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ESTACAS DE 'CABERNET SAUVIGNON' FERTILIZADAS COM ALGAS MARINHAS
Tainá Berger Dos Santos 1
Alice Farias Maia 2
Nadia Cristiane Alves Vianna 3
Viviam Glória Oliveira 4
Juan Saavedra Del Aguila 5
Resumo:
Extrato das algas Ascophyllum nodosum são utilizados como bio estimulantes em várias culturas, como 
pulverizações foliares ou aplicações no solo, inclusive na agricultura orgânica. O objetivo deste estudo 
foi estudar os efeitos da pulverização com algas marinhas Ascophyllum nodosum em estacas de cv. 
Cabernet Sauvignon. As estacas foram colocadas em sacos plásticos (19cm x 5cm x 8cm) e cheio com 
50% de areia + 50% de substrato comercial (H. Decker®). Todos as estacas foram imersas em 5 ppm de 
auxina (AIA) por 15 segundos. Os tratamentos foram: T1 =pulverização com água destilada (controle); 
T2 = pulverização na parte aérea com as algas; T3 = pulverizando no solo com concentrado de algas; T4 
= pulverização na parte aérea e radicular com algas. A alga Ascophyllum nodosum de uma fonte 
comercial (Acadian®) foi utilizada em uma concentração de 2,5 mL L-1. O experimento consistiu em 4 
tratamentos, 4 repetições por tratamento e 12 apostas por repetição, totalizando 192 estacas. Após 4 
meses, avaliamos: a altura da parte aérea (cm), comprimento da raiz (cm), teor de matéria seca da parte 
aérea e raiz. Preliminarmente, pode-se concluir a partir dos resultados obtidos que o Cabernet Sauvignon 
tratado com algas marinhas (Ascophyllum nodosum), foi significativamente superior que nas plantas de 
tratamento (sem algas), na porcentagem de resposta massa seca da parte aérea e raiz.
Palavras-chave: Vitis vinifera L., sustentabilidade, viticultura.
Modalidade de Participação: Iniciação Científica
ESTACAS DE 'CABERNET SAUVIGNON' FERTILIZADAS COM ALGAS MARINHAS
1 Aluno de graduação. bergertaina@gmail.com. Autor principal
2 Aluno de graduação. fmaalice96@gmail.com. Co-autor
3 Aluno de graduação. nadiavianna79@gmail.com. Co-autor
4 Aluno de graduação. viviamoliveira.2011@gmail.com. Co-autor
5 Docente. juanaguila@unipampa.edu.br. Orientador
Anais do 9º SALÃO INTERNACIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO - SIEPE
Universidade Federal do Pampa | Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017
 
 
 
ESTACAS DE 'CABERNET SAUVIGNON' FERTILIZADAS COM ALGAS 
MARINHAS 
 
1. INTRODUÇÃO 
A cultivar Cabernet Sauvignon (Vitis vinifera L.), é uma das mais importantes 
no mundo dos vinhos, é uma cultivar de renome internacional para a produção de 
vinhos tintos de alta qualidade, uma das mais antigas da região de Bordeaux e 
atualmente é a vinífera tinta mais importante do estado do Rio Grande do Sul, a 
mais propagada e com maior área cultivada, uma cultivar vigorosa e medianamente 
produtiva, em anos com invernos amenos tem brotações irregular e deficiência. Em 
vinhedos bem conduzidos obtêm-se uvas aptas à elaboração de vinhos típicos, que 
podem evoluir em qualidade com alguns anos de envelhecimento. É bastante 
susceptível às doenças de lenho que, se não forem controladas convenientemente, 
reduzem a produtividade e causam morte precoce das plantas. O vinho da 
´Cabernet Sauvignon' é mundialmente reputado pelo seu caráter varietal, com 
intensa coloração, riqueza em taninos e complexidade de aroma (EMBRAPA 2017). 
 Atualmente vem se pensando em uma agricultura ecológica de manejo 
integrado, autossustentável que não agrida tanto o meio ambiente, segurança 
alimentar, segurança tanto para quem aplica o produto e também financeiramente, 
preços acessíveis, fortalecendo a produção orgânica e de menos resíduos 
agrotóxicos. Um destes produtos que vem se destacando originado naturalmente 
são algas marinhas, utilizadas como biofertilizante estimulante para o crescimento e 
de brotações. 
 Produtos comerciais que tem como base o extrato da alga Ascophyllum 
nodosum, como o Acadian®, apresentam 13,0 a 16,0% de matéria orgânica, 1,01% 
de aminoácidos (alanina, ácido aspártico e glutâmico, glicina, isoleucina, leucina, 
lisina, metionina, fenilalanina, prolina, tirosina, triptofano e valina), carboidratos e 
concentrações importantes dos nutrientes N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Mn, Cu e Zn. 
Apresentam ainda hormônios de crescimento (auxinas, giberelinas, citocininas, ácido 
abscísico), elicitores de resistência e auxiliares do transporte de micronutrientes, 
estimulando o crescimento vegetal e a melhoria da qualidade dos frutos (ACADIAN, 
2009). 
 No cultivo da uva, a aplicação de produtos comerciais à base de extrato de 
algas é recomendada na fase inicial de brotação, estagio de crescimento, e 
amolecimento das bagas, e pós-colheita (ACADIAN, 2009). 
Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi o de testar algas marinhas 
(Ascophyllum nodosum���HP�PXGDV�GH�HVWDFDV�GD�µ&DEHUQHW�6DXYLJQRQ¶� 
 
2. METODOLOGIA 
O presente trabalho foi realizado na UNIPAMPA ± Campus Dom Pedrito, RS, 
Brasil, localizado no município de Dom Pedrito, pelo Núcleo de Estudo Pesquisa e 
Extensão em Enologia (NEPE²). Esta região apresenta clima temperado do tipo 
 
subtropical com grandes variações bem definidas, com verões quentes e invernos 
bastantes frios, ocorrendo muitas vezes geadas, precipitações e granizo, as quatro 
estações do ano bem definidas e o solos bem drenados e boa fertilidade muito 
utilizado na área de agropecuária, com coordenadas geográficas de 30° 58' 58" de 
latitude ao Sul e 54° 40' 22" de longitude Oeste. 
 $V� HVWDFDV� GH� YLGHLUD� GD� µ&DEHUQHW� 6DXYLJQRQ¶� IRUDP� REWLGDV� HP� 9LQKHGR�
comercial da região, todas as estacas foram imersas em 5ppm de auxina (AIA) por 
15 segundos. Após as estacas foram colocadas em sacolas plásticas (19cm x 5cm x 
8cm), e preenchidas com 50% de areia + 50% de substrato comercial ( H. Decker®). 
Os tratamentos foram separados da seguinte maneira: T1= borrifado com água 
destilada (controle); T2= borrifado da alga na parte aérea; T3= borrifado da alga no 
solo; T4= borrifado da alga na parte aérea e solo. Utilizou-se o produto comercial 
Acadian® (Ascophyllum nodosum) na concentração 2,5 ml L-1 nos tratamentos com 
alga marinha. Os tratamentos foram aplicados quinzenalmente, por um período de 
três meses. 
 Durante todo o período da realização do experimento adotou-se uma rotina de 
irrigação em função da evapotranspiração das videiras. O delineamento 
experimental utilizado foi o de blocos causalizados, constou de 4 tratamentos, 4 
repetições por tratamento e 12 mudas por repetições totalizando 192 estacas para 
todo o experimento. 
 Após 4 meses foram avaliadas as seguintes variáveis respostas: comprimento 
do sistema radicular (cm), altura da parte aérea (cm), percentagem de matéria seca 
da parte aérea e, percentagem de matéria seca do sistema radicular. 
 Os resultados obtidos foram avaliados através da análise de variância (teste 
F) e o teste de comparação múltipla de médias pelo Tukey a 5% de significância, 
utilizando-se o programa estatístico ASSISTAT. 
. 
3. RESULTADOS e DISCUSSÃO 
$V� PXGDV� GH� YLGHLUD� µ&DEHUQHW� 6DXYLJQRQ¶� GRV� WUDWDPHQWRV� FRP� D� DOJD�
marinha (Ascophyllum nodosum), apresentaram percentagens de matéria seca da 
parte aérea e radicular estatisticamente superiores às percentagens de matéria seca 
das videiras do tratamento controle (Tabela 1). 
Com respeito às variáveis respostas de altura da parte aérea e comprimento 
GD� SDUWH� UDGLFXODU�� GH� IRUPD� JHUDO� DV� PXGDV� GH� YLGHLUD� µ&DEHUQHW� 6DXYLJQRQ¶� GR�
tratamento 1, sem aplicação de alga marinha (Ascophyllum nodosum), foram as 
plantas que apresentaram-se significativamente inferiores ao resto dos tratamentos 
testados (Tabela 1). 
 Neste sentido, em trabalho de aplicação de extrato de Ascophyllum nodosum 
em videiras cv. Festival, proporcionou maior vigor da brotação, favorecendo o 
crescimento dos brotos, o número e a biomassa de folhas por planta; aumento de 
produção e melhor qualidade das uvas, com maior quantidade de cachos 
comerciáveis; aumento dos teores de cálcio (Ca), cobre (Cu) e zinco (Zn) nas bagas 
de uvas, explicando a melhor qualidadedas uvas produzidas e menor quantidade de 
refugos ( ALBUQUERQUE et al, 2014). 
 
 Resultados similares, também foram obtidos por De Araújo Oliveira, 
2011, em pesquisa realizada com a alga Ascophyllum nodosum na produção de 
mudas de maracujazeiro-amarelo. 
 
Tabela 1: Altura da parte aérea (cm), comprimento da parte radicular (cm) e 
SHUFHQWDJHQV� GH� PDVVD� VHFD� GD� SDUWH� DpUHD� H� UDGLFXODU�� GH� YLGHLUDV� µ&DEHUQHW�
6DXYLJQRQ¶��WUDWDGDV�RX�QmR�FRP�DOJDV�PDULQKDV��Ascophyllum nodosum). 
Tratamentos 
 
Altura 
Aérea (cm) 
 
Comprimento 
Raiz (cm) 
 
% massa seca 
Radicular 
 
% massa seca 
Aérea 
T1* 32,50 b** 24,20 c 37,60 c 36,97 b 
T2 35,47 ab 29,54 a 51,21 b 48,13 a 
T3 38,30 a 26,41 bc 58,75 a 51,51 a 
T4 37,03 a 28,89 ab 54,00 ab 51,65 a 
* T1= água destilada (controle); T2= 2,5 ml L-1 na parte aérea de Acadian® 
(Ascophyllum nodosum); T3= 2,5 ml L-1no solo de Acadian® (Ascophyllum 
nodosum); T4= 2,5 ml L-1 na parte aérea e solo de Acadian® (Ascophyllum 
nodosum). Os tratamentos foram aplicados quinzenalmente, por um período de três 
meses. **Médias com letras iguais na coluna não diferem pelo teste de Tukey a 5% 
de probabilidade. (autor, 2017) 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nas condições do presente experimento, a utilização da alga marinha 
Ascophyllum nodosum, promoveu o desenvolvimento de mudas de estacas de 
YLGHLUD�µ&DEHUQHW�6DXYLJQRQ¶� 
 
5. AGRADECIMENTOS 
 Para Acadian Seaplants Limited, para o fornecimento do produto comercial 
Acadian®. Para o viticultor Sr. Adair Camponogara, para o fornecimento das estacas 
de 'Cabernet Sauvignon'. 
 
6. REFERÊNCIAS 
Periódicos técnico-científicos 
XXIII Congresso Brasileiro de Fruticultura. USO DE EXTRATO DE ALGAS 
(Ascophyllum nodosum) EM VIDEIRAS, cv. FESTIVAL. 2014.Site Institucional 
 
Disponível:<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/110542/1/TRA3942-
Teresinha-Costa-Silveira-de-Albuquerque.pdf>. Acesso em:18 de maio 2017. 
DE ARAÚJO OLIVEIRA, Lenilton Alex et al. Uso do extrato de algas (Ascophyllum 
nodosum) na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. Revista Verde de 
Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 6, n. 2, p. 01-04, 2011. 
Citação de fonte eletrônica: 
ACADIAN AGRITECH. Ciência das Plantas, 2009. Site Institucional. Disponível 
em:<http://www.abhorticultura.com.br/eventosx/trabalhos/ev_2/PAL06.pdf>. 
Porta-enxertos e cultivares de videira. EMBRAPA UVA E VINHO,2017. Site 
Institucional Disponível: 
<http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/portaenx.html>. 
Uvas Viníferas para Processamento em Regiões de Clima Temperado. EMBRAPA 
UVA E VINHO,2017. Site Institucional. Disponível 
em:<https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasViniferas
RegioesClimaTemperado/cultivar.htm >.

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