Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Art. 139, I, II e III do Código Civil – Erro Substancial Quanto à Natureza do Negócio, quanto à Pessoa e Erro de Direito Estude junto com o Código em mãos! Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial [...] ERRO SUBSTANCIAL Erro Substancial é aquele que incide sobre um aspecto relevante, essencial, do negócio jurídico. O Erro substancial influencia diretamente no negócio jurídico, pois se a pessoa tivesse conhecimento do Erro não teria realizado o negócio jurídico. O Art. 139 apresenta 6 (seis) espécies de Erro Substancial: 1. Erro quanto à natureza do negócio jurídico; 2. Erro quanto ao objeto principal; 3. Erro quanto a alguma qualidade essencial do objeto; 4. Erro sobre a identidade da pessoa; 5. Erro sobre a qualidade essencial da pessoa; 6. Erro de Direito. 1. ART. 139, INCISO I, DO CC Art. 139. O erro é substancial quando: I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; ERRO QUANTO À NATUREZA DO NEGÓCIO JURÍDICO No caso de Erro quanto à Natureza do Negócio Jurídico, a pessoa engana-se (erra) quanto ao tipo de negócio que estava celebrando. A pessoa acreditava estar celebrando uma determinada modalidade de negócio quando, na verdade, está celebrando outra modalidade. EXEMPLO DE ERRO QUANTO À NATUREZA DO NEGÓCIO João assinou um contrato acreditando estar alugando uma casa para o seu sobrinho. No entanto, ao analisar o documento, o filho de João verificou que seu pai havia vendido o imóvel e não alugado. João errou quanto à natureza do negócio jurídico, pois acreditava estar alugando o imóvel, quando na verdade estava vendendo. Por fim, o negócio jurídico realizado com erro pode ser anulado, se o Erro for substancial (Art. 138 do CC). Erro Substancial é aquele que incide sobre um aspecto relevante, essencial, do negócio jurídico. A natureza do negócio jurídico é um aspecto essencial do negócio. Quando o Erro incide sobre a natureza do Negócio Jurídico, denomina-se: Erro Substancial (conforme determina o Art. 139, I, do CC). ART. 139, INCISO II, DO CC Art. 139. O erro é substancial quando: II – Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; Erro quanto à Identidade da Pessoa Erro quanto à Qualidade Essencial da Pessoa ERRO QUANTO À IDENTIDADE DA PESSOA No caso de Erro quanto à identidade da pessoa, o erro incide sobre a pessoa a quem se refere a declaração de vontade. A pessoa acredita estar realizando um negócio jurídico (ou beneficiando; ou favorecendo) com uma pessoa, mas está realizando o negócio com outra pessoa. EXEMPLO DE ERRO QUANTO À IDENTIDADE DA PESSOA João sofreu um acidente de carro e foi socorrido pelos paramédicos. João ficou muito agradecido pelo serviço prestado e fez uma doação para o médico que acreditava ter lhe atendido na ocorrência e salvando sua vida = José da Silva. Ocorre, que João fez a doação para a pessoa errada, pois quem salvou a vida de João foi Pedro da Silva e não José da Silva. Sendo assim, João pretende anular o negócio jurídico pois errou quanto à identidade da pessoa. ERRO QUANTO À QUALIDADE ESSENCIAL DA PESSOA No caso de Erro quanto à qualidade essencial da pessoa, o erro não incide sobre a identidade da pessoa a quem se refere a declaração de vontade, mas sim a uma qualidade essencial da pessoa. A pessoa não erra quanto à identidade da outra pessoa, mas sim quanto à qualidade dessa pessoa. É necessário que essa qualidade da pessoa seja uma qualidade essencial. Por exemplo: A pessoa pode requerer a anulação do casamento porque descobriu que a pessoa com quem casou é traficante de rogas e honestidade é uma qualidade essencial; mas não pode pedir a anulação do casamento porque a pessoa ronca, pois, o fato de a pessoa roncar não é uma qualidade essencial. Art. 139. O erro é substancial quando: II – Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; O Erro deve ter influído diretamente na realização do negócio jurídico, pois se a pessoa tivesse o real conhecimento do Erro quanto à identidade da pessoa, ou quanto à qualidade da pessoa, não teria realizado o negócio jurídico. Por fim, o negócio jurídico realizado com Erro pode ser anulado, se o Erro for substancial (Art. 138 do CC). Erro substancial é aquele que incide sobre um aspecto relevante, essencial, do negócio jurídico. A identidade da pessoa e a qualidade essencial da pessoa são aspectos essenciais do negócio. Quando o erro incide sobre a Identidade da pessoa ou sobre a Qualidade Essencial da Pessoa, o negócio jurídico pode ser anulado por caracterizar o Erro Substancial (Art. 139, II, do CC). ART. 139, III, DO CC Art. 139. O erro é substancial quando: III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. ERRO DE DIREITO 1. A pessoa quer anular o negócio jurídico por desconhecimento da norma jurídica ou interpretação errada da norma jurídica. 2. A pessoa não pretende descumprir a lei, ela somente pretende anular o negócio jurídico que foi realizado por desconhecer a norma jurídica. EXEMPLO DE ERRO DE DIREITO João comprou 2 máquinas de bronzeamento artificial para o seu salão de beleza, no entanto João desconhecia que a norma jurídica havia proibido esse tipo de aparelho. Ficou constatado o Erro de Direito, pois João desconhecia a norma jurídica que proibia o uso do equipamento. Tendo em vista que João não quer descumprir a lei, João pretende anular a compra das máquinas de bronzeamento. CONCLUSÃO O negócio jurídico realizado com Erro pode ser anulado, se o Erro for substancial (Art. 138 do CC). Erro Substancial é aquele que incide sobre um aspecto relevante, essencial, do negócio jurídico. Quando o Erro incide sobre o desconhecimento ou a interpretação da norma jurídica, o negócio jurídico pode ser anulado por caracterizar o Erro Substancial denominado de Erro de Direito (Art. 139, III, do CC).
Compartilhar