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Crise Hídrica e Energética na Região Sudeste

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CRISE HÍDRICA E POTENCIAL ENERGÉTICO DA REGIÃO SUDESTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Abril/2016 
 
 
 
LUÍS EDUARDO DOS SANTOS ARAÚJO 
 
Projeto de Graduação apresentado ao curso de 
Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos 
necessários à obtenção de grau de Engenheiro 
Eletricista. 
 
Orientador: Jorge Luiz do Nascimento, Dr.Eng. 
 
 
CRISE HÍDRICA E POTENCIAL ENERGÉTICO DA REGIÃO SUDESTE 
 
 
Luís Eduardo dos Santos Araújo 
 
 
PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE 
ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS 
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA. 
 
 
Aprovada por: 
 
________________________________________ 
Prof. Jorge Luiz do Nascimento, Dr.Eng. 
 (Orientador) 
 
 
________________________________________ 
Prof. Júlio César de Carvalho Ferreira, M.Sc. 
 
 
________________________________________ 
Prof. Sergio Sami Hazan, Ph.D. 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Abril/2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Araújo, Luís Eduardo dos Santos. 
 Crise Hídrica e Potencial Energético da Região Sudeste / 
Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica / Departamento de 
Engenharia Elétrica, 2015. 
 
 117f. 
 
 Orientador: Jorge Luiz do Nascimento 
 Projeto de Graduação - UFRJ / Escola Politécnica / 
Departamento de Engenharia Elétrica, 2015. 
 
 Referências Bibliográficas: p. 100-104 
 1. Mapeamento Hídrico Brasileiro 2. Recursos Energéticos 
3. Crise Hídrica: Origem, Conflitos Potenciais e Perspectivas 4. 
Crise Energética 5. Nova Dinâmica de Consumo Hídrico e 
Energético 
 I. Jorge Luiz do Nascimento II. Universidade Federal do Rio de 
Janeiro III. Departamento de Engenharia Elétrica IV. Título 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Meu grande sonho sempre foi concluir a graduação na melhor Universidade do Rio de 
Janeiro. Exatamente por isso que eu gostaria de agradecer aos meus pais, por sempre me 
apoiar e arcar com os custos dos meus estudos, mantendo a confiança na minha capacidade. 
Sempre muito pacientes e orgulhosos. 
 Agradeço aos amigos que sempre estiveram comigo e que contribuíram com incentivo 
e motivação para que eu não desistisse nunca. 
 Agradeço ao Professor Jorge Luiz por aceitar ser meu orientador, pelos ensinamentos 
em sala de aula e pela amizade extraclasse. Ao Professor Sergio por ter aceitado participar da 
realização desse Projeto e por ser tão dedicado a todos nós alunos. 
 À todos os meus amigos da UFRJ que estudaram, lutaram, deixaram de dormir e 
passaram por tudo isso comigo. Sem vocês teria sido muito mais difícil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo do Projeto Final apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica como parte 
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista 
 
CRISE HÍDRICA E POTENCIAL ENERGÉTICO 
DA REGIÃO SUDESTE 
 
Luís Eduardo dos Santos Araújo 
Abril/2016 
 
Orientador: Jorge Luiz do Nascimento 
 
Num país, como o Brasil, onde a demanda por energia se torna cada vez maior e é 
proporcional ao crescimento demográfico e econômico, é de se esperar a ocorrência de 
variações no panorama hídrico e energético. A degradação ambiental é evidente e as 
mudanças climáticas levantam questões a respeito da utilização desenfreada dos recursos 
naturais, principalmente os que sempre estiveram bastante acessíveis e pareciam inesgotáveis, 
como a água. 
Este trabalho aborda o cenário recente de crise hídrica e a sua relação intrínseca com 
os fatores energéticos, passando por uma análise nacional para o evento localizado na região 
Sudeste. Refere-se também à influência que a escassez de água tem sobre problemas 
econômicos, de saúde e alimentar. Propõe-se a contextualização dessa discussão de forma a 
explicitar a motivação sobre a eficácia de políticas de sustentabilidade e conservação. 
Procurou-se abordar as origens históricas deste problema, através de uma revisão sobre as 
crises antecedentes. 
Busca-se contribuir com informações para o meio acadêmico, bem como incentivar a 
reflexão sobre a importância da discussão ambiental e social no contexto da produção de 
energia e no âmbito da engenharia. 
Em busca de encontrar uma solução para a problemática da geração de energia, do 
crescimento econômico, dos problemas ambientais e da preservação da vida em nosso país, 
uma solução idealizada é apresentada. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Capítulo 1 – Introdução ........................................................................................................... 1 
1.1 Objetivos ...................................................................................................................... 4 
1.2 Metodologia ................................................................................................................. 5 
1.3 Estrutura do Trabalho .................................................................................................. 5 
Capítulo 2 – Mapeamento Hídrico Brasileiro ........................................................................ 7 
2.1 Bacias Hidrográficas .................................................................................................... 8 
2.2 A Importância das Bacias Hidrográficas ................................................................... 24 
2.3 Hidroenergia .............................................................................................................. 24 
2.3.1 Tecnologias de Aproveitamento ........................................................................ 27 
2.4 Detalhamento Hídrico da Região Sudeste ................................................................. 30 
Capítulo 3 – Recursos Energéticos ........................................................................................ 34 
3.1 Classificação das Fontes de Energia .......................................................................... 35 
3.2 Principais Fontes Geradoras de Energia no Brasil ..................................................... 38 
3.3 Potenciais a Explorar no Brasil .................................................................................. 44 
3.4 Potenciais a Explorar na Região Sudeste ................................................................... 46 
Capítulo 4 – Crise Hídrica: Origem, Conflitos Potenciais e Perspectivas. ........................ 51 
4.1 Os 10 Maiores Períodos Antecedentes de Seca do Brasil.......................................... 52 
4.2 Fatores Influenciadores .............................................................................................. 55 
4.2 É Uma Crise Meteorológica, de Gestão ou de Ambos?............................................. 57 
4.3 Agravantes da Crise Hídrica ...................................................................................... 59 
4.4 Segurança Hídrica no Curto, Médio e Longo Prazo. ................................................. 62 
Capítulo 5 – Crise Energética ................................................................................................ 65 
5.1 Segurança Energética e Seus Conflitos...................................................................... 65 
5.2 Fatores Influenciadores .............................................................................................. 66 
5.2.1 Racionamento dos Recursos Hídricos .................................................................... 67 
 
 
5.2.2 Aumento da Demanda............................................................................................ 70 
5.2.3 Planejamento e Operação ....................................................................................... 70 
5.3 O Mercado de Energia Elétrica Brasileiro ................................................................. 72 
5.3.1 Oportunidades no Mercado Brasileiro de Energia Sustentável ............................... 73 
Capítulo 6 – Nova Dinâmica de Consumo Hídrico e Energético ....................................... 74 
6.1 Setor Elétrico Brasileiro: A Transição Necessária ..................................................... 74 
6.2 Perspectivas da Energia Elétrica no Brasil ................................................................ 76 
6.3 Proposta de Soluções do Problema ............................................................................ 80 
6.3.1 Fontes Complementares .................................................................................... 81 
6.3.2 Mudanças no Planejamento e Operação ............................................................ 84 
6.4 Idealização Para o Balanço da Energia Elétrica nos Próximos Anos ........................ 85 
6.4.1 A Estrutura atual da Energia Elétrica da Região Sudeste ........................................ 86 
6.4.2 Perspectivas para o setor de energia elétrica na Região Sudeste ............................. 87 
6.4.3 Eliminando as Usinas Termoelétricas poluentes ..................................................... 89 
6.4.4 Análise da segurança hídrica ................................................................................... 93 
Capítulo 7 – Conclusões ......................................................................................................... 98 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Mapa do SIN (Fonte: ONS 2015) ............................................................................... 2 
Figura 2: Distribuição desigual da água no Brasil (Fonte: ANA 2010) ..................................... 8 
Figura 3: Mapa das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras [49] ...................................... 9 
Figura 4: Mapa da Bacia Amazônica [13] ................................................................................ 10 
Figura 5: Esquemático das Usinas da Bacia Amazônica [12] .................................................. 11 
Figura 6: Mapa das Bacias do Nordeste [13] ........................................................................... 12 
Figura 7: Esquemático da Usina de Boa Esperança [13].......................................................... 12 
Figura 8: Mapa da Bacia Tocantins-Araguaia [13] .................................................................. 13 
Figura 9: Esquemático das Usinas do Tocantins-Araguaia [13] .............................................. 14 
Figura 10: Mapa da Bacia do São Francisco [13] .................................................................... 15 
Figura 11: Esquemático das Usinas da Bacia de São Francisco [13] ....................................... 15 
Figura 12: Mapa da Bacia do Atlântico Leste [13] .................................................................. 16 
Figura 13: Esquemático das Usinas da Bacia do Atlântico Leste [13] ..................................... 17 
Figura 14: Mapa da Bacia do Atlântico Sul e Sudeste [13]...................................................... 18 
Figura 15: Esquemático das Usinas da Bacia do Atlântico Sul e Sudeste [13] ........................ 18 
Figura 16: Mapa da Bacia do Paraná [13] ................................................................................ 19 
Figura 17: Esquemático das Usinas do Rio Grande [13] ......................................................... 20 
Figura 18: Esquemático das Usinas do Rio Paranapanema [12] .............................................. 20 
Figura 19: Esquemático das Usinas do Rio Paranaíba [13]...................................................... 21 
Figura 20: Esquemático das Usinas da Bacia do Tietê [12] ..................................................... 21 
Figura 21: Esquemático das Usinas da Bacia do Paraná [12] .................................................. 22 
Figura 22: Mapa da Bacia do Uruguai [13] .............................................................................. 23 
Figura 23: Esquemático das usinas da Bacia do Uruguai [13] ................................................. 23 
Figura 24: Turbina hidráulica Pelton [26] ................................................................................ 27 
Figura 25: Turbina hidráulica Kaplan [26] ............................................................................... 28 
Figura 26: Turbina hidráulica Francis [26] .............................................................................. 28 
Figura 27: Localização dos principais bacias da Região Sudeste e suas usinas [13] ............... 30 
Figura 28: Esquemático das usinas hidrelétricas da Região Sudeste (Fonte: ONS) ................ 31 
Figura 29: Nível do reservatório Cantareira [27] ..................................................................... 32 
Figura 30: Nível do reservatório Paraíbuna [27] ...................................................................... 32 
Figura 31: Nível do reservatório Serra Azul [27] ..................................................................... 32 
 
 
Figura 32: Nível histórico da Cantareira (Fonte: Sabesp) ........................................................ 33 
Figura 33: Evolução da Capacidade Instalada Mundial 2012-2040 (Fonte Bloomberg) ......... 35 
Figura 34: Capacidade Instalada Mundial 2012 e 2040 (Fonte Bloomberg) ........................... 35 
Figura 35: Ilustração de um Parque de Hidrogeradores [22] .................................................... 37 
Figura 36: Matriz Elétrica Brasileira (Fonte: ANEEL 2015) ................................................... 38 
Figura 37: Usina hidrelétrica de Itaipu (Fonte: Itaipu) ............................................................. 39 
Figura 38: Ilustração de um Sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica (Fonte: 
ANEEL) .................................................................................................................................... 43 
Figura 39: Ilustração de um Sistema solar de aquecimento de água (Fonte: ANEEL) ............ 43 
Figura 40: Comparativo entre a geração tradicional e a distribuída ......................................... 45 
Figura 41: Distribuição da Quantidade de RSUs gerada e coletada por região (Fonte: 
ABRELPE 2011) ...................................................................................................................... 49 
Figura 42: Capacidade instalada para geração de eletricidade a partir do biogás (Fonte: 
ABRELPE 2011) ...................................................................................................................... 49 
Figura 43: Índice de desperdício por estado (Fonte SNIS 2013) ............................................. 55 
Figura 44: Utilização da água distribuída pelos setores (Fonte: ANA 2012) ........................... 56 
Figura 45: Histórico da hidrologia do Sistema Interligado (Fonte: Ilumina) ........................... 57 
Figura 46: Ranking dos Estados que mais consomem água por dia [31] ................................. 63 
Figura 47: Matriz energética brasileira por porcentagem de fonte (Fonte: EPE 2011) ............ 66 
Figura 48: Capacidade de armazenagem dos reservatórios (Fonte: Ilumina) .......................... 67 
Figura 49: Histórico hidrológico da Região Nordeste (Fonte: ONS) ....................................... 68 
Figura 50: Histórico hidrológico da Região Norte (Fonte: ONS) ............................................ 68 
Figura 51: Histórico hidrológico da Região Sul (Fonte: ONS) ................................................69 
Figura 52: Histórico hidrológico do subsistema Sudeste/Centro-Oeste (Fonte: ONS) ............ 69 
Figura 53: Evolução da carga total do sistema integrado (Fonte: Ilumina) ............................. 70 
Figura 54: Reserva energética hidráulica para a carga (Fonte: Ilumina) .................................. 75 
Figura 55: Atlas do Potencial Hidráulico Brasileiro (Fonte: Eletrobrás 2010) ........................ 78 
Figura 56: Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (Fonte: ANEEL) ........................................... 78 
Figura 57: Atlas do Potencial Solar Brasileiro (Fonte: MME) ................................................. 79 
Figura 58: Setor Canavieiro – Capacidade de Geração de Energia Elétrica Excedente. (Fonte: 
EPE) .......................................................................................................................................... 80 
Figura 59: Padrão complementar entre hidrologia e geração eólica (Fonte: Ilumina) ............. 82 
Figura 60: Energia Natural e percentual de vertimento (Fonte: Ilumina) ................................ 83 
Figura 61: Reserva energética para despacho alternativo. (Fonte: Ilumina) ............................ 84 
 
 
Figura 62: Capacidade instalada de energia em GW por fonte no Sudeste (Fonte: EPE 2014)
 .................................................................................................................................................. 86 
Figura 63: Histórico da geração térmica (Fonte: ONS) ............................................................ 91 
Figura 64: Histórico recente da geração eólica (Fonte: ONS).................................................. 93 
Figura 65: Histórico da energia armazenada no subsistema SE/CO (Fonte: ONS) ................. 94 
Figura 66: Geração Hidráulica do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste em 2015 (Fonte: ONS) 95 
Figura 67: Histórico de consumo energético do subsistema SE/CO (Fonte: EPE 2015) ......... 95 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Potencial hidrelétrico brasileiro por bacia hidrográfica (Fonte: Eletrobrás 2015) .... 9 
Tabela 2 - Características das 10 principais usinas hidrelétricas nacionais (Fonte: Themag) . 29 
Tabela 3 - Potenciais energéticos a serem explorados no Sudeste ........................................... 46 
Tabela 4 - Distribuição das Usinas Termoelétricas a Gás natural por Regiões no Brasil (Fonte: 
ANEEL) .................................................................................................................................... 47 
Tabela 5 - Consumo de Eletricidade na Rede por Subsistema (Fonte: PDE)........................... 76 
Tabela 6 - Preço da Geração de Energia Elétrica por Fonte (Fonte: ANEEL 2012) ................ 77 
Tabela 7 - Comparativo para o despacho térmico. (Fonte: Ilumina) ........................................ 84 
Tabela 8 - Capacidade instalada do Sudeste em MW (Fonte: EPE 2014) ............................... 86 
Tabela 9 - Geração elétrica da Região Sudeste em GWh (Fonte: EPE 2014) .......................... 87 
Tabela 10: Potencial em MW das PCHs (Fonte: CERPCH) .................................................... 88 
Tabela 11: Potencial em MW das termelétricas de Biomassa (Fonte: PNE 2030) .................. 88 
Tabela 12 - Consumo de eletricidade na rede em GWh (Fonte: EPE 2014) ............................ 89 
Tabela 13: Custo médio de instalação de uma usina (Fontes: Galileu, Portal PCH, Aneel) .... 89 
Tabela 14: Preço médio da comercialização da energia (Fonte: Aneel 2015) ......................... 89 
Tabela 15 - Geração total das termoelétricas sem a participação da Biomassa ....................... 91 
Tabela 16 - Potencial de geração eólica (Fonte: Figura 55) ..................................................... 92 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DAS PRINCIPAIS SIGLAS 
 
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 
CEPEL – Centro de Pesquisas de Energia Elétrica 
EPE – Empresa de Pesquisa Energética 
GD – Geração Distribuída 
GEE – Gases de Efeito Estufa 
MME – Ministério das Minas e Energia 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PCH – Pequenas Centras Hidrelétricas 
Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica 
Proinfa – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica 
SIN – Sistema Interligado Nacional 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
DNOCS – Departamento Nacional de Obras contra as Secas 
SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste 
EIA – Estudos de Impacto Ambiental 
LP – Licenças Prévias 
AIE – Agência Internacional de Energia 
GCH – Grande Central Hidrelétrica 
MME – Ministério de Minas e Energia 
SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento 
SEB – Setor Elétrico Brasileiro 
PDEE – Plano Decenal de Expansão de Energia 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Capítulo 1 – Introdução 
 A incrível quantidade de 12% de toda a água doce do mundo é encontrada no Brasil, e 
os 40 000 km de rios do país equivalem a uma volta ao globo terrestre. Se esse vasto potencial 
de água pudesse ser represado pela tecnologia hidrelétrica, as exigências de energia poderiam 
ser cobertas sem as custosas utilizações da energia termelétrica. 
O Brasil viveu recentemente uma crise nunca vista anteriormente. A partir de 2001 
começaram os primeiros grandes focos da maior crise hídrica nacional. Com um problema 
grave de seca aliado também à má gestão dos recursos naturais, o país veio apresentando – 
num período de 15 anos – níveis baixíssimos em seus reservatórios em épocas do ano em que 
se costumavam estar bem mais cheios. Essa ocorrência, de certa forma, representa uma 
grande contradição, pois o Brasil é considerado a maior potência hídrica do planeta. 
 Apesar de o Brasil possuir essa enorme quantidade de água doce, a sua distribuição é 
desigual, pois 81% estão concentradas na Região Hidrográfica Amazônica, onde se encontra o 
menor contingente populacional, cerca de 5% da população brasileira e a menor demanda. Já 
na região hidrográfica do Sudeste, estão disponíveis apenas 2,7% dos recursos hídricos do 
País frente a uma concentração populacional de 42,2% do total nacional, conforme contagem 
realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [5]. 
 O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em cerca de 260 GW, dos quais 40,5% 
estão localizados na Bacia Hidrográfica do Amazonas – para efeito de comparação, a Bacia 
do Paraná responde por 23%, a do Tocantins, por 10,6% e a do São Francisco, por 10%. 
Contudo, apenas 63% do potencial foram documentados (cerca de 160 GW). A Região Norte, 
em especial, tem um grande potencial ainda por explorar. 
 Com o foco voltado para a exploração do potencial hídrico da Região Norte, as novas 
usinas futuramente projetadas terão o desafio logístico de transmitir a energia para grandes 
centros que ficam a milhares de quilômetros de distância. Este problema vai ser solucionado 
pelo Sistema Integrado Nacional (SIN), uma rede composta por linhas de transmissão e usinas 
que operam de forma integrada e que abrange a maior parte do território do País. De acordo 
com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apenas 1,7% da capacidade de geração 
encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados, localizados principalmente na região 
amazônica. 
 O sistema de transmissão, entre as diversas regiões e bacias hidrográficas do País, 
pode ser observado na Figura 1 e está planejado e dimensionado para permitir, na operação, a 
2 
 
 
transferência de grandes blocos de energia entre estas regiões. Isto viabiliza o aproveitamento 
da diversidade hidrológica entre as bacias hidrográficas, bem como as sazonalidades de 
geração presentes no sistema, objetivando a otimização da produção de energia elétrica total e 
contribuindo para elevar a confiabilidade do suprimento.Figura 1: Mapa do SIN (Fonte: ONS 2015) 
 Em especial, sabe-se que a geração das hidrelétricas pode ser ampliada pelo 
aproveitamento dos diferentes regimes hidrológicos das distintas bacias hidrográficas 
nacionais, através dos sistemas de transmissão. Esta transmissão, além de transportar a 
energia gerada para os centros de carga/consumo, otimiza a geração hidrelétrica conjunta, 
através da transferência de energia excedente de usinas de bacias hidrográficas com regimes 
3 
 
 
hidrológicos favoráveis para outras em condições desfavoráveis. Esta operação proporciona 
uma elevação de até 20% na geração de energia do conjunto de usinas, quando comparada 
com a obtida sem a coordenação de um despacho centralizado. 
Com 65% da geração total concentrada nas hidrelétricas [14], e com projetos 
ambiciosos de expansão da exploração hídrica a serem estudados, é de extrema urgência que o 
Brasil diversifique sua matriz energética. Desse modo, a prioridade atual é buscar formas de 
geração de energia que não dependam da água. 
Mesmo sendo extremamente abundante em recursos hídricos, o Brasil passou por 
diversas secas durante a sua história. Sendo assim, vários governos enfrentaram problemas 
com relação à falta de água através de programas voltados para a solução da seca. Foram 
criados órgãos importantes como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste 
(SUDENE) e o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), que tinham como 
objetivo promover e coordenar o desenvolvimento da região Nordeste, assim como, 
desenvolver programas de irrigação, construção de poços artesianos e, entre outras funções, 
visando amenizar os problemas da população [5]. 
Além do uso para a geração de energia, a água é fundamental para a sobrevivência e 
higiene. E olhando na perspectiva da sociedade, a água é um fator histórico de 
desenvolvimento. Quando pensamos no aumento da atividade produtiva e no crescimento do 
país, na maioria das vezes isso está atrelado à boa gestão da água e na garantia de recursos 
hídricos para que todas as atividades aconteçam. 
Outros setores que dependem da oferta e do armazenamento da água para se 
viabilizarem operacionalmente, como o de irrigação e o de energia hidrelétrica (principal 
matriz energética do País) também estão sendo afetados pela falta de chuvas e pelo menor 
volume de água armazenado nos reservatórios. 
 Com o esperado crescimento da falta de recursos hídricos, passaremos a conviver com 
diversos problemas que vêm se intensificando. O desperdício exagerado, mudanças 
climáticas, crise energética, mau gerenciamento dos recursos hídricos, vazamento nas redes 
de distribuição, crescimento demográfico, poluição e o uso abusivo pelas indústrias e a 
agropecuária, são motivos de extrema importância no cenário nacional que estão 
paralelamente ligados à questão da crise hídrica. Sendo assim, não existe outro recurso natural 
tão discutido e que esteja em uma situação tão alarmante em sua distribuição e uso quanto a 
água. 
 Sendo assim, objetiva-se apresentar elementos que sustentem um debate acerca da 
crise hídrica que afeta os setores de energia, através da apreensão de aspectos problemáticos e 
4 
 
 
das consequências que já são e devem ainda ser sentidas, além de propostas de soluções para 
os problemas analisados. 
 Tais aspectos abordam as origens históricas do problema, procurando apresentar os 
acontecimentos que o levaram até o cenário atual, além de listar os principais atores e seus 
papéis no que diz respeito ao combate ou ao seu fomento. Aponta-se a necessidade de se fazer 
uma análise profunda sobre cada teoria e suas eventuais consequências para que tenhamos 
uma solução a curto, médio e longo prazo. Uma análise profunda seria inviável para os fins 
que se destinam este trabalho, que é meramente exploratório. 
 A apresentação de soluções proposta no trabalho foi elaborada dentro da realidade 
atual da sociedade, com métodos e práticas viáveis, sendo algumas já utilizadas em pequena e 
grande escala em algumas partes do planeta. 
 
1.1 Objetivos 
 O objetivo principal deste trabalho é analisar a crise energética, que teve seu auge 
entre os anos de 2013 e 2015, identificando os fatores que levaram a esta ocorrência, 
contrapondo-os aos potenciais energéticos do país, no sentido de subsidiar a formulação de 
propostas alternativas para mitigar seus efeitos energéticos, ambientais e sociais. 
 Considerando-se a importância das regiões hidrográficas brasileiras para o 
planejamento e para a gestão dos recursos hídricos, apresenta-se um estudo do atual cenário 
hídrico interligado ao impacto direto na geração de energia no Brasil, com foco nas questões 
estratégicas relacionadas a recursos hídricos. 
 Outro ponto ressaltado é a capacidade de se explorar outras fontes de energia 
alternativas e renováveis a fim de proporcionar um desestresse sobre a dependência hídrica 
existente através das usinas hidrelétricas. Diversos modelos auxiliares lidam bem com a 
questão da sustentabilidade e do equilíbrio social. Modelos estes propostos de acordo com 
seus respectivos potenciais e voltados para a melhor forma de exploração. 
 A discussão envolvendo os fatores que levaram à crise hídrica e sua eventual 
prevenção vem ganhando cada vez mais destaque nos debates socioambientais, devido à 
realidade do problema e a grandiosidade que este representa. Sua expansão, entretanto, 
necessita de uma análise profunda, envolvendo planejamento que inclua projetos de 
engenharia para precaver futuros eventos que possam gerar novas crises. 
 
5 
 
 
1.2 Metodologia 
 Este trabalho foi desenvolvido com seguintes ações: 
1. Pesquisa informativa sobre o histórico das crises hídricas antecedentes. 
2. Pesquisa bibliográfica sobre as bacias hidrográficas do Brasil. 
3. Estudo sobre o histórico das previsões climáticas desde 2001. 
4. Pesquisa jornalística informativa sobre a situação atual da crise hídrica. 
5. Pesquisa informativa sobre a situação recente da crise energética. 
6. Pesquisa bibliográfica sobre os recursos energéticos e as principais fontes 
de energia do Brasil. 
7. Pesquisa sobre fontes renováveis e de como as mesmas já são utilizadas 
para diversificar a matriz energética e gradualmente substituir métodos 
tradicionais de geração. 
 
1.3 Estrutura do Trabalho 
O Capítulo 2 faz um mapeamento hídrico brasileiro, citando as principais bacias 
hidrográficas, rios mais importantes e a relevância da hidroenergia para a questão ambiental e 
energética, buscando enfatizar na região Sudeste. 
A abordagem do Capítulo 3 procura discutir os motivos da crise hídrica, mas 
avaliando suas peculiaridades, casos e soluções. Analisa o tema central do trabalho nos 
tempos atuais, procurando envolver os atores principais e suas posições nesse cenário, 
respaldadas por considerações ideológicas políticas e de teoria econômica. 
Após a devida contextualização sobre a crise hídrica e os efeitos desta sobre a matriz 
energética nacional, o Capítulo 4 foca nos possíveis potenciais alternativos que podem ser 
explorados para auxiliar na sobrecarga sustentada pela hidroenergia. 
O Capítulo 5 abrange particularmente o tema da crise elétrica, passando por uma 
análise dos possíveis fatores influenciadores, como o aumento da demanda e a falta de 
planejamento e operação. 
O Capítulo 6 aborda o papel das fontes renováveis de energia nos tempos atuais e a 
idealização de um cenário e suas perspectivas nas próximas décadas, colocando-as como 
6 
 
 
possível solução para o desbalanço da estratégia energética atual. Disponibiliza também 
propostas de soluções sobre o problema do tema. 
Finalmente, o capítulo 7 apresenta as conclusões desse estudo e propostas de trabalhos 
futuros. 
7 
 
 
 
Capítulo 2 – Mapeamento Hídrico Brasileiro 
 O Brasil é um país privilegiado quando o assunto é disponibilidade de água com baixa 
concentração de sais minerais e de substânciasdissolvidas. Possui aproximadamente 12% das 
reservas mundiais, tornando-se o país mais rico em água-doce do mundo [6]. Além de ser 
abundante, a hidrografia brasileira conta com a vantagem de ter a água como fonte de energia 
renovável. Os rios são volumosos e, em sua grande maioria, perenes, isto é, nunca secam. Os 
rios no Brasil têm regime pluvial tropical, isto é, as cheias ocorrem no verão e as vazantes no 
inverno, exceto no Sertão nordestino, onde são temporários por causa do regime irregular das 
chuvas que caem na região [7]. 
 A utilização dos rios na geração de energia ocorre com a construção de usinas 
hidrelétricas em determinados trechos de seu curso. Nem todos os rios são propícios a abrigar 
tais usinas, isso porque é necessária a existência de desníveis, fator que favorece a 
implantação de quedas artificiais. Por essa razão, os rios escolhidos para serem usados como 
força hidráulica nas usinas são aqueles que cortam áreas de relevo do tipo planalto, com 
superfície acidentada. 
 Entretanto, além de não ser totalmente aproveitado, esse grande potencial hidrelétrico 
depende da disponibilidade geográfica das bacias, que por sua vez não se encontram 
distribuídas de maneira uniforme entre as regiões conforme visto na Figura 2. 
8 
 
 
 
Figura 2: Distribuição desigual da água no Brasil (Fonte: ANA 2010) 
 
2.1 Bacias Hidrográficas 
 Bacia hidrográfica corresponde a uma área drenada por um rio principal, seus 
afluentes e subafluentes. A topografia do terreno é responsável pela drenagem da água, além 
de ser responsável por delimitar as bacias, ou seja, as partes mais altas do relevo determinam 
para onde as águas da chuva irão escoar [7]. 
 De acordo com a Figura 3, são oito as grandes bacias hidrográficas que estão 
distribuídas por todo o território nacional [16]. 
9 
 
 
.
 
Figura 3: Mapa das oito grandes bacias hidrográficas brasileiras [49] 
 Entre as bacias com maior potencial destacam-se as do Rio Amazonas e do Rio 
Paraná, conforme mostrado pela Tabela 1. Quatro delas destacam-se por sua extensão e pela 
importância de seus rios principais; a Amazônica, a Platina (Paraná e Uruguai), a do São 
Francisco e a do Tocantins-Araguaia. As demais - bacias do Norte/Nordeste, do Leste e do 
Sul/Sudeste - são formadas por rios menores, agrupados por sua localização. São as chamadas 
bacias secundárias. 
 
Tabela 1 - Potencial hidrelétrico brasileiro por bacia hidrográfica (Fonte: Eletrobrás 2015) 
Bacia/Estágio Estimado Inventário Viabilidade Projeto Básico Construção Operação Total Geral 
Rio Amazonas 32.975,79 38.361,54 774 949,18 12.835,30 10.742,21 96.638,02 
At. Norte/Nordeste 706,7 854,76 466 49,69 224,75 587,25 2.889,15 
Rio Tocantins 1.907,60 7.889,16 3.738,00 120,19 11,00 13.228,60 26.894,55 
Rio São Francisco 1.560,98 3.896,41 6.140,00 233,73 59,40 10.723,99 22.614,51 
Atlântico Leste 1.422,50 5.795,78 664,90 821,97 70,6 5.393,94 14.169,69 
Atlântico Sudeste 2.031,06 1.836,51 2.218,00 325,04 70,08 3.724,28 10.204,97 
Rio Paraná 5.112,10 9.250,69 1.834,03 2.241,34 526,24 43.370,78 62.335,68 
Rio Uruguai 415,70 4.053,80 292,00 450,62 151,95 6.354,34 11.718,41 
Totais por Estágio 46.132,43 71.938,65 16.126,93 5.191,76 13.949,32 94.125,39 247.464,98 
 
 
 
10 
 
 
 • Bacia Amazônica 
 Com 3 904 393 km², é a maior bacia hidrográfica do mundo. Sua vazão média é da 
ordem de 109.000 m³/s e 290.000 m³/s na estação de chuvas. Ela ocupa cerca de 42% do 
território brasileiro. Seu principal rio, o Amazonas, nasce na cordilheira dos Andes, no Peru, 
recebe denominações diferentes até atingir o oceano Atlântico. Ao entrar em território 
brasileiro, recebe o nome de Solimões e, apenas depois de receber as águas do rio Negro, não 
muito distante da cidade de Manaus, passa a se chamar Amazonas. As últimas verificações de 
seu comprimento (7.075 km) colocando-o em primeiro lugar, ultrapassando o rio Nilo, no 
Egito, que tem 6.671 km [6]. 
 Esses aproveitamentos, construídos para geração de energia, também são usados para 
abastecimento, lazer e, principalmente, irrigação. 
 
Figura 4: Mapa da Bacia Amazônica [13] 
11 
 
 
 
Figura 5: Esquemático das Usinas da Bacia Amazônica [12] 
 
• Bacias do Atlântico Sul - Trecho Norte/Nordeste (ou do Rio Parnaíba) 
 A Bacia do Nordeste banha extensas áreas dos Estados do Amapá, Maranhão, Piauí, 
Ceará, Rio Grande do Norte, e parte do Estado da Paraíba, Pernambuco, Pará e Alagoas. 
Possui uma vazão média anual de 6.800 m³/s e uma área de drenagem de 996.000 Km² 
composta por dois trechos: Norte e Nordeste. 
 A única usina hidrelétrica existente nesta bacia é a usina de Boa Esperança. 
12 
 
 
 
Figura 6: Mapa das Bacias do Nordeste [13] 
 
 
Figura 7: Esquemático da Usina de Boa Esperança [13] 
13 
 
 
• Bacia do Tocantins-Araguaia 
 A bacia do rio Tocantins possui uma vazão média anual de 10.900m³/s, volume médio 
anual de 344 Km³ e uma área de drenagem de 767.000Km², que representa 7,5% do território 
nacional. 
 Localizada no coração do país, é a maior bacia inteiramente brasileira. Essa bacia 
possui grande potencial hidrelétrico. Em seu rio principal, o Tocantins, foi construída a 
hidrelétrica de Tucuruí, que abastece grande parte da região Norte e o Projeto Carajás. 
 O Rio Araguaia não possui usinas no momento, e será difícil fazê-lo em decorrência 
da ilha do Bananal, grande reserva indígena. Porém, o Tocantins está sendo explorado em 
toda a sua extensão e foi a fronteira da geração hidrelétrica no Brasil até as usinas do Rio 
Madeira e do Xingu. 
 
Figura 8: Mapa da Bacia Tocantins-Araguaia [13] 
 
14 
 
 
 
Figura 9: Esquemático das Usinas do Tocantins-Araguaia [13] 
 
 • Bacia do São Francisco 
 A área da bacia do São Francisco abrange parte do território dos estados de Minas 
Gerais, Bahia, Pernambuco e Alagoas. Ela possui uma vazão média anual de 3.360 m³/s, 
volume médio anual de 106 km³ e uma área de drenagem de 631.000 km², representando 
7,5% do território nacional. 
 O rio São Francisco é o mais importante da bacia, com uma extensão de 2.700 km, e 
conta com 9 usinas em operação atualmente. Já foi praticamente todo utilizado para a geração 
de energia elétrica e parte de sua água tem sido desviada para outros fins. 
15 
 
 
 
Figura 10: Mapa da Bacia do São Francisco [13] 
 
 
Figura 11: Esquemático das Usinas da Bacia de São Francisco [13] 
16 
 
 
 • Bacia do Atlântico Sul – Trecho Leste 
 Esta bacia abrange parte dos territórios dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, 
Sergipe, Rio de Janeiro e Espírito Santo. 
 Possui uma área de 388.000 km², englobando 526 municípios dos estados de Sergipe, 
leste da Bahia, nordeste de Minas Gerais e norte do Espírito Santo. Dentro de seus limites 
encontram-se a Região Metropolitana de Salvador e a capital sergipana de Aracaju, além de 
outros centros regionais importantes. 
 Sua vazão média conjunta é de 1.400 m³/s, englobando as bacias hidrográficas dos rios 
Paraguaçu, de Contas, Salinas, Pardo, Jequitinhonha, Mucuri, Itapicuru dentre outros. 
 A potência instalada é de 113.429 kW, distribuídos em 6 empreendimentos 
hidrelétricos [16]. Destaca-se a usina de Funil no rio das Contas, na Bahia. 
 
Figura 12: Mapa da Bacia do Atlântico Leste [13] 
17 
 
 
 
Figura 13: Esquemático das Usinas da Bacia do Atlântico Leste [13] 
 
• Bacia do Atlântico Sul - Trecho Sul e Sudeste 
 A bacia do Atlântico Sul/Sudeste possui uma área de drenagem em território nacional 
de 224.000 Km². Compreende diversas sub-bacias, sendo as principais, do ponto de vista 
socioeconômico, as do Rio Doce (Minas Gerais e Espírito Santo) e do Rio Paraíba do Sul 
(São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). 
 Fazem parte desta bacia, os rios Ribeira do Iguape, Itajaí, Mampituba, Jacuí, Taquari, 
Jaguarão (e seus respectivos afluentes), lagoa dos Patos e lagoa Mirim. 
 
18 
 
 
 
Figura 14: Mapa da Bacia do Atlântico Sul e Sudeste [13]Figura 15: Esquemático das Usinas da Bacia do Atlântico Sul e Sudeste [13] 
19 
 
 
 • Bacia do Rio Paraná 
 É a segunda maior bacia nacional, banhando as mais importantes regiões industriais do 
Brasil: o Sudeste e o Sul. Seu rio principal, o Paraná, é formado pela junção dos rios Grande e 
Paranaíba. Possui vazão média anual de 15.620 m³/s, volume médio anual de 495 Km³ e uma 
área de drenagem de 1.237.000 Km², formada por 8 sub- bacias. 
 A região possui a maior capacidade instalada de energia do País, assim como a maior 
demanda (75% do consumo nacional). A maior quantidade de usinas hidrelétricas e a maior 
quantidade de armazenamento do país estão localizadas nesta região. Com destaque para as 
usinas de Itaipu, Furnas, Porto Primavera e Marimbondo. 
 A maior usina nacional é a de Itaipu, que só é superada pela usina de Três Gargantas, 
no rio Yang-tse-kiang (rio Azul), na China. Sendo assim, não existe disponibilidade de novos 
aproveitamentos hidrelétricos de grande porte nos rios principais, ocorrendo atualmente uma 
tendência de desenvolvimento de projetos de pequenas centrais hidrelétricas em rios de menor 
porte. 
 
Figura 16: Mapa da Bacia do Paraná [13] 
20 
 
 
 
Figura 17: Esquemático das Usinas do Rio Grande [13] 
 
Figura 18: Esquemático das Usinas do Rio Paranapanema [12] 
21 
 
 
 
Figura 19: Esquemático das Usinas do Rio Paranaíba [13] 
 
Figura 20: Esquemático das Usinas da Bacia do Tietê [12] 
22 
 
 
 
Figura 21: Esquemático das Usinas da Bacia do Paraná [12] 
 
 • Bacia do Uruguai 
 A bacia do rio Uruguai abrange uma área de aproximadamente 384.000 km², dos quais 
176.000 km² situam-se em território nacional, compreendendo 46.000Km² do Estado de Santa 
Catarina e 130.000Km² no Estado do rio Grande do Sul. Possui uma vazão média anual de 
3.600m³/s, volume médio anual de 114 Km³. 
 Para efeito de estudos, a bacia do Uruguai foi dividida em sub-bacias: Canoas, Pelotas, 
Forquilha, Ligeiro, Peixe, Irani, Passo Fundo, Chapecó, da Várzea, Antas, Guarita, Itajaí, 
Piratini, Ibicuí, alto Uruguai e Médio Uruguai. 
23 
 
 
 
Figura 22: Mapa da Bacia do Uruguai [13] 
 
Figura 23: Esquemático das usinas da Bacia do Uruguai [13] 
24 
 
 
2.2 A Importância das Bacias Hidrográficas 
 As Bacias Hidrográficas comportam muito mais do que rios e lagos. Todos os 
componentes naturais, entre os quais as atividades sociais e econômicas, fazem parte da bacia 
hidrográfica, ou seja, plantios, áreas urbanizadas, estruturas de circulação. Ao reconhecer que 
os recursos hídricos são indispensáveis para a vida humana e todo seu sistema produtivo, cabe 
aos agentes construtores nas bacias hidrográficas prepararem um Plano de Trabalho que se 
dedique à preservação da água e demais componentes que influenciam na sua quantidade e na 
qualidade. Daí a necessidade de serem obedecidos os planos de gestão de recursos hídricos, 
ou seja, o enquadramento das águas superficiais em uma classe que permita o seu 
aproveitamento pelo uso mais exigente e sustentável, direcionado para o consumo humano e 
para a produção de energia limpa. 
 Portanto, deve haver o plano de Recursos Hídricos e, por consequência, o estimulo 
para que suas diretrizes façam parte dos demais planos nacionais, regionais e locais. Todas as 
informações devem ficar disponibilizadas para que todos os interessados tenham acesso a 
elas. Isso permitirá um controle social eficiente e eficaz. A bacia hidrográfica, por menor que 
seja, poderá desencadear processos de conservação, preservação ou de degradação dos canais 
fluviais e, portanto, da água necessária para consumo humano, animal e para todos os 
processos produtivos que direta ou indiretamente dela dependam. 
 Com um planejamento direcionado e adequado, é de extrema importância priorizar um 
estudo de viabilização para exploração de possíveis potenciais hidroenergéticos, voltados para 
a geração de uma energia limpa, renovável e sustentável [19]. 
 
2.3 Hidroenergia 
 A energia “gerada” por uma hidrelétrica resulta da transformação da “força” do 
movimento da água. Transforma-se, assim, em energia elétrica, a energia cinética decorrente 
da ação combinada da vazão de um rio e dos desníveis de relevo que ele atravessa. A água 
represada fica à disposição para gerar energia quando for necessário. Desse modo, não restam 
dúvidas de que, para o processo, guardar água significa guardar energia. 
 A hidroeletricidade foi priorizada no Brasil desde a década de 1960, sendo a mais 
adequada fonte energética para produção de eletricidade no País. No contexto atual, é a fonte 
mais econômica, com custos da energia produzida na faixa de R$ 80,00/megawatt-hora 
(MWh) [34]. 
25 
 
 
 Estima-se que o potencial hidráulico do Brasil seja da ordem de 250 GW – segundo 
dados do Atlas de Energia Elétrica do Brasil. É o quarto do mundo, atrás do da China, da 
Rússia e dos Estados Unidos, sendo estes dois últimos ligeiramente superiores ao brasileiro. 
Deste total, os estudos de planejamento consideram cerca de apenas 160 a 180 GW, como 
aproveitável, até o ano 2030. Os 80 a 100 GW adicionais, por razões ambientais, 
considerando a legislação atual sobre o tema, apresentam dificuldades para o seu 
aproveitamento. Encontram-se localizados em terras indígenas, em parques nacionais, em 
reservas florestais e de preservação ambiental. Em várias destas áreas ou regiões, não é 
permitido desenvolver estudos de inventário e de viabilidade das bacias hidrográficas e das 
usinas hidrelétricas. 
 O Brasil é um dos países com legislação ambiental das mais rígidas do mundo. O 
licenciamento de projetos de geração de energia elétrica é feito em três etapas: Licenças 
Prévias (LP), Licenças de Instalação e Licenças de Operação. A Licença Ambiental Prévia 
tem que ser obtida junto aos órgãos ambientais ainda na fase dos estudos de viabilidade do 
projeto, com base nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA), que também consideram os 
aspectos sociais. No processo de obtenção da LP, normalmente são realizadas audiências 
públicas. O vencedor do leilão fica encarregado do desenvolvimento do projeto básico, cujos 
estudos detalhados também incluem a elaboração do Projeto Básico Ambiental, para solicitar 
a Licença Ambiental de Instalação. Por fim, na etapa do projeto executivo, todas as medidas 
necessárias à implantação da usina são executadas, para que seja concedida a Licença 
Ambiental de Operação. 
O planejamento da expansão da oferta de energia elétrica no Brasil priorizou a 
exploração do potencial de geração hidrelétrica disponível nas bacias hidrográficas das 
regiões Sudeste, Sul e Nordeste, onde a infraestrutura para o seu aproveitamento era de mais 
fácil acesso. O potencial remanescente, além de situar-se em bacias hidrográficas mais 
distantes dos grandes centros de consumo está, em grande parte, localizado na Região Norte, 
que apresenta pouca declividade, com rios que se caracterizam como de planície. Neste 
sentido, nesta região torna-se difícil planejar e construir grandes reservatórios de 
regularização plurianual, pela inexistência de locais adequados sem implicar áreas inundadas 
excessivas, com profundidades médias reduzidas. 
 Considerando-se que a Amazônia detém 85% do potencial hidrelétrico do Brasil [17] e 
que a grande parcela não foi ainda aproveitada, o prosseguimento do Plano Decenal de 
Expansão de Energia de 2024 inclui 11 projetos hidrelétricos previstos entre 2018 e 2022, 
26 
 
 
mais outras oito usinas hidrelétricas têm implantação prevista entre 2013 a 2017 e já possuem 
licença prévia [24]. 
 A usina com maior potencial hidrelétrico em construção na Amazônia é Belo Monte, 
com mais de 11 mil megawatts (MW). Há outros empreendimentos com potencial 
considerável, como São Luiz do Tapajós (6.133 MW), São Simão Alto (3.509 MW) e Jatobá 
(2.338 MW). Juntos, eles ultrapassam em alguns megawatts a potência prevista para Belo 
Monte [17]. 
 Estasusinas estão distantes dos principais centros de carga do País, o que exige 
sistemas de transmissão de longa distância, da ordem de 2.500 km. A alternativa 
geração/transmissão das usinas da Amazônia é competitiva com outras opções de geração 
próximas dos centros de carga/consumo do Sistema Interligado Nacional. 
 Além da produção de energia, a usina hidrelétrica exibe inúmeras outras 
externalidades positivas (pesca, turismo, controle de cheias, uso consuntivo, irrigação e 
outros), sendo um forte vetor de desenvolvimento das regiões onde são implantadas. 
 Outra vantagem das hidrelétricas, em contraposição aos empreendimentos 
termoelétricos, refere-se ao período de operação e de funcionamento da usina ser muito 
superior aos 30 anos adotados nas avaliações econômicas. No longo prazo, uma usina 
hidrelétrica estará totalmente amortizada e terá exclusivamente custos de 
operação/manutenção, cerca de 15 a 20% do custo total da energia produzida, quando se 
consideram os montantes totais de investimento e operação/manutenção [16]. Assim, no 
longo prazo, o custo da energia produzida pelo parque hidrelétrico será decrescente, atingindo 
patamares bem inferiores aos das demais fontes energéticas. Isto já está ocorrendo no Brasil 
com as usinas hidrelétricas parcialmente ou totalmente amortizadas, conforme a legislação 
referente às usinas com final dos contratos de concessão entre 2015 e 2017 (Medida 
Provisória 579, transformada em Lei nº 873, em 14/01/2013). No mais longo prazo, o parque 
gerador hidrelétrico nacional terá exclusivamente custos de operação e manutenção, o que 
dará ao Brasil uma grande vantagem comparativa com os demais países do mundo, na medida 
em que se poderá dispor de um suprimento de energia elétrica com custos bastante 
competitivos. 
 Em 2013, cerca de 30% da parcela do potencial hidrelétrico nacional, considerada 
pelos estudos de planejamento como aproveitável, encontra-se em operação ou em fase de 
implantação. Os 70% restantes deverão ser desenvolvidos no horizonte até 2025/2030, 
dependendo do cenário de evolução da economia nacional e do contexto das questões 
socioambientais neste período. 
27 
 
 
2.3.1 Tecnologias de Aproveitamento 
 O aproveitamento da energia hidráulica (a energia de pressão e a energia cinética) para 
geração de energia elétrica é feito por meio do uso de turbinas hidráulicas, devidamente 
acopladas a um gerador. Com eficiência que pode chegar a 90%, as turbinas hidráulicas são 
atualmente as formas mais eficientes de conversão de energia primária em energia secundária. 
 As turbinas hidráulicas apresentam uma grande variedade de formas e tamanhos. O 
modelo mais utilizado é o Francis da Figura 26, uma vez que se adapta tanto a locais com 
baixa queda quanto de alta queda. Como trabalha totalmente submerso, seu eixo pode ser 
horizontal ou vertical. 
 Entre outros modelos de turbinas hidráulicas, destacam-se o Kaplan da Figura 25, 
adequado a locais de baixa queda (até 20m), e o Pelton da Figura 24, mais apropriado a locais 
de elevada queda (200 m a 1.500 m). 
 
Figura 24: Turbina hidráulica Pelton [26] 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_cin%C3%A9tica
28 
 
 
 
Figura 25: Turbina hidráulica Kaplan [26] 
 
Figura 26: Turbina hidráulica Francis [26] 
29 
 
 
 Normalmente as usinas hidrelétricas exigem alto investimento, que envolve tanto a 
construção e os equipamentos, quanto o desvio do rio, a formação do reservatório e a 
instalação do sistema de transmissão. Além disso, outras decisões impactam diretamente no 
custo e na produtividade da usina: potência ou capacidade instalada, tipo de turbina 
empregada, tipo de barragem e tamanho do reservatório. Todas as variáveis são 
interdependentes. Assim, a altura da queda d’água e a vazão dependem do local de 
construção, que determina a dimensão do sistema de transmissão, a partir da distância entre a 
usina e os centros de consumo. Por sua vez, o potencial hidráulico do rio somado ao tipo de 
turbina, barragem e reservatório determinam a capacidade instalada da usina [18]. 
 
Tabela 2 - Características das 10 principais usinas hidrelétricas nacionais (Fonte: Themag) 
Usina 
Altura Média 
da queda 
d'água (m) 
Potência 
Instalada 
(MW) 
Unidades 
Geradoras 
Tipo de 
Turbina 
Tipo de Barragem Situação 
Itaipu 118 14.000 20 Francis Reservatório Concluída 
Belo 
Monte 
87,5 
11.000 18 Francis 
Reservatório 
Linceça de 
Operação 
Emitida 233 6 Kaplan 
Tucuruí 72 8.370 25 Francis Reservatório Concluída 
Tapajós 35,9 8.040 38 Kaplan Reservatório Projetada 
Jirau 16,6 3.750 50 Kaplan Fio d'água Em Construção 
Santo 
Antonio 16 3.568 50 Kaplan Fio d'água Em Construção 
Ilha Soleira 41,5 3.440 20 Francis Reservatório Concluída 
Xingó 120 3162 6 Francis Fio d'água Concluída 
Paulo 
Afonso IV 112,5 2.462 6 Francis Fio d'água Concluída 
Jatobá 16 2.338 40 Kaplan Fio d'água Projetada 
 
 
30 
 
 
2.4 Detalhamento Hídrico da Região Sudeste 
 Os rios dessa região são aproveitados para a produção de energia elétrica. As 
principais usinas hidrelétricas são: Usina de Três Marias, no Rio São Francisco (MG), 
Complexo hidrelétrico de Urubupungá, formado pelas usinas hidrelétricas de Ilha Soleira e 
Jupiá, no rio Paraná (SP). 
 
Figura 27: Localização dos principais bacias da Região Sudeste e suas usinas [13] 
 A geração de energia hidroelétrica na região é representada por uma potência instalada 
de 25,27 MW [16], capaz de produzir 221.335 TWh anualmente. 
 O Sudeste é a única região com todos os municípios abastecidos por rede geral de 
água. Desta forma, um dos principais problemas se refere à ocupação desordenada encontrada 
ao longo dos rios e com pouca vegetação, geralmente em mau estado de conservação. 
31 
 
 
 
 
Figura 28: Esquemático das usinas hidrelétricas da Região Sudeste (Fonte: ONS) 
 Em decorrência da seca prolongada, associada a fatores ligados à infraestrutura, à 
ocupação desordenada dos mananciais e à falta de planejamento, iniciou-se em 2012 uma 
crise hídrica em todo o Sudeste, em especial no estado de São Paulo, e o volume do Sistema 
Cantareira, que abastece a capital paulista, registrou os menores valores de sua história. 
 Com a ausência de precipitação, associada às altas temperaturas e à baixa umidade 
relativa, começaram a ser registrados prejuízos na agricultura e no abastecimento de água, 
além de uma redução no nível de reservatórios de usinas hidrelétricas. As Figuras 29, 30, 31 
mostram os gráficos dos períodos mais críticos dos principais reservatórios da Região 
Sudeste. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Umidade_relativa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Umidade_relativa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_hidrel%C3%A9trica
32 
 
 
 
Figura 29: Nível do reservatório Cantareira [27] 
 
Figura 30: Nível do reservatório Paraíbuna [27] 
 
Figura 31: Nível do reservatório Serra Azul [27] 
33 
 
 
 
 
Figura 32: Nível histórico da Cantareira (Fonte: Sabesp) 
 
Sendo assim, a Figura 32 ilustra o comportamento padrão de cheias e secas no sistema 
Cantareira em São Paulo, onde a crise foi mais profunda. Sendo assim, nota-se que, se 2009-
2011 foi um período de chuvas intensas e reservatórios em sua capacidade máxima, os anos 
seguintes, 2012-2015 foi um período de secas prolongadas e reservatórios vazios. 
Enfatizando a recente crise hídrica mostrada nos gráficos, deve-se reconhecer 
inicialmente a histórica importância da falta de chuvas e analisar uma possível previsão para 
que providências sejam tomadas a fim de amenizá-las futuramente. 
 
34 
 
 
 
Capítulo 3 – Recursos Energéticos 
 Existem diversas estratégias possíveis de serem adotadas para um planejamento 
adequado da expansão da oferta de energia elétrica, sendo ela de forma sustentável ou não. 
Estas estratégias são complementares e não excludentes. As opções disponíveis variam desde 
a implementação de novashidrelétricas para exploração dos recursos hídricos ainda 
disponíveis, passando pela adoção de fontes alternativas e renováveis de energia. 
 Entretanto, em períodos com menos chuvas a produção por gás, carvão e óleo é 
autorizada pelo governo. Apesar disso, a geração termoelétrica é mais poluente e mais custosa 
que outros métodos. Os aumentos nas contas de luz estão em parte ligados à utilização de 
usinas termoelétricas, aliado a quantidade de impostos e encargos que são cobrados e 
repassados para a conta final que chega até o consumidor. O Brasil tem, também, a 6a tarifa 
mais cara do mundo, em média, 46% mais elevada que a média internacional [28]. 
 Os impactos ambientais da geração de eletricidade variam entre impactos locais (como 
a emissão de material particulado por parte de uma termoelétrica a carvão), impactos 
regionais (como, por exemplo: a chuva ácida) e o impacto global das alterações climáticas. 
Estas diferentes dimensões dos impactos ambientais geram diferentes percepções do tipo de 
estratégia mais adequada a ser utilizada em determinadas regiões e localidades. Neste sentido, 
é preciso que a avaliação de impacto ambiental da expansão de um sistema elétrico ocorra de 
forma coordenada fazendo com que atenda ao interesse da sociedade como um todo. 
 O maior problema nessa análise é que este tipo de estratégia tende a impedir que a 
expansão do sistema elétrico ocorra através da escolha dos empreendimentos com menor 
impacto socioambiental. Isto fica explícito no paradoxo existente no Brasil entre a dificuldade 
de se licenciar uma hidroelétrica e a rapidez com que se consegue o licenciamento ambiental 
de uma usina termoelétrica. 
Apesar disso, recentes publicações confirmam a tendência mundial de expansão da 
participação das fontes intermitentes. Estatísticas e projeções apresentadas no relatório New 
Energy Outlook 2015, da Bloomberg New Energy Finance, preveem que em 25 anos 
estaremos vivendo em um mundo bastante diferente do atual. Em 2040, a matriz elétrica 
mundial, hoje composta em dois terços de combustíveis fósseis, passará a contar com 56% de 
fontes de energia limpa, como ilustram os gráficos abaixo extraídos do relatório. As 
renováveis serão responsáveis por pouco menos de 60% dos 9.786 gigawatts (GW) de nova 
capacidade instalada de geração que serão construídos ao longo dos próximos 25 anos. 
35 
 
 
 
Figura 33: Evolução da Capacidade Instalada Mundial 2012-2040 (Fonte Bloomberg) 
 
 
Figura 34: Capacidade Instalada Mundial 2012 e 2040 (Fonte Bloomberg) 
 
 
3.1 Classificação das Fontes de Energia 
 Energia vem da palavra grega enérgeia, que quer dizer “força em ação”. Existem 
muitas fontes de energia na natureza: a luz do sol, o vento ou a água, por exemplo, são fontes 
inesgotáveis que produzem energia limpa, não poluente. 
 Os recursos energéticos são elementos essenciais da economia de um estado. São 
também, a base de sobrevivência da humanidade, bem como, o impulso ao desenvolvimento 
da sociedade. Dada a extrema importância dos recursos energéticos, hoje, o mundo dá cada 
vez maior atenção a eles. Como podemos constatar, os recursos energéticos estão 
36 
 
 
relacionados com a nossa vida através dos meios de transporte, os aparelhos utilizados 
diariamente, até nas horas de lazer. Não existe a possibilidade de imaginar como seria a vida 
contemporânea sem luzes, telefones, televisores, aviões e automóveis. Por isso, pode-se 
afirmar que o ser humano é completamente dependente dos recursos energéticos para a 
sobrevivência e constante evolução. 
 Em resumo, os recursos energéticos são a fonte energética utilizada para manter a 
sobrevivência da humanidade. Há vários métodos de classificação dos diferentes tipos de 
recursos energéticos, sendo os mais frequentes: as energias primárias e as secundárias, as 
renováveis e não renováveis, as convencionais e as novas. 
 
 • Energia Primária e Energia Secundária 
 A fonte de energia primária é uma fonte de energia que existe em forma natural, na 
natureza e pode ser obtida diretamente sem sofrer alterações nas suas características básicas, 
destacando-se: o carvão, o petróleo e o gás natural, a energia eólica e geotérmica, etc. 
 A energia primária, após modificação, transforma-se num produto energético de outras 
características, passando a ser conhecida por energia secundária, como por exemplo: a energia 
elétrica, o carvão mineral, o vapor e vários tipos de produtos petrolíferos. Para corresponder 
às necessidades dos consumidores, grande parte das energias primárias é transformada em 
energias secundárias de fácil transporte, distribuição e utilização. 
 
 • Energias Renováveis e Não Renováveis 
 As energias renováveis são aquelas existentes na natureza que podem ser utilizadas 
continuamente sem a possibilidade de se estabelecer um fim temporal. Como por exemplo: a 
energia solar, as energias hidráulica, eólica e biológica que se obtêm da primeira. 
Virtualmente são energias inesgotáveis, porém com uma limitação de aproveitamento em 
termos de quantidade em cada momento. Sua grande vantagem é o fato de ser uma energia 
não poluente e de exploração local. 
 Existem vários tipos de energias renováveis, e cada vez mais, com o constante 
desenvolvimento das tecnologias e inovações, se descobrem novas formas de produção de 
energia elétrica utilizando como fonte os fenômenos e recursos naturais, como é exemplo da 
recente inovação na criação de um hidrogerador cujo princípio é semelhante ao de um 
aerogerador, diferindo no fato de o movimento das pás ser provocado pelas correntes 
marítimas [22]. 
37 
 
 
 
Figura 35: Ilustração de um Parque de Hidrogeradores [22] 
 Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), até 2050 será possível dispor – 
com a força dos ventos, ondas e correntes marítimas – de uma potência total de 750 GW (seis 
vezes a capacidade instalada do Brasil) em águas marinhas a poucos quilômetros do litorail. 
 Por outro lado, as fontes de energias não renováveis são aquelas que se encontram na 
natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização. Uma vez esgotadas, 
as reservas não podem ser regeneradas. Consideram-se fontes de energia não renováveis os 
combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, que é a matéria-prima 
necessária para obter a energia resultante dos processos de fissão ou fusão nuclear. Todas 
estas fontes de energia têm reservas finitas, uma vez que é necessário muito tempo para repô-
las, e a sua distribuição geográfica não é homogênea, ao contrário das fontes de energia 
renováveis. 
 Presentemente, considerando-se apenas a geração de energia elétrica, o uso de fontes 
renováveis chega a 84%, com destaque para o crescimento da participação das energias 
renováveis alternativas à geração hidrelétrica, como a eólica, a solar e a biomassa que já 
representam cerca de 16% de toda energia elétrica brasileira [23]. 
38 
 
 
 
3.2 Principais Fontes Geradoras de Energia no Brasil 
 A geração de energia elétrica no Brasil foi estruturada com base em usinas 
hidroelétricas, aproveitando a situação privilegiada do país com grandes rios de planalto, 
abastecidos por abundantes chuvas tropicais. Hoje, a matriz de capacidade instalada de 
energia elétrica é bem mais diversificada, mas tem, ainda, a fonte hidráulica participando com 
mais de 65%. 
 
 
Figura 36: Matriz Elétrica Brasileira (Fonte: ANEEL 2015) 
 
• Usinas Hidrelétricas 
 Uma usina hidrelétrica pode ser definida como um conjunto de obras e equipamentos, 
cuja finalidade é a geração de energia elétrica por meio do aproveitamento do potencial 
hidráulico existente num rio. No Brasil, a usina hidrelétrica pode ser classificada de acordo 
com a sua potência de geração de energia denominada GCH’s, ou Grandes Centrais 
Hidrelétricas, que produzem acima de 30 MW [12]. 
 A geração hidrelétrica está associada à vazão do rio, isto é, à quantidade de águadisponível em um determinado período de tempo e à altura de sua queda. Quanto maiores são 
os volumes de sua queda, maior é o seu potencial de aproveitamento na geração de 
eletricidade. A vazão de um rio depende de suas condições geológicas, como largura, 
inclinação, tipo de solo, obstáculos e quedas. É determinada ainda pela quantidade de chuvas 
39 
 
 
que o alimentam, o que faz com que sua capacidade de produção de energia varie bastante ao 
longo do ano. 
Uma usina hidrelétrica compõe-se, basicamente, das seguintes partes: barragem, 
sistemas de captação e adução de água, casa de força e sistema de restituição de água ao leito 
natural do rio. Cada parte se constitui em um conjunto de obras e instalações projetadas 
harmoniosamente para operar eficientemente em conjunto. 
 A segunda maior hidrelétrica do mundo é a usina de Itaipu, pertencente ao Brasil e ao 
Paraguai. Situada no rio Paraná, Itaipu tem uma capacidade de 14.000 MW, respondendo por 
16% da demanda nacional e 75% da demanda paraguaia de energia elétrica. A maior do 
mundo é a Hidrelétrica de Três Gargantas, construída no rio Yang-Tsé, na China. Três 
Gargantas tem uma capacidade de produzir 22.500 MW. 
 
 
Figura 37: Usina hidrelétrica de Itaipu (Fonte: Itaipu) 
 De fato as usinas hidrelétricas são uma fonte renovável de energia, mas isso não 
significa que sejam ambientalmente corretas e nem que são menos nocivas que outras fontes 
unanimemente nocivas. Os impactos ambientais destes dois grandes empreendimentos são tão 
colossais quanto eles próprios. Uma tentativa de minimizar os impactos das hidrelétricas é a 
substituição dos grandes empreendimentos por Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), 
porém esse é ainda um tema bastante controverso já que mesmo que em menor escala, as 
PCHs também causam impactos. 
 
 
 
40 
 
 
 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) 
 São usinas com potência instalada superior a 1 MW e igual ou inferior a 30 MW que 
atendem aos requisitos das resoluções específicas da Agência Nacional de Energia Elétrica 
(ANEEL). Como são empreendimentos que, em geral, procuram atender demandas próximas 
aos centros de carga, em áreas periféricas ao sistema de transmissão, as PCHs têm papel cada 
vez mais relevante na promoção do desenvolvimento da geração distribuída no País. Segundo 
dados da ANEEL, um total de 4.826,965 MW em PCHs está em operação. 
 A maioria dos pequenos aproveitamentos hidrelétricos em operação localiza-se nas 
regiões Sul e Sudeste, nas bacias do Paraná e do Atlântico Sudeste, próximos dos grandes 
centros consumidores de energia elétrica. A região Centro-Oeste, onde se encontra a maioria 
dos demais aproveitamentos, concentra o maior potencial de novos projetos [14]. 
 
 Usinas Termelétricas 
 Alternativa às hidrelétricas, a usina termelétrica produz energia elétrica a partir da 
energia liberada em forma de calor, geralmente pela combustão produtos como carvão 
natural, óleo combustível, madeira, gás natural e bagaço de cana. 
 Embora existam diferentes tipos de usina termelétrica, cada qual utilizando um 
combustível diferente, seu funcionamento é praticamente o mesmo: o material é queimado em 
uma câmera de combustão, e o calor gerado aquece uma caldeira de água, gerando vapor em 
alta pressão. Esse vapor d’ água, por sua vez, move as pás de uma turbina que está conectada 
ao gerador de eletricidade, fazendo com que ele funcione. Em seguida, o vapor é resfriado, 
voltando à caldeira em estado líquido. 
 Em contrapartida aos impactos ambientais e aos gastos com combustível, as 
termelétricas têm como vantagem a possibilidade de construção em locais próximos aos 
centros consumidores, o que permite economia com as redes de transmissão e evita 
desperdício de energia elétrica. Além disso, a produção é constante, uma vez que não depende 
de situações climáticas — como é o caso das hidrelétricas, que podem ter a capacidade 
reduzida em períodos menos chuvosos. 
 Atualmente, o Brasil possui quase 2 mil usinas termelétricas, responsáveis pela 
geração de aproximadamente um quarto da capacidade total do País. Em São Paulo, destaque 
para a Usina Piratininga — com potência instalada de 190 MW —, Açucareira da Serra 
(localizada entre as cidades de São Carlos e Ibaté) e Euzébio Rocha — em Cubatão [29]. 
 A Usina Termelétrica de Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi a primeira do mundo a 
operar com etanol. Com potência instalada de 87 MW, o parque gerador foi responsável pela 
41 
 
 
produção média de 4.761 MWh por dia. No mesmo estado, funciona a Ibitermo, instalada no 
município de Ibirité desde 2002 [29]. 
 As usinas termelétricas de Santa Cruz é uma usina termelétrica pertencente à Furnas 
Centrais Elétricas. Foi a primeira usina geradora de energia elétrica situada no território da 
cidade do Rio de Janeiro. A usina tem capacidade instalada de 932 MW, distribuídos por 
quatro unidades geradoras a vapor e duas unidades geradoras a gás. Sua construção, iniciada 
na década de 60, foi fundamental para a interligação do sistema elétrico do Rio de Janeiro às 
demais regiões do País. Localizada à margem direita do Canal de São Francisco, na região do 
Pólo Industrial de Santa Cruz (RJ), a usina participa, em conjunto com outras importantes 
unidades industriais, do progresso da região e do País [29]. 
 
 Gás Natural 
 No Brasil, utilizam-se predominantemente três tipos de tecnologia para a geração de 
energia elétrica em termoelétricas a gás natural: Usinas de Ciclo Simples, que utilizam 
combustão interna para geração de energia elétrica; Usinas de Ciclo combinado, que, além da 
combustão interna, aproveita a energia dos gases efluentes para geração em sistemas térmicos 
a vapor; e a Cogeração, caracterizada como a geração combinada de energia eletromecânica e 
calor. 
 É importante destacar que cada uma dessas tecnologias possui desempenhos 
energéticos diferentes, sendo que dentro da mesma tecnologia de geração há variações de 
eficiência do processo. A qualidade das máquinas térmicas empregadas é fundamental nessa 
variação, podendo ser avaliada pelo conhecimento do seu consumo específico e rendimento 
térmico, os quais dão indicação das reais condições operacionais e de manutenção no 
processo de geração de energia nas termelétricas. Apesar das vantagens e desvantagens dos 
dois ciclos (simples e combinado), no Brasil, ambas as tecnologias são amplamente utilizadas, 
possuindo funções distintas na geração termoelétrica. Enquanto as de ciclo combinado são 
amplamente utilizadas em geração contínua e com menor custo, as de ciclo simples são 
utilizadas nos horários de pico, para suprir as variações de demanda no sistema. 
 A eficiência das mais modernas turbinas a gás em ciclo simples pode chegar a 38,7%; 
em contrapartida, as unidades de ciclo combinado podem apresentar eficiência superior a 
50%, chegando até a 60% em programas de desenvolvimento tecnológico avançado de 
unidades desse tipo [20]. 
 
 
42 
 
 
 Biomassa 
 Energia que é gerada por meio da decomposição de materiais orgânicos (esterco, 
restos de alimentos, resíduos agrícolas que produzem o gás metano). Para fazê-la são 
utilizados materiais como biomassa arborícola, sobra de serragem, vegetais e frutas, bagaço 
de cana e alguns tipos de esgoto. Ela é transformada em energia por meio dos processos de 
combustão, gaseificação, fermentação ou na produção de substâncias líquidas. 
 Através desta tecnologia o setor de energia elétrica tem sido favorecido com a injeção 
de energia procedente das usinas de álcool e açúcar, geradas a partir da incineração do bagaço 
e da palha da cana-de-açúcar. Outros detritos como palha de arroz ou serragem de madeira 
também sustentam algumas termoelétricas pelo país. 
 A energia de biomassa é renovável, garante o fornecimento de energia e também 
auxilia na diminuição do CO2 na atmosfera. Além disso, há uma utilização do lixo na 
produção, diminuindo a quantidade dedejetos nos aterros. A bioenergia pode ser convertida 
em três produtos: eletricidade, calor e combustíveis. 
 O Governo Federal possui um Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de 
Energia Elétrica (PROINFA) que prevê a geração de energia com a utilização de dejetos da 
cana, lixo e esgoto. Essa demanda traz vantagens ambientais e, principalmente, incide nos 
grandes centros, reduzindo a emissão de poluentes e o efeito estufa. As usinas que utilizam a 
biomassa com fins energéticos são principalmente as usinas de cana-de-açúcar e destilarias, 
cerâmicas e olarias, fábricas de papel e celulose, siderúrgicas, padarias, restaurantes, entre 
outros [21]. 
 
 Solar 
 A radiação solar pode ser diretamente convertida em energia elétrica por meio de 
efeitos da radiação (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os 
semicondutores. Entre esses, destacam-se os efeitos de aquecimento e fotovoltaico. 
43 
 
 
 
Figura 38: Ilustração de um Sistema de geração fotovoltaica de energia elétrica (Fonte: ANEEL) 
 Atualmente há vários projetos, em curso ou em operação, para o aproveitamento da 
energia solar no Brasil, particularmente por meio de sistemas fotovoltaicos de geração de 
eletricidade, visando ao atendimento de comunidades isoladas da rede de energia elétrica e ao 
desenvolvimento regional. 
 No Brasil, é amplamente utilizada para aquecimento de água, a temperaturas 
relativamente baixas (inferiores a 100ºC), onde a radiação solar é absorvida por coletores 
solares. O uso dessa tecnologia ocorre predominantemente no setor residencial, mas há 
demanda significativa e aplicações em outros setores, como edifícios públicos e comerciais, 
hospitais, restaurantes, hotéis e similares. 
 
 
Figura 39: Ilustração de um Sistema solar de aquecimento de água (Fonte: ANEEL) 
44 
 
 
3.3 Potenciais a Explorar no Brasil 
Pensar na exploração de novos potenciais energéticos significa investir em tecnologia 
para fontes cada vez mais eficientes e mais baratas, visando complementar o potencial 
instalado existente - evitando a sobrecarga direcionada para as hidrelétricas - e projetando o 
aumento da demanda. A utilização de fontes renováveis de energia já é uma realidade em 
diversos países do mundo seja porque houve investimentos para tal ou porque houve 
problemas com os métodos de geração tradicionais. 
Como a geração de energia utiliza recursos naturais como insumos e pode produzir 
impactos sobre o meio ambiente, a melhoria de condições de vida da geração atual sem o 
comprometimento dos recursos a serem disponibilizados para as gerações futuras exige a 
adoção de estratégias sustentáveis no setor de energia. 
Quando falamos em fontes renováveis de energias nos referimos automaticamente à 
Geração Distribuída (GD). As soluções mais eficientes de uso de fontes renováveis têm 
caráter local e pontual, de maneira a suprir as necessidades de um pequeno grupo de 
consumidores ou o próprio consumidor individual. E essa solução apresenta muitas vantagens 
que não se limitam apenas à sua limpeza como explicam Wilson Pereira Barbosa Filho e 
Abílio César Soares de Azevedo [50]: 
• “qualidade e confiabilidade superiores do abastecimento por meio de 
tecnologias de GD, porque seu sistema elétrico não aceita variações de 
frequência e/ou tensão; 
• aumento da confiabilidade do suprimento aos consumidores próximos à 
geração local, por adicionar fonte não sujeita a falhas na transmissão e 
distribuição; 
• a eletricidade gerada pela GD tem menor custo para o consumidor; 
• contribuição para o aumento do mix da geração, levando a uma maior 
segurança do suprimento energético; 
• geração de empregos e estabilidade na produção pela indústria nacional 
gerando desenvolvimento econômico; 
• contribuição para o desenvolvimento local (social e econômico), devido ao 
uso de recursos próprios da região na qual está inserida a instalação elétrica”. 
45 
 
 
As tecnologias de GD podem ser também fundamentais para resolver aquela que ainda 
hoje é uma marca negativa para o Brasil; apesar dos esforços do Programa Luz Para Todos, a 
ANEEL, em 2012, levantou um alarmante número de um milhão de lares brasileiros que 
ainda não possuíam acesso à energia elétrica. A grande maioria desses lares está situada nos 
mais remotos rincões do Brasil; lugares onde o acesso através das maneiras convencionais 
(plantas geradoras, linhas de transmissão e subestações abaixadoras para distribuição) é 
extremamente custoso. Nota-se uma clara demanda por alternativas que aliariam o interesse 
em geração mais sustentável e em inclusão social. 
 
Figura 40: Comparativo entre a geração tradicional e a distribuída 
Decorrente da Lei de Eficiência Energética, o PROINFA criado em 2002, consiste de 
um encargo pago por todos os agentes do SIN que comercializam energia com o consumidor 
final, objetivando custear iniciativas de produtores de energia independentes que utilizem 
PCHs, biomassa ou fontes eólicas. 
 O Brasil registrou um aumento significativo na aplicação da tecnologia eólica de 
geração de energia desde 2003, muito disso devido ao PROINFA, explorando o potencial 
geográfico para tal. O estado do Rio Grande do Norte, líder do Brasil no setor, possui 46 
parques eólicos instalados e gera, atualmente, 1.339,2 MW e espera até 2018 gerar 3.654,2 
MW, tendo 88 novos parques em construção. 
Segundo o Relatório de Potencial de Energia Eólica do Centro de Pesquisas de 
Energia Elétrica (CEPEL), confeccionado em 2001, o potencial para a geração eólica do 
46 
 
 
Brasil é de 145.000 MW. Estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia, horizonte 2020, 
feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia 
(MME), dão conta que até dezembro de 2014, 13% (18 GW) da energia elétrica gerada no 
Brasil foi oriunda de PCHs, eólicas e biomassa. A expectativa é que até 2020 esse número 
suba para 16% (27 GW). 
 
3.4 Potenciais a Explorar na Região Sudeste 
 A geração de energia na região é liderada pela fonte hidrelétrica, que responde por 
24,5 GW de capacidade instalada e é complementada pelas térmicas a gás e pela biomassa de 
cana, que contribuem, cada uma, com cerca de 6 GW. Juntas, essas fontes respondem por 
mais de 88% da geração do Sudeste. Esta região responde por cerca de 50% da carga do SIN, 
sendo a principal região consumidora de energia do país. 
 
Tabela 3 - Potenciais energéticos a serem explorados no Sudeste 
 
 
 Energia Hidráulica 
 A Região Sudeste, segundo a ANEEL, tem um potencial hidráulico de 43.563 MW, 
dos quais 58% já se encontram em operação. Esse percentual de aproveitamento do potencial 
hidráulico é bastante superior à média nacional, de 37%. Uma vez que os principais 
aproveitamentos hidrelétricos na região já estão sendo explorados, o potencial remanescente 
para a região é limitado. Assim, a perspectiva é que as PCHs venham a ser mais exploradas, já 
que a região possui um expressivo potencial hídrico. O Sudeste também concentra a maior 
parte da capacidade de armazenamento em reservatórios de usinas hidrelétricas do Brasil. A 
47 
 
 
capacidade de armazenamento no subsistema Sudeste/Centro-Oeste totaliza mais de 200 mil 
MW/mês, o que representa 70% da capacidade do SIN. Essa capacidade é fundamental para 
garantir o suprimento de energia do país [16]. 
 
 Energia Térmica 
 Mesmo assim, planeja-se receber investimentos consideráveis em novos projetos de 
geração termelétrica. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2023, 
publicado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade térmica instalada no SIN 
evoluirá até o fim de 2017 de 19 GW para cerca de 21 GW graças à capacidade contratada 
nos leilões realizados até então. Para atender ao crescimento da carga de energia, há uma forte 
sinalização de que essa expansão do parque gerador será feita com a entrada de térmicas entre 
os anos de 2019 e 2023

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