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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
PROF. LUCIANA ALBUQUERQUE
A Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei n° 8.080/90 como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.
O objetivo principal é fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida.
A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: estatística, ciências biológicas e ciências sociais. A área de atuação da epidemiologia é bastante ampla e compreende em linhas gerais 
 o ensino e pesquisa em saúde;
a descrição das condições de saúde da população
a investigação dos fatores determinantes da situação de saúde;
 a avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde.
 A epidemiologia tem como princípio básico o entendimento de que os eventos relacionados à saúde (como doenças, seus determinantes e o uso de serviços de saúde) não se distribuem ao acaso entre as pessoas. Há grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, e há outros que morrem mais por determinada doença. Tais diferenças ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de saúde das pessoas não se distribuem igualmente na população, portanto, acometem mais alguns grupos do que outros.
Em síntese, pode-se afirmar que a distribuição das doenças na população é influenciada pelos aspectos biológicos dos indivíduos, pelos aspectos socioculturais e econômicos de sua comunidade e pelos aspectos ambientais do seu entorno, fazendo com que o processo saúde-doença se manifeste de forma diferenciada entre as populações.
APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA
a epidemiologia tornou-se ao longo dos anos uma ciência ampla que abriga inúmeras áreas do conhecimento e muitas subdivisões, tais como:
epidemiologia clínica;
epidemiologia investigativa;
 epidemiologia nutricional;
epidemiologia de campo;
 epidemiologia descritiva, etc.
ÁREA DE ATUAÇÃO - EPIDEMIOLOGIA
1. Descrição das condições de saúde da população por meio da construção de indicadores de saúde. Exemplo: taxa de mortalidade, taxa de incidência de uma doença;
2. Investigação dos fatores determinantes da situação de saúde. Exemplo: investigação de agentes etiológicos, fatores de risco;
3. Avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde. Exemplo: avaliação do impacto do saneamento para diminuir parasitoses na comunidade
DIAGNÓSTICOS DA SITUAÇÃO DE SAÚDE
O diagnóstico da situação de saúde consiste na coleta sistemática de dados sobre a saúde da população, informações demográficas, econômicas, sociais, culturais e ambientais, que servirão para compor os indicadores de saúde.
O diagnóstico de situação de saúde tem como principais objetivos a construção de um plano de ação em saúde que venha a minimizar os problemas identificados e a formulação de hipóteses sobre os fatores envolvidos na construção e manutenção de um cenário epidemiológico. Tais hipóteses poderão e deverão ser testadas. Portanto, o diagnóstico da situação de saúde é o primeiro passo para se compreender e se atuar sobre os problemas de saúde encontrados em qualquer coletividade
INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA
A investigação dos agentes etiológicos das doenças sempre foi, desde os seus primórdios, um objetivo prioritário da epidemiologia. No final do século XIX até meados do século XX, foi dado um grande enfoque às doenças infectocontagiosas, tendo em vista a evolução da microbiologia e a grande prevalência de doenças infecciosas no mundo.
Inicialmente, foi adotada uma abordagem unicausal para o processo de adoecimento, ou seja, toda doença apresentava um agente etiológico que, uma vez identificado, poderia ser combatido
Com a evolução do conhecimento científico, a abordagem unicausal não foi capaz de explicar as causas de várias doenças, surgindo assim a abordagem multicausal para a investigação dos agentes etiológicos. 
DETERMINAÇÃO DE RISCO
O conceito de risco na epidemiologia está diretamente associado à ocorrência de doenças na população, fugindo um pouco das concepções de causalidade individual apresentadas acima. Em epidemiologia, o risco pode ser definido como “o grau de probabilidade da ocorrência de um determinado evento”; ou como “a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, um dano ou um fenômeno indesejado. Deste modo, estima-se o risco ou probabilidade de que uma doença exista por meio dos coeficientes de incidência e prevalência”
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇO
Com base nos indicadores de saúde gerados pelos dados epidemiológicos coletados na população, é possível planejar e organizar os serviços de saúde para melhor atender às necessidades de saúde da população. Portanto, quanto mais local for a avaliação da situação de saúde de uma população, mais fácil será o planejamento das ações de saúde e a organização dos serviços
COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES
O cumprimento das funções de vigilância epidemiológica depende da disponibilidade de dados que sirvam para subsidiar o processo de produção de “informação para ação”. A qualidade de informação depende sobretudoda adequada coleta de dados gerados no local onde ocorre o evento sanitário. É também nesse nível que os dados devem primariamente ser tratados e estruturados, para se constituírem em um poderoso instrumento – a informação -, capaz de subsidiar um processo dinâmico de planejamento, avaliação, manutenção e aprimoramento das ações.
A coleta de dados ocorre em todos os níveis de atuação do sistema de saúde. A força e o valor da informação (dado analisado) dependem da precisão com que o dado é gerado. Tratando-se, por exemplo, da notificação de doenças transmissíveis, é fundamental a capacitação para o diagnóstico de casos e a realização de investigação epidemiológicas correspondentes.
TIPOS DE DADOS
Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica são os seguintes:
Dados demográficos, Ambientais e Sócio-Econômicos: Os dados demográficos permitem quantificar grupos populacionais, com vistas à definição de denominadores para o cálculo de taxas. Dados sobreo número de habitantes, de nascimentos e de óbitos devem ser discriminados segundo características de sua distribuição, por sexo, idade, situação do domicílio, escolaridade, ocupação, condições de saneamento, etc.
Dados de Morbidade: São os dados mais utilizados em vigilância epidemiológica, por permitirem a detecção imediata ou precoce de problemas sanitários. Correspondem a distribuição de casos segundo a condição de portadores de infecções ou de patologias específicas.
Dados de Mortalidade: São de fundamental importância como indicadores da gravidade do fenômeno vigiado, sendo ainda, no caso particular de doenças de maior letalidade, mais válidos do que os dados de morbidade, por se referirem a fatos vitais bem marcantes e razoavelmente registrados. Sua obtenção provém de declarações de óbitos, padronizadas e processadas nacionalmente. Os sistemas locais de saúde devem ser estimulados a utilizar de imediato as informações das declarações de óbito, antes de serem processadas pelo sistema nacional.
Notificação de Surtos e Epidemias: A detecção precoce de surtos e epidemias ocorre quando o sistema de vigilância epidemiológica local está bem-estruturado, com acompanhamento constante de situação geral de saúde e da ocorrência de casos de cada doença e agravo sujeito a notificação. Essa prática possibilita a constatação de qualquer indício de elevação do número de casos de uma patologia, ou a introdução de outras doenças não incidentes no local e, consequentemente, o diagnóstico de uma situação epidêmicainicial para a adoção imediata para as medidas de controle.
Fontes de Dados: A informação para a vigilância epidemiológica destina-se a tomada de decisões – informação para a ação. Esse princípio deve reger as relações entre os responsáveis pela vigilância e as diversas fontes que podem ser utilizadas para o fornecimento de dados. As principais são:
Notificação – É a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita a autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes.
Roteiro de Investigação – A ocorrência de casos novos de uma doença passível de prevenção por meios tecnológicos específicos indica distorções que podem estar pondo em risco a saúde da coletividade. Diante de tais circunstâncias, a equipe ou profissional responsável pela vigilância deve investigar a ocorrência, orientando-se pelas indicações iniciais do evento notificado. Quando a suspeita recai sobre uma doença transmissível, várias indagações devem ser consideradas:
De quem foi contraída a infecção? (fonte do contágio)
Qual a via de disseminação da infecção, da fonte ao doente?
Quais outras pessoas podem ter sido infectadas pela mesma fonte de contágio?
Quais as pessoas a quem o caso pode haver transmitido a doença?
A quem o caso ainda pode transmitir a doença? Como evitá-lo?
Organização de Sistema de Vigilância Epidemiológica de Causas Externas
As causas externas constituem a segunda causa de morte no Brasil, impondo-se a necessidade de estruturação de ações específicas de vigilância epidemiológica, particularmente para as violências.
As causas externas são traumatismos, lesões ou quaisquer outros agravos à saúde – intencionais ou não – de início súbito e como consequência imediata de violência ou outra causa exógena. Neste grupo, incluem-se as lesões provocadas por eventos no transporte, homicídios, agressões, quedas, afogamentos, envenenamentos, suicídios, queimaduras, lesões por deslizamento ou enchente, e outras ocorrências provocadas por circunstâncias ambientais (mecânica, química, térmica, energia elétrica e/ou radiação).
Vigilância no Trânsito
Violência no trânsito é a terceira maior causa de mortes no mundo. Acidentes no trânsito são a terceira causa de morte no mundo, ficando atrás apenas das doenças cardíacas e câncer. Essas ações visam ao esclarecimento e orientação da população para tentar reverter os números, que aumentam ano a ano, principalmente com o uso do álcool.
Estatísticas mostram que os jovens são os principais envolvidos em acidentes com mortes e o uso do álcool está inserido no fator causador do acidente. Apesar de todos os estímulos e campanhas alertando, os jovens continuam bebendo ou pegando carona com quem bebeu.
Violência Interpessoal/ autoprovocada
É conceituada para fins de notificação como “o uso intencional de força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. Enquanto tipologia da violência a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu três grandes grupos considerando o autor da agressão: violência contra si mesmo (autoprovocada ou auto infligida); violência interpessoal (doméstica e comunitária); e violência coletiva (grupos políticos, organizações terroristas, milícias). A OMS estabelece também distinções sobre as naturezas da violência, sendo elas: violência física; violência psicológica/moral; tortura; violência sexual; tráfico de seres humanos; violência financeira/econômica; negligência/ abandono; trabalho infantil; intervenção legal. 
A ficha de notificação individual deve ser utilizada para o registro de qualquer caso suspeito ou confirmado de violência doméstica/intrafamiliar, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho infantil, tortura, intervenção legal e violências homofóbicas contra as mulheres e homens em todas as idades. No caso de violência extrafamiliar/comunitária, serão objetos de notificação as violências contra crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa com deficiência, indígenas e população LGBT. A notificação deve ser preenchida em 02 (duas) vias: uma via fica na unidade notificadora, e a outra deve ser encaminhada ao setor municipal responsável pela Vigilância Epidemiológica para digitação e consolidação dos dados. 
Vigilância em Acidentes de Trabalho: Acidente de trabalho é o evento súbito ocorrido no exercício de atividade laboral, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do trabalhador acidentado, e que acarreta dano à saúde, potencial ou imediato, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa, direta ou indiretamente (concausa) a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Inclui-se ainda o acidente ocorrido em qualquer situação em que o trabalhador esteja representando os interesses da empresa ou agindo em defesa de seu patrimônio; assim como aquele ocorrido no trajeto da residência para o trabalho ou vice-versa.
O público-alvo desta notificação são os profissionais dos serviços de saúde, públicos e privados, integrantes da Rede Sentinela de Notificação Compulsória de Acidentes e Doenças Relacionados ao Trabalho, que atendem casos de acidentes.
 Objetivo
O objetivo básico deste Protocolo é a detecção, ou seja, o reconhecimento e registro de acidentes de trabalho fatais, acidentes de trabalho com mutilações e acidentes de trabalho com crianças e adolescentes, agravos tornados de notificação compulsória nos termos da Portaria GM n.º 777, em 28 de abril de 2004, Art. 1.º, § 1.°, alíneas I, II e III.

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