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189 SEMANA 6 EIXO TEMÁTICO: Análise sociológica do mundo moderno: a sociedade em que vivemos. TEMA/TÓPICO: Tipos de sociedade: as sociedades tradicionais e a sociedade moderna: características básicas. HABILIDADE(S): Identificar os elementos de contraste entre sociedades tradicionais e modernas. CONTEÚDOS RELACIONADOS: Pobreza, exclusão e mercado de trabalho. INTERDISCIPLINARIDADE: Geografia; História. Olá, estudante! Um dos focos do estudo da sociologia são as desigualdades existentes na nossa sociedade. Elas podem ser de todo o tipo: econômicas, educacionais, de acesso à direitos, saúde, moradia, trabalho, etc. Nesta semana começaremos a tratar desses temas pois precisamos evidenciá-los para que as soluções apa- reçam. Mais ou menos assim: à medida que tomamos ciência dos problemas, nos preocupamos com suas causas, investigamos e encontramos possíveis soluções. E isso pode envolver você, sua comuni- dade, cidade, estado e o país todo. Aliás, deve envolver você. POBREZA, EXCLUSÃO E MERCADO DE TRABALHO Na semana anterior vimos como o crescimento populacional e industrial trouxeram novos problemas e novas configurações nas relações sociais. Podemos perceber que a pobreza, a falta de emprego e a exclusão social estão muito presentes e nos afetam como um todo. Vamos dar uma olhada no gráfico elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), com dados até 2017, que mostra a linha da pobreza no Brasil. Os números percentuais apontam a quantidade de pobres. 190 Mas, o que é ser pobre? Na tabela da FGV, estão inclusos apenas pessoas que ganham menos de R$ 233,00 por mês. Isso mes- mo: quem ganha R$ 234,00 ou mais não entra nesta tabela. Uma outra forma de entender isso: um ca- sal com dois filhos em que cada um dos adultos da casa ganha R$450/mês, não entra nessa tabela, ou seja: está, tecnicamente, acima da linha da pobreza. São cerca de 23,3 milhões de brasileiros que vivem assim (em 2018). Isso significa a população inteira de um país como o Chile. Vamos fazer um cálculo pe- gando o teto máximo de pobreza da tabela? • R$ 233,00/mês, dividido por 30 dias = R$ 7,76 por dia. Agora, procure responder como dar conta de gastos dos itens abaixo com menos de oito reais por dia: alimentação; educação; moradia; saúde; roupas. Sabemos que para viver com dignidade temos que arcar com vários outros itens além desses e que pos- suem custos também. Transporte é um deles. Procurar trabalho nas grandes cidades exige custo de lo- comoção, já que grande parte dos empregos estão concentrados no centro e bairros mais estruturados. Portanto, os grupos sociais mais pobres e que, por consequência disto, moram mais longe, têm maior difi- culdade para procurarem emprego e, quando encontram, enfrentam muitas horas no trânsito, impactando no tempo livre para cuidado de si mesmo, da casa, do lazer, do investimento em educação e muito mais. Vamos utilizar a cidade de Belo Horizonte como exemplo. Veja o mapa ao lado. Trata-se de um “print” da tela de um celular a partir da simples busca na internet sobre onde ficam os museus em Belo Horizonte. Sabemos que mu- seus, além de serem parte da história de uma região, são instrumentos de pesquisa, educação e lazer. Os pontos em vermelho indicam os locais que possuem museus e facilmente notamos que eles ficam, em sua gran- de maioria, no centro da cidade e na região centro-sul, num processo de exclusão da população mais periférica e pobre da cidade, já que a locomoção até esses museus, mesmo através de transporte público, torna-se caro e oneroso. Mas podemos trazer mais informações, ainda utilizando Belo Horizonte como exemplo. O mapa ao lado mostra o Índice de Vulnerabilidade de Saú- de (IVS). Quanto mais avermelhado fica o mapa, maior é a dificuldade de acesso a hospitais, clínicas, tratamentos médicos e ao saneamento básico. Desta forma, podemos compreender que a desigualdade econômica e social incide sobre a população de uma mes- ma cidade de maneiras muito diferentes. Alguns têm mais acesso à saúde, educação, bibliotecas, museus, lazer, em- prego. Outros, com maior dificuldade de acesso a esses instrumentos que são essenciais para a qualidade de vida, além de necessários para uma maior possibilidade de con- corrência mais justa frente ao mercado de trabalho. Uma reflexão: neste período de pandemia, como você analisa o acesso à saúde. Todos tiveram a mesma oportunidade de cuidado e de isolamento social? Elaboração própria a partir do Google Maps 191 Todos esses processos desiguais se perpetuam e se reproduzem com o tempo. Não foram criados ago- ra, mas impactam nas pessoas hoje e continuarão produzindo efeitos negativos nas gerações que estão por vir. Esses são apenas alguns exemplos de desigualdades e como elas estão, de uma forma a ou de outra, interligadas. Mas não é só isso. Você já parou para pensar de que forma esses dados se relacionam com a violência urbana? E com o acesso ao ensino superior? Com o desempenho educacional? Com a evasão escolar? Com a COVID-19? Com seu professor e professora de sociologia esses e outros temas poderão ser estudados, conheci- dos, debatidos e, quem sabe, pensar e encontrar soluções comuns. PARA SABER MAIS: BH VISTA DE CIMA. Transite. (Texto e vídeo de 2 min.) Disponível em: <https://transite.fafich.ufmg.br/ idh-bairros-de-belo-horizonte/>. Acesso em: 25 mar. 2021. REFERÊNCIAS InfoCOVID – OSUBH. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/coronavirus/wp-content/ uploads/sites/91/2020/07/InfoCOVID-04_16-jul_atuzalizado.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2021. QUAL FOI O IMPACTO DA CRISE SOBRE A POBREZA E A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA? Fundação Getúlio Vargas. Disponível em: https://cps.fgv.br/Pobreza-Desigualdade. Acesso em: 25 mar. 2021. ATIVIDADES 1 - O gráfico ao lado contém dados de 2018 e foi elaborado pelo G1 a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o índice de desemprego por nível de instrução. Obs.: Os dados numéricos estão em percentuais. Com base no gráfico, podemos afir- mar que: a) pessoas com ensino médio completo possuem percentual de desemprego próximo àqueles que possuem ensino superior completo. b) não há relação entre índice de desemprego e nível de escolaridade. c) há uma diferença significativa entre quem consegue terminar o ensino médio e aqueles que não completaram essa etapa de ensino. d) não há diferença significativa entre quem termina o ensino superior e quem possui ensino superior incompleto. e) um maior tempo de educação significa maiores chances de desemprego, tendo em vista que a experiência é trocada por tempo de estudo. 192 2 - A participação de jovens no mercado de trabalho no Brasil é marcada por vários desafios, como informalidade, baixa remuneração, alto índice de rotatividade, precarização da relação de trabalho e dificuldade de conciliação entre estudos, responsabilidades familiares e trabalho. O desemprego entre os jovens brasileiros é de duas a três vezes maior do que o desemprego entre os adultos. [...] A precariedade da inserção no mercado de trabalho pode marcar a trajetória profissional para o resto da vida produtiva dos jovens. Fatores como aumento do desemprego, falta de experiência profissional, mudanças tecnológicas que geram demanda por novas competências e exigência de um nível de instrução mínimo podem excluir os jovens do mercado de trabalho, especialmente aqueles em condições de maior vulnerabilidade. (Fonte: Organização Internacional do Trabalho. Emprego Juvenil no Brasil. Disponível em: https://www.ilo.org/brasilia/temas/emprego/WCMS_618420/ lang--pt/index.htm. Acesso em: 26 mar. 2021) Com base no texto acima, assinale a opção correta: a) a inserção dos jovens no mercado de trabalho ocorre facilmente porque há muita procura por pessoas nessa fase de idade. b) conciliar estudos e trabalho depende única e exclusivamente de força de vontade, pois todos estão sujeitos a isso. c) as leis protetoras da juventude tornam impossível que jovens sejam empregadosem trabalhos precários. d) jovens encontram maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho que a população adulta. e) as mudanças tecnológicas não exigem maior preparo e estudos dos jovens, pois são de uso comum a esse grupo social. Terminamos esta semana abordando a importância da educação na nossa vida. Seja para inserção no mercado de trabalho, seja por um maior entendimento do mundo e como suas desigualdades nos afetam, a educação é o caminho para um mundo melhor.
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