em T3, originou a sardinha e a 
lagartixa. 
Apesar das semelhanças de forma entre o tubarão e a sardinha, ambos 
denominados peixes, a afinidade maior da sardinha é com a lagartixa, devido ao fato 
de ambas compartilharem um ancestral comum X. Portanto, considera-se a sardinha 
como pertencente ao grupo-irmão da lagartixa e, por sua vez, o tubarão como 
pertencente ao grupo-irmão que inclui a sardinha e a lagartixa. 
Hennig mostrou, com o seu método, como a sistemática deve refletir a 
história evolutiva dos grupos em uma relação de descendência com ancestralidade 
comum. 
O conceito de sistemática foi então ampliado, tendo por principais objetivos: 
 Descrever a diversidade biológica. 
 Estudar e ordenar as relações filogenéticas entre grupos. 
 Compreender como se originou a diversidade. 
 Criar um sistema de classificação para ordenar a diversidade biológica. 
Atualmente, a sistemática é uma ciência complexa, interpretativa e 
experimental e inclui uma gama enorme de diferentes áreas da investigação 
biológica, como a Ecologia de Populações, a Biogeografia e a Genética. 
A sistemática é importante não apenas para conhecer a diversidade de 
formas, mas também para que se possa avaliar a história da vida no planeta, como 
surgiram estas formas e quais as condições ambientais que permitiram o seu 
aparecimento. 
É essencial que o estudante de Biologia tenha uma noção básica acerca das 
principais escolas sistemáticas, ou taxonômicas, e as teorias atuais de classificação 
e reconstrução filogenética. Vamos, então, tratar delas agora. 
 
1.3 Escolas Sistemáticas 
Na sistemática, as linhas ou escolas de pensamento têm por objetivo 
principal explicar e ordenar a natureza da diversidade dos organismos. 
Os animais são reunidos em função de critérios de semelhanças, formando 
grupos e subgrupos, conforme a maior ou menor afinidade. Normalmente, os 
resultados dessa ordenação são apresentados na forma de classificações, árvores 
genealógicas ou sob a forma de um texto, narrando, discutindo e estabelecendo a 
história evolutiva dos grupos, também denominada Cenário Evolutivo. 
As diferenças quanto aos critérios utilizados para reunir os grupos de 
organismos, a utilização ou não do conceito de evolução e as teorias nas quais se 
baseiam para classificar os animais fazem com que os próprios pesquisadores sejam 
agrupados em diferentes escolas sistemáticas. 
A seguir, iremos apresentar uma síntese sobre cada uma destas escolas, 
que foram, em sua maioria, nomeadas pelo zoólogo e evolucionista Ernst Mayr. 
 
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Escola Tradicional - Esta escola sistemática entende que as atividades de 
classificação não necessitam de um embasamento filosófico, ou seja, ela não 
apresenta nem teoria nem método para ordenar o conhecimento. As classificações 
são baseadas no conhecimento de taxonomistas profissionais e se realizam como 
uma atividade catalogatória semelhante à de um colecionador de selos ou de 
moedas, que separa ou agrupa coisas considerando suas semelhanças ou 
diferenças. 
Os animais como a minhoca, a aranha, a estrela-do-mar e a lombriga, ao 
contrário do cachorro, do jacaré e do peixe, não apresentam uma coluna vertebral. 
Desta forma, um pesquisador poderá classificá-los em dois grupos: 
Grupo I: cachorro, jacaré e peixe; 
Grupo II: minhoca, aranha, estrela-do-mar e lombriga. 
Assim, o pesquisador definiria o Grupo I de Vertebrados, por apresentarem 
como característica “Coluna Vertebral”; e o Grupo II de Invertebrados, por não 
apresentarem tal característica. 
Os grupos estudados foram reunidos considerando as maiores ou menores 
semelhanças observadas pelo pesquisador, a fim de organizar, em classes, a 
diversidade biológica. 
Nessa escola, o pesquisador, mais do que qualquer um, seria o responsável 
por propor a classificação, através de sua sensibilidade e por conhecer as 
semelhanças e diferenças dos grupos. 
Embora a ideia de evolução seja amplamente difundida, e provavelmente 
aceita pelo pesquisador, não existe o compromisso de que tal conceito esteja 
presente no seu critério de classificação. 
Escola Fenética - NaEscola Fenética1, também denominada taxonomia 
numérica, a organização do conhecimento sobre a diversidade dos organismos se 
baseia em um conjunto de métodos matemáticos bem claros, porém não está 
fundamentada em uma teoria biológica. 
Este conjunto visa a reunir grupos animais com o maior número possível de 
semelhanças observáveis. As características de cada organismo são quantificadas 
através de critérios matemáticos, e a similaridade entre eles é expressa por 
porcentagens de semelhanças e distâncias geométricas entre os organismos. Em 
função das distâncias calculadas, os organismos são reunidos em grupos e 
subgrupos. 
A Escola Fenética surgiu na década de 1950, nos Estados Unidos, 
coincidindo com o aparecimento dos primeiros computadores de grande capacidade 
e das primeiras calculadoras científicas. Os feneticistas, ao trabalharem com o maior 
número possível de semelhanças, desvinculam-se de um enfoque evolutivo e das 
relações filogenéticas dos grupos estudados. 
Como observou o zoólogo e evolucionista George Gaylord Simpson, o 
grande problema da escola fenética é o seguinte: “os membros de um grupo são 
similares porque eles têm um mesmo ancestral comum. Não é porque eles são 
similares que pertencem ao mesmo grupo”, assim como “dois irmãos não são 
gêmeos idênticos porque se parecem, mas porque são derivados do mesmo zigoto”. 
 
1 Termo criado por Mayr para designar a taxonomia numérica. A palavra tem origem grega: phaínein 
= mostrar, expressar + ethos = comum a um grupo de indivíduos, significando semelhança aparente 
comum a um grupo 
 
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Os zoólogos Gary Brusca e Richard Brusca (1991) também usam uma 
analogia para explicar o problema de se considerar apenas a maior similaridade 
entre grupos: “dois primos podem se parecer mais um com o outro do que com os 
seus respectivos irmãos, mas conhecendo a genealogia da família sabemos que os 
irmãos são mais relacionados uns aos outros do que cada um com seu primo”. 
A Escola Fenética apresenta alguns pontos em comum com a escola 
tradicional, como a utilização de critérios de similaridade e, principalmente, a não 
fundamentação na teoria evolutiva. Essencialmente, a Escola Fenética se diferencia 
da taxonomia tradicional pelo emprego de métodos quantitativos e pela utilização de 
um número maior de características semelhantes entre os organismos. 
Escola Evolutiva - A Escola Evolutiva, também denominada Escola 
Gradista, ao contrário da tradicional e da fenética, está embasada na teoria sintética 
da evolução, ou Neodarwinismo. Contudo, os gradistas ou taxonomistas evolutivos 
não desenvolveram nenhum método para organizar o conhecimento sobre a 
diversidade biológica. 
Os critérios para reunir grupos de organismos têm como suporte o conceito 
de grados2. Os grados são definidos como a expressão dos graus da história 
evolutiva dos grupos. Conforme este conceito, um determinado grupo, que tenha 
atingido a habilidade de explorar um ambiente muito diferente, receberia um status 
separado do que têm seus ancestrais, ou seja, passaria de um grado para outro que 
lhe é superior. 
Um bom exemplo é encontrado entre os vertebrados. Os peixes, habitantes 
de ambientes aquáticos, representariam a forma mais parecida com o ancestral dos 
demais vertebrados. A invasão do ambiente terrestre seria um grado na história 
evolutiva dos vertebrados. Desta forma, os demais vertebrados que se adaptaram às 
novas condições do ambiente seriam reunidos em um novo grupo ou grado, o dos 
Tetrapoda que, como os peixes, apresentam sangue frio3. 
Por sua vez, entre os Tetrapoda surgiram formas capazes de controlar a 
temperatura corpórea, denominadas animais de sangue quente ou homeotérmicos. 
Tais formas teriam surgido como dois grados independentes: as aves com 
capacidade de voo e com penas, e os mamíferos com pelos e glândulas mamárias. 
Tanto a taxonomia tradicional como a evolutiva utilizam-se da intuição como 
ferramenta para estabelecer o relacionamento entre grupos de organismos, ou seja, 
não demonstram claramente como e o que fazem, estabelecendo grupos baseados 
em critérios muito subjetivos. 
Escola Cladista - Esta escola sistemática trabalha com o método 
originalmente proposto por Willi Hennig4. O Cladismo, algumas vezes chamado de 
sistemática filogenética5, é fundamentado na teoria da evolução orgânica e 
apresenta uma metodologia compatível com ela. Isto significa que os grupos são 
formados por relações de parentesco estabelecidas através de um ancestral comum. 
 
2 Grados - Do latim gradus = passo, evolução, degrau, ordem. 
3 Os animais de sangue frio são denominados pecilotérmicos. 
4 Willi Hennig (1913 -1976) - Entomólogo alemão, publicou em 1950 o livro Grundzüge einer Theorie 
der Phylogenetischen Systematik. Durante 16 anos, suas ideias ficaram praticamente desconhecidas 
para a comunidade científica. Somente em 1966, elas foram difundidas, com a publicação em inglês 
da síntese de seu método de reconstrução filogenética, inicialmente denominada sistemática 
filogenética. Atualmente, o termo mais utilizado para esta escola de pensamento é cladismo. 
5 Sistemática filogenética - Embora para alguns pesquisadores existam diferenças entre sistemática 
filogenética e cladismo, a abordagem adotada nesta disciplina considerará os dois termos como 
sinônimos. 
 
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A meta principal dessa escola é propor hipóteses testáveis de 
relacionamento genealógico entre grupos naturais. Estes são definidos como grupos 
formados por organismos que possuem um mesmo ancestral comum. 
Como uma metodologia sistemática, o Cladismo é baseado na passagem, 
do ancestral para seu descendente, das características que se modificam ao longo 
da genealogia do grupo. O estabelecimento de agrupamentos naturais é 
determinado a partir de características modificadas que são novidades evolutivas, 
herdadas de um ancestral comum que já as possuía. Disponível em: 
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/ed_ciencias/peixes/quem/quem_falou/ 
BiologiaComparadaeEscolasSistematicas.html 
 
1.4 Critérios gerais de classificação 
Existem inúmeros critérios em que a classificação se pode basear, pois 
estes evoluíram tanto como a própria biologia. Inicialmente estes critérios eram de 
morfologia externa, posteriormente surgiram os critérios de morfologia interna e 
fisiologia, e, recentemente, passaram a ser considerados dados de embriologia, 
paleontologia, citologia e bioquímica. 
Os principais critérios de classificação atuais são: 
Morfologia – este tipo de critério é de grande importância, mesmo 
atualmente, mas deve ser usado com grandes precauções, pois indivíduos com 
aspecto diferente podem pertencer ao mesmo grupo, bem como indivíduos 
semelhantes podem não estar relacionados. Por este motivo deve-se estar 
particularmente atento às seguintes situações: 
 metamorfoses – o mesmo indivíduo passa por várias formas durante o seu 
desenvolvimento pós-embrionário, como no caso dos insetos e alguns 
anfíbios. Neste caso corre-se o risco de classificar em espécies diferentes 
as várias formas; 
 polimorfismo – indivíduos adultos podem apresentar diversas formas, 
como o caso dos cnidários, onde os adultos podem ser pólipos ou 
medusas, ou no caso das abelhas; 
 analogias – órgãos com origem embrionária diferente mas com formas 
semelhantes. A presença de analogias revela evolução convergente ou 
adaptação a ambiente semelhante, não um parentesco dos organismos; 
Simetria corporal – alguns organismos são assimétricos, outros 
apresentam simetria em relação a um ou vários planos, que dividem o 
corpo em partes especulares (como um objeto e a sua imagem no 
espelho). Assim, conforme o número de planos de simetria, um organismo 
pode ter simetria: 
 bilateral – apresenta apenasum plano de simetria. Este é o caso mais 
comum, em que um plano sagital divide o ser em duas metades (esquerda 
e direita). Este tipo de simetria pode ser secundariamente modificada, 
externamente (caracol, por exemplo) ou internamente (órgãos internos 
assimétricos, como no caso humano). Uma flor com simetria bilateral diz-
se zigomórfica; 
 
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 radiada - simetria em relação a vários planos que se intersectam num eixo 
pois a simetria existe em relação a um eixo, qualquer plano que intersecte 
o eixo divide o organismo em duas metades especulares. Estes 
organismos são geralmente fixos, sendo esta simetria um modo de 
interagir mais facilmente em todas as direções. Uma flor com simetria 
radial diz-se actinomórfica; 
 esférica – todo e qualquer plano que intersecte o centro do organismo 
divideo em duas metades especulares. Este tipo de simetria, muito rara, é 
também designada por simetria em relação a um ponto. 
Nível de organização estrutural – este é um critério citológico de utilização 
relativamente recente: 
 organização nuclear – nos procariontes não existe núcleo delimitado por 
membrana e o DNA não apresenta proteínas. A divisão celular faz-se por 
gemiparidade ou cissiparidade, o sistema sexual, quando existe, é 
unidirecional. Nos eucariontes existe um núcleo organizado e organitos. A 
divisão celular faz-se por mitose ou meiose; 
 número de células - os organismos podem ser unicelulares, 
multicelulares, solitários ou coloniais; 
 grau de diferenciação corporal – a diferenciação celular pode existir ou 
não, bem como a presença de tecidos e órgãos; 
 tipo de nutrição – o Sol é a fonte primária de energia para a vida e o 
carbono é um dos blocos de construção da matéria orgânica. Assim, 
atendendo à fonte de energia utilizada, os seres podem ser: 
- autotróficos – organismos que utilizam uma fonte inorgânica de carbono 
(CO2 ou CO); 
- heterotróficos – organismos que utilizam uma fonte orgânica de carbono; 
- fototróficos – organismos que utilizam a energia luminosa para a síntese de 
matéria orgânica; 
- quimiotróficos – organismos que utilizam energia química (respiração ou 
fermentação) para a síntese de matéria orgânica. Os seres foto e quimio-
autotróficos são produtores nos ecossistemas, sendo estes últimos 
responsáveis pela produção de matéria orgânica em meios onde a luz não 
penetra. Esta matéria orgânica é utilizada pelos seres heterotróficos por 
dois processos: 
*ingestão – o indivíduo recebe os alimentos do exterior e decompõem-nos no 
seu interior. A digestão pode ser intracelular (por fagocitose em vacúolos digestivo, 
como nos protistas, poríferos e cnidários) ou extracelular (em cavidades digestivas 
especializadas para onde são lançadas as enzimas hidrolíticas, situação típica dos 
animais multicelulares); 
*absorção – o organismo segrega para o exterior as enzimas digestivas e 
absorve as moléculas simples, processo característico dos fungos; 
Bioquímica – estudo comparativo da composição molecular dos organismos 
permite estabelecer relações de parentesco entre eles. Estas técnicas bioquímicas 
são especialmente úteis para a classificação de microrganismos, onde é difícil a 
aplicação de outros critérios; 
Cariologia – estudo do cariótipo, pois todos os indivíduos da mesma 
espécie apresentam número e morfologia dos cromossomas igual, com exceção de 
organismos mutantes. Estudos deste tipo são complexos e os resultados apenas 
considerados como apoio de outras hipóteses; 
 
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Sexualidade – os organismos podem ser monóicos ou hermafroditas (dois 
sexos no mesmo indivíduo), dióicos ou gonocóricos (sexos separados); 
Embriologia – este é, sem dúvida, um dos mais importantes critérios de 
classificação, principalmente em animais, pois tem sido considerado que padrões de 
desenvolvimento semelhantes são indícios de relações filogenéticas próximas. 
 
 
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2 TAXONOMIA OU SISTEMÁTICA 
 
Gareth Nelson (1970) considera que quaisquer comparações entre seres 
vivos são assuntos da “Biologia Comparada”, a qual ele considera um equivalente da 
própria Sistemática. A contraposição à Biologia Comparada é a “Biologia Geral”, que 
trata de processos biológicos; as duas juntas formam as Ciências Biológicas. 
A Sistemática seria, portanto, o ramo das Ciências Biológicas que estuda a 
diversidade dos seres vivos e os organiza em sistemas classificatórios. Atualmente, 
o paradigma da área é que estes sistemas sejam concordantes com a evolução dos 
grupos biológicos, de tal forma que uma classificação seja a forma mais rápida de 
acesso a uma fonte de dados imensa sobre a morfologia, fisiologia, biologia, 
biomoléculas, ecologia, etc. Ou seja, virtualmente qualquer sistema de caracteres 
que permita comparação entre diferentes organismos é uma ferramenta potencial 
para a Sistemática. Desta feita, a Sistemática pode ser considerada como uma 
Metaciência, subjacente a todas as outras áreas das Ciências Biológicas. 
Só se pode conservar o que se conhece e, por isso, o primeiro estágio para 
conservar a biodiversidade é descrevê-la, mapeá-la e medi-Ia (MARGULES; 
PRESSEY, 2000 apud MARQUES; LAMAS, 2006). Para tal, o trabalho do sistemata 
é essencial. Mais que isso, como política para evitar a crise de biodiversidade atual, 
possivelmente a maior já encontrada na história da Terra, a comunidade de 
sistematas deve ter uma visão comum, avaliar criticamente suas necessidades, 
estipular uma agenda de pesquisa ambiciosa, se apropriar de novas tecnologias e 
inequivocamente deixar claras suas aspirações (WHEELER ET AL, 2004 apud 
MARQUES; LAMAS, 2006). 
 
 
 
 
 
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3 TAXONOMIA ANIMAL 
 
Taxonomia (do Grego verbo τασσε_ν ou tassein = “para classificar” e νόμος 
ou nomos = lei, ciência, administrar, cf “economia”) 
Com tantos tipos de animais e numerosos taxinomistas trabalhando para 
denomina-los e descrevê-los em diferentes países, poderiam surgir algumas 
confusões na nomenclatura. 
Por esse motivo é necessário obedecer certas regras para dar nomes aos 
animais; regras estas que só foram estabelecidas após os brilhantes trabalhos do 
botânico Sueco Carolus Linnaeus em 1758 (Carlos Lineu). 
A espécie é a unidade básica da classificação biológica. É formada por um 
grupo de seres que possuem características comuns, e que são diferentes dos seres 
dos outros grupos. 
Os indivíduos da mesma espécie originam de antepassados comuns e 
através do cruzamento formam novos descendentes férteis. 
Não existe cruzamento natural entre indivíduos de espécies diferentes, 
quando ocorre são gerados descendentes infecundos. 
O gênero é formado por duas ou mais espécies que possuem algumas 
características em comuns. 
A família é formada por dois ou mais gêneros que possuem algumas 
características em comuns. 
A ordem é formada por duas ou mais famílias que possuem algumas 
características em comuns. 
A classe é formada por duas ou mais ordens que possuem algumas 
características em comuns. 
O filo é formado por duas ou mais classes que possuem algumas 
características em comuns. 
O reino é formado pelo conjunto de todos os filos. 
Existem também as categorias intermediárias, como subfilo, subespécie, 
subgênero, subfamília, etc., estas são usadas para demonstrar os graus de 
parentescos mais próximos. 
 
Curiosidade... 
As paredes de muitas cavernas habitadas por homens pré-históricos estão 
decoradas com figuras que reproduzem motivos variados, entre os quais 
predominam as silhuetas de cervos, bisões, javalis e outros animais. O interesse do 
homem pelo meio zoológico data, pois, das origens da espécie humana sobre a 
Terra. Embora o primeiro motivo da atraçãoexercida pelos animais sobre o homem 
tenha sido, sem sombra de dúvida, a necessidade de alimento e a caça, o desejo de 
conhecer e dominar as mais diversas espécies animais foi despertado também em 
função da própria inquietação intelectual inerente ao gênero humano. Desde tempos 
muito remotos, portanto, os animais estiveram presentes no âmbito do mágico ou do 
sagrado, tiveram aproveitada sua força, pela domesticação de algumas espécies, e 
foram objeto de contemplação pela própria beleza. 
 
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Da mesma forma que as demais ciências naturais, a zoologia apresenta 
como traço fundamental a distinção de disciplinas subordinadas que se ocupam de 
analisar, a partir de diferentes perspectivas e com diversas finalidades cada um dos 
aspectos - morfológico, fisiológico, genético, evolutivo etc. - que integram a unidade 
biológica do reino animal. Também em analogia com o outro grande campo da 
pesquisa biológica - a botânica - a zoologia propõe questões controvertidas no que 
se refere à classificação sistemática de determinadas espécies, geralmente 
unicelulares ou de escasso desenvolvimento evolutivo, que por algumas de suas 
características podem estar inseridas no reino animal e, por outras, no vegetal. 
Um caso paradigmático dessa fonte de discussão é o microrganismo do 
gênero Euglena, dotado de capacidade de locomoção e capaz de capturar as 
substâncias que lhe servem de alimento, duas características definitórias dos 
animais, mas que possui clorofila em sua estrutura celular, como as plantas. 
De fato, ao longo da história da zoologia, os pesquisadores encontraram 
grandes dificuldades na classificação sistemática do reino animal, já que muitos de 
seus componentes apresentam caracteres que em primeira instância os excluiriam 
desse grupo taxionômico. Assim, são muitos os seres que, como as anêmonas 
marinhas e as esponjas, passam praticamente todo seu ciclo vital fixados a um 
mesmo substrato, com o que satisfazem uma das condições específicas do reino 
vegetal, e são muitas também as espécies de briozoários, hidróides e outros 
invertebrados marinhos que exibem uma aparência externa compatível com as das 
plantas superiores. 
Transcendendo o meio da pura investigação científica, a zoologia abrange 
total ou parcialmente as mais diversas áreas do conhecimento, ao mesmo tempo 
que se ocupa de um reino da natureza, o reino animal, cuja vinculação com o ser 
humano vem do fato de ser ele mesmo, o Homo sapiens, classificado no mais alto 
grau da escala zoológica. 
As mais ancestrais referências culturais de civilizações como a egípcia, a 
fenícia e a grega estão, de fato, indissoluvelmente ligadas à imagem e à noção de 
diferentes espécies animais. Tanto o amplo panteão do Egito faraônico, como a 
infindável plêiade de figuras imaginárias da mitologia grega recorrem frequentemente 
à iconografia animal para encarnar divindades, faunos, quimeras e outros seres 
fabulosos. Esse fato se repete também na maior parte das religiões surgidas na 
antiguidade. A simbologia alcança também as crenças cristãs, nas quais, por 
exemplo, uma das referências essenciais, que são as três pessoas da Santíssima 
Trindade, inclui a imagem da pomba para representar o Espírito Santo. 
Em outros contextos, a mesma imagem da pomba simboliza a esperança, a 
paz e a pureza. 
Em interpretações certamente menos elevadas, ainda que não menos 
fundamentais, o conhecimento zoológico se estende até setores como a economia, 
com especial aplicação no que se refere às espécies destinadas à alimentação, e até 
as atividades esportivas como o hipismo, a caça e a pesca (ENCYCLOPAEDIA 
BRITANNICA). 
 
3.1 Chave de classificação simplificada 
1) INVERTEBRADOS 
Poríferos: esponjas 
Celenterados: corais (pólipos), águas-vivas (medusas) 
 
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Platelmintes: solitárias 
Nematelmintes: lombrigas 
Anelídios: minhocas 
Moluscos: polvos, lesmas 
Artrópodes: insetos, aracnídios, crustáceos 
Equinodermos: estelas-do-mar 
2) CORDADOS 
A) PROTOCORDADOS 
B) Urocordados: ascídia 
C) Cefalocordados: anfioxo 
D) VERTEBRADOS 
Peixes: ciclóstomos (agnatos), tubarões (cartilaginoso), sardinha, dourado 
(ósseos) 
Anfíbios: sapos, salamandras 
Répteis: cobras, lagartos 
Aves: avestruzes, patos, gaviões 
Mamíferos: ornitorrincos (ovíparos), cangurus (marsupiais), carnívoros, 
primatas (placentários) 
 
3.2 Regras básicas 
1 – O nome dos animais devem ser escritos em latim (Lineu usou o latim, 
porque era a língua dos intelectuais em sua época). 
2 – Todo animal tem obrigatoriamente dois nomes no mínimo. O primeiro é o do 
gênero e o segundo o da espécie (Sistema binominal criado por Lineu). 
Ex: Homo sapiens 
3 – O nome do gênero deve ser sempre escrito com inicial maiúscula, e o da 
espécie com inicial minúscula. 
Ex: Trypanosoma cruzi 
Quando se dá o nome específico em homenagem a uma pessoa, como no exemplo 
acima, acrescentamos a letra i no sobrenome do homenageado se for do sexo 
masculino. 
Ex: Carlos Bates = batesi. 
Quando o Homenageado for feminino, acrescentamos ae no sobrenome. 
Ex: Sônia Costa = costae 
 
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4 – Quando existe subespécie, o seu nome deve ser escrito depois do da 
espécie e sempre com inicial minúscula. 
Ex: Rhea americana darwing ou Apis mellifera adansoni 
5 – Quando existe subgênero o seu nome deve ser escrito depois do nome do 
gênero, entre parênteses, e sempre com inicial maiúscula. 
Ex: Anofheles (nissurrhynchus) darlingi 
6 – O nome dos animais deve ser grifado ou deve se usar um tipo de letra 
diferente do texto, em geral usa o negrito ou caracteres itálicos. 
7 – Se um gênero ou espécie foi descrito mais de uma vez, deve-se sempre 
usar o primeiro nome que o animal foi descrito, mesmo que seja errado. É a lei da 
prioridade. Expl. Trichuris trichiura é conhecido também como tricocéfalo, em vista 
de ser usado durante muito tempo o nome Tricocephalus trichiuris. O nome mais 
antigo Trichuris - (thirix = cabelo; aura = cauda) significa cauda capilar. Quando se 
descobriu que a parte filiforme do verme correspondia à extremidade cefálica e não 
caudal, procurou-se mudar o nome para Trichocephalus, o que não é permitido pela 
regra da prioridade. 
8 – Nos trabalhos científicos, depois do nome da espécie coloca-se o nome do 
autor (o naturalista que a descreveu) e o ano da publicação do trabalho onde foi 
descrito. 
Expl. Triatoma infestans - Klug, 1834. 
Obs. O nome do autor e data, citados entre parênteses, indicam que a espécie em 
questão foi descrita originalmente em gênero diversos do que aparece citado. Expl. 
Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909). Originalmente foi descrito como Schizotrypanum 
cruzi. Dias, em 1939 foi quem rivalidou. 
 
Mais curiosidades... 
A criptozoologia é uma parte da zoologia que estuda animais desconhecidos, 
buscando evidências de sua existência. Essa ciência existe porque nem todos os 
seres vivos são conhecidos, muitas espécies de animais além de raras vivem em 
habitats quase inacessíveis aos seres humanos. 
Alguns biólogos se guiam através de lendas ou relatos populares tentando 
provar a existência de seres como os pés grandes, yetis, monstros marinhos, etc., 
sendo que se tratam de cientistas respeitáveis e não de um grupo de fanáticos 
ignorantes. 
Na região do Amazonas existem cientistas tentando provar que um animal 
que aparece no folclore com o nome de mapinguarí pode ser o megatério ou 
preguiça gigante, mamífero muito comum no Brasil no período mioceno. 
Talvez um pequeno grupo isolado possa ter se conservado em regiões 
remotas da floresta. Nos Estados Unidos, existem muitas pesquisas tentando provar 
 
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a existência dos pés grandes, um tipo de primatamuito mais parecido com os seres 
humanos do que as espécies conhecidas atualmente, que viveria em florestas 
densas ou no alto de montanhas remotas. Esse animal descrito por muitas pessoas 
é similar ao homem das neves, que viveria no Himalaia. 
Alguns anos atrás se supunha que existiriam mamíferos que tivessem uma 
forma de vida similar à dos insetos sociais. Isso foi provado com a descoberta do 
rato toupeira pelado, um roedor que vive em colônias subterrâneas nos desertos da 
África do Sul. A única fêmea com capacidade de se reproduzir (rainha) é bem maior 
que os outros membros do grupo, há divisão de tarefas e todos se sacrificam para a 
manutenção do grupo. 
4 TAXONOMIA VEGETAL 
 
A classificação e sistematização dos organismos vegetais constituiu uma 
permanente preocupação dos especialistas em botânica desde que essa disciplina 
começou a se constituir como ramo diferenciado das ciências naturais. 
Já na antiguidade clássica, Teofrasto e Dioscórides estabeleceram os 
primeiros padrões de classificação vegetal, embora suas contribuições ainda se 
achassem distantes da classificação fundamentada em critérios filogenéticos e 
evolutivos que posteriormente prevaleceria. 
Assim, por exemplo, a classificação de Teofrasto se baseava nas 
características morfológicas exteriores das árvores, arbustos, subarbustos e ervas, e 
tomava elementos anatômicos e fisiológicos das raízes, caule, tecidos condutores 
etc. como traços diferenciadores. 
A partir da Idade Média, sucederam-se as tentativas de criar uma 
classificação global regida por critérios racionais e registraram-se contribuições de 
grandes homens de ciência, como santo Alberto Magno, o árabe al-Biruni, Andrea 
Cesalpino e Marcelo Malpighi. 
A culminância dos esforços de classificação botânica se deu, porém, com o 
surgimento do método criado pelo cientista sueco Lineu, pelo qual todos os vegetais 
são nomeados pelo gênero e pela espécie, e das teorias da evolução e da seleção 
natural enunciadas pelo britânico Charles Darwin. Elementos introduzidos em 
seguida no campo da taxionomia vegetal acabaram por delimitar, em termos 
precisos e rigorosamente científicos, as margens dentro das quais se dava a 
evolução do reino vegetal. 
Cabe assinalar a importância da diferenciação de dois grandes grupos: o dos 
talófitos e o dos cormófitos. Os primeiros - algas, fungos, liquens - apresentam 
tecidos sem diversificação fisiológica denominado talo, enquanto os cormófitos - 
musgos, fetos e plantas superiores - são dotados de estrutura em cormo, eixo 
longitudinal constituído de raiz, caule e folhas. 
Apesar dos avanços registrados na classificação das espécies vegetais, 
restam ainda controvérsias no que se refere à abrangência de cada grupo. São 
muitos os botânicos que defendem, por exemplo, a exclusão dos fungos do reino 
vegetal em razão de sua carência de função fotossintética, enquanto outros 
defendem a dupla inclusão de certas espécies de algas unicelulares no campo da 
botânica e da microbiologia (ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA). 
 
 
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4.1 Botânica aplicada 
Em virtude do interesse que pode apresentar sua aplicação, a grande 
maioria dos vegetais que merecem especial atenção dos pesquisadores botânicos é 
de plantas superiores -- gimnospermas e angiospermas, razão pela qual sua 
distribuição costuma obedecer a critérios funcionais, não só opostos como 
complementares aos estritamente taxionômicos. 
A partir dessa premissa, encontram-se múltiplos critérios usados para 
ordenar as espécies vegetais superiores, nos quais intervêm fatores morfológicos, 
como os que distinguem espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas, e fatores 
condicionantes, relacionados à aplicação de cada espécie, que permitem diferenciar 
plantas comestíveis, medicinais, fornecedoras de fibras têxteis etc. 
Destacam-se entre os vegetais superiores as grandes espécies arbóreas, 
que apresenta grande variedade de formas, dimensões e meios de desenvolvimento 
(ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA). 
 
4.2 Chave de classificação simplificada 
1) CRIPTÓGAMAS 
Talófitas: algas pluricelulares 
Briófitas: hepáticas, antóceros e musgos 
Pteridófitas: samambaias 
2) FANERÓGAMAS 
Gimnospermas: pinheiros, abetos 
Angiospermas: árvores frutíferas, leguminosas, cactos, etc. 
4.3 Botânica antiga e moderna 
Entre os primeiros estudos botânicos, escritos por volta de 300 a.C., estão 
dois grandes tratados de Teofrasto: “Sobre a História das Plantas” (Historia 
Plantarum) e “Sobre as Causas das Plantas”. Juntos, estes livros constituem-se na 
contribuição mais importante à ciência botânica durante a antiguidade e a Idade 
Média. O médico e escritor romano Dioscórides, fornece importantes evidências 
sobre o conhecimento das plantas entre gregos e romanos. 
Em 1665, usando um microscópio primitivo, Robert Hooke descobriu células 
em cortiça; pouco tempo depois em tecidos vegetais vivos. O alemão Leonhart 
Fuchs, o suíço Conrad Gessner, e os autores britânicos Nicholas Culpeper e John 
Gerard, publicaram herbais (livros sobre ervas) com informações de usos das 
plantas. 
Chegando à modernidade, uma quantidade considerável de conhecimento é 
gerada, hoje em dia, pelo estudo de plantas “modelo”, como Arabidopsis thaliana. 
Esta mostarda ruderal foi uma das primeiras plantas a ter seu genoma sequenciado. 
Outras mais comercialmente importantes como arroz, trigo, milho e soja estão tendo 
seu genoma sequenciado, embora algumas delas sejam mais desafiadoras por 
possuírem mais de uma cópia de seus cromossomos, uma condição conhecida 
como poliploidia. A alga verde unicelular Chlamydomonas reinhardtii é outro 
organismo modelo que tem sido extensivamente estudado e fornece importantes 
informações sobre a biologia celular. 
Por que estudar as plantas? 
 
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As plantas são fundamentais para a vida na Terra. Elas geram oxigênio, 
alimento, fibras, combustíveis e remédios que permitem aos humanos e outras 
formas de vida existir. Enquanto realizam tudo isso, as plantas ainda absorvem 
dióxido de carbono, um importante gás do efeito estufa, através da fotossíntese. 
Uma boa compreensão das plantas é crucial para o futuro de nossa sociedade, já 
que nos permite: 
 Alimentar o mundo; 
 Entender processos fundamentais; 
 Utilizar remédios e materiais; 
 Entender mudanças ambientais. 
Vale lembrar...classificação geral 
• Reino 
• Filo (animais) / Divisão (plantas) 
• Subfilo / Subdivisão 
• Superclasse 
• Classe 
• Subclasse 
• Superordem 
• Ordem 
• Subordem 
• Superfamília 
• Família 
• Subfamília 
• Gênero 
• Subgênero 
• Espécie 
• Subespécie 
 
Como exemplo, considere-se a classificação do Ser humano 
• Reino: Animalia 
• Filo: Cordado 
• Classe: Mamífero 
• Ordem: Primata 
• Família: Hominidae 
• Gênero: Homo 
• Espécie: Sapiens 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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