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0214P21204134-LEB-CIENCIAS-HUMANAS-BOULOS-V2-MANUAL-001-288-PNLD-2021-1-64-45-64

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Prévia do material em texto

O imperialismo
A partir de 1870, as potências europeias lançaram-se em: 
a) uma disputa por mercados consumidores para os seus manufaturados e 
áreas produtoras de matérias-primas (cobre, borracha, ferro etc.) para suas 
indústrias. 
b) uma busca de oportunidades de investimentos para seus capitais e colônias 
a fim de acomodar parte de seu excedente populacional. 
c) uma corrida pelo controle das minas, das reservas minerais e da mão de 
obra nativa. 
Essa corrida por colônias 
pela Ásia, África e Oceania, 
no século XIX, é chamada 
de imperialismo ou neoco-
lonialismo (para diferenciar 
do colonialismo vigente 
entre os séculos XVI e XVIII).
Com base no darwi-
nismo social e em outras 
teorias racistas, os europeus 
brancos assumiram a tarefa 
de levar a civilização, isto é, 
o progresso e os “bons cos-
tumes” àqueles povos que 
consideravam incivilizados e 
racialmente inferiores a eles. 
Passaram, assim, a defender 
que os povos “adiantados” 
tinham uma missão civili-
zadora para com os povos 
“atrasados”. Essas teorias 
buscavam legitimar o impe-
rialismo na África e na Ásia.
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 » “A França levará ao Marrocos 
a civilização, a riqueza e a 
paz.” Le Petit Journal, 1911. 
Nesta ilustração da capa 
de um jornal francês, vê-se 
a França na forma de uma 
mulher grande e poderosa que 
distribui ouro (civilização) aos 
marroquinos.
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Quinino: planta 
medicinal de 
gosto amargo 
utilizada no 
tratamento da 
malária.
África: dominação e resistência
Entre os séculos XV e XVIII os europeus restringiram sua ocupação a uma estreita 
faixa do litoral da África, onde fundaram estabelecimentos permanentes em pontos 
como Costa do Ouro, Benin, Angola e Moçambique. A partir do século XIX, no entanto, 
passaram a penetrar o interior do território africano e a submeter seus povos. Em 
1880, os europeus ocupavam apenas 1/10 do continente africano; em 1910, já eram 
senhores de 9/10 da África. E, por meio da ciência, do uso da metralhadora, do barco 
a vapor e do quinino foram retalhando e se apossando de territórios africanos.
As “armas” do imperialismo 
Para subir e descer os rios e fazer o reconhecimento da região, os europeus 
usavam o barco a vapor; para submeter e conquistar as populações locais, usavam 
rifles de tiro rápido e metralhadoras. Cabos submarinos de telégrafo e estradas de 
ferro ajudavam a consolidar a dominação. 
Veja o que um oficial britâ-
nico disse sobre a conquista da 
Birmânia (atual Mianmar): 
[...] se os birmaneses estives-
sem tão bem providos com toda 
espécie de armas iguais às nossas, 
o país não teria sido subjugado tão 
depressa como foi. O seu sistema 
de defesa era bom, sua bravura 
indiscutível, mas eles não tinham 
armas efi cientes. 
MESGRAVIS, L. A colonização da África e 
da Ásia: a expansão do imperialismo europeu 
no século XIX. São Paulo: Atual, 1994. p. 19. 
(História geral em documentos).
Para refletir e argumentar
 Reflita e argumente. No século XIX, a ciência e a tecnologia deram poder a Estados 
nacionais e empresas. Nos dias atuais, isso continua ocorrendo? Cite exemplos.
Não escreva no livro
» A gravura de 1876 representa 
três ícones do progresso 
tecnológico no século XIX: o 
telégrafo, a locomotiva a vapor 
e, ao fundo, o barco a vapor. 
Publicado por Currier & Ives, 
Nova York, 1876.
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Consultar as Orientações para o Professor.
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A resistência africana
Durante muito tempo, a África foi vista, descrita e analisada de uma perspectiva 
europeia. A história africana era um apêndice da história da Europa, e só aparecia 
em capítulos como Grandes Navegações dos séculos XV e XVI, ou Imperialismo 
europeu na África e na Ásia no século XIX.
Assim, tanto em um caso quanto no outro, a África aparecia como um figu-
rante mudo, um território vencido e dominado pelos europeus. Nas últimas quatro 
décadas, historiadores especializados em África, dos dois lados do Atlântico, publi-
caram inúmeros estudos sobre episódios de resistência africana ao imperialismo 
europeu, como a Revolta de Bailundo e a Revolta Bambata. 
A Revolta de Bailundo ocorreu em Angola, entre 1902 e 1904, e foi lide-
rada por Mutu-ya-Kevela. Essa revolta reuniu diferentes povos de matriz bantu, 
como umbundos, ovibundos e congos. Unidos, esses grupos se rebelaram contra 
a tomada de suas terras e o controle do comércio local pelos portugueses. Os 
rebeldes conseguiram um sucesso temporário, obrigando comerciantes e colonos 
portugueses a deixarem as montanhas habitadas pelos nativos.
Já a Revolta Bambata se insere em um contexto de lutas sucessivas na África 
do Sul, entre as quais se destaca a guerra dos zulus contra os britânicos. As prin-
cipais razões desse conflito armado, que se estendeu de 1906 a 1908, foi uma 
usurpação das terras dos zulus e a imposição da religião cristã e de costumes 
ingleses a eles.
Os britânicos viam os 
africanos como povos “pri-
mitivos” e julgavam ter a 
missão de civilizar esses 
povos a qualquer custo, 
incluindo nesse universo a 
imposição do cristianismo.
No conflito armado 
acabou prevalecendo a 
superioridade bélica dos 
britânicos. Embora tenham 
sido derrotados na Revolta 
Bambata, os zulus conser-
varam muito de sua religião 
e tradições, que continuam 
presentes na sua vida social 
até os dias atuais.
 » Rei Zulu em uma 
representação de 
1888.
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 » Imagem de um jornal francês 
a respeito da entrada dos 
franceses em Abomey (atual 
Benin). Notem que o artista 
mostra o francês em primeiro 
plano com um ar de vitória, 
e os africanos perfilados 
transportando fardos, exceto 
o primeiro da fila, que ostenta 
a bandeira francesa. A 
imagem é um olhar europeu 
da ocupação francesa na 
África. Henri Meyer, 1892.
Protetorado: 
sistema de 
dominação 
em que o país 
conquistador 
permite a 
existência de 
governantes 
locais e os 
fiscaliza 
rigidamente 
por meio de um 
representante 
seu, chamado, 
geralmente, de 
residente.
Marfim: as 
presas de 
elefante, 
compradas na 
África por um 
preço irrisório 
ou confiscadas 
à força, 
alcançavam 
altos preços na 
Europa, onde 
serviam para 
fabricar desde 
dentaduras até 
teclas de piano.
Franceses na África
A França iniciou sua investida na África com a conquista das terras onde 
hoje é a Argélia em 1830. Inicialmente, os franceses instalaram nessas terras 
um protetorado, obrigando os governantes locais a praticarem sua política. 
Posteriormente, assumiram o governo local, tomaram as terras dos nativos 
e os obrigaram a trabalhar nas culturas de oliveiras, vinhos, frutas e legumes 
destinados à exportação. O governo francês prometia integrar os argelinos à 
“civilização”; mas, na prática, impedia que tivessem acesso a direitos básicos, 
como, por exemplo, a instrução primária. 
Além da Argélia, a França submeteu terras e povos em várias outras partes da 
África. No oceano Índico, conquistou Madagascar.
Belgas na bacia do rio Congo
Há tempos, o rei Leopoldo II, da Bélgica, ambicionava possuir uma colônia na 
África Central, pois sabia que a região era riquíssima em borracha e marfim.
Em 1884, Leopoldo II apossou-se do Congo – um território dezenas de vezes 
maior do que a Bélgica – e conseguiu que outras nações europeias reconhecessem 
esse país africano como uma propriedade particular sua. 
Depois, dividiu o Congo em unidades, nomeou civise militares belgas para 
administrá-lo e encarregou-os de forçar os congoleses a trabalhar na extração de 
borracha e marfim.
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» A charge ironiza a 
paixão do rei Leopoldo II 
por dinheiro; note 
que ele é mostrado 
ao centro carregando 
sacos cheios de 
dinheiro. Charge de 
James Jacques Tissot, 
publicada na revista 
Vanity Fair, em 1869.
» Quatro africanos 
carregando uma imensa 
presa de elefante. 
O marfim dela extraído 
alcançava altos preços 
na Europa, onde era 
usado para fazer desde 
teclas de piano até joias e 
objetos de arte. Zanzibar 
(Tanzânia), 1875.
 Estima-se que o imperialismo belga no Congo tenha provocado a morte de cerca 
de 10 milhões de africanos. Levante uma hipótese: que consequências isso trouxe 
para a África Central?
Dialogando
Por meio da intimidação e da propaganda, o rei conse-
guiu manter um manto de silêncio sobre as atrocidades 
que ele e seus súditos vinham praticando no Congo. Uma 
delas era a grande quantidade de borracha exigida de 
cada nativo ao final do dia de trabalho. No entanto, em 
1903, o diário escrito pelo missionário da igreja batista 
A. E. Scrivener revelou-as ao mundo. Eis um trecho desse 
documento:
[...] Quando um homem trazia menos que a porção apro-
priada, o homem branco encolerizava-se e tomando um rifl e 
de um dos guardas fuzilava-o na hora.
MESGRAVIS, L. A colonização da África e da Ásia: a expansão 
do imperialismo europeu no século XIX. São Paulo: Atual, 1994. p. 33. 
(História geral em documentos).
Para abafar o escândalo, o governo belga retirou de 
Leopoldo II o direito sobre o Congo e substituiu os admi-
nistradores locais. Isso, porém, não foi suficiente para 
restabelecer a paz social ou apagar da memória dos con-
goleses os horrores da dominação belga no Congo.
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» Fac-símile da capa do livro Nzingha: Warrior 
Queen of Matamba, Angola, Africa, 1595, de 
Patricia C. McKissack. Nova York: Scholastic 
Inc. 2000. A rainha Nzingha Mbande tornou-se 
conhecida por ter liderado a resistência contra 
a dominação colonial portuguesa. 
Britânicos na África
Na década de 1880, os ingleses estabeleceram um protetorado 
no Egito, que se encontrava endividado em razão de empréstimos 
tomados para a construção do Canal de Suez (1869). Como o Sudão
estava sob o domínio egípcio, também passou ao domínio inglês. Na 
África os ingleses adotaram principalmente a administração indireta: 
os antigos chefes locais eram mantidos no poder e transformados em 
colaboradores dos ingleses.
Os habitantes muçulmanos do Sudão, chamados de dervixes, 
resistiram ao imperialismo inglês pelas armas e chegaram a retomar 
Cartum, a capital do Sudão. A luta era vista por eles como “guerra 
santa”. Mas, empregando os mais modernos armamentos da época, 
como os rifles de tiro rápido, os ingleses os venceram na Batalha de 
Omdurman (1898). Além do Egito e do Sudão, a Inglaterra se apossou 
de Uganda, da África Oriental (atual Quênia) e da Rodésia (atual 
Zimbábue); o nome Rodésia é uma homenagem ao empresário, polí-
tico e explorador inglês Cecil Rhodes.
Outros europeus na África
Portugal, por sua vez, manteve a maior parte dos territórios con-
quistados nos séculos XV e XVI, como Guiné, Angola, Moçambique, São 
Tomé e Príncipe e as ilhas de Cabo Verde.
A Alemanha entrou na corrida pela África 
estabelecendo uma colônia banhada pelo 
Atlântico (o Sudoeste Africano Alemão) e outra 
banhada pelo Índico (a África Oriental Alemã).
A Espanha conservou uma parte do Marrocos, 
o Marrocos Espanhol.
Canal de Suez: canal situado 
entre os continentes africano 
e asiático e que se tornou 
a rota mais curta entre a 
Europa e o oceano Índico. 
Sudão: país que se encontra 
ao sul do Egito e é habitado 
por uma população 
majoritariamente negra. 
A partir de 9 de julho de 
2011 as terras sudanesas 
passaram a abrigar dois 
países: o Sudão e o Sudão 
do Sul.
Documentário sobre a história da África e seu 
processo de colonização.
DOCUMENTÁRIO África no passado rique-
zas e glórias a história que ninguém contou. 
Vídeo (33min7s). Publicado pelo canal Balaio 
Afro-Indígena. Disponível em: https://youtu.
be/z_GMoM9wuaU. Acesso em: 31 ago. 2020.
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https://youtu.be/z_GMoM9wuaU
 » O chanceler alemão 
Otto von Bismarck é 
mostrado portando 
uma faca e prestes a 
repartir o bolo que, na 
imagem, representa 
a África. Ele aparece 
rodeado de outros 
delegados europeus 
presentes na 
Conferência de Berlim. 
Charge publicada no 
jornal L’Illustration, 
em Paris (França), 
1885.
A Conferência de Berlim
As principais potências perceberam que a corrida imperialista poderia alterar o 
equilíbrio de poder e provocar uma guerra entre elas. Por isso, em 28 de fevereiro 
de 1885, reuniram-se na Conferência de Berlim para criar regras e condições favo-
ráveis à ocupação da África. Com esse objetivo, os europeus decidiram:
a) permitir a livre navegação nas bacias dos rios Congo e Níger, duas importan-
tes vias naturais de penetração no continente.
b) liberar o comércio na bacia do rio Congo.
c) considerar que uma nação europeia só teria direito sobre um território afri-
cano se comunicasse sua ocupação às demais nações e enviasse para a área 
uma autoridade capaz de manter a ordem. 
d) conceder direitos especiais de proteção aos missionários e exploradores 
europeus. 
e) reconhecer o Estado Livre do Congo como propriedade particular do rei 
Leopoldo II da Bélgica. Esse território imenso serviu como Estado-tampão, 
separando as demais áreas ocupadas pelos europeus. 
f) fixar regras para as futuras ocupações das costas da África.
A partilha da África não ocorreu durante a Conferência de Berlim, mas depois e 
a partir dela a corrida no continente africano ganhou uma aceleração jamais vista. 
Nos anos que se seguiram à conferência, a África foi partilhada entre as potências 
europeias, por meio de dezenas de acordos bilaterais.
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Entre esses acordos cabe citar os tratados anglo-alemães de 1890, 1891 
e 1893, que acabaram colocando a região do Alto Nilo sob influência britânica. 
Outro exemplo é o tratado anglo-português, de 1891, que reconheceu o domínio 
de Portugal sobre Angola e Moçambique. Os tratados bilaterais que se seguiram 
à Conferência de Berlim desenharam um novo mapa da África, concluído por volta 
de 1910. Entre 1880 e 1910, com exceção da Europa e da América, boa parte da 
Terra passou ao domínio de potências como Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália 
e Bélgica. Observe os mapas.
Fonte: SERRYN, P. Atlas Bordas Historique et Géographique. 
Paris: Bordas, 1988. p. 26.
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
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Mar Mediterrâneo
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Espanha
Portugal
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França
Império Otomano
Estados bôeres
Áreas sob o domínio de:
» África em 1880
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Fontes: BARRACLOUGH, G. (ed.). Atlas da história do mundo. 
São Paulo: Folha da Manhã,1995. p. 236. CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. 
São Paulo: Saraiva, 2009.
Observe o mapa de 1910 e perceba que os europeus dividiram a África segundo 
seus próprios interesses: fixaram fronteiras artificiais, separando povos de cultu-
ras semelhantes e misturando, em um mesmo território, povos rivais, com línguas 
e costumes diferentes, o que alimentou e continua alimentando rivalidades e con-
flitos entre os africanos até os dias atuais.
A partilha da Ásia
Cobiçado desde quando os portugueses começaram a trazer especiarias de 
Calicute, na Índia, em 1498, o imenso e populoso continente asiático também foi 
alvo do imperialismo europeu. 
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
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Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
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ÁFRICA
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LÍBIA EGITO
SUDÃO
ABISSÍNIA
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NIGÉRIA
CONGO
BELGA
LIBÉRIA
RIO DE
ORO
Ilhas Canárias (ESP)
Ilha da Madeira (POR)
SOMÁLIA
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ANGOLA
SUDOESTE
AFRICANO
UNIÃO
SUL-AFRICANA
RODÉSIAS
TANGANICA
ÁFRICA
ORIENTAL
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ORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTAL
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Cairo
Fachoda
Mombasa
Dar-es-Salaam
Beira
Cidade do Cabo
Luanda
Libreville
Lagos
Bingerville
Dacar
Agadir
Argel
da França
da Grã-Bretanha
da Alemanha
de Portugal
da Bélgica
da Espanha
da Itália
Países
independentes
Territórios
0 560
» África em 1910
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 » Representação 
contemporânea 
da Revolta dos 
Sipaios (1857- 
-1858) feita 
por um artista 
indiano. 
Marajá: título 
dos príncipes 
ou potentados 
da Índia.
Nababo: o 
equivalente a 
governador na 
Índia.
Sipaios: 
soldados 
nacionalistas 
hindus que 
integravam 
uma milícia 
destinada 
a servir e 
proteger os 
representantes 
do poder 
inglês na Índia. 
A Revolta 
dos Sipaios 
é chamada 
de Grande 
Rebelião pelos 
indianos.
Britânicos na Índia
Os ingleses chegaram na Índia no século XVII e, aos poucos, foram se impondo 
por meio da palavra e/ou da força. Ora criavam pequenas guerras contra marajás 
e nababos, ora aliavam-se a eles. Assim, por volta de 1750, apoderaram-se de 
quase todo o território hindu, transformando-o em um protetorado inglês. Então, 
passaram a vender seus tecidos na Índia a preços baixos e aumentaram os impos-
tos sobre os tecidos indianos, forçando a alta de seus preços. Com isso, os ingleses 
levaram os produtores de tecidos indianos à falência. A Índia, antes grande expor-
tadora de tecidos, passou a comprá-los da Inglaterra. 
Exportando para a Inglaterra a matéria-prima (algodão bruto) e importando 
manufaturados ingleses, a Índia se tornou no século XIX a joia mais preciosa da 
Coroa britânica. Para os trabalhadores indianos, porém, a situação piorou: trabalha-
vam mais tempo e, apesar disso, viviam endividados, pois os impostos retiravam a 
maior parte daquilo que eles produziam. Eram eles também os maiores prejudicados 
pela constante escassez de alimentos: na segunda metade do século XIX, a Índia foi 
atingida por seis crises de fome, que mataram cerca de 15 milhões de hindus.
A Revolta dos Sipaios
Os abusos das autoridades inglesas na Índia, o empobrecimento dos hindus e 
o racismo inglês provocaram a explosão da Revolta dos Sipaios, iniciada em maio 
de 1857. Os sipaios começaram a rebelião atacando seus superiores hierárquicos 
(oficiais ingleses) e logo obtiveram apoio popular.
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» Caricatura de um 
jornal estadunidense 
mostrando John Bull, 
personagem que 
representa a Inglaterra, 
forçando um chinês a 
“beber” o ópio. Charge 
de Honoré Daumier, 
1858.
1. O que se pode concluir 
lendo a tabela? 
2. Que reflexão essa 
leitura nos permite 
fazer? 
Dialogando
A superioridade bélica dos ingleses, no entanto, acabou prevalecendo; fazendo 
uso de canhões e metralhadoras, eles sufocaram a revolta. O governo inglês dis-
solveu, então, a Companhia Inglesa das Índias Orientais (que detinha o monopólio 
do comércio com a Índia) e nomeou um vice-rei para governar o país. Em 1876, a 
rainha Vitória, da Inglaterra, foi proclamada imperatriz da Índia.
A Índia enviava milhões de libras para a Inglaterra todos os anos. Com uma 
parte desses capitais, o governo inglês ampliou sua dominação na Ásia, conquis-
tando a Birmânia e parte da China. Além disso, estendeu sua dominação à Nova 
Zelândia e à Austrália. Em 1900, o Império Britânico era o maior do mundo e 
incluía territórios que iam do Mar Vermelho ao oceano Pacífico. Para se proteger 
de seus competidores, a Inglaterra formou, com as áreas sob seu domínio, a British 
Commonwealth of Nations (Comunidade Britânica de Nações).
Britânicos na China
Com uma civilização antiga e uma cultura material e espiri tual variada e rica, a 
China sempre atraiu os europeus, que a visi-
taram ao longo dos séculos.
Desde o século XVI, os europeus compra-
vam da China seda, chá e porcelanas, artigos 
que os chineses exigiam que eles pagas-
sem com ouro ou prata. Como os chineses 
não se interessavam por artigos europeus, o 
comércio com a China era sempre favorável 
a ela. Por volta de 1820, porém, a situação se 
inverteu. É que os ingleses descobriram um 
produto – o ópio – que poderia ter grande 
aceitação entre os chineses, pois era capaz 
de viciar quem o experimentasse.
Fonte de pesquisa: SPENCE, J. D. Em busca da China moderna: quatro séculos 
de história. Trad. Tomás Rosa Bueno e Pedro Maia Soares. São Paulo:
 Companhia das Letras, 1995. p. 140.
Vendas inglesas de ópio para a China
Ano Quantidade de caixas
1800 4 570
1810 4 968
1816 5 106
1823 7 082
1828 13 131
1832 23 570
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» Imagem representando 
a partilha da China pelas 
grandes potências. Note a 
expressão de sofrimento 
do dragão chinês. À 
esquerda, vê-se o urso, 
que representa o Império 
Russo. Atrás dele, a águia 
estadunidense; ao lado 
dele, o galo francês, e, no 
canto inferior, um leopardo, 
com uma adaga em sua 
boca, representa o Japão. 
À direita, o leão, símbolo do 
Império Britânico e, no canto 
inferior, o lobo, com o punhal 
nas costas, representa a 
Itália. Ao centro, a águia do 
Império Alemão e abutres 
representando a Áustria. 
Charge de Henri Meyer, 1900.
O ópio prejudicava a saúde dos chineses e arruinava famílias inteiras, que se 
viciavam no consumo da droga. Em 1839, Lin Zexu, conselheiro do imperador 
chinês, reclamou, em carta à rainha Vitória, dos prejuízos que o tráfico da droga 
vinha causando ao povo chinês. A resposta da rainha foi o silêncio. Os chineses 
decidiram, então, lançar ao mar 1 400 toneladas de ópio que estavam em navios 
ingleses estacionados no porto chinês de Cantão.
Alegando prejuízos à propriedade privada, a Inglaterra iniciou uma guerra contra 
a China (a Primeira Guerra do Ópio – 1839-1842) e, depois de vencê-la, obrigou-a 
a assinar o Tratado de Nanquim, que estabelecia:
• a abertura de cinco portos da China para que os mercadores ingleses pudes-
sem comerciar livremente;
• o pagamento aos ingleses de uma indenização de 21 milhões de dólares pela 
perda do ópio jogado ao mar e pelos prejuízos causados pela guerra;
• o controle de Hong Kong pelos ingleses; 
• o direito de os britânicos serem julgados por suas próprias leis, 
caso cometessem crime em território chinês.
Depois dosingleses, os norte-americanos, os franceses e os russos 
também obtiveram dos chineses, por meio da intimidação, acordos 
que abriram os portos da China às grandes potências.
O Japão permaneceu isolado do Ocidente até a década de 1540, 
quando os primeiros navegadores portugueses chegaram a Kyushu, 
no sul do país, acompanhados de jesuítas que, liderados por Francisco 
Xavier, propagaram fortemente o cristianismo entre os japoneses. Por 
volta de 1600, já havia cerca de 300 mil japoneses cristãos.
Artigo que trata de alguns 
momentos cruciais da história 
da China. 
MITTER, R. Cinco elementos do 
passado da China que explicam 
seu presente. BBC, 29 abr. 2018. 
Disponível em: https://www.bbc.
com/portuguese/internacional-
43874269. Acesso em: 31 ago. 
2020.
Dica
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https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43874269
 » Representação do samurai 
Sumimoto Hosokawa em 
pintura de Kano Motonobu, 
1507. Museu Eisei Bunko, 
Tóquio (Japão).
Essa ofensiva jesuítica e a consequente penetração da cultura europeia no 
Japão provocaram uma forte reação do governo local, o xogunato. Nesse sistema, 
o xogum, chefe de governo e comandante militar, possui o poder de fato; já o 
imperador, mesmo sendo uma figura sagrada, era um prisioneiro em seu palácio. 
Os xoguns governavam com o apoio dos daimios, grandes proprietários de 
terras que contavam com a força dos samurais – guerreiros profissionais que 
colocavam suas espadas a serviço deles. Entre os séculos XII e XIX, o xogunato 
foi controlado por quatro famílias poderosas: Minamoto (1192-1225), Fujiwara 
(1225-1338), Ashikaga (1338-1603) e Tokugawa (1603-1868). 
A partir de 1622, os Tokugawa moveram dura perseguição ao cristianismo 
e executaram milhares de cristãos japoneses. Depois, por um decreto de 1634, 
proibiram os japoneses de receber portugueses ou espanhóis e manter contato 
com o exterior, ameaçando os infratores com a pena de morte. A chegada de 
navios estrangeiros devia ser informada a Edo (antigo nome de Tóquio, sede 
do xogunato).
Esse isolamento, chamado 
de sakoku, durou mais de 
dois séculos, até que, em 
1854, uma esquadra norte-
-americana comandada pelo 
almirante Matthew C. Perry 
apontou suas canhoneiras 
para o Japão, forçando-o a 
abrir seus portos ao comér-
cio com os Estados Unidos. 
Logo depois, o Japão foi 
obrigado também a fran-
quear seus portos a outras 
potências, como Inglaterra, 
França, Rússia e Holanda. 
Isso enfraqueceu o xogunato 
e fortaleceu seus opositores, 
que promoveram uma revolta, 
derrubaram o xogum e entre-
garam o poder ao jovem 
imperador Mutsuhito. 
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 » O desenho mostra aspectos da Era Meiji, que abriu o Japão ao comércio e às ideias estrangeiras. A modernização 
do Japão incluiu a construção de uma extensa rede ferroviária. Na imagem, o artista japonês Tsukioka Yoshitoshi 
representa uma locomotiva a vapor, símbolo do progresso ocidental à época. A estrada de ferro Takanawa na 
baía de Shinagawa, de Tsukioka Yoshitoshi, 1871.
Em 1868, ele anunciou uma política de modernização e industrialização ace-
leradas; modernização para os japoneses era absorver a tecnologia ocidental 
conservando sua cultura tradicional japonesa. O Japão ingressava, assim, em uma 
era de grande progresso conhecida como Era Meiji (luzes).
Os japoneses apropriaram-se do conhecimento técnico ocidental e o aplicaram 
em múltiplas empresas estatais e particulares e à fabricação de armas e de navios. 
Sob o lema “Fukoku kyohei” (isto é, “um país rico, um Exército forte”), o Japão iniciou 
a arrancada modernizadora: 
a) aboliu as obrigações que pesavam sobre os camponeses; 
b) revolucionou a educação (edificando milhares de prédios escolares, tornando 
o Ensino Fundamental obrigatório para todos e melhorando o Ensino Médio 
e Universitário); 
c) instituiu o iene como moeda padrão; 
d) construiu uma extensa malha ferroviária; 
e) desenvolveu a imprensa e o telégrafo; 
f) equipou e profissionalizou o Exército e a Marinha. 
O governo de Mutsuhito investiu também em grandes complexos industriais 
e, depois, os transferiu para a iniciativa privada; nasciam, assim, grandes conglo-
merados econômicos conhecidos como zaibatsu. 
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» Pedaço por pedaço, D.R. Fitzpatrick, 
1937. Charge estadunidense sobre o 
expansionismo japonês na Ásia. Note que o 
cartunista desenhou bandeiras japonesas em 
território chinês. 
No último quartel do século XIX, o Japão, que 
parecia se preparar para se defender das potências 
ocidentais, passou ao ataque: lançou-se à corrida 
imperialista por colônias e esferas de influên-
cia na Ásia. Em 1894, o Japão provocou e venceu 
uma guerra contra a China, que, na época, tinha o 
domínio sobre a Coreia. Pelo tratado de paz assi-
nado a seguir, obrigou a China a lhe pagar uma 
indenização alta, a reconhecer a independência da 
Coreia e a ceder-lhe a ilha de Formosa, também 
conhecida como Taiwan.
No passo seguinte os japoneses atacaram 
Port Arthur, fortaleza situada no litoral chinês e 
controlada pelos russos, dando origem à Guerra 
Russo-Japonesa (1904). Após esmagar as forças 
russas, o Japão impôs um acordo pelo qual obtinha 
Port Arthur e transformava a região chinesa da 
Manchúria em um protetorado japonês. Cinco anos 
depois, o Japão anexou a Coreia.
Fonte: ATLAS da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo/Times Books, 1995. p. 256-257.
Diu (T.P.)
Damão (T.P.)
Karikal (T.F.)
Yanaon (T.F.)
Cantão Formosa (Taiwan)
FILIPINAS
INDONÉSIA
TERRA DO
IMPERADOR
GUILHERME
NOVAS
HÉBRIDAS
(T.F. E T.B.)
NOVA
CALEDÔNIA
NOVA
GUINÉ
BORNÉU
JAVA
SUMATRA
TIMOR (T.P.)
INDOCHINA
SIÃO
CHINA
COREIA
BIRMÂNIAÍNDIA
PÉRSIAKUWAIT
ARÁBIA
MADAGASCAR
AUSTRÁLIA
NOVA
ZELÂNDIA
ÁFRICA
ÁSIA
RÚSSIA
JAPÃO
Is. Maldivas
NAURU
Guam (EUA)
Is. Marianas
IS. COCOS
Is.
Andaman
Is. Nicobar
Arq. de Chagos
Is. Carolinas
IS. SALOMÃO
Is.Ellice
FIJI
Is. Tonga
Is. Norfolk
Samoa
(EUA)
Is. Gilbert
ILHAS
MARSHALL
Hong Kong (T.B.)
Macau 
(T.P.)
Goa (T.P.)
Pondichéri (T.F.)
Mahé (T.F.)
120° L
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
Equador
0º
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
0 1325
Áreas sob domínio
Britânico
Francês
Holandês
Português
Alemão
Japonês
Estadunidense
Russa
Britânica
Francesa
Áreas de dominação econômica
(T.B.) Território(s) sob domínio britânico
(T.F.) Território(s) sob domínio francês
(T.P.) Território(s) sob domínio português
» Imperialismo: Ásia e Oceania (início do século XX)
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A resistência africana
O assalto ao continente africano em função da expansão imperialista mudou o 
padrão da presença europeia desde pelo menos o século XV. Com exceção do Norte, 
[...] a presença europeia na África fi cou restrita ao litoral no período que vai do século 
XV ao XVIII. Em três séculos eles não foram além de uma pequena faixa litorânea em 
alguns pontos estratégicos, como as regiões da Serra Leoa, Costa do Ouro, Benin, Gabão, 
Angola, Cabo da Boa Esperança, Moçambique e Zanzibar. O contato com os nativos foi 
pautado pelo escambo e pelo comércio de escravos. Na segunda metade do século XIX, 
os africanos foram surpreendidos com uma grande novidade: os europeus não queriam 
apenas fazer trocas, mas dominar o território.O litoral já não satisfazia suas ambições; 
agora queriam não só adentrar o interior, mas ocupar e dominar a região.
Os Estados, reinos e sociedades africanas ofereceram resistência a esta mudança, 
defenderam com as armas e recursos disponíveis a manutenção de sua autonomia.
ARNAUT, L.; LOPES, A. M. História da África: uma introdução. 
Belo Horizonte: Crisálida, 2005. p. 67
Um exemplo de resistência africana, na 
época, foi a oferecida pelo Império Zulu, 
unidade política fundada em meados do 
século XIX. Liderados por um comandante 
a quem chamavam Chaka, os zulus tra-
varam uma guerra demorada contra os 
bôeres e conseguiram vencê-los diversas 
vezes nos campos de batalha. No final, 
porém, acabaram derrotados graças, prin-
cipalmente, à superioridade tecnológica e 
bélica. Impressionados com as estratégias 
do comandante zulu, os vencedores o ape-
lidaram de “Napoleão Negro”.
Para refletir e argumentar
 1. Explique a mudança de comportamento dos europeus em relação ao território da África 
a partir do contexto histórico do imperialismo.
 2. Na sua opinião, como essa mudança alterava o papel dos africanos na visão dos 
europeus?
 3. Debata com os colegas: qual o significado da resistência africana frente à mudança de 
postura dos europeus em relação a eles?
Não escreva no livro
» Fac-símile da capa do livro História da África: uma 
introdução, de Ana Mónica Lopes e Luiz Arnaut.CR
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Consultar as Orientações para o Professor.
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 1. (Unicamp-SP) 
Os viajantes, missionários, administradores coloniais e etnógrafos europeus, no pas-
sado, tenderam a fundir múltiplas identidades em um único conceito de tribo. O uso da 
palavra tribo para descrever as sociedades africanas surgiu de um desejo de enaltecer 
o Estado-nação, ao mesmo tempo em que sugeria a inferioridade inerente de outros. 
Em resumo, conotava políticas primitivas que eram menos desenvolvidas do que as 
políticas dos Estados-nação.
(Adaptado de PARKER, J.; RATHBONE, R. A ideia de África in: História da África. Lisboa: Quimera, 2016. p. 56-58.)
Baseado no texto acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta.
a) A formação e a difusão do conceito de tribo no pensamento europeu acompanharam 
os avanços do colonialismo na África no século XIX, legitimando o domínio de seus 
povos por agentes oriundos de nações que se consideravam civilizadas e superiores. 
b) O conceito de tribo ganhou força no pensamento ocidental, porque na África não havia 
formações políticas que cobriam grandes extensões territoriais como na Europa. Ou 
seja, os europeus não encontraram estruturas políticas acima das unidades tribais.
c) As sociedades africanas eram organizadas a partir de pequenas tribos lideradas por 
chefes guerreiros, o que gerava fragmentação política e guerras, inviabilizando nesse 
continente a formação de unidades políticas complexas nos moldes europeus.
d) Em razão das tradições milenares e do respeito aos ancestrais, as tribos eram uni-
dades sociais e políticas estáticas assentadas em uma identidade homogênea. Os 
europeus comumente desrespeitavam todas essas características na colonização.
 2. (UNESP) O mapa representa a divisão da 
África no final do século XIX. Essa divisão: 
a) persistiu até a vitória dos movimentos de 
descolonização da África, ocorridos nas 
duas primeiras décadas do século XX.
b) foi rejeitada pelos países participantes da 
Conferência de Berlim, em 1885, por con-
siderarem que privilegiava os interesses 
britânicos.
c) incluiu áreas conquistadas por europeus 
tanto durante a expansão marítima dos 
séculos XV-XVI quanto no expansionismo 
dos séculos XVIII-XIX. 
d) foi determinada após negociação entre 
povos africanos e países europeus, 
durante o Congresso Pan-Africano de 
Londres, em 1890.
e) restabeleceu a divisão original dos povos 
africanos, que havia sido desrespeitada 
durante a colonização europeia dos 
séculos XV-XVIII.
Retomando
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Consultar as Orientações para o Professor.Não escreva no livro
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 3. Observe a charge a seguir.
 » Charge do artista 
estadunidense Thomas 
Nast intitulada Os larápios 
mundiais. 1885.
a) O que você vê na cena? O artista deu à 
charge o título de: Os larápios mundiais; 
quem seriam eles? 
b) Que elementos da imagem nos per-
mitem identificar o país de origem dos 
personagens da charge? 
c) Que relação a charge tem com o título do 
capítulo? 
d) A que processo ela se refere?
 4. (UPE) O darwinismo social pode ser definido como a aplicação das leis da teoria da 
seleção natural de Darwin na vida e na sociedade humanas. Seu grande mentor foi o 
filósofo inglês Herbert Spencer, criador da expressão “sobrevivência dos mais aptos”, 
que, mais tarde, também seria utilizada por Darwin.
Fonte: BOLSANELLO, M. A. Darwinismo social, eugenia e racismo científico: sua repercussão na sociedade 
e na educação brasileiras. http://www.scielo.br/pdf/er/n12/n12a14.pdf/Adaptado.
Essa teoria foi utilizada no século XIX pelas nações europeias para justificar a
a) independência da Oceania. 
b) colonização dos Estados Unidos. 
c) dominação imperialista na Ásia e África. 
d) supremacia racial das nações latino-americanas. 
e) inferioridade dos Estados Unidos frente ao Japão.
 5. (UNESPAR-PR) No século XIX ocorreram intensas transformações sociais decorrentes, 
entre outros fatores, do rompimento com as tradições culturais, religiosas, econô-
micas e políticas, com mudanças nas relações de trabalho e na produção de bens de 
consumo. Estas mudanças foram objeto de estudo para os pensadores e intelectuais 
da época, e três deles, Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, se destacam por 
dedicar seus estudos aos fenômenos sociais, firmando a sociologia como ciência que 
se dedica às pesquisas no âmbito das relações sociais. Pode-se afirmar que as carac-
terísticas das pesquisas destes pensadores são as seguintes:
 I. Durkheim se caracteriza pela definição dos fatos sociais como forma básica às pes-
quisas sociais.
 II. Karl Marx estudou as relações de produção dos meios para subsistência humana e 
sua influência na organização social.
 III. Weber discute a influência do capitalismo na racionalização das relações sociais.
a) Somente alternativa II está correta;
b) Somente alternativas I e II estão corretas;
c) Somente alternativas I e III estão corretas;
d) Somente alternativas II e III estão corretas;
e) Todas estão corretas. 
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 6. (UNESPAR-PR) 
“Afirmar que o racismo no Brasil é sutil significa fechar os olhos para a crueldade a 
que foi historicamente submetida a população negra. Verificam-se, então, dois mecanis-
mos que se conjugam, traduzindo algumas facetas do racismo brasileiro. Por um lado, 
temos a ‘quase invisibilidade’ da questão racial. Embora os inúmeros dados demons-
trativos da situação injusta e crítica vivenciada pelos negros no Brasil estivessem em 
desníveis há décadas, somente nos últimos anos eles foram trazidos a público, no bojo 
dos debates sobre a implementação de políticas afirmativas, em decorrência das ini-
ciativas do movimento negro. Por outro lado, coloca-se a crença no mito da democracia 
racial e na ideia de que o Brasil teria superado a escravidão e o racismo por meio do 
processo de miscigenação que, por sua vez, nos teria livrado de problemas existentes 
apenas em outras paragens, tais como Estados Unidos ou a África do Sul”. 
Fonte: PACHECO, J. Q.; SILVA, M. N. Introdução in PACHECO, J. Q.; SILVA, M. N (orgs). O negro na universidade: 
o direito à inclusão. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2007.p. 1-6
Tomando por base o texto de Pacheco e Silva, é correto afirmar que:
a) O racismo no Brasil é sutil e imperceptível;
b) A miscigenação eliminou o racismo nas relações sociais;
c) Estados Unidos e África do Sul são exemplos de tolerância racial e eliminação de 
preconceitos;
d) Os dados estatísticos desmentem a ideia de que no Brasil não existe racismo; 
e) Políticas de Ações Afirmativas são desnecessárias no contexto brasileiro.
 7. Sobre a Revolta Bambata, veja o que uma historiadora diz sobre o assunto.
Bambata constitui-se um conflito armado que durou de 1906 a 1908 contra o colo-
nialismo e a ocidentalização imposta pelos administradores coloniais e reforçada pelos 
missionários britânicos [...] que, convencidos da justeza da imposição do “poderio, da 
riqueza e da técnica” da civilização branca [...], combateram violentamente a “barbárie 
e o fetichismo” dos povos da África meridional e dos zulus em particular. Mas, ainda 
que tenham sido submetidos à força à colonização britânica, os zulus, extremamente 
apegados às suas tradições, não sucumbiram à ocidentalização, mantendo muito de 
suas crenças e tradições até os dias de hoje. 
HERNANDEZ, L. L. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. 
São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 125.
a) Identifique no texto os motivos que levaram à 
Revolta Bambata.
b) Por que a autora do texto colocou os termos “bar-
bárie” e “fetichismo” entre aspas?
c) Embora tenham perdido a luta armada, muitos 
povos africanos, como é o caso dos zulus, preser-
varam elementos de suas culturas tradicionais, 
resistindo assim à europeização de seus hábitos, 
costumes e religiões. Na história do Brasil, 
pode-se dizer que aconteceu o mesmo?
HULTON ARCHIVE/GETTY IMAGES
 » Representação de guerreiros zulus se preparando para 
um ataque durante a Guerra Anglo-Zulu (1879). Ilustração 
publicada no jornal britânico The Graphic, em 1879.
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 8. O texto a seguir é trecho de um discurso feito em 28 de julho de 1885 pelo então pri-
meiro-ministro francês Jules Ferry no Parlamento francês.
As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para elas um direito 
porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores 
[...]. Vós podeis negar [...] que há mais justiça, mais ordem material e moral, mais equi-
dade, mais virtude sociais na África do Norte desde que a França a conquistou? 
MESGRAVIS, L. A colonização da África e da Ásia: a expansão do imperialismo europeu no século XIX. 
São Paulo: Atual, 1994. p. 14. (História geral em documentos).
a) Quem são as “raças superiores” e as “inferiores” no discurso do primeiro-ministro 
francês? 
b) O que seria o “dever de civilizar” no contexto do século XIX? 
c) Qual a visão do primeiro-ministro francês a respeito dos africanos? 
d) Que relação se pode estabelecer entre o discurso de Jules Ferry e o darwinismo social? 
 9. O texto a seguir é de Marina Mello e Souza, professora de História da África da 
Universidade de São Paulo (USP). Leia-o com atenção. 
[...] Pela guerra, por meio de acordos 
diplomáticos, controlando os chefes locais 
ou substituindo-os por funcionários do seu 
governo, os países colonizadores dominaram 
quase todo o continente africano de cerca de 
1890 a 1960. [...] 
Mesmo sendo consequência de um pro-
cesso que não aconteceu de uma hora para 
outra, do ponto de vista africano a partilha do 
continente foi um brusco reagrupamento no 
qual cerca de 10 mil unidades sociais foram 
reduzidas a quarenta. [...] 
Essas unidades sociais originais foram 
chamadas de “tribos” pelos colonizadores, 
que ignoraram os laços comerciais, políticos 
e culturais que as haviam unido até então. Muitas vezes reorganizados a partir das 
novas fronteiras coloniais que foram traçadas sem a participação dos que moravam 
nas terras divididas, os grupos sociais tiveram de construir novas identidades a partir 
da língua a da religião do colonizador. [...] 
No período anterior – do tráfico de gente – as pessoas eram retiradas da África para 
trabalhar na América [...]. Agora as pessoas eram postas a trabalhar dentro da própria 
África [...]. 
Era enorme a espoliação que o continente africano sofria ao ter parte de sua força de 
trabalho drenada para a América, em troca da intensificação das guerras e do aumento 
do poder de alguns chefes. E continuou sendo enorme, senão maior, a espoliação 
imposta ao continente africano pela exploração de sua força de trabalho em benefício 
de empresários estrangeiros e uns poucos nativos e pela extração de suas riquezas 
naturais. Ouro, diamantes, petróleo e muitos minérios são ainda hoje retirados em 
grande quantidade do solo de regiões da África, por companhias francesas, inglesas e 
norte-americanas principalmente. 
 » Fotografia de 
acordo entre 
um europeu e 
uma autoridade 
africana, 
c. 1914.
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