Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Direito e Legislação Nova Lei de Licitações: Planejamento e Governança Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Paulo Bernardes Honório de Mendonça (Conteudista) Curso desenvolvido no âmbito da Diretoria de Desenvolvimento Profissional – DDPRO Sumário Módulo 1 - Lei Federal nº 14.133: contextualizando as mudanças trazidas pela nova Lei Unidade 1 – Principais informações da nova Lei de Licitações e Contratos .5 Unidade 2 – Aperfeiçoamentos trazidos pela nova lei ....................................8 Módulo 2. Introdução ao planejamento e governança das contratações Unidade 1 – Importância do planejamento para a contratação pública ....11 Unidade 2 – Visão geral do planejamento das contratações ........................14 Unidade 3 – Responsáveis pelo planejamento da contratação ...................16 Unidade 4 – Contexto geral da Governança Pública no País ........................19 Módulo 3. Processo de elaboração de Estudos Técnicos Preliminares - ETPs Unidade 1 – Estudo Técnico Preliminar - ETP .................................................22 Unidade 2 – Os estudos e a metodologia de cálculo utilizados para definir a quantidade e a qualidade da aquisição ..........................................................26 Unidade 3 – Estudo de caso com serviço e aquisição ....................................30 Módulo 4. Processo de elaboração de Termos de Referência - TRs Unidade 1 – Diferença básica entre Projeto Básico e Termo de Referência: o ‘DNA’ da contratação .........................................................................................32 Unidade 2 – Estruturação do Termo de Referência: descrição do objeto ...36 Unidade 3 – Exigência de qualificação técnica e Exigência de Amostra ou de Prova de Conceito e vistoria técnica ................................................................43 Unidade 4 – Estudo de caso com serviço e aquisição ....................................53 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Módulo Lei Federal nº 14.133: contextualizando as mudanças trazidas pela nova lei1 Unidade 1 – Principais informações da nova Lei de Licitações e Contratos Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os objetivos e reconhecer a vigência, a aplicabilidade e o período de transição da nova Lei de Licitações e Contratos, bem como as principais inovações trazidas ao ordenamento jurídico vigente. 1. Objetivos (o que a lei estabelece) A Nova Lei de Licitações e Contratos (NLLC) é um novo sistema de contratações públicas cuja operacionalização demandará o amadurecimento institucional da Administração Pública. Trata-se de uma elevada curva de aprendizado a ser percorrida, exigindo, entre outros meios, iniciativas voltadas à capacitação e ao aperfeiçoamento dos servidores quanto à condução dos procedimentos licitatórios e a correta fiscalização e gestão contratual. Por isso, houve efetiva preocupação do legislador com a formação dos agentes públicos que desempenharão funções essenciais na NLLC. Os objetivos da nova lei ficam claros desde a sua concepção. Uma leitura atenta dos primeiros artigos nos mostra de maneira clara os objetivos da nova lei. Vamos começar. inserir link de vídeo inserir link de vídeo inserir link de vídeo inserir link de vídeo 6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2. Vigência (prazo de vigência e revogação dos prazos anteriores) A Nova Lei de Licitações e Contratos trouxe o prazo de vigência necessário para sua entrada em vigor. Para tanto, algumas regulamentações e providências específicas precisavam ser tomadas. Após um longo período de tramitação no Congresso Nacional, a NLLC, estabelece normas gerais de licitação e contratação para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios pretendendo substituir, por meio de um único diploma, a Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/1993), a Lei do Pregão (Lei nº 10.520/2002) e a Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (artigos 1º a 47 da Lei nº 12.462/2011). O intento de unificar e consolidar em uma só peça as principais normas da legislação brasileira de compras públicas resta claro no exame do rol das modalidades de licitação segundo a NLLC. A Nova Lei de Licitações revoga a Lei n. 8.666/93, a Lei n. 10.520/2002 e Lei n. 12.462/2011, após o decurso de 02 anos (Art. 193). Entrou em vigor na data da publicação (Art. 194), ou seja, em 01/04/2021. Até o decurso de prazo de dois anos, foi estabelecido um período de transição, onde o Poder Público poderá optar por seguir a Lei n. 8.666/93, a Lei n. 10.520/2002 e Lei n. 12.462/2011 OU A NOVA LEI DE LICITAÇÕES, SENDO VEDADA A UTILIZAÇÃO DE UM REGIME MISTO (Art. 191). A própria Nova Lei de Licitações afasta qualquer possibilidade de sua aplicação subsidiária, no que diz respeito aos certames e contratos firmados pelas Estatais, trazendo expressa previsão no art. 1º , parágrafo primeiro, de que somente se aplicam as disposições referentes aos crimes previstos no art. 178. Isso também acontecia com a Lei nº 8.666/93, muito embora o TCU insistisse na fundamentação dos seus julgados na antiga lei de Licitações para os casos referentes às estatais. Quanto ao uso por estados e municípios a permissividade diverge: muitos entes autorizaram o uso e muitos vetaram o uso. Exemplo de entes favoráveis ao uso: Acre, Município de Salvador, Paraíba, São Paulo, Distrito Federal, etc. Exemplo de entes contrários ao uso: Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Espírito Santo. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 Referências A APLICABILIDADE da Lei de Licitações e Contratos. Tocantins, 16 SET 2021. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228101. Acesso em: 05 out 2021. BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, Seção 1, 01 abr. 2021, p. 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2021/lei/L14133.htm. Acesso em: 05 out 2021. BRASIL. Advocacia - Geral da União PARECER n. 00002/2021/CNMLC/CGU/AGU - CAMARA NACIONAL DE MODELOS DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS - CNMLC/DECOR/CGU. Brasília, 14djun 2021. Disponível em: https://www.conjur. com.br/dl/parecer-agu-aplicabilidade-lei-1413321.pdf. Acesso em: 05 out 2021. Entenda a Nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021): quando passam a valer as novas regras?. SCHIEFLER ADVOCACIA. São Paulo, 18 maio de 2021. Disponível em: https://schiefler.adv.br/entenda-a-nova-lei-de-licitacoes-lei-no-14-133-2021- quando-passam-a-valer-as-novas-regras/. Acesso em: 05 out 2021. Gustavo Schiefler assina artigo em nova coluna do CONJUR: É recomendável aplicar a nova Lei de Licitações na pendência do PNPC?. SCHIEFLER ADVOCACIA. São Paulo, 18 maio de 2021. Disponível em: https://schiefler.adv.br/gustavo-schiefler-assina- artigo-em-nova-coluna-do-conjur-e-recomendavel-aplicar-a-nova-lei-de-licitacoes- na-pendencia-do-pnpc/. Acesso em: 05 out 2021. SABER Direito. Direito Administrativo: Nova Lei de Licitações e Contrato. Tv Justiça. 2021. (56m51s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v =CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6. Acesso em 05 out.2021. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228101 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm https://www.conjur.com.br/dl/parecer-agu-aplicabilidade-lei-1413321.pdf https://www.conjur.com.br/dl/parecer-agu-aplicabilidade-lei-1413321.pdf https://schiefler.adv.br/entenda-a-nova-lei-de-licitacoes-lei-no-14-133-2021-quando-passam-a-valer-ahttps://schiefler.adv.br/entenda-a-nova-lei-de-licitacoes-lei-no-14-133-2021-quando-passam-a-valer-a https://schiefler.adv.br/gustavo-schiefler-assina-artigo-em-nova-coluna-do-conjur-e-recomendavel-apl https://schiefler.adv.br/gustavo-schiefler-assina-artigo-em-nova-coluna-do-conjur-e-recomendavel-apl https://schiefler.adv.br/gustavo-schiefler-assina-artigo-em-nova-coluna-do-conjur-e-recomendavel-apl https://www.youtube.com/watch?v=CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6 https://www.youtube.com/watch?v=CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Aperfeiçoamentos trazidos pela nova lei Ao final desta unidade, você será capaz de Reconhecer as principais alterações trazidas pela Nova Lei de Licitações e Contratos 2.1 O que permanece com a nova Lei de Licitações Nas licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o Brasil seja parte, podem ser admitidas condições peculiares à seleção e à contratação constantes de normas e procedimentos das agências ou dos organismos DESDE QUE sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação e NÃO CONFLITEM com a Constituição Federal (Art. 1º , Parágrafo Terceiro). A Nova Lei de Licitação buscou enfatizar a necessidade de atendimento aos Princípios do Planejamento, Transparência, Segregação de Funções e disposições da LINDB (Art. 5º), o que já era previsto na Jurisprudência dos Tribunais de Contas. 2.2. Alterações legais e infralegais sobre licitações e contratos As principais inovações, dentre muitas, podem ser listadas abaixo: Regulamento federal - Estados, Distrito Federal e os Municípios poderão aplicar os regulamentos editados pela União para execução da nova lei. Diretrizes - Passam a constar, expressamente, no texto legal, as diretrizes da segregação de funções e do planejamento. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - Na aplicação da nova lei deverão ser observadas as disposições do Decreto-Lei nº 4.657/1942, alterado pela Lei nº 13.655/2018. Modalidades licitatórias - Pregão; concorrência; concurso; leilão; e diálogo competitivo. Procedimentos auxiliares - Credenciamento; pré-qualificação; procedimento de manifestação de interesse; sistema de registro de preços; e registro cadastral. Critérios de julgamento - Menor preço; maior desconto; melhor técnica ou conteúdo artístico; técnica e preço; maior lance, no caso de leilão; e maior retorno econômico. Modos de disputa - (a) aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas propostas por meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes; (b) Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em sigilo até a data e hora designadas para sua divulgação. Grande vulto - Obras, serviços, locações e fornecimentos de grande vulto são aqueles cujo valor estimado supere R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais). Estudo técnico preliminar - Instrumento obrigatório, o qual deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação, servindo de supedâneo para a elaboração do anteprojeto, do projeto básico e do termo de referência. Exequibilidade da proposta - No caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas inexequíveis as propostas cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela administração Diálogo competitivo - Modalidade de licitação para a contratação de obras, serviços e compras em que a administração pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos. É restrita a contratações em que a Administração vise contratar objeto que envolva as seguintes condições: a) inovação tecnológica ou técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela administração. Agente de contratação, comissão de contratação e pregoeiro - São os responsáveis pela condução do procedimento licitatório, definindo, o novo marco legal, as situações em que cada um atua; as regras relativas à atuação desses agentes serão estabelecidas em regulamento, devendo ser prevista a possibilidade de contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para o desempenho das funções essenciais à execução do novo marco legal. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências BRASIL. Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021. Lei de Licitações e Contratos Administrativos. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, Seção 1, 01 abr. 2021, p. 1. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2021/lei/L14133.htm. Acesso em: 05 out 2021. BRASIL. Ministério da Economia. Webinar - presente e futuro: a nova lei de licitações. Youtube. Disponível em: <https://youtu.be/MJDzNAs3JqA> - Nova Lei de Licitações: Presente e Futuro. Youtube, 06 abr. 2021. BRASIL. Ministério da Economia. Webinar - 2 meses: nova Lei de Licitações. Youtube. Disponível em: <https://youtu.be/2LZnVR-aLFc>. Acesso em 05 out. 2021. SABER Direito. Direito Administrativo: Nova Lei de Licitações e Contrato. Tv Justiça. 2021. (56m51s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v =CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6. Acesso em 05 out.2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm https://youtu.be/MJDzNAs3JqA https://youtu.be/2LZnVR-aLFc https://www.youtube.com/watch?v=CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6 https://www.youtube.com/watch?v=CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 Módulo Introdução ao planejamento e governança das contratações2 Unidade 1 – Importância do planejamento para a contratação pública Ao final desta unidade, você será capaz de Reconhecer a importância do planejamento para a contratação pública e as implicações da Nova Lei de Licitações e Contratos no planejamento 1.1 O planejamento na nova lei Muito embora previsto desde o DL 200/67, o planejamento foi, agora de maneira explícita, alçado à condição de princípio (art. 5º) na NLLC, evidenciando a relevância dada pelo legislador a essa importante ferramenta administrativa nas contratações públicas. A Nova Lei de Licitação buscou enfatizar a necessidade de atendimento aos Princípios do Planejamento, Transparência, Segregação de Funções e disposições da LINDB (Art. 5º), o que já era previsto na Jurisprudência dos Tribunais de Contas. Compatibilizar as necessidades da Administração com o seu planejamento estratégico e orçamentário e buscar o melhor modo de atendê-las, levando em consideração todo o ciclo de vida do objeto da contratação, inclusive quanto a aspectos ambientais e de sustentabilidade, valendo-se, sempre que possível, de mecanismos de centralização de contratações e de padronização de procedimentos, documentos, bens, serviços e obras. A Nova Lei de Licitações apresentou um foco claro na governança e fase preparatória, de modo a evitar os problemas decorrentes de contratações mal planejadas ou geridas de forma equivocada. A partir de documentos de formalização de demandas, os órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo poderão, na forma de regulamento, elaborar plano de contratações anual , com o objetivo de 12Enap Fundação Escola Nacional deAdministração Pública racionalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, garantir o alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas leis orçamentárias. O plano deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial e será observado pelo ente federativo na realização de licitações e na execução dos contratos (Art. 12). Os principais instrumentos de Planejamento são o PAC-Plano Anual de Aquisições, o Estudo (técnico) Preliminar e o Termo de Referência. A fase preparatória do processo licitatório é aquela caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações (Art. 18). Portanto, o estudo técnico preliminar deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contratação, e conterá a demonstração da previsão da contratação no plano de contratação anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o planejamento da Administração. O art. 11, por sua vez, focou, de igual modo, na gestão, ao estabelecer que a alta administração do órgão ou entidade passa a ser responsável pela governança das contratações e deve implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos , com o intuito de promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações. Tal disposição deverá atrair a responsabilização dos gestores públicos por contratações que resultem em má utilização de recursos públicos, seja por vícios na licitação ou por eventuais falhas que não decorram diretamente da sua conduta. Além disso, foi criada a fase do anteprojeto , cujos elementos aparecem detalhados no art. 6º , XXIV. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 Referências ÀVILA. Humberto. Teoria dos princípios : da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 19. ed. rev e atual. - São Paulo : Malheiros, 2019. 240 p. ; 21 cm. MINISTÉRIO da Economia. Webinar - 2 meses: nova Lei de Licitações. Youtube. Disponível em: <https://youtu.be/2LZnVR-aLFc>. Acesso em 05 out. 2021. SABER Direito. Direito Administrativo: Nova Lei de Licitações e Contrato. Tv Justiça. 2021. (56m51s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v =CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6. Acesso em 05 out.2021. https://youtu.be/2LZnVR-aLFc https://www.youtube.com/watch?v=CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6 https://www.youtube.com/watch?v=CGMzQXhdSMk&list=PLVwNANcUXyA8UCF5BWI3lwIHnuO8pII8W&index=6 14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Visão geral do planejamento das contratações Ao final desta unidade, você será capaz de Descrever o processo licitatório e as fases do planejamento 2.1. Visão geral do processo licitatório No processo licitatório as etapas são organizadas conforme a concretização do Planejado. Neste sentido há a formalização da demanda, a elaboração dos Estudos Preliminares - ETP, formação do Projeto Básico ou Termo de Referência, elaboração das Minutas de Edital e do termo contratual, gerenciamento de riscos, autorização conforme a instância de governança, emissão de pareceres e publicação do edital. O ETP é tido pela nova lei como documento estrutural do planejamento da contratação. É por seu intermédio que se definirá como melhor atender a necessidade apontada pela Administração, analisando e comparando as soluções passíveis de serem implementadas, podendo, inclusive, concluir ao final dos estudos que a contratação é inviável. A elaboração do ETP é, em regra, obrigatória, admitindo-se, mediante justificativa, a elaboração de estudo simplificado com, apenas, os elementos referidos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º do artigo 18, sendo sua elaboração facultativa nas contratações diretas. Tal conclusão é extraída da leitura conjugada dos artigos 6º, XX, 18, § 2º, e 72, inciso I, da NLLC. A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a distância, na forma eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar, com disponibilização prévia de informações pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e elementos do edital de licitação , e com possibilidade de manifestação de todos os interessados. A Administração também poderá submeter a licitação a prévia consulta pública, mediante a disponibilização de seus elementos a todos os interessados, que poderão formular sugestões no prazo fixado. (Art. 21) Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 Referências ASPECTOS relevantes sobre a aplicabilidade do PAC: Nas rotinas administrativas dos órgãos públicos. Solicita. Disponível em: <https://sollicita.com.br/Noticia/?p_ idNoticia=17210&n=aspectos-relevantes-sobre-a-aplicabilidade-do-pac>. Acesso em 05 out. 2021. ÀVILA. Humberto. Teoria dos princípios: da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 19. ed. rev e atual. - São Paulo : Malheiros, 2019. 240 p. ; 21 cm. BRITO, Isabella. Governança em contratações públicas: a transformação passa pelos meios. Disponível em: <http://www.licitacaoecontrato.com.br>. Acesso em dez/2020. CHIAVENATO, I.; SAPIRO A. Planejamento estratégico - Fundamentos e Aplicações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. FENILI, Renato Ribeiro. Governança em logística pública no enfrentamento à COID- 19: arcabouço legal em visão sistêmica e aplicada. Belo Horizonte, Fórum, 2020. MINISTÉRIO da Economia. Webinar - presente e futuro: a nova lei de licitações. Youtube. Disponível em: <https://youtu.be/MJDzNAs3JqA> - Nova Lei de Licitações: Presente e Futuro. Youtube, 06 abr. 2021. MINISTÉRIO da Economia. Webinar - 2 meses: nova Lei de Licitações. Youtube. Disponível em: <https://youtu.be/2LZnVR-aLFc>. Acesso em 05 out. 2021. https://sollicita.com.br/Noticia/?p_idNoticia=17210&n=aspectos-relevantes-sobre-a-aplicabilidade-do- https://sollicita.com.br/Noticia/?p_idNoticia=17210&n=aspectos-relevantes-sobre-a-aplicabilidade-do- http://www.licitacaoecontrato.com.br https://youtu.be/MJDzNAs3JqA https://youtu.be/2LZnVR-aLFc 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – Responsáveis pelo planejamento da contratação Ao final desta unidade, você será capaz de Identificar os responsáveis pelo planejamento da contratação e reconhecer a visão do TCU sobre a responsabilização dos planejadores. 3.1. Responsáveis pelo planejamento da contratação A NLLC trouxe renovada preocupação com os agentes públicos que atuam no processo de contratação pública. A Nova Lei de Licitações trouxe uma diferenciação entre agente público e autoridade, conceituando o primeiro como ¨indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública¨; e o segundo como o ¨agente público dotado de poder de decisão¨ (Art. 6º) Comissão de contratação: conjunto de agentes públicos indicados pela Administração, em caráter permanente ou especial, com a função de receber, examinar e julgar documentos relativos às licitações e aos procedimentos auxiliares; Agente de contratação: pessoa designada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação (Art. 6º). O art. 7º da NLLC estabelece requisitos básicos para atuação de agentes públicos em processos de contratação pública. EnapFundação Escola Nacional de Administração Pública 17 A lei exige que a designação venha a recair preferencialmente sobre servidores efetivos ou empregados públicos do quadro permanente (inciso I), que recebam prévia capacitação adequada (inciso II) e não tenham vínculos de parentesco ou de natureza técnica, comercial, econômica, ou financeira com licitantes ou contratados habituais da Administração (inciso III). A NLLC exige a designação de servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da Administração (art. 6º, LX e 8º, NLLC). Segundo Marçal Justen Filho, ao exigir a “ausência de precariedade na posição” como requisito, a nova lei presume que agentes públicos que não gozem de estabilidade ou estejam sujeitos à demissibilidade ad nutum podem sofrer pressões mais intensas no sentido de condutas irregulares. Em regra, cabe ao agente de contratação conduzir o procedimento administrativo, tomando decisões de relevo e praticando, com o auxílio da sua equipe de apoio, os atos principais do processo de contratação pública. Mas a NLLC também prevê a atuação de comissões de contratação, bancas, leiloeiros oficiais e pregoeiros, com funções distintas conforme a modalidade de licitação. 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências ACÓRDÃO 1637/2021 - Plenário. Disponível em: <https://pesquisa.apps. tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/3739720206.PROC/%2520/ DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0/%2520>. Acesso em dez. 2020. LEONEZ, Angelins Souza. Etapas do Plano Anual de Contratações – PAC. Disponível em: <http://www.licitacaoecontrato.com.br>. Acesso em dez. 2020. PLANEJAMENTO da contratação. Ementário Ementário de Gestão Pública nº 2.343. Disponível em: <https://ementario.info/2020/01/14/ementario-de-gestao- publica-no-2-343/?fbclid=IwAR28hJlju5gj0xucyw52KlSXFiHSjKFpDoDBsLfCIoPf9S_ IUpJV3xFzmG0&doing_wp_cron=1633707722.5437290668487548828125>. Acesso em dez. 2020. https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/3739720206.PROC/%2520/DTRELEVANCIA%252 https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/3739720206.PROC/%2520/DTRELEVANCIA%252 https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/3739720206.PROC/%2520/DTRELEVANCIA%252 http://www.licitacaoecontrato.com.br https://ementario.info/2020/01/14/ementario-de-gestao-publica-no-2-343/?fbclid=IwAR28hJlju5gj0xucyw5 https://ementario.info/2020/01/14/ementario-de-gestao-publica-no-2-343/?fbclid=IwAR28hJlju5gj0xucyw5 https://ementario.info/2020/01/14/ementario-de-gestao-publica-no-2-343/?fbclid=IwAR28hJlju5gj0xucyw5 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 Unidade 4 – Contexto geral da Governança Pública no País Ao final desta unidade, você será capaz de Conceituar governança pública e governança de contratações e Reconhecer a governança (estruturas, tarefas e inovações) na Nova Lei de Licitações e Contratos 4.1 Governança de contratações Na NLL, apesar de haver apenas duas menções a “governança”, há previsão de diversos mecanismos de liderança, estratégia e controle para avaliação, direcionamento e monitoramento dos processos licitatórios. A primeira menção consta do parágrafo único do art. 11 e já a segunda menção está no inciso I do art. 169, que estabelece que a primeira linha de defesa das contratações públicas será integrada por servidores e empregados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam na estrutura de governança do órgão ou entidade. Segundo o art. 169 da NLLC, no que concerne ao controle das contratações: A primeira linha de defesa: É integrada por servidores e empregados públicos, agentes de licitação e autoridades que atuam na estrutura de governança do órgão ou entidade. A segunda linha de defesa: É composta pelas unidades de assessoramento jurídico e de controle interno do próprio órgão ou entidade. Já a terceira linha de defesa é formada pelo órgão central de controle interno da Administração e pelo tribunal de contas. O art. 7º da nova lei impõe à autoridade máxima de cada órgão o dever de observar a gestão de competências e observar a aptidão dos servidores antes de designá-los para atuação nos processos de contratação. Ou seja, os bons resultados esperados passam pela responsabilidade do gestor superior. 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A aplicação da NLL exigirá a criação e o fortalecimento das estruturas de governança em todas as áreas da administração pública. A grande participação foi a do planejamento na aplicação da Lei e a obrigatoriedade do PAC para racionalização e o alinhamento institucional com o planejamento estratégico e com as leis orçamentárias. A fase preparatória deverá conter, ainda, a Matriz de Riscos , que poderá constar também no edital de modo a estabelecer a alocação de riscos entre o contratante e o contratado , hipótese em que o cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente federativo (Art. 22). Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital obrigatoriamente contemplará matriz de alocação de riscos entre o contratante e o contratado. (§ 3º) Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à escolha da solução de projeto básico pelo contratado deverão ser alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos. (§ 4º ) As condições do contrato e da matriz de alocação de riscos serão consideradas para fins de equilíbrio econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de restabelecimento do equilíbrio relacionados aos riscos assumidos. Exceções: 1. às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas hipóteses do inciso I do caput do art. 124 da Lei n. 14.333/2021; 2. ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tributos diretamente pagos pelo contratado em decorrência do contrato. (Art. 103, § 5º) Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 Referências JUSTEN NETO, Marçal. Governança, gestão e planejamento de licitações na Lei 14.133/2021. Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini. Curitiba, n. 171, maio de 2021. Disponível em: > www.justen.com.br>. Acesso em 05 out. 2021. 1º FÓRUM de Governança das Contratações - Dia 2. Repositório Institucional da UFSC. Santa Catarina, 28 set. 2021. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/228329>. Acesso em 05 out.2021. CARVALHO, Guilherme. O mito do planejamento exorbitante na Lei nº 14.133/2021. Santa Catarina, 01 out. 2021. Disponível em: > https://repositorio.ufsc.br/ bitstream/handle/123456789/228633/ConJur%20-%20O%20mito%20do%20 planejamento%20exorbitante%20na%20Lei%20n%c2%ba%2014.133_2021. pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 05 out. 2021. LIMA, Jonas. Lei nº 14.133/2021: Licitações, regulação e normas técnicas. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228172/ConJur%20 -%20Lei%20n%c2%ba%2014.133_2021_%20Licita%c3%a7%c3%b5es%2c%20 r e g u l a % c 3 % a 7 % c 3 % a 3 o % 2 0 e % 2 0 n o r m a s % 2 0 t % c 3 % a 9 c n i c a s . pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Revista Consultor Jurídico. 24 set.2021. Acesso em 05 out.2021. http://www.justen.com.br https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228329 https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228329 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228633/ConJur%20-%20O%20mito%20do%20planejame https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228633/ConJur%20-%20O%20mito%20do%20planejame https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228633/ConJur%20-%20O%20mito%20do%20planejame https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228633/ConJur%20-%20O%20mito%20do%20planejame https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228172/ConJur%20-%20Lei%20n%c2%ba%2014.133_20https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228172/ConJur%20-%20Lei%20n%c2%ba%2014.133_20 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228172/ConJur%20-%20Lei%20n%c2%ba%2014.133_20 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228172/ConJur%20-%20Lei%20n%c2%ba%2014.133_20 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Processo de elaboração de Estudo Técnico Preliminar - ETP3 Unidade 1 – Estudo Técnico Preliminar - ETP Ao final desta unidade, você será capaz de conceituar Estudo Técnico Preliminar - ETP e enumerar seus objetivos e requisitos mínimos, identificando os requisitos para a estruturação do Estudo Técnico Preliminar - ETP 1.1 Conceito O ETP é tido pela nova lei como documento estrutural do planejamento da contratação. É por seu intermédio que se definirá como melhor atender a necessidade apontada pela Administração, analisando e comparando as soluções passíveis de serem implementadas, podendo, inclusive, concluir ao final dos estudos que a contratação é inviável. A elaboração do ETP é, em regra, obrigatória, admitindo-se, mediante justificativa, a elaboração de estudo simplificado com, apenas, os elementos referidos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º do artigo 18, sendo sua elaboração facultativa nas contratações diretas. Tal conclusão é extraída da leitura conjugada dos artigos 6º, XX, 18, § 2º, e 72, inciso I, da NLLC. O Estudo Técnico Preliminar - ETP é parte fundamental do processo de planejamento de qualquer contratação na administração pública federal, tendo em vista a necessidade recorrente de demonstração da viabilidade técnica e do adequado tratamento do impacto ambiental da proposta de contratação, bem como do embasamento para o termo de referência. A fase interna do processo de licitação é caracterizada pelo planejamento detalhado, cuja finalidade é evidenciar a necessidade da administração pública que será suprida com a contratação de um serviço ou compra de material. A ausência de planejamento submete os órgãos, instituições e agentes públicos ao risco de cometer atos antieconômicos, ineficientes, ineficazes, sem efetividade, ilegais e/ou imorais. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 O planejamento das contratações pela administração pública federal, assim como a necessidade de estudo técnico preliminar e a confecção do termo de referência têm sua justificativa também nas orientações do Tribunal de Contas da União-TCU (acórdão 1.233/2012-Plenário, acórdão 310/2013-TCU-Plenario), além de outros normativos e orientações dos órgãos de controle interno das entidades públicas. 1.2 Requisitos mínimos de um ETP Pela IN 40/2020, os itens que devem constar no ETP digital são os seguintes: I - descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a ser resolvido sob a perspectiva do interesse público; II - descrição dos requisitos necessários e suficientes à escolha da solução, prevendo critérios e práticas de sustentabilidade; III - levantamento de mercado, que consiste na prospecção e análise das alternativas possíveis de soluções, podendo, entre outras opções: a) ser consideradas contratações similares feitas por outros órgãos e entidades, com objetivo de identificar a existência de novas metodologias, tecnologias ou inovações que melhor atendam às necessidades da administração; e b) ser realizada consulta, audiência pública ou diálogo transparente com potenciais contratadas, para coleta de contribuições. IV - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o caso, acompanhada das justificativas técnica e econômica da escolha do tipo de solução; V - estimativa das quantidades a serem contratadas, acompanhada das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, considerando a interdependência com outras contratações, de modo a possibilitar economia de escala; VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado, se a administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão da licitação; VII - justificativas para o parcelamento ou não da solução, se aplicável; VIII - contratações correlatas e/ou interdependentes; IX - demonstração do alinhamento entre a contratação e o planejamento do órgão ou entidade, identificando a previsão no Plano Anual de Contratações ou, se for o caso, justificando a ausência de previsão; 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública X - resultados pretendidos, em termos de efetividade e de desenvolvimento nacional sustentável; XI - providências a serem adotadas pela administração previamente à celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual ou adequação do ambiente da organização; XII - possíveis impactos ambientais e respectivas medidas de tratamento; e XIII - posicionamento conclusivo sobre a viabilidade e razoabilidade da contratação. Existem itens obrigatórios e facultativos que fazem parte da elaboração do ETP, como mostra na imagem a seguir. Necessidade da contratação Contratações correlatas e/ou interdependentes Alinhamento entre as contratação e o planejamento Requisitos da contratação Justificativas para o parcelamento ou não da solução Resultados pretendidos Levantamento de mercado Estimativa do valor da contratação Providencias a serem adotadas pela administração Descrição da solução como um todo Estimativa das quantidades Impactos ambientais e medidas de tratamento Viabilidade e razoabilidade da contratação Elementos obrigatórios Elementos facultativos Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 Referências ACÓRDÃO Nº 1233/2012 – TCU – Plenário. Tribunal de Contas da União. Disponível em: <http://www1.siop.planejamento.gov.br/siopdoc/lib/exe/fetch.php/acesso_ publico:qlikview:0000029368-acordao_1233_2012_tcu-plenario.pdf>. Acesso em 05 out. 2021. ACORDÃO 3630/2013 - Plenário. Pesquisa Integrada do TCU. Disponível em: <https:// pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/KEY%253AACORDAO- COMPLETO-1259352/DTRELEVANCIA%2520desc/0/sinonimos%253Dfalse>. Acesso em 05 out. 2021. BRASIL. Ministério da Economia. WEBINAR - Estudo Técnico Preliminar. Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VpKDgkFRXdA>. Acesso em 05 out. 2021. http://www1.siop.planejamento.gov.br/siopdoc/lib/exe/fetch.php/acesso_publico:qlikview:0000029368-ac http://www1.siop.planejamento.gov.br/siopdoc/lib/exe/fetch.php/acesso_publico:qlikview:0000029368-ac https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/KEY%253AACORDAO-COMPLETO-1259352/DTR https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/KEY%253AACORDAO-COMPLETO-1259352/DTR https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/documento/acordao-completo/*/KEY%253AACORDAO-COMPLETO-1259352/DTR https://www.youtube.com/watch?v=VpKDgkFRXdA 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Os estudos e a metodologia de cálculo utilizados para definir a quantidade e a qualidade da aquisição Ao final desta unidade, você será capaz de Analisar o objeto e a adequação do ambiente à Nova Lei de Licitações e Contratos 2.1. Descrição detalhada do objeto A ampla pesquisa de preços praticados pelo mercado no ramo do objeto da licitação que se pretende fazer, com base na IN nº 73/2020 da Secretário de Gestão da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, é um fator importante para o sucesso da pesquisa de preços. A Validade das propostas comerciais tem que ser compatível com a duração do planejamento dos documentos e dentro dos prazos previsto na legislação vigente. O painel de preços é uma ferramenta que disponibiliza de forma clara e ampla as informações das compras públicas homologadas pelo sistemade compras do governo federal. Seu uso alem de ser recomendável é extremamente importante. Assim, o procedimento administrativo proposto pela IN nº 73/20 possui alinhamento não somente com a Lei nº 8.666/93 mas também com a Lei nº 13.303/2016, o que nos autoriza a concluir pela possibilidade de sua utilização também pelas empresas estatais e pela legitimidade de fruição das suas disciplinas e princípios. Então, depreende-se que o alcance da referida norma é não apenas horizontal, mas também vertical. Insta dizer que não somente União, Estados e Municípios, mas também a Administração Indireta está acampada. O grande marco substantivo que a Instrução traz é a sua não aplicabilidade às contratações de obras e serviços de engenharia de que trata o Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013, que são serviços que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade técnica, não podem ser considerados serviços comuns e necessitam da participação e do acompanhamento de profissional engenheiro habilitado, nos termos do disposto na Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. O Superior Tribunal de Justiça – STJ, em seu manual, avalia as diversas funções da Pesquisa de Preços, explicitando a necessidade de sua existência e a sua fundamental dimensão conquanto determinante para decisões do gestor público: Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 a. informar o preço justo de referência que a Administração está disposta a contratar; b. verificar a existência de recursos suficientes para cobrir as despesas decorrentes de contratação pública; c. definir a modalidade licitatória; d. auxiliar a justificativa de preços na contratação direta; e. identificar sobrepreços em itens de planilhas de custos; f. identificar jogos de planilhas; g. identificar proposta inexequível; h. impedir a contratação acima do preço de mercado; i. garantir a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração; j. auxiliar o gestor a identificar a necessidade de negociação com os fornecedores, sobre os preços registrados em ata, em virtude da exigência de pesquisa periódica; k. servir de parâmetro para eventuais alterações contratuais; e l. subsidiar decisão do pregoeiro para desclassificar as propostas apresentadas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no edital. Com efeito, considerando os itens acima carreados, e os estreitos limites da via, não se vê possibilidade de prosseguimento de um processo licitatório que afaste a devida pesquisa de preços. No tocante à temática, a nova Lei traz no artigo 23 novas tessituras sobre o tema. O primeiro ponto importante remonta à necessária compatibilidade de preços entre o valor estimado e o valor praticado pelo mercado, desde que levados em conta: a) os preços constantes de bancos de dados públicos e as quantidades a serem contratadas; b) a potencial economia de escala; e, c) as peculiaridades do local de execução do objeto. Tal orientação, perfilada aos mais recentes entendimentos do TCU, torna a possibilidade de vendas para a Administração mais atrativa, com preços praticados no mercado. Cumpre observar que a intenção do legislador não foi atrair o preço para um patamar inexequível para o fornecedor e, consequentemente oneroso para a Administração. Sustenta a lei, também, por lado outro, que o valor estimado será definido com base no melhor preço. Tal expressão reflete o subjetivismo inerente ao próprio termo. Navegação não exauriente nos julgados do TCU leva a concluir que o melhor preço nem sempre será o menor. Tal qual seria a melhor escolha de viagem. Não causa espanto que o melhor destino não seja o mais barato. Os critérios de análise são muitos para definir-se qual seria o melhor destino ou a melhor viagem. 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso , sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das propostas, e, nesse caso, o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e externo. (Art. 24). Na hipótese de licitação em que for adotado o critério de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o máximo aceitável constará do edital da licitação. A questão já tinha previsão na Lei das Estatais, mas ainda gerava uma certa divergência na doutrina e jurisprudência pátria, quanto às licitações fundadas na Lei n. 8.666/93. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 Referências FORTINI, Cristiana; BRAGAGNOLI, Renila. Acordão 1875/21 do TCU e os parâmetros para pesquisas de preços na Lei 14.133/21. Consultor Jurídico. 30 set. 2021. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228538/ ConJur%20-%20O%20ac%c3%b3rd%c3%a3o%201875_21%20do%20TCU%20 e%20as%20pesquisas%20de%20pre%c3%a7os%20na%20Lei%2014.133_21. pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 05 out. 2021. SUPERIOR Tribunal de Justiça. Manual de orientação: pesquisa de preços. Disponível em: <http://www.stj.jus.br/static_files/STJ/Licita%C3%A7%C3%B5es%20e%20 contas%20p%C3%BAblicas/Manual%20de%20pesquisa%20de%20pre%C3%A7o/ manual_de_orientacao_de_pesquisa_de_precos.pdf.>. Acesso em 05 out. 2021. https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228538/ConJur%20-%20O%20ac%c3%b3rd%c3%a3o%201 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228538/ConJur%20-%20O%20ac%c3%b3rd%c3%a3o%201 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228538/ConJur%20-%20O%20ac%c3%b3rd%c3%a3o%201 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228538/ConJur%20-%20O%20ac%c3%b3rd%c3%a3o%201 http://www.stj.jus.br/static_files/STJ/Licita%C3%A7%C3%B5es%20e%20contas%20p%C3%BAblicas/Manual%20de http://www.stj.jus.br/static_files/STJ/Licita%C3%A7%C3%B5es%20e%20contas%20p%C3%BAblicas/Manual%20de http://www.stj.jus.br/static_files/STJ/Licita%C3%A7%C3%B5es%20e%20contas%20p%C3%BAblicas/Manual%20de 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3 – Estudo de caso com serviço e aquisição Ao final desta unidade, você será capaz de Analisar estudos de caso com serviço de aquisição 3.1. Análise de estudo de caso Vejamos um caso hipotético. DFD - •ÓRGÃO ALFA Chega na sua área de Licitações um Documento de Formalização da Demanda - DFD, para aquisição de 2000 garrafas de álcool 70% marca ABC e 30000 máscaras da marca XYZ, decorrentes da pandemia para proteção dos servidores. Valor total do grupo: 145.000,00. Conforme mostra o quadro a seguir. Item Quantidade marca V. UNIT V. TOTAL GRUPO 1 ÁLCOOL 20000 ABC 50.000,00 100.000,00 MÁSCARA 30000 XYZ 15.000,00 45.000,00 Valor total 145.000,00 A partir desses dados é possível formar grupos de itens? Justifique sua resposta. Dica: Analise a questão da economia do órgão e da possibilidade da aquisição dos itens serem atendidos pelo mesmo fornecedor. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 Referências MODERNIZAÇÃO do Pregão Eletrônico. Repositório Institucional - UFSC. Santa Catarina, 01 OUT. 2021. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/ handle/123456789/228539>. Acesso em 05 out. 2021. AGU delimita requisitos para dispensa de análise jurídica em contratações públicas. Repositório Institucional - UFSC. Santa Catarina, 28 set. 2021. Disponível em: <https:// repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228334/ConJur%20-%20AGU%20 regulamenta%20dispensa%20de%20an%c3%a1lise%20jur%c3%addica%20nas%20 contrata%c3%a7%c3%b5es.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 05 out. 2021. O PROCESSAMENTO da licitação segundo a Lei 14.133/2021. Webinar - FGV Conhecimento. Youtube. Disponível em: < https://www.youtube.com/ watch?v=nkHvSx1jrxY>. Acesso em 05 out. 2021. https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228539 https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228539 https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228334/ConJur%20-%20AGU%20regulamenta%20dispe https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228334/ConJur%20-%20AGU%20regulamenta%20dispehttps://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228334/ConJur%20-%20AGU%20regulamenta%20dispe https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/228334/ConJur%20-%20AGU%20regulamenta%20dispe https://www.youtube.com/watch?v=nkHvSx1jrxY https://www.youtube.com/watch?v=nkHvSx1jrxY 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Processo de elaboração de TRs4 Unidade 1 – Diferença básica entre Projeto Básico e Termo de Referência: o ‘DNA’ da contratação Ao final desta unidade, você será capaz de conceituar Projeto Básico e Termo de Referência e identificar seus objetivos e requisitos mínimos 1.1 Conceito A Lei nº 8.666/93 adota a terminologia Projeto Básico. Já toda a legislação do pregão fala em Termo de Referência. Observando-se suas definições e conteúdo, conclui-se que se trata do mesmo documento. O ETP não se confunde com o anteprojeto, termo de referência ou projeto básico, sendo, na realidade, o documento que sustentará a elaboração desses, caso se conclua pela viabilidade da contratação. O ETP é o documento que dá suporte à elaboração do anteprojeto, do termo de referência e do projeto básico, e é natural que haja sobreposição entre os elementos constantes dessas peças, como se verifica facilmente da leitura dos artigos 6º, incisos XXIII, XXIV e XXV, e 18, § 1º, da NLLC. 1.2 Objetivos e Requisitos mínimos inserir link do video inserir link do video inserir link do video inserir link do video inserir link do video Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33 Como exemplo de justaposição, podemos citar a estimativa do valor da contratação, que é um dos requisitos mínimos do ETP e, também, do termo de referência e do projeto básico. A NLLC não aponta diferenças entre as estimativas do valor da contratação que devem compor o ETP, o termo de referência ou o projeto básico. Termo de referência na NLLC: XXIII - termo de referência: documento necessário para a contratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâmetros e elementos descritivos: a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorrogação; b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não contiverem informações sigilosas; c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida do objeto; d) requisitos da contratação; e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o seu encerramento; f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade; g) critérios de medição e de pagamento; h) forma e critérios de seleção do fornecedor; i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar de documento separado e classificado; j) adequação orçamentária; Projeto Básico na NLLC: XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios geotécnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socioambientais e demais dados e levantamentos necessários para execução da solução escolhida; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade de reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos; c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como das suas especificações, de modo a assegurar os melhores resultados para o empreendimento e a segurança executiva na utilização do objeto, para os fins a que se destina, considerados os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a definição de métodos construtivos, de instalações provisórias e de condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendidos a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 desta Lei; Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35 Referências NOVA Lei das Licitações Ep 5: Estudo Técnico Preliminar e Termo de Referência. TCMSP. Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=shEpFgjASkc>. Acesso em 05 out. 2021. NOVA Lei de licitações e contratos administrativos: Lei Nº 14.133/2021. Tribunal de Justiça. São Paulo: 2ª edição. Disponível em: <https://www.tjsp.jus.br/Download/ SecaoDireitoPublico/Pdf/Cadip/Esp-CADIP-Nova-Lei-Licitacoes.pdf>. Acesso em 05 out. 2021- O PROCESSAMENTO da licitação segundo a Lei 14.133/2021. Webinar - FGV Conhecimento. Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=nkHvSx1jrxY&t=614s>. Acesso em 05 out. 2021. UTILIZAÇÃO do nome “Termo de Referência" ou “Projeto Básico. Acórdão 5865/2010 – Primeira Câmara. Professora Antonieta cursos e capacitações. Disponível em: <https://professoraantonieta.com.br/destaques/tc>. Acesso em 05 out. 2021. https://www.youtube.com/watch?v=shEpFgjASkc https://www.tjsp.jus.br/Download/SecaoDireitoPublico/Pdf/Cadip/Esp-CADIP-Nova-Lei-Licitacoes.pdf https://www.tjsp.jus.br/Download/SecaoDireitoPublico/Pdf/Cadip/Esp-CADIP-Nova-Lei-Licitacoes.pdf https://www.youtube.com/watch?v=nkHvSx1jrxY&t=614s https://www.youtube.com/watch?v=nkHvSx1jrxY&t=614s https://professoraantonieta.com.br/destaques/tc 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2 – Estruturação do Termo de Referência: descrição do objeto Ao final desta unidade, você será capaz de Descrever os requisitos mínimos do Termo de Referência para contratações 2.1 Termo de referência O Termo de Referência deveria ser utilizado somente para licitações na modalidade Pregão, e para as modalidades clássicas da Lei 8.666/93, o instrumento adequado é o Projeto Básico. Contudo a prática disseminou o uso do Termo de Referência também para as modalidades prescritas na Lei 8.666/93, e, por conterem ambos os instrumentos a mesma estrutura e objetivo, a nomenclatura, ainda que tecnicamente muitas vezes errada, não ocasionou prejuízos transformando o TR no instrumento mais utilizado pelos órgãos públicos. Na Nova Lei de Licitações o Termo de Referência será utilizado para aquisição de bens e para serviços e a grande inovação é que para a realização de serviços comuns de engenharia o órgão poderá optar pela sua formalização ou pela adoção do Projeto Básico. O Projeto Básico na nova lei de licitações é a regra para obras executadas sob qualquer regime, será utilizado para obras e serviços de engenharia (especiais ou comuns) e a exemplo do TR deverá ser elaborado com base nasindicações dos estudos técnicos preliminares. Na NLLC, temos: Termo de referência, na NLLC: XXIII - termo de referência: documento necessário para a contratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâmetros e elementos descritivos: a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorrogação; Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37 É um dos itens mais importantes. Versa sobre a identificação da demanda e a definição da necessidade. Neste item deverá ser observado se será por Sistema de Registro de Preços ou não. Caberá ao órgão gerenciador, então, compilar as demandas envolvidas, os quantitativos mínimos por requisição e os máximos, os locais de entrega e prazos, entre outras informações, para sistematizar e harmonizar as disposições do Edital e Termo de Referência, e dispor os itens do objeto licitatório da forma mais adequada para a obtenção da melhor proposta para a Administração Pública. Isso pressupõe uma análise técnica, que considere o funcionamento daquele mercado específico, entre outros aspectos, para então se deliberar sobre algumas questões envolvidas, tais como: objetos com descrição semelhante podem ser convertidos em um mesmo objeto, para ganho de economia de escala? Objetos idênticos para locais de entrega próximos devem ser somados num mesmo item licitatório, ou divididos em itens distintos? E objetos idênticos para locais de entrega afastados? Há alteração na requisição mínima de algum item, por conta de demanda menor de algum órgão participante? Deverá também o órgão definir a aplicação da Lei Complementar 123/06. A Administração deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. Por essa razão, parcela de até 25% (vinte e cinco por cento) dos quantitativos divisíveis deverão ser destinados exclusivamente a ME/EPP/COOP beneficiadas pela LC n. 123/2006. Essas “cotas reservadas” deverão ser definidas em função de cada item separadamente ou, nas licitações por preço global, em função do valor estimado para o grupo ou o lote da licitação que deve ser considerado como um único item (art. 9º, inciso I do Decreto n. 8.538, de 2015). O Termo de Referência deverá identificar as cotas reservadas para ME/EPP, assim como os respectivos itens/grupos de origem, de onde foram desmembradas. A fixação das cotas reservadas poderá ser justificadamente excepcionada nas hipóteses do art. 10, incisos I, II e IV do Decreto nº 8.538, de 2015, a saber: I - não houver o mínimo de três fornecedores competitivos enquadrados como microempresas [...] capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório; II - o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e as empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado, justificadamente; (...) IV - o tratamento diferenciado e simplificado não for capaz de alcançar, justificadamente, pelo menos um dos objetivos previstos no art. 1º. A indicação das cotas reservadas, nos termos do inciso III do art. 48, da LC n. 123, de 2006, não é aplicável para os itens e grupos alcançados pela exclusividade de 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública que trata o inciso I do mesmo dispositivo para licitações com valor igual ou inferior a R$80.000,00. A cota de 25% de contratações reservada a microempresas e empresas de pequeno porte prevista no inciso III do art. 48 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, não está limitada ao valor de R$80.000,00 previsto no inciso I do mesmo artigo, pois são direitos independentes um do outro. Deverá o órgão falar neste item sobre entregas parceladas, parcelamento do objeto, agrupamento de itens, Margem de preferência, padronização, marca, similaridade e vigência da contratação. A vigência do contrato poderá ultrapassar o exercício financeiro, desde que as despesas referentes à contratação sejam integralmente empenhadas até 31 de dezembro, para fins de inscrição em restos a pagar, conforme Orientação Normativa AGU n° 39, de 13/12/2011. b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estudos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não for possível divulgar esses estudos, no extrato das partes que não contiverem informações sigilosas; Conforme previsto na Súmula 177 do TCU, a justificativa há de ser clara, precisa e suficiente, sendo vedadas justificativas genéricas, incapazes de demonstrar de forma cabal a necessidade da Administração. A Administração deverá observar o disposto no Art. 15, §7º, II, da Lei nº 8.666/93, justificando as quantidades a serem adquiridas em função do consumo do órgão e provável utilização, devendo a estimativa ser obtida, a partir de fatos concretos (Ex: consumo do exercício anterior, necessidade de substituição dos bens atualmente disponíveis, implantação de setor, acréscimo de atividades, etc). Portanto, deve contemplar: a) a razão da necessidade da aquisição; b) as especificações técnicas dos bens; e c) o quantitativo de serviço demandado. A justificativa, em regra, deve ser apresentada pelo setor requisitante. Quando o objeto possuir características técnicas especializadas, deve o órgão requisitante solicitar à unidade técnica competente a definição das suas especificações, e, se for o caso, do quantitativo a ser adquirido. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39 c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida do objeto; A descrição da solução já deverá ter sido trabalhada no Estudo Preliminar. Caso haja a necessidade de modificação da descrição em relação à originalmente feita nos estudos técnicos preliminares, deverá haver justificativa aqui. Registre-se que o objeto deve ser descrito de forma detalhada, com todas as especificações necessárias e suficientes para garantir a qualidade da contração, cuidando-se para que não sejam admitidas, previstas ou incluídas condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da licitação ou, ainda, impertinentes ou irrelevantes para o específico objeto do contrato. Deve-se levar em consideração as normas técnicas eventualmente existentes, elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, quanto aos requisitos mínimos de qualidade, utilidade, resistência e segurança, nos termos da Lei n° 4.150, de 1962. d) requisitos da contratação; Aqui deverão ser abordados os critérios de sustentabilidade, caso incidam. e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o seu encerramento; Devem-se descrever, em tópicos, as etapas da execução do serviço a ser contratado. São exemplos de etapas: assinatura de contrato, pagamento, comprovação de capacidade técnica, limpeza, montagem de móveis etc. f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade; g) critérios de medição e de pagamento; Caso não se aplique ao que se deseja contratar, isto é, não sendo o caso de gestão contratual na contratação, o item deve ser apagado e mencionada sua supressão no documento de justificativa. Aplicando-se, serão incluídos aqui itens como: • Servidores e demais envolvidos na gestão do contrato; • Quais os critérios de medição para efeito de pagamento (exemplos quantitativos: quantidade de redução de insetos, percentual de redução de mofo após dedetização ou remoção de áreas afetadas; quantidade de exemplares impressos, em serviços de impressão; metros quadrados contemplados, em serviços de colocação de carpetes) (exemplos qualitativos: melhoria no escoamento de água, em serviços de reparação no escoamento; melhoria naacessibilidade, após reparos em rampas; funcionamento correto de software após sua contratação). • Em caso de rescisão contratual: sanções, glosas e condições para sua realização. 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Produtividade de referência (isto é: “Qual produtividade seria aceitável para execução deste serviço?”) Atentar, neste item, para o ACÓRDÃO Nº 17183/2021 – TCU – 1ª Câmara: INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO DE RESULTADOS. ACÓRDÃO Nº 17183/2021 – TCU – 1ª Câmara. 1.7.1. determinar (…), que, no prazo de 30 dias, adote providências quanto aos itens abaixo, e informe ao TCU os encaminhamentos realizados: (…) 1.7.1.1.3. inadequação do Instrumento de Medição de Resultados, (…), por prever somente indicadores de meios, com foco predominantemente na gestão de pessoal da contratada, e não de resultados, em desconformidade com o Acórdão Plenário 947/2010, relator Ministro Valmir Campelo. h) forma e critérios de seleção do fornecedor; Neste tópico, é importante abordar os prazos de entrega dos bens e o endereço da entrega. Importante, igualmente, destacar o recebimento provisório e definitivo e o prazo em dias para a verificação pela administração da conformidade dos itens recebidos. Inclusive sobre a subcontratação. Não se admite a exigência de subcontratação para o fornecimento de bens, exceto quando estiver vinculado à prestação de serviços acessórios. Observe-se, ainda, que é vedada a subcontratação completa ou da parcela principal da obrigação. A subcontratação parcial é permitida e deverá ser analisada pela Administração com base nas informações dos estudos preliminares, em cada caso concreto. Caso admitida, o edital deve estabelecer com detalhamento seus limites e condições, inclusive especificando quais parcelas do objeto poderão ser subcontratadas. É importante verificar que são vedadas (i) a exigência no instrumento convocatório de subcontratação de itens ou parcelas determinadas ou de empresas específicas; (ii) a subcontratação das parcelas de maior relevância técnica, assim definidas no instrumento convocatório; (iii) a subcontratação de microempresas e empresas de pequeno porte que estejam participando da licitação; e (iv) a subcontratação de microempresas ou empresas de pequeno porte que tenham um ou mais sócios em comum com a empresa contratante. i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar de documento separado e classificado; Este tópico informa o custo estimado da contratação/aquisição. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41 j) adequação orçamentária; A soma de todas as despesas com aquisição de equipamentos/materiais de consumo/contratação de serviço, realizadas e a realizar, deve ser compatibilizada com o orçamento aprovado em suas respectivas Programáticas, de modo a não ultrapassar os limites estabelecidos para o exercício de cada ano. Em outras palavras: há uma programática por ano, isto é, um preenchimento de dotação orçamentária a cada exercício, conforme o objeto: a cada ano, haverá um preenchimento deste item para material de consumo, um preenchimento para equipamentos, um preenchimento para contratação de serviços e um preenchimento para serviços comuns de engenharia. Caso um mesmo setor preencha 2 (dois) TRs diferentes no mesmo exercício, por exemplo, ambos solicitando materiais de consumo, o preenchimento no campo adequação orçamentária será o mesmo O item que versa sobre recursos orçamentários apenas NÃO será preenchido caso a aquisição/contratação seja pelo Sistema de Registro de Preços (SRP). Caso se esteja diante de uma situação de SRP, o requisitante tem duas opções: a) Preencher o item com a redação: “Não é necessário Indicar a dotação orçamentária da aquisição, por se tratar de sistema de registro de preços”; b) Apagar o item e relatar no documento de justificativa, que este foi apagado devido à qualidade de sistema de registro de preços, que dispensa informação da dotação orçamentária. 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Referências FERNANDES, Edilson. Recebimento provisório e definitivo - IN 05/2017. Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=DbAxnrpODuQ>. Acesso em 05 out.2021. GARCIA, Flávio Amaral; MOREIRA, Egon Bockman. A futura nova lei de licitações brasileira: seus principais desafios analisados individualmente. Revista de Direito Público e Economia – RDPE, Belo Horizonte, ano 18, n 69, P. 39-73, jan/mar 2020. KIRBY, Mark. O Diálogo Concorrencial. I. GONÇALVES, Pedro Costa [Org.]. Estudos de Contratação Pública. Coimbra: Coimbra. Ed. 2008, v.1, p. 278-279. OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. A nova Lei de Licitações: um museu de novidades? Disponível em: <http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/rafael-carvalho- rezende-oliveira/a-nova-lei-de-licitacoes-um-museu-de-novidades>. Acesso em 24 mar. 2021. RIBEIRO, Maurício Portugal. A proposta de usar “performance bond” como critério de seleção em licitações de obras públicas. Disponível em: <https://portugalribeiro. com.br/a-proposta-de-usar-performance-bond-como-criterio-de-selecao-em- licitacoes-de-obras-publicas/>. Acesso em 24 mar. 2021. https://www.youtube.com/watch?v=DbAxnrpODuQ http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/rafael-carvalho-rezende-oliveira/a-nova-lei-de-licitaco http://www.direitodoestado.com.br/colunistas/rafael-carvalho-rezende-oliveira/a-nova-lei-de-licitaco https://portugalribeiro.com.br/a-proposta-de-usar-performance-bond-como-criterio-de-selecao-em-licit https://portugalribeiro.com.br/a-proposta-de-usar-performance-bond-como-criterio-de-selecao-em-licit https://portugalribeiro.com.br/a-proposta-de-usar-performance-bond-como-criterio-de-selecao-em-licit Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 43 Unidade 3 – Exigência de qualificação técnica e Exigência de Amostra ou de Prova de Conceito e vistoria técnica Ao final desta unidade, você será capaz de identificar princípios, modelos e regras do TCU que regem as exigências de qualificação técnica, de amostra ou de prova de Conceito e de vistoria técnica 3.1 Princípios, modelos e regras do TCU As exigências aqui tratadas estão na NLLC também. Nos arts. 18 e 67 sobre a qualificação técnica a ser exigida dos licitantes: Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre que elaborado, e com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as considerações técnicas, mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação, compreendidos: I - a descrição da necessidade da contratação fundamentada em estudo técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido; II - a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo, conforme o caso; III - a definição das condições de execução e pagamento, das garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento; IV - o orçamento estimado, com as composições dos preços utilizados para sua formação; V - a elaboração do edital de licitação; VI - a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que constará obrigatoriamente como anexo do edital de licitação; VII - o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços ou de execução de obras e serviços de engenharia, observados os potenciais de economia de escala; VIII - a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo de disputa e a adequação e eficiência da forma de combinação desses parâmetros, para os fins de seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art12vii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art12vii44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública vantajoso para a Administração Pública, considerado todo o ciclo de vida do objeto; IX - a motivação circunstanciada das condições do edital, tais como justificativa de exigências de qualificação técnica, mediante indicação das parcelas de maior relevância técnica ou valor significativo do objeto, e de qualificação econômico-financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento das propostas técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à participação de empresas em consórcio; X - a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e a boa execução contratual; XI - a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento da licitação, observado o art. 24 desta Lei. Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profissional e técnico- operacional será restrita a: I - apresentação de profissional, devidamente registrado no conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, para fins de contratação; II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem capacidade operacional na execução de serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do art. 88 desta Lei; III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do aparelhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso; V - registro ou inscrição na entidade profissional competente, quando for o caso; VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art88%C2%A73 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 45 § 1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior relevância ou valor significativo do objeto da licitação, assim consideradas as que tenham valor individual igual ou superior a 4% (quatro por cento) do valor total estimado da contratação. § 2º Observado o disposto no caput e no § 1º deste artigo, será admitida a exigência de atestados com quantidades mínimas de até 50% (cinquenta por cento) das parcelas de que trata o referido parágrafo, vedadas limitações de tempo e de locais específicos relativas aos atestados. § 3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as exigências a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo, a critério da Administração, poderão ser substituídas por outra prova de que o profissional ou a empresa possui conhecimento técnico e experiência prática na execução de serviço de características semelhantes, hipótese em que as provas alternativas aceitáveis deverão ser previstas em regulamento. § 4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis emitidos por entidades estrangeiras quando acompanhados de tradução para o português, salvo se comprovada a inidoneidade da entidade emissora. § 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir certidão ou atestado que demonstre que o licitante tenha executado serviços similares ao objeto da licitação, em períodos sucessivos ou não, por um prazo mínimo, que não poderá ser superior a 3 (três) anos. § 6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos incisos I e III do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, e será admitida a sua substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela Administração. § 7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigência prevista no inciso V do caput deste artigo por meio da apresentação, no momento da assinatura do contrato, da solicitação de registro perante a entidade profissional competente no Brasil. § 8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem em diminuição da disponibilidade do pessoal técnico referido nos incisos I e III do caput deste artigo. § 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, que a qualificação técnica seja demonstrada por meio de atestados relativos a potencial subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do objeto a ser licitado, hipótese em que mais de um licitante poderá apresentar atestado relativo ao mesmo potencial subcontratado. § 10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de desempenho anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha feito parte, se o atestado ou o contrato de constituição do consórcio não identificar a 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública atividade desempenhada por cada consorciado individualmente, serão adotados os seguintes critérios na avaliação de sua qualificação técnica: I - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio homogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada empresa consorciada na proporção quantitativa de sua participação no consórcio, salvo nas licitações para contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual, em que todas as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada uma das empresas consorciadas; II - caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio heterogêneo, as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada consorciado de acordo com os respectivos campos de atuação, inclusive nas licitações para contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual. § 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para fins de comprovação do percentual de participação do consorciado, caso este não conste expressamente do atestado ou da certidão, deverá ser juntada ao atestado ou à certidão cópia do instrumento de constituição do consórcio. § 12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste artigo, não serão admitidos atestados de responsabilidade técnica de profissionais que, na forma de regulamento, tenham dado causa à aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do art. 156 desta Lei em decorrência de orientação proposta, de prescrição técnica ou de qualquer ato profissional de sua responsabilidade. Nos artigos 17 e 41 sobre amostras e provas de conceito: Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência: I - preparatória; II - de divulgação do edital de licitação; III - de apresentação de propostas e lances, quando for o caso; IV - de julgamento; V - de habilitação; VI - recursal; VII - de homologação. § 1º A fase referida no inciso V do caput deste artigo poderá, mediante ato motivado com explicitação dos benefícios decorrentes, anteceder as fases referidas nos incisos III e IV do caput deste artigo, desde que expressamente previsto no edital de licitação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14133.htm#art88%C2%A73 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 47 § 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo. § 3º Desde que previsto no edital, na fase a que se refere o inciso IV do caput deste artigo, o órgão ou entidade licitante poderá, em relação ao licitante provisoriamente vencedor, realizar análise e avaliação da conformidade da proposta, mediante homologação de amostras, exame de conformidade e prova de conceito, entre outros testes de interesse da Administração, de modo a comprovar sua
Compartilhar