Buscar

Fundamentos da Consciência Fonológica 02

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

63 FaSouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Alfabetização e Letramento: 
Fundamentos Metodológicos 
Disciplina: Fundamentos da Consciência Fonológica 
Modalidade de Curso 
Capacitação Profissional 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Le sm x doi 
= diretoriaofaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
CONCEITUANDO CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
 
Página 1 de 20 
Denomina-se consciência fonológica a habilidade metalinguística de tomada de 
consciência das características formais da linguagem. Esta habilidade compreende 
dois níveis: 
1. A consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades 
distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras; as palavras, em 
sílabas e as silabas, em fonemas. 
2. A consciência de que essas mesmas unidades repetem-se em diferentes 
palavras faladas.(Byrne e Fielding-Barnsley, 1989). 
Diferentes pesquisas têm apontado o papel do desenvolvimento da consciência 
fonológica para a aquisição da leitura e escrita. Estas pesquisas referem que o 
desempenho das crianças na fase pré-escolar em determinadas tarefas de 
consciência fonológica é preditivo de seu sucesso ou fracasso na aquisição e 
desenvolvimento da lecto-escrita (Juel, Griffith e Gough, 1986; Stanovich, 
Cunningham e Cramer, 1984; Capovilla, 1999; Guimarães, 2003). Crianças com 
dificuldades em consciência fonológica geralmente apresentam atraso na aquisição 
da leitura e escrita, e procedimentos para desenvolver a consciência fonológica 
podem ajudar as crianças com dificuldades na escrita a superá-los (Capovilla e 
Capovilla, 2000). 
A consciência fonológica, ou o conhecimento acerca da estrutura sonora da 
linguagem, desenvolve-se nas crianças ouvintes no contato destas com a linguagem 
oral de sua comunidade. É na relação dela com diferentes formas de expressão oral 
que essa habilidade metalinguiística desenvolve-se, desde que a criança se vê 
imersa no mundo linguístico. Diferentes formas linguística a que qualquer criança é 
exposta dentro de uma cultura vão formando sua consciência fonológica, entre elas 
destacamos as músicas, cantigas de roda, poesias, parlendas, jogos orais, e a fala, 
propriamente dita. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 2 de 20 
As sub-halidades da consciência fonológica são: 
Rimas e aliterações 
Consciência de palavras 
Consciência silábica 
Consciência fonêmica 
Rimas e Aliterações 
A rima representa a correspondência fonêmica entre duas palavras a partir da vogal 
da sílaba tônica. Por exemplo, para rimar com a palavra SAPATO, a palavra deve 
terminar em ATO, pois a palavra é paroxítona, mas para rimar com CAFE, a palavra 
precisa terminar somente em É, visto que a palavra é oxítona. A equidade deve ser 
sonora e não necessariamente gráfica, ou seja, as palavras OSSO e PESCOÇO 
rimam, pois o som em que terminam é igual, independente da forma ortográfica. 
Já a aliteração, também recurso poético, como a rima, representa a repetição da 
mesma sílaba ou fonema na posição inicial das palavras. Os trava-línguas são um 
bom exemplo de utilização da aliteração, pois repetem, no decorrer da frase, várias 
vezes o mesmo fonema. 
Os pesquisadores Goswami e Bryant (1997) realizaram estudos a respeito da 
consciência fonológica e comprovaram que a habilidade de detectar rima e 
aliteração é preditora do progresso na aquisição da leitura e escrita. Isto ocorre, 
porque a capacidade de perceber semelhanças sonoras no início ou no final das 
palavras permite fazer conexões entre os grafemas e os fonemas que eles 
representam, ou seja, favorece a generalização destas relações. 
É comum vermos crianças de 4 ou 5 anos brincando com nomes dos colegas em 
jogos de rimas como: "Gabriel cara de pastel, Fabiana cara de banana”. Mesmo sem 
saber que isto é uma rima, a brincadeira espontânea das crianças atesta sua 
capacidade de consciência fonológica. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 se = emu ; 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
CONSCIÊNCIA DE PALAVRAS, DA SÍLABA E FONÉMICA 
Página 3 de 20 
 
Também chamada de consciência sintática, representa a capacidade de segmentar 
a frase em palavras e, além disso, perceber a relação entre elas e organizá-las 
numa sequência que dê sentido. Esta habilidade tem influência mais precisa na 
produção de textos e não no processo inicial de aquisição de escrita. Ela permite 
focalizar as palavras enquanto categorias gramaticais e sua posição na frase. Contar 
o número de palavras numa frase, referindo-o verbalmente ou batendo uma palma 
para cada palavra, é uma atividade de consciência de palavras. Por exemplo: 
Quantas palavras há na frase: "O cachorro correu atrás do gato?” Ao responder 
corretamente esta questão ou batendo uma palma para cada palavra, enquanto 
repete a frase, a criança demonstra sua habilidade de consciência sintática. Além 
disso, ordenar corretamente uma oração ouvida com as palavras desordenadas 
também é uma capacidade que depende desta habilidade. 
Déficit nesta habilidade pode levar a erros na escrita do tipo aglutinações de 
palavras e separações inadequadas. Embora esses erros sejam comuns no 
processo inicial de aquisição da escrita, como por exemplo, escrever: OGATO 
(aglutinação) ou SABO NETE (separação), a persistência destes tipos de erros pode 
ser motivada por uma dificuldade de consciência sintática. Esta habilidade implica 
numa capacidade de análise e síntese auditiva da frase. 
Consciência da sílaba 
Consiste na capacidade de segmentar a palavras em sílabas. Esta habilidade 
depende da capacidade de realizar análise e síntese vocabular. Segundo o 
dicionário Michaelis, a análise é a decomposição em elementos constituintes (neste 
caso, a Sílaba) e a síntese é a operação mental pela qual se constrói um sistema; 
agrupamento de fatos particulares em um todo que os abrange e os resume (aqui, a 
palavra). 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 4 de 20 
Zorzi (2003) faz uma análise da psicogênese da escrita relacionando-a com o 
desenvolvimento das habilidades de consciência fonológica. Segundo o autor, a 
criança só avança para a fase silábica de escrita (de acordo com a classificação de 
Emília Ferrero), quando se torna atenta às características sonoras da palavra, 
especialmente quando ela chega ao nível do conhecimento da sílaba. 
Atividades como contar o número de sílabas; dizer qual é a sílaba inicial, medial ou 
final de uma determinada palavra; subtrair uma sílaba das palavras, formando novos 
vocábulos, são dependentes esta subhabilidade da consciência fonológica. 
Consciência fonêmica 
Consiste na capacidade de analisar os fonemas que compõe a palavra. Tal 
capacidade, a mais refinada da consciência fonológica, é também a última a ser 
adquirida pela criança. 
É no processo de aquisição da escrita que esse tipo específico de habilidade passa 
a se desenvolver. As escritas de um sistema alfabético, como o português, o inglês e 
o francês, por exemplo, permitem que os indivíduos tomem contato com as 
estruturas mínimas do linguagem: os fonemas; o que não é possível num sistema de 
escrita silábico ou ideográfico. 
Desta forma,percebemos que um certo nível de consciência fonológica é 
imprescindível para a aquisição da lectoescrita, ao mesmo tempo em que, com 
domínio da escrita, a consciência fonológica se aprimora. Ou seja, estágios iniciais 
da consciência fonológica contribuem para o desenvolvimento dos estágios iniciais 
do processo de leitura e estes, por sua vez, contribuem para o desenvolvimento de 
habilidades de consciência fonológica mais complexas. 
Atividades como dizer quais ou quantos fonemas formam uma palavra; descobrir 
qual a palavra está sendo dita por outra pessoa unindo os fonemas por ela emitidos; 
formar um novo vocábulo subtraindo o fonema inicial da palavra (por exemplo, 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 FaSouza 
x Página 5 de 20 
és TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
omitindo o fonema /k/ da palavra CASA, forma-se a palavra ASA), são exemplos em 
que se utiliza a consciência fonêmica. 
A consciência fonológica associada ao conhecimento das regras de correspondência 
entre grafemas e fonemas permite à criança uma aquisição da escrita com maior 
facilidade, uma vez que possibilita a generalização e memorização destas relações 
(som-letra). 
Como referi anteriormente, muitas pesquisas apontam que grande parte das 
dificuldades das crianças na leitura e escrita está relacionada com problemas na 
consciência fonológica. Partindo desta afirmação podemos derivar algumas 
implicações educacionais. 
Tais estudos sugerem que a crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem de 
leitura e escrita devem participar de atividades para desenvolver a consciência 
fonológica, em programas de reforço escolar ou terapias com profissionais 
especializados, como fonoaudiólogo ou psicopedagogo. Além disso, as escolas 
podem desenvolver desde a pré-escola, atividades de consciência fonológica com 
objetivo preventivo, a fim de minimizar as possíveis dificuldades futuras na aquisição 
da escrita (Guimarães, 2008). 
Referências 
BYRNE, B. E FIELDING-BARNSLEY, R. Phonemic awareness and letter knowledge 
in child's acquisition of the alphabetic principle. In Journal of Educational Psychology, 
81 (3), pp. 313-321, 1989 
CAPOVILLA, A.G.S. Leitura, escrita e consciência fonológica: desenvolvimento, 
intercorrelações e intervenções. Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, 
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999 
CAPOVILLA, A. G. S. e CAPOVILLA, F.C. Problemas de Leitura e escrita. Como 
identificar, preveni e remediar numa abordagem fônica. São Paulo, Memnon, 2000 
GOSWAMI, U. e BRYANT, P. Phonological skills and learning to read. Hove, UK: 
Psychology Press Ltd, 1997 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 FaSouza 
“ TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
GUIMARÃES, S.R.K. Dificuldades no Desenvolvimento da Lectoescrita: O papel das 
Habilidades Metalinguísticas. In Psicologia: Teoria e Pesquisa. Jan-Abr 2008, vol 19 
n. 1. Pp.33-45 
Página 6 de 20 
 
JUEL, C., GRIFFITH, P.L. e GOUGH, P.B. Aquisicion of Literacy: A longitudinla study 
of children in first and second grade. In Journal of Educational Psychology, 78 (4), 
pp. 243-255, 1986 
STANÓOVICH, K.E. CUNNINGHAM, A.F. e CRAMER,B.B. Assessing phonological 
awarenwss in Kkindergarten children: issues of task comparability. In Journal of 
Experimental Child Psychology, 38, pp. 175-190, 1984 
ZORZI, J. L. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: Questões clínicas e 
educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003 
COMO DESENVOLVER A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ATRAVES DA LEITURA 
EM VOZ ALTA 
Autor: Vicente Martins (adaptado) 
No contexto de formação leitora, na escola, especialmente o desenvolvimento da 
capacidade de o aluno ler um texto em voz alta, os pedagogos, com seus métodos 
de leitura e os psicopedagogos, com suas pautas ou roteiros de observação das 
dislexias e intervenção nas dificuldades de leitura, de modo geral, devem levar em 
consideração, para sua ação profissional, a ciência dos sons da fala, isto é, a 
Fonética e a Fonologia. 
A primeira concepção é a da consciência fonológica que consiste na habilidade do 
leitor iniciante refletir sobre e manipular os sons da fala, de forma consciente. 
A segunda concepção refere-se ao conceito fundamental de fonema, entendido 
como uma unidade sonora abstrata, contrastiva em uma língua dada. Assim, dois 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
€ | FaSouza 
OC Página 7 de 20 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
sons são fonemas separados de uma língua quando a diferença fonética entre 
ambos causa uma diferença de significado. Em português, o contraste // e /v/, por 
exemplo, distingue o significado das palavras <faca> e <vaca>. 
A observação sobre a natureza distintiva das consoantes vale também para os 
vogais. Vejamos, por exemplo, as vogais posteriores /6/-/5/, como nas palavras 
<avó> e <avô> que têm as mesmas letras, mas significados diferentes, exatamente 
porque os dois fonemas são distintivos, ou seja, /Ó/ tem timbre aberto e /6/ tem 
timbre fechado. 
A terceira e última concepção é o amparo científico, isto é, não hã como atuar nessa 
área de formação ou reeducação leitora sem levar em conta as postulações da 
disciplina da Fonologia, ramo da Linguística, entendida como estudo dos padrões de 
sons que são linguisticamente significativos, ou seja, fazem parte da organização 
mental dos sons da fala. 
Os aportes linguísticos e suas aplicações às atividades de leitura inicial, 
especialmente na fase de decodificação leitora ou soletração, exigem dos docentes 
ou terapeutas de leitura conhecimentos metalinguísticos, em particular os de 
natureza fonético-fonologia. 
Leia mais em: 
 
htto:/Awvww .diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2045-8.pdf 
ALFABETIZAÇÃO E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 se = emu ; 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
€9 FaSouza 
to x Página 8 de 20 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
és 
A consciência fonológica é a percepção do som da fala. É uma capacidade cognitiva 
a ser desenvolvida, a qual contribui no processo de aquisição da leitura e da escrita. 
Sua importância está ligada a compreensão do principio alfabético e ao 
desenvolvimento de habilidades como o reconhecimento de sílabas e fonemas numa 
palavra. 
Diversas formas linguísticas que uma criança tem contato estando inserida numa 
cultura contribuem para a formação de sua consciência fonológica, dentre elas pode- 
se destacar as músicas, cantigas de roda, poesias, parlendas, jogos orais e a fala, 
propriamente dita. (NASCIMENTO, 2006) 
O uso da consciência fonológica por professores alfabetizadores é de grande 
importância, visto que esta ajuda no desenvolvimento de habilidades pelo 
aprendente, essas habilidades estão relacionadas à correspondência grafonemica, 
onde “o sistema alfabético de escrita associa um componente auditivo fonêmico a 
um componente visual gráfico” (GUIMARÃES, 2006). E para se compreender o 
sistema alfabético são necessárias algumas habilidades como “a consciência de que 
é possível segmentar a língua falada em unidades distintas e a consciência de que 
essas mesmas unidades repetem-se em diferentes palavras faladas” (GUIMARÃES, 
2006), isso corresponde a consciência de sílabas e a consciência de palavras. 
Podendo-se então utilizarrecursos da consciência fonológica para obter esses 
resultados, ou seja, para se ter “o conhecimento geral dos segmentos que compõe a 
fala (rimas, aliterações, sílabas e fonemas).” (GUIMARÃES, 2006) 
RIMAS E ALITERAÇÕES, CONSCIÊNCIA DE PALAVRAS, CONSCIÊNCIA DE 
SÍLABA E CONSCIÊNCIA FONÉMICA E IMPLICAÇÕES NA ALFABETIZAÇÃO 
“À rima representa a correspondência fonêmica entre duas palavras a partir da vogal 
da sílaba tônica” (NASCIMENTO, 2006). E aliteração é uma figura de linguagem na 
qual existe a “repetição de um ou mais fonemas no começo, no meio ou no fim de 
palavras próximas ou simetricamente dispostas”. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 FaSouza 
X Página 9 de 20 
é TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
É notada a importância do trabalho de consciência fonológica por meio de 
identificação de rimas e aliterações, pois estes contribuem no desenvolvimento de 
habilidades nas crianças no início da instrução formal em leitura (mais ou menos aos 
seis anos de idade)“ (GUIMARÃES, 2006), como, p.ex., a habilidade de identificação 
da sílaba inicial e de identificação de fonema inicial revelando-se capaz de prever 
significativamente a capacidade de leitura e de escrita. 
Esta pode ser trabalhada pelos professores alfabetizadores com propostas como as 
sugeridas no Protocolo de Tarefas de Consciência Fonológica baseado em Cielo (in 
Paes e Pessoa, 2005), como por exemplo: 
Detecção de rimas: eu vou dizer três palavras, duas rimam e uma não. Qual não 
rima? 
- LATA / DEDO / MEDO 
- CHUPETA / BIGODE / ROLETA 
Consciência de Palavras e alfabetização 
É a capacidade de dividir uma frase em palavras e organizá-las de uma forma que 
haja significado. “Esta habilidade tem influência mais precisa na produção de textos 
e não no processo inicial de aquisição de escrita. Ela permite focalizar as palavras 
enquanto categorias gramaticais e sua posição na frase”. (NASCIMENTO, 2006) 
“Como exemplo de atividade de consciência de palavras e segmentação de frases, o 
aplicador deve falar uma frase e depois a repete sem a última palavra, a criança 
deve dizer, então, a palavra que faltou, por exemplo, /Eu passeio de bicicleta. Eu 
passeio de | Iº(LOPES, 2004). 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
FaSouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
9 
Página 10 de 20 
 
Consciência de Sílaba e alfabetização 
A consciência silábica se define na capacidade de segmentação das palavras em 
sílabas, ela contribui, entre outros benefícios, para que a criança identifique as 
partes de que a palavra é formada, que esta consiga perceber que sílabas utilizadas 
numa palavra podem também ser utilizadas em outras, ou ainda que retirando ou 
acrescentando uma silaba numa palavra esta terá outro significado. Exemplos de 
propostas a serem trabalhadas: Eu vou falar como um robô, adivinhe a palavra que 
o robô diz: CO-PO / SA-PA-TO. (PAES e PESSOA, 2006) 
“A consciência de sílaba pode ser trabalhada também em atividades que 
apresentem a síntese silábica. Como exemplo pode-se usar um jogo com fantoches 
em que esses dizem palavras separando as sílabas, sendo que as crianças devem 
dizer a palavra inteira, unindo as sílabas faladas pelo fantoche”.(LOPES, 2004) 
Consciência Fonêmica e alfabetização 
É a capacidade de identificar, analisar e refletir sobre os fonemas que compõe uma 
palavra. “Segundo as pesquisas de Cardoso-Martins(1995) a consciência fonêmica 
representa o nível de consciência fonológica que tem o papel mais importante na 
aquisição da leitura e da escrita em Português.” (GUIMARÃES, 2006) 
“À consciência fonêmica pode também ser trabalhada com a síntese de fonemas em 
jogos nos quais o aplicador deve apresentar palavras ou pseudopalavras em que 
cada fonema é representado por uma forma geométrica. Adicionam-se, então, 
formas geométricas no início, fim e meio dos itens para formar diferentes palavras. O 
aplicador deverá apresentar os cartões para as crianças e informar que cada um dos 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 FaSouza 
Se Página 11 de 20 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
cartões irá representar um fonema distinto. Essa atividade possui como principal 
objetivo mostrar que, pela modificação na arrumação dos fonemas nas palavras 
pode-se formar outras palavras distintas”.(LOPES, 2004) 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com o estudo acerca da consciência fonológica podemos perceber a sua 
importância no processo de aquisição da língua escrita. Diversas pesquisas revelam 
que “a consciência fonêmica é o melhor preditor para a aquisição da leitura e escrita, 
devendo, durante a alfabetização, ser treinada, uma vez que não surge 
espontaneamente nas crianças” (JARDINI E SOUZA, 2006). De acordo com 
pesquisas de GOMES, CAMPOS, NASCIMENTO e NOGUEIRA (2006) seguindo-se 
as realizações de atividades de consciência fonológica foi constatado que as 
“crianças evoluíram na escrita, produções de texto e leituras, demonstrando um 
melhor desempenho na leitura e compreensão de histórias ou enunciados de 
atividades”. Certificando que o trabalho com consciência fonológica contribui de 
forma significativa no aprendizado dos educandos. 
REFERÊNCIAS 
CARDOSO-MARTINS, Cláudia and PENNINGTON, Bruce F. What is the 
Contribution of Rapid Serial Naming to Reading and Spelling Ability?: Evidence from 
Children and Adolescents with and without Reading Difficulties. Psicol. Reflex. Crit. 
[online]. 2001, vol.14, no.2 [cited 20 June 2006], p.387-397. Available from World 
Wide Web: . ISSN 0102-7972. 
CARNIO, Maria Sílvia y SANTOS, Daniele dos. Phonological awareness 
improvement in primary school students. Pró-Fono R. Atual. Cient. [online]. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
& (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 se x at ur ; 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
63 FaSouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
mayo/ago. 2005, a no.2 [citado 18 Junio 2006], p.195-200. Disponible en la 
World Wide Web: . ISSN 0104-5687. 
Página 12 de 20 
 
CARVALHO, L. A.; COSTA, S. N. S.; RABELO, P. S. T.; RANGEL, S. B. O. P. 
Consciência fonológica e Alfabetização. Disponível em: Acesso dia: 18 de Junho de 
2006. 
DEUSCHLE, Vanessa Panda; DONICHT, Gabriele e PAULA, Giovana Romero. 
Distúrbios de Aprendizagem: Conceituação, Etiologia e Tratamento. Disponível em: 
<http:/Avww.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrlD=841 Acesso dia: 19 de 
Junho de 2006. 
LOPES, Flavia. O desenvolvimento da consciência fonológica e sua importância 
para o processo de alfabetização. Psicol. esc. educ. [online]. dez. 2004, vol.8, no.2 
[citado 19 Junho 2006], p.241-243. Disponível na World Wide Web: . ISSN 1413- 
8597. 
GODOY, Dalva. A Evolução das Habilidades Fonológicas e de Leitura e Escrita de 
crianças brasileiras alfabetizadas em dois métodos distintos. Disponível em: 
http://fsmorente.filos.ucm.es/Publicaciones/Iberpsicologia/lisboa/godoy/godoy.htm 
Acesso dia: 20 de Junho de 2006. 
GOMES, Juliana de A..; CAMPOS, sSíntia P. Sá; NASCIMENTO, Fabiana V. 
Gonçalves; NOGUEIRA, Liliana A. Psicogênese da língua oral e escrita: formando o 
professor-alfabetizador. Disponível em: 
<http://(www.isecensa.com.br/arquivo/revista/revista.pdf ?codigo=24> Acesso dia: 18 
de junho de 2006. 
GUIMARAES, Sandra Regina Kirchner. Dificuldades no desenvolvimento da 
lectoescrita: o papeldas habilidades metalinguísticas. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 
jan./abr. 2008, vol.19, no.1 [citado 18 Junho 2006], p.33-45. Disponível na World 
Wide Web: . ISSN 0102-3772. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 
& (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Fasouza 
= diretoriaofaculdadesouza.com.br
69 FaSouza 
a Página 13 de 20 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
MARTINS, Vicente. Leitura, Dislexia e Consciência Fonológica. Disponível em: 
Acesso dia: 18de Junho de 2006. 
REGO, Lúcia Lins Browne y BUARQUE, Lair Levi. Syntactic awareness, 
phonological awareness and the acquisition of spelling rules. Psicol. Reflex. Crit. 
[online]. 1997, vol.10, no.2 [citado 18 Junio 2006], p.199-217. Disponible en la World 
Wide Web: . ISSN 0102-7972. 
PAES, Cristiane T. de Siqueira; PESSOA, Ana Cláudia Rodrigues G. Habilidades 
Fonológicas em crianças não alfabetizadas. Disponível em: Acesso em: 18 de Junho 
de 2006. 
LEITURA, DISLEXIA E CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
Por VICENTE MARTINS 
Professor da Universidade 
Estadual Vale do Acaraú (UVA), Sobral (CE). 
1. O significado das palavras 
Observe estas duas palavras: 
& mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito 
= pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico 
 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 
& (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 Fasouza 
= diretoriaofaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 14 de 20 
Fonte: Escola municipal da Paraíba - Foto: Sergio Dutti 
Agora, responda, se puder, as perguntas abaixo para avaliar sua consciência 
fonológica: 
qual das duas palavras acima você pronuncia mais rapidamente? 
qual delas você poderia dar alguma noção ou aproximação de significado? 
Se disser que encontrou dificuldade de pronunciar as duas palavras, você tem, 
realmente, razão. Ambas, é verdade, possuem 46 letras. Se encontrou dificuldade 
de encontrar algum grau de significação no item a, também tem razão: a palavra 
mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito não é palavra, não tem significado 
nenhum na língua portuguesa. 
Em todo caso, como podemos analisar são duas palavras esdrúxulas, esquisitas, 
extravagantes, mas apenas uma delas, isto, 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico , opção b, realmente, é palavra e 
está registrada no novo dicionário houaiss da língua portuguesa, tendo por definição 
“estado de quem é acometido de uma doença rara provocada pela aspiração de 
cinzas vulcânicas *. 
A outra palavra, isto é mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, a rigor, do 
ponto linguístico, não é palavra, não significa nada, foi inventada por mim, no 
processo de elaboração deste texto, de tal modo que é uma palavra fictícia, ou tem 
forma ou aparência de palavra, que se assemelha, em configuração grafêmica ou 
fonêmica, a palavras da língua portuguesa. 
Para a linguística tradicional, palavra é um elemento linguístico significativo, 
composto de um ou mais fonemas. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 se = emu ; 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 15 de 20 
No caso da palavra Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, ela é 
significativa, tem significado cultural, ainda que chegue a ter, 46 letras. 
Pois bem. Para nós, investigadores dos processos de lectoescrita, psicopedagogos, 
fonoaudiólogos, neurologistas, psicolinguistas ou psicólogos cognitivos, pais, 
professores, enfim, podemos, a partir do caso acima, ilustrar como podemos 
descobrir indício de uma dificuldade de leitura ou dislexia. 
Não obstante, você pode indagar: qual das palavras acima citadas, poderia ser a 
“isca”, importante indício, no diagnóstico e processo de avaliação leitora?” Por 
incrível que pareça, para um diagnóstico preliminar ou básico, em sala de sala, feito 
por um educador, sem que o aluno precise ir a uma clínica psicopedagógica, a 
palavra que, surpreendemente, nos é útil, e, portanto, serve-nos como parâmetro 
para diagnóstico, é mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, a falsa palavra. 
Uma criança ou um adulto pode ser considerado uma leitor hábil, competente na 
decodificação e compreensão leitoras, no processo de aquisição da linguagem, 
quando é capaz não apenas de ler palavras não familiares como em 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, que já é registrada no dicionário 
brasileiro, mas é capaz de ler, também, palavras fictícias, inventadas pelos 
examinadores, professores, pais ou reeducadores linguistas, quando submetido a 
um processo avaliativo de sua competência leitora. 
Para Andrew W. Ellis, em seu livro Leitura, escrita e dislexia: uma analise cognitiva, 
a familiaridade é um fator que determina, influencia e afeta a facilidade ou 
dificuldade do reconhecimento de palavras na leitura hábil, isto é, a leitura em voz 
alta. (Artes Médicas, p.20) 
2. O valor da consciência fonológica 
A palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é esdrúxula, esquisita, 
excêntrica ou, numa expressão, é uma palavra não familiar. Sem embargo, é uma 
palavra. Uma pessoa que tem consciência fonológica, ou seja, capaz de reconhecer 
as letras e discriminar os fonemas, será capaz de gerar o que chamo de lectogenia 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 16 de 20 
(o neologismo é meu), uma decodificação, manifesta na pronúncia corrente ou 
escorreita da palavra, seguida da compreensão, ou seja, da assimilação do 
significado que o signo encerra na sua forma linguistica. 
Uma das tarefas dos psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, ou 
psicolinguistas, na avaliação da compreensão leitora, é comparar o reconhecimento 
de palavras familiares com o reconhecimento de palavras não familiares. 
Para uma criança, na educação infantil ou alfabetização ou ainda no primeiro ciclo 
do ensino fundamental, situando-se na etapa que os investigadores chamam de 
leitura inicial, pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é uma palavra não 
familiar, esquisita; mas para um adulto, ou leitor competente, curioso, pode ser uma 
palavra familiar, isto é, uma palavra em que o bom leitor é capaz de decompor em 
seus morfemas (radicais, sufixos, por exemplo) e fonemas (vogais, consoantes ) 
Quando o leitor principiante aprende que 
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico traz, na sua estrutura linguística, 
formas que estão presentes no mundo vocabular, o seu ou o revelado pela cultura 
do meio em que vive, encontrará níveis de contiguidade semântica da palavra não 
familiar com outras palavras familiares como no caso pneumonia, ultramar , 
microscópio, vulcão, cone, ouvido, sulfúrico, de modo a fazer, também, a 
identificação rápida e fácil da forma, da pronúncia e do significado apropriado, viável, 
de uma palavra encontrada no texto escrito ou ouvido na mídia. 
A aprendizagem da palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico ou de 
qualquer outra palavra esdrúxula ou não familiar ou mesmo uma não-palavra requer 
da criança, durante o processo de leitura, pelo menos, três “representações 
internas”: 
a) aparência, 
b) significado e 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 17 de 20 
Cc) som,presentes na estrutura da palavra e a ligação dessas representações umas 
as outras. 
A aparência linguística leva o leitor hábil ao reconhecimento da palavra. O 
significado e o som de uma palavra, por seu turno, são revelados pela consciência 
fonológica, alcançada no processo de aquisição da habilidade lectoescritora na 
escola. 
3. O reconhecimento das palavras 
Por fim, uma pergunta pode agora advir: quando a palavra 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico tornar-se-á familiar para a 
comunidade brasileira ou lusófona? 'Responderei assim: uma palavra torna-se 
familiar para os educandos e para os já escolarizados, quando ela, a palavra, 
realmente, é percebida, isto é, a comunidade linguística é capaz de fazer a 
identificação visual ou auditiva da palavra e pode lhe atribuir algum grau de 
significado. 
Para as crianças que veem e leem palavras ou não-palavras, no mundo da leitura, 
fora ou dentro da escola, tendem, quase sempre, a ter facilidade de identificar as 
formas linguísticas que são verdadeiramente palavras, isto é, signos linguísticos, 
dotados de significado (conceito, ideia) e significante (estrutura fônica). 
Quando estão diante de palavras fictícias ou pseudo-palavras, não apenas 
encontram dificuldade de pronunciá-las mas de reconhecer sua estrutura linguística, 
uma vez que as não-palavras são dotadas apenas de significantes da língua, mas 
que nada representam no mundo da leitura ou na fala das pessoas. 
Por excelência, os fonemas são os significantes mais discretos de uma língua, as 
menores unidades sonoras distintivas da palavra, mas isoladas, são abstratas, nada 
significam. Os morfemas, ao contrário, unidades significativas, como os radicais e 
sufixos que formam a palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, são 
elementos que ajudam na compreensão da mesma, ainda que a palavra tenha um 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
69 Fasouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 18 de 20 
processo de formação derivacional tão complexo ou ainda que tenha, na sua 
aparência ou representação grafêmica, 46 letras, sendo, definitivamente, a maior da 
língua portuguesa. 
Pode-se, então, nessas alturas, indagar: Se uma criança ou adulto, após exercício 
de soletração, pode pronunciar, em Voz alta, a palavra 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico não encontrando a mesma 
“facilidade” na falsa palavra mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, 
justificar-se-ia tal comportamento linguístico porque a palavra escrita 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico é uma combinação não familiar de 
letras, ou porque a não-palavra “mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito" é 
uma combinação não familiar de fonemas, mais difícil de pronunciar? 
A pergunta acima é longa e complexa, mas tem uma resposta curta e simples. É a 
velocidade de leitura da palavra pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, 
que tem a mesmas letras e praticamente os mesmos fonemas da falsa palavra , é 
viável e familiar, ou melhor, é virtualmente familiar, em sua forma escrita. Depois 
de alguns minutos alguém pode, com certa dose de brincadeira ou ludicidade, 
guardar, em sua memória de longo prazo, a palavra 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, como uma nova e esdrúxula 
palavra no seu universo semântico ou vocabulário individual. Não encontraremos a 
mesma destreza linguística para as palavras falsas. 
4. Uma luz importante 
Em substância, diria o seguinte: quem adquire consciência fonológica no decorrer da 
aquisição de linguagem pode não apenas ler palavras esdrúxulas, familiares ou 
“não-palavras, como mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito, que nada diz, 
que nada revela, nem na sua forma nem sua configuração linguística. O leitor hábil 
decodifica e compreende palavras que têm significado e desconfia de palavras que, 
mesmo podendo ser decodificadas, não têm significado nenhum no seu mundo 
cultural. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
t+. (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 e o! Er 2 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
ó FaSouza 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
Página 19 de 20 
Uma criança com dislexia fonológica, com deficiência na sua consciência fonológica, 
por exemplo, pode lentamente pronunciar 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico, e no decorrer do tempo, ganhar 
destreza na decodificação, mas sua pronúncia será sofrível quando tentar 
pronunciar mneupotruramiscolcopicosislicoculvanonociócito. 
A aprendizagem da leitura, tendo, por base, o método fônico, levará à 
aprendizagem da pronúncia de palavra 
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico ou anticonstitucionalissimamente, 
de modo que deixa de ser estranha e sem sentido quando realmente 
lida(decodificada e compreendida) e torna-se algo que parece familiar, dela se 
extraindo um significado e levando o emissor ou receptor a uma emissão viável ou a 
recepção produtiva. 
Esta reflexão metalinguística, a partir da maior palavra da língua brasileira, é uma 
verdadeira epifania para os que atuam na Psicopedagogia e Psicolinguística e um 
achado excêntrico, mas luz importante, para os estudiosos dos processos de 
aquisição de leitura e escrita da comunidade lusófona. 
Acesse para assistir em (Vídeo Emília Ferreiro sobre Consciência fonológica) 
https://www.youtube.com/watch?v=BOcyJgzkB6w 
Ereguerem uma atitudelanalitica muito própria porque 
muitos fonemas não podem ser ditos isoladamente, 
Vídeo aula Sandra Puliezi 
https://www.youtube.com/watch?v=Fx3Vf2xyG O 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
& (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 se s at ur ; 
= diretoriaafaculdadesouza.com.br
63 FaSouza 
Página 20 de 20 
TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
ALLIENDE, Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. (1987). Leitura: teoria, avaliação e 
desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes 
Médicas. 
DUBOIS, Jean et ali. (1993). Dicionário de linguística. Direção e coordenação geral 
da tradução de Izidoro Blinstein.SP: Cultrix. 
ELLIS, Andrew W. (1995). Leitura, escrita e dislexia: uma analise cognitiva. 2º 
edição. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artes Médicas. 
HARRIS, Theodore L, HODGES, Richard. (1999). Dicionário de alfabetização: 
vocabulário de leitura e escrita. Tradução de Beatriz Viégas-Faria. Porto Alegre: 
Artes Médicas 
MONTEIRO, José Lemos. (2002). Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes. 
RODRIGUES, Norberto. (1999). Neolinguística dos distúrbios da fala. São Paulo: 
Cortez: EDUC (Fala viva; v.1) 
YAVAS, Mehmet, HERNANDOREMA, Carmen L. Matzenauer. LAMPRECHT, 
Regina Ritter. (1991). Avaliação fonológica da criação: reeducação e terapia. Porto 
Alegre: Artes Médicas. 
 
É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização. 
Q Av. Santa Helena, 1140 - Novo Cruzeiro - Ipatinga-MG 9 Fas 
UZ 
& (31) 3822-2194 - (31) 9 7339-8505 se x o doi 
= diretoriaofaculdadesouza.com.br

Continue navegando