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/ Universidade Federal m ^ m do Rio de Janeiro Escola Politécnica AVALIAÇAO DA OPERAÇAO DO CONTROLE DO SEP DA UHE ILHA SOLTEIRA ATRAVÉS DO ORGANON Vitória de Castro Silva Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadores: Antonio Carlos Siqueira de Lima Karen Caino de Oliveira Salim Rio de Janeiro Dezembro de 2018 AVALIAÇAO DA OPERAÇAO DO CONTROLE DO SEP DA UHE ILHA SOLTEIRA ATRAVÉS DO ORGANON Vitória de Castro Silva PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO ELETRICISTA. Examinado por: v Prof. Antonio Carlos Siqueira de Lima, D.Sc. Eng. Fernando Ramos Lage, M.Sc. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL DEZEMBRO DE 2018 "Mas é doce morrer nesse mar de lembrar e nunca esquecer. Se eu tivesse mais alma pra dar eu daria, isso para mim é viver." Caetano Veloso e Djavan 111 Dedico este trabalho aos meus amados pais, Marco Antonio e Arabela. iv Agradecimentos Inicialmente, gostaria não só de agradecer, mas também de dividir o mérito dessa conquista com minha madrinha e guardiã Maria Tereza, com meus adorados pais e irmão João Marcos e com minha querida avó, Nádia. Sou grata à minha família, avós, tios e primos por me ensinarem que somente através do estudo, trabalho e justiça podemos conquistar nossos sonhos de maneira digna. Aos meus amigos Bárbara, Renan, Thaynara, Carbogim, Freesz e Sell, meu muito obrigada por amadurecerem ao meu lado, sempre com poesia e carinho. Àqueles que ingressaram comigo no curso, especialmente Geovane, Rhaony, Arthur, Silas, Karen, Amanda Amaro, Amanda Marques, Rafaela, Marina, Júlia, Luísa, Tamiris, Frazão, Elisa, Marcus e Erick, obrigada por serem minha amada família no Rio de Janeiro. Ainda, minha gratidão às amizades forjadas nos corredores da faculdade, Isabella, Marianna, Priscila, Carolina, Andressa, Nathália, Beatriz, Lucas, Clara, Yuri, Julia, Juan e Douglas. Todas essas amizades me inspiram orgulho e felicidade. Minha gratidão e admiração pelos mestres e orientadores Robson, Toni e Karen, que contribuíram para minha formação acadêmica com sabedoria e comprometi- mento; à tão amada Kátia, companheira dos alunos da engenharia elétrica; aos tutores e mestres do ONS, Fernando, Rodrigo, João Marcelo, Eloy e Marcelo e à ori- entação e amizade de todos os profissionais do Centro Sudeste, em especial Roberto e Hannah. Nessa casa de excelência tive a oportunidade de complementar minha formação como engenheira. Agradeço a todos que me estenderam a mão nesse percurso. Agradeço também pela minha vida, pela oportunidade de realizar essa graduação e pela alegria de poder levar comigo um pouco de todas as pessoas que conheci e experiências que vivi. v Resumo do Projeto de Graduaçao apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Eletricista. AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DO CONTROLE DO SEP DA UHE ILHA SOLTEIRA ATRAVÉS DO ORGANON Vitória de Castro Silva Dezembro/2018 Orientadores: Antonio Carlos Siqueira de Lima Karen Caino de Oliveira Salim Curso: Engenharia Elétrica O presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de Sistemas Especiais de Proteção (SEP) através da ferramenta da análise de segurança online do aplicativo Organon. A operação dos SEP tem sua habilitação condicionada ao atendimento de determinados parâmetros, tradicionalmente calculados em função de um fator de sensibilidade estudado em ambiente de planejamento da operação. Porém, a alteração da configuração da rede elétrica em função de cenários não previstos pode alterar os fatores calculados, consequentemente, afetar os limites dos parâmetros monitorados e a indicação da habilitação desses Sistemas Especiais de Proteção, podendo ativá-los desnecessariamente ou não sensibilizá-los em um cená- rio onde eles se fariam necessários. A robustez computacional da qual o Organon dispõe possibilita a presença desse software nas salas de controle, viabilizando estu- dos online. Esses estudos são realizados com casos base produzidos em tempo real, obtidos diretamente do estimador de estados do sistema de supervisão e controle. Para avaliar a eficiência do controle de um esquema de proteção sistêmico real, o SEP da Usina de Ilha Solteira será objeto de estudo deste trabalho. Através de simulação dinâmica realizada pelo Organon e, comparação com o mecanismo de controle atual, projetados com base no restrito número de cenários analisados a nível de planejamento. Como conclusão, foi observado que a lógica de habilitação atual é limitada e que a implantação de regiões de segurança dinâmicas auxiliaria a tomada de decisão nas salas de controle em tempo real, melhorando o nível de segurança do sistema elétrico e minimizando as consequências que que o corte de unidades geradoras pode acarretar ao Sistema Interligado Nacional. vi Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partlal fulfillment of the requirements for the degree of Engineer. ILHA SOLTEIRA'S SPS CONTROL OPTIMIZATION THROUGH ORGANON Vitória de Castro Silva December/2018 Advisors: Antonio Carlos Siqueira de Lima Karen Caino de Oliveira Salim Course: Electrical Engineering This work aims to analyze, through the calculus of Organon Security Assessment Region, the necessity of sensitizing Special Protection Systems (SPS) . The activa- tion of these Systems can be conditioned to comply to certain parameters, these parameters are traditionally calculated in function of the sensitivity factor at the planning level of studies. However, the system operating states in real-time are commonly different than those assumed at offline analyses. The grid topology alterations, related to un- predicted scenarios, could modify these sensitivity factors and, as a consequence, the monitored parameters limits and in the indication of the SPS sensitization, enabling them unnecessarily or not enabling the SPS when needed. The compu- tational strength, provided by the distributed processing which Organon disposes, allows the accomplishment of the contingency scenarios analysis in a more realistic manner since it considers the Base Case of the Real-Time Data, obtained directly from the REGER State Estimator. In order to evaluate the alteration fesiability and efficiency of the Special Pro- tection System control process, the Ilha Solteira Hydro Power Plant's SPS is the subject of our investigation in this work. Throughout the Organon dynamic simula- tions and, compared to the current control mechanism, performed in a planning level of studies (offline studies), the results of this confrontation indicates the difference between these methods. In conclusion, it has been observed that the present control system efficiency is limited and the Organon results could be used in Real-Time Operation enhancing the power system reliability with minimized consequences of the generating shed could provoke in brazilian interconnected system. vii Sumário Lis ta de F igu ras x Lis ta de Tabelas xi Lis ta de A b r e v i a t u r a s xii 1 I n t r o d u ç ã o 1 1.1 Motivação 2 1.1.1 O Sistema Interligado Nacional 2 1.1.2 Objetivos 4 1.2 Organização do Trabalho 4 2 Revisão Bibl iográf ica 6 2.1 Estabilidade e Segurança de Sistemas Elétricos de Potência 6 2.1.1 Estabilidade de Sistemas Elétricos de Potência 7 2.1.2 Segurança de Sistemas Elétricos de Potência 8 2.1.3 Os Modos de Operação de um Sistema de Potência 9 2.2 Sistemas Especiais de Proteção 10 2.3 Operação e Planejamento de Sistemas Elétricos Interligados 13 2.3.1 Planejamento da Operação de Sistemas 14 2.3.2 Operação em Tempo Real 152.4 Discussão 16 3 Aspec to s Básicos d a Anál ise de Segurança e m S i s temas de P o t ê n c i a 18 3.1 Análise de Segurança Estática 18 3.2 Análise de Segurança Dinâmica 19 3.3 O Organon 21 3.4 Avaliação de Segurança Dinâmica no Organon 22 3.4.1 Os Grupos de Geração 22 3.4.2 Os Nomogramas 24 3.5 Metodologia para Avaliação de Segurança Dinâmica 27 3.6 Discussão 28 viii 4 E s t u d o de Caso 30 4.1 A Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira 31 4.2 O Esquema de Corte de Emergência da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira 32 4.3 Região de Segurança da Área Elétrica de Ilha Solteira 36 4.4 Discussão 38 5 R e s u l t a d o s e Discussões 43 5.1 Impacto do SEP na Avaliação de Segurança 43 5.2 Habilitação do SEP 45 5.2.1 Caso I 46 5.2.2 Caso II 48 5.2.3 Caso III 51 5.2.4 Caso IV 53 5.3 Discussão 56 6 Conclusões 57 6.1 Trabalhos Futuros 60 Refe rênc ias Bibl iográf icas 61 A D a d o s d a Região de Segurança no Organon 63 A.1 Arquivo de Eventos 64 A.2 Arquivo de Barras Monitoradas e Grupos de Geração 66 A.3 Arquivos de Modelagem do SEP 69 A.3.1 Arquivo *.sps que descreve o SEP completo 69 A.3.2 Arquivo *.sps que indica a violação da Inequação 4.1 70 iX Lista de Figuras 1.1 Sala de Controle do Centro de Operações Regional Sudeste do ONS . 4 2.1 Representação da incorporação de um SEP a um Sistema Elétrico . . 11 3.1 Plano definido em relação aos grupos de geração [1] 23 3.2 Interseção dos Limites de Segurança de cada Contingência 24 3.3 Nomograma exemplo 26 3.4 Exemplo genérico de divisão dos grupos de geração 28 4.1 Recorte da Bacia do Rio Paraná [2] 32 4.2 Linhas de Transmissão conectadas a SE de Ilha Solteira 33 4.3 Representação da Rede Elétrica do Estado de São Paulo 41 4.4 Diagrama descritivo do SEP de Ilha Solteira 42 5.1 Nomograma calculado modelando o sistema sem SEP 44 5.2 Nomograma calculado modelando o sistema com SEP 45 5.3 Nomograma para o Caso I 47 5.4 Gráfico de fluxo de potência ativa para o Caso I 48 5.5 Gráfico de fluxo de potência aparente para o Caso I 49 5.6 Nomograma para o Caso II 49 5.7 Gráfico de fluxo de potência ativa para o Caso II 50 5.8 Gráfico de fluxo de potência aparente para o Caso II 51 5.9 Gráfico de fluxo de potência ativa para o Caso II considerando a atuação do SEP 51 5.10 Nomograma calculado para o Caso III 52 5.11 Gráfico de fluxo de potência ativa para o Caso III 52 5.12 Gráfico de fluxo de potência aparente para o Caso III 53 5.13 Nomograma calculado para o Caso IV 54 5.14 Gráfico de fluxo de potência ativa para o Caso IV 54 5.15 Gráfico de fluxo de potência aparente para o Caso IV 55 x Lista de Tabelas 4.1 Legenda da Tabela: usinas hidrelétricas divididas entre os grupos de geração 37 4.2 Barras monitoradas na Análise de Segurança 39 xi Lista de Abreviaturas AGV Subestação de Água Vermelha, p. 34 ANEEL Agencia Nacional de Energia Elétrica, p. 3 BAU Subestação de Bauru, p. 34 CAG Controle Automático de Geração, p. 2, 34 CNPE Conselho Nacional de Política Energética, p. 3 COSR-SE Centro Regional de Operação Sudeste, p. 43 DSA Dynamic Security Assessment, p. 19 ECE Esquema de Corte de Emergência, p. 31 EMS Energy Management System, p. 15 EPE Empresa de Pesquisa Energética, p. 2 G1 Grupo de Geração 1, p. 23 G2 Grupo de Geração 2, p. 23 G3 Grupo de Geração 3, p. 23 HVDC High-voltage Direct Current, p. 20 ILS Subestação de Ilha Solteira, p. 34 IO Instrução de Operação, p. 33 ISO Independent System Operator, p. 1 LT Linha de Transmissão, p. 34 MIRII Subestação de Mirassol II, p. 34 MME Ministério de Minas e Energia, p. 3 xii ONS Operador Nacional do Sistema, p. 1 PMO Programação Mensal de Operação Energética, p. 13 PMU Phasor Measurement Unit, p. 16 SCADA Supervisory Control and Data Acquisition, p. 13 SEP Sistema Especial de Proteção, p. vi SE Subestação, p. 32 SIN Sistema Interligado Nacional, p. 2 SPS Special Protection Schemes, p. vii SSSA Small-Signal Stability Assessment, p. 19 TRI Subestação de Três Irmãos, p. 34 TSA Transient Security Assessment, p. 19 UG Unidade Geradora, p. 35 UHE Usina Hidrelétrica, p. 32 VSA Voltage Security Assessment, p. 19 xiii Capítulo 1 Introdução O crescimento tecnológico e econômico viabilizado pela eletricidade foi determi- nante para o desenvolvimento das estruturas, serviços e ferramentas que conhecemos hoje. Por isso, a interrupção do fornecimento de energia é extremamente impactante a sociedade. Os sistemas de energia elétrica são compostos das mais complexas máquinas, estruturas e dispositivos já desenvolvidos pelo homem. Para construir, manter e operar estas máquinas é necessária extensiva pesquisa, monitoração e re- finamento das tecnologias. A baixa previsibilidade dos fenômenos naturais envolvidos em um sistema elé- trico de grande porte impacta diretamente na necessidade de conferir proteção a essas estruturas de geração, transmissão e distribuição de energia. Os sistemas de proteção aplicados a esses equipamentos e conjuntos de equipamentos precisam ser extremamente confiáveis e coordenados para operarem de maneira seletiva e efici- ente. O sistema de geração e transmissão de energia elétrica brasileiro, o Sistema In- terligado Nacional (SIN), tem proporções continentais e engloba as cinco regiões do país. Sua operação é de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema (ONS), o Operador Independente do Sistema (Independent System Operator - ISO) do sis- tema elétrico brasileiro. Os ISO são entidades autorizadas pelos órgãos regulatórios federais a controlar redes de geração e transmissão. Essas instituições tem o objetivo de garantir a integração não discriminatória de fornecedores de energia ao sistema de transmissão prezando a segurança e economicidade do atendimento aos centros de carga do país. A complexidade de um sistema elétrico de potência acompanha a evolução tec- nológica da rede e as mudanças no perfil de geração e no perfil de consumo. Por isso, a melhoria das ferramentas de auxílio a tomada de decisão do ISO é necessá- ria para que a confiabilidade e a qualidade do suprimento de energia elétrica seja mantida, frente ao crescimento da demanda e ao aumento na penetração de fontes intermitentes. 1 1.1 Motivação Com uma matriz energética predominantemente hidráulica, o Sistema Interli- gado Nacional (SIN) é um sistema hidro-termo-eólico com capacidade instalada de 142.042 MW [3]. A integração dos sistemas Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Su- deste e Sul corrobora para a segurança, complementariedade hídrica e consequente economicidade dos recursos de geração e transmissão. Os ISO, comprometidos com a otimização do atendimento a demanda, são res- ponsáveis pelos estudos de eXpansão, de programação energética e de operação desses sistemas. Para acompanhar a variação da geração proveniente das fontes intermiten- tes, como as usinas eólicas e os conjuntos fotovoltaicos, a programação da operação precisa ajustar alguns dos seus procedimentos. A penetração dessas fontes com baiXa previsibilidade altera toda uma estrutura econômico-energética de modelagem e de segurança pois usualmente elas tem pri- oridade no despacho. Atualmente, a contribuição das usinas eólicas no SIN é de aproximadamente 7%. Seu evidente crescimento expõe a necessidade de maior fle- Xibilidade de despacho na operação em tempo real para a manutenção do equilíbrio carga-geração. Os equipamento envolvidos na geração, transmissão e distribuição de energia são guardados por sistemas de proteção individual e sistemas de proteção de caráter sistêmico. O funcionamento desses sistemas que englobam a coordenação de mais de um equipamento precisa ser minuciosamente estudado pois sua atuação tem impacto sistêmico nas redes elétricas. Nesse cenário de geração, predominantemente dependente dos recursos hídricos, a usina de Ilha Solteira, no rio Paraná, é a maior usina do estado de São Paulo. As 20 unidades geradoras de Ilha Solteira são utilizadas no ControleAutomático de Geração (CAG) [4] e no controle de tensão do SIN. Esta é a principal usina utilizada no CAG e influencia sensivelmente no controle da frequência. 1.1.1 O Sistema Interl igado Nacional O Brasil, quinto maior país do mundo, possui um sistema elétrico constituído por uma matriz energética majoritariamente distante dos centros de consumo e, por isso, foi necessária a construção de linhas de transmissão de extensões continentais. A integração das diferentes fontes de energia elétrica ao sistema é possível pela cen- tralização do planejamento da operação, essa atividade é executada para diferentes horizontes: a longo prazo pela Empresa de Pesquisa Energética e a médio e curto prazo pelo Operador Nacional do Sistema. De acordo com a Lei n o 9.074, de 1995, é responsabilidade do Ministério de Minas e Energia definir as instalações de transmissão que compõem a Rede Bá- 2 sica. Portanto, compete a esse Ministério determinar os novos empreendimentos de transmissão que deverão integrar a expansão do sistema de transmissão. A Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL é uma autarquia, vinculada ao Ministério de Minas e Energia criada pela Lei n o 9.427, de 1996. De acordo com essa lei, a finalidade principal da ANEEL é regular e fiscalizar os serviços de geração, transmissão, distribuição e comercialização e energia elétrica no Brasil. Instituída pela Lei n o 10.847 de 15 de março de 2004, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é uma empresa pública federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME). A EPE tem como finalidade realizar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, nas áreas de energia elétrica, petróleo e gás natural, e seus derivados, e biocombustíveis. A atuação da EPE é fundamental para uma cadeia de tomada de decisões que se inicia com as definições de políticas e diretrizes no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e do MME e termina na Operação em Tempo Real, realizada pelo Operador Nacional do Sistema. O Operador Nacional do Sistema Elétrico é uma empresa privada e sem fins lucrativos que foi instituída pela Lei n o 9.648, de 1998, com alterações introduzidas pela Lei no 10.848/2004 e regulamentada pelo Decreto no 5.081/2004. Constituído por quatro subsistemas, o SIN atende 99% da carga total do Brasil [5], o restante pertence aos chamados Sistemas Isolados. A operação dos subsistemas Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, bem como a previsão de carga e planejamento da operação dos sistemas isolados são de responsabilidade do Operador Nacional do Sistema. O desenvolvimento de estudos e ações exercidas sobre o sistema e seus agentes proprietários para gerenciar as diferentes fontes de energia e a rede de transmis- são, de forma a garantir a segurança do suprimento contínuo em todo o país é de responsabilidade do ONS. A fiscalização do cumprimento dessas atividades é de responsabilidade da ANEEL. É através das salas de controle em tempo real, o ONS coordena a operação do sistema constantemente, utilizando ferramentas de Supervisão e Controle, concen- trando informações de toda sua rede de operação. Na fotografia da figura 1.1, uma das salas de controle do ISO brasileiro é mostrada. A principal motivação desse trabalho é discutir o benefício da integração das regiões de segurança no processo de ativação dos sistemas especiais de proteção. A integração de ferramentas de avaliação de segurança em tempo real corroboram para a ratificação dos despachos e limites programados para a operação e viabilizam o estudo dessas grandezas com a rede alterada em ambiente de sala de controle. 3 Figura 1.1: Sala de Controle do Centro de Operações Regional Sudeste do ONS 1.1.2 Objet ivos Neste trabalho, conceitos de operação e estabilidade de sistemas de potência serão explorados para analisar a eficiência de um Sistema Especial de Proteção (SEP) tradicional frente aos resultados dos cálculos de análise de segurança online nessa rede. O Organon será utilizado como o aplicativo de análises dinâmicas das contingências relacionadas a atuação desse SEP. Por isso, neste trabalho, além da comparação entre o comportamento tradicional e a possível performance viabilizada pela utilização do Organon em tempo real, serão introduzidos os aspectos básicos de segurança de sistemas, operação em tempo real, sistemas especiais de proteção e análise de segurança dinâmica. 1.2 Organização do Trabalho O presente trabalho está organizado em 6 capítulos e é complementado pelo Apêndice A. O Capítulo I introduz os temas abordados, apresentando as motivações e os objetivos do estudo realizado, fornecendo comentários gerais sobre os tópicos nos quais o mesmo se insere. Também é realizada uma contextualização desses temas no sistema elétrico brasileiro, para que a dimensão dos problemas que serão analisados 4 seja apresentada. O Capítulo II abordará os aspectos gerais dos tópicos relacionados ao tema ana- lisado, por isso as seções Estabilidade e Segurança de Sistemas, Sistemas Especiais de Proteção e Operação e Planejamento de Sistemas Elétricos Interligados são dis- postas. Por se tratar de um tema que engloba diversos assuntos dentro da área de sistemas elétricos de potência, os fundamentos teóricos são direcionados para os problemas abordados nesse trabalho. O Capítulo III expõe a teoria básica utilizada na construção de Análises de Segurança do Organon, discutindo brevemente a metodologia utilizada na escolha de grupos de geração e a inserção dessa ferramenta em ambiente de operação em tempo real. Nesse capítulo, a escolha de uma análise de segurança dinâmica em tempo real ao invés de uma análise estática é justificada. Também é apresentada a legenda dos resultados dos nomogramas produzidos pelo Organon nesse estudo. O Capítulo IV apresenta uma descrição detalhada do Sistema Especial de Prote- ção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira e da topologia dos circuitos conectados a subestação de Ilha Solteira. Do mesmo modo, a ferramenta de construção da Região de Segurança é apresentada, de acordo com a metodologia de análise apresentada no capítulo III. A partir da descrição da rede, do SEP e da Região de Segurança, é possível interpretar os resultados apresentados no capítulo seguinte. O Capítulo V apresenta os resultados obtidos através da Região de Segurança calculada para monitorar a área relacionada a atuação do Sistema Especial de Prote- ção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira através do software Organon. O estado do sistema elétrico será calculado para os quatro casos base apresentados e a inequação de habilitação do SEP será confrontada com esses resultados. O Capítulo VI apresenta as conclusões referentes ao presente trabalho e sugestões para trabalhos futuros. As inconsistências observadas na comparação entre a lógica tradicional de habilitação e atuação do ECE da UHE de Ilha Solteira e os resultados dessa análise de segurança dinâmica são comentadas. O Apêndice A contém todos os arquivos e códigos utilizados nas simulações realizadas no Organon. Os arquivos de texto são necessários para que o software calcule as contingências de interesse frente as barras de geração que impactam a área elétrica analisada. 5 Capítulo 2 Revisão Bibliográfica A operação de sistemas elétricos está pautada no cumprimento dos padrões de continuidade, qualidade, adequação e segurança de energia elétrica no atendimento ao consumidor ao menor custo possível. Para que esses objetivos sejam alcançados, o planejamento da operação avalia as piores falhas e distúrbios que o sistema elétrico estudado deve ser capaz de suportar. Dessa forma, a natureza da perturbação, a resposta do sistema, a supervisão e tomada de decisões, bem como as filosofias de proteção são temáticas presentes na operação de sistemas elétricos de potência. Neste capítulo será realizada uma abordagem teórica introdutória dos conceitosde estabilidade e segurança de sistemas elétricos interligados e sistemas especiais de proteção dessas redes. Esses temas podem ser entendidos como tópicos importan- tes para a operação e planejamento da operação de sistemas elétricos interligados. Também será apresentada a ferramenta visual utilizada nas análises de segurança realizadas no software Organon. 2.1 Estabilidade e Segurança de Sistemas Elétricos de Potência Os conceitos de segurança e de estabilidade são relacionados a análise dos es- tados de um sistema elétrico de potência. Segurança é considerada uma condição instantânea e variante no tempo que é função da robustez do sistema a distúrbios iminentes. Estabilidade, é uma condição mais estrita a continuidade do paralelismo e operação síncrona das unidades conectadas ao sistema, sendo um fator importante para a segurança do sistema. 6 2.1.1 Estabil idade de Sistemas Elétricos de Potência O conceito de estabilidade é definido como a capacidade de um sistema convergir para um estado de equilíbrio operacional após ter sido submetido a uma perturbação [6]. As condições de estabilidade e segurança de um sistema elétrico são fortemente dependentes das máquinas síncronas e possuem sua dinâmica intimamente vinculada a dinâmica dos ângulos dos rotores e a sua relação ângulo-potência. A partir das condições iniciais, dos tipos de perturbações físicas consideradas e de uma descrição detalhada do sistema observado é possível calcular o comportamento transitório desse sistema. Ou seja, é possível avaliar como um sistema desloca-se de um ponto de operação estável para um outro ponto de operação satisfatório ou não em relação aos critérios estabelecidos. Inicialmente, devem caracterizar-se os diferentes tipos de instabilidade. Para tanto, é fundamental que os ângulos de carga, as magnitudes das tensões e a frequên- cia de operação do sistema sejam grandezas analisadas na classificação do estado dos sistemas de potência. Dessa forma, os estados estáveis de um sistema de potência podem ser enumerados como estabilidade angular, de tensão e de frequência. O conceito de estabilidade angular é conhecido como a capacidade de um sistema em manter suas unidades geradoras operando em sincronismo após a ocorrência de uma perturbação. Para tanto, os torques elétricos e mecânicos devem permanecer acoplados em todas as máquinas conectadas a rede garantindo que a velocidade das unidades geradoras permaneça constante. As instabilidades podem surgir mesmo sem a perda de sincronismo de um ge- rador, pois a capacidade de um sistema em manter as tensões estáveis em todas as barras após uma perturbação também é um parâmetro a ser avaliado. A possibili- dade de interrupção de atendimento a carga na ocasião de um perfil excessivamente baixo de tensões em uma parte significativa do sistema é motivadora para que a classificação de estabilidade de tensão seja realizada. Além das classificações de estabilidade angular e de tensão, é necessário avaliar a capacidade de um sistema de potência em manter uma frequência constante após um desequilíbrio significativo no balanço carga-geração resultado de uma perturbação grave. Essa classificação é denominada estabilidade de frequência. Dessa forma, o comportamento de um sistema ao ser submetido a distúrbios pequenos ou severos é o condicionante para que esse sistema seja classificado dentro dos critérios de estabilidade. Dentre as perturbações que um sistema estável deve ser capaz de suportar configuram-se distúrbios com impactos transitórios como variações bruscas de carga, curtos circuitos, perda de grandes blocos de geração ou de fluxo entre linhas de transmissão responsáveis pelo intercâmbio entre subáreas. Essas alterações bruscas de topologia na rede podem resultar em instabilidade 7 de tensão, de frequência ou instabilidade angular. Durante as oscilações transitórias provocadas por um distúrbio, as máquinas síncronas ajustam os ângulos dos seus rotores para absorver as variações de potência e tensão. Já no caso de curtos-circuito, durante sua ocorrência, os rotores das unidades geradoras se aceleram e só começam a desacelerar após a eliminação dessa falta. Se o tempo de eliminação da falta for grande o suficiente para que os rotores das máquinas alcancem uma velocidade da qual não seja possível se desacelerar até a velocidade síncrona, há o cenário da instabilidade. As principais ações de controle realizadas para controle preventivo são o redes- pacho de geração, a compensação de reativos, a redução de carga e a alteração da topologia da rede. O corte de geração é realizado para que a potência das unida- des geradoras parem de contribuir para uma possível sobrecarga nos equipamentos remanescentes ou para evitar um possível cenário de instabilidade angular ou de frequência. Os modos de operação e configuração do sistema analisado são informações ne- cessárias para a análise das suas respostas dinâmicas. 2.1.2 Segurança de Sistemas Elétricos de Potência Diferente do conceito de estabilidade, os critérios de avaliação de segurança de um sistema devem verificar a capacidade desse sistema em suportar suas contingências mais graves sem interrupção de atendimento ao consumidor. O conceito de segurança de um sistema elétrico de potência é definido pela capacidade desse sistema em se manter íntegro e sem interrupções no fornecimento de energia aos seus consumidores na ocorrência de distúrbios ou desligamentos. Dentre os critérios de segurança mais utilizados em todo o mundo, considera-se o chamado critério do N-1, no qual o sistema é planejado para suportar quaisquer contingência simples sem violação das restrições de carga e restrições operativas. Ou seja, o sistema deve ser capaz de suportar qualquer perda simples de linha de transmissão ou transformador, sem que os equipamentos remanescentes sejam submetidos a sobrecarga, instabilidade de tensão ou instabilidade angular, bem como instabilidade de frequência. O critério N-1 é utilizado nos ISO para planejamento da operação dos sistemas e, as contingências mais severas, como perdas duplas e triplas, só são consideradas nos seguintes casos: saída de linhas de transmissão de circuito duplo, saídas simultâneas de linhas de circuito simples que compartilhem a mesma faixa de passagem e saídas simultâneas de linhas de circuito simples que atravessem regiões onde há ocorrência de fenômenos naturais e/ou queimadas que possam atingí-las. Paralelo ao propósito da segurança, está o compromisso com a economicidade 8 da operação. Esses conceitos estão relacionados quando um sistema que possui grau insuficiente de segurança sofre algum tipo de distúrbio, podendo ocasionar interrupção do fornecimento de energia, levando a perdas de produção e de serviços. As análises eletroenergéticas são realizadas a fim de programar a geração a partir dos horizontes de atendimento, da previsão dos recursos hídricos e da adequação as intervenções na rede. 2.1.3 Os Modos de Operação de um Sistema de Potência Os modos de operação de um sistema são classificados de acordo com seu nível de segurança para auxiliar os operadores na tomada de ações de controle. A operação de sistemas de potência é pautada em três conjuntos de equações genéricas diferenciais e algébricos. Podemos dividir as equações de um sistema em três grupos: o conjunto de equações diferenciais representa o comportamento dinâmico do sistema, um conjunto de equações algébricas compreende as restrições de igualdade que são referentes ao balanço carga-geração e um segundo conjunto de equações algébricas compreende as restrições de limites, no qual os estados de todos os elementos da rede elétrica operam dentro dos limites de tensão e potência [7-9]. • E s t a d o N o r m a l : estado onde todos os limites são satisfeitos, ou seja, o ba- lanço carga-geração é atendido e não há nenhum equipamento em sobrecarga. O sistema também deve ter margens de geração reserva suficiente parasupor- tar as contingências mais prováveis. • E s t a d o de Ale r t a : esse estado é observado quando o nível de segurança do sistema é enfraquecido ou a probabilidade de distúrbios aumenta, e, nesse cenário, a ocorrência de uma contingência provável causaria alguma violação dos critérios de operação do sistema. Nesse estado de operação os limites dos equipamentos são satisfeitos, mas as margens não são suficientes para garan- tir esse atendimento caso um distúrbio severo ocorra. Dessa forma, medidas preventivas devem ser tomadas para que o estado normal seja reestabelecido. • E s t a d o de Emergênc ia : o sistema pode evoluir do estado de alerta para o estado de emergência caso algum distúrbio severo ocorra antes de qualquer ação preventiva ser realizada. Alguns equipamentos se podem se encontrar sobrecarregados porém o sistema permanece intacto. • E s t a d o s E x t r e m o s : nos estados extremos, ambos os conjuntos de restri- ções de igualdade e inigualdades são violados, o sistema pode sofrer perda de sincronismo, onde há desligamentos em cascata e possivelmente blecautes da maioria do sistema. Ações de controle como o corte de carga ou separação em subsistemas são utilizadas para preservar a maior área elétrica possível. 9 • E s t a d o s Res t au ra t i vos : no estado de operação restaurativo o operador re- aliza ações de controle a fim de reconectar todos os equipamentos da rede e atender a todas as cargas. O segurança de um sistema pode ser monitorada e, para monitorá-la, foram criadas ferramentas que quantificam a distância existente entre o ponto de operação do sistema e a violação dos seus limites. Esse conceito, que consiste na checagem se as condições operativas estão satisfeitas para diferentes contingências modeladas, toma como referência para seus relatórios, os redespachos das usinas que impactam o sistema elétrico alvo de um determinado estudo. A partir de cálculos do comportamento transitório do sistema observado, a se- gurança de uma área elétrica pode ser avaliada [8]. A análise de uma perturbação, do seu início até a eliminação completa dos efeitos resultantes dos fenômenos trata- dos requer a modelagem das equações algébrico-diferenciais não-lineares necessárias para descrever o comportamento dinâmico dos componentes dessa rede ao longo do tempo. Dessa forma, são modelados os sistemas de excitação, os estabilizadores e os reguladores automáticos de velocidade e tensão das unidades geradoras, bem como as interações entre elementos de controle de tensão, como transformadores com comutação automática [4]. No controle de segurança preventiva, o objetivo é preparar o sistema, enquanto ele ainda se encontra em um estado de operação normal, para suportar possíveis distúrbios de maneira satisfatória. No cenário de controle de emergência, os eventos já ocorreram previamente, de maneira que o objetivo passa a ser o controle do comportamento dinâmico do sistema e a minimização das consequências. [8] 2.2 Sistemas Especiais de Proteção Os Sistemas Especiais de Proteção (SEP) são sistemas automáticos de controle com objetivo de evitar a propagação de perturbações, manter a integridade e conse- quentemente garantir a confiabilidade do sistema. Por isso, os SEP são projetados para atuar detectando condições anormais de operação e tomando ações corretivas automáticas. Esses esquemas desempenham uma complementação às ações da pro- teção individual dos equipamentos da rede e sua implantação permite uma utilização otimizada dos sistemas de geração, transmissão e distribuição [10]. Um sistema elétrico de proteção comum deve ser dimensionado para o cum- primento dos requisitos fundamentais de sensibilidade, velocidade, seletividade e confiabilidade. De maneira que ele seja capaz de detectar uma falha e atuar o mais rápido possível no isolamento desse equipamento sob falha, realizando a remoção da falta apenas nos equipamentos comprometidos, sem desligar mais equipamentos que 10 o necessário todas as vezes que ocorrer um defeito. A garantia da seletividade e da confiabilidade são importantes para que nenhum componente seja desligado sem necessidade e a proteção não atue indevidamente sem que nenhum defeito nos equipamentos sob responsabilidade dessa proteção específica tenha ocorrido. Esse tipo de falha de atuação pode ser extremamente custoso pela possibilidade de corte de geração e de falha no atendimento ao consumidor. Os desligamentos e redespachos desnecessários podem provocar danos a equipamentos e consequentemente gerar um impacto na receita das entidades envolvidas. Os SEP são implementados com o objetivo de garantir a segurança do sistema em condições específicas de operação, como na necessidade de flexibilização de limites, de manutenção em equipamentos, atraso de obras ou de intercâmbio excepcional, uma vez que a ocorrência desse cenário é considerada pequena para justificar gastos de instalação de novos equipamentos. Esses esquemas são constituídos de uma ou mais lógicas de processamento, compostas de estágios de atuação, que são associa- dos a uma ou mais ações, como ilustrado na Figura 2.1. De maneira que diferentes solicitações dos SEP podem apresentar desempenhos distintos devido a sensibiliza- ção dos estágios e lógicas existente em cada cenário, comandando ações adaptáveis para solução do problema detectado [11]. Figura 2.1: Representação da incorporação de um SEP a um Sistema Elétrico Para avaliar o comportamento do SEP frente aos critérios de seletividade, con- fiabilidade, velocidade e sensibilidade, podem-se classificá-los quanto a sua atuação e seu desempenho na ocasião de distúrbios. Como descrito nos Submódulos 11.2 e 11.4 dos Procedimentos de Rede do ONS [12], os SEP podem ser classificados quanto a sua atuação através das categorias descritas nos item abaixo: • A t u a ç ã o cor re ta : a atuação é classificada como correta quando o SEP é 11 solicitado e atua dentro da finalidade para o qual foi instalado. • A t u a ç ã o incor re ta : a classificação de atuação incorreta é atribuída a situa- ções as quais os SEP são solicitados e atuam em desacordo com a finalidade para a qual foi aplicado. • R e c u s a de a t u a ç ã o : a recusa de atuação é considerada quando o SEP é solicitado e deixa de atuar, quando existem todas as condições para a atuação satisfeitas. • A t u a ç ã o ac iden ta l : classificação considerada quando o SEP atua sem satis- fação das condições necessárias para sua sensibilização, sem a ocorrência de distúrbios para os quais fora projetado. Essas atuações acidentais podem ser causadas por falhas humanas, anomalias em dispositivos de proteção, controle e medição. São insumo para avaliação de desempenho dos SEP: as anomalias observadas, o processamento dos dados de entrada nas lógicas e os comandos executados ou não pelos equipamentos. A partir dessas informações, é possível confrontar se a atuação ou não do esquema solucionou o problema. O desempenho dos SEP pode ser classificado como Satisfatório ou Insatisfatório: • Sa t i s fa tór io : a consideração do desempenho como satisfatório é realizada quando o SEP atinge seu objetivo, mesmo que alguma das suas ativações não tenha sido correta; • Insa t i s fa tó r io : o desempenho é considerado insatisfatório quando o SEP deixa de atingir seu objetivo em virtude de atuações incorretas ou recusas de atuação. A existência dos Sistemas Especiais de Proteção é justificada quando há a pos- sibilidade de perda de integridade do sistema elétrico de potência na ocasião de sobrecarga em algum equipamento, instabilidade angular, instabilidade de frequên- cia, instabilidade de tensão ou desligamentos em cascata [13]. As ações coordenadas por esses esquemas de proteção são planejadas de maneira que o sistema em sua configuração pós-falta seja capaz de se recuperar. A observação da necessidade de criação de um SEP e implementação do seu projeto são atividades realizadas em ambientede planejamento da operação, em seguida, a instalação e supervisão dos equipamentos necessários para funcionamentos desses esquemas automáticos se faz necessária. Com isso, as ferramentas utilizadas pelos operadores em tempo real devem ser capazes de receber os dados dos agentes, monitorar as variáveis envolvidas nesse processo e indicar se a operação do sistema se encontra em uma situação segura ou não. 12 Uma vez que o cenário insatisfatório para o qual esse SEP é projetado é detec- tado, a anormalidade deve ser sinalizada e ações de habilitação dos SEP podem ser realizadas automaticamente, ou manualmente. O automatismo é fundamental pois a natureza das instabilidades para as quais os esquemas foram projetados é na ordem de segundos ou milissegundos. Essa ação deve basear-se nas grandezas elétricas medidas, na atuação das prote- ções tradicionais e no status dos equipamentos supervisionados, assim, esses sistemas devem comparar as grandezas com as faixas ajustadas, se adequar as anormalidades mais prováveis em sua área de supervisão, e tomar decisões no menor tempo possí- vel. Os SEP podem ser avaliados quanto ao tipo de atuação observado e quanto ao seu desempenho. 2.3 Operação e Planejamento de Sistemas Elétricos Interligados A operação de sistemas elétricos é uma atividade de tamanha complexidade que exige competências técnicas, políticas e econômicas, bem como um planejamento minucioso, que começa sob o horizonte de décadas [14] e termina no ambiente de sala de controle, onde as decisões precisam ser tomadas em tempo real. Esse fluxo de informações integra esforços distribuídos entre os estudos meteorológicos, de previsão de carga, de geração e de processamento de intervenções previamente solicitadas que objetivam preparar os agentes e os operadores para atendimento seguro e econômico de energia elétrica ao consumidor. A tomada de decisões em tempo real é fortemente dependente de aplicativos para o monitoramento de eventuais alterações de rede, de carga e de despachos, pois uma das suas atividades é a adequação da configuração do sistema de potência a essas variações. Sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition - SCADA) são capazes de monitorar automaticamente as medidas analógicas e estados dos dis- positivos associados ao sistema. Por isso, os sistemas SCADA devem disponibilizar em tempo-real o estado da rede através de telas, gráficos, listas de alarmes e re- latórios, de modo a permitir a tomada de decisões operacionais apropriadas, quer automaticamente, quer por iniciativa do operador do sistema. O planejamento da operação tem como insumos as condições hidrometeorológi- cas, a situação dos reservatórios, os custos de geração, o cronograma de expansão da rede, os futuros eventos de grande porte a nível regional e nacional e sobretudo a previsão da carga a ser atendida. A partir desses dados, os programas de geração hidráulica, de geração térmica e os intercâmbios entre as regiões são estabelecidos. A Programação Mensal de Operação Energética (PMO) fornece as diretrizes da 13 operação em tempo real para cada patamar de carga e semana vigente. Em complemento ao PMO, são realizadas revisões semanais para que informações sobre o estado do sistema sejam incorporadas aos estudos. Entretanto, a atualiza- ção dessas modificações na rede de maneira preditiva ainda utiliza patamares de carga definidos a partir das previsões enviadas pelas concessionárias distribuidoras. Essas análises não consideram redespachos ou desligamentos intempestivos com con- sequentes alterações topológicas, eventos que podem modificar a rede de maneira que o ponto a programação planejada para aquele período se afaste do menor custo ou da segurança sistêmica. De forma a otimizar a utilização dos equipamentos e da energia disponível, mantendo ou melhorando as margens de segurança da operação, é necessário que o planejamento se utilize de cenários de simulação o mais próximo possível do sistema elétrico real. Os Sistemas Especiais de Proteção também são dimensionados a nível de planeja- mento, por isso sua ativação é controlada por eventos que podem provocar impactos diferentes em redes distintas. Diante disso, como o sistema elétrico é, geralmente, diferente do previsto, a eficiência de atuação dos SEP pode ser desotimizada. O planejamento da operação indica em quais situações da rede os SEP devem ser ati- vados. A operação em tempo real monitora a ativação e atuação desses esquemas, geralmente efetivando a esses comandos. Neste trabalho, será proposta a indicação de ativação de um SEP através da configuração de rede real, calculada pelo estimador de estados do EMS. Objetiva-se mostrar que a ativação utilizando análises online pode ser mais eficiente que a ati- vação programada, com fatores de sensibilidade baseados em casos base preditivos. 2.3.1 P lane jamento da Operação de Sistemas A elaboração de estudos elétricos para avaliar as condições de operação dos sis- temas elétricos é realizada afim de identificar as situações críticas de atendimento à carga e indicar soluções compatíveis dentro dos limites de operação para uma determinada rede. Esses estudos são realizados a nível de planejamento nos ISO e levam em conta a previsão de carga, os dados hidrometeorológicos, os equipamentos de transmissão e geração previstos para entrada em operação e as intervenções pro- gramadas na rede nos dias tratados, a partir desses dados e do custo de operação das usinas disponíveis para despacho, programa-se a operação. Os métodos e critérios de planejamento dos ISO norteiam a filosofia de expan- são dos sistemas e as políticas de planejamento eletroenergético. Em ambiente de planejamento dos sistemas de transmissão, o principal critério adotado é o crité- rio "N-1". Essa metodologia se traduz no dimensionamento da rede elétrica de tal forma que a ocorrência da saída de serviço de qualquer componente do sistema 14 possa ser suportada sem necessidade de ajustes no ponto operativo característico das condições normais de operação, como introduzido no item 2.1.2. De maneira que não seja necessários redespachos de geração, reconfigurações da rede, mudança de "taps" de transformadores (exceto aqueles dotados de LTC) e, principalmente, sem necessidade de cortes de carga. Neste ambiente de planejamento, é realizada a programação energética de uma rede com o objetivo de planejar a operação do sistema com a maior segurança operacional e economicidade possíveis. Por isso, as intervenções agendadas para aquele período são validadas e, a partir delas, as condições elétricas e energéticas são programadas para que a integridade dos equipamentos e as restrições existentes neste período sejam cumpridas. 2.3.2 Operação em Tempo Real Os Sistemas de Gerenciamento de Energia (Energy Management System - EMS) processam as informações obtidas pelo sistema de supervisão e controle provenientes do sistema SCADA e geram casos base periódicos que são utilizados nos diversos aplicativos avançados que auxiliam nestas redefinições. A capacidade de efetuar o controle sobre sensores e atuadores e distribuir informações entre as estações da rede através de uma central de controle é fundamental para o bom desempenho e segurança da operação. Os centros de supervisão e controle em tempo real são responsáveis pelo controle de geração, regulação da frequência e controle dos intercâmbios e o controle de tensão. Para tanto, é necessário um robusto sistema de monitoramento que forneça ao operador informações lógicas e analógicas sobre os estados das áreas monitoradas. Operação em tempo real é viabilizada pelos Sistemas de Gerenciamento de Ener- gia (EMS) [15]. Os EMS possuem um conjunto de ferramentas utilizadas para suprir o ISO de informações da rede, a nível de Operação em Tempo Real. Toda a rede de operação é monitorada através do SCADA, esses dados são insumo para todos os instrumentos que compõe o EMS. Essa concentração de informações éobtida por meio de estações remotas e processadas pelos computadores do centro de supervi- são [9]. A melhoria dessas ferramentas de gerenciamento, aquisição e tratamento de dados reflete na qualidade da supervisão da rede. Dentre essas ferramentas de supervisão e controle, o estimador de estados [15] é capaz de fornecer um caso base a partir das medidas obtidas em tempo real. A estimação de estados é considerada uma componente fundamental dos EMS. O algoritmo de estimação é executado periodicamente com o objetivo de calcular os estados (módulo e ângulo das tensões, correntes e potências ativas e reativas) do sis- tema de maneira adequada baseando-se nas medidas adquiridas através do SCADA, 15 medidas provenientes de unidades medidoras de sincronismo (Phasor Measurement Unit - PMU) e outras informações relevantes. Os aplicativos de estimação de estados exigem altas performances computacionais pois utilizam modelos de redes elétricas de grandes proporções. A estimação de estados deve prover soluções válidas, acuradas e robustas sob uma vasta variedade de cenários e condições de operação. A crescente dinamização dos mercados de energia elétrica, tem aumentado as possibilidades de aplicações dessas ferramentas, aumentando a exigência de resultados mais precisos, rápidos e acurados. No contexto de mercado, acordos financeiros são baseados na sensibilidade obtida pelos estimadores. Se essas sensibilidades estão incorretas ou indisponíveis, elas serão traduzidas em erros significativos para transições financeiras frequentemente de grande porte. Sob condições de emergência severas, o processo de estimação deve se basear em todos os dados confiáveis disponíveis como dados históricos, gravações e resultados recentes. Dessa forma, é possível monitorar os principais troncos de transmissão e calcular automaticamente os estados da rede em um curto espaço de tempo, para que as alterações sejam consideradas no cálculo. Assim, estimadores de estado são o ponto de partida da maioria das análises subsequentes de rede realizadas em ambiente de tempo real. Dentre aplicações que utilizam os resultados do estimador de estados como insumo, estão os processos de análise de contingência, cálculos de fluxo de potência ótimo e análises de segurança. Se o estimador falha na convergência de um resultados, o restante das análises de rede podem falhar ou ter seu resultado comprometido [8]. 2.4 Discussão Nesse capítulo foram introduzidos conceitos de estabilidade para que os limites dinâmicos observados nas análises do capítulo V sejam compreendidos. Também foi apresentado, paralelo ao conceito de estabilidade, o conceito de segurança de um sistema. O atendimento aos critérios de segurança é caracterizado pela capacidade de um sistema suportar as contingências mais severas sem violação de nenhum critério operativo [1, 4, 6, 9]. Para quantificar a segurança de um sistema, podem-se classificar seus modos de operação. Os estados normal, de alerta, de emergência, extremos e restaurativos in- dicam o nível de segurança de uma rede elétrica [7]. Para aumentar a confiabilidade de uma rede elétrica, frequentemente é realizada a interligação de subsistemas elé- tricos, como é o caso do SIN. Porém, a conexão de subsistemas com características eletromecânicas diversas pode acarretar a propagação de distúrbios, na eventuali- dade de uma ocorrência de grande impacto. 16 Portanto, para garantir que os sistemas elétricos de potência suportem os piores distúrbios sem que seus efeitos sejam propagados, os Sistemas Especiais de Proteção são implantados. Dentre as ações realizadas por esses esquemas especiais estão os cortes de geração, a separação de subsistemas, os cortes de carga e as alterações na topologia. A coordenação dessas ações deve ser realizada a nível sistêmico por um operador independente. Por isso, na maioria dos sistemas elétricos de grande porte, existe um opera- dor responsável por coordenar os sistemas de geração e transmissão e garantir o atendimento a carga. Essa operação é realizada após exaustivo planejamento sob horizontes de longo, médio e curto prazo. Porém, os sistemas de potência se com- portam de acordo com as necessidades dos consumidores e agentes, respondendo às intempéries naturais. Esse comportamento dinâmico é imprevisível e, portanto, os estudos realizados em ambiente de planejamento sempre estarão descolados da realidade vivida na operação em tempo real. 17 Capítulo 3 Aspectos Básicos da Análise de Segurança em Sistemas de Potência Os sistemas de potência modernos possuem uma elevada ordem de variáveis, com uma resposta dinâmica influenciada por dispositivos de diversas naturezas e com características e respostas extremamente variadas. Então, o comportamento de uma rede elétrica frente a distúrbios está relacionado a topologia dessa rede e às condições de operação nas quais ela se encontra. Como introduzido no item 2.1.3, deve-se garantir que a ocorrência de uma contingência não é capaz de provocar um desequilíbrio contínuo que pode levar o sistema a diferentes formas de instabilidade [7]. Dessa forma, os modos de operação dos Sistemas de Potência precisam ser cons- tantemente monitorados através das ferramentas de Análise de Segurança dos EMS. Através dessas ferramentas, deve-se garantir que as condições operativas do sistema estão atendidas frente a possíveis contingências e aos critérios de estabilidade atri- buídos a essa rede. Nesse contexto, existem processos automatizados de avaliação da condição de segurança operativa de um sistema elétrico a partir de um ponto de operação. Sendo possível qualificar o modo de operação de uma rede através de Análises de Segurança, que podem ser análises Estáticas ou Dinâmicas. 3.1 Análise de Segurança Estática As Análises de Segurança Estáticas (Static Security Assessment - SSA) são meto- dologias que verificam os estados de tensão e fluxo de potência das barras do sistema após contingências. Os valores de tensão e potência calculados são confrontados com os limites e as possíveis violações provenientes dos fenômenos transitórios são des- consideradas. Dessa forma, as análises de segurança estática estão relacionadas com 18 o carregamento máximo que pode ser transmitido para cada barra no sistema [1]. A partir das leis de Kirchhoff e das restrições operativas do sistema e dos equipa- mentos que o compõe, as análises estáticas podem ser formuladas através do cálculo do fluxo de potência. A partir da convergência desse caso de estudo, cada distúrbio é aplicado a rede descrita e novamente o fluxo de potência é calculado e o resultado desse fluxo é avaliado em relação aos limites operativos. Esses distúrbios podem ser desligamentos de circuitos de linhas de transmissão, de transformadores, de unidades geradoras, de equipamentos de controle de tensão e qualquer outro elemento da rede. A comparação do ponto de operação do sistema com os limites de tensão e de carregamento é realizada para o sistema inicialmente convergido e para todas as alterações realizadas, uma por uma, para cada distúrbio considerado. Dessa forma, se o sistema elétrico modelado convergir para todos os casos e cumprir com todos os limites considerados para todos os cenários individu- almente simulados, esse sistema é considerado seguro. Através dessa análise do ponto de operação do sistema em regime permanente pré e pós-contingência, os estudos do sistema elétrico são realizados em ambiente de planejamento para validação da operação nos patamares de carga estimados para o sistema. Se o ponto de operação pós-contingência apresenta resultado divergente, o sistema é considerado inseguro perante o conceito de Estabilidade em Regime Permanente [1]. Apesar da não convergência de um fluxo de potência não implicar na instabilidade de um sistema, quando um ponto de operação apresentar resultado divergente de fluxo de potência, a instabilidade pode já ter ocorrido. Dessa forma, paraobservar fenômenos de instabilidade nos transitórios entre esses dois pontos de operação, uma análise de segurança dinâmica deve ser realizada. 3.2 Análise de Segurança Dinâmica Os estudos realizados na metodologia de Análise de Segurança Dinâmica (Dy- namic Security Assessment - DSA) objetivam avaliar o comportamento do sistema do período transitório, que se inicia na aplicação do defeito, passando pela sua eli- minação, indo até o novo ponto de operação em regime permanente, obtido ao final da simulação. Portanto, esse tipo de análise é todo realizado no domínio do tempo, sendo viável avaliar, através dele, diversos requisitos de estabilidade. Para cumprir os critérios de amortecimento, estabilidade, tensão, frequência e fluxo nos equipamentos integrados a essa rede, os estudos dinâmicos devem cumprir uma estrutura de análise que abrange Análises de Transitório (Transient Security Assessment - TSA), de Tensão (Voltage Security Assessment - VSA) e de Pequenos Sinais (Small-Signal Stability Assessment - SSSA), [1, 7, 15]. Esses estudos conside- 19 ram portanto a variação da tensão e da frequência, o carregamento de cada circuito, a resposta das unidades geradoras, dos compensadores síncronos e estáticos, regula- dores de tensão e de velocidade, falhas de comutação em elos HVDC, entre outros fenômenos. Para que todos esses eventos sejam considerados, uma modelagem matemática muito mais fiel dos equipamentos dessa rede é necessária. A representação dos equipamentos com mais precisão, a simulação no domínio do tempo e a utilização de métodos numéricos de integração exige um esforço computacional muito superior ao exigido nas análises estáticas. Para que esse tipo de análise se tornasse viável nos centros de controle dos ISO, é necessária a utilização da integração com passo e ordem variáveis e o processa- mento distribuído. Esses métodos promovem simulações mais rápidas sem perda de precisão nos resultados [8]. Historicamente, as Avaliações de Segurança eram realizadas somente em am- biente de Planejamento da Operação, o que a literatura técnica classificava como estudo offline [1, 7], cálculos desassociados dos sistemas de supervisão e controle de tempo real. Essas ferramentas utilizam pontos de operação criados a partir das pre- visões de carga e geração para aqueles cenários. E permitem que os analistas possam avaliar as grandezas de um sistema em diferentes pontos de operação escolhidos em condições normais e em situações de emergência. Com a crescente evolução da capacidade computacional e a melhoria dos Esti- madores de Estado, essas análises se tornaram viáveis em ambiente de Operação em Tempo Real, esse tipo de análise pode ser classificado como Análise de Segurança Online. Para sistemas elétricos de grande porte, o número de contingências prováveis é proporcional ao seu tamanho, fazendo-se impossível a análise do impacto de todas os eventos para todos os cenários em ambiente de planejamento. Por isso, atualmente, para considerar a sensibilidade dos equipamentos em relação a indisponibilidades previstas de outros são utilizadas restrições operativas de fluxo de potência ativa. São realizados estudos em ambiente de planejamento para o sistema previsto para aqueles períodos e, a partir desses estudos, são dimensionadas as ferramentas de supervisão, como as inequações. Porém os limites operacionais computados offline para um determinado grupo de cenários não necessariamente aplicam-se a todas as outras condições operativas possíveis do sistema, dado que a alteração da topologia de uma rede altera a sensi- bilidade dos equipamentos frente a desconexão dos outros. Isso acontece porque os limites de estabilidade são uma propriedade local dos vetores de estado do sistema, para cada nova solução do conjunto de equações que descreve o sistema, há um limite de estabilidade diferente. 20 3 . 3 O Organon O programa Organon é um sistema de avaliação da segurança de sistemas de potência aplicado tanto a problemas de natureza estática, quanto de natureza di- nâmica. Esse sistema emprega computação de alto desempenho e algoritmos com grande robustez numérica, possibilitando uma modelagem detalhada da rede elétrica em ambiente de processamento distribuído. O programa disponibiliza, uma interface gráfica amigável integrada a recursos para a realização de estudos de regime permanente, transitórios eletromecânicos e avaliação de segurança. Como exposto no item 3.2, a técnica de processamento distribuído é um dos recursos do Organon que viabiliza a realização de análises de se- gurança dinâmica. Desse modo, o software divide os cálculos entre os processadores do computador ou dos computadores utilizados e, através desse artifício, consegue apresentar os resultados em um tempo suficientemente curto para utilização em ambiente de operação. Por isso, esse aplicativo computacional pode ser utilizado tanto em estudos de planejamento e de programação da operação quanto em ambiente de operação em tempo real. Diversas ferramentas são oferecidas para que o processo de análise seja facilitado, como o cálculo de função energia, avaliação modal, obtenção do ponto de máximo carregamento do sistema, dentre outras. Outras grandes funcionalidades são possibilitadas pela distribuição do processamento dos cálculos do Organon, como a construção dos nomogramas a partir da avaliação de segurança estática ou dinâmica. A interface gráfica desse sistema de possui recursos do tipo menus, gráficos, planilhas, caixas de diálogo e as seguintes ferramentas de análise: • Fluxo de Potência; • Fluxo de Potência pelo Método Dinâmica Sintética; • Análise de Contingências em Regime Permanente; • Análise de Sensibilidade em Regime Permanente; • Fluxo de Potência Continuado; • Simulação Dinâmica (Transitórios Eletromecânicos de Curto, Médio e Longo Prazo); • Análise de Contingências Dinâmicas; • Avaliação Modal de Simulações no Tempo; • Determinação de Regiões de Segurança Estática; 21 • Determinação de Regiões de Segurança Dinâmica. A apresentação da região de segurança como um nomograma é uma ferramenta de visualização poderosa para a análise de segurança, com grande apelo tanto no ambiente de operação quanto nos processos relacionados ao planejamento da opera- ção. Este trabalho utiliza a ferramenta de Determinação de Regiões de Segurança Dinâmica oferecida pelo Organon, diante disso, somente a filosofia de estruturação desses estudos será abordada nesse trabalho. 3.4 Avaliação de Segurança Dinâmica no Organon O programa Organon permite a modificação de uma série de parâmetros, opções e critérios relacionados às simulações dinâmicas, estáticas e às regiões de segurança. Essa facilidade de customização, os métodos matemáticos robustos e velocidade de cálculo produzem uma ferramenta de Análise de Segurança muito conveniente: os nomogramas. A partir de uma análise dinâmica do sistema, é possível avaliar a segurança ope- rativa de uma rede e o cumprimento de suas restrições para as piores contingências nesta rede [1]. A necessidade da realização de avaliações de segurança online é reco- nhecida para que os sistemas elétricos de potência operem em segurança em todos os cenários possíveis de despacho e configuração da rede [8, 16]. Os nomogramas são ferramentas visuais que quantificam a vulnerabilidade de redes elétricas a perturbações. São realizadas em ambiente de planejamento da operação para validar despachos de geração, desligamentos programados e sistemas especiais de proteção, também podem ser utilizados nos estudos de expansão da transmissão [17]. O conceito de região de segurança foi criado a fim de apresentar uma visualização do estado de operação da rede e dos pontos (estados) aos arredores deste ponto de operação. Uma região de segurança é construída a partir de um sistema elétrico modelado e com seus estados (valores de tensão, corrente, potências e ângulos) convergidos. Para estudar uma área elétrica, énecessário arbitrar grupos de geração para construção de eixos cartesianos. 3.4.1 Os Grupos de Geração As Regiões de Segurança são gráficos tridimensionais que mostram toda a região de operação segura de um sistema submetido a uma divisão em três grupos de geração. Logo, inicialmente, ponto de operação é posicionado sob um eixo cartesiano formado pelos três grupos de geração descritos por G1, G2 e G3. O emprego de três conjuntos permite que seja investigada grande parte dos cenários de geração 22 de interesse, um número superior exigiria uma performance computacional maior e dificultaria a análise visual dos gráficos [18]. Grupo 1 Grupo 2 Figura 3.1: Plano definido em relaçao aos grupos de geraçao [1] Após a convergência do ponto de operação, mediante cálculo de fluxo de potência, são efetuadas variações de geração ativa nos três grupos geradores em direções radiais em torno deste ponto. Para cada direção, a geração dos grupos é alterada e é solucionada uma lista de contingências até que seja alcançado um limite de segurança ou que se esgote a capacidade de elevação ou diminuição de um dos grupos. O redespacho entre esses grupos de geração produz um plano no eixo cartesiano produzido pelos grupos de geração, pois o somatório da geração desses três grupos deve ser mantido constante, já que o caso não tem sua carga variada. A região de segurança é calculada a partir da excursão do despacho desses grupos ao redor do ponto de operação inicial através do cálculo do fluxo de potência e do cálculo de estabilidade para cada ponto discretizado [19]. No contexto da utilização da Análise de Segurança Dinâmica Online, a partir do caso base do Estimador de Estados do EMS [15], o Organon identifica o ponto de operação da rede em relação a três eixos cartesianos, esses eixos são construídos a partir do agrupamento de barras geradoras que impactam no sistema monitorado. Os grupos de geração G1 e G2 são os grupos de injeção de potência ativa que mais impactam o fluxo nos equipamentos presentes entre as barras definidas para aquela região. As unidades geradoras são agrupadas pois seu despacho contribui para o carregamento desses equipamentos com o mesmo impacto, caracterizando assim uma oposição entre as influências do G1 e do G2 no carregamento dos equipamentos 23 desta rede. O grupo G3, funcionando como swing dessa região, é aquele capaz de compensar a variação da geração nos grupos G1 e G2 [18]. Baseado no ponto de operação do sistema descrito pelo caso base produzido pelo estimador de estados, são simuladas contingências e o Organon avalia, para cada contingência, os estados do sistema em relação aos limites de operação cadastrados. Através dos cálculos de fluxo de potência, os despachos entre os três grupos geradores são variados e, para cada conjunto de despachos, o estado do sistema é determinado em relação a estes limites. O grupo de contingências simuladas é constituído pelas contingências prováveis para o sistema tratado no estudo. Figura 3.2: Interseção dos Limites de Segurança de cada Contingência Portanto, os Nomogramas são resultados da Análise de Segurança calculada pelo software, esses gráficos são projeções ortogonais da Região de Segurança nos planos formados pelos três grupos de geração agrupados em G1, G2 e G3. 3.4.2 Os Nomogramas As informações do sistema num dado ponto de operação em relação aos limites de geração e de segurança dos equipamentos são entregues ao usuário através dos nomogramas. Essas figuras são projeções da região tridimensional calculada sobre esses três eixos cartesianos dos grupos de geração a partir das análise de contingên- cias de uma lista de eventos. 24 No nomograma também são representados os pontos onde os limites de tensão, de carregamento e de estabilidade são violados para aquela rede dadas as contingências. A Figura 3.3 exemplifica essa ferramenta visual e os diferentes limites demarcados nele. Esses limites podem ser representados graficamente por contornos e regiões customizáveis pelo usuário, como exemplificado na Figura 3.3. Neste trabalho, os pontos de operação são interpretados segundo a legenda: • Cruz em vermelho: ponto de operação inicial; • Região em verde escuro: estados de operação segura; • Região em amarelo: estados de operação nos quais, na ocorrência de um evento, algum equipamento da rede será submetido a sobrecarga; • Região em vinho: estados de operação instável; • Região hachurada: estados de operação onde, na ocorrência de um dos eventos previamente listados, ocorrerá a atuação de um SEP também modelado no Organon; • Contorno verde claro: a partir desse limite, de dentro para fora, o sistema opera com violação dos limites de tensão na ocorrência de um dos eventos listados; • Contorno vermelho: a partir desse limite, de dentro para fora, o sistema se configura como potencialmente instável. Para exemplificar a interpretação dos resultados de uma região de segurança feita pelo Organon, foi criado um nomograma de exemplo, como ilustrado na figura 3.3. A exploração da vizinhança do ponto de operação inicial é realizada para um número de direções definida pelo usuário, entre 4 e 40 direções. As contingências monitoradas para uma área devem ser sempre as mais severas, de modo que, se a rede é capaz de atender a todos os critérios na ocorrência desses defeitos, ela será capaz de suportar quaisquer outras faltas mais simples. Dessa forma, para que o Organon faça uma Análise de Segurança de um sistema elétrico, devem ser atribuídas as barras e os eventos a serem monitorados, para que o software calcule o estado do sistema caso cada uma dessas contingências descritas como eventos aconteça. Esses cálculos são realizados para o ponto de operação inicial e para outros diferentes pontos de operação, pontos estes excursionados para as direções onde há uma variação mais impactante da geração sob o comportamento do sistema. As contingências simuladas são aquelas previstas no procedimento de rede ou qualquer outra que seja pertinente a sua simulação. A maioria dos ISO do mundo 25 Legenda para interpretação dos nomogramas Contornos - • - Violação de Tensão Violação de UDV ou Critérios Dinâmicos Áreas • Sem Sobrecarga I I Com Sobrecarga • Inseguro i H Corte de Carga ou SPS Limites Segurança O Instável / Divergente • Ponta do Nariz V Convergência • Distância máxima • Geração busca atender o Critério "N-1", introduzido em 2.3.1, porém, para equipamentos como transformadores e linhas de transmissão que compartilham vão nos barra- mentos das subestações ou circuitos de linhas de transmissão que compartilham as mesmas estruturas em torres, a perda dupla ou tripla é considerada nos estudos [8, 12]. Como exposto no item 3, as análises de segurança podem ser de natureza estática ou dinâmica. Nas regiões de segurança estática, são verificadas violações de máximo carregamento de circuitos e equipamentos, limites de tensão e de faixas operativas. O limite de segurança para a região estática representa a não convergência no cálculo do fluxo de potência para pelo menos uma contingência da lista. De outro modo, nas construção de regiões de segurança dinâmica, além desses critérios, também são verificadas violações de caráter dinâmico, como por exemplo: oscilação de tensão, afundamento de tensão no primeiro e segundo swings, máxima variação angular das máquinas, sobrefrequência e subfrequência, dentre outros cri- térios estabelecidos no Submódulo 23.3 dos Procedimentos Rede [12]. O limite de segurança para a região dinâmica indica a ocorrência de instabilidade do ponto de operação na simulação, para pelo menos uma contingência listada. Além disso, nas análises de natureza estática e dinâmica os critérios de limite de geração, de convergência do método de fluxo de potência continuado e do ponto de máximo carregamento (curva P-V) são iguais nos processos do Organon. Grupo 1 Figura 3.3: Nomograma exemplo 263.5 Metodologia para Avaliação de Segurança Di- nâmica O Organon oferece a ferramenta de Avaliação de Segurança Dinâmica - Dynamic Security Assessment. Essa ferramenta pode ser executada no ponto de operação do sistema descrito no caso base e para outros pontos de operação calculados em relação aos grupos de geração arbitrados pelo usuário. A Avaliação de Segurança precisa ter uma fundamentação na escolha dos grupos de geração, nas contingências a serem analisadas e nos fenômenos a serem modelados, como a possibilidade de representar os Sistemas Especiais de Proteção que atuam nessa área do sistema. Dessa forma, são necessários dados de rede disponibilizados por um caso base de referência. Esse caso base pode ser proveniente dos dados obtidos em tempo real, caracterizando um estudo online, ou casos produzidos em ambiente de planejamento da operação, como exposto em 3.2. A lista de contingências para análise deve ser alinhada com os critérios adota- dos pelo ONS. Segundo seu Procedimento de Rede, é necessário escolher as perdas simples mais graves e prováveis de ocorrer, considerando o "Critério N-1"[12]. A possibilidade de perdas duplas e triplas deve ser considerada para equipamentos que compartilham torres de transmissão, disjuntores e vãos em alguns barramentos. Nos sistemas elétricos de grande porte, como o SIN, é necessário observar as áreas elétricas separadamente, para que seja viável uma análise mais precisa dos limites violados e para reduzir o tempo de cálculo de todos os fenômenos em ambiente de operação em tempo real. Dessa forma, as regiões de segurança são construídas para uma área geoeletricamente próxima e as violações relatadas pelos nomogramas devem ser somente dos equipamentos conectados as barras dessa área elétrica. Por isso, inicialmente, o Organon precisa receber os dados de quais barras monitorar. Quanto a divisão dos grupos de geração, é recomendado um estudo de sensibi- lidade do despacho de cada barra de geração sobre os circuitos e transformadores contingenciados individualmente. A relação entre o aumento do carregamento nesses equipamentos e o aumento de geração de potência ativa em cada barra de geração é importante para que os grupos de geração sejam divididos de maneira coerente. A contribuição do grupo 1 no carregamento desses equipamentos deve ser oposta a contribuição do grupo 2 e o grupo 3 precisa ser de barras de geração que não sensibilize essa área elétrica, como exemplificado na figura 3.4. Tratando-se de sistemas elétricos complexos, como o sistema brasileiro, é nor- mal que a escolha dos grupos de geração não seja perfeita para todos os eventos modelados nas áreas elétricas tratadas. Esse problema pode ocorrer quando não se consegue definir três grupos de redespacho de geração para compor os eixos cartesi- anos de maneira que suas contribuições para todas as contingências analisadas seja 27 1 Figura 3.4: Exemplo genérico de divisão dos grupos de geraçao compatível. Nos casos onde determinados ramos não têm seu carregamento sensibilizado com as combinações de geração dos Grupos 1, 2 e 3, as regiões de segurança produzi- das não apresentarão redepachos que eliminem essas violações, caso elas ocorram [1]. Outro caso possível é aquele onde um mesmo evento pode ser influenciado de maneiras opostas por usinas colocadas no mesmo grupo de redespacho, pois, como o despacho de geração irá elevar ou reduzir simultaneamente a geração em todas as usinas de um mesmo grupo, a região de segurança não vai apresentar uma solução para as violações geradas por essa contingência. Outro recurso muito útil para análises de segurança em um sistema elétrico é a possibilidade de modelagem dos esquemas de proteção sistêmicos, os Sistemas Especiais de Proteção. O recurso de hachura, disponível no Organon, foi pensada principalmente para modelar os SEP, mas pode ser utilizada pelo usuário tanto para modelagem de ações de proteção, quanto para sinalizações de outras variáveis [11]. Esse recurso, viabilizado pelo arquivo com extensão *.sps foi amplamente uti- lizado nesse trabalho de duas maneiras, a primeira para mostrar o ganho da sina- lização do SEP estudado na avaliação da segurança do sistema e o segundo para mostrar a habilitação do SEP. 3.6 Discussão Para operação de alguns subsistemas do SIN, são utilizadas regiões de segurança pautadas na análise de contingências dinâmicas online. Por isso, a apresentação 28 dos aspectos centrais da metodologia de construção de uma ferramenta de análise de segurança de sistemas elétricos de potência foi realizada. Essa ferramenta foi introduzida para que a interpretação dos resultados apresentados no capítulo 5 seja possível. As análises chamadas dinâmicas, que consideram os transitórios dos fenômenos estudados, são mais abrangentes do ponto de vista de avaliação dos critérios de segu- rança por observarem os fenômenos de estabilidade eletromecânica. Para construir uma região de segurança dedicada a uma área elétrica, é necessária a realização de estudos de sensibilidade dos circuitos desta área frente a variação de potência ativa nas usinas do sistema. A escolha coerente dos grupos de geração reflete na possibi- lidade dos nomogramas apresentarem de maneira visualmente confortável soluções para as violações calculadas. A apresentação da legenda visual utilizada na construção das regiões de segu- rança calculadas para esse estudo foi apresentada a fim de viabilizar o entendimento dos nomogramas do capítulo 5. No apêndice A, são apresentados os arquivos de texto utilizados nas avaliações de segurança dinâmica no Organon. 29 Capítulo 4 Estudo de Caso No contexto do Sistema Interligado Nacional, a diversidade da matriz elétrica brasileira e dos equipamentos exige um grande dinamismo na tomada de decisões. A integração de todos os equipamentos conectados a rede básica de operação do sistema é viabilizada pela divisão dessa rede em subsistemas Sul, Sudeste/Centro- Oeste, Nordeste e a maior parte da região Norte [3]. Cada um desses subsistemas é coordenado em um centro de operação e, para cada centro há uma divisão de áreas elétricas baseadas principalmente na divisão dos estados. A integração de áreas elétricas distintas, com perfis de geração e consumo dife- rentes, frequentemente com equipamentos com características diferentes é um dos principais desafios do Operador Nacional. A observação dos Procedimentos de Rede por parte dos agentes é importante para que o SIN seja operado em segurança. Para que a integração de áreas tão diversas seja possível, com o principal objetivo de evitar a propagação de defeitos, foram criados Sistemas Especiais de Proteção. Com um conjunto de esquemas de proteção sistêmicos, as áreas elétricas podem ser separadas no caso de uma instabilidade ou colapso de tensão. Os Sistemas Especiais de Proteção são ferramentas automáticas de controle e proteção que permitem a utilização adequada dos sistemas de geração, transmis- são e distribuição. Como introduzido no item 2.2, sua utilização proporciona maior confiabilidade à operação do SIN, evita que perturbações possam levar o sistema a perda de estabilidade ou a colapso de tensão e aumenta a segurança elétrica opera- cional do SIN, diminuindo a possibilidade de ocorrência de perturbações de grande porte ou restringindo a área de abrangência dessas perturbações. Os operadores independentes do sistemas, com o objetivo de garantir a estabi- lidade dos sistemas elétricos, projetam SEP capazes de cortar carga, redespachar geração e alterar a topologia da rede a fim de manter a integridade da maior parte da rede sob sua responsabilidade. O corte de geração é realizado para amenizar o im- pacto de distúrbios que afetam os equipamentos em dois possíveis cenários: cenários onde as unidades geradoras das usinas sobrecarregam algum elemento remanescente 30 de uma contingência ou nos casos em que as unidades geradoras tratadas não são capazes de desacelerar
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