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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/282852623 Avaliação da Confiabilidade de Sistemas de Potência no Âmbito do Planejamento da Operação Research · October 2015 DOI: 10.13140/RG.2.1.3203.1440 CITATION 1 READS 472 3 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: POWER SYSTEMS EDUCATION IN BRAZIL View project POWER SYSTEM PERFORMANCE AND INDICES View project Marcus Theodor Schilling Universidade Federal Fluminense 272 PUBLICATIONS 1,370 CITATIONS SEE PROFILE Milton Brown Do Coutto Filho Universidade Federal Fluminense 99 PUBLICATIONS 1,215 CITATIONS SEE PROFILE Julio Cesar Stacchini de Souza Universidade Federal Fluminense 57 PUBLICATIONS 577 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Marcus Theodor Schilling on 14 October 2015. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/282852623_Avaliacao_da_Confiabilidade_de_Sistemas_de_Potencia_no_Ambito_do_Planejamento_da_Operacao?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/282852623_Avaliacao_da_Confiabilidade_de_Sistemas_de_Potencia_no_Ambito_do_Planejamento_da_Operacao?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/POWER-SYSTEMS-EDUCATION-IN-BRAZIL?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/POWER-SYSTEM-PERFORMANCE-AND-INDICES?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Marcus_Schilling?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Marcus_Schilling?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Federal_Fluminense?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Marcus_Schilling?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Milton_Brown_Do_Coutto_Filho?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Milton_Brown_Do_Coutto_Filho?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Federal_Fluminense?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Milton_Brown_Do_Coutto_Filho?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Julio_Cesar_Stacchini_De_Souza?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Julio_Cesar_Stacchini_De_Souza?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade_Federal_Fluminense?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Julio_Cesar_Stacchini_De_Souza?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Marcus_Schilling?enrichId=rgreq-98b387beffe52174b732e86531da9eff-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4Mjg1MjYyMztBUzoyODQ1Mjg1Nzc5MjUxMjBAMTQ0NDg0ODMwNzA4Mg%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf 1 Resumo—Este artigo apresenta o procedimento de cálculo numérico da confiabilidade preditiva probabilística, atualmente utilizado no Brasil pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no âmbito do planejamento da operação do sistema elétrico nacionaL, conforme as diretrizes emanadas do órgão regulador (ANEEL). Palavras-Chave—confiabilidade, adequação, métodos probabilísticos, procedimentos, planejamento da operação. I. INTRODUÇÃO m vários países a aplicação de métodos probabilísticos em sistemas de potência vem apresentando gradual crescimento, a despeito de alguns óbices naturais [1-5]. A literatura [6,7] mostra que já no ano de 1934 e posteriormente em 1947, foram propostas aplicações pioneiras relacionadas ao problema de cálculo de reserva de capacidade de geração. Entretanto, as avaliações probabilísticas da transmissão e a denominada análise composta vêm apresentando uma evolução mais vagarosa. No Brasil, a análise probabilística de confiabilidade ganhou forte impulso somente a partir de 1982, quando foi criado o Subgrupo de Confiabilidade (SGC), extinto em 1999, por força da reestruturação do setor elétrico brasileiro. São bem conhecidos os fatores [8] historicamente causadores da baixa velocidade de difusão das metodologias probabilísticas, aplicadas na operação ou planejamento de sistemas elétricos, quais sejam: (a) inexistência, má qualidade ou dificuldade de acesso às estatísticas de desempenho e/ou fenômenos de interesse (i.e. carência de banco de dados estatísticos); (b) dificuldade de processamento computacional eficiente; (c) dificuldade de interpretação de resultados probabilísticos, carência de critérios probabilísticos referenciais de diagnose e resistência ou receio de uso da análise de riscos como instrumento gerencial eficaz de decisão; (d) dificuldades relacionadas à terminologia, conceitos e teoria, hipóteses de modelagem e procedimentos de cálculo. A elaboração deste artigo foi parcialmente viabilizada pelo CNPq e a FAPERJ/PRONEX. Prof. Schilling (schilling@ic.uff.br) e Prof. Stacchini (julio@ic.uff.br) atuam no Depto. de Eng. Elétrica e no Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense. Prof. Brown (mbrown@ic.uff.br) atua no Instituto de Computação No Brasil, o primeiro obstáculo (a) começou a ser convenientemente tratado somente a partir de 1985, porém apenas em 2006 foram alcançados resultados satisfatórios [9], que refletem o desempenho estatístico real do sistema brasileiro e respaldam os resultados oriundos do cálculo numérico da confiabilidade.O segundo obstáculo (b) foi superado paulatinamente ao longo dos anos [10-12]. Dispõe-se hoje, no Brasil, de aplicativos computacionais que viabilizam a avaliação probabilística da adequação do sistema geração/transmissão do País, de forma realista. O sistema elétrico brasileiro apresentava em Dezembro de 2006 um total de 86 229 km de linhas de transmissão nas tensões 230, 345, 440, 500, 525, denominadas como rede básica (RB), representada por 803 ramos. Existem ainda linhas nas tensões 765 kV AC e ±600 kV DC. O sistema tinha da ordem de 409 usinas, com capacidade de geração instalada de 87 000 MW, para atender 60 389 MW de ponta de carga. Dispunha-se de 196 763 MVA de capacidade de transformação, representada por 149 transformadores de malha (TM) e 695 tranformadores de fronteira (TF). A classe dos transformadores de malha engloba aqueles cuja menor tensão terminal é ≥ 230 kV. A classe dos transformadores de fronteira engloba aqueles nos quais a maior tensão é ≥ 230 kV e a segunda menor tensão é inferior a 230 kV. Os demais transformadores do sistema são transformadores de distribuição (TD). A topologia do sistema completo é representada por 3684 barras e 4627 ramos de todas as tensões, sendo 2991 linhas e 1636 transformadores. O terceiro obstáculo (c) também vem sendo superado [13- 28], concomitantemente com a crescente aplicação prática rotineira da análise de confiabilidade (adequação) em diversas empresas, órgãos governamentais e universidades do País. Entre estes, pode-se destacar, no Brasil, o Operador Nacional do Sistema Elétrico-ONS [29], a Empresa de Pesquisa Energética-EPE [30] e várias universidades (UNIFEI, COPPE/UFRJ, UFMA, UFSC, UNESP, UFF). A grande maioria das aplicações ocorre envolvendo os horizontes de planejamento de médio e longo prazos, cobrindo entre dois e quinze anos à frente. Não obstante, foram recentemente realizados os primeiros estudos de confiabilidade probabilística no âmbito da operação de curto prazo, nos horizontes mensal, quadrimestral e anual [31]. Deve-se destacar que a difusão do uso da análise probabilística de confiabilidade no Brasil também vem sendo facilitada através do relacionamento entre avaliações combinando os custos de Avaliação da Confiabilidade de Sistemas de Potência no Âmbito do Planejamento da Operação M. Th. Schilling, M. B. Do Coutto Filho, J. C. Stacchini de Souza E SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 2 interrupções ocorridas no sistema brasileiro [32] e o cálculo de expectâncias de energia não servida, viabilizado via programa computacional [33]. Quanto ao quarto obstáculo (d), também registra-se no Brasil longa trajetória envolvendo formação de pessoal nas empresas, universidades e centros de pesquisa, visitas de reconhecidos especialistas (e.g. Prof. R. Billinton, Prof. R.N. Allan, Prof. C. Singh, Prof. J. Endrényi, Dr. Anders, Mr. D. Reppen ), realização de cinco seminários nacionais (SECON), um congresso internacional de confiabilidade (4th. PMAPS, 1994 [34]) e a formação de diversos grupos de trabalho. Essas atividades, realizadas no período entre 1982 e 2007, permitiram a consolidação legal dos procedimentos de cálculo, finalmente autorizados [35] pela agência reguladora nacional (ANEEL), e que serão comentados neste artigo. Estes procedimentos refletem fielmente a prática atual do operador do sistema elétrico brasileiro. Espera-se que este registro tenha utilidade comparativa em relação às práticas de outras empresas do Brasil e outros países [17-28]. II. TIPOLOGIA DE ESTUDOS E PREMISSAS Os estudos de confiabilidade abrangem vasto universo de possibilidades, o que sugere a proposição de uma taxionomia visando uma melhor compreensão dos resultados obtidos. As atividades atualmente relacionadas à monitoração da confiabilidade do sistema elétrico brasileiro, sob o ponto de vista preditivo probabilístico, são classificadas em duas categorias, a saber: (i) estudos regulares: realizados rotineiramente a cada ano; (ii) estudos especiais: realizados sob demanda ad-hoc. A. Estudos regulares Os estudos regulares não contemplam a modelagem de incertezas no parque gerador. Compreendem três subtipos: (a) O denominado estudo referencial do sistema brasileiro, que concerne a aferição dos níveis de confiabilidade preditiva probabilística sob contingências simples, via enumeração, para o sistema de transmissão, representativo da rede básica (RB) brasileira, incluindo também as linhas de 765 kV. Todos esses componentes (num total de 803 + 844 = 1647 ramos, situação em Dezembro 2006) estão sujeitos às incertezas usuais, inerentes aos sistemas de transmissão. Nesses estudos, são avaliados apenas os patamares de carga pesada, previstos para um conjunto seqüencial de topologias estabelecidas no plano de ampliações e reforços na rede nacional, ajustadas para um ponto de operação considerado adequado. O objetivo de tais estudos é a análise da evolução temporal dos riscos estáticos globais da rede nacional. (b) Os estudos de avaliações regionais por tensão referem- se à aferição, em separado, dos níveis de confiabilidade preditiva probabilística sob contingências simples, via enumeração, para os subsistemas de transmissão das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, representativos das tensões nominais de operação de 230, 345, 440, 500, 525 e 765kV, o que inclui linhas de transmissão, transformadores de malha e de fronteira desses subsistemas. O objetivo desses estudos é a comparação e identificação de debilidades regionais. (c) Os estudos de avaliações por classe de elementos são análogos aos de avaliações referenciais do item (a). Entretanto, são realizados três processamentos em separado, via enumeração simples, quais sejam: somente para contingências simples em linhas de transmissão; somente para contingências simples em transformadores de malha; e somente para contingências simples em transformadores de fronteira. O objetivo de tais estudos é a identificação das parcelas de responsabilidades das diferentes classes de elementos no montante de risco estático global. B. Estudos especiais A qualquer tempo, os estudos denominados como especiais podem passar a ter um caráter regular, por motivos de conveniência gerencial. Cada estudo identificado como especial tem suas especificidades que, quando da sua execução, devem ser citadas. Listam-se, a seguir, alguns dos estudos classificados, no Brasil, como especiais, consoante [35]. (d) Estudos especiais de transmissão com espaço probabilístico idêntico àquele adotado nos estudos regulares (i.e sem incertezas na geração) e com os seguintes condicionantes adicionais: Avaliações idênticas ao item (a), porém enfocando patamares únicos, independentes, de cargas média, leve e minima (enumeração simples); Avaliação idêntica ao item (a), porém enfocando combinação de patamares de carga, ponderados por suas respectivas probabilidades (enumeração simples); Avaliação idêntica ao item (a), porém abrangendo apenas a parcela de rede básica associada aos estados da federação (enumeração simples); Avaliação idêntica ao item (a), porém para pontos de operação que refletem cenários específicos de intercâmbios entre área elétricas, distintos daqueles tomados como referência (enumeração simples); Avaliação do item (a), porém via simulação Monte Carlo. (e) Estudos especiais de transmissão com espaço probabilístico aumentado em relação àquele adotado nos estudos regulares, sem incertezas na geração e com os seguintes condicionantes adicionais: Avaliações semelhantes ao item (a), porém representando incertezas na rede básica e na rede não básica (RñB é parcela da topologia que não é considerada como rede básica). Essas avaliações são realizadas por enumeração simples de todo o espaço de estado e também separadamente, discriminando por segmento RB, RñB; Avaliação do item precedente viasimulação Monte Carlo; Avaliação semelhante ao item (a), porém representando incertezas somente na rede não básica (enumeração simples); Avaliação do item precedente, via simulação Monte Carlo. (f) Estudos especiais com espaço probabilístico aumentado em relação àquele adotado nos estudos regulares, com incertezas na geração (confiabilidade composta [36]): Avaliações semelhantes ao item (a), com incertezas na rede básica e no parque gerador (enumeração simples e enumeração discriminando RB e apenas parque gerador); SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 3 Avaliação do item precedente via simulação Monte Carlo; Avaliação semelhante ao item (a), com incertezas nas redes básica, não básica e no parque gerador (enumeração simples e enumeração discriminando RB, RñB, sistema de transmissão e parque gerador); Avaliação do item precedente via simulação Monte Carlo. (g) Estudos especiais considerando outros aspectos particulares não tratados nas avaliações anteriores. C. Abrangências temporais Para um dado período de tempo predefinido, a perspectiva temporal da análise de confiabilidade via adequação, ou seja, focada unicamente no regime permanente, é apreendida, separada ou conjuntamente, através de: (i) variações topológicas; (ii) variações na carga; (iii) variações nas fontes primárias de energia ocorridas no período de interesse. A rigor, podem-se ainda considerar (iv) fenômenos de solicitação ambiental atuantes sobre um dado sistema como, por exemplo, a evolução de tormentas ou ventanias, ou ainda a influência do envelhecimento [37]. As variações temporais topológicas representam alterações no sistema ao longo do tempo decorrentes de ampliações, reforços ou expansões, ou ainda, de mudanças de estratégias operativas, como por exemplo, manutenções, reconfigurações, etc. As variações temporais da curva de carga tratada na análise de adequação podem ser relacionadas a horizontes de tempo distintos, tais como a curva de carga diária, a curva mensal, a curva anual, etc. A representação de um único patamar de carga constante, durante todo o horizonte temporal da análise, constitui uma situação limite aproximada, usualmente de caráter pessimista. Na análise de confiabilidade de curtíssimo prazo, voltada para as aplicações da operação, o horizonte temporal de interesse pode situar-se nas 24 horas de cada dia. Na análise de confiabilidade voltada para os aspectos energéticos, um horizonte temporal usual é o ano, com uma discriminação mensal. As variações temporais relacionadas às fontes primárias de energia refletem, ao longo do tempo, as diferentes hidrologias do sistema, a sazonalidade do regime eólico, a variabilidade de preços dos combustíveis fósseis, entre outras variações. Tais variações são relevantes na análise de confiabilidade em função dos impactos nas políticas de despacho de geração e na política de manutenção. Nos casos dos estudos multiárea, a abrangência temporal de interesse situa-se geralmente nas 52 semanas do ano ou no cenário mensal. O denominado estudo referencial, citado no item (a), adota a evolução temporal topológica ano a ano da rede elétrica brasileira, para o regime de carga pesada e para o cenário de despacho utilizado na obtenção de cada um dos próprios casos de referência. A caracterização de um dado cenário de despacho é feita pela descrição dos fluxos nas interligações entre áreas, previamente definidas. D. Modos de falha Atualmente no Brasil apenas dois modos de falha são analisados nos estudos de confiabilidade probabilística: (i) modo de falha de continuidade; (ii) modo de falha de adequação. O primeiro está associado à existência ou inexistência de tensão em pontos de medição, à continuidade de suprimento, à ocorrência de ilhamentos, à presença de déficits de geração, etc. Esse modo de falha é mensurado por indicadores eminentemente topológicos e estacionários. O segundo indica a ocorrência de sobrecargas em circuitos, violações de tensão, violações de geração de potência reativa nas barras de geração, violações de potência ativa nas barras de referência, violações de intercâmbios entre áreas, etc. O modo de falha de segurança, sob enfoque probabilístico, associado a fenômenos dinâmicos, ainda não é tratado de forma regular nas empresas do Brasil. E. Índices de confiabilidade mais utizados no Brasil O índice de confiabilidade probabilística atualmente mais utilizado nas empresas do Brasil é a severidade, mensurado em sistema-minuto [38]. Outros índices tradicionais [39-47] também são calculados sob diferentes agregações espaciais tais como: probabilidade de perda de carga (PPC), expectância de potência não suprida (EPNS) e freqüência de perda de carga (FPC). Os indicadores expectância da energia não suprida (EENS), número de horas de déficit de potência (NHD), duração de perda de carga (DPC), severidade (Sev) resultam da manipulação adequada dos indicadores anteriormente citados. O indicador probabilidade de problema no sistema (PPS) resulta de uma contabilização direta das incertezas relacionadas aos estados com modos de falha, antes da aplicação de medidas corretivas. Também é comum o cálculo aproximado dos custos de interrupção associados à expectância da energia não suprida [32,33]. III. DIRETRIZES DE MODELAGEM A. Modelagem das fontes primárias de energia No Brasil, a modelagem das fontes primárias de energia nos estudos de confiabilidade composta é considerada pela atribuição de probabilidades convenientes aos diferentes cenários de despacho possíveis. No estudo de referência, permite-se a livre variabilidade de despacho de certas unidades geradoras, nos limites inferiores e superiores de placa permitidos a cada uma delas, para fins de eliminação de violações dos casos-base de confiabilidade. Assim, o despacho do caso-base de confiabilidade é, em princípio, tratado com probabilidade unitária, ou seja, o panorama energético que origina esse despacho também tem probabilidade unitária. Nessa perspectiva, as fontes primárias não contribuem para o espaço probabilístico de estados usados no estudo de referência. B. Modelagem dos fenômenos de solicitação ambiental No estudo de referência, não são modeladas solicitações ambientais de qualquer natureza e, por conseguinte, esses SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 4 fenômenos não contribuem para a composição do espaço probabilístico de estados. C. Modelagem do parque gerador No estudo de referência, as unidades geradoras são representadas deterministicamente e de forma individualizada, ou seja, não são consideradas falhas nas unidades geradoras. Nessa hipótese, o parque gerador, embora representado em sua plenitude, não contribui para a formação do espaço probabilístico de estados. Os compensadores estáticos são convertidos em síncronos equivalentes e também tratados de forma determinística. D. Modelagem da transmissão A modelagem estocástica da topologia compreende a representação de nós e ramos. A modelagem dos nós visa refletir os riscos oriundos das falhas em subestações. A modelagem dos ramos permite representar o impacto das falhas nos elementos longitudinais e transversais da rede. Na avaliação de referência, são representadas todas as linhas e transformadores incluídos nos casos-base de fluxo de potência de referência. Entretanto, são atribuídas incertezas apenas aos elementos da rede básica (RB). O tratamento dessas incertezas baseia-se na modelagem clássica de cadeias de Markov com dois estados, com todos os condicionantes tradicionais, tais como intensidades de transições constantes, ausência de fenômenos de envelhecimento, regeneração, tendências e correlações. Os elementos da transmissão são classificados em três categorias, a saber: linhas de transmissão (LT), transformadores de malha (TM) e transformadores defronteira (TF). Todas as categorias são discriminadas por níveis de tensão. No estudo de referência, as linhas de corrente alternada são tratadas através de modelos Markovianos, com dois estados representando as situações de sucesso e de falha da linha, relacionados a parâmetros numéricos indicadores das taxas de falha, em ocorrências por ano, e de tempos médios de reparo, em horas. Nesse contexto, todas as linhas da rede básica contribuem para a formação do espaço de estados. Todas as demais linhas da rede não básica (e.g. 138, 88, 69, 44, 34.5, 13.8 kV) são tratadas de forma determinística. No estudo de referência, os 2 elos de corrente contínua do sistema brasileiro são representados de forma determinística por injeções de potência equivalentes associadas a gerações fictícias. Assim, nenhum componente ou fenômeno associado aos elos contribui na composição do espaço de estados ou na composição dos recursos de controle do sistema. A modelagem estocástica de transformadores de dois enrolamentos não apresenta particularidades, mas a modelagem de transformadores de três enrolamentos exige, em princípio, um tratamento adequado dos dados de desempenho do equipamento já que há necessidade da representação de barramento e ramos fictícios. Assim, eventos relacionados a defeitos que ocorram no terciário podem ou não, dependendo dos objetivos do analista, demandar a representação de seus efeitos no espaço de estados. No estudo de referência, os transformadores de dois enrolamentos de malha e de fronteira também são tratados através de modelos Markovianos com dois estados representando as situações de sucesso e falha do equipamento, relacionadas a parâmetros numéricos indicadores das taxas de falha, em ocorrências por ano, e de tempos médios de reparo, em horas. Embora as unidades geradoras sejam individualizadas, os transformadores elevadores, quando presentes, não são submetidos ao mesmo tratamento que os demais transformadores. Os transformadores elevadores e os transformadores fora da rede básica são tratados deterministicamente. No caso dos transformadores elevadores, a atribuição de incertezas ocorre somente nas raras situações nas quais tais transformadores são enquadrados como sendo de fronteira. Os transformadores defasadores são convertidos em elementos série fictícios aos quais são atribuídos os parâmetros estocásticos convenientes. Os transformadores de três enrolamentos de malha e de fronteira também são tratados através de modelos Markovianos com dois estados representando as situações de sucesso e falha do equipamento, relacionadas a parâmetros numéricos indicadores das taxas de falha, em ocorrências por ano, e de tempos médios de reparo, em horas. Entretanto, nesse caso, a incerteza é atribuída somente ao ramo conectado à maior tensão do equipamento. Em resumo: no contexto do estudo de referência, todos os transformadores de malha e de fronteira contribuem na formação do espaço de estados probabilísticos. A modelagem de interligações é um caso particular da modelagem de ramos longitudinais e admite níveis variados de detalhamento, em função dos objetivos da análise, que devem ser descritos em cada situação. No caso particular dos estudos operacionais multiárea, é usual atribuir incertezas apenas aos elementos — linhas e transformadores — que definem as interligações. No estudo de referência, as interligações são modeladas com incertezas e o tratamento é o mesmo dado às demais linhas e transformadores. Nesse estudo, os intercâmbios não são tratados como variáveis de controle. Para a avaliação de referência devem ser especificados todos os limites de carregamento para operação normal de todas as linhas CA e transformadores componentes da rede básica, que são monitorados para fins de detecção de violações no caso-base de confiabilidade. Quando em regime de contingências, a monitoração também é realizada com os limites normais de carregamento. A monitoração, sob contingências, dos limites de emergência, quando tais limites são informados, enquadra-se na categoria de estudo especial. Finalmente, os demais elementos longitudinais da topologia — capacitores série, capacitores série controlados a tiristor (CSCT), reatores série fictícios — são tratados de forma determinística. Em particular, o CSCT é convertido num capacitor fictício equivalente. A modelagem estocástica de ramos transversais (capacitores e reatores) também é relevante para estudos de confiabilidade. Porém no estudo de referência, nenhum desses elementos contribui na composição do espaço probabilístico de estados. SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 5 Quando necessário, a influência das falhas desses elementos no nível de risco do sistema também pode ser avaliada indiretamente por manipulações adequadas de vinculações e uma seqüência de procedimentos especialmente estruturada. No estudo de referência, a topologia nodal (i.e. a modelagem dos arranjos de subestações) não é explicitamente tratada. Entretanto, a influência das falhas das subestações é parcialmente refletida nos parâmetros das linhas de transmissão, em virtude da própria metodologia de coleta desses parâmetros. Para a avaliação de referência, devem ser especificados os limites superiores e inferiores permissíveis para as excursões dos níveis de tensão dos barramentos, tanto em regime normal como sob emergência. Os valores em regime normal são monitorados para detecção de violações para fins de ajustes do caso base de confiabilidade. Os valores em regime de emergência são monitorados para fim de detecção de violações sob regime de contingências. No estudo de referência, não são consideradas as falhas de modo comum da transmissão, as falhas simultâneas dependentes da transmissão, nem as vinculações oriundas de esquemas de controle de emergência, proteção e instruções de operação, tais como transferências de cargas, desligamento de cargas, reconfiguração da rede com desligamentos de linhas, de reatores, de capacitores, desligamento ou acionamento de geradores, seccionamento de barras, etc. E. Modelagem do sistema de distribuição No estudo de referência, a parcela do sistema de distribuição, quando representada, é tratada de forma determinística. F. Modelagem da carga A modelagem da carga para estudos de confiabilidade admite uma grande riqueza de enfoques. Em virtude dessa variedade de tratamentos possíveis, é necessária a menção explícita a cada tópico, com a respectiva alternativa de tratamento adotada ou não. (a)Tratamento conceitual. No Brasil, é usual a especificação da carga das seguinte formas: (i) composição de componentes de potência ativa (MW) e reativa (Mvar); (ii) representação por meio de valor de potência aparente (MVA) e fator de potência; (iii) modelagem por meio de um montante de energia associada (MWh). No estudo referencial, a carga é tratada pelo par de valores de potência ativa e reativa. (b) Correlações espaciais. São reconhecidas as correlações estatísticas entre cargas que envolvem conjuntos de barramentos, áreas, submercados. Entretanto, na avaliação de referência, o fenômeno da diversidade não é considerado, ou seja, considera-se que todas as cargas do sistema têm comportamentos conformes. (c) Correlações climáticas e temporais. No Brasil, os métodos de previsão do valor da carga contemplam fatores diversos, tais como, medidas de temperatura, pluviométricas, de umidade, de luminosidade, levando em conta aspectos sazonais de curto, médio e longo prazos, indicados, respectivamente em horas e/ou dias, semanas e/ou, meses e anos. Nos estudo de referência, as influências ambientais não são modeladas e o horizonte de previsão é o ano. (d) Evolução temporal. A evolução da carga ao longo do tempo é afetada por fatores previsíveis de natureza socioeconômica – como tarifação, jogos, greves, eventos, pagamento de salário, hábitossociais de dias úteis e fins de semana, fraudes – e também pelo crescimento vegetativo ou retração. Usualmente, no Brasil, a curva de carga do ano é discretizada em patamares ordenados cronologicamente, a fim de viabilizar a contagem das freqüências e durações de residência em cada patamar. Esse tratamento permite a adaptação de modelos Markovianos ao comportamento temporal da carga. Os patamares obtidos são normalmente reduzidos a três ou quatro patamares de carga representando os regimes de cargas pesada, média, leve e mínima. Nas avaliações de referência, não são modelados aspectos particulares de cunho socioeconômico. A carga prevista é considerada estacionária, ou seja, de tendência nula, limitando-se ao patamar de carga pesada. (e) Agregação espacial. A carga pode ser agregada em pontos de consumo que abrangem vários barramentos em diferentes níveis de tensão, relacionados às malhas de subtransmissão e distribuição. O valor global da carga também pode ser partilhado por estados, empresas e regiões. No estudo de referência, a agregação da carga é a mesma usada nos estudos convencionais de fluxo de potência, usualmente em barramentos de 13.8, 34.5, 69 e 138 kV. Embora mais raramente, outros níveis de tensão mais elevados também comportam a conexão de cargas, geralmente representativas de grandes consumidores ou de cargas especiais. (f) Segmentos de consumo. No Brasil, a classificação tradicional da carga reconhece a presença de consumidores residenciais, comerciais, industriais, iluminação pública, agronegócio, tração elétrica, etc. Sabe-se que o tratamento desses segmentos é fundamental [33] quando há necessidade da avaliação rigorosa das estimativas de custos de interrupção intempestiva de fornecimento de energia elétrica. Não obstante, na avaliação de referência, não é realizada uma discriminação entre os diversos segmentos, por limitação da ferramenta computacional usada e por dificuldade de acesso a dados. (g) Administração de cargas. Em várias situações, é conveniente tratar a carga como variável de controle induzido por meio da caracterização de parcelas contratualmente interruptíveis ou através de incentivo público (via apelo pela mídia de redução controlada de tensão, de modulação tarifária ou de cortes regulatórios). No estudo de referência, a administração da carga não é modelada. (h) Modelagem do fenômeno físico. Na avaliação de referência, o fenômeno físico é modelado apenas na perspectiva estática, e o uso de cargas modeladas como funcionais da tensão, é admitido, quando necessário. Assim, a grande maioria das cargas do sistema brasileiro é modelada como potência constante. Entretanto algumas cargas da região N/NE do Brasil impõem uma modelagem como funcional da SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 6 tensão. (i) Modelagem de incertezas. No estudo de referência, o patamar de carga pesada é modelado deterministicamente, ou seja, a carga não contribui para a formação do espaço probabilístico de estados. O tratamento probabilístico da carga é considerado um estudo especial (vide seção II B-d). G. Modelagem de práticas operativas diversas Diversos aspectos associados à operação dos sistemas de potência são reconhecidamente relevantes para a avaliação da confiabilidade probabilística (e.g. modelagem da manutenção, reserva de transformação, reserva girante, esquemas especiais de proteção, reconfigurações topológicas tais como seccionamento de barramentos, etc). Dentre estas, somente a reserva de ampacidade de linhas e transformadores é considerada (de forma indireta) no estudo de referência do sistema brasileiro. Para tanto são informados os valores de carregamento em regimes normal e de curta duração para as linhas e transformadores do sistema. IV. REPRESENTAÇÃO DE INCERTEZAS No estudo de referência, a técnica adotada para a atribuição de incertezas às linhas de transmissão do sistema brasileiro baseia-se na estimação dos comprimentos das mesmas, combinada com os valores [9] da Tabela I. A estimação do comprimento aproximado ℓ das linhas de transmissão em km é realizada por ℓ = 7.8 (X.B)1/2 , onde X é a reatância da linha em % e B é a susceptância da linha em Mvar. Esse artifício produz bons resultados, salvo no caso de cabos subterrâneos. A técnica adotada para a atribuição de incertezas aos transformadores baseia-se na tensão mais elevada do equipamento e com enfoque na função transformação (i.e. os equipamentos não são tratados de forma individualizada), de acordo com a Tabela I. Como já foi enfatizado, no estudo de referência, as incertezas para os geradores não são consideradas. Entretanto, para os estudos especiais mencionados na seção (II.B.f), utilizam-se os dados da Tabela II [9,48]. TABELA I DESEMPENHO ESTATÍSTICO DE LINHAS E TRAFOS NO BRASIL Linhas Transformadores Tensão (kV) Taxa de Falha λ oc/km.ano Tempo Médio Reparo (h) Taxa de Falha λ oc/ano Tempo Médio Reparo (h) 69 3,1949 1,0142 0,2494 0,7835 138 0,0399 1,0144 0,6142 8,4360 230 0,0232 1,0114 0,7207 12,5366 345 0,0228 0,9107 0,7368 16,1616 440 0,0144 3,3770 0,5000 12,7187 500 0,0183 2,3547 0,5945 53,6546 525 0,0183 2,3547 0,5945 53,6546 765 0,0102 1,6525 0,3712 100,3958 V. SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL A técnica de simulação computacional atualmente utilizada no Brasil, pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, compreende duas etapas consecutivas: (i) pré-processamento para obtenção do denominado caso-base de confiabilidade; (ii) cálculo numérico da confiabilidade propriamente dita. TABELA II DESEMPENHO ESTATÍSTICO DE UNIDADES GERADORAS NO BRASIL Tipo Potência Máxima (MW) Taxa de Falha λ oc/ano Tempo Médio Reparo (h) Hidráulica 29 1,6240 2,2343 Hidráulica 59 1,7599 26,8038 Hidráulica 199 1,8692 35,5347 Hidráulica 499 1,3286 17,3235 Hidráulica (Itaipu) 720 0,7822 10,6000 Fóssil 59 1,5806 43,4498 Fóssil 89 6,7605 20,1920 Fóssil 129 5,5811 47,7132 Fóssil 199 27,2429 44,2066 Fóssil 389 0,4765 23,1450 Gerador Síncrono 500 0,8154 91,5997 Compensador Estático 500 5,1204 7,7193 Eólica 0,5 2,5000 136,000 A. Pré-processamento O objetivo da etapa denominada pré-processamento é a criação de um registro num arquivo histórico de confiabilidade, que contenha o caso-base de confiabilidade, ou seja, um arquivo que apresenta um caso de fluxo de potência convergido e sem violações e que agrega, ainda, dados adicionais específicos para o processamento posterior da etapa de confiabilidade. Esses dados adicionais compreendem, por exemplo, as informações sobre os limites normais e de emergência de tensão e carregamento dos circuitos, eliminação dos eventuais subsistemas isolados resultantes do tratamento dos elos CC, ajustes no parque gerador e eventuais relaxamentos preestabelecidos de limites de tensão e de carregamento. O detalhamento dos procedimentos usados será descrito na próxima seção a seguir. B. Obtenção do caso-base de confiabilidade A obtenção do caso-base de confiabilidade deve ser realizada individualmente para cada cenário, isto é, para cada patamar de carga. O chaveamento adequado dos equipamentos de controle é uma condição fundamental para a consistência dos índices a serem obtidos: para o estudo de referência, em carga pesada, essa exigência é, em geral, inócua, dadas as peculiaridades da rede brasileira; nos estudos que envolvem os regimes de cargas média e leve, a observação das corretas conexões de reatores e capacitores é relevante (capacitores são desconectados, reatores são ligados). Para obtenção do caso-base de confiabilidade do estudo de referência, o único modo de falha relevante é o de adequação que compreende violações dos limites normais permitidos para as tensões, violações dos limites normais permitidos para os carregamentos de linhas e transformadores, ambos sob o enfoque de corrente. Nesta etapa o modo de falha de continuidade nãoé relevante porque no caso-base não há contingências de qualquer espécie. Visando a eliminação de violações do caso-base permite-se tanto o redespacho de potência ativa como o redespacho de potência reativa, salvo para as usinas térmicas que têm seu despacho fixo e idêntico àquele do caso de fluxo de potência inicial. Com essa diretriz, o risco de referência está associado SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 7 a um ponto de operação distinto do ponto de operação do caso de fluxo de potência original. Isso ocorre porque os casos de fluxo de potência oriundos das equipes de planejamentos nem sempre são completamente isentos de violações (apenas na situação em que se deseja avaliar o denominado risco operacional- vide seção VI-C, o redespacho de potência ativa é inibido, a fim de manter inalterado o fluxo nas interligações). Permite-se também a variação das derivações dos transformadores, respeitados seus limites e, em última instância, o corte de carga mínimo, calculado via algoritmo ótimo de pontos interiores [11]. A modelagem das usinas é realizada de forma individualizada por unidade geradora, com um despacho compatível com aquele especificado no caso-base do fluxo de potência original. No estudo de referência, atenção especial deve ser dada aos despachos realizados nas duas usinas nucleares do sistema brasileiro, os quais devem ser iguais aos despachos do caso-base de fluxo de potência utilizado. Todas as usinas térmicas e as pequenas centrais hidroelétricas não despachadas centralizadamente pelo operador independente têm as suas gerações de potência ativa fixas. O limite inferior de geração de potência ativa das unidades geradoras é respeitado, caso conhecido, ou tomado como nulo, caso não haja dado específico. A capacidade superior da geração de cada barra é determinada com base no critério da inércia mínima, prioritariamente, para um dado montante de geração ativa, seguido do montante de geração reativa. As usinas julgadas como não despacháveis por razões operativas devem ser claramente explicitadas nas premissas do estudo em questão. Nas situações nas quais os limites de geração de potência reativa não são especificados nos casos de fluxo de potência, devem ser adotados os limites associados aos valores correspondentes aos fatores de potência 0,9 (sobreexcitação) e 0,95 (subexcitação). Por região de controle ou influência entende-se o conjunto de regiões ou áreas do sistema cujos recursos disponíveis são utilizados quando da eliminação de violações operativas [11]. Os recursos possivelmente disponíveis incluem redespacho de potência ativa, alterações nas derivações dos transformadores com comutação sob carga e alterações em tensões de barras controladas. Nenhum desses controles localizados fora da região de controle especificada é utilizado, ou seja, os despachos das unidades geradoras, as derivações dos transformadores e as tensões em barras controladas são mantidas conforme o caso de fluxo de potência original. O corte de carga também é considerado um controle de última instância para eliminação de violações e somente é realizado nos barramentos pertencentes à região de controle. No estudo de referência, todas as áreas elétricas do sistema brasileiro são tratadas como região de controle. Por região de monitoração ou de interesse entende-se o conjunto de regiões ou áreas do sistema cujas grandezas especificadas são monitoradas, o que inclui fluxos em circuitos de transmissão, tensões em barramentos e geração de potência ativa e reativa [11]. Portanto, grandezas fora dessa região não são contabilizadas; ou seja elas podem apresentar violações que não são identificadas e, conseqüentemente, não serão eliminadas. Os índices de confiabilidade são contabilizados apenas para os cortes de carga em barramentos pertencentes à região de monitoração. No Brasil, o ONS adota que essa região seja sempre um subconjunto da região de controle. Cabe porém notar que se a região de monitoração for menor que a região de controle, podem ocorrer cortes de carga em barramentos externos à região de monitoração, que não serão contabilizados no cálculo dos índices de confiabilidade. No Brasil esse problema é contornado pelo ONS fazendo-se a coincidência entre as regiões de controle e monitoração. O sistema sob análise deve ser inicialmente submetido a um processamento do algoritmo de Newton-Raphson completo, com todos os controles tradicionais ativados. Na hipótese de obtenção de uma solução sem violações, essa será tomada como caso-base de confiabilidade. Se houver violação de tensão, de carregamento ou de limites de geração, as seguintes ações devem ser encetadas, em ordem decrescente de preferência: (a) ajustes no caso-base de fluxo de potência devem ser realizados com o objetivo de eliminar manualmente todas as violações, com o intuito de explorar a experiência do analista; (b) quando a ação anterior não for factível, as violações devem ser tentativamente eliminadas de forma automática, através de um processamento de algoritmo de fluxo de potência ótimo com função objetivo que visa ao mínimo corte de carga. A solução eventualmente obtida será submetida a um critério de validação (no Brasil, o ONS considera que a solução oriunda do processamento do algoritmo de fluxo ótimo é considerada válida se o montante de corte de carga em MW não exceder, em princípio, 0,5 % do montante da carga total do sistema), cujo resultado, se aceito, será tomado como caso-base de confiabilidade); (c) Em situações extremas, quando a ação anterior se revela incapaz de fornecer uma solução adequada, permite-se o relaxamento progressivo das restrições de carregamento e de tensão do sistema; Em consonância com o modo de falha de adequação, a monitoração é realizada sobre os valores dos limites normais dos carregamentos, sob enfoque de corrente, de linhas e transformadores, limites normais de tensão em barramentos de carga com carga, limites de geração de potência reativa das unidades geradoras e limites de geração ativa e reativa das barras de referência do sistema. C. Composição do espaço probabilístico de estados Como é sabido, a composição do espaço probabilístico de estados tem extrema influência nos valores numéricos dos índices de confiabilidade. Por esse motivo, é quase inútil o simples fornecimento de índices de confiabilidade sem a prévia descrição rigorosa da composição do espaço probabilístico de estados sobre o qual os mesmos índices são gerados. No estudo de referência para o sistema brasileiro, o espaço probabilístico de estados é composto pelo conjunto de todas a linhas de transmissão CA da rede básica (atualmente os elos CC ainda são tratados deterministicamente), todos os SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 8 transformadores de malha e todos os transformadores de fronteira. Espaço de estados distintos dessa configuração caracterizam estudos especiais (vide seção II-B). D. Cálculo numérico da confiabilidade A etapa de cálculo numérico da confiabilidade pressupõe a existência de um arquivo que contenha um caso-base de fluxo de potência, convergido e sem violações: trata-se do caso-base de confiabilidade, obtido na etapa de pré-processamento, descrita anteriormente (vide seção V-B). Conceitualmente, o cálculo da confiabilidade compreende três etapas, cujas diretrizes são apresentados a seguir: (a) Seleção de estados operativos do sistema: a seleção de um conjunto de estados operativos do sistema, pode ser realizada por enumeração explícita ou via técnica de Monte Carlo. No estudo de referência, essa seleção é feita por enumeração de uma lista de contingências de linhas de transmissão, transformadores de malha e transformadores de fronteira, exatamente coincidente com o espaço probabilístico de estados, anteriormente definido (1647 ramos emDezembro de 2006). Nas avaliações especiais, quando a seleção dos estados for realizada via técnica de Monte Carlo, as seguintes diretrizes devem ser observadas: número especificado de sorteios: 100.000 (um único lote); tolerâncias (coeficiente de variação) associadas à Probabilidade de Perda de Carga - PPC e Expectância de Potência não Suprida - EPNS: 3%; semente: 1513. (b) Análise dos estados operativos selecionados: deve ser verificado se o estado selecionado constitui um estado de sucesso (caso em que ele não apresenta nenhum modo de falha), ou estado de falha. Neste último caso tenta-se eliminar a falha com as medidas corretivas que representam os recursos operacionais do sistema. As diretrizes adotadas para a etapa de análise dos estados operativos selecionados são as seguintes: quanto aos modos de falha: para a avaliação de referência da confiabilidade, os modos de falha relevantes são o de continuidade, sob enfoque de ocorrência de ilhamentos e déficits de potência, e o de adequação, que compreende violações dos limites de emergência permitidos para as tensões e violações dos limites normais permitidos para os carregamentos de linhas e transformadores, ambos sob o enfoque de corrente. (No Brasil, a monitoração dos limites normais de carregamento, em situação de contingência, justifica-se por razões de natureza jurídico-legal e também porque se deseja que o sistema planejado apresente uma margem de manobra para a operação); quanto às medidas operacionais corretivas permitidas: para a avaliação de referência da confiabilidade, permite-se apenas o redespacho de potência reativa, ou seja, o redespacho de potência ativa é inibido; as unidades térmicas mantêm seus despachos fixos; são permitidos também a variação das derivações dos transformadores (respeitados seus limites), as alterações em tensões de barras controladas e, em última instância, o corte de carga mínimo, calculado via algoritmo ótimo de pontos interiores [11]; quanto aos recursos manobráveis do parque gerador: a modelagem das usinas é realizada de forma individualizada por unidade geradora, com um despacho compatível com aquele especificado no caso-base de fluxo de potência; no estudo de referência, atenção especial é dada aos despachos realizados nas duas usinas nucleares do sistema brasileiro, os quais devem ser compatíveis com os despachos dos casos base de fluxo de potência utilizados; todas as usinas térmicas e as pequenas centrais hidroelétricas não despachadas centralizadamente têm as suas gerações de potência ativa fixas; o limite inferior de geração de potência ativa das unidades geradoras é respeitado, caso conhecido, ou tomado como nulo, caso não haja dado específico; a capacidade superior da geração de cada barra é determinada com base no critério da inércia mínima, prioritariamente, para um dado montante de geração ativa, seguido do montante de geração reativa; as usinas julgadas como não despacháveis por razões operativas são claramente explicitadas; nas situações nas quais os limites de geração de potência reativa não são especificados nos casos de fluxo de potência, devem ser adotados os. limites associados aos valores correspondentes aos fatores de potência 0,9 (sobreexcitação) e 0,95 (subexcitação); quanto à definição da região de controle ou influência: no estudo de referência, todas as áreas elétricas do sistema são tratadas como região de controle ou influência; quanto à definição da região de monitoração ou de interesse: no estudo de referência, todas as áreas elétricas do sistema são tratadas como região de monitoração ou interesse; quanto à metodologia de cálculo numérico do ponto de operação sob contingências: no estudo de referência, o sistema em presença de contingências é avaliado por meio do processamento de um algoritmo de fluxo ótimo de potência com função objetivo que visa ao mínimo corte de carga, no qual se empregam todos os recursos liberados, incluindo, em última instância, o corte de carga; o fluxo nas interligações não é tratado como variável de controle; quanto à validação da análise do espaço de estados: no estudo de referência realizado para o sistema brasileiro, a avaliação do espaço de estados é considerada significativa se, em princípio, um máximo de até 3% de todas as contingências da lista predefinida não forem passíveis de processamento, com sucesso, pelo algoritmo de pontos interiores; quanto às grandezas monitoradas: em consonância com os modos de falha selecionados, a monitoração é realizada sobre os valores dos limites normais dos carregamentos sob enfoque de corrente de linhas e transformadores, dos limites em emergência de tensão em barramentos de carga com carga, dos limites de geração de potência reativa das unidades geradoras e dos limites de geração ativa e reativa das barras de referência do sistema; (c) Cálculo numérico dos índices de confiabilidade: no cálculo numérico dos índices de confiabilidade, contabilizam- SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 9 se todos os estados nos quais foi necessário o uso de medidas operativas com o objetivo de eliminar os modos de falha detectados. No estudo de referência, o valor da tolerância de probabilidade adotado para o processo de enumeração situa-se em 1,0 E-30 pu. Todos os indicadores de confiabilidade são apresentados, sempre que possível, com pelo menos dois algarismos significativos nas casas decimais, submetidos ao processo de arredondamento convencional. VI. DIAGNOSE DE RISCO PROBABILÍSTICO A. Critério de severidade No Brasil, o ONS adota a severidade como balizador de referência para a diagnose do risco preditivo probabilístico do sistema. A severidade [38] é um índice normalizado, dado pelo quociente da energia não suprida (MWh) pela ponta (MW) do sistema analisado e com o resultado convertido em minutos. Assim, ele exprime um tempo fictício de uma perturbação imaginária que seria necessária para acumular uma energia não suprida exatamente equivalente àquela calculada, se toda a carga do sistema fosse afetada. Trata-se de um índice que captura não apenas a habitualidade das falhas do sistema, mas também a gravidade e conseqüências das mesmas. É, portanto, um indicador relativo e que permite a comparação de sistemas de portes e naturezas distintas, advindo daí a sua origem e importância. A severidade é um dos poucos indicadores probabilísticos de curso internacional e que já dispõe de uma escala de valoração classificatória, com base logarítmica. O conceito que o embasa é o da classificação dos eventos de tal forma que cada escala é diferenciada da antecedente por uma ordem de grandeza. Outra grande vantagem da severidade como indicador de risco, advém da possibilidade de calculá-lo tanto para eventos pretéritos, como de forma preditiva. Cabe ressaltar que entre dois sistemas, o mais confiável é o que apresenta menor valor numérico de severidade. A Tabela II, adaptada para as condições do sistema brasileiro, mostra a hierarquia usada na classificação da confiabilidade do sistema via severidade. TABELA III CLASSIFICAÇÃO DO RISCO PELA SEVERIDADE USADA NO BRASIL Classificação Severidade S (sistema-minuto) Interpretação Comentário Grau 0 S < 1 favorável condição operativa de baixíssimo risco (azul) Grau 1 1 ≤ S < 10 satisfatório condição operativa de baixo risco (amarelo) Grau 2 10 ≤ S < 100 limítrofe condição operativa de risco médio (alaranjado) Grau 3 100 ≤ S < 1000 grave sério impacto p/ vários agentes / consumidores (vermelho) Grau 4 1000 ≤ S muito grave grande impacto p/ muitos agentes/consumidores, colapso do sistema, Deseja-se que o sistema de transmissão brasileiro planejado da rede básica situe-se, em ordem de preferência, na faixa dos graus 0 (zero) ou 1 (um) de severidade, admitindo-se, porém, riscos de graus 2 (dois), inferiores a 21 (vinte e um)minutos de severidade [29-31]. B. Critério de aderência estatística ao critério “n-1” O grau de aderência estatística, representativo do atendimento ao critério "n-1" é dado por: aderência = 1 - [ ( casos com corte de carga + casos retirados da estatística ) / (casos propostos) ] Verifica-se que o patamar mínimo de aderência que tem ocorrido nas recentes análises de confiabilidade do sistema brasileiro [29-31] está situado em nível igual ou superior a 80 %. A plena aderência ao critério “n-1” fica caracterizada quando o patamar de 100 % é alcançado. C. Critério de confiabilidade operacional[16] Qualquer degradação topológica de ramos da rede básica, da condição de topologia completa para a condição de topologia "n-1", não deve provocar uma variação de severidade maior do que 1,0 % da severidade da rede básica na condição normal de operação e topologia completa. Todos os três critérios acima foram definidos em caráter probatório, podendo sofrer ajustes e correções advindas do acúmulo de experiência, evolução do sistema e considerações de conveniência técnica-econômica. VII. CONCLUSÃO O ciclo ideal da análise probabilística de confiabilidade engloba etapas de monitoração (i.e cálculo numérico), diagnose (i.e comparação com critérios estabelecidos) e gestão (i.e tomada de decisão com base nos resultados das etapas anteriores). Este artigo apresentou, em detalhes, a metodologia de monitoração e os critérios probabilísticos de confiabilidade atualmente utilizados no Brasil. Estes procedimentos refletem fielmente a prática atual do operador do sistema elétrico brasileiro (ONS). Espera-se que este registro tenha utilidade comparativa em relação às práticas de outras empresas do Brasil e outros países. VIII. AGRADECIMENTOS A elaboração deste artigo só foi possível graças a um grupo de pessoas que contribuiram de diferentes formas para o desenvolvimento e aplicação da análise probabilística de confiabilidade no Brasil, durante os últimos 40 anos. A elas, deseja-se explicitamente registrar nosso reconhecimento: Eng. J.C.G. Praça, Dr. R.N. Fontoura Filho, Prof. C. Arruda, Eng. J. D. S. Santos, Prof. R.A. Faria Nunes, Prof. G. Gambirásio, Prof. E.J. Robba, Prof. M. Morozowski Filho, Prof. D.S. Ramos, Dr. M.V.F. Pereira, Dr. S.H.F. da Cunha, Prof. M.L.V.G Pinto, Dr. G.C. de Oliveira, Prof. A.M. Leite da Silva, Prof. A. Monticelli, Eng. E. Nery, Eng. D. Gil, Eng. F.F. Café, Dr. A. Vian, Prof. A.C.G. de Melo, Dr. J.C.O SBSE 2008 - Simpósio Brasileiro de Sistemas Elétricos 2008 – Belo Horizonte – MG – 27 a 30 de abril 10 Mello, Eng. C.R.R. Dornellas, Eng. A. Bianco, Eng. D.S. Arentz, Prof. E.L da Silva, Eng. L.F.S.A. Miranda, Eng. M.A.N. Silveira, Eng. A.Y. Takahata, Dr. A.M. Rei, Prof. C.C.B. Camargo, Prof. C.L.T. Borges, Prof. M. G. Silva, Eng. J.M. Lima, Eng. I.C. Nasser, Eng. C.L.C de Sá, Eng. H.O. Vasques, Prof. J.W.M. Lima, Eng. N.H.M. Soares, Prof. A.M. Cassula, Prof. J. Coelho, Eng. R.J.G.C. da Silva, Dr. J.R.P. Barros, Eng. L. D. Penna, Eng. A.G. Massaud, Eng. P.R. Purger, Prof. E. Pereira, Eng. A.P. Leite, Dr. A.M. Oliveira, Prof. L.F.S. Oliveira. Os autores desculpam-se pelos eventuais lapsos de omissão. IX. REFERÊNCIAS [1] R. Billinton, Bibliography On The Application Of Probability Methods In The Evaluation Of Generating Capacity Requirements, IEEE PES Winter Power Meeting, New York, 1966, Paper 31CP66-62. [2] S. Vemuri, An Annotated Bibliography of Power System Reliability Literature-1972-1977, presented at the IEEE PES Summer Meeting, Los Angeles, CA, July 16-21, 1978, Paper A 78 548-0. 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