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SAÚDE-MENTAL-NA-ATENÇÃO-BÁSICA-E-SAÚDE-DA-FAMÍLIA

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1 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DA ESF/APS ....................... 4 
3 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL .......... 6 
3.1 Elaboração do projeto terapêutico singular no apoio matricial de saúde 
mental 9 
3.2 Roteiro para discussão de casos em apoio matricial de saúde mental 9 
4 PSICOPATOLOGIA .................................................................................. 11 
5 SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA .................................................................... 13 
5.1 DIMENSÃO DUPLA DO SINTOMA PSICOPATOLÓGICO: 
INDICADOR E SÍMBOLO AO MESMO TEMPO .................................................... 14 
6 TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS ........................................................ 16 
6.1 Um pouco sobre a histeria .................................................................. 17 
7 TRANSTORNO BIPOLAR ........................................................................ 20 
7.1 Hipomania .......................................................................................... 23 
7.2 A prevenção de novos episódios de mania ........................................ 23 
8 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE.................................................... 24 
9 DEPRESSÃO ............................................................................................ 27 
9.1 Fisiopatologia da depressão ............................................................... 28 
9.2 Etiologia da depressão ....................................................................... 29 
9.3 Fatores psicossociais, econômicos e culturais ................................... 29 
9.4 Depressão e disfunção sexual ........................................................... 31 
 
2 
 
 
 
 
10 O IMPACTO DE PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL E DE PSIQUIATRIA 
NA FAMÍLIA .............................................................................................................. 32 
11 A CRIANÇA, O IDOSO E O ADULTO – DIFERENTES PATOLOGIAS 
PSIQUIATRÍCAS. ...................................................................................................... 36 
11.1 O grupo de familiares e o cuidado com o portador de sofrimento 
psíquico 38 
11.2 O que é família? .............................................................................. 40 
11.3 A lógica da Atenção Básica à saúde e os recursos para o trabalho 
com a família enquanto protagonista do cuidado .................................................. 41 
12 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 43 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
2 ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL NO ÂMBITO DA ESF/APS 
Fonte: amenteemaravilhosa.com.br 
Nas últimas décadas, na opinião de Correia, Barros e Colvero (2011) temos 
acompanhado várias transformações no modelo de atenção em saúde mental, que 
priorizam ações voltadas para a inclusão social, cidadania e autonomia das pessoas 
portadoras de transtornos mentais. Entretanto, estas mudanças têm encontrado 
obstáculos para superar o modelo biomédico e hospitalocêntrico no campo da saúde 
mental. Neste contexto, identifica-se o protagonismo do movimento social de 
profissionais, usuários e familiares que têm favorecido ao longo do processo 
mudanças na legislação e a proposição de novos modelos de atenção em saúde 
mental. 
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) é um serviço estratégico para 
promover a desospitalização, aqui entendida enquanto oferta de serviços territoriais, 
compatíveis com os princípios da Reforma Psiquiátrica e com as diretrizes da Política 
Nacional de Saúde Mental. Porém, os CAPS e a oferta de serviços na abordagem 
 
5 
 
 
 
 
psicossocial não são, ainda, suficientes para a cobertura da demanda de saúde 
mental nas diversas realidades do país (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011). 
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde, através das políticas de expansão, 
formulação, formação e avaliação da Atenção Básica, vem estimulando ações que 
remetem a dimensão subjetiva dos usuários e aos problemas mais graves de saúde 
mental da população neste nível de atenção. A Estratégia Saúde da Família (ESF), 
tomada enquanto diretriz para reorganização da Atenção Básica no contexto do 
Sistema Único de Saúde - SUS, tornou-se fundamental para a atenção das pessoas 
portadoras de transtornos mentais e seus familiares; com base no trabalho organizado 
segundo o modelo da atenção básica e por meio ações comunitárias que favorecem 
a inclusão social destas no território onde vivem e trabalham (CORREIA; BARROS; 
COLVERO, 2011). 
Em diferentes regiões do país, exemplifica Correia, Barros e Colvero (2011), 
experiências exitosas vão demonstrando a potência transformadora das práticas dos 
trabalhadores da atenção básica, mediante a inclusão da saúde mental na atenção 
básica por meio do matriciamento, como por exemplo, das equipes de apoio ao 
Programa Saúde da Família-NASF. Entretanto, muito ainda precisa ser implementado 
para avançarmos na perspectiva da construção da rede de atenção em saúde mental 
mediante a articulação de serviços que devem operar na lógica territorialização, 
corresponsabilização e da integralidade das práticas em saúde mental. 
Diante deste quadro, tem por objetivo identificar e analisar na produção 
científica as ações realizadas pelos profissionais da equipe de saúde da família na 
atenção à saúde mental. Desse modo, esperamos que este trabalho possa fazer 
repensar a assistência em saúde mental na atenção básica e contribuir para a prática 
dos trabalhadores das equipes de saúde da família frente aos portadores de 
transtornos mentais e seus familiares (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011). 
 
 
6 
 
 
 
 
3 EQUIPE MULTIPROFISSIONAL E ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL 
 
 
Fonte: http:www.nutes.ufpe.br 
Matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produzir saúde em que 
duas ou mais equipes, num processo de construção compartilhada, criam uma 
proposta de intervenção pedagógico-terapêutica. No processo de integração da saúde 
mental à atenção primária na realidade brasileira, esse novo modelo tem sido o 
norteador das experiências implementadas em diversos municípios, ao longo dos 
últimos anos (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011, p. 1). 
 Esse apoio matricial, formulado por Gastão Wagner Campos (1999 apud 
Correia, Barros e Colvero 2011), tem estruturado em nosso país um tipo de cuidado 
colaborativo entre a saúde mental e a atenção primária. Tradicionalmente, os sistemas 
de saúde se organizam de uma forma vertical (hierárquica), com uma diferença de 
autoridade entre quem encaminha um caso e quem o recebe, havendo uma 
transferência de responsabilidade ao encaminhar. A comunicação entre os dois ou 
mais níveis hierárquicos ocorre, muitas vezes, de formaprecária e irregular, 
geralmente por meio de informes escritos, como pedidos de parecer e formulários de 
 
7 
 
 
 
 
contrarreferência que não oferecem uma boa resolubilidade. A nova proposta 
integradora visa transformar a lógica tradicional dos sistemas de saúde: 
encaminhamentos, referências e contrarreferências, protocolos e centros de 
regulação. Os efeitos burocráticos e pouco dinâmicos dessa lógica tradicional podem 
vir a ser atenuados por ações horizontais que integrem os componentes e seus 
saberes nos diferentes níveis assistenciais. 
Na horizontalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema de 
saúde se reestrutura em dois tipos de equipes: 
 Equipe de referência; 
 Equipe de apoio matricial. 
Na situação específica do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, refere 
Correia, Barros e Colvero (2011) as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) 
funcionam como equipes de referência interdisciplinares, atuando com uma 
responsabilidade sanitária que inclui o cuidado longitudinal, além do atendimento 
especializado que realizam concomitantemente. E a equipe de apoio matricial, no 
caso específico desse guia prático, é a equipe de saúde mental. 
Segundo Campos e Domitti (2007, p. 400 apud Correia, Barros e Colvero 2011), 
a relação entre essas duas equipes constitui um novo arranjo do sistema de saúde: 
Apoio matricial e equipe de referência são, ao mesmo tempo, arranjos 
organizacionais e uma metodologia para gestão do trabalho em saúde, objetivando 
ampliar as possibilidades de realizar-se clínica ampliada e integração dialógica entre 
distintas especialidades e profissões. 
O apoio matricial é distinto do atendimento realizado por um especialista dentro 
de uma unidade de atenção primária tradicional. Ele pode ser entendido com base no 
que aponta Figueiredo e Campos (2009): “um suporte técnico especializado que é 
ofertado a uma equipe interdisciplinar em saúde a fim de ampliar seu campo de 
atuação e qualificar suas ações”. 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Matriciamento não é: 
 • encaminhamento ao especialista 
• atendimento individual pelo profissional de saúde mental 
• intervenção psicossocial coletiva realizado apenas pelo profissional de saúde 
mental. 
No dizer de Correia, Barros e Colvero (2011) o matriciamento deve 
proporcionar a retaguarda especializada da assistência, assim como um suporte 
técnico-pedagógico, um vínculo interpessoal e o apoio institucional no processo de 
construção coletiva de projetos terapêuticos junto à população. Assim, também se 
diferencia da supervisão, pois o matriciador pode participar ativamente do projeto 
terapêutico. O matriciamento constitui-se numa ferramenta de transformação, não só 
do processo de saúde e doença, mas de toda a realidade dessas equipes e 
comunidades. 
Quando solicitar um matriciamento? 
• Nos casos em que a equipe de referência sente necessidade de apoio da 
saúde mental para abordar e conduzir um caso que exige, por exemplo, 
esclarecimento diagnóstico, estruturação de um projeto terapêutico e abordagem da 
família. 
• Quando se necessita de suporte para realizar intervenções psicossociais 
específicas da atenção primária, tais como grupos de pacientes com transtornos 
mentais. 
• Para integração do nível especializado com a atenção primária no tratamento 
de pacientes com transtorno mental, como, por exemplo, para apoiar na adesão ao 
projeto terapêutico de pacientes com transtornos mentais graves e persistentes em 
atendimento especializado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). 
• Quando a equipe de referência sente necessidade de apoio para resolver 
problemas relativos ao desempenho de suas tarefas, como, por exemplo, dificuldades 
nas relações pessoais ou nas situações especialmente difíceis encontradas na 
realidade do trabalho diário. 
 
9 
 
 
 
 
3.1 Elaboração do projeto terapêutico singular no apoio matricial de saúde 
mental 
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um recurso de clínica ampliada e da 
humanização em saúde. Segundo Carvalho e Cunha (2006), o uso do termo “singular” 
em substituição a “individual”, outrora mais utilizado, baseia-se na premissa de que 
nas práticas de saúde coletiva e em especial na atenção primária é fundamental levar 
em consideração não só o indivíduo, mas todo o seu contexto social (CORREIA; 
BARROS; COLVERO, 2011). 
Os projetos podem ser familiares, coletivos e até territoriais, o que restringe o 
uso da palavra “individual”. E ainda que o centro de um projeto terapêutico singular 
seja, de fato, um indivíduo apenas, olhar para os cuidados de alguém em especial na 
saúde mental exige um foco abrangente que incluiu o seu entorno familiar e territorial. 
Essa concepção é extremamente importante para um matriciador quando ele aborda 
algum caso com a equipe de referência (CORREIA; BARROS; COLVERO, 2011, p. 
1). 
3.2 Roteiro para discussão de casos em apoio matricial de saúde mental 
• Motivo do matriciamento 
• Informações sobre a pessoa, a família e o ambiente 
• Problema apresentado no atendimento 
• nas palavras da pessoa Guia Prático De Matriciamento Em Saúde Mental 
• visão familiar 
• opinião de outros 
• História do problema atual 
• início 
• fator desencadeante 
• manifestações sintomáticas 
 
10 
 
 
 
 
• evolução 
• intervenções biológicas ou psicossociais realizadas 
• compartilhamento do caso (referência e contrarreferência) 
• Configuração familiar (genograma) 
• Vida social 
• participação em grupos 
• participação em instituições 
• rede de apoio social 
• situação econômica 
• Efeitos do caso na equipe interdisciplinar 
• Formulação diagnóstica multiaxial 
 
Durante a coleta dessas informações e no diálogo com a Equipe de Saúde da 
Família (ESF), é muito importante não fazer julgamentos bruscos, cuidando sempre 
para reforçar atitudes positivas, especialmente aquelas que denotem autonomia com 
responsabilidade e clareza técnica. Além disso, em toda discussão devemos buscar 
uma formulação diagnóstica, lembrando que na saúde mental os diagnósticos são 
frequentemente temporários e que, mais importante do que acertar o código 
diagnóstico, é compreender a situação em suas várias facetas (CORREIA; BARROS; 
COLVERO, 2011, p. 1). 
 
 
 
11 
 
 
 
 
4 PSICOPATOLOGIA 
 
Fonte: maestrovirtuale.com 
É possível constatar, ao longo dos séculos, que o homem se empenhou em 
encontrar axiomas sobre si mesmo e sobre o mundo que o circunda. Neste 
processo de construção de conhecimento, houve avanços e retrocessos. As 
concepções sobre psicopatologia oscilaram entre as diversas dimensões 
apresentadas, ocorrendo, na contemporaneidade, um retorno à valorização 
das explicações etiológicas de cunho anatomofisiológicas (MORAES; 
MACEDO, 2018, p. 1). 
O termo psicopatologia foi criado por Jeremy Benthan, em 1817. Psyché 
significa alma; páthos, sofrimento ou doença; e lógos, estudo ou ciência. No entanto, 
Esquirol e Griesinger, com seus trabalhos publicados, respectivamente, na França 
(em 1837) e na Alemanha (em 1845), é que são considerados os criadores da 
psicopatologia (CHENIAUX, 2015). 
A psicopatologia é uma disciplina científica que estuda a doença mental em 
seus vários aspectos: suas causas, as alterações estruturais e funcionais 
relacionadas, os métodos de investigação e suas formas de manifestação (sinais e 
sintomas). Comportamento, cognição e experiências subjetivas anormais constituem 
 
12 
 
 
 
 
as formas de manifestação das doenças mentais.Segundo Jaspers, “o objeto da 
psicopatologia é o fenômeno psíquico, mas só os patológicos”. Contudo, a distinção 
entre o normal e o patológico em medicina é bastante imprecisa. Podemos citar pelo 
menos três critérios de normalidade, todos considerados insuficientes: o subjetivo, o 
estatístico e o qualitativo (CHENIAUX, 2015). 
De acordo com Cheniaux (2015) o critério subjetivo de normalidade, está 
doentequem sofre ou se sente doente. Na síndrome maníaca, contraditoriamente, o 
paciente sente-se muito bem e, apesar disso, está enfermo. Pelo critério estatístico 
ou quantitativo , normal é sinônimo de comum, ou significa próximo à média. Em 
contraposição a isso, no entanto, a cárie representa uma patologia muito frequente; e 
uma pessoa que possui um quoeficiente intelectual (QI) muito alto não é considerada 
doente. Já segundo o critério qualitativo, normal é aquilo adequado a determinado 
padrão funcional considerado ótimo ou ideal. A crítica que se faz a esse critério é que 
ele se baseia em normas socioculturais arbitrárias, as quais podem variar de um local 
para outro e modificar-se através do tempo. 
Logo, a psicopatologia configura-se como um conceito amplo e complexo, que 
pode ser compreendido por vários ângulos e direções, incluindo distintas disciplinas 
além das “psi”, tais como sociologia, direito, filosofia, história, entre outras. Esses 
saberes, embora não necessariamente reconhecidos pelo domínio e propriedade na 
abordagem deste assunto, contribuem significativamente para a compreensão dos 
vários espectros do conceito. Essa pluralidade conceitual, porém, não pode ser 
confundida com uma mistura equivocada de teorias, evidenciando-se a necessidade 
de que se assuma qual concepção teórica sustenta a definição do sofrimento 
emocional utilizada (MORAES; MACEDO, 2018). 
 
13 
 
 
 
 
5 SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA 
 
Fonte: /www.brainscape.com 
Moraes e Macedo (2018) define-se a semiologia como a “ciência dos signos”. 
Entende-se como sinal qualquer estímulo emitido pelos objetos do mundo. Já o signo 
é um sinal provido de significado, que representa a ligação de um significante a um 
significado. 
Há três tipos de signos: os ícones, os indicadores ou índices e os símbolos. No 
caso do ícone, há uma semelhança entre o significante e o significado; por exemplo, 
o mapa do Brasil representando o nosso país. O indicador caracteriza-se pela 
existência de uma relação de contiguidade; por exemplo, fumaça significando fogo. 
Os sinais e sintomas clínicos são também indicadores: a febre indica a presença de 
uma infecção. No símbolo, no entanto, a relação é convencional e arbitrária. Por 
exemplo, o nome Brasil dado ao nosso país, a utilização do termo alucinação para 
designar determinada alteração da sensopercepção( Moraes e Macedo 2018). 
Semiótica ou semiologia médica no dizer de Moraes e Macedo (2018) é o 
estudo dos sinais e sintomas das enfermidades, estudo este que inclui a identificação 
das alterações físicas e mentais, a ordenação dos fenômenos observados e a 
 
14 
 
 
 
 
formulação de diagnósticos.Os sinais e sintomas representam os signos da 
psicopatologia e da medicina em geral. Os sintomas são subjetivos e aparecem nas 
queixas do paciente. Dor, o sentimento de tristeza e a escuta alucinatória, por 
exemplo, são sintomas. Já os sinais são objetivos, ou seja, são verificáveis pela 
observação direta. Eles podem ser detectados por outra pessoa, às vezes pelo próprio 
paciente. A flexibilidade cerácea (alteração da psicomotricidade), uma fácies de 
tristeza e o solilóquio (falar sozinho) são sinais. 
Importante ressaltar que para uma semiologia de qualidade ser desenvolvida é 
de extrema necessidade o conhecimento, por parte do farmacêutico, da fisiologia de 
órgãos e dos sistemas, pois a partir desse entendimento a avaliação semiológica 
poderá ser realizada com maior segurança (LEONARDI, 2020). 
Segundo Moraes e Macedo (2018) uma experiência psíquica anormal possui 
tanto forma como conteúdo, a forma se refere à estrutura em termos fenomenológicos 
por exemplo, delírio, e o conteúdo, ao “colorido” ou “recheio” da experiência por 
exemplo, estar sendo perseguido por marcianos. Por semiotécnica entendemos os 
procedimentos específicos e sistematizados de observação e coleta dos sinais e 
sintomas, assim como a interpretação destes. 
É bastante importante fazer uma distinção entre as alterações psicopatológicas 
quantitativas e as qualitativas. Tomando-se um exemplo da sensopercepção ao ouvir 
vozes quando não há ninguém falando (alucinações acústico-verbais) não representa 
uma audição mais intensa do que o normal, mas sim uma forma de ouvir 
qualitativamente diferente do normal (Moraes e Macedo 2018). 
5.1 DIMENSÃO DUPLA DO SINTOMA PSICOPATOLÓGICO: INDICADOR E 
SÍMBOLO AO MESMO TEMPO 
Os sintomas médicos e psicopatológicos têm, como signos, uma dimensão 
dupla. Eles são tanto um índice (indicador) como um símbolo refere Saramago (2006) 
O sintoma como índice indica uma disfunção que está em outro ponto do organismo 
 
15 
 
 
 
 
ou do aparelho psíquico; porém, aqui a relação do sintoma com a disfunção de base 
é, em certo sentido, de contiguidade. A febre pode corresponder a uma infecção que 
induz os leucócitos a liberarem certas citocinas que, por sua ação no hipotálamo, 
produzem o aumento da temperatura. Assim, o sintoma febre tem determinada 
relação de contiguidade com o processo infeccioso de base (SARAMAGO, 2006). 
Além de tal dimensão de indicador, os sintomas psicopatológicos, ao serem 
nomeados pelo paciente, por seu meio cultural ou pelo médico, passam a ser 
“símbolos linguísticos” no interior de uma linguagem. No momento em que recebe um 
nome, o sintoma adquire o status de símbolo, de signo linguístico arbitrário, que só 
pode ser compreendido dentro de um sistema simbólico dado, em determinado 
universo cultural (SARAMAGO, 2006). 
Dessa forma, a angústia manifesta-se (e realiza-se) ao mesmo tempo como 
mãos geladas, tremores e aperto na garganta (que indicam, p. ex., uma disfunção no 
sistema nervoso autônomo), e, ao ser tal estado designado como nervosismo, 
neurose, ansiedade ou gastura, passa a receber certo significado simbólico e cultural 
(por isso, convencional e arbitrário), que só pode ser adequadamente compreendido 
e interpretado tendo-se como referência um universo cultural específico, um sistema 
de símbolos determinado. A semiologia psicopatológica, portanto, cuida 
especificamente do estudo dos sinais e sintomas produzidos pelos transtornos 
mentais, signos que sempre contêm essa dupla dimensão (SARAMAGO, 2006). 
 
 
16 
 
 
 
 
6 TRANSTORNOS NEUROLÓGICOS 
 
Fonte: medprev 
 
Histeria, transtornos somatoformes e sintomas somáticos: as múltiplas 
configurações do sofrimento psíquico no interior dos sistemas classificatórios, A 
história da histeria no domínio médico e psicanalítico tem oscilado na busca de 
entendimentos que possam ajudar a levar à sua superação. Contenção, morte, 
compreensão, nomeação e medicalização são momentos dessa história. Desde a 
hipótese de um útero que migrava pelo corpo e o desarranjava passando pelo 
momento de sua identificação mal (dita) com o comportamento de bruxas até sua 
explicação no pensamento freudiano e a mais recente dissolução de sua realidade 
nos múltiplos sintomas de um mal-estar difícil de ser nomeado, compreendido e 
tratado. A histeria parece agora desafiar os modos de entendimento classificatórios 
da atualidade (CATANI, 2014). 
Seu apagamento em favor dos transtornos somatoformes e/ou dos sintomas 
somáticos guarda uma esperança de que, enfim, se possa tratar esse tipo de 
 
17 
 
 
 
 
sofrimento ao referi-lo a sintomas e quadros muito específicos sobre os quais se pode 
operar intervenções localizadas. A precisão das novas classificações impõe uma 
grande fragmentação e dispersão da percepção de modalidades de sofrimento que 
atingem os indivíduos de maneiras muito complexas e fugidias, refratárias mesmo a 
esse tipo de compreensão. Talvez o que se ganhe em transparência possa justamente 
vir a funcionar como obstáculo para a compreensão fértil da questão. O presente 
trabalho objetivo apresentar as diferentes maneiras de nomear a histeria observadas 
ao longo do tempo (CATANI, 2014, p. 1). 
Segundo Catani (2014) recorre a dois sistemas classificatóriosdo campo na 
psiquiatria para compreender as interferências e os motivos para essas 
transformações. Como se sabe, a histeria já existe muito antes dos escritos de Freud 
do mesmo modo que outras tentativas de nomeações do mal-estar subjetivo, ainda 
que as classificações do ponto de vista psiquiátrico tenham aparecido apenas 
posteriormente. Para entender como ocorreu a incorporação e a supressão da histeria 
nos sistemas psiquiátricos classificatórios, julga-se fundamental retomar as formas 
pelas quais esse funcionamento psíquico foi descrito nos diversos contextos até 
chegar aos dois principais sistemas conhecidos mundialmente hoje, a Classificação 
Internacional de Doenças (cid) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos 
Mentais. 
6.1 Um pouco sobre a histeria 
A histeria não foi algo que ocupou apenas os clínicos gerais e psicanalistas, 
mas também pelo menos psicólogos, psiquiatras e neurologistas exemplifica Catani 
(2014) no quadro de cada especialidade, o tipo de entendimento para aquele 
fenômeno e a maneira de referir-se a ele de forma direta ou indireta variou. Por 
exemplo: doença cerebral primitiva, idiopática e não simpática, psicastênico, 
histereopilepsia, histeria traumática, psicose histérica, sintomas somáticos, 
 
18 
 
 
 
 
transtornos somatoformes, personalidade histriônica, psiconeurose, psicogênico, 
reação conversiva, reação dissociativa, personalidade instável, entre outros. 
Além das formas populares de nomear os fenômenos que envolviam algum tipo 
de comportamento ou modo de pensar exagerado, esses acontecimentos eram 
nomeados como frescuras e pitis nervosos e/ou histéricos. Cabe reiterar que se o 
nome da histeria foi sendo alterado, principalmente pela psiquiatria, as maneiras de 
identificar e estabelecer o diagnóstico também sofreram variação. Mas voltemos um 
pouco na história. Na origem o termo histeria era usado para se referir ao útero 
(hystera). Desde o Egito Antigo, estas manifestações corporais já eram descritas, 
embora tenham sido nomeadas desse modo anos mais tarde. Na Antiguidade, com 
Hipócrates (460 a.C.-377 a.C.), pensava-se que a histeria atingia apenas as mulheres 
(CATANI, 2014). 
O fato dos sintomas manifestarem-se como sufocação fez com que os 
estudiosos deduzissem que se tratava de uma ação migratória do útero pelo 
corpo, produzindo sensações de “nós”, “engasgos”, “sufocamentos”. Platão 
(427 a.C.-327 a.C.), se apoiou nas considerações de Hipócrates e concluiu 
que essas manifestações eram formas do útero irritado clamar por relações 
sexuais Histeria, transtornos somatoformes e sintomas somáticos. Para 
reverter esses sintomas recomendava-se: gravidez, relações e trabalhos 
manuais (Roudinesco & Plon, 1998 apud CATANI, 2014). 
Na Idade Média, essa explicação relacionada ao útero perde força devido à 
forte influência religiosa da época. A Igreja justificava os sintomas como ação do 
diabo, que se apropriaria do corpo das mulheres pecadoras e feiticeiras, que eram 
punidas por seus comportamentos (CATANI, 2014). 
A histeria foi associada, assim, às más condutas, e no Renascimento as 
mulheres histéricas foram queimadas nas fogueiras da Inquisição para servirem de 
exemplo à população e prevenir atitudes pecaminosas. Observou-se, naquela época, 
que as noções e descrições de doenças já não eram mais suficientes para entender 
esse sofrimento com isto, novamente as explicações do útero, como sede das 
manifestações, destacam-se (Kaufmann, 1996 apud CATANI, 2014). 
 
19 
 
 
 
 
 Sydenham (1624-1689 apud CATANI, 2014) com base na teoria dos humores 
oferece uma significativa contribuição etiológica para os desequilíbrios nervosos, que 
se configuravam como doenças que abalavam a dimensão emocional da vida do 
sujeito. Essas patologias foram classificadas em dois tipos: histeria e hipocondria. A 
histeria foi explicada como um acontecimento desencadeado por emoções violentas 
(quadro agudo) e mais comum na população feminina. Já a hipocondria foi 
configurada por estados prolongados de tristeza (quadro crônico) e que acometia 
geralmente a população masculina. Ainda no século xviii, na tentativa de melhor 
circunscrever a histeria, foram sendo registradas as características das mulheres 
histéricas como forma de traçar perfis. As especificações incluíam: mulheres sensuais, 
morenas, temperamento nervoso, boca grande, olhos vivos e negros, muito cabelo e 
excesso de fluxo menstrual. 
A imagem que circulava a respeito dessas mulheres era a de que elas eram 
intensas e perigosas, para si e para os outros, sendo capazes de produzir faíscas e 
combustão espontânea de seu próprio corpo. Essa justificativa se devia ao fato de 
muitas mulheres consideradas histéricas terem sido encontradas carbonizadas (Pollo, 
2003 apud CATANI, 2014). 
Por muito tempo, a histérica ficou conhecida como uma mulher sensual que se 
entregava aos prazeres sexuais, no entanto, para desmentir isto, muitos autores 
escreveram a respeito das características e peculiaridades dessas pacientes. Dentre 
os teóricos, destaca-se Briquet, que se valeu de 430 observações clínicas, inclusive 
como forma de comprovar que essas mulheres sofriam exatamente por não serem 
capazes de se entregarem às satisfações sexuais. Briquet não teria se afastado em 
absoluto da noção de que a histeria era de origem nervosa, mas entendia esse tipo 
de funcionamento também como uma predisposição hereditária. Foi o primeiro a 
ponderar que a histeria possuía leis próprias determinadas por ações vitais (Trillat, 
1991 apud CATANI, 2014). 
 
 
20 
 
 
 
 
7 TRANSTORNO BIPOLAR 
 
 
Fonte: atarde.uol.com.br 
Pelo menos 5% da população geral já apresentou mania ou hipomania. A 
irritabilidade e sintomas depressivos durante episódios de hiperatividade breves e a 
heterogeneidade de sintomas complicam o diagnóstico. Doenças neurológicas, 
endócrinas, metabólicas e inflamatórias podem causar uma síndrome maníaca. Às 
vezes, a hipomania ou a mania são diagnosticadas de forma errada como 
normalidade, depressão maior, esquizofrenia ou transtornos de personalidade, 
ansiosos ou de controle de impulsos. O lítio é a primeira escolha no tratamento da 
mania, mas ácido valpróico, carbamazepina e antipsicóticos atípicos são também 
frequentemente utilizados (MORENO; MORENO; RATZKE, 2005). 
A eletroconvulsoterapia está indicada na mania grave, psicótica ou gestacional 
refere o autor acima, a maioria dos estudos controlados para a profilaxia de episódios 
maníacos foi realizada com lítio e mais estudos são necessários para investigar a 
eficácia profilática do valproato, da olanzapina e de outras medicações. O tratamento 
 
21 
 
 
 
 
e a profilaxia da hipomania foram pouco estudados e, de modo geral, seguem as 
mesmas diretrizes usadas para a mania. 
Evidências experimentais recentes têm sugerido que a esquizofrenia 
compartilha algumas características etiológicas e fisiopatológicas com os transtornos 
de humor (TH), particularmente o TB19. Parece natural, por consequência, que a 
prevalência e o padrão de SNS nesses dois grupos de transtornos psiquiátricos 
fossem comparados. No entanto, apesar de SNS serem o foco de inúmeras pesquisas 
em esquizofrenia, relativamente poucos trabalhos dedicaram-se ao seu estudo no TB. 
Alguns dos autores utilizaram pacientes com diferentes TH agrupados 
indiscriminadamente como grupos de comparação, ao lado de controles saudáveis, 
para a observação da prevalência de SNS em pacientes com esquizofrenia. 
Os resultados desses trabalhos são interessantes em diversos aspectos: a 
média de prevalência de SNS foi diferente entre controles e pacientes com 
esquizofrenia, mas poucas diferenças foram observadas entre esses pacientes e 
indivíduos com TH; alguns SNS particulares apresentavam frequências diferentes 
entre pacientes com TH e pacientes com esquizofrenia, e pacientes especificamente 
com TB apresentavam mais SNS do que controles20. Um dosprimeiros estudos a 
investigar essa associação foi conduzido por Nasrallah et al apud PEDROSO et al., 
2010) que observaram SNS em pacientes em mania e pacientes com esquizofrenia 
em fase aguda. 
Esses autores verificaram que SNS eram mais comuns tanto nos pacientes 
com esquizofrenia quanto nos pacientes em mania em comparação a controles, sem 
diferenças significativas entre os pacientes com esquizofrenia e aqueles em mania. 
Manschreck e Ames, em um estudo similar, observaram que pacientes com TH 
apresentaram mais disfunções motoras e sensoriais em comparação a grupos de 
controle, porém não encontraram diferenças entre pacientes com esquizofrenia em 
fase adulta (PEDROSO et al., 2010). 
Do ponto de vista de MORENO, MORENO e RATZKE (2005) o transtorno 
bipolar (TB) é um dos quadros nosológicos mais consistentes ao longo da história da 
 
22 
 
 
 
 
medicina e as formas típicas (euforia, mania, depressão) da doença são bem 
caracterizadas e reconhecíveis, permitindo o diagnóstico precoce e confiável. A mania 
é o mais característico dos episódios e, apesar de frequente e incapacitante (é o que 
mais resulta em internações agudas em virtude das graves mudanças de 
comportamento e conduta que provoca), é pouco estudada e diagnosticada. A 
hipomania, sua forma mais leve, era praticamente desconhecida pela maioria dos 
clínicos, sendo confundida com a normalidade ou transtornos de personalidade 
borderline, histriônico, narcisista ou anti-social. Nos últimos anos, o interesse nestes 
quadros aumentou, com maiores pesquisas em diagnóstico, neurobiologia, 
epidemiologia e tratamento. Apesar disso, a identificação de pacientes pertencentes 
ao amplo grupo de bipolares, embora de suma importância clínica, social e 
econômica, e apesar da terapêutica disponível, continua sendo pouco ou tardiamente 
diagnosticado e inadequadamente tratado. 
 A mania afeta o humor e as funções vegetativas, como sono, cognição, 
psicomotricidade e nível de energia. Em um episódio maníaco clássico, o humor é 
expansivo ou eufórico, diminui a necessidade de sono, ocorre aumento da energia, de 
atividades dirigidas a objetivos (por exemplo, o paciente inicia vários projetos ao 
mesmo tempo), de atividades prazerosas, da libido, além de inquietação e até mesmo 
agitação psicomotora. O pensamento torna-se mais rápido, podendo evoluir para a 
fuga de idéias. O discurso é caracterizado por prolixidade, pressão para falar e 
tangencialidade (MORENO; MORENO; RATZKE, 2005). 
As idéias costumam ser de grandeza, podendo ser delirantes. Geralmente a 
crítica está prejudicada e os ajuizamentos emitidos se afastam da realidade do 
paciente. A maior dificuldade no diagnóstico ocorre em episódios em que há 
irritabilidade, ideias delirantes paranoides, agitação psicomotora e sintomas 
depressivos com labilidade afetiva. Quando sintomas depressivos estão presentes em 
grande quantidade, o quadro é denominado de episódio misto ou até mesmo de 
depressão agitada. Não há consenso sobre o número de sintomas necessários para 
 
23 
 
 
 
 
esta diferenciação. Há muito tempo se conhecem os estágios de agravamento na 
evolução natural desses episódios quando não tratados. 
7.1 Hipomania 
A hipomania é um estado semelhante à mania, porém mais leve. Em geral, é 
breve, durando menos de uma semana. Há mudança no humor habitual do paciente 
para euforia ou irritabilidade, reconhecida por outros, além de hiperatividade, 
tagarelice, diminuição da necessidade de sono, aumento da sociabilidade, atividade 
física, iniciativa, atividades prazerosas, libido e sexo e impaciência. O prejuízo ao 
paciente não é tão intenso quanto o da mania. A hipomania não se apresenta com 
sintomas psicóticos, nem requer hospitalização. No DSM-IV a duração mínima de 
quatro dias é necessária para a confirmação do diagnóstico. Os sintomas são os 
mesmos da mania e também exclui como hipomania aquela induzida por 
antidepressivos. A CID-10 cita apenas “vários dias” como necessários para preencher 
o critério de hipomania. Um estudo de validação epidemiológica prospectiva 
demonstrou que até mesmo um dia já é suficiente para o diagnóstico de hipomania, 
sendo a duração modal de dois dias (Angst, 1998 apud MORENO, MORENO e 
RATZKE (2005). 
7.2 A prevenção de novos episódios de mania 
Há dois tipos de estudos medicamentosos de longa duração no transtorno 
bipolar: os estudos de prevenção de recaída e de profilaxia conceitua MORENO, 
MORENO e RATZKE (2005) o primeiro é feito em pacientes que responderam de 
forma aguda à determinada medicação, a qual é mantida por pelo menos seis meses, 
nos quais se pesquisa o potencial de prevenção de recaídas ou de retorno dos 
sintomas do episódio para o qual foi indicado o tratamento agudo. O segundo, de 
profilaxia, investiga pacientes remitidos (eutímicos) para observar se a medicação 
 
24 
 
 
 
 
realmente previne novos episódios. Pacientes em mania toleram tratamentos agudos 
e, quando os sintomas remitem, as queixas de efeitos adversos aumentam. 
 Isso pode se dever ao aumento nos níveis plasmáticos ou à variação de 
percepção estado-dependente. De qualquer forma, mudanças na dosagem e outras 
intervenções podem ser úteis para evitar rejeição ao tratamento. O tratamento usado 
na fase aguda deve ser mantido no tratamento de manutenção. As doses devem ser 
corrigidas e monitoradas no início e a intervalos de uma a duas semanas e, ao atingir-
se a estabilização, a dose deve ser mantida por longo período ou pela vida toda. 
Para pacientes que apresentam recaída sintomatológica maníaca na vigência 
do tratamento, o primeiro passo é o de otimizar a dose, assegurando-se de que os 
níveis plasmáticos estejam na faixa terapêutica ou, se necessário, usar níveis nos 
limites superiores destes (WGBD, 2004 apud MORENO, MORENO e RATZKE (2005). 
8 TRANSTORNO DE PERSONALIDADE 
 
Fonte: www.vittude.com 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
Quando os traços da personalidade das pessoas são inflexíveis e mal 
ajustados, causando um funcionamento significativamente comprometido ou 
sofrimento subjetivo, eles constituem-se como uma classe de transtorno da 
personalidade, caracterizados pela má adaptação social e qualificando-os como 
problema de saúde, necessitando conhecer sua definição, prevalência, etiologia, 
diagnóstico e intervenção terapêutica. Esta teoria é uma considerável parcela do 
pensamento científico atual sobre os Transtornos de Personalidade (TP) (SOARES, 
2010). 
 A cultura influencia a formação da personalidade, expressando-se por meio de 
valores pessoais refere Soares (2010) o envolvimento dos valores no diagnóstico de 
TP é inevitável, pois a cultura humana sempre refletirá uma ampla escala de valores, 
que estarão sempre interferindo no julgamento clínico realizado no diagnóstico dos 
subtipos de TP. É importante compreender que os padrões de vida e julgamentos 
estão envolvidos com os níveis de autocuidado socialmente aceitáveis e culturalmente 
definidos, assim como buscar o equilíbrio entre a autonomia individual e o controle 
social exercido pelo Estado por meio de políticas sociais e de saúde. 
No entanto, o paradigma psiquiátrico vem sendo questionado desde toda a 
trajetória do movimento da Reforma Psiquiátrica e, mais acentuadamente, no 
movimento da antipsiquiatria, quanto a sua eficácia e real capacidade de ajuda a 
vários tipos de transtornos mentais, como os TP, por exemplo. Desta forma, a 
medicalização da diferença tornou-se um tema amplamente debatido e perfeitamente 
cabível para a discussão dos critérios diagnósticos usados nos TP tipo B, em foco 
aqui, o tipo Antissocial e Borderline, uma vez que há muita controvérsia quanto sua 
classificação e intervenções terapêuticas úteis para atender este tipo de sofrimento 
psíquico (SOARES, 2010, p. 1). 
Os transtornos Antissocial e Borderline possuem particularidades em sua 
classificação diagnóstica e na prática profissional que os tornam polêmicose 
complexos, na visão de Soares (2010) conforme os diversos estudos analisados, que 
 
26 
 
 
 
 
serão apresentados aqui, partindo-se de dois pressupostos básicos que visam a 
debater os conceitos subsidiadores dos respectivos: 
 - Critérios diagnósticos e das intervenções propostas para os TP do tipo 
Antissocial e Borderline compreendidos, como transtorno mental, mas sugerindo-se 
mudanças nos critérios diagnósticos, arcabouços teóricos e métodos de avaliação e 
intervenção; 
 - Critérios diagnósticos para os TP do tipo Antissocial e Borderline não os 
caracterizando como transtornos mentais, mas, sim, problemas morais, mas não 
descrevem intervenções claras dentro dessa perspectiva. 
Desta forma, é de fundamental importância para o enfermeiro e sua equipe de 
enfermagem refletir, de forma aprofundada, sobre os temas apresentados neste 
estudo, uma vez que são considerados os casos mais complexos na área de 
Psiquiatria e Saúde Mental. O enfermeiro em perspectiva de trabalho interdisciplinar 
e corresponsável pelos cuidados prestados aos clientes sobre seus cuidados, também 
deve acompanhar as discussões e reflexões a respeito do tema (SOARES, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
9 DEPRESSÃO 
 
Fonte: ans.gov.br 
A depressão é uma resposta comum aos problemas de saúde e constitui um 
problema frequentemente não-diagnosticado na população de pacientes. As 
pessoas podem ficar deprimidas em consequência de lesão ou doença e 
podem estar sofrendo de uma perda anterior, que é o componente de um 
novo problema de saúde ou podem procurar o cuidado de saúde para queixas 
somáticas que são manifestações corporais de depressão (SMELTZER; 
BARE 2005 apud Rocha e Souza 2019). 
 Muitas pessoas experimentam depressão, mas procuram tratamento para 
queixas somáticas. As principais queixas somáticas dos pacientes que enfrentam a 
depressão são a cefaleia, dor nas costas, dor abdominal, fadiga, indisposição, 
ansiedade e desejo sexual diminuído ou problemas com o desempenho sexual 
(STUART; LARAIA, 2000 Apud SMELTZER; BARE 2005). 
 
28 
 
 
 
 
 Essas sensações são, com frequência, manifestações de depressão. A 
depressão não é diagnosticada em aproximadamente metade das vezes e se mascara 
como problemas de saúde física (CARSON, 1999 Apud SMELTZER; BARE 2005 
apud Rocha e Souza (2019 Rocha e Souza (2019). Pessoas com depressão também 
exibem um mau desempenho e altas taxas de absenteísmo no trabalho e na escola. 
Os sintomas específicos da depressão clínica incluem os sentimentos de tristeza, 
inutilidade, fadiga e culpa e dificuldade em se concentrar ou tomar decisões. As 
alterações no apetite, ganho ou perda de peso, distúrbios do sono e retardo 
psicomotor ou agitação também são comuns. Com frequência, os pacientes 
apresentam pensamentos recorrentes sobre a morte ou suicídio, ou empreenderam 
tentativas de suicídio (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2000 Apud 
SMELTZER; BARE 2005 apud Rocha e Souza (201). É feito um diagnóstico de 
depressão clínica quando uma pessoa se apresenta com, pelo menos, 5 dos 9 critérios 
diagnósticos para depressão e infelizmente, apenas 1 dentre 3 pessoas deprimidas é 
adequadamente diagnosticada e tratada de forma apropriada (SMELTZER; BARE 
2005 apud Rocha e Souza (2019). 
9.1 Fisiopatologia da depressão 
Existem dados sugestivos de que as alterações do sistema dos 
neurotransmissores podem ocorrer como consequência de mudanças no número, 
assim como na sensibilidade dos neurorreceptores pré e pós-sinápticos no sistema 
nervoso central, sem que haja, obrigatoriamente, alterações na quantidade do próprio 
neurotransmissor. A hipótese baseada na deficiência de neurotransmissores tem sido, 
pois, substituídas por hipóteses mais enfocadas nos neuroreceptores. Portanto, as 
hipóteses atuais orbitam em torno dos neuroreceptores, os quais ao invés de 
estruturas rígidas apresentam neuroplasticidade, se adaptando e respondendo as 
alterações dos neurotransmissores (FREITAS et. al., 2006 apud Rocha e Souza 
(2019). 
 
29 
 
 
 
 
Em relação aos fatores da genética, a possibilidade de ocorrência de 
depressão maior entre familiares de primeiro grau de deprimidos é três vezes 
maior do que nos não deprimidos. Em gênero a correlação chega a 40% 
(FREITAS et. al., 2006 apud Rocha e Souza (2019). 
9.2 Etiologia da depressão 
A etiologia da depressão é complexa e ainda não totalmente elucidada, 
havendo interações de múltiplos fatores como hereditariedade, alterações biológicas, 
fatores somáticos, psíquicos, sociais, econômicos, culturais entre outros, que atuariam 
em graus variados sobre uma personalidade predisposta a desenvolver a síndrome, 
a origem genética da depressão surgiu mediante a observação de ocorrência de casos 
de depressão maior em determinadas famílias, tal fato é menos aparente nas formas 
reativas ou neuróticas e as alterações biológicas desempenham papel importante na 
gênese das depressões maiores (PAPALÉO NETTO, 2002 apud Rocha e Souza 
(2019) . 
 Para Papaléo Netto (2002 apud Rocha e Souza 2019), o fator somático diz 
respeito a algumas hipóteses, como, hipótese catecolamínica, segundo a qual a 
depressão seria decorrente da deficiência central de noradrenalina, a hipótese 
dopaminérgica e indolamínica, que afirmam ser depressão causada pela diminuição 
da serotonina central e por último a hipótese colinérgica que a explica pelo aumento 
da função colinérgica. A hipótese mais recente é a da hipersensibilidade dos 
receptores e os fatores psicossociais, econômicos e culturais que desempenham 
importância relevante na gênese deste distúrbio, por isso serão abordados 
separadamente. 
9.3 Fatores psicossociais, econômicos e culturais 
A nossa civilização valoriza a capacidade do indivíduo de produzir e consumir, 
com isso exclui do idoso, que produz e consume pouco, sua importância social. As 
perdas são comuns entre os idosos. Perdas físicas, como diminuição da visão e da 
 
30 
 
 
 
 
audição, da força, da precisão manual, da flexibilidade, da rapidez na execução das 
tarefas, podem reduzir a capacidade do autocuidado, levando os também a perda da 
independência. A aposentadoria com redução de ganhos, a viuvez, o afastamento dos 
filhos, a morte de parentes e amigos podem causar ou contribuir para os sintomas 
depressivos (PAPALÉO NETTO, 2002 apud Rocha e Souza (2019). 
 Os idosos apresentam muito medo da solidão, de ficar só, mesmo por 
instantes. Muitos quase não recebem a visita dos filhos, tentando justificar que estes 
têm seus problemas e que, portanto, falta-lhes tempo. A hipótese da permanência na 
própria casa em repouso é estressante para o idoso, fazendo-o utilizar a negação para 
diminuir a percepção de um ambiente que não lhe é agradável e que se sente 
impotente para sair (PAPALÉO NETTO, 2002 apud Rocha e Souza 2019). 
Papaléo Netto (2002 apud Rocha e Souza 2019) ressalta que é importante que 
o idoso mantenha uma ocupação de seu interesse, que exercite a mente e de 
preferência, que tenha remuneração adequada para que se sinta valorizado, devendo 
esta atividade ser feita em conjunto com outras pessoas, estimulando o convívio 
social. No que diz respeito à afetividade, o medo e a incerteza ante o desconhecido, 
dão lugar a grandes tensões, por outro lado, observa-se que os pacientes mostram 
dificuldades para dar vazão a seus desejos de viver e o temor de contrariar 
convenções sociais a respeito da idade. 
A depressão é, portanto, a falência do Eros, instinto de Vida, que se manifesta 
através de atitudes programadas e automáticas. Com o envelhecimento, as 
programações desaparecem, ficando as automações e diante de tantas limitações e 
medos, como medo da morte de familiares e amigos, medo de perda corporal, de sua 
independência e da solidão, torna-se necessária uma abordagem, mesmo que 
sumária, sobre a religião, sexualidade e morte, fatores eventualmente responsáveis 
por taismanifestações (PAPALÉO NETTO, 2002 apud Rocha e Souza 2019). 
 
31 
 
 
 
 
9.4 Depressão e disfunção sexual 
Seja qual for a sua etiologia, a depressão está presente em toda disfunção 
sexual. Desde o início, como origem ou fator desencadeante, ela pode 
caracterizar os mais diferentes quadros disfuncionais masculinos, como a 
disfunção erétil psicogênica. Para a maioria dos homens, a auto avaliação da 
masculinidade e da força está focada no pênis, na ereção e na função de ambos 
(SANTOS, 2010). 
Assim, a dificuldade de ereção repercute negativamente sobre a auto- 
imagem e sobre muitos domínios da qualidade de vida do homem refere Santos 
(2010) se há dúvidas quanto ao desempenho sexual, essas invadem o cotidiano, 
influenciando no rendimento profissional, nos relacionamentos sociais e 
familiares. Como consequência dessas dificuldades, o homem pode passar a 
evitar situações de intimidade com sua parceira, buscar se consolar no consumo 
excessivo de álcool e até mesmo pensar em suicídio. 
Por outro lado, a disfunção sexual de base orgânica não escapa ao 
comprometimento psíquico secundário, sendo agravada pela depressão que se 
impõe, implacável. A disfunção sexual, por sua vez, pode se constituir em uma 
condição adversa que precipita ou intensifica a depressão, especialmente entre 
aqueles que moram sozinhos, estabelecem relações afetivas conflituosas, estão 
passando por dificuldades econômicas ou têm baixo nível de instrução. Assim, a 
depressão é um importante fator de risco para a disfunção sexual, causando 
 
32 
 
 
 
 
sintomas como desinteresse, apatia, sensação de fadiga, entre outros que 
comprometem o desejo sexual. Por outro lado, o desempenho sexual 
insatisfatório pode agravar a depressão e gerar conflitos relacionais. Pode-se 
dizer que a depressão aumenta o risco para DE e vice-versa (Abdo, 2007 apud 
SANTOS, 2010), no âmbito internacional, alguns pesquisadores confirmaram um índice 
maior de depressão em homens com disfunção sexual. 
10 O IMPACTO DE PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL E DE PSIQUIATRIA NA 
FAMÍLIA 
 
Fonte: jornaldebrasilia.com.br 
A doença mental surge como uma barreira que dificulta o contato do indivíduo 
com o ambiente em que está inserido, tornando-o alienado e na maioria das vezes 
privando-o de sua liberdade e da possibilidade do convívio com as pessoas. Para 
 
33 
 
 
 
 
Espinosa (2000, p. 18 apud Almeida, Felipes e Pozzo (2011), o transtorno mental pode 
ser entendido como uma alteração fisiológica ou orgânica e psicológica, ou ainda um 
desequilíbrio emocional causado por fatores externos ou internos. 
Segundo Vasconcelos (2002 apud antin e Klafke 2011), a reforma psiquiátrica 
busca transformar o paradigma de saber da saúde mental e a assistência prestada 
nessa área. Como os hospitais psiquiátricos produziram efeitos antiterapêuticos, 
foram adotadas novas estratégias, como serviços comunitários que atendem às 
demandas psicológicas e sociais do usuário em crise. Para esse autor o objetivo da 
reforma é renovar os cuidados prestados em saúde mental. 
Compreender a doença mental significa modificar e desconstruir ideologias, 
crenças e valores em relação a patologias mentais, utilizando princípios norteadores 
do processo de transformação institucional através da Reforma Psiquiátrica, Lei n 
10.216 instituída em 06 de abril de 2001, que tem como proposta transformar o modelo 
assistencial de Saúde Mental através da construção de um novo estatuto social para 
pessoas portadoras de transtornos mentais respeitando os princípios fundamentais 
de cidadania (Murta, 2006 apud Almeida, Felipes e Pozzo 2011 ). 
Para falar sobre o cuidado em saúde mental no âmbito familiar é imprescindível 
que se faça uma apresentação da família moderna. Segundo Beltrame e Bottoli (2010 
apud SANTIN; KLAFKE, 2011), a família moderna constitui-se através do progresso 
da vida privada, ou seja, a família assume um espaço maior em detrimento da 
sociedade. Assim, é importante considerar que, "a relação da família com o portador 
de transtorno mental é historicamente construída" (ROSA 2003, p. 28 apud SANTIN; 
KLAFKE, 2011), sendo que nem sempre foi vista como uma instituição capaz de 
acolher e cuidar de um familiar que adoece mentalmente. 
Nas sociedades pré-capitalistas, o cuidado com o louco era remetido à família; 
na sua inexistência, o louco tornava-se uma questão pública, de justiça ou de 
deliberação do rei (CASTEL, 1978 apud ROSA, 2003 apud SANTIN; KLAFKE, 2011). 
Já no século XX, com as transformações e os avanços de saberes como a 
psicanálise e o movimento de higiene mental, a família é vista de modo negativo, 
 
34 
 
 
 
 
sendo culpabilidade pelo surgimento de um portador de transtorno mental (ROSA, 
2003 apud SANTIN; KLAFKE, 2011). 
Com a culpabilização da família a, em relação ao adoecimento psíquico, ocorre 
que o saber psiquiátrico, cada vez mais, procura afastar o paciente do ambiente 
familiar. Assim, ganham força as instituições psiquiátricas e a cultura do isolamento 
social do portador de sofrimento psíquico. Melman (2008) aponta outra justificativa 
para o procedimento de isolamento, considerando também necessário proteger a 
família da loucura e prevenir uma possível contaminação dos demais membros. 
De uma forma ou outra, a família entra para o rol das intervenções dos 
especialistas. Esse movimento se intensifica no século XX, principalmente com 
influência das teorias freudianas, que destacam a importância das relações familiares 
sobre o psiquismo dos sujeitos (ROSA, 2003). 
Ao penetrar no universo familiar, identificam na determinação da doença ou das 
disfunções a maneira como os pais conduzem a educação dos seus filhos. A ação 
psiquiátrica tendia a culpabilizar os pais pelas inadequações do comportamento da 
criança, orientando sua interpretação de conduta para a má educação ou para a 
doença (ROSA, 2003, p. 59). 
Conforme a mesma autora, nos anos de 1950, a intervenção na família passa 
a ocorrer pela observação sistemática, pela pesquisa e pela intervenção direta em seu 
meio, onde ganham destaque as investigações sobre o papel da mãe. Alguns autores 
também começam a dar importância para a função da patologia dentro do grupo 
familiar. O portador de transtorno mental passa a ser o paciente identificado, ou seja, 
o porta-voz das enfermidades de toda a família. 
Cada vez mais, o portador de transtorno mental é visibilizado em seu papel 
positivo, como um agente catalizador que adoece para proteger o grupo familiar, 
mantendo sua homeostase, ou é invalidado, rotulado e alçado a 'bode expiatório' com 
a mesma finalidade, impedindo que se processem mudanças nos padrões de 
relacionamento do grupo (ROSA, 2003, p. 61). 
 
35 
 
 
 
 
Os estudos sobre família ganham grande visibilidade na década de 1950, 
através do surgimento das terapias familiares, especialmente as de abordagem 
sistêmica que têm seus conceitos oriundos principalmente da teoria geral dos 
sistemas e da cibernética. De modo geral, o enfoque das terapias familiares recai 
sobre as mudanças nos padrões relacionais e de comunicação dentro do sistema 
familiar. Esses conceitos foram incorporados ao trabalho dos profissionais brasileiros, 
mas é a partir do movimento da Reforma Psiquiátrica que se passa a dar maior 
atenção à relação da família com o portador de sofrimento psíquico. 
A Reforma Psiquiátrica no Brasil foi bastante influenciada pelo modelo da 
psiquiatria democrática italiana de Franco Basaglia que preconizava o fim dos 
manicômios e a sua substituição por novos serviços de saúde mental que não 
reproduzissem a antiga ideologia psiquiátrica de controle e segregação (MELMAN, 
2008, p. 58 SANTIN; KLAFKE, 2011, p. 1). 
Com as diversas mudanças de paradigmas na saúde mental, muda também 
a relação da família com o portador de transtorno mental, pois com a 
desinstitucionalização desses portadores de transtorno mental,a família 
começa a ser considerada no cuidado. Mais do que nunca, a família passa a 
ser objeto de estudo, surgindo diferentes visões sobre ela, conforme sua 
relação com o portador de transtorno mental. Dentre essas visões destacam-
se: a família vista como mais um recurso, como uma estratégia de intervenção 
(SANT'ANA; FONTOURA, 1996 apud ROSA, 2003 apud SANTIN; KLAFKE, 
2011, p. 1) 
 A família como um lugar de possível convivência do portador de transtorno 
mental, mas não o único e nem obrigatório a família como sofredora, necessitando de 
assistência e suporte social (MOTTA, 1997 apud ROSA, 2003 apud SANTIN; 
KLAFKE, 2011, p. 1); a família como um sujeito de ação política e coletiva, construtor 
de cidadania e avaliador dos serviços de saúde e a família como provedora de 
cuidado, mas sempre com o auxílio dos serviços de saúde nos momentos de crise e 
não continuamente (VASCONCELOS, 1992 apud ROSA, 2003 apud SANTIN; 
KLAFKE, 2011, p. 1). 
 
36 
 
 
 
 
A relação e a implicação da família no provimento de cuidados com o portador 
de sofrimento psíquico passou por diferentes etapas, variando de acordo com a 
realidade sociocultural e econômica no decorrer do tempo e do espaço. 
11 A CRIANÇA, O IDOSO E O ADULTO – DIFERENTES PATOLOGIAS 
PSIQUIATRÍCAS. 
 
Fonte: holiste.com.br 
A população brasileira vem passando, nas últimas décadas, por um processo 
acelerado de transição demográfica, com aumento significativo do segmento de 
idosos. Essa mudança demográfica, pela repercussão que tem para a sociedade 
como um todo, especialmente no contexto de desigualdade social, pobreza e 
fragilidade das instituições, traz uma série de demandas e desafios para 
pesquisadores e gestores dos sistemas de saúde 
 
37 
 
 
 
 
 Em 2010, conceitua Borim et al. (2013) os idosos já representavam 7,4% da 
população brasileira, sendo o segmento de 80 anos e mais o que havia apresentado 
a maior taxa de crescimento (70%) na década anterior. Com o aumento da expectativa 
de vida dos idosos, crescem as prevalências de doenças crônicas, os riscos de 
limitações físicas, de perdas cognitivas, de declínio sensorial e de propensão a 
acidentes e a isolamento social. Além dos aspectos físicos, a saúde mental também 
é comprometida, com consequente deterioração da saúde dos idosos. Os quadros 
psiquiátricos nos idosos incluem, destacadamente, a demência, estados depressivos, 
transtornos ansiosos e mesmo quadros psicóticos, sendo, entretanto, a depressão o 
mais importante problema de saúde mental nessa faixa etária. 
Os sintomas psiquiátricos não psicóticos, incluídos no conjunto designado por 
transtorno mental comum, são caracterizados por sintomas como irritabilidade, fadiga, 
insônia, dificuldade de concentração, esquecimento, ansiedade e queixas somáticas. 
Os pacientes apresentam problemas agudos de ansiedade e depressão, com 
sintomas menos graves, associados a eventos estressantes da vida, com predomínio 
de sintomas somáticos em relação aos sintomas psicológicos. 
Os transtornos mentais comuns são frequentes nos pacientes que demandam 
os serviços de saúde, mas ao manifestarem-se por meio de queixas somáticas 
inespecíficas, apresentam-se subestimados entre os diagnósticos referidos. Se por 
um lado a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e o texto da I Conferência 
Nacional dos Direitos do Idoso afirmam que a saúde mental é questão que deve ser 
levada em consideração pela sua alta prevalência, o subdiagnóstico dificulta o 
encaminhamento e o cuidado adequado dos transtornos mentais que acometem os 
idosos. 
O Self Reporting Questionnaire 20 (SRQ-20) é um instrumento desenvolvido 
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para detecção de transtorno mental 
comum na população geral; ele foi submetido a um estudo de validação no Brasil, por 
Mari & Williams em 1986. Mais recentemente, Scazufca et al analisaram a validade 
do instrumento para a população idosa e sugeriram diferente ponto de corte para esse 
 
38 
 
 
 
 
grupo. Esse questionário tem sido amplamente utilizado em inquéritos de saúde de 
base populacional pelo fácil uso e custo reduzido. Estudos desenvolvidos com o SRQ-
20, em população de adultos incluindo idosos, apontaram que a prevalência de 
transtorno mental comum variou de 17% a 28,5% e encontraram associação positiva 
do mesmo com o sexo feminino, idade avançada, com menor renda e baixa (BORIM 
et al., 2013). 
11.1 O grupo de familiares e o cuidado com o portador de sofrimento psíquico 
Os profissionais de saúde devem refletir sobre as intervenções junto ao sujeito 
em sofrimento psíquico e seus familiares, identificando as necessidades deste grupo. 
Para Navarini e Hirdes (2008 apud SILVA 2010), os profissionais devem trabalhar com 
o conceito de recuperação, um dos mais recentes acréscimos em reabilitação 
psiquiátrica, que significa a reformulação de aspirações de vida e eventual adaptação 
à doença. 
O cuidado familiar, segundo Marcon et al (2005 apud SILVA, 2010), é 
caracterizado pelas ações e interações no núcleo familiar e direcionado a cada um de 
seus membros, com o intuito de alimentar e fortalecer o crescimento, o 
desenvolvimento, a saúde e o bem-estar. 
A paciência é um dos atributos mais referidos pelos familiares no processo de 
cuidar, muitas vezes a associando a uma característica essencial nessa relação. A 
família busca desenvolver o cuidado com vistas a suprir as necessidades do familiar 
em sofrimento psíquico, utilizando-se de sentimentos de afeição e tolerância. Desta 
forma, percebemos uma ênfase nas falas ao relatarem a relação com o parente em 
sofrimento psíquico como difícil. É importante reconhecer que as relações familiares 
e os eventos ocorridos no interior da família são relevantes para o processo de 
cuidado, tendo em vista que a família é fonte de suporte, bem como de influência, e 
deve ser parte essencial de acolhimento e intervenção por parte dos profissionais de 
saúde (SILVA, 2010, p. 1). 
 
39 
 
 
 
 
O cuidado despendido na crise pelo familiar também é o de internar. Tal atitude 
provavelmente se dá devido à falta de conhecimento para abordar na crise e evitar 
um desfecho desastroso. O familiar se vê, portanto na obrigação de entregar o parente 
a instituição que, para ele, contém os profissionais aptos ao cuidado. O adoecer abala 
o funcionamento familiar, e os integrantes podem sentir-se despreparados para lidar 
com a situação de sofrimento psíquico de um dos membros, sentindo-se incapacitada 
para intervir em situações inusitadas (BIELEMANN et al, 2009 apud SILVA, 2010, p. 
1). 
O CAPS é identificado pelos familiares como local de apoio, principalmente 
quando o familiar precisa se ausentar para cumprir outras tarefas sob sua 
responsabilidade. Os sujeitos identificam o serviço como espaço onde os seus 
parentes recebem os cuidados adequados e permanecem sob vigilância. O CAPS 
estaria desta forma, reproduzindo o sentido de institucionalização do louco, com uma 
roupagem mais humanizada (SILVA, 2010, p. 1). 
SILVA (2010) alega que conhecer o tipo vivido de familiares de adultos em 
sofrimento psíquico levou-nos a refletir sobre a situação desse grupo no mundo social, 
suas experiências passadas e suas ações projetadas para o futuro. Através da 
fenomenologia de Alfred Schutz, pode-se perceber o sentido da ação subjetiva dos 
familiares no seu mundo da vida. Os familiares que cuidam de adulto em sofrimento 
psíquico mostraram os motivos porque realizam o cuidado, fazendo com que haja uma 
reflexão sobre a importância de considerar o familiar em sua totalidade nessa relação 
social de cuidado e interação no mundo social. 
No mundo cotidiano dos familiares de sujeitos em sofrimento psíquico é 
destaque a busca pelo bem-estar do parente sob seus cuidados. No relacionamento 
entre os membros da família, o familiar emprega recursos que acredita serem ideais 
na prática de cuidado. O cuidado integral, onde realizam diversastarefas básicas para 
suprir as necessidades dos familiares promovem o estabelecimento da relação de 
dependência (SILVA, 2010). 
 
40 
 
 
 
 
Os cuidados relatados pelos familiares são envolvidos por sentimento de 
tristeza, angústia e medo. O problema gerado pela instabilidade de comportamento 
do familiar constitui-se como fator desestruturador das relações intra-familiares. A 
angústia por parte de alguns familiares cuidadores, que devido a sua debilidade física 
provinda do processo de envelhecimento pensam sobre quem o substituirá no cuidado 
de seu parente, é mitigada pela tentativa de ver em outros familiares auxilio na 
continuidade desta tarefa, mas essa proposta nem sempre é aceita (SILVA, 2010). 
11.2 O que é família? 
Antes de qualquer proposição de trabalho com família, Saúde (2013) refere que 
é necessário entender o que é família em sua complexidade, suspendendo juízos de 
valor, conceitos fechados, lineares e prontos, os quais produzem uma concepção 
reducionista de família. Pode ser útil compreender família como um sistema aberto e 
interconectado com outras estruturas sociais e outros sistemas que compõem a 
sociedade, constituído por um grupo de pessoas que compartilham uma relação de 
cuidado (proteção, alimentação, socialização), estabelecem vínculos afetivos, de 
convivência, de parentesco consanguíneo ou não, condicionados pelos valores 
socioeconômicos e culturais predominantes em um dado contexto geográfico, 
histórico e cultural. 
 Cada família é uma família na medida em que cria os seus próprios problemas 
e estrutura as suas formas de relação, tendo suas percepções, seus vínculos e suas 
especificidades próprias. Não existe família enquanto conceito único; existem 
“configurações vinculares íntimas que dão sentimento de pertença, habitat, ideais, 
escolhas, fantasias, limites, papéis, regras e modos de se comunicar que podem (ou 
não) se diferenciar das demais relações sociais do indivíduo humano no mundo” 
(COSTA, 1999, p. 76 apud SAÚDE, 2013). 
 Mas, “a família, seja ela qual for, tenha a configuração que tiver é, e será, o 
meio relacional básico para as relações no mundo, da norma à transgressão dela, da 
 
41 
 
 
 
 
saúde à patologia, do amor ao ódio” (COSTA, 1999, p. 78 apud SAÚDE, 2013). Cada 
família tem uma cultura própria em que circulam seus códigos: normas de convivência, 
regras ou acordos relacionais, ritos, jogos, crenças ou mitos familiares, com um modo 
próprio de expressar e interpretar emoções e comunicações. 
As ações são interpretadas em um contexto de emoções e de significados 
pessoais, familiares e culturais mais amplos. Tais emoções geram ações que formam 
o enredo do sistema familiar e constroem a história singular de cada família, que se 
transforma com o tempo, com a cultura e com as mudanças sociais. Dessa forma, o 
tema Família refere-se a uma realidade muito próxima a cada um de nós (SAÚDE, 
2013). 
 O significado, o sentido, os sentimentos despertados são diferentes de acordo 
com a experiência de cada um e sua história familiar. Isso, muitas vezes, dificulta a 
percepção e o entendimento dos profissionais de Saúde em relação às configurações 
familiares dos usuários, pois suas referências individuais, culturais e sociais são 
diferentes. O olhar, o escutar, o observar, o perceber e o entender a diversidade da 
forma de viver em família são fortemente influenciados pelas concepções de família, 
pelas crenças e valores de cada profissional, mas essas barreiras culturais e de 
comunicação podem ser enfrentadas a partir de uma abordagem que favoreça a 
reflexão, o diálogo, a escuta e o acolhimento do usuário (SAÚDE, 2013). 
11.3 A lógica da Atenção Básica à saúde e os recursos para o trabalho com a 
família enquanto protagonista do cuidado 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) no dizer de SILVA (2010) é um eixo 
estruturante da Atenção Básica à Saúde, concebe a família de forma integral e 
sistêmica, como espaço de desenvolvimento individual e grupal, dinâmico e passível 
de crises, inseparável de seu contexto de relações sociais no território em que vive. 
A família é, ao mesmo tempo, objeto e sujeito do processo de cuidado e de 
promoção da saúde pelas equipes de Saúde da Família como caracteriza SILVA 
 
42 
 
 
 
 
(2010) na ESF o vínculo entre os profissionais de Saúde, a família e a comunidade é 
concebido como fundamental para que as ações da equipe tenham impacto positivo 
na saúde da população. Esse vínculo de confiança vai sendo fortalecido por meio da 
escuta, do acolhimento, da garantia da participação da família na construção do 
Projeto Terapêutico Singular (PTS), da valorização da família enquanto participante 
ativa do tratamento etc. Na metodologia de trabalho das equipes de SF, o 
cadastramento das famílias e o diagnóstico da situação de saúde da população 
permitem que os profissionais prestem atenção diferenciada às famílias em situação 
de risco, vulnerabilidade e/ou isolamento social. 
As famílias com pessoas em sofrimento psíquico intenso e usuárias de álcool 
e outras drogas necessitam de atenção especial, e um primeiro passo nesse sentido 
é instrumentalizar os agentes comunitários de Saúde (ACS) na identificação dessas 
situações. Vecchia e Martins (2009 apud SILVA 2010) ressaltam que a estratégia de 
atender prioritariamente as famílias com maiores dificuldades psicossociais é 
importante, desde que tal priorização não produza estigmatizações, levando em 
consideração o dinamismo e a complexidade da vida de cada família. 
A Estratégia Saúde da Família, por ter como ação as visitas mensais aos 
moradores de uma determinada área, possibilita que pessoas e famílias em situação 
de maior risco sejam atendidas. Podem ser pessoas que não comparecem às 
consultas, que não solicitam ajuda (por exemplo, as que fazem uso prejudicial de 
drogas), que sofrem atos de violência, que estão em risco de suicídio ou em cárcere 
privado. Enfim, pessoas que muitos necessitam e pouco ou nada demandam 
(LANCETTI, 2006 apud SILVA 2010). 
 
 
 
 
43 
 
 
 
 
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