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Dia 2 / 2 transindividuais destinados à proteção do gênero humano. 4a Direitos à democracia, informação e pluralismo - DIP Paulo Bonavides observa que esses direitos compendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado social, sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política. 5a Paulo Bonavides: direito à paz, enquanto axioma da democracia participativa e supremo direito da humanidade, como um direito fundamental de quinta dimensão. DIMENSÃO OBJETIVA DIMENSÃO SUBJETIVA Direito fundamental como NORMA COGENTE E IRRADI- ANTE, como norte e limite con- siderando-se o direito de forma abstrata. Direito fundamental dentro de uma relação jurídica, conside- rando-se um titular e um desti- natário, de forma concreta. Reflexos importantes - Eficácia irradiante da CF. - Imposição ao Estado do dever de proteção dos direitos funda- mentais - Definição de limites de inter- pretação e de aplicação de normas, com procedimentos formais que respeitem os direi- tos materiais. EFICÁCIA VERTICAL Refere-se à aplicação dos direitos funda- mentais na relação en- tre o Estado e os parti- culares. Estado x Particular EFICÁCIA HORIZONTAL Refere-se à aplicação dos direitos funda- mentais na relação en- tre os particulares. Particular x Particular EFICÁCIA DIAGONAL Refere-se à aplicação dos direitos funda- mentais na relação en- tre os particulares, sendo que, tais parti- culares estão em nível de desigualdade, ha- vendo uma parte mais vulnerável. Particular x Particular Vulnerável EFICÁCIA VERTICAL COM REPERCUSSÃO LATERAL Eficácia em relação aos particulares decor- rente da incidência do direito fundamental à tutela jurisdicional. O direito fundamental será efetivado medi- ante a atuação judicial (o juiz tutela um direi- to não protegido pelo legislador). https://focanoresumo.files.wordpress.com/2015/07/ foca-no-resumo-direitos-humanos1.pdf CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residen- tes no País (STF: abrange não residentes e apátridas) a inviolabili- dade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desuma- no ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO O ANONIMATO; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo as- segurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for- ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência re- ligiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli- giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, INDEPENDENTEMENTE DE CENSURA OU LI- CENÇA; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima- gem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de fla- grante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces- sual penal; SIGILO BANCÁRIO Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras? POLÍCIA NÃO. É necessária autorização judicial. MP NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje 19/09/2011). Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015). TCU NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de 9/5/2012). Exceção: O envio de informações ao TCU Dia 2 / 3 relativas a operações de crédito originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 26/5/2015). Receita Federal SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das informações dos bancos para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de sigilo bancário". Fisco estadual, distrital, municipal SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto Federal 3.724/2001. CPI SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001). Prevalece que CPI municipal não pode. *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, perma- necer ou dele sair com seus bens; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, INDEPENDENTEMENTE DE AUTORIZAÇÃO, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas EXIGIDO PRÉVIO AVISO à au- toridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperati- vas INDEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO, sendo vedada a interferên- cia estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso (dissolução), o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permane- cer associado; XXI - as entidades associativas, QUANDO EXPRESSAMENTE AUTO- RIZADAS, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social , median- te justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; SÚMULAS SOBRE DESAPROPRIAÇÃO STF Súmula 23-STF: Verificados os pressupostos legais para o licenci- amento da obra, NÃO o IMPEDE a declaração de utilidade públi- ca para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada. Súmula 157-STF: É necessária prévia autorização do presidente da república para desapropriação, pelos estados, de empresa de energia elétrica. Súmula 164-STF: No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão de posse, or- denada pelo juiz, por motivo de urgência. Súmula 476-STF: Desapropriadas as ações de uma sociedade, o poder desapropriante, imitidona posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos inerentes aos respectivos títulos. Súmula 378-STF: Na indenização por desapropriação incluem-se honorários do advogado do expropriado. Súmula 416-STF: Pela demora no pagamento do preço da desa- propriação NÃO CABE indenização complementar além dos ju- ros. Súmula 561-STF: Em desapropriação, é devida a correção mone- tária até a data do efetivo pagamento da indenização, devendo proceder-se à atualização do cálculo, ainda que por mais de uma vez. Súmula 617-STF: A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente. Súmula 652-STF: Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública) - o art. 15 do Decreto-Lei 3.365/41 prevê a possibilidade de imissão provisória na posse em caso de urgência; para o STF, a imissão provisória não viola o princípio da justa e prévia indenização (art. 5º, XXIV, da CF/88). STJ Súmula 12-STJ: Em desapropriação, são cumuláveis juros com- pensatórios e moratórios. Os JUROS COMPENSATÓRIOS em desapropriação, somente inci- dem até a data da expedição do precatório original. Tal entendi- mento está agora também confirmado pelo § 12 do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09. Sendo assim, não ocorre, no atual quadro normativo, hipótese de cumulação de juros mo- ratórios e juros compensatórios, eis que se tratam de encargos que incidem em períodos diferentes: os juros compensatórios têm incidência até a data da expedição de precatório, enquanto que os MORATÓRIOS somente incidirão se o precatório expedi- do não for pago no prazo constitucional (STJ. 1ª Seção. REsp 1118103/SP). Assim, a única forma de se interpretar esse enunci- ado é no sentido de que essa cumulação de que trata a súmula não se refere ao mesmo período, mas sim a momentos de tem- po diferentes Súmula 56-STJ: Na desapropriação para instituir servidão admi- nistrativa são devidos os juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade. Súmula 67-STJ: Na desapropriação, cabe a atualização monetá- ria, ainda que por mais de uma vez, independente do decurso de prazo superior a 1 ano entre o cálculo e o efetivo pagamento da indenização. Súmula 69-STJ: Na desapropriação DIRETA, os juros compensató- rios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desa- propriação INDIRETA, a partir da efetiva ocupação do imóvel. Súmula 102-STJ: A incidência dos juros moratórios sobre os com- pensatórios, nas ações expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei. Súmula 113-STJ: Os juros compensatórios, na desapropriação DI- RETA, incidem A PARTIR DA IMISSÃO NA POSSE, calculados so- bre o valor da indenização, corrigido monetariamente. Súmula 114-STJ: Os juros compensatórios, na desapropriação IN- DIRETA, incidem A PARTIR DA OCUPAÇÃO, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente Súmula 131-STJ: Nas ações de desapropriação incluem-se no Dia 2 / 4 cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros com- pensatórios e moratórios, devidamente corrigidas. Súmula 141-STJ: Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente. Súmula 354-STJ: A invasão do imóvel É CAUSA DE SUSPENSÃO do processo expropriatório para fins de reforma agrária. JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ EDIÇÃO N. 127: INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE PRIVADA 1) O ato de tombamento geral não precisa individualizar os bens abarcados pelo tombo, pois as restrições impostas pelo Decreto- Lei n. 25/1937 se estendem à totalidade dos imóveis pertencentes à área tombada. 2) Inexistindo ofensa à harmonia estética de conjunto arquitetônico tombado, não há falar em demolição de construção acrescida. 3) O tombamento do Plano Piloto de Brasília abrange o seu singular conceito urbanístico e paisagístico, que expressa e forma a própria identidade da capital federal. 4) A indenização pela limitação administrativa ao direito de edificar, advinda da criação de área non aedificandi, somente é devida se imposta sobre imóvel urbano e desde que fique demonstrado o prejuízo causado ao proprietário da área. 5) É indevido o direito à indenização s e o imóvel expropriado foi adquirido após a imposição de limitação administrativa, porque se supõe que as restrições de uso e gozo da propriedade já foram consideradas na fixação do preço do imóvel. 6) As restrições relativas à exploração da mata atlântica estabelecidas pelo Decreto n. 750/1993 constituem mera limitação administrativa, e não desapropriação indireta, sujeitando-se, portanto, à prescrição quinquenal. 7) A indenização referente à cobertura vegetal deve ser calculada em separado do valor da terra nua quando comprovada a exploração dos recursos vegetais de forma lícita e anterior ao processo interventivo na propriedade. 8) Nas hipóteses em que ficar demonstrado que a servidão de passagem abrange área superior àquela prevista na escritura pública, impõe-se o dever de indenizar, sob pena de violação do princípio do justo preço. 9) Os juros compensatórios incidem pela simples perda antecipada da posse, no caso de desapropriação, e pela limitação da propriedade, no caso de servidão administrativa nos termos da Súmula n. 56/STJ. 10) Não incide imposto de renda sobre os valores indenizatórios recebidos pelo particular em razão de servidão administrativa instituída pelo Poder Público. 11) Admite-se a possibilidade de construções que não afetem a prestação do serviço público na faixa de servidão (art. 3º do Decreto n. 35.851/1954). XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade compe- tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- prietário indenização ulterior, se houver dano (REQUISIÇÃO); XXVI - a PEQUENA PROPRIEDADE RURAL, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produti- va, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvi- mento; A pequena propriedade rural é impenhorável (art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC) MESMO QUE A DÍVIDA EXECU - TADA NÃO SEJA ORIUNDA DA ATIVIDADE PRODUTIVA do imó- vel. De igual modo, a pequena propriedade rural é impenhorável MESMO QUE O IMÓVEL NÃO SIRVA DE MORADIA ao executado e à sua família. Desse modo, para que o imóvel rural seja impe- nhorável, nos termos do art. 5º, XXVI, da CF/88 e do art. 833, VIII, do CPC, é necessário que cumpra apenas dois requisitos cu- mulativos: 1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos ter- mos definidos pela lei; e 2) seja trabalhado pela família. STJ. 3ª Turma. REsp 1591298-RJ (Info 616). XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, pu- blicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos in- térpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilé- gio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria- ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empre- sas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoaldo "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumi- dor (direito do consumidor é princípio da ordem econômica); XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilida- de, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, INDEPENDENTEMENTE DO PA- GAMENTO DE TAXAS: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (princípio inafastabilidade de jurisdição) EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO Ações relativas à disciplina e competições esportivas Ato administrativo que contrarie Súmula Vinculante (art. 7°, §1°, Lei 11417) Indeferimento da informação de dados pessoais ou omissão em atender este pedido para que nasça o interesse de agir no HD Dia 2 / 5 Indeferimento de pedido perante o INSS ou omissão em atender o pedido administrativo para obtenção de benefício previdenciário XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes DOLOSOS contra a vida (competência mínima); XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescri- tível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei (mandado constitucional de criminalização); XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de gra- ça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru- pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (mandado constitucional de criminalização); CRIMES IMPRESCRITÍVEIS Racismo Ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada (modalidade fuzi- lamento), nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - NENHUM BRASILEIRO SERÁ EXTRADITADO, salvo o naturaliza- do, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecen- tes e drogas afins, na forma da lei; EXTRADIÇÃO Nato: nunca Naturalizado • Crime comum – praticado antes da naturali- zação • Tráfico de drogas – a qualquer tempo Estrangeiro não será extraditado por crime político ou de opinião. EXTRADIÇÃO Entrega de uma pessoa para outro país sobe- rano para que lá seja julgado DEPORTAÇÃO Devolução de sujeito que entrou ou permane- ceu no país de forma irregular EXPULSÃO Medida coercitiva de retirada forçada de um estrangeiro que atentou contra a ordem jurídi- ca LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime po- lítico ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela auto- ridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defe- sa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga- do de sentença penal condenatória; CADH: Art. 8, 2: Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmen- te sua culpa. LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal (ação penal privada subsi- diária da pública); LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, sal- vo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mili- tar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre se- rão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Dia 2 / 6 LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação ali- mentícia e a do depositário infiel; SV25: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. STF: o art. 7º, item 7, da CADH teria ingressado no sistema jurídi- co nacional com status supralegal, inferior à CF/1988, mas supe- rior à legislação interna, a qual não mais produziria qualquer efeito naquilo que conflitasse com a sua disposição de vedar a prisão civil do depositário infiel. EFICÁCIA PARALISANTE LXVIII - conceder-se-á HABEAS CORPUS sempre que alguém so- frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou ha- beas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetra- do por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- mente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á MANDADO DE INJUNÇÃO sempre que a fal- ta de norma regulamentadoratorne inviável o exercício dos direi- tos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à na- cionalidade, à soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á HABEAS DATA: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pes- soa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; HD MS Conhecimento de informações relativas à pessoa do impetran- te Conhecimento de informações relativas a terceiros LXXIII - qualquer CIDADÃO (capacidade eleitoral ativa) é parte le- gítima para propor AÇÃO POPULAR que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (modelo público de assistência jurídica); LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Previsão constitucional de ISENÇÃO DE CUSTAS • Habeas Corpus • Habeas Data • Ação Popular (salvo se comprovada má-fé do autor) • Exercício da cidadania • Direito de petição • Obtenção de certidões LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegu- rados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm APLICAÇÃO IMEDIATA. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex- cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado- tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federa- tiva do Brasil seja parte. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos huma- nos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais – 2C, 2T, 3/5 TRATADOS INCORPORADOS COM STATUS DE EC Convenção de Nova Iorque sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Protocolo facultativo à Convenção de Nova Iorque sobre os Di- reitos das Pessoas com Deficiência Tratado de Marrakesh INCORPORAÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS Antes da EC/45 Após EC/45 Status supralegal Rito normal: status suprale- gal Rito de EC: sta- tus de EC DEMAIS TRATADOS INTERNACIONAIS Status legal § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacio- nal a cuja criação tenha manifestado adesão. SÚMULAS SOBRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS STF Súmula vinculante 1-STF: Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstân- cias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante do termo de adesão instituído pela Lei Com- Dia 2 / 7 plementar nº 110/2001. Súmula vinculante 25-STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Súmula 654-STF: A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, NÃO É invocável pela entidade estatal que a tenha editado. STJ Súmula 2-STJ: Não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações por parte da autorida- de administrativa Súmula 280-STJ: O art. 35 do Decreto-Lei n° 7.661, de 1945, que estabelece a prisão administrativa, foi revogado pelos incisos LXI e LXVII do art. 5° da Constituição Federal de 1988. Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Súmula 419-STJ: Descabe a prisão civil do depositário infiel. Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. ________________Codigo Penãl_Codigo Penãl_______________ TÍTULO II DO CRIME Relação de causalidade Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. TEO- RIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES/ conditio sine qua non/ condição simples/ condição generalizada Superveniência de causa independente § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fa- tos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. TEO- RIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA. Relevância da omissão § 2º – [Norma de extensão causal] A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o re- sultado. O dever de agir incumbe a quem: CRIMES OMISSIVOS IMPRÓPRIOS a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocor- rência do resultado. Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - [Norma de extensão temporal] tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias ALHEIAS À VON- TADE do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, dimi- nuída de 1/3 a 2/3. PUNIÇÃO DA TENTATIVA TEORIA OBJETIVA/ REALÍSTICA Observa o aspecto objetivo do delito (sob a perspectiva dos atos praticados pelo agente). A punição se fundamenta no perigo de dano acarretado ao bem jurídico, verifi- cado na realização de parte do processo executório. Conclusão: por ser objetivamente in- completa, a tentativa merece pena redu- zida. A tentativa é chamada de tipo manco. Quanto maior a proximidade da consu- mação menor será a diminuição, e vice- versa (leva-se em conta o iter criminis percorrido pelo agente). Adotado pelo CP. TEORIA SUBJETIVA/ VOLUNTARÍSTICA/ MONISTA Observa o aspecto subjetivo do delito (sob a perspectiva do dolo). Conclusão: sob a perspectiva subjetiva (dolo), a consumação e a tentativa são idênticas, logo, a tentativa deve ter a mesma pena da consumação, sem redu- ção. REGRA: Teoria objetiva (pune-se a tentativa com a pena da con- sumação reduzida de 1/3 a 2/3). EXCEÇÃO: Teoria subjetiva (pune-se a tentativa com a mesma pena da consumação – sem redução). São os CRIMES DE ATEN- TADO ou empreendimento. CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA “CCHUPAO” Culposo (salvo, culpa imprópria) Contravenções penais (faticamente possível, mas não punível) Habituais Unissubsistentes Preterdolosos Atentado/Empreendimento Omissivos PRÓPRIOS Desistência voluntária (DV) e arrependimento eficaz (AE) Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosse- guir na execução (DV) ou impede que o resultado se produza (AE), só responde pelos atos já praticados. - PONTE DE OURO Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave amea- ça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, ATÉ O RECEBI- MENTO da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3 - PONTE DE PRATA A reparação posterior ao recebimento da denúncia e antes do julgamento é circunstância atenuante – Art. 65, III, b. A lei estabelece um tratamento mais Dia 2 /8 PONTE DE OURO favorável em face da voluntária não produção do resultado; evita-se a consumação do crime. Exclui a tipici- dade. DV e AE. PONTE DE PRATA Institutos que atuam após a consu- mação da infração penal, trazendo um tratamento penal mais benéfico ao agente. Arrependimento Posterior. PONTE DE DIAMANTE OU PONTE DE PRATA QUALIFICADA Institutos penais que, depois da con- sumação do crime, podem chegar até a eliminar a responsabilidade pe- nal do agente. Colaboração Premia- da. Crime impossível Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia ab- soluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é im- possível consumar-se o crime. CRIME IMPOSSÍVEL (QUASE-CRIME/CRIME OCO/TENTATIVA INIDÔNEA/TENTATIVA INADEQUADA/ TENTATIVA INÚTIL) TEORIA SINTOMÁTICA Com a sua conduta, demonstra o agente ser perigoso, razão pela qual deve ser pu- nido, ainda que o crime se mostre impos- sível de ser consumado. Por ter como fundamento a periculosida- de do agente, esta teoria se relaciona dire- tamente com o direito penal do autor. TEORIA SUBJETIVA Sendo a conduta subjetivamente perfeita (vontade consciente de praticar o delito), deve o agente sofrer a mesma pena comi- nada à tentativa, sendo indiferente os da- dos (objetivos) relativos à impropriedade do objeto ou ineficácia do meio, ainda quando absolutas. O agente deve ser pu- nido porque revelou vontade de praticar o crime. TEORIA OBJETIVA Crime é conduta e resultado. Este configu- ra dano ou perigo de dano ao bem jurídi- co. A execução deve ser idônea, ou seja, trazer a potencialidade do evento. Caso inidônea, temos configurado o crime im- possível. O agente não deve ser punido porque não causou perigo aos bens pe- nalmente tutelados. A teoria objetiva subdivide-se: 1) TEORIA OBJETIVA PURA: não há tentati- va, mesmo que a inidoneidade seja relati- va, considerando-se, neste caso, que não houve conduta capaz de causar lesão. 2) TEORIA OBJETIVA TEMPERADA OU IN- TERMEDIÁRIA: a ineficácia do meio e a im- propriedade do objeto devem ser absolu- tas para que não haja punição. Sendo rela- tivas, pune-se a tentativa. É a teoria Adotada pelo CP. Súmula 145-STF: Não há crime, quando a preparação do flagran- te pela polícia torna impossível a sua consumação. A existência de sistema de segurança ou de vigilância eletrônica não torna impossível, por si só, o crime de furto cometido no in- terior de estabelecimento comercial. (Tema Repetitivo: 924) Art. 18 - Diz-se o crime: Crime doloso I - doloso, quando o agente quis o resultado (TEORIA DA VONTADE) ou assumiu o risco de produzi-lo (TEORIA DO CON- SENTIMENTO); Crime culposo II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por im- prudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei (crime cul- poso só se previsto em lei), ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. TEORIAS DO DOLO TEORIA DA VONTADE Dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal. Dolo = previsão (consciência) + querer OBS: Adotada pelo CP em relação ao dolo direto. TEORIA DO CONSENTIMENTO/ ASSENTIMENTO Fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decide prosseguir com a con- duta, assumindo o risco de produzir o evento. Dolo = previsão (consciência) + prosseguir com a conduta assumindo o risco do evento OBS: Esta teoria, diferente da anterior, não mais abrange no conceito de dolo a culpa consciente. OBS: Adotada pelo CP em relação ao dolo eventual. TEORIA DA REPRE- SENTAÇÃO Fala-se em dolo sempre que o agente tiver a previsão do resultado como possível e, ainda assim, decidir prosseguir com a con- duta. Dolo = previsão (consciência) + prosseguir com a conduta ATENÇÃO: Esta teoria acaba abrangendo no conceito de dolo a culpa consciente. ESPÉCIES DE DOLO O agente “quer a produção do resultado” (CP, art. 18, I, primeira parte). Subdivide-se: dolo direto de primeiro grau e dolo direto de segundo grau. DOLO DIRETO DE PRIMEIRO GRAU O agente tem intenção (vontade consciente) de produzir o resultado e dirige sua conduta para este fim. Dia 2 / 9 DOLO DIRETO Dolo: fim e meios escolhidos. Exemplo: o agente deseja matar um inimigo. DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU (DOLO DE CONSEQUÊNCIAS NECESSÁRIAS) O agente tem intenção (vontade consciente) de produzir o resultado, mas sabe que a sua produção necessariamente dará causa a outros resultados. Exemplo: o agente coloca um explosivo dentro de um carro de seu desafeto. Morte do desafeto: dolo de 1.º grau. Morte de outros passageiros: dolo de 2.º grau. DOLO INDIRETO O agente não dirige sua vontade a um resultado determinado. Subdivide-se: dolo alternativo e dolo eventual. DOLO ALTERNATIVO O agente quer alcançar um ou outro resultado (alternatividade objetiva) ou atingir uma ou outra pessoa (alternatividade subjetiva). DOLO EVENTUAL O agente quer um resultado, mas assume o risco de realizar o outro. Adoção da teoria do assentimento. Há indiferença em relação ao resultado. Diferença (dolo eventual e dolo de segundo grau). Dolo eventu- al: é possível que o resultado “indiferente” sequer ocorra. Dolo de segundo grau: o resultado certamente ocorrerá em virtude do meio de execução. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br CULPA CULPA PRÓPRIA o agente não quer o resultado, nem tampouco assume o risco de produzi-lo CULPA INCONSCIENTE É a culpa sem previsão. O agente não prevê o resultado que era previsível para o homem médio (homo medius ou homem standard). CULPA CONSCIENTE É a culpa com previsão. O agente acredita sinceramente que o resultado não ocorrerá. O resultado previsto não é desejado ou assumido, porque o agente acredita, sinceramente, que pode evita-lo. Difere do DOLO EVENTUAL, no qual O resultado previsto não é desejado, mas assume o risco de produzi-lo. CULPA IMPRÓPRIA Também chamada: culpa por extensão, por equiparação ou por assimilação. O sujeito, após prever o resultado, e desejar sua produção, realiza a conduta por erro inescusável quanto à ilicitude do fato. Supõe uma situação fática que, se existisse, tornaria a sua ação legítima. Por política criminal, é a única modalidade de crime culposo que comporta tentativa. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Agravação pelo resultado Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamen- te. TEORIAS DA CONDUTA TEORIA CAUSALISTA (Causal-Naturalista/ Clássica/ Naturalísti- ca/ Mecanicista) Idealizada por Von Liszt, Beling, Radbru- ch. Início do século XIX. Marcadas pelos ideais positivistas. Segue o método empregado pelas ciên- cias naturais Crime: (Teoria tripartite) - Fato típico (conduta), Ilicitude e Culpabilidade Conduta: Movimento corporal voluntário que produz uma modificação no mundo exterior, perceptível pelos sentidos. Experimentação TEORIA NEOKANTISTA (Causal-Valorativa/ Neoclássica/ Normativista) Idealizada por Edmund Mezger. Desenvolvida nas primeiras décadas do século XX. Tem base causalista Fundamenta-se em uma visão neoclássi- ca, marcada pela superação do positivis- mo, introduzindo a racionalização do método Conduta: Comportamento humano vo- luntário causador de um resultado. Valoração TEORIA FINALISTA (Ôntico- Fenomenológica) Criada por Hans Welzel. Meados do século XX (1930 – 1960). Percebe que o dolo e a culpa estavam in- seridos no substrato errado (não devem integrar a culpabilidade). Conduta: Comportamento humano vo- luntário psiquicamente dirigido a um fim (toda conduta é orientada por um que- rer). OBS: Para Welzel, toda consciência é in- tencional. OBS: Retira do dolo seu elemento norma- tivo (consciência da ilicitude). OBS: Culpabilidade formada apenas por elementosnormativos (potencial cons- ciência da ilicitude, exigibilidade de con- duta diversa, imputabilidade). OBS: Dolo normativo (consciência da ilici- tude) passa a ser dolo natural/valorativa- mente neutro (dolo sem consciência da ilicitude). Dica: supera-se a cegueira do causalismo com um finalismo vidente. Desenvolvida por Wessels, tendo como Dia 2 / 10 TEORIA SOCIAL DA AÇÃO principal adepto Jescheck. A pretensão desta teoria não é substituir as teorias clássica e finalista, mas acres- centar-lhes uma nova dimensão, qual seja, a relevância social do comporta- mento. Conduta: Comportamento humano vo- luntário psiquicamente dirigido a um fim, socialmente reprovável. OBS: para esta teoria, o dolo e a culpa in- tegram o fato típico (finalismo), mas são novamente analisados no juízo da culpa- bilidade (causalismo). FUNCIONALISMO Teorias Funcionalistas Ganham força e espaço na década de 1970, discutidas com ênfase na Alema- nha. Buscam adequar a dogmática penal aos fins do Direito Penal. Percebem que o Direito Penal tem neces- sariamente uma missão e que seus insti- tutos devem ser compreendidos de acor- do com essa missão – (edificam o Direito Penal a partir da função que lhe é confe- rida). Conclusão: a conduta deve ser com- preendida de acordo com a missão con- ferida ao direito penal. FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO (Dualista/ Moderado/ Da Política Criminal/ Valorativo) ROXIN (ESCOLA DE MUNIQUE) CRIME: fato típico (conduta), ilícito e RE- PROVÁVEL (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa e necessidade da pena). OBS: Roxin busca a reconstrução do Di- reito Penal com base em critérios po- lítico-criminais. Missão do Direito Penal: proteção de bens jurídicos. Proteger os valores essen- ciais à convivência social harmônica. Conduta: Comportamento humano vo- luntário causador de relevante e intolerá- vel lesão ou perigo de lesão ao bem ju- rídico tutelado. FUNCIONALISMO SISTÊMICO (Monista/ Radical) JAKOBS (ESCOLA DE BONN) CRIME: fato típico (conduta), ilícito e cul- pável (imputabilidade, potencial cons- ciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa). OBS: Para Jakobs, o Direito Penal deve vi- sar primordialmente à reafirmação da norma violada e ao fortalecimento das expectativas de seus destinatários. Missão do Direito Penal: Assegurar a vi- gência do sistema. Está relativamente vin- culada à noção de sistemas sociais (Niklas Luhmann). Conduta: Comportamento humano vo- luntário causador de um resultado viola- dor do sistema, frustrando as expectati- vas normativas. OBS: Ação é produção de resultado evitá- vel pelo indivíduo (teoria da evitabilidade individual). OBS: O agente é punido porque violou a norma e a pena visa reafirmar a norma violada. TEORIA CAUSALISTA Conduta: Movimento corporal voluntário que produz uma modificação no mundo ex- terior, perceptível pelos sentidos. TEORIA NEOKANTISTA Conduta: Comportamento humano voluntá- rio causador de um resultado. TEORIA FINALISTA Conduta: Comportamento humano voluntá- rio psiquicamente dirigido a um fim (toda conduta é orientada por um querer). TEORIA SOCIAL DA AÇÃO Conduta: Comportamento humano voluntá- rio psiquicamente dirigido a um fim, social- mente reprovável. FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO Conduta: Comportamento humano voluntá- rio causador de relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. FUNCIONALISMO SISTÊMICO Conduta: Comportamento humano voluntá- rio causador de um resultado violador do sistema, frustrando as expectativas normati- vas. Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo (SEMPRE), mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO Inevitável: exclui dolo e culpa Inevitável: isenta o agente de pena Evitável: pune a culpa, se previs- ta em lei Evitável: diminui a pena O agente NÃO SABE o que faz. O agente SABE o que faz, mas pensa que sua conduta é lícita Erro sobre os elementos objeti- vos do tipo Erro quanto à ilicitude da con- duta Má interpretação sobre os FA- TOS Afasta a POTENCIAL CONS- CIÊNCIA DA ILICITUDE. Não há erro sobre a situação fática, mas não há a exata compreensão sobre os LIMITES JURÍDICOS DA LICITUDE da conduta. Exclui CRIME Exclui PENA Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justifica- do pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. Dia 2 / 11 O ERRO sobre os PRESSUPOSTOS FÁTICOS deve ser tratado como erro de tipo ou de proibição? TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE (prevalece no Brasil) O erro sobre os pressupostos fáticos deve equiparar-se a ERRO DE TIPO. Se inevitável, exclui dolo e culpa; se evitá- vel, pune a culpa. Prevista na exposição de motivos do CP. Apesar de previso no art. 20, §1° que o agente fica isento de pena, a conse- quência será a exclusão da tipicidade (ausência de dolo e culpa). TEORIA EXTREMADA DA CULPABILIDADE Equipara-se a erro de proibição. Se ine- vitável, isenta o agente de pena; se evi- tável, diminui a pena. TEORIA EXTREMADA “SUI GENERIS” DA CULPABILIDADE De acordo com essa teoria, o art. 20, §1°, CP, reúne as duas teorias anteriores, se- guindo a extremada, quando o erro é inevitável, e a limitada, quando o erro é evitável. Erro determinado por terceiro § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é prati- cado NÃO ISENTA de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Erro sobre a ilicitude do fato (ERRO DE PROIBIÇÃO) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro so- bre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de 1/6 a 1/3. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superi- or hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Causa legal de EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE por inexigibilida- de de conduta diversa. Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato : I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. O rol do art. 23 não é taxativo, pois admite causas supralegais, como consentimento do ofendido. As fontes das causas de justificação são: - A lei (estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito), - A necessidade (estado de necessidade e legítima defesa) - A falta de interesse (consentimento do ofendido). Os efeitos das causas excludentes de antijuridicidade se esten- dem à esfera extrapenal. (CPP, art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em esta- do de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito). RELAÇÃO ENTRE TIPICIDADE E ILICITUDE TEORIA DA AUTONOMIA OU ABSOLUTA INDEPENDÊNCIA VON BELING (1906) A tipicidade não tem qualquer re- lação com a ilicitude. CUIDADO: excluída a ilicitude o fato permanece típico. Ex: Fulanomata Beltrano – temos um fato típico. Comprovado que Fulano agiu em legítima defesa, ex- clui a ilicitude, mas permanece o fato típico. TEORIA DA INDICIARIEDADE OU RATIO COGNOSCENDI Adotada no Brasil MAYER (1915) A existência de fato típico gera presunção de ilicitude. - Relativa dependência. CUIDADO: excluída a ilicitude, o fato permanece típico. Ex: Fulano mata Beltrano. Compro- va a tipicidade, presume-se a ilici- tude. Fulano tem que provar que agiu em legítima defesa. Compro- vando, desaparece a ilicitude, mas o fato continua típico. De acordo com a maioria da dou- trina, o Brasil seguiu a TEORIA DA INDICIARIEDADE, isto é, provada a tipicidade, presume-se relativa- mente a ilicitude, provocando in- versão do ônus da prova nas des- criminantes. TEORIA DA ABSOLUTA DEPENDÊNCIA OU RATIO ESSENDI MEZGER (1930) A ilicitude é essência da tipicidade, numa relação de absoluta depen- dência. CUIDADO: excluída a ilicitude, ex- clui-se o fato típico (tipo total in- justo). TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO Chega no mesmo resultado da 3ª teoria, mas por outro caminho. De acordo com essa teoria, o tipo penal é composto de elementos positivos (explícitos) e elementos negativos (implícitos). ATENÇÃO: para que o fato seja típico, é preciso praticar os ele- mentos positivos do tipo, e não praticar os elementos negativos do tipo. Dia 2 / 12 Ex: matar alguém. Elementos positivos: matar alguém. Elementos negativos: estado ne- cessidade/legítima defesa. Estado de necessidade Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem prati- ca o fato para salvar de PERIGO ATUAL, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir- se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3. Exige saída cômoda (commodus discessus). Perigo iminente não configura estado de necessidade. TEORIA DIFERENCIADORA CPM arts. 39 e 45 TEORIA UNITÁRIA CP art. 24, §2° Estado de necessidade justifi- cante Exclui a ilicitude Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem sacrificado: vale – (patri- mônio) Estado de necessidade justifi- cante Exclui a ilicitude Bem jurídico: vale + ou = (vida) Bem sacrificado: vale – (patri- mônio) Estado de necessidade excul- pante Exclui a culpabilidade Bem jurídico: vale - (patrimô- nio) Bem sacrificado: vale + (vida) #E no caso do bem protegido valer menos que o bem sacrifi- cado? Pode servir como dimi- nuição de pena. Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando MO- DERADAMENTE dos MEIOS NECESSÁRIOS, repele injusta agressão, atual OU IMINENTE, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput des- te artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a víti- ma mantida refém durante a prática de crimes. (LEI 13964/19) Não exige saída cômoda (commodus discessus). O uso moderado é dos meios necessários e não dos meios dis- poníveis. __________Codigo de Proçesso PenãlCodigo de Proçesso Penãl________ TÍTULO IV DA AÇÃO CIVIL Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, po- derão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condena- tória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos ter- mos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável ci- vil. Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo da- quela. Art. 65. FAZ COISA JULGADA NO CÍVEL a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito (excludentes de ilicitude). Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo crimi- nal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, cate- goricamente, reconhecida a inexistência material do fato. Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação ci- vil: I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime. Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimen- to, pelo Ministério Público (inconstitucionalidade progressiva; nor- ma ainda constitucional: nos locais onde há Defensoria Pública, o MP não pode ajuizar as ações de que trata o art. 68; onde não existir a Defensoria, o MP continua tendo, ainda, legitimidade) O reconhecimento da ilegitimidade ativa do Ministério Público para, na qualidade de substituto processual de menores carentes, propor ação civil pública ex delicto, sem a anterior intimação da Defensoria Pública para tomar ciência da ação e, sendo o caso, assumir o polo ativo da demanda, configura violação ao art. 68 do CPP. STJ. 4ª Turma. REsp 888.081-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 15/9/2016 (Info 592). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br AÇÃO CIVIL EX DELICTO PROPRIAMENTE DITA AÇÃO DE EXECUÇÃO EX DELICTO Independentemente da senten- ça penal, busca-se reparação do dano na esfera cível. Executam a sentença penal transitada em julgada para fins de reparação do dano (a sen- tença penal só fixa mínimo de reparação quando a parte re- querer) Mesmo que a sentença penal ainda não tenha transitado em julgado, a vítima, seu represen- tante legal ou herdeiros já po- Depois que transitar em julga- do, poderá ser proposta, no juí- zo cível, a execução da senten- ça penal condenatória, na qual Dia 2 / 13 derão buscar a reparação dos danos no juízo cível o pedido será para que o con- denado seja obrigado a reparar os danos causados à vítima (art. 63 do CPP). Isso é chamado de ação de execução ex delicto. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br TÍTULO V DA COMPETÊNCIA Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração (TEORIA DO RESULTADO); II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função. CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lu- gar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (TEORIA DO RESULTADO) § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lu- gar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execu- ção. § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o cri- me, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou maisjurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. ART. 6º DO CP ART. 70, CAPUT, DO CPP Adotou a teoria da ubiquidade (mista). Adotou a teoria do resultado. Lugar do crime é local em que... · ocorreu a ação ou omis- são (no todo ou em parte) · bem como onde se pro- duziu ou deveria produzir- se o resultado. Lugar do crime é o local em que se consumou a infração, ou, no caso de tentativa, o lu- gar em que for praticado o úl- timo ato de execução. Regra destinada a resolver a competência no caso de crimes envolvendo o território de dois ou mais países (conflito inter- nacional de jurisdição). Regra destinada a resolver cri- mes envolvendo o território de duas ou mais comarcas (ou se- ções judiciárias) apenas dentro do Brasil (conflito interno de competência territorial). Define o se o Brasil será com- petente para julgar o fato no caso de crimes à distância. Define qual o juízo competente no caso de crimes plurilocais. *Tabela retirada do site www.dizerodireito.com.br Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. CAPÍTULO II DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a compe- tência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. § 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência fir- mar-se-á pela prevenção. § 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conheci- mento do fato. Art. 73. Nos casos de EXCLUSIVA AÇÃO PRIVADA, o quere- lante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. CAPÍTULO III DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO Art. 74. A competência pela natureza da infração será regu- lada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência pri- vativa do Tribunal do Júri. § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. § 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclas- sificação para infração da competência de outro, a este será reme- tido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primei- ro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada. § 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para ou- tra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o dis- posto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o). CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente. Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal. CAPÍTULO V DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido pra- ticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por vá- rias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; III- quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Dia 2 / 14 CONEXÃO INTERSUBJETIVA POR SIMULTANEIDADE: ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido pratica- das, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, CONCURSAL: ocorrendo duas ou mais in- frações, houverem sido praticadas por vá- rias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar POR RECIPROCIDADE: ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias pessoas, umas contra as outras OBJETIVA TELEOLÓGICA: no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar as ou- tras CONSEQUENCIAL: no mesmo caso, houve- rem sido umas praticadas para ocultar, conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas INSTRUMENTAL Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementa- res influir na prova de outra infração. Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I CONTINÊNCIA SUBJETIVA - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II CONTINÊNCIA OBJETIVA - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal. CONTINÊNCIA SUBJETIVA Duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração OBJETIVA Concurso formal Aberratio ictus Aberratio criminis Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: I - no concurso entre a competência do júri e a de outro ór- gão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravi- dade; c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros ca- sos; III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predo- minará a de maior graduação; IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, pre- valecerá esta. Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. § 1o Cessará, EM QUALQUER CASO, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152 (doença mental sobreveio à infração) § 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acu- sados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação. SEPARAÇÃO FACULTATIVA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA Quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstân- cias de tempo ou de lugar dife- rentes Concurso entre a jurisdição co- mum e a militar Quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a se- paração. Concurso entre a jurisdição co- mum e o juízo de menores (ECA) Sobrevier doença mental em relação a um corréu Houver corréu foragido Não houver número mínimo de jurados no tribunal do júri (es- touro de urna) Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua com- petência, continuará competente em relação aos demais proces- sos. Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a compe- tência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ouabsolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo com- petente. Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição pre- valente deverá avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas. CAPÍTULO VI DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, Dia 2 / 15 ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c). CAPÍTULO VII DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do STF, do STJ, dos TRFs e TJs dos Estados e do Distrito Federal, relativa- mente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que fo- rem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do STF e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. Art. 86. Ao STF competirá, privativamente, processar e julgar: I - os seus ministros, nos crimes comuns; II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República; III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade. Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apela- ção o julgamento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos se- cretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério Público. CAPÍTULO VIII DISPOSIÇÕES ESPECIAIS Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República. Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espa- ço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se fir- mará pela prevenção. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL STF Súmula 498-STF: Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a eco- nomia popular. Súmula 522-STF: Salvo ocorrência de tráfico com o exterior, quando, então, a competência será da Justiça Federal, compete a justiça dos estados o processo e o julgamento dos crimes rela- tivos a entorpecentes. STJ Súmula 38-STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interes- se da União ou de suas entidades. E se a contravenção penal for conexa com crime federal? Haverá a cisão dos processos, de forma que o crime será julgado pela Justiça Federal e a contravenção pela Justiça Estadual (STJ. CC 20454/RO). Exceção na qual a Justiça Federal julgaria contravenção penal: contravenção penal praticada por pessoa com foro privativo no Tribunal Regional Federal. Súmula 42-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento. Súmula 62-STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência so- cial, atribuído à empresa privada. Info 554, STJ: o STJ decidiu que compete à Justiça Federal(e não à Justiça Estadual) processar e julgar o crime caracterizado pela omissão de anotação de vínculo empregatício na CTPS (art. 297, § 4º, do CP). Esse mesmo raciocínio pode ser aplicado para a fal- sa anotação na CTPS (art. 297, § 3º do CP). Súmula 104-STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e julga- mento dos crimes de falsificação e uso de documento falso rela- tivo a estabelecimento particular de ensino. Súmula 107-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal. Súmula 140-STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vitima. Súmula 209-STJ: Compete à justiça estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patri- mônio municipal. Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não impor- tando a qualificação do órgão expedidor. SÚMULAS SOBRE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL STF Súmula vinculante 36-STF: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habili- tação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil. STJ Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julga- mento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, "a", do Código Dia 2 / 16 de Processo Penal. Súmula 147-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando re- lacionados com o exercício da função. Súmula 165-STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar cri- me de falso testemunho cometido no processo trabalhista. Súmula 200-STJ: O juízo federal competente para processar e jul- gar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou. Súmula 208-STJ: Compete à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal. Súmula 528-STJ: Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. SÚMULA SOBRE CONFLITO DE COMPETÊNCIA Súmula 555-STF: É competente o Tribunal de Justiça para julgar conflito de jurisdição entre juiz de direito do estado e a justiça militar local SÚMULAS SOBRE PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do Tri- bunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. Súmula 451-STF: A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação defi- nitiva do exercício funcional Súmula 702-STF: A competência do Tribunal de Justiça para jul- gar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência daJustiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária ca- berá ao respectivo tribunal de segundo grau. Súmula 704-STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de fun- ção de um dos denunciados JURISPRUDÊNCIA EM TESES DO STJ EDIÇÃO N. 72: COMPETÊNCIA CRIMINAL 1) Compete ao Superior Tribunal de Justiça o julgamento de revi- são criminal quando a questão objeto do pedido revisional tiver sido examinada anteriormente por esta Corte. 2) A mera previsão do crime em tratado ou convenção internaci- onal NÃO ATRAI a competência da Justiça Federal, com base no art. 109, inciso V, da CF/88, sendo imprescindível que a conduta tenha ao menos potencialidade para ultrapassar os limites terri- toriais. 3) O fato de o delito ser praticado pela internet NÃO ATRAI, au- tomaticamente, a competência da Justiça Federal, sendo neces- sário demonstrar a internacionalidade da conduta ou de seus re- sultados. 4) Não há conflito de competência entre Tribunal de Justiça e Turma Recursal de Juizado Especial Criminal de um mesmo Esta- do, já que a Turma Recursal não possui qualidade de Tribunal e a este é subordinada administrativamente. 5) É relativa a nulidade decorrente da inobservância da compe- tência penal por prevenção, que deve ser alegada em momento oportuno, sob pena de preclusão. 6) A competência é determinada pelo lugar em que se consu- mou a infração (art. 70 do CPP), sendo possível a sua modifica- ção na hipótese em que outro local seja o melhor para a forma- ção da verdade real. 7) Compete ao Tribunal Regional Federal ou ao Tribunal de Justi- ça decidir os conflitos de competência entre juizado especial e juízo comum da mesma seção judiciária ou do mesmo Estado. 8) Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, #a#, do Código de Processo Pe- nal. (Súmula n. 122/STJ) 9) Inexistindo conexão probatória, não é da Justiça Federal a competência para processar e julgar crimes de competência da Justiça Estadual, ainda que os delitos tenham sido descobertos em um mesmo contexto fático. 10) No concurso de infrações de menor potencial ofensivo, afasta-se a competência dos Juizados Especiais quando a soma das penas ultrapassar 2 anos. 11) Compete à Justiça Federal processar e julgar crimes relativos ao desvio de verbas públicas repassadas pela União aos municí- pios e sujeitas à prestação de contas perante órgão federal. 12) Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio munici- pal. (Súmula n. 209/STJ) 13) As atribuições da Polícia Federal não se confundem com as regras de competência constitucionalmente estabelecidas para a Justiça Federal (arts. 108, 109 e 144, §1°, da CF/88), sendo possí- vel que uma investigação conduzida pela Polícia Federal seja processada perante a Justiça Estadual. 14) Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o índio figure como autor ou vítima, desde que não haja ofensa a direitos e a cultura indígenas, o que atrai a competência da Justiça Federal. 15) Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes prati- cados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. (Súmula n. 147/STJ) 16) Há conflito de competência, e não de atribuição, sempre que a autoridade judiciária se pronuncia a respeito da controvérsia, acolhendo expressamente as manifestações do Ministério Públi- co. 17) Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execu- ção das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Mili- tar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual. (Súmula n. 192/STJ) 18) A mudança de domicílio pelo condenado que cumpre pena restritiva de direitos ou que seja beneficiário de livramento con- dicional não tem o condão de modificar a competência da exe- cução penal, que permanece com o juízo da condenação, sendo deprecada ao juízo onde fixa nova residência somente a supervi- são e o acompanhamento do cumprimento da medida imposta. 19) A ofensa indireta, genérica ou reflexa praticada em detrimen- to de bens, serviços ou interesse da União, de suas entidades au- tárquicas ou empresas públicas federais não atrai a competência da Justiça Federal (art. 109, IV, da CF/88).
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