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2012-dis-ebferreira

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS 
DEPARTAMENTO DE QUÌMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA 
 
ELAYNE BESSA FERREIRA 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E 
ATIVIDADES BIOLÓGICAS DE SETE ESPÉCIES 
DE PLANTAS CULTIVADAS NO NORDESTE DO 
BRASIL 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2 
 
2012 
ELAYNE BESSA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADES 
BIOLÓGICAS DE SETE ESPÉCIES DE PLANTAS CULTIVADAS NO 
NORDESTE DO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação submetida à Coordenação do 
Curso de Pós-graduação em Química, da 
Universidade Federal do Ceará, como 
requisito parcial para a obtenção do grau 
de Mestre em Química Orgânica. 
Área de Concentração: Produtos 
Naturais 
Orientador: Profa. Dra. Maria Goretti de 
Vasconcelos Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FORTALEZA 
2012 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À DEUS 
Pela vida e pelas graças e 
oportunidades concedidas. 
 
 
 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
 Aos meus pais, Everton e Mércia meus eternos incentivadores, sem eles este 
grande sonho não teria sido realizado. Agradeço aos meus irmãos Emerson e Elana pelo 
carinho e torcida. 
 Ao meu marido Bosco Filho e ao meu filho Rian, pela paciência e compreensão 
nos meus momentos de ausência e pelo o amor dedicado e incondicional que me ajuda a 
continuar trilhando o meu caminho. 
 A Profa. Dra. Maria Goretti de Vasconcelos Silva, orientadora deste trabalho, 
pela oportunidade, incentivo, orientação e confiança. Seus exemplos de dedicação ao 
trabalho proporcionaram valorosos ensinamentos, os quais foram fundamentais para o 
desenvolvimento e conclusão deste projeto. 
 Aos meus amigos do LPN, Carol, Irvila, Mikaelly, Tiago, Jack, Isabel, Ricardo, 
Katarina, Géssica e outros que já não fazem mais parte, que de uma forma ou outra 
tiveram sua parcela de contribuição para o desenvolvimento do projeto. 
A minha amiga e irmã Juliana pela amizade, estímulo e paciência nestes anos. 
 Ao meu amigo, Sales pela disponibilidade da ajuda na coleta do material 
botânico utilizado em meu projeto. 
 Ao Pesquisador Dr. Ícaro Gusmão Pinto Vieira por me conceder autorização 
para realizar parte da minha pesquisa no laboratório do qual ele é responsável. E aos 
colegas, Laís e Gleidson pela ajuda prestada. 
 A FUNCAP pelo suporte financeiro e pela bolsa recebida durante o 
desenvolvimento deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
RESUMO 
Este estudo foi realizado com o objetivo de encontrar novas fontes vegetais do 
antiinflamatório natural α-humuleno que já é utilizado na elaboração de 
fitomedicamento comercial. Para alcançar este propósito, realizou-se a extração através 
de duas técnicas (arraste a vapor e hidrodestilação) dos óleos essenciais de sete 
espécies: Persea americana Mill, Eclipta prostrata L, Ocimum gratissimum L, 
Ambrosia artemisiaefolia L, Plectranthus ornatus Cold, Lantana camara L e Aloysia 
virgata (R. et P.) Juss. Os extratos obtidos foram analisados através de cromatografia 
gás-líquído acoplada a espectrômetro de massas (CG/EM) e com detector de ionização 
de chama (CG-DIC). Além do α-humuleno, foram identificados majoritariamente β-
cariofileno (34,62%) em Persea americana Mill por hidrodestilação, cedr-8-eno 
(20,20% e 15,39%, respectivamente por arraste à vapor e hidrodestilação) em Ambrosia 
artemisiaefolia L; β-cariofileno (51,53% e 39,73%, respectivamente por arraste à vapor 
e por hidrodestilação) nas folhas de Eclipta prostata L, de Lantana camara L (31,43% e 
25,50%) e de Plectranthus ornatus Cold (18,33% e 27,08%). O óleo de Ocimum 
gratissimum Mill apresentou principalmente eugenol (45,42% e 40,96%, 
respectivamente por arraste à vapor e por hidrodestilação). Em Aloysia virgata Juss. por 
arraste a vapor, β-cariofileno (16,30%) e por hidrodestilação, epóxido de cariofileno 
(29,05%) foram identificados. O α-humuleno foi isolado parcialmente através de CLAE 
com detector de UV-VIS. A avaliação das atividades antiinflamatória, antioxidante, 
larvicida e anticolinesterásica dos extratos voláteis das espécies em estudo e dos 
extratos hexânico e etanólico das folhas da Aloysia virgata (R. et P.) Juss. foram 
realizadas. Os resultados indicaram os óleos essenciais de Ocimum gratissimum L, 
Ambrosia artemísiaefolia L e Lantana camara L, como agentes antiinflamatórios 
naturais. 
Palavras-chave: Óleos essenciais, alfa-humuleno, Aloysia virgata, atividade 
antiinflamatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
ABSTRACT 
This study was aimed at finding new sources of natural anti-inflammatory α-humulene, 
which is already used in the preparation of commercial phytodrug. For this purpose, the 
extraction was performed by two techniques (steam distillation and hydrodistillation) of 
essential oils of seven species: Persea americana Mill, Eclipta prostrata L, Ocimum 
gratissimum L, Ambrosia artemisiaefolia L, Plectranthus ornatus Cold, Lantana 
camara L and Aloysia virgata (R. et P.) Juss. The extracts were analyzed by GC / MS) 
and GC-FID. In addition to the α-humulene were identified mainly β-caryophyllene 
(34.62%) in Persea americana Mill by hydrodistillation, cedar-8-ene (20.20% and 
15.39%, respectively, by steam distillation and hydrodistillation) in Ambrosia 
artemisiaefolia L, β-caryophyllene (51.53% and 39.73% respectively by steam 
distillation and hydrodistillation) in the leaves of Eclipta prostata L, of Lantana camara 
L (31.43% and 25.50%) and of Plectranthus ornatus Cold (18.33% and 27.08%). The 
oil of Ocimum gratissimum Mill presented mainly eugenol (45.42% and 40.96% 
respectively by steam distillation and hydrodistillation). In Aloysia virgata Juss. by 
steam distillation, β-caryophyllene (16.30%) and by hydrodistillation, caryophyllene 
epoxide (29.05%) were identified. The α-humulene was partially isolated using HPLC 
with UV-VIS detector. The evaluation of anti-inflammatory activity, antioxidant and 
larvicidal anticholinesterase volatile extracts of the species under study and the hexane 
and ethanol extracts of leaves of Aloysia virgata (R. et P.) Juss. were performed. The 
results indicated the essential oils of Ocimum gratissimum L, Ambrosia artemísiaefolia 
L and Lantana camara L, as natural anti-inflammatory agents. 
 
Keywords: Essential oils, α-humulene, Aloysia virgata, anti-inflammatory activity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
FIGURA 1 Representação estrutural do α-humuleno 
 
19 
FIGURA 2 Persea americana Mill 
 
27 
FIGURA 3 Eclipta prostata L 
 
28 
FIGURA 4 Ocimum gratissimum L 
 
28 
FIGURA 5 Ambrosia artemisiaefolia L. 
 
29 
FIGURA 6 Plectranthus ornatus Cold 
 
29 
FIGURA 7 Lantana camara L 
 
30 
FIGURA 8 Aloysia virgata Juss. 
 
30 
FIGURA 9 Cromatograma do óleo essencial da Persea 
americana Mill pela técnica da hidrodestilação 
 
42 
FIGURA 10 Cromatograma do óleo essencial da Ambrosia 
artemisiaefolia L pela técnica da hidrodestilação 
 
43 
FIGURA 11 Cromatograma do óleo essencial da Ambrosia 
artemisiaefolia L pela técnica de arraste a vapor 
 
44 
FIGURA 12 Cromatograma do óleo essencial da Eclipta prostrata 
L. pela técnica da hidrodestilação 
 
46 
FIGURA 13 Cromatograma do óleo essencial da Eclipta prostrata 
L. pela técnica de arraste à vapor 
 
46 
FIGURA 14 Cromatograma do óleo essencial da Lantana camara 
L pela técnica de arraste à vapor 
 
48 
FIGURA 15 Cromatograma do óleo essencial da Lantana camara 
L pela técnica da hidrodestilação 
 
49 
FIGURA 16 Cromatograma do óleo essencial do Ocimum 
gratissimum L pela técnica de arraste a vapor 
 
51 
FIGURA 17 Cromatogramado óleo essencial do Ocimum 
gratissimum L pela técnica da hidrodestilação 
 
51 
FIGURA 18 Cromatograma do óleo essencial do Plectranthus 
ornatus Cold pela técnica de arraste à vapor 
 
53 
FIGURA 19 Cromatograma do óleo essencial do Plectranthus 54 
10 
 
ornatus Cold pela técnica da hidrodestilação 
 
FIGURA 20 Cromatograma do óleo essencial da Aloysia virgata 
Juss pela técnica de arraste à vapor 
 
56 
FIGURA 21 Cromatograma do óleo essencial da Aloysia virgata 
Juss pela técnica da hidrodestilação 
 
57 
FIGURA 22 Espectro de massas e representação estrutural do β-
cariofileno 
 
60 
FIGURA 23 Espectro de massas e representação estrutural da 
crisantenona 
 
60 
FIGURA 24 Espectro de massas e representação estrutural do γ-
elemeno 
 
60 
FIGURA 25 Espectro de massas do cedr-8-eno 
 
61 
FIGURA 26 Espectro de massas e representação estrutural do α-
humuleno 
 
61 
FIGURA 27 Espectro de massas e representação da estrutural do 
β-cubebeno 
 
61 
FIGURA 28 Espectro de massas e representação estrutural do 
eugenol 
 
62 
FIGURA 29 Espectro de massas e representação estrutural do 1,8-
cineol 
 
62 
FIGURA 30 Espectro de massas e representação estrutural do 
elixeno 
 
62 
FIGURA 31 Espectro de massas e representação estrutural do 
germacreno D 
 
62 
FIGURA 32 Espectro de massas e representação estrutural do 
cariofileno epoxido 
 
63 
FIGURA 33 Cromatograma CLAE-UV-VIS do óleo essencial do 
cravo da índia 
 
64 
FIGURA 34 Espectro na região do composto de tempo de 
retenção de 5,42 min 
 
64 
FIGURA 35 Espectro na região do composto de tempo de 
retenção de 7,18min 
65 
FIGURA 36 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1 65 
11 
 
 
FIGURA 37 Espectro na região do UV-VIS de F1 
 
66 
FIGURA 38 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1 (preto) em 
sobreposição com a amostra original (azul) 
 
66 
FIGURA 39 Cromatograma CLAE UV-VIS de F2 
 
67 
FIGURA 40 Espectro na região do UV-VIS de F2 
 
67 
FIGURA 41 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-P 
 
68 
FIGURA 42 Espectro na região do UV-VIS de F2-P 
 
68 
FIGURA 43 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-P (preto) em 
sobreposição a amostra original (azul) 
 
69 
FIGURA 44 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1-PP obtida pela 
cromatografia planar preparativa 
 
69 
FIGURA 45 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-PP (preto) em 
sobreposição a amostra original (azul) 
 
70 
FIGURA 46 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-PP obtida pela 
cromatografia planar preparativa 
 
70 
FIGURA 47 Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-PP (preto) em 
sobreposição a amostra original (azul) 
 
70 
FIGURA 48 Representação Estrutural de (5) 12-O-Tetradecanoil-
13-acetilforbol 
73 
FIGURA 49 Representação da estrutura em 3D da enzima 
ciclooxigenase (COX) 
 
74 
FIGURA 50 Representação estrutural dos glicocorticoides 
hidrocortisona e dexametasona 
 
75 
FIGURA 51 Salix alba e a hidrólise da salicina 
 
75 
FIGURA 52 Representação estrutural de antiinflamatórios não 
esteroidais 
 
76 
FIGURA 53 Efeitos dos óleos essenciais da folhas da Lantana 
camara L (camará chumbinho), do Ocimum 
gratissimum (alfavaca), da Ambrosia artemisiaefolia 
L (artemisia) e do acheflan sobre a desgranulação de 
neutrófilos humano induzida por PMA (12-O-
Miristil-13-acetil-forbol), determinados pela 
concentração de mieloperoxidase (MPO). 
77 
12 
 
 
FIGURA 54 Gráfico da avaliação da atividade antioxidante dos 
óleos essenciais 
 
 
78 
FIGURA 55 Acompanhamento cinético da atividade antioxidante 
de Aloysia virgata Juss 
 
79 
FIGURA 56 Análise da atividade larvicida do óleo essencial da 
Lantana camara L 
 
81 
FIGURA 57 Análise da atividade larvicida do óleo essencial do 
Ocimum gratissimum 
 
82 
FIGURA 58 Análise da atividade larvicida do óleo essencial da 
Ambrosia artemisiaefolia L 
 
82 
FIGURA 59 Análise da atividade larvicida do óleo essencial da 
Aloysia virgata Juss 
 
83 
FIGURA 60 Análise da atividade larvicida dos extratos hexânico e 
etanólico da Aloysia virgata Juss 
 
83 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
LISTA DE TABELAS 
 
1. Lista das plantas que apresentam α- humuleno em sua 
composição 
 
20 
2. Lista das plantas cultivadas no HPM-UFC que apresentam α- 
humuleno em sua composição, dispostas em ordem alfabética 
por espécie 
 
24 
3. Rendimento de óleo essencial obtido das folhas das espécies 
selecionadas por hidrodestilação e por arraste 
 
41 
4. Composição Química do óleo essencial das folhas de Persea 
americana Mill 
 
42 
5. Composição química do óleo essencial das folhas de Ambrosia 
artemisiaefolia L 
 
44 
6. Composição química do óleo essencial das folhas da Eclipta 
prostrata L. 
 
47 
7. Composição química do óleo essencial das folhas da Lantana 
camara L 
 
49 
8. Composição química do óleo essencial das folhas do Ocimum 
gratissimum L 
 
52 
9. Composição química do óleo essencial das folhas do 
Plectranthus ornatus Cold 
 
54 
10. Composição química do óleo essencial das folhas da Aloysia 
virgata Juss. 
 
57 
11. Lista das plantas selecionadas do Horto de Plantas Medicinais 
Prof. Francisco José de Abreu Matos e comparação do teor de 
α-humuleno 
 
59 
12. Atividade de inibição da enzima acetilcolinesterase nos óleos 
essenciais 
 
80 
 
 
 
 
14 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 
 
16 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19 
2.1 α-Humuleno 19 
2.2 Considerações sobre as Espécies selecionadas para estudo 27 
2.2.1 Persea americana Mill 
2.2.2 Eclipta prostrata L. 
2.2.3 Ocimum gratissimum L 
2.2.4 Ambrosia artemisiaefolia L. 
2.2.5 Plectranthus ornatus Cold 
2.2.6 Lantana camara L. 
2.2.7 
 
Aloysia virgata Juss. 
3 MATERIAL E MÉTODOS 32 
3.1 Coleta 32 
3.2 Extração dos Óleos Essenciais 32 
3.3 Análise dos Óleos Essenciais 32 
3.4 Extração das Amostras 33 
3.5 Isolamento Parcial do α-humuleno 33 
3.5.1 Material Utilizado 
3.5.2 Métodos Cromatográficos 
3.5.2.1 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 
3.5.2.2 Cromatografia em Coluna por Adsorção 
3.5.2.3 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) 
3.6. Tratamento Cromatográfico do Óleo Essencial do Cravo 
da Índia 
34 
3.7 Ensaios Biológicos 35 
 
3.7.1 Avaliação da Atividade Antiinflamatória 
3.7.1.1 Efeito sobre a Ativação de Neutrófilo mensurada pela 
Concentração de Mieloperoxidase 
 
3.7.1.2 Desgranulação de neutrófilo humano mensurada pela 
concentração de mieloperoxidase (MPO) 
 
3.7.1.3 Análise Estatística 
3.7.2 Avaliação do Potencial Antioxidante 
3.7.2.1 Avaliação Qualitativa da Capacidade Sequestradora de 
Radicais Livres (DPPH) 
 
3.7.2.2 Preparo das Soluções das Amostras 
3.7.2.3 Avaliação Quantitativa da Atividade Antioxidante 
3.7.3 Teste Larvicida (utilizando as larvas de Aedes aegypti) 
3.7.4 Teste de atividade acetilcolinesterásica 
15 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 41 
4.1 Obtenção do Óleo Essencial 41 
4.2 Análise dos Óleos essenciais 41 
4.2.1 Persea americana Mill 
4.2.2 Ambrosia artemisiaefolia L 
4.2.3 Eclipta prostrata L. 
4.2.4 Lantana camara L 
4.2.5 Ocimum gratissimum L 
4.2.6 Plectranthus ornatus Cold. 
4.2.7 Aloysia virgata Juss. 
4.3 Espectros de Massas e Representação Estrutural 60 
4.4 Isolamento Parcial de α-humuleno 
 
63 
5- ENSAIOS BIOLÓGICOS 73 
5.1 Avaliação da Atividade Antiinflamatória 73 
5.1.1 Atividade antiinflamatória 73 
5.2 Avaliação do Potencial Antioxidante 78 
5.2.1 Avaliação do Potencial Antioxidante dos Óleos Essenciais 78 
5.2.2 Avaliação do Potencial Antioxidante do Extrato Etanólico 
da Aloysia virgata Juss 
79 
5.3 Medida da Atividade de Inibição da Enzima 
Acetilcolinesterase 
80 
5.4 Avaliação do Potencial Larvicida 81 
 
6 CONCLUSÃO 
 
86 
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 88 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
18 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
 
Asplantas produzem além do metabolismo primário responsável pela produção de 
celulose, lignina, proteínas que realizam suas principais funções vitais, os metabólitos 
secundários, dos quais resultam substâncias com funções nem sempre bem definidas, 
mas nem por isso de menor importância. Estas substâncias pertencem a diversas classes 
como flavonoides, alcaloides, fenilpropanoides, cumarinas e terpenoides. Vários 
terpenoides de baixo peso molecular, destacam-se por serem voláteis, e assim se 
difundirem com facilidade constituindo um verdadeiro elo de comunicação entre a fonte 
produtora e o ambiente. 
Os terpenoides e os fenilpropanoides compõem os extratos voláteis de plantas, 
comumente designados de óleo essenciais, que apresentam geralmente odor agradável, e 
são por causa dessa propriedade, amplamente utilizados em vários tipos de produtos 
industriais, como aromatizantes de ambiente, alimentos, medicamentos e cosméticos, 
advindo daí uma enorme importância econômica. Além dessa propriedade, vários 
compostos presentes nos óleos essenciais apresentam importantes atividades 
farmacológicas como por exemplo, anticandidíase (linalol, ZORE et al., 2011), 
bactericida e antioxidante (eugenol, BREWER, 2011) e antiinflamatório (α-humuleno, 
FERNANDES et al., 2007). 
A utilização de plantas com propriedades medicinais é um recurso terapêutico 
alternativo que é aprovado por vários povos, desde os primórdios da humanidade e esta 
aceitação vem crescendo junto a comunidade médica para plantas cujas atividades 
biológicas tenham sido investigadas cientificamente, comprovando sua eficácia e 
segurança (NOLDIN et al., 2003). O Acheflan é o primeiro medicamento brasileiro, 
pois foi pesquisado e desenvolvido totalmente no Brasil. Este fitomedicamento é 
encontrado nas formas farmacêuticas aerosol e creme é elaborado a partir de 5,0 mg do 
óleo essencial de Cordia verbenacea D.C. (syn. C. curassavica D.C., Borraginaceae) e 
indicado para o tratamento de tendinite crônica e dores musculares miofasciais (ACHÉ, 
2012). Um fitomedicamento é um produto preparado a partir de fontes vegetais, com 
extratos cujos princípios ativos são padronizados, assegurando o teor destes em cada 
dose do produto. Os sesquiterpenos α-humuleno e β-cariofileno, presentes neste óleo 
19 
 
essencial, são relatados em várias pesquisas como as principais substâncias responsáveis 
por esses efeitos (MEDEIROS et al., 2007) encontrados para o Acheflan. Estudos 
farmacológicos pré-clinicos realizados com o extrato etanólico liofilizado obtido das 
folhas da C. verbenacea demonstraram um pronunciado efeito antiinflamatório tópico e 
oral, associado a uma baixa toxicidade (SERTIÉ et al., 2005). 
Este trabalho relata os resultados obtidos com a extração através de duas técnicas 
diferentes, dos óleos essenciais de sete espécies relatadas na literatura como produtoras 
de α-humuleno, na busca de novas fontes deste antiinflamatório natural. Também 
apresenta-se a descrição dos procedimentos utilizados nas tentativas de isolamento e 
determinação estrutural do α-humuleno, além das técnicas empregadas e resultados 
obtidos para avaliar as atividades antiinflamatória, antioxidante, larvicida e 
anticolinesterásica dos extratos voláteis das espécies em estudo e dos extratos hexânico 
e etanólico das folhas da Aloysia virgata (R. et P.) Juss. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2:REVISÃO 
BIBLIOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Figura 1: Representação 
Estrutural do α-humuleno 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1- α-Humuleno 
O humuleno, de forma molecular C15H24, é um sesquiterpeno descoberto por 
Piccard que teve seu nome inspirado na palavra “humulus”, de Humulus lupulus 
(lúpulo) (AZAMBUJA, 2011). Possui massa molecular de 
204,36 g/mol, densidade de 0,886 g/cm
3
 e ponto de ebulição 
entre 106-107 °C a 5 mmHg. É um isômero do beta-
cariofileno que, além de ser naturalmente encontrado no óleo 
essencial de lúpulo, também está presente nos óleos de Eclipta 
prostrata L. com 31,8% (OGUNBINU, 2009), Aloysia virgata 
(R. Et P.) Juss. com 11,70% (PINO, 2004) e outros. 
O alfa-humuleno é o principal constituinte ativo 
isolado da planta Cordia verbenaceae (erva-baleeira), possui 
ação anti-inflamatória e analgésica fazendo parte da composição do fitomedicamento 
Acheflan (CHAVES, 2008). Sua ação pode ser comparada com o diclofanaco, porém 
com a vantagem de não existirem efeitos colaterais relacionados ao seu uso tópico 
(AZAMBUJA, 2011). Além disso, ele exibiu propriedades anti-inflamatórias em um 
modelo de inflamação alérgica das vias aéreas, quando administrado oralmente ou por 
aerossol, reduzindo a secreção no pulmão (ROGERIO, 2009). Porém, estudos 
constataram que o alfa-humuleno seria degradado em condições ambientais, não sendo, 
assim, um componente ideal para ser utilizado em ingredientes naturais e produtos de 
higiene oral (JENNER, 2011). 
O óleo essencial de Abies balsamea (bálsamo) foi analisado por CG/EM e a 
citotoxicidade de cada constituinte do óleo foi analisado, sendo que todos os compostos 
testados foram inativos, exceto o alfa-humuleno, parecendo assim ser o responsável pela 
citotoxicidade do óleo. Além disso, a atividade tumoral do óleo e deste composto 
apresentaram resultados significativos quanto a redução do tumor podendo, assim, 
implicar este resultado a citotoxicidade do alfa-humuleno no óleo (LEGAULT, 2003). 
 Levantamento bibliográfico realizado no PubMed, levou a detecção de α-
humuleno em mais de 60 espécies de cerca de 20 famílias botânicas diferentes 
22 
 
predominantemente em espécies de Labiatae. Observou-se que este sesquiterpeno 
ocorre nos vários órgãos da planta em teores diferenciados. No entanto, os relatos da 
presença de α-humuleno em espécies de Solanaceae e Zinziberaceae indicam que esta 
ocorre em quantidades significativas (em torno de 30%). O maior teor de α-humuleno 
detectado foi nos frutos de Solanum macrantum (36,5%), uma Solanaceae nativa do 
Brasil. Este composto também foi identificado nas tíbias de abelhas sem ferrão 
(Hymenoptera meliponini) (PATRICIO et al, 2004). Com os dados obtidos da revisão, 
compilamos a tabela abaixo que mostra as plantas ordenadas por seu nome científico 
para as quais foi possível encontrar o teor de α-humuleno. Para outras espécies como 
Cyclospermum leptophyllum, Apium graveolens var. secalinum, Vitis vinifera L., 
Lysopersicon esculentum, Pinus caribaea, Eugenia dysenterica, Patrinia rupestris, 
Humulus lupulus L, Helichrysum arenarium, apesar de ter registro da presença do 
composto estudado, seu teor não foi determinado. 
 
Tabela 1 - Lista das plantas que apresentam α- humuleno em sua composição 
 
 
Família NOME CIENTÍFICO 
TEOR 
(%) 
PARTE DA 
PLANTA 
REF. 
1. Asteraceae Ageratum fastigiatum 
(Gardn.) R. M. King et H. 
R. MATAPASTO 
4,9 
12,7 
Folhas 
Raízes 
Del-Vechio-
Vieira et al, 
2009 
2. Apocynaceae Amsonia illustris Woods. 
ESTRELA AZUL 
14,5 Raiz e folhas London et 
al, 2011 
3. Fabaceae Cajanus cajan L. 
FEIJÃO GUANDÚ 
7,1- 8,7 Partes aéreas Ogumbinu
m et al, 
2009 
4. Verbenaceae Callicarpa integerrima 
Champ 
2,5 Folhas Chai et al, 
2010 
5. Myricaceae Comptonia peregrina (L.) 
Coulter PEREGRINA 
7,4 Folhas Sylvestre et 
al, 2007 
6. Euphorbiaceae Croton flavens L 
MARMELEIRO 
1,1 Folhas Sylvestre et 
al, 2006 
7. Cupressaceae Cupressus atlantica 4,4 Folhas Arjouni et 
23 
 
Gaussen CEDRO BRANCO al, 2011 
8. Myrtaceae Eugenia caryophyllus 
(Spreng.) Bullock & S. G. 
Harrison CRAVINHO-DA 
ÍNDIA 
2,1 Folhas Jirovezt et 
al, 2006 
9. Rubiaceae Eupatorium betonicaeforme 
D.C. CAMBARÁ 
10,4- 
19,0 
Folhas Albuquerqu
e et al, 2004 
10. Euphorbiaceae Euphorbia caracasana 
Boiss BICO DE 
PAPAGAIO 
18,8 Folhas Rojas et al, 
2009 
11. Asteraceae Gnaphlium affine D. Don. 3,2 Folhas Zeng et al, 
2011 
12. Cupressaceae Juniperus communis LFRUTO- DE JENEBRA 
0,8- 6,2 Frutos Orav et al, 
2010 
13. Myrtaceae Leptospermum madidum 
ARVORE DE CHÁ 
0,8- 3 Folhas Demuner et 
al, 2011 
14. Lauraceae Lindera obtusiloba Blume 
ARBUSTO DE TEMPERO 
4,1 Folhas Chung et al, 
2011 
15. Lauraceae Litsea linii C. E. Chang. 7,2 Folhas Ho et al, 
2009 
16. Lauraceae Litsea mushaensis Hayata 10,1 Folhas Ho et al, 
2009 
17. Poaceae Litsea nakaii CAMOMILA 
VULGAR 
15,5 Folhas Ho et al, 
2009 
18. Lamiaceae Mentha spicata L. 
HORTELÃ PELUDA 
0,1- 29,9 Partes aéreas Chauan et 
al, 2011 
19. Rutaceae Murraya exotica MURTA 
DE CHEIRO 
5,8 Folhas Jiang et al, 
2009 
20. Lamiaceae Nepeta cataria L. 
ERVA-DE-GATO 
14,4 Folhas Gilani et al, 
2009 
21. Piperaceae Peperomia serpens (Sw.) 
Loudon PEPERÔMIA 
11,5 Folhas Pinheiro et 
al, 2011 
22. Apiaceae Peucedanum ostruthium (L. 
Koch.) ex DC. 
15,8 Rizomas Cisowski et 
al, 2001 
24 
 
 
23. Apiaceae Peucedanum tauricum Bieb 
 
0,8 Frutos Bartnik et 
al, 2002 
24. Cucurbitaceae Pinus peuce Griseb. 
PINHEIRO-DA-
MACEDÔNIA 
0,8 Folhas Nikolic et 
al, 2008 
25. Piperaceae Piper aduncum 
PIMENTA DE MACACO 
5,1 Folhas Rali et al, 
2007 
26. Piperaceae Piper gaudichaudianum 
JABORANDI 
16,5 Folhas Péres et al, 
2009 
27. Lamiaceae Plectranthus amboinicus 
Lour. HORTELÃ-
GRAUDA 
9,7 Folhas 
Senthilkum
ar et al, 
2010 
28. Lamiaceae Plectranthus incanus L. 8,6 Folhas e 
inflorescênci
a 
Padalia et 
al, 2011 
29. Lamiaceae Plectranthus rugosus Wall. 
BOLDO 
6,6 Folhas e 
inflorescênci
a 
 Padalia et 
al, 2011 
30. Burseraceae Protium giganteum Engl 
AMESCLA GRANDE 
6,4 folhas De Freitas 
et al, 2011 
31. Fabaceae Retama raetam (Forssk.) 
Webb VASSOURA 
BRANCA 
29,3 Flores Ediziri et al, 
2010 
32. Ericaceae Rhododendron anthopogon 
D. Don. CITRONELA DE 
JAVA 
4,1 Folhas Guleria et 
al, 2011 
33. Lamiaceae Salvia chionantha Boiss. 4,8 Folhas Tel et al, 
2010 
34. Lamiaceae Salvia officinalis 
SALVA-RUBRA 
1,9- 8,9 
5,1-13,3 
Folhas 
Partes aéreas 
Ben et al, 
2009 
Lima et al, 
2004, 
Santos et al, 
2003 
25 
 
35. Burseraceae Santiria trimera (Oliv.) 
Aubrév. 
34,6 Folhas Bikanga et 
al, 2010 
36. Apiaceae Seseli bocconi Guss 17,7 Folhas Marongiu et 
al, 2006 
37. Solanaceae Solanum erianthum D. Don 
FUMO BRABO 
23,1 Frutos Essien et al, 
2011 
38. Solanaceae Solanum macranthum Dunal 
ÁRVORE BATATA 
36,5 Frutos Essien et al, 
2011 
39. Lamiaceae Stachys cretica L. 3,1 Partes aéreas Ozturk et 
al, 2009 
40. Myrtaceae Syzygium aromaticum (L.) 
Merr. & L.M.Perry 
CRAVO DA ÍNDIA 
4,1 Botões 
Florais 
Monteiro et 
al, 2002 
41. Lamiaceae Teucrium quadrifarium 
Buch.-Ham 
5,9 Folhas Mohan et 
al, 2010 
42. Lamiaceae Teucrium royleanum Wall 
ex. Benth. 
5,7 Folhas Mohan et 
al, 2010 
43. Cupressaceae Thuja orientalis L. 
ÁRVORE DA VIDA 
5,6 Folhas Guleria et 
al, 2008 
44. Myrtaceae Ugni myricoides (Kunth) 4,6 Folhas Quintão et 
al, 2010 
45. Zingiberaceae Zingiber nimmonii 
(J. Graham) Dalzell 
27,7 Rizoma Sabulal et 
al, 2006 
46. Zingiberaceae Zingiber zerumbet 
Sm.(Awapuhi) 
GENGIBRE-AMARGO 
31,9 Rizoma Sutthanont 
et al, 2010 
 
 
 Com o propósito de determinar nas plantas existentes no horto de plantas 
medicinais Prof. Francisco José de Abreu Matos da Universidade Federal do Ceará 
(HPM-UFC), aquelas com maiores teores de α-humuleno e assim selecionar as que 
seriam estudadas, foi realizado outro levantamento bibliográfico utilizando as 
ferramentas de busca SciFinder2007 e Scopus.com utilizando como palavra-chave o 
26 
 
nome científico das plantas. De 156 plantas pesquisadas, 42 tinham relatos na literatura 
da presença do composto desejado e várias destas, não tinham sido localizadas na busca 
anterior apresentada acima. Estes dados das espécies cultivadas no HPM-UFC que a 
literatura relata conter α- humuleno em sua composição, encontram-se na tabela 2, 
dispostas em ordem alfabética pelo nome científico. As espécies que se encontram em 
negrito, foram selecionadas para serem trabalhadas observando três indicadores: o teor 
de α- humuleno, o rendimento de óleo descritos nos relatos da literatura e a 
disponibilidade da planta no HPM-UFC. 
 
Tabela 2-- Lista das plantas cultivadas no HPM-UFC que apresentam α- humuleno em sua 
composição, dispostas em ordem alfabética por espécie 
 
 
Família NOME CIENTÍFICO 
TEOR 
(%) 
PARTE 
DA 
PLANTA 
REFERÊNCIAS 
47. Asteraceae Ageratum conizoides L. 
MENTRASTO (TIPO TARDIO) 
0,47 
0,66 
Folhas 
Folhas 
Nébié et al, 2004 
Kasali et al, 2002 
48. Verbenaceae Aloysia virgata LIXINHA 2,70 
11,70 
Folhas 
e galhos 
Folhas 
Ricciardi et al, 2005 
Pino et al, 2004 
49. Zingiberaceae Alpinia zerumbet (Pers.) Burtt 
& Smith COLÔNIA 
1,40 
0,10 
Semente
s 
Rizoma 
Lin et al, 2008 
Bin Jantan et al, 2003 
50. Asteraceae Ambrosia artemisiaefolia L. 
ARTEMÍSIA (DA TERRA) 
4,90 Folhas Tsubaki et al, 1966 
51. Asteraceae Artemisia vulgaris L 
ARTEMÍSIA COMUM. 
1,40 
8,80 
Semente
s 
Partes 
aéreas 
Govindaraj et al,2008 
Blagojevic et al, 2006 
52. Meliaceae Azadirachta indica A. Juss. 
NEEM 
3,70 Flores Aromdee et al, 2005 
53. Asteraceae Centratherum punctatum Cass. 
PERPÉTUA-ROXA 
2,40 Flores Craveiro et al, 1986 
54. Asteraceae Croton zehntneri Pax et Hoff. 
CANELINHA 
0,20 Folhas Fontenelle et al, 2008 
55. Poaceae Cymbopogon citratus Stapf. 0,26 Partes Shahi et al, 2005 
27 
 
CAPIM-SANTO aéreas 
56. Poaceae Cymbopogon winterianus 
Jowit CAPIM-CITRONELA 
0,10 
0,20 
Partes 
aéreas 
folhas 
Lorenzo et al,2000 
Rao et al,2004 
57. Cyperaceae Cyperus esculentus L. JUNÇA 1,50 Folhas Kubmarawa et al, 2005 
58. Asteraceae Eclipta prostrata L. 
AGRIÃO-DO-BREJO 
11,23 
 
31,80 
 
Folhas, 
galhos e 
flores 
 
folhas e 
galhos 
Chang et al, 2009 
 
Ogunbinu et al, 2009 
59. Myrtaceae Eucalyptus citriodora Hook. 
EUCALIPTO-LIMÃO 
0,10 Folhas Rao et al, 2003 
60. Myrtaceae Eucalyptus tereticoris Smith. 
EUCALIPTO-MEDICINAL DO 
NORDESTE 
0,07 Folhas Singh et al, 2009 
61. Myrtaceae Eugenia uniflora L. 
PITANGA 
0,30 
0,30 
Folhas 
Frutos 
Ogunwande et al, 2005 
62. Labiatae Hyptis suaveolens Poit. 
BAMBURRAL 
 
0,50-
3,20 
 
 
1,53 
Folhas 
 
 
Partes 
aéreas 
Tripathi et al, 2009, 
Eshilokun, et al 2005, 
Tchoumbougnang et al, 
2005 
Nantitanon et al, 2007 
63. Convovulace
ae 
Ipomoea batatas Poir. 
BATATA-DOCE-GERIMUM 
3,40 
0,70 
Folhas 
Galhos 
Junior et al, 2009 
64. Verbenaceae Lantana camara L. 
CAMARÁ-CHUMBINHO 
3,10-
21,80 
 
10,70 
Flores 
 
Folhas 
Randrianalijaona et al, 
2006, Abdel-Hady et al; 
2005, Peyron et al,1972 
Silva et al, 1999 
65. Verbenaceae Lippia alba (Mill.) N.E. 
Brown (tipo mirceno-citral) 
CIDREIRA-BRAVA 
0,10-
2,30 
 
0,90 
Folhas 
 
Partes 
aéreas 
Hennebelle et al,2006 
Fischer et al, 2004 Bahl et 
al, 2000 Craveiro et al, 
1981 
Lorenzo et al,2001 
28 
 
66. Verbenaceae Lippia sidoides Cham. 
ALECRIM-PIMENTA 
0,56 Folhas Fontenelle et al, 2007 
67. Verbenaceae Lippia thymoides Mart. et 
Schau. ALECRIM-MIÚDO-DE-
CHEIRO 
0,60-
3,00 
4,90 
Folhas 
Flores 
Mevy et al, 2007 
Kasali et al, 2004 
68. Lamiaceae Mentha pulegium L. POEJO 
 
0,20 Vian et al, 2008 
69. Lamiaceae Mentha X piperita L. 
HORTELÃ-PIMENTA 
0,50 Folhas Dwivedi et al, 2004 
70. Lamiaceae Mentha X piperita var. citrata 
(Ehrh) Briq VERGAMOTA 
0,16 Flores Kowalski et al, 2009 
71. Lamiaceae Mentha X villosa Huds. 
HORTELÃ-RASTEIRA 
0,51 Folhas Martins et al, 2007 
72. Lamiaceae Ocimum americanum L. 
MANJERONA 
1,19 Planta Omer et al, 2008 
73. Lamiaceae Ocimum basilicum var. 
purpurascens Benth. 
MANJERICÃO-ROXO 
1,60 Folhas Trevisan et al,2006 
74. Lamiaceae Ocimum gratissimum L. 
ALFAVACA-CRAVO 
0,50 
0,40 
Folhas 
Folhas 
Interaminense et al, 
2007 
Freire et al, 2006 
75.Lamiaceae 
 
Ocimum micranthum Willd 
ALFAVACA MIUDA 
0,26-
3,30 
Folhas 
 
Trevisan et al,2006 Silva 
et al,2004, Sacchetti et al, 
2004 
76. Lamiaceae Ocimum selloi Benth. ELIXIR 
PAREGÓRICO 
0,90 Folhas Silva et al, 2004 
77. Lauraceae Persea americana Mill 
ABACATEIRO 
5,00 
5,90 
Folha 
Fruto 
Ogunbinu et al,2007 
Sinyinda et al,1998 
78. Lamiaceae Plectranthus grandis (Cramer) 
R.H.Willense MALVA-SANTA-
GRANDE 
2,50-
3,80 
Folhas Lima et al,2007 
79. Lamiaceae Plectranthus ornatus Cold 
BOLDO-GAMBÁ 
2,90-
3,30 
Folhas Lima et al,2007 
80. Myrtaceae Psidium guajava L. var. 
pomifera L. GOIABEIRA-
VERMELHA 
2,40 
1,10 
Folhas 
Folhas e 
talos finos 
Ogunwande et al, 2003 
Da Silva et al, 2003 
29 
 
Figura 2- Persea americana Mill 
Fonte: MGV Silva 
81. Lamiaceae Rosmarinus officinalis L. 
ALECRIM-VERDADEIRO 
0,20-
3,12 
 
1,10 
0,20 
Folhas 
 
Frutos 
verdes 
Frutos 
maduros 
Cassel et al,2009 
Viuda-Martos et al, 2008 
Papachristos et al, 2004 
82. Anacardiacea
e 
Schinus terebinthifolius Raddi 
AROEIRA-DA-PRAIA 
0,44 Folhas Tucker et al, 1998 
83. Anacardiacea
e 
Spondias aff. tuberosa Arr. 
Com CAJÁ-UMBU. 
1,80 Fruto Ceva-Antunes et al, 2003 
84. Anacardiacea
e 
Spondias mombim Jacq. 
CAJAZEIRA 
6,67 Folhas Nieves et al, 1992 
85. Asteraceae Tagetes minuta L. CRAVO-
DE-DEFUNTO-MIÚDO 
1,40 Folhas Gillij et al, 2008 
86. Asteraceae Vernonia condensara Baker. 
ALUMÃ 
3,10 Partes 
aéreas 
Albuquerque et al, 2007 
87. Verbenaceae Vitex agnus-castus L. 
PIMENTA-DOS-MONGES 
0,10 Folhas Zoghbi et al, 1999 
88. Zingiberiacea
e 
Zingiber officinale Roscoe. 
GENGIBRE 
0,22 Rizoma Onyenekwe et al, 1999 
 
 
2.2-Considerações sobre as espécies selecionadas para estudo 
2.2.1- Persea americana Mill 
 
Nome popular: Abacateiro 
Árvore de copa arredondada e densa, de 7-12 
m de altura, nativa da América Central. Folhas 
simples, cartáceas, de 7-16 cm de comprimento. 
Flores pequenas, perfumadas, de cor verde-amarelada, 
reunidas em racemos axilares e terminais. Os frutos 
são drupas piriformes, ovuladas ou globosas 
dependendo da variedade, com polpa carnosa e 
comestível. É originária da América Tropical na 
30 
 
Figura 3- Eclipta prostata L 
Fonte: MGV Silva 
 
região compreendida entre o México e o Peru, tendo sido introduzido no Brasil em 
1809. A polpa dos frutos, comprovadamente nutritiva, é considerada na medicina 
tradicional como carminativa e útil contra o ácido úrico, enquanto os chás obtidos das 
folhas, da casca e das sementes raladas são considerados úteis como diurético, anti-
reumático, carminativo, antianêmico, antidiarréico e antiinfeccioso para rins e bexiga, 
além de estimulante da vesícula biliar, estomáquico, emenagogo e balsâmico. (MATOS; 
2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.2- Eclipta prostrata L. 
Nome popular: Agrião-do-brejo 
Grande erva erecta cosmopolita tropical. 
Espontânea nos ambientes úmidos em todo Brasil, 
inclusive no Nordeste. Tem caule e ramos erectos finos, 
lenhosos, articulados, com flores em capítulos cônicos de 
bordos esbranquiçados, parecidos com botões de blusa 
para mulheres. 
Seu uso é indicado para o tratamento dos estados 
caracterizados por queda das defesas orgânicas e nos casos 
de necessidade de proteção hepática como ocorre, por 
exemplo, durante a administração de medicamentos de 
ação tóxica para o fígado ou após o uso de substâncias tóxicas e, especialmente, no 
tratamento dos casos de hepatite e suas conseqüências (LORENZI, 2008). 
 
2.2.3- Ocimum gratissimum L 
Nome popular: Alfavaca-cravo 
 A planta é um subarbusto aromática com até 1 
m de altura, originária do Oriente, e subespontâneo em 
todo o Brasil do qual existem diversos quimiotipos. 
 Figura 4- Ocimum gratissimum L. 
Fonte: MGV Silva 
 
31 
 
Figura 5- Ambrosia artemisiaefolia L. 
Fonte: MGV Silva 
 
Possui folhas ovalado-lanceoladas e flores pequenas roxo-pálidas dispostas em racimos 
paniculados erectos e curtos. O fruto é uma pequena cápsula seca possuindo 4 sementes. 
Suas folhas e ramos são aromáticos e usados empiricamente nas práticas de medicina 
caseira como estimulante, carminativa e diurética, tendo também indicação de uso 
contra a tosse e, na forma de banhos, contra gripe em crianças, moléstias nervosas e 
paralisias. É também um excelente tempero culinário, para carnes e massas (MATOS, 
2007). 
 
 
2.2.4- Ambrosia artemisiaefolia L. 
 
Nome popular: Artemísia (da terra) 
Planta subarbustiva, de caule piloso com pouco 
mais de 1 m de altura, folhas multifendidas de lóbulos 
finos, canescentes, de margem inteira de 7-12 cm de 
comprimento. Flores em capítulos subglobosos, 
amarelos, agrupados em panículas. Cresce 
espontaneamente em locais pedregosos da Europa, 
Ásia e norte da África. 
É usada como medicação nos casos de perda de 
apetite, distúrbios da digestão, do fígado e da vesícula biliar e pode ser feito na forma de 
chá. Para uso externo nos casos de pequenos ferimentos 
e picadas de insetos, o tratamento é feito com o uso de 
lavagens e compressas locais (MATOS; 2007). 
 
2.2.5- Plectranthus ornatus Cold 
 
Nome popular: Boldo-gambá 
É uma planta herbácea, perene, ramificada, 
muito aromática, conhecida também como boldo 
pequeno, boldo cheiroso, boldo rasteiro ou boldo 
gambá. Possui folhas pequenas quase triangulares, dispostas compactamente, pouco 
Figura 6- Plectranthus ornatus Cold 
Fonte: MGV Silva 
32 
 
Figura 8- Aloysia virgata Juss. 
Fonte: MGV Silva 
amargas, de odor forte e inflorescência racemosa de coloração violeta. Suas folhas são 
utilizadas para o tratamento de insuficiência hepática, dispepsia e dores no estômago 
(LORENZI, 2008). 
 
 
2.2.6- Lantana camara L. 
 
Nome popular: Camará-chumbinho 
Arbusto perene, ereto, aromático, muito ramificado,de 
0,5-2,0 m de altura, nativa de todo o Brasil. Folhas 
simples, ásperas, de 5-9 cm de comprimento. Flores de 
cores variadas, reunidas em espigas curtas com aspecto de 
capítulo. Os frutos são drupas ovoides. Muito vigorosa e 
persistente, é considerada planta daninha em áreas de 
pastagens, além de ser considerada tóxica para o gado vacum e carneiros. É também 
utilizada na medicina caseira em muitas regiões do Brasil. Suas folhas são consideradas 
como tônica, sudorífica, antipirética, sendo indicadas para problemas bronco-
pulmonares e reumatismo, bem como para sarnas, na forma de banho (LORENZI, 
2008). 
 
2.2.7- Aloysia virgata Juss. 
 
Nome popular: Lixinha 
É delgada, densamente ramificada, possui de 3 a 10 
metros de altura, nativa da Argentina e cultivada 
também no Rio Grande do Sul. Possui fragrância nas 
folhagens e suas flores aparecem na primavera e 
possuem cores que variam do branco ao amarelo 
(SERRAGLIO et at, 2007). É considerada planta 
melífera sendo visitada por várias espécies de 
abelhas. O estudo químico das folhas e caule de A. 
virgata permitiu isolar dois cauranos (hoffmaniacetona e 
Figura 7- Lantana camara L 
Fonte: MGV Silva 
33 
 
seu acetato), dois feniletanoides (verbascosídeo e arenariosídeo) e o flavonol luteolina 
(VANDRESEN, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3: MATERIAL E MÉTODOS 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
 
3.MATERIAL E MÉTODOS 
3.1- Coleta 
 
Folhas frescas de Persea americana Mill, Eclipta prostrata L, Ocimum 
gratissimum L, Ambrosia artemisiaefolia L, Plectranthus ornatus Cold e Lantana 
camara L, foram coletadas de 9 às 10h, no mês de setembro de 2010 no Horto de 
Plantas Medicinais Prof. Francisco José de Abreu Matos da Universidade Federal do 
Ceará. 
As amostras das folhas de Aloysia virgata (R. et P.) Juss foram coletadas de 9 às 
10h, no mês de fevereiro de 2011 no Apiário da Universidade Federal do Ceará, 
Campus do Pici. 
 
3.2- Extração dos óleos essenciais 
 
Os óleos essenciais das espécies selecionadas foram extraídos por 
hidrodestilação (890 g para Aloysia virgata e 1kg para as outrasespécies) em aparelho 
de Clevenger modificado e por arraste a vapor (1,205 kg para Aloysia virgata e 2kg para 
as outras espécies) em aparelho convencional de vidro por cerca de 2 horas. O óleo foi 
seco com sulfato de sódio anidro e calculado seu rendimento. 
 
3.3- Análise dos óleos essenciais 
 
Os óleos essenciais obtidos foram analisados através de cromatografia gás-
líquido acoplada a espectrômetros de massas (CG/EM) , em aparelho HP 5971 provido 
de coluna capilar de dimetil-fenil siloxano com 25,0 cm de comprimento, 0,20 mm de 
diâmetro interno e 0,30 mm de diâmetro externo, utilizando-se um gradiente de 
temperatura de 4 ºC/min de 180 a 280 ºC, tendo Hélio como fase gasosa, sendo a 
35 
 
temperatura do injetor de 250 ºC. E por cromatografia gás-líquido com detector de 
ionização de chama (CG/FID), em aparelho SHIMADZU 17ª GC/FID provido de 
coluna capilar de dimetil-fenil siloxano com 25,0 cm de comprimento, 0,20 mm de 
diâmetro interno e 0,30 mm de diâmetro externo, utilizando-se um gradiente de 
temperatura de 4 ºC/min de 180 a 280 ºC, tendo Hidrogênio como fase gasosa, sendo a 
temperatura do injetor de 230 ºC 
 
3.4- Extração das amostras 
As amostras das folhas (305g) da Aloysia virgata (R. et P.) Juss foram trituradas e 
colocadas separadamente em contato com hexano bruto e posteriormente, essas 
colocadas em contato com etanol bruto obtendo-se as quantidades de 6,4352g para o 
extrato hexânico e 34,2769g para o etanólico. 
 
3.5- Isolamento Parcial do α-humuleno 
3.5.1- Material Utilizado 
 Os neutros do óleo essencial de cravo foram cedidos pelo Parque de 
Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC), localizado na Universidade Federal do 
Ceará, para o isolamento do α-humuleno, pois o mesmo apresentava maior rendimento 
tanto de óleo quanto do constituinte procurado. 
 
3.5.2- Métodos Cromatográficos 
3.5.2.1- Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 
As análises por cromatografia de adsorção em camada delgada (CCD) foram 
realizadas utilizando-se cromatoplacas de gel de sílica sobre poliéster T-6145 da 
SIGMA CHEMICAL CO, com camada de 250 µm de espessura e dimensões de 20 x 20 
cm e cromatofolhas comerciais de gel de sílica 60 da Sigma Chemical CO (com 
indicador de fluorescência na faixa de 254 µm). 
 O eluente utilizado foi o mesmo descrito por Croteau & Gundy (1984) que 
consistia na mistura de benzeno: éter etílico: hexano na proporção de 50: 10: 40. Os 
solventes utilizados apresentavam qualidade P.A. 
 A revelação das substâncias nas cromatoplacas foi realizada utilizando-se o 
método físico de exposição à radiação de luz ultravioleta (UV) em dois comprimentos 
36 
 
de ondas 312 nm e 365 nm obtidos em lâmpada modelo UVLS-28 da Sovereign 
Computer Systems; e também por método químico: com ácido sulfúrico (H2SO4) 10% 
em etanol P.A., seguido de aquecimento em estufa a 100
o
 C por cerca de 5 min ou 
secador. 
3.5.2.2- Cromatografia em Coluna por Adsorção 
 
 A técnica de cromatografia de adsorção em coluna aberta foi utilizada na 
purificação dos neutros do óleo essencial do cravo. O comprimento e o diâmetro das 
colunas variaram de acordo com as quantidades de gel de sílica e de material a ser 
tratado. A fase estacionária (adsorvente) usada foi: gel de sílica 60 da Merck (230-400 
mesh, para cromatografias gravitacionais) para cromatografia em coluna de fase normal. 
Os eluentes utilizados nesses procedimentos foram hexano e clorofórmio, seguindo a 
ordem crescente de polaridade. 
 
3.5.2.3- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) 
 O óleo essencial do cravo e suas frações obtidas após a cromatografia em coluna 
por adsorção foram analisadas por CLAE-PDA (Cromatografia Líquida de Alta 
Eficiência com detector PDA) usando coluna cromatográfica LUNA C18 (5 µm) de 
marca Phenomenex, com dimensões de 250 x 4,6 mm, mantendo-se fluxo de 1mL/min. 
de acetonitrila: metanol: 0,01M ortofosfato monopotássico (25: 50: 25) como fase 
móvel, com comprimento de onda de 254 nm e pressão de 180 Kgf/cm
2
. 
 
3.6.- Tratamento Cromatográfico do Óleo Essencial do Cravo 
 
 O óleo essencial do cravo (2,0 g) foi adsorvido em 4,0 g de gel de sílica, 
pulverizada em gral de porcelana e devidamente acondicionada sobre 40,0 g de gel de 
sílica em coluna cromatográfica. Usando como solvente hexano e clorofórmio puros ou 
em combinações binárias seguindo uma escala crescente de polaridade. 
 As amostras foram reunidas segundo os resultados observados pela análise em 
CCD de acordo com a semelhança dos Rf. As frações eluídas com hexano e com 
hexano: clorofórmio (80: 20) foram analisadas por CLAE-UVvis. 
37 
 
 Sucessivas colunas cromatográficas mantendo as mesmas condições 
cromatográficas foram realizadas com o intuito de acumular material para o isolamento 
do α–humuleno. 
 Outra metodologia também foi realizada para um tratamento prévio do óleo 
essencial do cravo. Após a análise do óleo por CCD, verificou-se duas manchas de 
maiores concentrações separadas por alguns centímetros ao ser eluída com benzeno: 
éter etílico: hexano (5: 1: 4). O óleo foi então submetido à separação utilizando-se como 
técnica a cromatografia planar preparativa. As placas foram previamente deixadas na 
estufa à 120°C por 10 min, a amostra foi dissolvida na menor quantidade de solvente 
(clorofórmio) e foi realizada a aplicação do material em 2 placas. 
 A placa após ser eluída em benzeno: éter etílico: hexano (5:1:4) apresentava-se 
de forma bastante resolvida, pois as faixas podiam ser vistas utilizando-se o método 
físico de exposição à radiação de luz ultravioleta (UV) apresentando uma distância, 
considerável entre elas. Desta forma as faixas foram retiradas das placas por raspagem e 
deixadas em contato com clorofórmio, depois filtrado e submetido à evaporação em 
evaporador rotativo à pressão reduzida. 
 Após serem separadas por cromatografia planar preparativa, as amostras foram 
analisadas por CLAE-UVvis . 
 
3.7- Ensaios Biológicos 
3.7.1- Avaliação da Atividade Antiinflamatória 
 
 Este ensaio foi realizado na faculdade de farmácia, sob a orientação da Profa. 
Dra. Luzia Kalyne A. M. Leal. 
 
3.7.1.1- Efeito sobre a Ativação de Neutrófilo mensurada pela 
Concentração de Mieloperoxidase 
 
 Obtenção de Neutrófilo. O isolamento dos PMNs (células polimorfonucleares) 
predominantemente neutrófilo (aproximadamente 90 %) foi realizado conforme descrito 
por Lucisano (1984). Para tanto, será utilizado concentrado de leucócitos humano doado 
38 
 
pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE). A viabilidade celular 
será determinada pela técnica de Azul Tripan a 2%. 
 
 
3.7.1.2- Desgranulação de neutrófilo humano mensurada pela concentração 
de mieloperoxidase (MPO) 
 
Degranulação de neutrófilo. A suspensão de neutrófilo (2,5 x 10
6 
céls/mL) será 
incubada durante 15 min a 37°C com as drogas testes (1, 10, 25, 50 e 100 g/mL), 
veículo (controle) ou salina (NaCl 0,9%). A seguir será adicionado forbol-12-miristato-
13-acetato (0,1 μg/mL) ou citocalasina B (10 C)/ N-formil-metionil-leucil-
fenilalanina (10 nmol L
-1
). O sobrenadante obtido, rico em enzimas liberadas pela 
desgranulação leucocitária, será adicionado PBS (100 L), tampão fosfato (50 L) e 
H2O2 (0,012%). Decorridos 5 min a 37 °C será acrescido 20 L de 3,3’,3,5’-
tetrametilbenzidina (TMB, 1,5 mmol L
-1
) e a reação será interrompida pela adição de 30 
L de acetato de sódio (1,5 M; pH 3,0). A absorbância será determinada em 620 nm. A 
construção de uma curva padrão pela adição de quantidades crescentes de MPO (0,125 - 
3 U/mL) permitirá relacionar a absorbância com as unidades enzimáticas/mL. Os 
resultados serão expressos como percentual de inibição da liberação de MPO (ÚBEDA 
et al., 2002). 
 
3.7.1.3- Análise Estatística 
 
A análise estatística foi realizada com auxílio do programa Graph Pad Prism 5.0 
(USA). Os resultados serão expressos como média  erro padrão da média(EPM) ou 
desvio padrão (DP), ou ainda como média e coeficiente de variação (%). As médias 
serão comparadas utilizando o teste "t" de Student, comparação entre duas médias, ou a 
análise de variância (ANOVA), onde a significância dos contrastes entre as médias 
serão estudadas pelo teste de Tukey. O critério de significância será de p<0,05. 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
3.7.2- Avaliação do Potencial Antioxidante 
3.7.2.1- Avaliação Qualitativa da Capacidade Sequestradora de Radicais 
Livres (DPPH) 
 
Os ensaios para avaliação qualitativa da capacidade seqüestradora de radicais 
livres frente ao radical sintético 1,1-difenil-2-picril-hidrazila (DPPH) foram realizados 
de acordo com a metodologia descrita por Soler-Rivas e cols. (2000). 
Após dissolução dos óleos essenciais (10 mg/mL), 2 µL de cada amostra foram 
aplicados em cromatoplaca (sílica gel 60 F254, MERCK) e imersa, durante 10 segundos, 
em solução metanólica a 0,4 mM do radical sintético DPPH, em seguida seca a 
temperatura ambiente. O surgimento de manchas amareladas, sob um fundo roxo nos 
spots das amostras, sugeriu resultado positivo. Neste experimento, eugenol (2 µL, 2 
mg/mL em MeOH) foi utilizado como controle positivo. 
 
3.7.2.2- Preparo das Soluções das Amostras 
 
As soluções das amostras de óleos essenciais foram preparadas na concentração 
de 1,0 mg/mL em MeOH. Foram testadas no mínimo cinco concentrações que variaram 
de 500 a 100 µg/mL. Para as soluções do extrato etanólico da Aloysia virgata Juss as 
concentrações variaram de 500 a 900 µg/mL. 
 
3.7.2.3- Avaliação Quantitativa da Atividade Antioxidante 
 
Alíquotas de 0,1 mL das soluções das amostras foram individualmente colocadas 
em ependorfs etiquetados e adicionadas a cada uma delas 0,9 mL da solução de DPPH 
(100 µMol/L). As soluções foram protegidas da luz, homogeneizadas, deixadas por 30 
min em repouso e, em seguida, retirados 200 µL de cada solução para serem aplicados 
na microplaca. As leituras foram realizadas no mínimo de cinco concentrações (500 a 
40 
 
100 µg/mL). Neste ensaio, o radical estável DPPH absorve entre 515-528 nm (cor 
violeta). A medida de absorbância dessa solução violeta foi feita, em duplicata, a 515 
nm, Leitora de Elisa Thermoplate. 
 Um estudo cinético da absorção do extrato etanólico da Aloysia virgata Juss foi 
realizado com uma variação de tempo de 0 à 60 min, nas diferentes concentrações. 
 
3.7.3- Teste Larvicida (utilizando as larvas de Aedes aegypti) 
 
 Neste teste avaliou-se o potencial larvicida dos óleos essenciais. Para isto, foram 
utilizados dois tipos de larvas; as denominadas Rockfeller, que funcionaram como 
grupo controle, por se tratar de uma população de larvas que não foram colocadas em 
contato com nenhuma substância química e as denominadas PAN, que é uma população 
de larvas resistentes obtidas no bairro Panamericano em Fortaleza-Ce. Essas larvas 
foram cedidas pelo NUVET (Núcleo de Vetores) da Secretaria de Saúde do Estado do 
Ceará. 
O ensaio foi realizado de acordo com Gadelha e Toda (1985), foram colocadas 
25 larvas de Aedes aegypti de 3º estágio dos dois grupos em contato com as soluções de 
100, 250, 500 e 1000 ppm dos óleos com água(19,7 mL) e DMSO (0,3 mL) por um 
período de 24h. Logo após esse período foram feitas as contagens das larvas que 
morreram. Os testes foram feitos em triplicata. 
 
3.7.4- Teste de atividade acetilcolinesterásica 
 
Este ensaio é baseado segundo Ellman et al. (1961), adaptado para CCD por 
Rhee et al. (2001). É considerado um método colorimétrico e que pode ser utilizado de 
forma qualitativa e quantitativa (no caso desse trabalho, foi utilizado apenas o modo 
qualitativo). É um método rápido e sensível para a seleção de amostras com ação 
anticolinesterásica. 
A metodologia de Rhee et al. (2001), utiliza uma alíquota de 2,5 L dos extratos 
(10mg/mL) aplicados em uma cromatoplaca. Após a evaporação dos solventes, 
borrifou-se uma mistura (1:1) de iodeto de acetiltiocolina (ATCI) 1mmol.L
-1
 com o 
reagente de Ellman [ácido 5,5’ – Ditiobis-(2-nitrobenzóico, DTNB, 1 mmol.L
-1
], 
deixando em repouso por 3 min para a secagem da placa. Em seguida, borrifou-se a 
41 
 
enzima acetilcolinesterase 3 U/mL. Após um período de 10 minutos, ocorre o 
surgimento de uma coloração amarela na placa, porém onde houve inibição da enzima, 
observou-se um halo branco em torno dos “spots” onde foram aplicadas as amostras. 
Em 20 - 30 min a coloração desapareceu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 4: RESULTADOS E 
DISCUSSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1- Obtenção do Óleo Essencial 
 
Os óleos essenciais das folhas de Persea americana Mill, Eclipta prostrata L, Ocimum 
gratissimum L, Ambrosia artemisiaefolia L, Plectranthus ornatus Cold, Lantana 
camara L e Aloysia virgata (R. et P.) Juss foram obtidos e seus rendimentos calculados 
em relação a matéria seca. Os resultados podem ser observados na Tabela 3. 
 
Tabela 3- Rendimento de óleo essencial obtido das folhas das espécies selecionadas por hidrodestilação e 
por arraste 
NOME CIENTÍFICO NOME 
COMUM 
QUANT. (g) Umidade 
 
% 
RENDIMENTO 
% 
HD AV 
HD AV 
Aloysia virgata (R. et P.) 
Juss. 
Lixinha 0,4022 1,8702 76,84 0,20 0,67 
Ambrosia artemisiaefolia L Artemísia (da 
Terra) 
0,6400 0,8560 71,49 0,23 0,15 
Eclipta prostrata L Agrião-do-
brejo 
0,0410 0,0515 78,31 0,02 0,02 
Lantana camara L Camará-
chumbinho 
0,2032 1,2942 58,12 0,05 0,15 
Ocimum gratissimum L Alfavaca-cravo 5,3962 11,002
4 
73,07 2,00 2,04 
Persea americana Mill Abacateiro 0,0500 - 58,73 0,01 - 
Plectranthus ornatus Cold Boldo-gambá 0,1217 0,0511 90,00 0,12 0,03 
AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
4.2- Análise dos Óleos Essenciais 
 
Os óleos obtidos foram analisados por CG-EM e CG-FID, fornecendo os 
cromatogramas e espectros de massas abaixo. A análise dos cromatogramas, permitiu 
identificar os compostos listados nas tabelas de 4 a 10. 
 
 
44 
 
 
 
 
4.2.1- Persea americana Mill 
Figura 9- Cromatograma do óleo essencial da Persea americana Mill pela técnica da hidrodestilação 
 
Tabela 4- Composição Química do óleo essencial das folhas de Persea americana Mill 
CONSTITUINTES TR MM 
TEOR 
(%) HD 
D-limoneno 6,350 136 0,66 
1,8-cineol 6,458 154 2,41 
2-pinen-7-ona 9,483 150 0,74 
Terpinen-4-ol 11,883 154 3,75 
α-cubebeno 19,458 204 1,24 
α-copaeno 20,808 204 4,71 
β-cubebeno 21,408 204 1,58 
β-elemeno 21,500 204 0,70 
β-cariofileno 22,858 204 34,62 
α-humuleno 24,550 204 5,18 
Germacreno D 25,775 204 5,15 
45 
 
Cubenol 26,500 222 1,88 
α-muuroleno 26,667 204 0,72 
8-isoprenil-1,5-
dimetilciclodeca-1,5-
dieno 
26,992 204 
0,88 
α-muurolol 27,417 222 2,06 
δ-cadineno 27,583 204 7,95 
β-cadineno 27,758 204 0,60 
Germacreno B 29,333 204 1,83 
Cariofileno epoxido 30,383 220 2,85 
8-cedreno 32,525 204 1,42 
α-cadinol 33,208 222 1,63 
 TR: Tempo de Retenção 
 MM: Massa molar 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário de Persea americana Mill é o 4,11,11-trimetil-8-
metilenobiciclo (7.2.0)undec-4-eno (β-cariofileno) cujo o espectro de massas e 
representação da estrutura encontram-se na Figura 22. 
Em Persea americana Mill foi encontrado teor de α-humuleno (5,18% por HD), 
cujo espectro de massas e estrutura encontra-se na Figura 26. Valor semelhante foi 
encontrado por Ogunbinu, 2007, que obteve um teor de 5,0% nas folhas dessa mesma 
planta. 
4.2.2- Ambrosia artemisiaefolia L 
 
46 
 
Figura 10- Cromatograma do óleo essencial da Ambrosia artemisiaefolia L pela técnica da 
hidrodestilação 
 
 
Figura 11- Cromatograma do óleo essencial da Ambrosia artemisiaefoliaL pela técnica de arraste a 
vapor 
Tabela 5- Composição química do óleo essencial das folhas de Ambrosia artemisiaefolia L 
Constituintes TR MM 
Teor (%) 
AV 
Teor (%) 
HD 
Limoneno 6,358 136 0,50 0,35 
1,8-Cineol 6,467 154 1,74 1,16 
γ-Terpineno 7,233 136 0,11 - 
Hidrato de (cis)-Sabineno 7,642 154 0,95 1,16 
Verbenona 8,700 150 1,14 2,73 
2-Etil-5,5-Dimetil-1,3-
Ciclopentadieno 
8,950 
122 
1,35 
1,62 
Crisantenona 9,508 150 18,92 11,59 
2-p-meten-1-ol 9,608 154 - 0,03 
47 
 
 TR: Tempo de Retenção 
 MM: Massa Molar 
 AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário da Ambrosia artemisiaefolia L identificado foi o 
mesmo para as duas técnicas, sendo o 2,3,4,7,8,8α-hexahidro-3,6,8,8-tetrametil-,(3R-
(3α, 3α, 7β, 8α))-1H-3a, 7-metanoazuleno (cedr-8-eno) para o óleo obtido tanto por HD 
quanto por AV cujo o espectro de massas encontra-se na Figura 25 . 
5,9-Dimetil-5,8-Decadien-2-
one 
10,292 
180 
0,22 
- 
Cânfora 10,517 152 4,23 5,92 
Verbenol 11,125 152 5,20 7,18 
Borneol 11,533 154 3,80 6,20 
Terpinen-4-ol 11,900 154 0,90 1,44 
α-Terpineol 12,533 154 0,48 0,93 
Trans-3-Caren-2-ol 13,267 152 0,16 0,26 
 α-Cubebeno 21,417 204 0,23 - 
β-Cariofileno 22,858 204 0,58 0,42 
 α-humuleno 24,558 204 0,38 0,32 
4,11-seladieno 25,450 204 0,09 - 
 Cedr-8-eno 25,817 204 20,20 15,39 
β-Himachalene 25,967 204 2,56 - 
 γ-Elemeno 26,500 204 12,72 12,09 
Nerolidol 29,733 222 0,18 0,30 
Espatulenol 30,200 220 0,15 0,31 
γ-Eudesmol 32,717 222 0,21 0,45 
α-Bisabolol 35,258 222 0,86 2,13 
Fitol 47,925 296 1,82 2,22 
48 
 
Em Ambrosia artemisiaefolia L foi encontrado teor de α-humuleno nas duas 
técnicas (0,38% por AV e 0,32% por HD), porém, uma porcentagem maior foi 
encontrado por Tsubaki, 1966, que obteve um teor de 4,90% nas folhas dessa mesma 
planta. Esse resultado deve-se provavelmente a períodos ou horários de coleta 
diferentes. 
 
4.2.3- Eclipta prostrata L. 
 
Figura 12- Cromatograma do óleo essencial da Eclipta prostrata L. pela técnica da hidrodestilação 
 
Figura 13- Cromatograma do óleo essencial da Eclipta prostrata L. pela técnica de arraste à vapor 
 
49 
 
 
 
 
Tabela 6- Composição química do óleo essencial das folhas da Eclipta prostrata L. 
Constituintes TR MM 
Teor (%) 
AV 
Teor (%) 
HD 
o-cimeno 6,225 134 1,84 1,74 
Limoneno 6,358 136 3,82 0,25 
1,8-cineol 6,458 154 - 0,36 
2-pinen-7-ona 9,483 150 - 0,24 
4-terpineol 11,982 154 - 0,16 
Limoneno diepoxido 14,892 168 - 0,44 
α-copaeno 20,808 204 - 0,42 
β-cubebeno 21,408 204 - 0,37 
β-cariofileno 22,858 204 51,53 39,73 
α-humuleno 24,558 204 30,22 26,99 
4,11-seladieno 25,442 204 - 0,40 
Germacreno D 25,775 204 1,66 1,37 
α-muurolol 26,508 222 - 0,08 
Viridiflorol 30,402 222 - 9,05 
α-bisaboleno 30,950 204 - 0,13 
1-carboxadeíldo-3,4-
dimetil-3-ciclohexeno 
31,184 138 - 0,20 
Epóxido de cariofileno 31,670 220 4,20 3,62 
4,4-dimetiltetraciclo-
(6,3,2,0)(2,5)0(1,8)tridecan-
9-ol 
32,617 220 - 0,15 
6,10,14-trimetilpentadecan-
2-ona 
33,050 268 - 0,10 
4,8,12,16- 47,850 324 - 0,44 
50 
 
tetrametilheptadecan-4-
olido 
 TR: Tempo de Retenção 
 MM: Massa Molar 
 AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário da Eclipta prostrata L. é o mesmo para as duas 
técnicas de extração, 4,11,11-trimetil-8-metilenobiciclo (7.2.0)undec-4-eno (β-
cariofileno) cujo o espectro de massas e estrutura encontra-se na Figura 22. Observou-
se, no entanto, uma variação quantitativa para este composto, sendo detectado 51,53 % 
por AV e 39,73 % por HD. 
Em Eclipta prostrata L. foram encontrados elevados teores de α-humuleno 
(30,22% por AV e 26,99% por HD), cujo espectro de massas e estrutura encontra-se 
na Figura 26. Valor semelhante foi encontrado por Ogunbinu, 2009, que obteve um 
teor de 31,8% nas folhas dessa mesma planta. Entre todas as plantas estudadas, essa 
foi a que apresentou o maior teor desse constituinte. 
 
4.2.4- Lantana camara L 
Figura 14- Cromatograma do óleo essencial da Lantana camara L pela técnica de arraste à vapor 
 
51 
 
 
Figura 15- Cromatograma do óleo essencial da Lantana camara L pela técnica da hidrodestilação 
 
 Tabela 7- Composição química do óleo essencial das folhas da Lantana camara L 
Constituintes TR MM 
Teor (%) 
AV 
Teor (%) 
HD 
Limoneno 6,333 136 2,49 9,04 
1,8-cineol 6,442 154 0,43 0,89 
Linalol 8,617 154 0,71 1,83 
1,6-Dimetilhepta-1,3,5-
trieno 
9,473 122 - 0,30 
α-cubebeno 20,783 204 9,30 6,33 
α-bourboneno 21,142 204 0,79 0,50 
β-cubebeno 21,383 204 1,15 1,01 
β-elemeno 21,483 204 1,72 1,54 
β-cariofileno 22,842 204 31,43 25,50 
γ-cadineno 23,333 204 2,11 1,97 
α-humuleno 24,525 204 2,06 1,87 
aloaromadendreno 24,717 204 1,65 1,35 
α-amorfeno 25,517 204 0,47 0,57 
52 
 
Germacreno D 25,767 204 24,08 13,46 
Germacreno B 26,433 204 10,37 6,25 
α-muuroleno 26,642 204 1,01 1,14 
8-Isopropenil-1,5-
dimetil-1,5-
ciclodecadieno 
26,967 204 2,52 2,37 
δ-cadinol 27,400 222 0,54 1,87 
δ-cadineno 27,558 204 4,06 2,91 
γ-elemeno 29,300 204 0,67 0,89 
Trans-nerolidol 29,725 222 - 0,37 
Espatulenol 30,158 220 0,42 3,73 
Epóxido de cariofileno 30,350 220 0,72 4,73 
Cubenol 31,167 222 - 0,85 
2-Isopropil-5-metil-9-
metilene[4.4.0]dec-1-
eno 
33,168 204 - 1,22 
α-cadinol 32,710 222 - 0,41 
 TR: Tempo de Retenção 
 MM: Massa Molar 
 AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário da Lantana camara L é o mesmo para os dois 
métodos de extração, 4,11,11-trimetil-8-metilenobiciclo (7.2.0)undec-4-eno (β-
cariofileno). Observou-se, no entanto, uma variação quantitativa para este composto, 
sendo detectado 31,43% por AV e 25,50% através de HD. . 
Em Lantana camara L foram encontrados teores de α-humuleno (2,06% por AV 
e 1,87% por HD). Valor diferente foi encontrado por Silva, 1999, que obteve um teor de 
10,70% nas folhas dessa mesma planta e para as flores Peyron, 1972, obteve um teor 
elevado de 21,80%. 
 
53 
 
 4.2.5- Ocimum gratissimum L 
Figura 16- Cromatograma do óleo essencial do Ocimum gratissimum L pela técnica de arraste a vapor 
 
 
Figura 17- Cromatograma do óleo essencial do Ocimum gratissimum L pela técnica da hidrodestilação 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
Tabela 8- Composição química do óleo essencial das folhas do Ocimum gratissimum L 
Constituintes TR MM 
Teor (%) 
 AV 
Teor (%) 
HD 
Limoneno 6,335 136 0,35 0,45 
1,8-cineol 6,445 154 25,35 34,11 
α-ocimeno 6,803 136 0,07 - 
α-terpineno 7,207 136 0,08 0,31 
Hidrato de cis-
sabineno 
7,618 154 0,19 - 
Linalol 8,614 154 0,40 0,52 
3,3-dimetil-6-
metileno-1-
ciclohexeno 
8,918 122 0,03 - 
2-pinen-7-ona 9,456 150 0,38 0,81 
Cânfora 10,482 152 0,15 0,87 
α-terpineol 11,429 154 0,31 0,57 
Terpinen-4-ol 11,867 154 0,11 0,43 
Eugenol 19,940 164 45,42 40,96 
α-copaeno 20,798 204 0,30 - 
β-bourboneno 21,144 204 0,20 - 
β-elemeno 21,490 204 0,34 0,21 
β-cariofileno 22,836 204 6,45 4,87 
2-norpineno 23,576 204 0,07 - 
α-humuleno 24,523 204 0,97 0,79 
Aromadedreno 24,718 204 0,19 - 
Germacreno D 25,753 204 2,92 2,32 
β-guaieno 25,873 204 0,45 0,19 
55 
 
β-eudesmeno 26,126 204 8,41 6,88 
α-selineno 26,456 204 2,89 2,19 
8-isoprenil-1,5-
dimetil-1,5-
ciclodecadieno 
26,964 204 0,66 0,51 
Epóxido de 
Cariofileno 
30,356 220 0,17 0,20 
 TR: Tempo de Retenção 
 MM: Massa Molar 
 AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário doOcimum gratissimum L é o mesmo para as duas 
técnicas consideradas, o 2-metoxi-4-(2-propenil)fenil (eugenol), sendo detectado 
25,35% por AV e 34,11% por HD, cujo o espectro de massas e representação da 
estrutura encontra-se na Figura 28. 
De acordo com o relato na literatura (Silva, 2004) o α-humuleno mostrou-se 
presente nas folhas do Ocimum gratissimum com teor de 0,97% por AV e 0,79% por 
HD, valores próximos do apresentado na literatura. 
 
4.2.6- Plectranthus ornatus Cold. 
 
 
 
 
 
 
 
 
F 
Figura 18- Cromatograma do óleo essencial do Plectranthus ornatus Cold pela técnica de arraste à vapor 
 
56 
 
 
Figura 19- Cromatograma do óleo essencial do Plectranthus ornatus Cold pela técnica da hidrodestilação 
 
 Tabela 9- Composição química do óleo essencial das folhas do Plectranthus ornatus Cold 
Constituintes TR MM 
Teor 
(%) 
AV 
Teor (%) 
HD 
Limoneno 6,338 136 0,07 - 
1,8-cineol 6,444 154 0,18 0,55 
γ-terpineno 7,211 136 0,03 0,16 
Terpinen-4-ol 11,867 154 0,10 1,82 
p-cimeno 16,908 150 0,08 - 
α-cubebeno 19,453 204 0,80 0,81 
α-copaeno 20,804 204 1,61 1,23 
β-bourboneno 21,173 204 2,54 2,42 
β-cubebeno 21,404 204 1,27 0,62 
β-cariofileno 23,005 204 18,33 27,08 
γ-cadineno 23,358 204 0,54 - 
57 
 
2-metileno-4,8,8-trimetil-4-
vinil-biciclo[5.2.0]nonano 
23,599 204 0,16 0,35 
α-humuleno 24,558 204 2,03 1,53 
Isocariofileno 24,732 204 0,29 - 
Germacreno D 25,146 204 0,18 4,04 
β-himachaleno 25,837 204 12,30 - 
α-curcumeno 25,957 202 1,79 - 
γ-elemeno 26,524 204 5,95 - 
α-amorfeno 26,857 204 0,13 - 
β-elemeno 27,033 204 0,34 - 
α-muurolol 27,422 222 0,60 - 
δ-cadineno 27,593 204 1,53 1,46 
Cis-nerolidol 27,980 222 0,07 0,33 
Germacreno D-4-ol 30,235 222 0,66 - 
Epóxido de Cariofileno 30,428 220 4,21 6,49 
Humulano-1,6-dien-3-ol 32,185 222 0,06 - 
α-Cedreno 32,511 204 0,15 0,31 
4,4-dimetiltetraciclo-
(6,3,2,0)(2,5)0(1,8)trideca
n-9-ol 
32,898 220 0,51 0,79 
Tau-cadinol 33,417 222 0,04 0,88 
α-cadinol 33,783 222 0,58 0,83 
Isoaromadendreno 
epoxido 
34,141 220 0,29 - 
Viridiflorol 34,390 222 0,43 0,77 
α-bisabolol 35,248 222 0,82 - 
Fitol 47,924 296 2,13 - 
 TR: Tempo de Retenção 
58 
 
 MM: Massa Molar 
 AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário de Plectranthus ornatus Cold é o mesmo para os dois 
métodos de extração, 4,11,11-trimetil-8-metilenobiciclo (7.2.0)undec-4-eno (β-
cariofileno) com 18,33% para o óleo obtido por AV e 27,08% para o obtido por HD. 
Em Plectranthus ornatus Cold foram encontrados teores de α-humuleno 
(2,03% por AV e 1,53% por HD), valor semelhante foi encontrado por Lima, 2007, 
cujo óleo possuia entre 2,90-3,30% nas folhas dessa mesma planta 
 
4.2.7- Aloysia virgata Juss. 
 
Figura 20- Cromatograma do óleo essencial da Aloysia virgata Juss pela técnica de arraste à vapor 
59 
 
 
Figura 21- Cromatograma do óleo essencial da Aloysia virgata Juss pela técnica da hidrodestilação 
 
 Tabela 10-Composição química do óleo essencial das folhas da Aloysia virgata Juss. 
Constituintes TR MM 
Teor (%) 
AV 
Teor (%) 
HD 
δ-elemeno 21,658 204 5,71 1,95 
β-bourboneno 23,750 204 1,97 - 
β-elemeno 24,067 204 1,14 - 
β-cariofileno 25,392 204 16,30 10,24 
α-humuleno 26,750 204 10,91 4,34 
Aloaromadendreno 27,033 204 4,63 1,59 
β-cubebeno 28,050 204 15,51 - 
Elixeno 28,750 204 16,22 - 
8-isoprenil-1,5-dimetil-
ciclodeca-1,5-dieno 
28,967 204 3,67 - 
γ-muuroleno 29,633 204 4,99 - 
Germacreno B 31,008 204 5,32 - 
Germacreno D-4-ol 31,742 222 0,73 - 
Espatulenol 31,867 222 3,34 28,74 
60 
 
Epóxido de Cariofileno 32,067 220 2,34 29,05 
3,3-dimetil-2-(3-metil-1,3-
butadienil)-cicloexano-1-
metanol 
33,100 206 - 7,26 
 TR: Tempo de Retenção 
 MM: Massa Molar 
 AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
 HD: Técnica de extração por hidrodestilação 
 
O constituinte majoritário de Aloysia virgata Juss é diferente para os dois 
métodos de extração, sendo o 4,11,11-trimetil-8-metilenobiciclo (7.2.0)undec-4-eno (β-
cariofileno) com 16,30% para o óleo obtido por AV e o (epóxido de cariofileno) com 
29,05% para o óleo obtido por HD, cujo o espectro de massas e representação da 
estrutura encontram-se na Figura 32. 
Em Aloysia virgata Juss foram encontrados teores de α-humuleno (10,91% por 
AV e 4,34% por HD), valor semelhante ao da técnica de AV foi encontrado por Pino, 
2004, que apresentou um teor de 11,70% nas folhas dessa mesma planta. 
 A tabela 11 contém o teor de α-humuleno das plantas selecionadas obtido neste 
trabalho. Em relação a composição relatada na literatura, observou-se que os dados de 
α-humuleno obtidos pela técnica de arraste a vapor e hidrodestilação apresentam 
valores aproximados dos dados registrados, embora diferenças também possam ser 
encontradas e que podem ser atribuídas a vários fatores como condições 
edafoclimáticas, estágio de vida entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
Tabela 11- Lista das plantas selecionadas do Horto de Plantas Medicinais Prof. Francisco José de Abreu 
Matos e comparação do teor de α-humuleno 
 NOME CIENTÍFICO 
TEOR DE -
HUMULENO (%) 
(LITERATURA) 
PARTE 
DA 
PLANTA 
TEOR
AV 
(%) 
TEOR
HD 
(%) 
1. Aloysia virgata (R. Et P.) Juss. LIXINHA 11,70 Folhas 10,91 4,34 
2. Ambrosia artemisiaefolia L. 
ARTEMÍSIA (DA TERRA) 
4,90 Folhas 0,38 0,32 
3. Eclipta prostrata L. AGRIÃO-DO-
BREJO 
11,23-31,80 Folhas, 
galhos e 
flores 
30,22 26,99 
4. Lantana camara L. CAMARÁ-
CHUMBINHO 
3,10-21,80 
10,70 
Flores 
Folhas 
2,06 1,87 
5. Ocimum gratissimum L. ALFAVACA-
CRAVO 
 
0,80 Folhas 0,97 0,79 
6. Persea americana Mill ABACATEIRO 
 
5,00 
5,90 
Folha 
Fruto 
- 5,18 
7. Plectranthus ornatus Cold BOLDO-
GAMBÁ 
2,90-3,30 Folhas 2,03 1,53 
AV: Técnica de extração por arraste à vapor 
HD: Técnica de extração por hidrodestilação
62 
 
4.3- Espectros de Massas e Representação Estrutural 
 
Os espectros de massas utilizados na identificação dos constituintes dos extratos 
voláteis das sete espécies investigadas bem como a representação estrutural de todos os 
compostos identificados encontram-se abaixo. 
 
Figura 22- Espectro de massas e representação estrutural do β-cariofileno 
 
 
Figura 23- Espectro de massas e representação estrutural da crisantenona 
 
 
Figura 24- Espectro de massas e representação estrutural do γ-elemeno 
 
 
H H
O
63 
 
 
Figura 25- Espectro de massas do cedr-8-eno 
 Figura 26- Espectro de massas e representação estrutural do α-humuleno 
 
 
Figura 27- Espectro de massas e representação da estrutural do β-cubebeno 
 
64 
 
Figura 28- Espectro de massas e representação estrutural do eugenol 
 
 
Figura 29- Espectro de massas e representação estrutural do 1,8-cineol 
 
 
Figura 30- Espectro de massas e representação estrutural do elixeno 
 
 Figura 31- Espectro de massas e representação estrutural do germacreno D 
OH
OCH3
O
65 
 
 
 
 
 
 Figura 32- Espectro de massas e representação estrutural do cariofileno epoxido 
 
4.4- Isolamento Parcial de α-humuleno 
 Nesta etapa do trabalho, objetivou-se isolar o α-humuleno para utilizá-lo como 
padrão, na elaboração de uma curva analítica, para a determinação quantitativa deste 
composto em todos os extratos obtidos, em concordância com a metodologia utilizada 
na padronização de ativos em fitofámacos. Para alcançar este objetivo, realizou-se 
primeiramente várias extrações por hidrodestilação das folhas de Eclipta prostata, que 
apresentou o maior teor de α-humuleno, porém o teor deóleo obtido (0,02%) 
inviabilizou o uso desta planta para este fim. Como segunda opção, foram realizadas 
mais de 20 extrações por HD das folhas de Aloysia virgata, (material vegetal coletado 
no Apiário da UFC), sem, no entanto, ter obtido quantidade suficiente para o isolamento 
do α-humuleno. Devido a indisponibilidade de material vegetal das sete espécies 
utilizadas neste trabalho, optou-se pelo uso dos neutros do óleo essencial do cravo da 
índia, que é comercialmente disponível. Seus botões florais podem produzir até 15% de 
óleo essencial (TAINTER et al., 1993) e a amostra obtida apresentou por análise em 
CG-EM, 13,43% de -humuleno. Inicialmente a amostra foi analisada por 
cromatografia líquida de alta eficiência com detector de UV-VIS (CLAE-UV-VIS), para 
o estabelecimento das condições cromatográficas a ser utilizadas no estudo. O 
cromatograma desta análise encontra-se na figura 33. 
O
66 
 
Figura 33: Cromatograma CLAE-UV-VIS do neutros do óleo essencial do cravo da índia 
 Atribuiu-se o pico 3 como sendo referente ao β-cariofileno e o pico 4 
como sendo do α-humuleno, cujos tempos de retenção no cromatograma foram de 5,4 e 
7,2 min, respectivamente, pois essas substâncias se apresentavam como constituintes 
majoritários nesta amostra de óleo essencial tendo como base dados fornecidos por 
CG/EM. Os espectros na região do UV obtidos para os picos com tempos de retenção 
de 5,42min e 7,18min encontram-se nas figuras 34 e 35, em que observa-se perfil muito 
semelhante para os dois espectros, com seus máximos em 203 nm e mínimos em 196 
nm, o que está de acordo com a estrutura química dos dois sesquiterpenos, ambos 
cíclicos e com insaturações não conjugadas. 
Figura 34: Espectro na região do composto de tempo de retenção de 5,42 min 
Spectrum at time 5.42 min.
nm
200 300 400 500 600
m
A
U
0
200
400
600
m
A
U
0
200
400
600
5.42 min
Lambda max : 203 228 281 656 485
Lambda min : 196 225 253 327 322
67 
 
 
Figura 35: Espectro na região do composto de tempo de retenção de 7,18min 
 
O óleo essencial do cravo foi tratado em coluna cromatográfica em gel de sílica 
e as frações obtidas analisadas em CCD e comparadas com a amostra original, e 
reunidas em duas novas frações denominadas F1 e F2 por semelhança de Rf. As frações 
foram submetidas a análise por CG/EM atribuindo-se a identidade de F1 para β-
cariofileno e F2 para α-humuleno. F1 e F2 foram analisadas por CLAE-UV-VIS e seus 
cromatogramas encontram-se nas figuras 36 e 39. 
 
Figura 36: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1 
 
Minutes
0 5 10 15 20 25 30
0
10
20
30
1
2
Spectrum at time 7.18 min.
nm
200 300 400 500 600
m
A
U
0
25
50
75
m
A
U
0
25
50
75
7.18 min
Lambda max : 203 230 280 656 485
Lambda min : 196 219 253 376 594
68 
 
 
Figura 37: Espectro na região do UV-VIS de F1 
 
Figura 38: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1 (preto) em sobreposição com a amostra original (azul) 
 
Observou-se que no cromatograma de F1, o tempo de retenção do pico mais 
intenso (atribuído ao β-cariofileno) que foi de 3,5 min constatando-se uma diferença 
significativa do esperado (5,4 min) nas mesmas condições cromatográficas. Fez-se 
então, a sobreposição dos cromatogramas de F1 e a amostra original, constatando-se a 
diferença Fig. 38). Com base nestes dados, podemos propor que ocorreu uma 
modificação estrutural do β-cariofileno durante o processo de purificação, para um 
composto de menor tempo de retenção, provavelmente de maior polaridade. 
Minutes
0 5 10 15 20 25 30
0
10
20
30
1
2
Spectrum at time 3.48 min.
nm
200 300 400 500 600
m
A
U
0
25
50
m
A
U
0
25
50
3.48 min
Lambda max : 201 256 251 263 655
Lambda min : 254 261 195 213 354
69 
 
No cromatograma de F2 (figura 39) do pico 12 ocorre no mesmo tempo de 
retenção (atribuído ao humuleno), porém com várias impurezas. 
 
 
Figura 39: Cromatograma CLAE UV-VIS de F2 
 
 
Figura 40: Espectro na região do UV-VIS de F2 
Sucessivas colunas mantendo as mesmas condições cromatográficas foram 
realizadas após essa análise com o intuito de acumular material para posteriormente, 
purificar completamente o composto desejado. Então, todas as frações eluídas com 
hexano:clorofórmio (8:2) das colunas cromatográficas foram reunidas em uma nova 
fração F2-P e analisada por CLAE-UV-VIS (figura 41). 
Minutes
0 5 10 15 20 25 30
0
20
40
60
1 2
3
4
5
6 7
8
9
1
0
1
1
1
2
1
3
1
4 1
5
1
6 1
7
1
8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
2
4
2
5 2
6 2
7
2
8 2
9
3
0
3
1 3
2
3
3
3
4
3
5
3
6
Spectrum at time 7.09 min.
nm
200 300 400 500 600
m
A
U
0
1000
2000
m
A
U
0
1000
2000
7.09 min
Lambda max : 208 229 193 279 655
Lambda min : 220 192 195 253 325
70 
 
 
 
Figura 41: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-P 
 
 
Figura 42: Espectro na região do UV-VIS de F2-P 
Minutes
0 5 10 15 20 25 30
-1
0
1
2
1
2
3
Spectrum at time 7.08 min.
nm
200 300 400 500 600
m
A
U
0
20
40
m
A
U
0
20
40
7.08 min
Lambda max : 202 228 226 656 485
Lambda min : 227 221 195 285 254
71 
 
Figura 43: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-P (preto) em sobreposição a amostra original 
(azul) 
 A análise dos dados obtidos permitiu verificar que após todo o procedimento 
cromatográfico empregado, através de colunas cromatográficas, não tinha levado ao 
objetivo esperado (obter α-humuleno puro). O óleo foi então submetido à separação 
utilizando-se como técnica a cromatografia planar preparativa com o objetivo de separar 
os dois compostos detectados em maior concentração (β-cariofileno e α-humuleno). A 
placa após ser eluída em benzeno: éter etílico: hexano (5:1:4) foi submetida ao método 
físico de exposição á radiação de luz ultravioleta (UV) e as faixas foram visualizadas 
apresentando uma distância considerável entre elas. Desta forma as faixas foram 
retiradas das placas por raspagem e deixadas em contato com clorofórmio, depois 
filtrado e submetido à evaporação em evaporador rotativo à pressão reduzida. 
 Após serem separadas por cromatografia planar preparativa, as novas frações 
foram denominadas F1-PP e F2-PP, e analisadas por CLAE-UV-VIS. Os 
cromatogramas obtidos encontram-se nas figuras 44 e 45. 
 
Figura 44: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1-PP obtida pela cromatografia planar preparativa 
Minutes
0 5 10 15 20 25 30
-1
0
1
2
1
2
3
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0 5 10 15 20 25 30
0
25
50
1
2
3
4
5
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Figura 45: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F1-PP (preto) em sobreposição a amostra original (azul) 
 
Figura 46: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-PP obtida pela cromatografia planar preparativa 
 
 
Figura 47: Cromatograma CLAE-UV-VIS de F2-PP (preto) em sobreposição a amostra original (azul) 
 
Minutes
0 5 10 15 20 25 30
0
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1
2
3 4
5
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0 5 10 15 20 25 30
0
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1 2 3 4 5 6 7
8 9
1
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1
1
1
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1
3
1
4
1
5
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6
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8
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9
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0
2
1
2
2
2
3
2
4
2
5
2
6 2
7 2
8
2
9
3
0 3
1
Minutes
2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0 17.5 20.0 22.5 25.0 27.5 30.0
-2
0
2
4
1 2 3
4 5 6 7
8 9 1
0
1
1
1
2
1
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3 2
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2
5
2
6 2
7 2
8
2
9
3
0
3
1
73 
 
A análise dos cromatogramas obtidos confirmou que também esta técnica, não 
produziu os resultados esperados. Devido aos vários picos detectados, a amostra ao 
invés de mais pura se encontrava mais complexa, provavelmente por reação com a sílica 
no processo de purificação. Devido o exposto, não foi possível obter -humuleno em 
pureza satisfatória para ser utilizado como padrão e determinar por CLAE o teor deste 
composto nas amostras de óleos estudadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 5: ENSAIOS BIOLÓGICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
5- ENSAIOS BIOLÓGICOS 
5.1- Avaliação da Atividade Antiinflamatória 
5.1.1- Atividade antiinflamatória

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