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13-Central-Privada-de-Comutacao-Telefonica

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Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 203 
Capitulo 13: Central Privada de Comutação Telefônica 
 
13.1. Introdução 
 
 O mercado para CPCT (Central Privada de Comutação Telefônica) de pequeno e médio porte vem 
crescendo a procura por este tipo de equipamento em indústrias, pequenas empresas, escritórios comerciais, 
residências, etc. 
 Torna-se necessário para o técnico um constante aprendizado em relação aos novos modelos, pois as 
programações de facilidades, as novas implementações e a parte operacional variam com os modelos. 
 
 
 Nos primórdios da Telefonia, a comutação telefônica era feita manualmente através de uma operadora. 
Após a 1ª Guerra Mundial surgiu os Sistemas Automáticos de Comutação Telefônica, inicialmente Comando Direto, 
baseados em seletores comandados diretamente por pulsos gerados nos discos dos aparelhos telefônicos. 
 De acordo com as aplicações, as centrais telefônicas podem ser: 
- Central Publica: é aquela que atende a muitos assinantes, utilizando-se de uma rede de acesso externa; 
- Central Privada: é aquela utilizada para atender a uma rede particular, por exemplo, uma rede de ramais 
telefônicos de um escritório de vendas, ramais esses que têm acesso às linhas telefônicas das centrais públicas. 
 As Centrais Privadas são divididas em: 
- PBX (Private Branch Exchange): onde os ramais dependem de uma telefonista para fazer ligações 
externas e precisam de auxílio para a comunicação entre si; 
- PAX (Private Automatic Exchange): os ramais fazem ligação entre si automaticamente, não havendo 
troncos; 
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): os ramais fazem ligações entre si automaticamente. A 
operadora atende as ligações da Central Pública, conectando-as aos ramais. As ligações de saída para a central 
pública se processam automaticamente. Além das funções básicas, o PABX incorpora funções específicas tais como: 
categoria de ramais, captura de ligações, chamadas em espera, etc. 
 
 13.2. Instalação da Rede Elétrica 
 
Normalmente o Micro PABX pode ser ligado em 110/127VAC ou 220VAC. Por norma, os equipamentos 
com mais de 6 linhas telefônicas devem possuir equipamentos que garanta a continuidade dos serviços, numa 
eventual falta de energia elétrica. 
 Este equipamento pode ser um No-Break, instalado externamente no PABX com potência mínima de saída 
de 50VA e uma saída senoidal de 60Hz. Em locais onde houver variação muito acentuada na tensão da rede elétrica 
ou estiverem sujeitos a transientes elétricos, um Estabilizador de Tensão com potência adequada ao porte do 
equipamento e transformador com núcleo saturado deve ser instalado. Em locais sujeitos a transientes elétricos ou 
descargas atmosféricas, protetores contra transientes devem ser instalados na entrada AC. 
 Os transientes ou Surtos de tensão são picos de tensão de pouquíssima duração, com cerca de alguns 
microssegundos, isto é, uma elevação muito rápida da tensão, proveniente de duas formas: 
- Interna: quando na mesma rede elétrica participam equipamentos de grande porte, tais como: motores 
com alta potência, compressores de ar, condicionadores de ar etc. 
- Externa: este em particular provoca maiores danos ao Micro PABX, pois sua origem é atribuída a Raios 
que, descarregados nas proximidades, podem atingir tanto os troncos, os ramais externos, quanto a própria rede 
elétrica. Um outro agente externo é quando há o restabelecimento da energia elétrica pela concessionária local, após 
uma interrupção do seu fornecimento. 
 O aterramento é a parte fundamental para uma efetiva proteção do equipamento. O aterramento não deve 
ser ignorado e o usuário precisa ser conscientizado de sua importância. 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 204 
Os fabricantes de PABX recomendam que a resistência de terra não seja superior a 5Ω , para uma efetiva 
proteção. Para se medir essa resistência é empregado o Terrômetro. 
 
13.3. Proteção de Ramais e Linhas 
 
 Apesar da maioria dos PABX possuírem varistores e centelhadores a gás, para proteção contra transientes 
elétricos, nos troncos deve-se fazer uma proteção, fora do gabinete do PABX, pois a capacidade de dissipação de 
energia dos varistores é pequena. Os centelhadores a gás devem funcionar como proteção primária, devendo ser 
colocado um resistor de fio entre o varistor e o centelhador à gás. 
 Como proteção extra, tanto para linha como para ramal, coloca-se um Módulo de Proteção, por exemplo, 
MP6X, com carvão e gás como elementos de atuação. Esses módulos são inseridos num BLP que possui 
capacidades para 2, 5, 10 ou mais módulos. 
 O centelhador a gás é um dispositivo que tem a sua vida útil limitada pelo número de atuações e quantidade 
de energia dissipada. Esgotada a sua vida útil o centelhador torna-se inoperante, geralmente sem apresentar sintoma 
de tal fato. Desta forma, aconselha-se a substituição periódica do centelhador, de preferência anualmente. 
 Outro problema que pode acontecer num ramal ou num tronco é a interferência de RF, ocasionada por 
transmissores de rádio próximos ao local onde é instalado o PABX. Para minimizar ou eliminar o problema, utiliza-
se circuito de filtro de RF que deverá ser ligado em série com o ramal ou tronco sob interferência. 
 
13.4. Instalação do PABX 
 
 O funcionamento perfeito do PABX depende de uma correta instalação. Procure sempre seguir as 
recomendações do fabricante. Vamos dar uma seqüência básica para instalação do equipamento. 
 O local onde será instalado o PABX deve ser escolhido, observando-se as seguintes recomendações: 
- Não instale o equipamento em local sem ventilação, úmido ou próximo de fontes de calor ou vibrações; 
- Evite instalar o equipamento em paredes onde a incidência de sol é intensa, atrás de portas, embaixo de 
janelas ou em locais de circulação (corredores, passagens, etc.); 
- Procure um local o mais próximo possível dos pontos de aterramento e a tomada de energia elétrica; 
- Na tomada onde for instalado o PABX não deve ser ligado qualquer outro equipamento; 
- Não instale o PABX próximo à passagem de cabos de energia elétrica; 
- Não é indicada a instalação próxima de equipamentos que emitam RF ou magnetismo alto; 
- Local deve ser o mais próximo possível dos troncos e dos ramais; 
- O PABX deve ficar a cerca de 1,30m do piso e com no mínimo 20cm de espaço nas laterais. 
 Definindo o local onde será colocada a central, siga os seguintes procedimentos para a sua fixação: 
- Marque na parede a altura de 1,30m; 
- Se o equipamento possuir gabarito de furação, fixe a folha de papel na parede, centralizando-a com a 
marcação de 1,30m. Caso não tenha gabarito de furação, as medidas entre os furos devem ser tiradas da base do 
equipamento. Ao fixar o equipamento próximo a um canto, deixe no mínimo 30 cm de espaço livre na lateral; 
- Utilize-se do nível para que a central não fique desnivelada; 
- Bata com um punção nos pontos indicados no gabarito e retire a folha da parede; 
- Faça os furos e coloque as buchas; 
- Retire a tampa da central e fixe -a na parede com os parafusos adequados; 
- Caso a central não esteja com as placas de ramais, troncos etc., encaixe -as nos devidos lugares. 
 Se o PABX possuir placas balanceadas, a fiação poderá ser feita através de cabo CI estanhado ou cabinho 
CCI de pares, dos conectores dos ramais até um bloco BLI-10, daí para os ramais deverá ser feita com cabinho CCI. 
 Dependendo da situação, pode-se utilizar canaletas e tomadas do sistema "X" proporcionando um 
acabamento mais adequado à instalação. 
As canaletas para sistema "X" e seus arremates serão utilizados quando a tomada for fixa em caixa externa. 
Normalmente, esse sistema é empregado nas instalações dos ramais, pois proporciona um acabamento razoável 
ficando toda a fiação embutida. 
 As canaletas são vendidas com as seguintes medidas: comprimento 2.200mm, largura 20mm e altura 
10mm. Em cada canaleta podem ser instalados até 8ramais. Existem canaletas maiores, que comportam mais pares 
de fios, normalmente são colocadas na saída do PABX, onde o número de fios que saem é grande. Por esta razão é 
que o PABX deve ser instalo sempre no centro do sistema, onde os fios são divididos entre as canaletas. 
Com os locais determinados para os ramais, recomendamos os seguintes procedimentos para a instalação 
do Sistema “X”: 
- Corte um pedaço de canaleta com 27cm de comprimento. Utilize uma lâmina de serra, cortando a canaleta 
e sua tampa juntas. Este pedaço de canaleta servirá como medida padrão de altura para as caixas de sobrepor; 
- Nas laterais da caixa, a parede é mais fina. Com um alicate de bico, quebre o lado no qual a canaleta for 
entrar. Caso esta caixa seja também de passagem, o lado que for encaixada a outra canaleta, também deve ser 
quebrado; 
- Encoste a canaleta cortada na parede e sobre ela apóie a caixa de sobrepor; 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 205 
- No fundo da caixa existem dois rasgos em diagonal marque com um lápis os pontos para os furos na 
parede; 
- Após a marcação dos pontos, com a furadeira e broca adequada, faça os furos, encaixe as buchas e fixe a 
caixa na parede. Antes de dar o aperto final nos parafuso, coloque novamente o nível em cima da caixa e ajuste para 
que a mesma fique nivelada; 
- Repita todo o processo nos demais pontos de ramais; 
- Para o nivelamento das caneletas, meça a altura do piso até a borda superior do rasgo, essa medida será 
sua referência para a fixação das caneletas. 
 - A instalação das linhas telefônicas ao Micro-PABX dependerá da quantidade de linhas que estiverem 
disponíveis e da distância que estarão do equipamento. Normalmente, acima de 10 linhas utiliza-se cabo CI para 
levá-las até os módulos protetores. 
Veja os procedimentos básicos para a colocação dos blocos que comportam os módulos de proteção: 
- Visualize o bloco dos módulos por baixo. Os terminais indicados A e B, são os terminais de entrada da 
linha, ou seja, a linha desprotegida. Os terminais sem nenhum fio enrolado são os terminais de saída, isto é, a linha 
após a proteção, com os módulos inseridos. A barra soldada, que une dois pontos dos módulos entre si e as bases 
metálicas de alumínio, esse ponto em comum deverá receber o aterramento; 
- Determine o local para a fixação do bloco. Normalmente, o bloco é instalado ao lado da central ou 
próximo a ela, para facilitar a manutenção do sistema; 
- Marque os pontos para a furação e colocação das buchas, quando o bloco for instalado em parede de 
alvenaria; 
- Fixe o bloco sem os módulos; 
- Se forem instalados mais blocos, fixe -os um ao lado do outro, deixando um espaço aproximado de 3cm 
entre eles; 
- Cada bloco de proteção vem com um rabicho contendo terminais na extremidade, esse rabicho deve ser 
usado para a interligação do aterramento entre eles. 
- Faça o aterramento do bloco. 
 O próximo passo é interligar o bloco à central, o que deve ser feito através de um cabo CI com capacidade 
um pouco superior ao número de pares que a central pode comportar, para que haja pares de reserva, num eventual 
reparo. 
 Pode-se adotar os procedimentos a seguir: 
- Determine o tamanho do cabo a ser instalado e corte um pedaço com folga suficiente para o corte da capa; 
- Fixe-o com braçadeiras para o seu diâmetro; 
- Corte a capa da extremidade da central e fixe os pares de acordo com tabela padrão de cores para cabo 
telefônico; 
- Repita o processo do lado do bloco de proteção, retirando a base plástica do suporte de alumínio e 
enrolando os pares nos terminais de saída; 
- Fixe a base plástica nos suportes de alumínio; 
- Insira os módulos de proteção nos devidos lugares; 
- Se o ramal for externo, este também deverá ser protegido por módulo de proteção; 
- Não se recomenda que a rede telefônica seja feita de modo aparente; 
- Não tente aproveitar os materiais da instalação anterior, instale tudo com materiais novos de qualidade. 
 
13.5. As Partes que Compõem um Micro-PABX 
 
 Existe uma tendência entre os fabricantes de montar as centrais telefônicas privadas em subconjuntos, isto 
é, dividindo o circuito em diversas placas menores. O Micro PABX basicamente divide-se nas seguintes partes: 
Placa Principal ou Placa da CPU, formada pelo cérebro do equipamento; Placa da Fonte de Alimentação; Placas de 
Troncos; Placas de Ramais; e, em alguns modelos, existe uma placa de proteção contra surtos de tensão nas entradas 
das linhas telefônicas: 
- Placa de Ramais: é formada pelos circuitos eletrônicos de cada ramal, podendo possuir modularidade de 
2 em 2, de 5 em 5 etc., ou seja, cada placa de ramais pode conter 2, 5 ou mais ramais. A forma da modularidade foi 
adotada pelos fabricantes para facilitar a manutenção desses circuitos e também para que o usuário não precise 
adquirir, por exemplo, 10 ramais se vai precisar de somente de 5. As placas de ramais são conectadas na Placa da 
CPU do Micro PABX, normalmente por intermédio de conectores especiais par circuito impresso. Quando o Micro 
PABX sai de fábrica com a placa de Ramais Desbalanceados, ou seja, há um ponto comum na alimentação dos 
ramais; isto faz com que, ao se utilizar um cabo telefônico para encaminhar os ramais, pode haver quebra de sigilo 
nas conversações, provocada pela Diafonia (indução do sinal de voz de um ramal para outro); 
- Placa de Tronco: dependendo do modelo de equipamento, a modularidade das placas de tronco em 
relação ao número de linhas pode ser de: 1 em 1, 2 em 2, 4 em 4 etc. Quando possuem circuitos de proteção 
embutidos, as linhas telefônicas são ligadas numa placa de proteção de troncos. Alguns modelos de placas de 
troncos possuem um jumper de habilitação de linha, ou seja, se o tronco estiver disponível, este jumper deve ser 
ligado, caso contrário, deve ser desligado. Isso é necessário para que numa requisição de linha pelo usuário, o PABX 
não caia no vazio, isto é, se a linha estiver habilitada e não houver alimentação, o usuário pensará que está com 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 206 
defeito. No mesmo esquema das placas de ramais, as placas de troncos são conectadas na placa da CPU por 
intermédio de conectores especiais para circuito impresso; 
- Placa de Proteção: é uma placa que contém os componentes (varistores, resistores, centelhadores) 
utilizados para proteger as linhas telefônicas contra surtos de tensão e corrente que, por ventura, surjam nas mesmas, 
normalmente provocados por raios; 
- Placa da CPU: é a principal do sistema, onde são alojadas todas as outras placas, possuindo ainda os 
conectores das interfaces, jumpers de configuração, o processador central, a memória de armazenamento do 
software etc. Esta placa deve ser manuseada com cuidado, pois há circuitos integrados que podem ser danificados 
com a eletricidade estática do corpo humano. 
Detalhes importantes a serem observados: 
- Antes de ligar a central, faça uma revisão nos encaixes das placas e dos circuitos integrados e verifique a 
tensão de alimentação; 
- Refaça o aperto nos parafusos que fixam as placa, pois, em alguns modelos eles servem também para 
fazer o contato do aterramento entre a placa e a base metálica do equipamento. 
 
13.6. Acessórios para PABX 
 
Algumas empresas e os próprios fabricantes de PABX produzem acessórios, e ultimamente têm lançado 
vários modelos de equipamentos e softwares que incrementam a central telefônica, implementando para os usuários 
mais facilidades ou exe rcendo algumas funções específicas. Esses acessórios, quando se trata de hardware, podem 
vir montados em gabinetes próprios (geralmente quando são fabricados por empresas que não fazem o PABX) ou 
em placas de circuito impresso para serem inseridas na placa principal do equipamento. 
Os acessórios mais comunsmontados em placas são: Placa de Atendimento Digital, Placa Identificadora de 
chamadas, Placa de tarifação Remota, etc. Dentre os acessórios, podemos destacar alguns: 
- Tarifador: este tipo de acessório é utilizado para que sejam emitidos relatórios sobre a utilização genérica 
do Micro-PABX, que contém informações tais como: 
- Ligações efetuadas e seu custo; 
- Ligações não identificadas como: fonogramas, tele-900, etc; 
- Data, horário e telefone chamado; 
- Número de ligações recebidas; 
- Taxas administrativas como, por exemplo: Aluguel de Linhas, Assinatura Mensal, etc. 
O Tarifador é muito usado em empresas que desejam controlar suas ligações, uma vez que as informações 
que o equipamento fornece são distribuídas por ramais e a conta telefônica pode ser dividida por usuário ou 
departamento da empresa. 
O Micro PABX tem saídas (serial e paralela), uma delas ligada diretamente numa impressora, para 
imprimir a bilhetagem, ou seja, as ligações que são efetuadas, porém não são tarifadas. A função do tarifador é 
justamente essa, ligado numa dessas saídas, obtém as ligações armazenadas da CPU, aplica os valores dos degraus 
tarifários, convertendo-as em valores de moeda corrente. Todos os dados que forem fornecidos à memória do 
tarifador, bem como o comando para a emissão de relatórios, são enviados via teclado telefônico, que vem acoplado 
no equipamento. 
- Software Tarifador: faz a mesma coisa que o tarifador, porém precisa de um computador para completar 
o serviço. O usuário adquire este software da empresa que o desenvolveu ou de um distribuidor autorizado, instala-o 
no computador, configura alguns parâmetros, interliga a saída do PABX com uma saída do computador, conecta 
uma impressora (se precisar imprimir) no comp utar e obtém as informações desejadas via monitor ou impressora. 
- Atendedor Digital: trata-se de um acessório utilizado para atender automaticamente as ligações que 
chegam ao PABX e transferi-las após emitir mensagens explicativas para quem ligou. As mensagens são gravadas 
num chip e podem ser personalizadas de acordo com o usuário. O tempo de gravação em alguns equipamentos 
ultrapassa 30 segundos. Normalmente, esse aparelho faz o anúncio do Bom Dia, Boa Tarde ou Boa Noite, de acordo 
com o horário de entrada da ligação, pois com o relógio embutido no atendedor, é feito o reconhecimento da hora e 
selecionado o cumprimento correto. A interligação é feita como se fosse um ramal normal, sendo compatível com 
qualquer modelo de PABX. 
- Espera Personalizada: dispositivo utilizado para reproduzir mensagens digitalmente quando algum 
ramal coloca na espera a ligação que entrou. A vantagem desse equipamento é que se pode personalizar a espera, 
colocando-se mensagens de divulgação da empresa, de algum produto, de serviços executados, etc, com capacidade 
para até 180s. Sua ligação é feita diretamente na entrada da música do PABX, possui um potenciômetro para regular 
o volume da mensagem e quando se quiser trocar a mensagem gravada, o chip deverá ser substituído por outro 
previamente gravado. 
- Interface para Porteiro: o Micro-PABX permite que seja ligado um porteiro eletrônico no sistema, 
intercalando-se uma Interface para Porteiro. Quando o botão do porteiro é acionado, a interface interpreta o sinal 
enviado e informa à central o ocorrido. Imediatamente, o ramal que foi programado como atendedor do porteiro é 
chamado. Caso o ramal atendedor do porteiro desejar, poderá acionar a fechadura elétrica teclando o código de 
abertura. Também é possível ao ramal programado como atendedor, chamar o porteiro sem que o mesmo esteja 
chamando, e acionar a fechadura. Na placa principal da central existe um conector que envia o comando para 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 207 
atuação externa, nesse conector é ligada a Interface para Porteiro, devendo-se antes acertar alguns jumpers de 
configuração, de acordo com o modelo de porteiro eletrônico utilizado. Os fabricantes da interface anexam junto ao 
equipamento um pequeno manual de instalação, que contém uma tabela de configuração com os modelos de 
porteiros possíveis para aquela interface. 
- Interface para Bilhetagem: algumas centrais precisam de uma interface para gerar a bilhetagem. Para 
este tipo de controle, a interface deve ser intercalada entre o PABX e a impressora, podendo o equipamento ficar até 
uma distância de 50m da impressora. Caso haja problemas de comunicação entre o equipamento e a impressora, os 
bilhetes serão armazenados na memória do PABX e assim que o problema for solucionado, as ligações serão 
descarregadas para a impressão devida. A capacidade de armazenamento da central varia de acordo com o modelo e 
de versão da Interface. Convém lembrar que, se a comunicação falhar, um alarme será dado pela central, desde que 
se tenha mais um acessório opcional. Aqui também poderá ser implementado um software tarifador, com a 
instalação de um computador. Em modelos recentes de centrais, o Kit bilhetador não é mais necessário, bastando 
apenas ligar uma impressora e os bilhetes serão impressos normalmente, ou ainda, tarifando com o Software. 
 
13.7. Tecnologia de Centrais Telefônicas Analógicas (CPA-E) 
 
13.7.1. Estruturas Básicas de uma Unidade de Comutação 
 
Podemos representar uma unidade de comutação genérica para uma central CPA-E e seus órgãos funcionais 
pelo diagrama de blocos seguinte, em que: 
OC - Órgão de Controle 
CCA – Circuito de Assinante Analógico 
GDS - Geração e Detecção de Sinais 
FA - Fonte de Alimentação 
CJA – Circuito de Juntor Analógico 
MCA - Matriz de Comutação Analógica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O dispositivo elementar de um sistema de comutação é a chave. As primeiras centrais automáticas 
utilizaram componentes eletromagnéticos, em que as chaves nada mais eram do que contatos de “Relés”, 
comandados por sinais eletrônicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
OC GDS FA 
MCA 
CAA CJA 
LA 
LA 
LT 
LT 
RTL 
Software 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 208 
 
 
 A evolução tecnológica introduziu os dispositivos semicondutores, com a utilização das “chaves 
analógicas” comandadas por sinais digitais. 
 
 
13.7.2. Matriz de Comutação Analógica (MCA) 
 
Uma matriz analógica é constituída por um conjunto de chaves agrupadas de tal maneira que lembra um 
sistema de coordenadas "X-Y”. 
 A figura abaixo mostra uma matriz de comutação formada por quatro colunas e três linhas. O número de 
chaves nesta matriz é igual a 12. Note que para o assinante "A" se comunicar com o assinante "B", basta fechar a 
chave número 8, conectando a linha 2 à coluna 4. 
 
 
Vamos analisar uma matriz de maior capacidade, matriz "8x16", constituída por 128 chaves analógicas. 
Observe os pontos de cruzamento, conectando o assinante "A" ao assinante "B" e o assinante "C" ao assinante "D", 
com o absoluto sigilo entre as conversações. 
Note também que foram necessárias duas conexões para fechar o caminho de voz, de cada uma das 
ligações, AB e CD. Na realidade, um lado é reservado para interligação dos terminais telefônicos e o outro é 
dividido em grupos dedicados a cursar tráfegos de chamadas internas e de chamadas externas. Cada coluna é 
denominada de “enlace”. 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
Professor João Batista José Pereira 209 
 
 
 
Os fabricantes fornecem matrizes analógicas encapsuladas em pastilhas (Circuito Integrado - CI), com 
capacidades predefinidas e limitadas. Abaixo, temos uma relação dos modelos mais comuns que utilizam tecnologia 
CMOS de baixo consumo. 
 
Modelo Capacidade Número de Pinos Fabricante 
MC42100 4 x 4 16 Motorola 
MT8816 8 x 16 40 Mitel 
 
Os símbolos lógicos para dois CIs acima são representados pelas figuras seguintes que mostram também a 
identificação de cada pino. 
 
 
Curso de Telefonia - Central Privada de Comutação Telefônica 
ProfessorJoão Batista José Pereira 210 
 
 
As funções dos pinos são: 
- X e Y: entradas e saídas analógicas; 
- END: entradas de endereço para seleção da chave; 
- Data: liga (1) ou desliga (0) a chave selecionada; 
- STroBE : controle do sinal de seleção de pastilha; 
- CS: seleção de pastilha (chip select); 
- Reset: reinicialização (desliga todas as chaves). 
Para a seleção de uma chave em uma matriz 8x16 são necessárias sete linhas de endereço para acessar as 
128 chaves (27 = 128 combinações). 
A palavra de comando para as matrizes analógicas pode ser definida, para um microprocessador de oito 
bits, da seguinte maneira: 
Palavra de comando de uma matriz 8x16. 
 
 
 
Percebe-se que para conseguir uma matriz de maior capacidade, tem que recorrer a arranjos de matrizes, 
utilizando os modelos padrões, de maneira analógica à expansão de memória em sistemas microprocessados. 
Arranjo "32x16" (4 CIs M3494). 
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Professor João Batista José Pereira 211 
 
 
 
 
A seleção de chip se faz por meio de decodificadores de endereços. O barramento de endereços e datas são 
comuns a todos os CIs. 
 
13.7.3. Órgão de Controle (OC) 
 
Uma matriz de comutação, por si só, não faz absolutamente nada. Para haver comutação, deve haver um 
órgão de controle responsável pelo recebimento, registro e análise dos dígitos discados pelo assinante originador (A) 
e, então, comandar o fechamento da chave específica que vem estabelecer o caminho de voz com o assinante 
chamado (B). Antes, porém, o assinante chamado (B) deve receber o comando de toque de campainha e acusar o 
atendimento ao órgão de controle. 
O OC executa funções tais como: leitura dos estados dos ramais, análise e processamento de discagens, 
encaminhamento de chamadas, etc. 
O processamento é feito em “tempo real”. O OC supervisiona todo o funcionamento e integridade dos 
circuitos internos e fornecem dados para relatórios de configuração, histórico de eventos, alarmes, bilhetagem e 
tarifação. 
Controle por Programa Armazenado (CPA): qualquer sistema microprocessado possui uma memória de 
programa e uma memória de dados. 
A memória de programa é constituída por um banco de memórias do tipo EPROM ou FLASH que 
acomoda o programa controlador (firmware) da central. 
A memória de dados se divide em dois tipos. Um tipo constituído por um banco de memórias do tipo RAM 
Não-Volátil ou EEPROM, utilizados para armazenar dados temporários, tais como: contadores de tarifação, 
registros de bilhetagem, histórico de eventos, alarmes e até mesmo a configuração da central de acordo com a 
capacidade, localização, plano de numeração e encaminhamento etc. 
O segundo tipo utiliza apenas memória do tipo RAM para armazenar dados rotineiros, para o processo de 
tempo real, como estado dos terminais, comutação dos sinais, toque etc. 
O Órgão de Controle em centrais tipo CPA é um microcomputador que roda um programa específico para 
gerenciar um processo de comutação para conexões telefônicas. 
No OC, estão incluídos os seguintes elementos: 
- Processador responsável pelo gerenciamento das funções do sistema com base nos dados de configuração; 
- Memórias diversas para dados e programas (RAM, ROM, EPROM, FLASH e/ou EEPROM); 
- Relógio de Tempo Real com calendário para registro de data e hora; 
- Controlador de Interrupções; 
- Timer Programável; 
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- Wachdog Timer (WDT) para supervisão do processador; 
- Circuito de interface de barramento (dados, endereço e controle) para acesso e interação (supervisão e 
controle) com os demais órgãos da central; 
- Interfaces seriais do tipo UART para comunicação com equipamentos OMS (Operação, Manutenção e 
Supervisão) local; 
- Interface paralela para impressora; 
- Modem para comunicação com OMS remoto; 
- Placa LAN (rede local) para comunicação com outras unidades de comutação em sistemas distribuídos; 
- Terminal SSCC#7 quando a central utilizar o sistema de sinalização SSCC#7; 
- Unidade de memória de massa para centrais de médio a grande porte. 
Os microcontroladores utilizados em centrais de pequeno porte incorporem muitos dispositivos, como 
microprocessador, timer, UART, controlador de interrupções, WDT, memória parcial ou total e "port" paralelo, 
integrados no próprio chip (CI). 
A manutenção da central fica então dividida em dois aspectos: “Hardware” (equipamentos e instalações 
físicas) e “Software” (programação). Logo, qualquer mudança de programação que implicavam antes na alteração 
das condições físicas de instalação (equipamento, fiações etc), hoje é feita alterando apenas o programa ou dados na 
memória do órgão de controle. 
A figura abaixo mostra o diagrama em blocos de um microprocessador (OC). 
 
 
 
13.7.4. Circuito de Assinante Analógico (CAA) 
 
O módulo “CAA” faz a interface entre os terminais de assinantes e a matriz de comutação. Ele contém 
circuitos que, além de alimentarem os aparelhos telefônicos, fazem acoplamento de áudio à matriz de comutação e 
permitem troca de sinalização entre o órgão de controle e os assinantes. Suas funções são: 
- Prover alimentação para os aparelhos telefônicos; 
- Monitorar o estado de loop dos terminais; 
- Comutar a corrente de toque e campainha (ring); 
- Acoplar os sinais de voz e sinalizações acústicas à matriz de comutação; 
- Promover inversão de polaridade para coleta de fichas em TPs e TSPs; 
- Proteger os circuitos internos contra intempéries. 
 
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CR – Comando de Ring 
TL – Teste de Linha 
DT – Detector de Loop 
 
A “Híbrida” tem como função acoplar o sinal de áudio à matriz de comutação e promover a conversão dos 
sinais de duas para uma linha, de modo a obter um único ponto de comutação para cada linha e isolar, 
galvanicamente, os circuitos de assinante e da matriz que trabalham com alimentações diferentes, e proteger melhor 
os circuitos da matriz. 
A central deve fornecer uma tensão contínua de 48V +/- 25% à linha do assinante, sem que o sinal de áudio 
escoe pela fonte DC. O circuito aproveita os indutores da híbrida, de forma a permitir apenas a circulação da 
corrente contínua de alimentação, tipicamente de 20mA, e bloquear o escoamento do sinal alternado (áudio). 
A alimentação deve ser “balanceada”, isto é, deve possuir a mesma impedância entre as linhas "a" e "b" e 
terra (Za = Zb). Isto é importante para cancelar sinais indesejáveis que são induzidos na linha do assinante, como 
diafonia, radriofreqüência, ruídos diversos, etc. 
O circuito “Detector de Loop” é utilizado para detectar a circulação da corrente quando o assinante retira o 
telefone do gancho. Ele deve converter a corrente em um nível de tensão compatível com os circuitos digitais, de 
forma que o OC possa associar níveis lógicos aos estados de loop do assinante. 
 
 
 
Os pulsos gerados a partir de um aparelho com discagem decádica também são mostrados na saída do 
detector, já que eles consistem na abertura e fechamento do loop por períodos prefixados. 
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O OC, por meio do loop, reconhece as seguintes situações: 
- O assinante deseja uma ligação A 
- O assinante inicia a discagem A 
- Contabiliza os pulsos decádicos A 
- Identifica assinante livre ou ocupado B 
- Reconhece o atendimento B 
- Acionamento de tecla FLASH A ou B 
- Reconhece a desistência ou término da chamada A ou B 
Para tocar a campainha do aparelho telefônico, o OC faz atuar o relé RG, por um período de 1s. A linha 
então é comutada para o circuito Gerador de Ring, que fornece uma tensão alternada de 75VRMS / 25Hz. O sinal é 
sobreposto à alimentação de -48V, de forma a permitir a detecção do loop durante o toque. Após o atendimento, o 
OC deve retirar o ring por no máximo 200ms, evitando que ousuário receba o sinal no ouvido. 
O relé RT é utilizado para comutar a linha ao módulo de Teste de Linha. 
A central telefônica fica muito exposta a intempéries, ocorrendo descargas elétricas constantes nas linhas 
de assinante e linhas tronco, principalmente em linhas aéreas e longas. Os circuitos de assinante são protegidos com 
“proteção secundária” interna por protetores de estado sólido do tipo transorb, trisil, varistor, PTC, etc. Os diodos 
zener protegem a entrada da matriz de comutação, de modo que o nível do sinal não ultrapasse a alimentação da 
própria matriz. 
- Subscriber Line Interface Circuit (SLIC): o circuito de interface de linha de assinante eletrônico 
desempenha as mesmas funções descritas anteriormente. Os relés foram substituídos por atuadores de estado sólido 
e a híbrida passou a se chamar Híbrida Eletrônica, com a utilização de circuitos operacionais. 
A alimentação de linha utiliza duas fontes de corrente constante, a transistor, complementares, o que 
proporciona balanceamento da linha e dispensa o uso do indutor. 
 
 
 
- Rng - Corrente de toque de campainha 
- TL - Comanda teste de linha 
- CR - Comanda ring (toque de campainha) 
- DL - Detector de loop 
- IP - Comando de inversão de polaridade 
- EI - Enlace interno 
 
- Interface de Barramento (IB): existem também no módulo CAA, assim como em qualquer módulo, 
circuitos de interface de barramento, tais como: Lactches e Buffers, decodificadores de endereços e arranjos lógicos 
discretos ou programáveis (PAL, GAL etc), entre o módulo funcional e o OC. 
Tomando o módulo CAA como exemplo, pode-se ter, no mesmo bloco, vários circuitos de assinantes. 
Portanto, o controle dos assinantes é feito por meio de manipulação de bits, em que cada bit possui uma função 
específica. 
 
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O circuito seguinte ilustra o circuito elétrico de uma placa de ramal de uma central tipo PABX. Na placa, 
estão inclusa as matrizes de comutação analógicas e a interface de barramento (CIs 3, 4, 5, 6, 7, e 8). 
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13.7.5. Circuito de Juntor Analógico (CJA) 
 
O módulo “CJA” é o responsável pela interface entre centrais, permitindo abrangência ao longo da rede de 
telecomunicações. Para isso, a central utiliza linhas de junções com protocolo de sinalização apropriado para o 
intercâmbio de informações entre elas. 
O entroncamento entre centrais públicas é feito por intermédio de circuitos denominados Juntores, podendo 
ser: 
- Juntor analógico a 2 fios com sinalização de linha por corrente contínua; 
- Juntor analógico a 4 ou 6 fios com sinalização E&M contínua ou pulsada; 
- Juntor a 8 fios com sinalização de linha R2 Digital; 
- Juntor digital com sinalização por canal associado E&M pulsada/contínua, R2 Digital, MFC (5B/5C/5S) 
ou canal comum (SSCC#7). 
O juntor analógico a 2 fios pode ter sinalização de registro decádica (nível de assinante) ou MFC e pode 
cursar tráfego de entrada ou de saída. Os juntores a 2 fios têm aplicações principalmente em entroncamento com 
equipamentos tipo PABX. São funções dos juntores analógicos a dois fios: 
- Juntor de entrada fornece alimentação para juntor de saída (Loop); 
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- Juntor de saída informa ocupação ao juntor de entrada por meio do loop de corrente (fecha loop); 
- Juntor de saída gera sinalização de registro decádica, quando for o caso; 
- Juntor de entrada informa atendimento e tarifação para juntor de saída por meio de inversão de polaridade 
ou sinal de 12KHz; 
- Juntor de entrada informa desconexão para juntor de saída por meio da abertura do loop de corrente; 
- Juntor de saída informa desconexão por intermédio de abertura de loop de corrente (alta impedância); 
- Provêem acoplamento de áudio, e sinais de sinalização MF, se for o caso, entre matriz de comutação e a 
linha de junção; 
- Convertem os circuitos de dois fios, da linha de junção, para um único ponto de comutação e referência 
(híbrida); 
- Protegem os circuitos internos contra sobretensão por meio de supressores de estado sólido, como 
transorbs, centelhadores, termistores, varistores e zeners. 
 
 
 
 
Os juntores a 4 ou a 6 fios, geralmente, são entroncados por meio de equipamentos MUX/Rádio, podendo 
cursar tráfegos de entrada, de saída ou bidirecional. O sentido do tráfego é programado via software. Nesses 
juntores, o que muda é o processo de sinalização de linha que ocorre pelos fios E e M (sinalização E&M Contínua 
ou Pulsada), e não pela corrente de loop. Nos juntores a 6 fios, os sinais de transmissão e recepção cursam caminhos 
separados. A sinalização de registro é MFC e a híbrida deve converter o circuito de 2 para 4 fios. 
 
 
 
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Podemos ter ainda o juntor a 8 fios, que utiliza sinalização de linha R2 Digital. São utilizados um par de 
fios para Tx, um para Rx e o restante é utilizado na sinalização de linha, que ocorre pelos fios E1, M1, E2, M2. 
Um PABX interliga-se com uma central pública por meio de “linhas de tronco”. O circuito de tronco, 
utilizado em PABX analógico de pequeno porte, funciona simulando um terminal telefônico capaz de executar as 
seguintes funções: 
- Detectar a corrente de toque (ring) para uma chamada de entrada; 
- Promover a abertura e fechamento da corrente de loop para sinalizar atendimento ou processar discagens 
decádicas; 
- Efetuar o acoplamento de áudio e sinalização (acústica e DTMF para discagem por tom) entre a linha 
externa e a matriz de comutação com conversão de duas para uma linha; 
- Proteger os circuitos contra intempéries. 
A figura seguinte mostra o circuito de um tronco simples de PABX, cujas partes denotam suas principais 
funções. 
- Acoplamento de áudio (híbrida); 
- Circuito "fecha loop", simulando um indutor ativo; 
- Silenciador para discagens decádicas; 
- Detector de ring; 
- Comando de atendimento e discagem decádica; 
- Proteção de entrada. 
 
 
 
A interligação de CPCTs tipo PABX, normalmente, em médias e grandes empresas, se faz por meio de 
linhas denominadas “Tie-Line”, que é um tipo de entroncamento proprietário com algumas diferenças ou recursos 
particulares. Tipos de Tie-Lie: 
- Decádico a 4 fios: Utiliza dois fios para o caminho de áudio (a e b) e dois para a sinalização de linha 
(E&M). É bidirecional, sendo o reconhecimento e o processamento das discagens realizados por meio dos fios E & 
M respectivamente;. 
- DTMF a 4 fios: É o tipo mais comum. A troca de sinalização de linha ocorre pelos fios E & M 
(ocupação, atendimento e término) e o processamento de chamadas por meio de tons multifreqüenciais tipo DTMF; 
- Digital: Utiliza acesso básico 2B+D ou acesso primário 30B+D, dependendo do porte do sistema. 
Modos de operação do Tie-Lie: 
- Direto: por meio de planos de numeração diferentes, como, por exemplo, 411.xxxx, 412.xxxx, etc. 
- Indireto: por intermédio de uma determinada rota, a partir da qual, após o recebimento do novo tom de 
discar proveniente do outro equipamento, enviam-se os dígitos do ramal destino. 
 
 
 
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13.7.6. Discagem Direta a Rama (DDR) 
 
Suponha uma ligação para um equipamento CPCT equipado com um tronco de PABX em nível de terminal 
de assinante, como descrito anteriormente. A linha possui, portanto, um único número-chave. 
O equipamento será capaz de receber chamadas, mas não identificará para quem se destina,sendo 
necessário, portanto, um(a) atendente para receber e transferir as ligações. 
O DDA é um equipamento que atende automaticamente a uma determinada chamada, emite uma 
mensagem ao usuário, como "após o sinal disque o número do ramal desejado", reconhece o número do ramal e 
transfere a ligação. 
O DDR disponível em centrais com entroncamento à nível de juntor e opera em modo direto, em que o 
assinante originador disca o prefixo da central e em seguida fornece os dígitos referente ao assinante destino 
(MCDU - milhar, centena, dezena e unidade). 
 
13.7.7. Geração e Detecção de Sinais (GDS) 
 
O módulo GDS é responsável pela geração e detecção de todos os sinais envolvidos na troca de sinalização, 
acústica e multifreqüencial, entre central/assinantes e central/central. Suas principais funções são discriminadas em 
seguida: 
- Geração de tons de 425Hz (sinalização acústica); 
- Geração das 12 freqüências utilizadas na troca MFC (sinalização de registro); 
- Geração das 8 freqüências utilizadas na troca DTMF (bina e tie-lie); 
- Geração da freqüência de 12KHz para a tarifação de TPs; 
- Música interna enviada durante a retenção de tranco e/ou ramais (PABX); 
- Envio e detecção dos sinais MFC; 
- Envio e detecção dos sinais DTMF; 
- Detecção da sinalização acústica para juntor em nível de terminal ou tronco de PABX (referência para 
discagem e tarifação temporizada); 
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- Gravação, armazenamento e reprodução de mensagens de serviço; 
- Interface para música e/ou mensagens externas; 
- Interface para a facilidade de busca pessoa e/ou som ambiente (PABX). 
 
 
 
Os sinais podem ser gerados por circuitos osciladores ou geradores de ondas senoidais e ao serem enviados 
são comutados às linhas de assinante ou tronco sob o comando do OC. 
 
 
 
Durante a recepção, os sinais passam por filtros seletivos, "passa-faixa", e detectores digitais. Em seguida, 
eles são decodificados em palavras binárias, de forma que possam ser lidas pelo OC. 
Atualmente, temos componentes dedicados para função de geração, envio e detecção de sinais DTMF e 
MCF (receptor DTMF MT8870C e o transceptor completo MT8889). 
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. 
Alguns circuitos utilizam ainda processadores de sinais, gravação, armazenamento e 
reprodução das mensagens. 
 
13.7.8. Fonte de Alimentação (FA) 
 
O módulo FA é responsável pela alimentação do sistema. A fonte de uma central pública recebe 
alimentação de –48V, proveniente de um sistema de energia, constituído por um retificador e um banco de baterias. 
Dela, a fonte da central deriva todas as outras tensões de saída requeridas pelos diversos circuitos internos. 
As CPCTs do tipo PABX possuem uma fonte de alimentação completa, dentro do próprio gabinete, 
podendo ser interligadas diretamente à rede alternada de 110 ou 220Vac. 
A tecnologia empregada, geralmente, envolve o projeto de fonte chaveada, com circuitos supervisores de 
alimentação, protegendo escrita indevida na memória, quando a tensão atinge valores fora de faixa de operação dos 
dispositivos. Antes que a tensão caia a zero, o microprocessador é informado por meio de uma interrupção de mais 
alta ordem de prioridade, fazendo com que este execute uma sub-rotina de emergência de proteção do sistema. 
Assim que a energia for restabelecida, um circuito denominado de “power-up” irá reiniciá-lo. 
 
Tensão [V] Utilização 
-48 Alimentação dos circuitos de assinantes e troncos 
-12 Circuitos de interface de barramento e matrizes analógicas 
-5 Alimentação dos circuitos digitais 
 Terra de Sinal (retorno ou referência) 
 Terra de proteção 
+/-12 Interface serial RS232/C Modem 
75Vac / 25Hz Gerador de toque de camp ainha (Ring) 
 
A fonte deve fornecer ainda informações visuais e/ou sonoras sobre a integridade dos circuitos, como: 
ligada/desligada, fusível(eis) queimado(s), falta de AC, baterias em carga ou flutuação etc. 
Em Micro-PABX são aceitáveis alimentações positivas e alimentação de linha de assinante, entre 24 e 52V. 
 
13.7.9. Composição da Estrutura 
 
Após a montagem e testes, as placas são guiadas sob trilhos, em uma estrutura mecânica, até se encaixarem 
numa placa comum a todas as outras, denominadas de “Motherboard ou Placa-mãe”. A Placa-mãe não possui 
componentes, salvo os conectores, e sua função é interligar todos os módulos funcionais da unidade. 
Uma unidade de comutação possui configuração limitada e definida em projeto. À estrutura mecânica que 
acomoda e compõe uma unidade de comutação chamamos de “Sub-bastidor ou Gabinete”. 
O exemplo de uma estrutura mecânica de uma unidade de comutação: 
- Capacidade Máxima: 
- 64 Terminais (assinantes ou ramais); 
- 16 Enlaces Externos (juntores ou troncos e tie-lines); 
- 16 Enlaces Internos. 
- Configuração mínima: 
- 16 Terminais (assinantes ou ramais); 
- 8 Enlaces Externos (trocos ou juntores e tie-lines). 
- Modularidade: 
- 16 Terminais (assinantes ou ramais); 
- 8 Enlaces Externos (trocos ou juntores e tie-lines). 
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Observe que o equipamento, em sua configuração máxima, foi dividido em quatro placas para interface de 
assinantes, duas placas para interface de troncos e quatro placas (32 x 32) para composição da matriz de comutação 
analógica. 
Para centrais de maior porte, ou seja, centrais com grande número de terminais e troncos, utilizam-se vários 
gabinetes, interligando as unidades entre si, de forma a obter a configuração desejada. Os gabinetes são montados, 
geralmente, sob uma estrutura vertical, denominada de Bastidor. Essa hierarquia ainda pode crescer na horizontal, 
formando uma estrutura denominada Multibastidor. 
Cada unidade de comutação possui um OC independente, gerenciado por um microprocessador autônomo. 
Dessa forma, temos um sistema Modular, implementado por uma filosofia de Processamento Distribuído, projetado 
de tal forma a garantir flexibilidade plena a todos os assinantes. 
O sistema modular permite dimensionar a configuração de acordo com as necessidades do cliente e, ainda, 
prever expansões futuras. Traz também vantagens na implantação e manutenção do sistema, que na maioria das 
vezes se resume na simples substituição de placa. 
Os OC (CPU) são interligados via interface serial ou rede local (LAN). Uma das unidades deve funcionar 
como unidade Mestre, de modo a manter a homogeneidade dos dados de configuração, entre as unidades, e 
possibilitar o intercâmbio de informações entre a central e o equipamento OMS. Quando a unidade mestre, por 
algum motivo, sair de operação, o sistema deve eleger, automaticamente, uma outra unidade para assumir a função 
de mestre, até que esta se restabeleça. 
Os juntores ou troncos podem ser de entrada, de saída ou bidirecionais, com entroncamentos analógicos ou 
mesmo os digitais, embora a tecnologia de comutação seja analógica. 
No entroncamento digital, entretanto, o módulo deve converter 30 enlaces analógicos em digitais e 
multiplexar os 30 canais em um feixe PCM, inserindo informações de sinalização e sincronismo durante a 
transmissão. Na recepção, o processo é o inverso, o módulo deve extrair a informação de sinalização e sincronismo, 
mais os 30, seguindo pela demultiplexação e conversão D/A. 
Processadores Regionais, Central e Redundância: como alternativa de projeto, alguns fabricantes adotam 
sistemas modulares com filosofia de Processadores Regionais reportando-se a um Processador Central, trabalhando 
em multiprocessamento (vários processadores). A estrutura mecânica segue a mesma filosofia de multibastidores. 
Os processadores regionais controlam os Módulos de Periferia (interface de assinantes, troncos e matrizes 
de comutação) em tempo real, com reserva ativa duplicada por motivo de segurança. A Redundância aumenta a 
confiabilidade do sistema, prevalecendoo lema em que “O sistema não pode parar”. 
 
13.8. Tecnologia de Centrais Telefônicas Digitais (CPA-T) 
 
Na década de 60, as companhias telefônicas iniciaram estudos para facilitar e otimizar os entroncamentos 
entre centrais. 
Nos anos 80, o aumento de tráfego gerado pelas novas tecnologias disponíveis e pela conseqüente redução 
das tarefas motivou o crescimento das contratações de novos serviços, incluindo, principalmente, comunicação de 
dados. 
 O termo "T1" refere-se à transmissão digital sobre dois pares de fio, um para transmissão e outro para 
recepção. É utilizado para transmissão de voz, dados e imagens, para pequenos, médios e grandes empreendimentos. 
T1 é o padrão utilizado nos Estados Unidos, Canadá e Japão, e específica a utilização da técnica de 
Modulação por Código de Pulsos (PCM) e Multiplexação por Divisão de Tempo (TDM), com 24 canais a 64Kbps 
(PCM-24), formando um sinal de banda básica com agregado de 1,544Mbps. 
 Os europeus desenvolveram uma tecnologia, paralelamente, denominada de "E1", baseadas no mesmo 
princípio e com algumas diferenças básicas. 
O padrão E1 especifica o PCM de primeira ordem, com 32 canais de 64Kbps, transmitido a uma taxa de 
2,048Mbps. Dos 32 canais, 2 são utilizados para sinalização de serviço e sincronismo, o restante são informações de 
voz/dados/imagens (30 canais). O padrão E1 foi adotado no Brasil. 
 À medida que os sistemas T1/E1 foram crescendo, simultaneamente, em importância e uso, foram criados 
equipamentos de transmissão com maiores capacidades, dando origem a sistemas hierárquicos de segunda, terceira e 
quarta ordens, de acordo com o padrão estabelecido. 
 Veja, na tabela, as características principais dos sistemas e a comparação entre eles: 
 
Sistema Europeu Japonês Americano 
Hierarquia Canais Taxa Canais Taxa Canais Taxa 
1 30 2048 24 1544 24 1544 
2 120 8448 96 6312 96 6312 
3 480 34368 480 32064 672 44736 
4 1920 139264 1440 97728 4032 274176 
5 7680 565148 5760 397200 
 
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As amostragens de sinal devem ser a cada 125µs por canal de voz. Isto implica em uma base de tempo com 
uma freqüência de 8KHz. 
Cada amostragem confere uma palavra de código PCM de 8 bits, que deve ser transmitida em série, 
portanto a uma taxa de 64Kbps ( 8 bits x 8KHz). Para agrupar 32 canais em um único feixe PCM (padrão europeu), 
devemos elevar essa taxa de transmissão a 2,048Mbps (32 canais x 64Kbps). 
 Na transmissão e recepção, são enviados e recebidos quadros consecutivos, sendo estabelecido um 
empacotamento organizado, formado por quadros e mulltiquadro, a partir do qual o processo se repete. 
 De acordo com a padronização (G-704), a composição do feixe PCM de 2,048Mbps e a estrutura dos dados 
ficam então definidas da seguinte maneira: 
 
 
 
 Os canais, também designados como Timeslot (TS) ou Intervalo de Tempo de Canal (IT), transportam 
informações de VDI, sinalização e sincronismo. Veja em seguida a distribuição e ocupação dos intervalos de canais. 
- Canais 1 a 15 e 17 a 31: transportam informações digitalizadas de voz, dados ou imagem (VDI). 
- Canal 0: utilizado para sincronismo ou alinhamento de quadro e palavra de serviço, transmitidos 
alternadamente da seguinte maneira: 
 
 
 
 
- Canal 16: no primeiro quadro (Q1), o canal 16 é utilizado para alinhamento de multiquadro e alarme 
remoto. 
 
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Nos quadros subseqüentes (Q2 ao Q16), o canal 16 pode ser utilizado para troca de sinalização de linha 
associada a canal (E&M ou R2-Digital), Sinalização por Canal Comum (SCC) ou canal de dados, se for utilizado o 
sistema de sinalização por canal comum. 
 
 
 
Para a sinalização E&M, são utilizados os bits 2 ou 6 do canal de transmissão, para sinalização do fio M, e 
os mesmos bits na recepção para sinalização do fio E. A presença do terra no fio E ou M é convencionada como 
nível lógico 1 e a ausência, como nível 0. 
Para o protocolo R2-Digital, os sinais af, bf, ab e bb correspondem aos bits 1, 2, 5 e 6 respectivamente. Na 
sinalização de registro, os sinais multifreqüenciais são inseridos nos próprios canais de voz (áudio), assim como a 
sinalização acústica (425Hz), que passam pelo mesmo processo de digitalização, antes de serem transmitidos. 
Sabemos que a tecnologia de uma central digital envolve comutação temporal (PCM - TDM) e espacial. 
Seguindo essa tendência, os grandes fabricantes de componentes eletrônicos investiram no desenvolvimento de 
dispositivos com interfaces seriais, compatíveis com a codificação PCM. 
Assim como as matrizes digitais, os dispositivos de interface de linha e tronco utilizam, igualmente, entrada 
e saídas seriais do tipo PCM. Portanto, os circuitos internos de um sistema de comutação digital estão todos 
centrados nessa estrutura de barramento. 
Com o que já foi apresentado, até então, podemos apontar algumas das principais vantagens dos sistemas 
digitais, comparados aos sistemas analógicos: 
- A confiabilidade e eficiência na multiplexação digital (MUX TDM); 
- Capacidade de integração de VDI com Integração da Rede e Serviços (RDSI); 
- Padronização na interface entre módulos e circuitos integrados dedicados, com interfaces seriais PCM de 
alta velocidade; 
- Redução do número de componentes e módulos fundamentais, possibilitando a compactação dos 
equipamentos; 
- Diminuição do consumo, exigindo menores sistemas de energia; 
- Facilidades de implantação, manutenção e monitoração de performance; 
- Facilidade de encriptação; 
- Redução de custos em quase todos os aspectos. 
Considerando as desvantagens, que são poucas, como, por exemplo, a exigência de maior largura de banda 
e sistemas de sincronismo complexos e de grande precisão, elas são compensadas pelos outros fatores que são muito 
mais relevantes. 
 
13.8.1. Estrutura Básica de uma Unidade de Comutação Digital 
 
Podemos representar uma unidade de comutação genérica para uma central CPA-T, e seus órgãos 
funcionais, por meio do diagrama em blocos seguinte. Os módulos principais são: 
- OC – Órgão de Controle 
- CAD – Circuito de Assinante Digital 
- MTL – Robô de Teste de Linha 
- MPS – Módulo de Processamento de Sinais 
- FA – Fonte de Alimentação 
- CJD – Circuito de Juntor Digital 
- MCD – Matriz de comunicação Digital 
Os módulos CAD e CJD são específicos para as centrais de comutação digital (CPA-T), embora possamos 
ter entroncamentos digitais em centrais analógicas (CPA-E), e entroncamentos analógicos em centrais digitais. As 
interfaces de linhas digitais incluem circuitos para usuários analógicos, digitais ou RDSI. 
 
 
 
 
 
 
 
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13.8.2. Matriz de Comutação Digital (MCD) 
 
 Assim como as matrizes analógicas, as matrizes digitais são fornecidas sob a forma de circuitos integrados 
dedicados, e desenvolvidos para chaveamento de VDI, por codificação PCM, sob controle de microprocessador, 
para aplicações em PABX, centrais públicas ou equipamentos multiplex. 
 A capacidade total da matriz é dada em canais e a tecnologia digital utiliza a estrutura Espaço - Temporal 
(TST). Exemplos de alguns modelos de CIs: 
 
Modelo Canais PCM Encapsulamento Denominação Fabricante 
 MT 8982 64x64 2x2 16 DIL ou 16 SOIC SDS MITEL 
 MT 8981 128x128 4x4 40 DIP ou 44 PLCC DX MITEL 
 MT 8980 256x256 8x8 40 DIP ou 44 PLCC DX MITEL 
 M3488 256x256 8x8 40 DIP ou 44 PQFP DX SGS-THOMSON 
 PEB 2046 256x256 8x8 40 DIP ou 44 PLCC MTSS SIEMENS 
 
 Como pode ser observado, uma das grandes vantagens dos sistemas digitais está no módulo de comutação, 
que apresenta um alto grau de integração e compactação, reduzindo o número de módulos, o tamanho do 
equipamento e, conseqüentemente, oscustos, além de facilitar a manutenção e a monitoração de performance do 
sistema . Compare um único CI DX com uma matriz de comutação analógica. 
 Os exemplos acima são considerados de matrizes digitais de pequeno e médio portes (Small Digital Switch 
ou Memory Time Small Switch). Os CIs MT90820 (Large Digital Switch – LDS) e PEB2447 (Memory Time 
Switch eXtended Large – MTSXL) possuem capacidade para 2048x2048 canais. 
Tomemos o CI MT8980, como exemplo. Internamente, existem duas memórias denominadas de Memórias 
de Dados ou voz (DM) e Memória de Conexão ou Controle (CM). 
Os dados seriais de 8 bits de cada quadro PCM de entrada são convertidos em dados paralelos e 
armazenados na memória de dados (DM) de 32 bytes, associada a cada feixe. 
A memória de conexão (CM), de cada feixe, consiste de 32 palavras de 11 bits e mantém a correspondência 
entre os sinais de entrada e saída. Os três bits de mais alta ordem são usados para controle de canal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OC MPS
 
FA 
MCD 
 
CAD 
 
CJD 
 
L
A
 L
A
 
L
T
 L
T
 
RTL 
 
Software 
 
 
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Há dois modos de operação, a saber: Comutação e Mensagem. No modo Comutação, o valor da memória 
de conexão baixa (CM–Low) é usado como um ponteiro para memória de dados (DM) para o canal entrante. Nesse 
modo, a matriz chaveia automaticamente o dado de entrada para o canal de saída específico, associado à CM–Low. 
Os dados de saída são novamente convertidos no formato serial PCM. 
 
 
 
No modo Mensagem, o valor do byte CM–Low é enviado ao canal de saída correspondente após a leitura e 
interpretação do dado de entrada pelo microprocessador. 
 
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O modo mensagem é utilizado para funções de controle de dispositivos seriais e comunicações entre 
processadores, comunicação interchip, facilitando o desenvolvimento de sistemas de comutação com arquitetura de 
processamento distribuído ou com multiprocessadores. 
 
 
 
 
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A matriz digital possui interface paralela para comunicação com microprocessadores de oito bits e um 
Registro de Controle (CR) utilizado para seleção de número de feixe, tipo de memória (DM ou CM) para operações 
de leitura ou escrita de canal e modo de operação. O microprocessador não pode ter acesso de escrita na DM. 
As principais operações de controle realizadas pelo microprocessador são: 
- Conexão ou desconexão de canal; 
- Carga ou inserção de um byte no canal de saída PCM; 
- Amostragem de um simples canal PCM; 
- Leitura de uma palavra de controle de canal e sinalização; 
- Transferência de \ para registro de controle. 
 
 
 
As funções dos bits utilizados nas operações de controle entre o processador e memória são descritivas em seguida. 
 
 
 
 
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Mapa de Endereçamento (barramento de endereços do CI): 
 
A5 A4 A3 A2 A1 A0 HEX ADDRESS LOCATION 
0 X X X X X 00 – 1F Control Register 
1 0 0 0 0 0 20 Channel 0 
1 0 0 0 0 0 21 Channel 1 
• • • • • • • • 
• • • • • • • • 
• • • • • • • • 
1 1 1 1 1 1 3F Channel 31 
 
A figura seguinte proporciona uma visão espacial da matriz digital e sua organização interna. 
 
 
 
 
 
 
As matrizes digitais trabalham apenas com sinais digitais, portanto utilizam alimentação única de 5V com 
tecnologia avançada CMOS de baixo consumo, devendo manter compatibilidade com os níveis de sinais de controle 
TTL e CMOS. 
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 Necessitam de um sinal de relógio para a taxa de transmissão de bit de 2,048MHz (C4) e um sinal de 
alinhamento de quadro de 8KHz (FO) (125µs). 
 
 
 
 
 
13.8.3. Expansão de Matrizes Digitais 
 
 A expansão de matrizes Digitais é análoga à expansão de matrizes analógicas, utilizando-se de associações 
de DX e lógica discreta ou programável para decodificação de endereços e seleção de chip (CS). 
 Seguem três exemplos de expansão de matrizes digitais. O primeiro mostra um simples estágio, com 16 
dispositivos, numa configuração de 32x32. Seguindo o mesmo raciocínio, apresentamos, também, um arranjo de 
2048 links ou 65536 canais. 
 
 
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É bom lembrar que os sinais de voz para os sistemas digitais cursam caminhos separados. Logo, um 
sistema de comutação digital tem que ter um arranjo duplicado (ou dividido) para a transmissão e a recepção. 
 
 
 
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13.8.4. Circuito de Assinante Digital (CAD) 
 
 A tecnologia digital introduzir um novo elemento as SLIC, capaz de interface usuários analógicos a 
sistemas de comutação digital. Esse elemento, denominado COMBO, é um dispositivo dedicado de alta performance 
(chip) com funções analógicas e digitais complexas. 
- COMBO (CODEC+Filtros): trata-se de um subsistema composto por conversores analógicos/digital e 
digital/analógico com codificação e decodificação PCM–CODEC, amplificador com ajuste de ganho de entrada, 
filtro ativo passa-baixa, para eliminar os ruídos de alta freqüência, e filtro passa-faixa por capacitor-chaveado, que 
rejeita sinais abaixo de 300Hz e acima de 3.400Hz. 
 Como exemplo de COMBO, mais comumente utilizado no mercado nacional, podemos citar o CI TP3057 e 
o ETC5057. 
 
 
 
No SLIC, a híbrida eletrônica separa de transmissão (Tx) e de recepção (Rx), utilizando conversão de 2 
para 4 fios, que passam a cursar caminhos diferentes. 
O sinal de transmissão, ao entrar no COMBO, passa por um amplificador operacional, cujo o ganho é 
obtido pela seguinte equação: 
Ganho (Tx) = 20 log (R1+R2) / R2 
Em que: (R1+R2) > 10KÙ 
 O sinal analógico de transmissão é amostrado a cada 125µs. Após digitalização, cada sinal irá ocupar um 
canal (TimeSlot) do quadro PCM, a ser designado no momento oportuno da comutação pela entrada TA (TimeSlot 
Assignment Circuit). 
A entrada CK (Clock) fornece a base de tempo de 2,048Mbps para deslocamento da palavra de 8 bits, em 
código PCM, por meio da saída TxD, o que corresponde à informação de transmissão digitalizada em série. A 
entrada FS (Frame Syncrhonism) é utilizada para sincronismo de quadro (8KHz). 
 As palavras PCM, de cada circuito, dentre 32 canais, são então agrupadas de forma serial, formando um 
enlace PCM (Link Digital), e finalmente enviado à entrada da matriz de comutação digital (TxD). 
Na recepção, o processo é o inverso. A informação digital (recepção) chega pela entrada RxD, à velocidade 
de 2,048Mbps, sendo convertida na forma paralela e, em seguida, na forma analógica. A figura seguinte ilustra o 
diagrama de tempo simplificado dos sinais de controle, sincronismo e dados envolvidos. 
 
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 Geralmente, a alimentação do COMBO é simétrica, +5 e –5V, com terra de referência separada em 
analógico (GNA) e digital (GND). 
A parte analógica possui ajustes de ganho e de Trans-híbrida, circuito responsável pelo cancelamento do 
sinal de transmissão que tende a retornar pelo canal analógico adjacente. 
 Atualmente, está disponível a família COMBO II de Segunda geração (T3007x ou TS5007x). Eles são 
programáveis via software, por meio de interface serial padrão com microprocessador, com aplicações como 
interface de linha de assinante, RDSI e telefone digital. Incorporam funções programáveis como: 
- Ajuste de ganho ou atenuação para Tx e Rx, em passos de 0,1dB; 
- Designação de Intervalo de Canal (TA);- Filtro consistente para balanceamento da híbrida eletrônica; 
- Escolha da lei A (PCM-30) ou lei µ (PCM-24); 
- Teste por realimentação analógica ou digital (loopback); 
- Pinos de entradas/saídas de propósito geral, configuráveis; 
- Controle de modo “power-up/down” (ativo/desativo). 
 
 
 
No exemplo, temos quatro linhas utilizadas na comunicação com o OC, que ocorre de maneira serial 
síncrona. Duas são entrada e saída de dados seriais CO e CI (Control Data I/O), a terceira é a seleção de chip CS e a 
última CK, a base de tempo de sincronis mo que desloca a informação para dentro ou para fora do dispositivo. 
As linhas de entrada/saída são utilizadas para controle de estados dos ramais, como estado de loop, 
comando de ring, inversão de polaridade e outros (detecção e/ou atuação). 
Certamente, a função mais complexa introduzida no COMBO II é o circuito de balanceamento da híbrida 
para o cancelamento de eco (trans-híbrida), designado para atender às especificações internacionais, não somente em 
loops locais, mas também em circuitos de serviços especiais e interface de tronco. 
Para entender melhor a importância desse circuito, veja a figura seguinte que ilustra um simples link entre 
dois assinantes e duas centrais. Repare a imperfeição dos circuitos (analógicos) na separação dos sinais, em que uma 
porção do sinal tende a retornar pelo canal adjacente. 
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Para uma melhor performance do circuito de voz, esse sinal de eco deve ser cancelado. Isso é conseguido 
por meio de um amplificador diferencial, em que uma amostra do sinal é invertida, atenuada e somada ao sinal 
original. 
Os circuitos tradicionais utilizam uma malha RC externa, enquanto no COMBO II é possível programar a 
habilitação, a inversão de fase e a atenuação do sinal amostrado, sem necessidade de componentes externos, 
independente de SLIC com híbrida a transformador ou eletrônica. A performance do filtro para cancelamento no 
COMBO II é consideravelmente melhor do que a obtida com malha RC. 
- CODEC de Dados: trata-se de um codificador e decodificador de dados de baixa velocidade de e para 
54/64Kbps, utilizando técnica TEM (Transition Encoded Modulation), compatível com os canais de voz PCM, no 
formato padrão (ST-Bus). 
O CODEC de dados é um dispositivo transparente, utilizado para transmissão de dados na faixa de 
MODEMs analógicos, e pode funcionar em paralelo com o CODEC de voz. Enquanto o CODEC de voz converte 
sinais analógicos em formato PCM e vice-versa, o CODEC de dados faz a conversão dos dados em baixa 
velocidade. 
A informação no formato PCM pode ser comutada via matriz de comutação digital para qualquer outra 
interface, transmitida por intermédio de uma linha apropriada para o destino remoto. 
O sinal é regenerado por outro CODEC no outro extremo, por um equipamento remoto, que pode ser parte 
de uma LAN ou via entroncamento digital com interfaces do tipo T1 ou E1. 
A interface fica simplificada para o padrão RS232. Os níveis do sinal de transmissão são convertidos em 
níveis TTL, antes de entrar no CODEC, em seguida, no formato PCM e, então, transmitido via barramento PCM em 
um intervalo de canal designado pelo sistema. O processo é inverso para o sinal de recepção. 
 
 
 
Um cartão com vários circuitos de assinantes para um sistema de processamento distribuído é representado 
pela figura seguinte. O processador local pode ser um microcontrolador destinado ao gerenciamento e controle de 
um único cartão com até 32 circuitos. 
O circuito que faz a interface entre o processador local e os outros dispositivos do cartão, e que usa 
barramento PCB, é denominado de TSAC (TimeSlot Assignment Circuit) ou DLIC (Digital Line Interface Circuit). 
Ele contém dois barramentos PCM, o primeiro é para o transporte de voz, dados e sinalização, entre o CODEC e a 
saída serial, operando com o relógio mestre. 
O segundo barramento é usado exclusivamente pelo processador local, por meio do qual o processador 
apaga e carrega o mapa de “Intervalo de Canal”, recebe e envia informações de controle e sinalização de e para 
qualquer dispositivo, inclusive com o processador central do sistema. 
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Os circuitos anteriores são considerados interfaces para usuários analógicos. No entanto, podemos ter 
assinantes digitais a 64Kbps, irrestritos, e comutados, acessados por MODEM digital, e interfaces para RDSI, acesso 
básico (2B+D) ou acesso primário (30B+D). 
 
13.8.5. Circuito de Juntor Digital (CJD) 
 
Os juntores digitais são responsáveis pelos entroncamentos, locais ou remotos, entre duas centrais públicas, 
via enlaces digitais PCM, cujas interligações podem ser por par trançado, cabos coaxiais ou fibra ótica, dependendo 
da hierarquia do sistema e da situação operacional. 
Para sistemas remotos é utilizado multiplex/rádio digital ou equipamento óptico. Podemos citar alguns 
equipamentos de transmissão, como o MCP30B, que é um MUX digital de primeira ordem (2,048Mbps); o MUX de 
segunda ordem MCP120B (8Mbps), capaz de agregar em um único canal, as informações transportadas por quatro 
sistemas tributários MCP30 (120 canais); e o MCP480B, de terceira ordem, para canais a 34Mbps. 
O ELO-34transmite em meios ópticos, sinais oriundos do MCP480, a velocidade de 34Mbps, com código 
de linha HDB3. 
 
 
 
Sistemas de rádio digital trabalham com enlaces de 3 a 30GHz, sendo adotados e bem-sucedidos, no Brasil, 
enlaces entre 15 e 18GHz, para faixa de transmissão de 2 a 16Mbps e distâncias de 20 a 30km. 
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Funções do Juntor Digital: 
a) Sentido de Transmissão: 
- Formação do quadro PCM com 30 canais de voz, mais 2 canais para sinalização, sincronismo e alarmes, 
em um único feixe E1 - PCM 30 (Brasil), constituindo o MUX digital de primeira ordem; 
- Inserção das palavras de alinhamento de quadro e multiquadro; 
- Inserção de palavras de serviço, sinalizações e alarmes; 
- Codificação dos sinais de transmissão (unipolar/bipolar) por meio de códigos de linha, como o AMI ou 
HDB3 para interface elétrica ou óptica; 
- Acoplamento e driver do sinal de saída ao equipamento de transmissão; 
- Ajuste do nível de transmissão via software. 
b) Sentido da Recepção: 
- Detecção do sinal de linha e taxa de erros para geração de alarmes; 
- Detecção das palavras de sincronismo de alinhamento de quadro e multiquadro; 
- Detecção das palavras de serviço, sinalizações e alarmes; 
- Extração do sinal de relógio de 2,048MHz, de modo a obter um sinal de referência externa, usado para 
gerar sinais de controle de recepção e sincronismo do relógio de transmissão; 
- Decodificação dos sinais de transmissão (bipolar/unipolar); 
- Desacoplamento do sinal proveniente do equipamento de transmissão; 
- Ajuste do nível de recepção via software; 
- Supervisão do sinal de entrada, a fim de detectar problemas de escorregamento, falha de sinal ou falta de 
sincronismo. 
c) Outros: 
- Seleção de sentido do tráfego (entrada, saída ou bidirecional) e protocolo de sinalização, via software; 
- Sinalização externa de alarmes, com indicação visual de bloqueio, ocupação, falta de sincronis mo e 
escorregamento de sinal; 
- Interface com o órgão de controle. 
O CJD constituiu-se, basicamente, de um controlador E1/T1, destinado ao empacotamento e separação da 
mensagem que sai e que entra, respectivamente, sob gerenciamento do OC, por meio de interface serial ou paralela e 
uma unidade de interface de linha (Line Interface Unit - LIU), responsável pela extração de relógio, codificação e 
decodificação dos sinais externos. 
 
 
 
Tomemos como exemplo o par de Circuitos Integrados MT9079 e MT89793. 
O MT9079 é um subsistema com interface e controlador de link avançado E1 (PCM-30/2,048Mbps). 
Permite interface com o OC de formaparalela, serial ou ST-Bus. Possui altíssima performance de monitoração e 
diagnósticos de erros, bem como extensivos recursos para o tratamento de alarmes. 
 
 
 
O MT89793 é um LIU que incorpora todos os componentes analógicos necessários para realizar uma 
completa interface com a terminação E1. Inclui extrator de clock, line driver/receiver, transformadores de pulso e 
resistores de 75 ou 120Ù, selecionado por hardware, para casamento de impedância. Não requer nenhum 
componente externo e nem sinal de sincronismo, uma vez que extrai a referência do sinal de recepção. Apenas a 
alimentação de 5V e dispositivos de proteção são necessários. 
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13.8.6. Sistemas de Realimentação de Fase (Phase Locked Loop - PLL) 
 
 São circuitos geradores de forma de onda, cuja saída possui uma relação fixa de fase com um sinal de 
referência na entrada. 
 Basicamente, um PLL é constituído por um Oscilador controlado por tensão (VCO), um Comparador de 
Fase para medir a diferença de fase entre o sinal de saída do VCO e o sinal de referência, e um Filtro RC, que gera 
um sinal de erro usado como tensão de controle do VCO. 
 O circuito é projetado de forma que, se o sinal de saída começar a se mover em relação ao sinal de entrada, 
a tensão de erro muda, a fim de modificar a freqüência do VCO e restabelecer a condição de "fase amarrada". 
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- Códigos de Linha (Banda Base): a codificação dos sinais digitais para os circuitos de linha é necessária 
para diminuir os efeitos da linha de transmissão, distorção e degradação, sobre o sinal digital. O objetivo é eliminar 
as componentes DC e melhorar a recuperação do sinal. 
Dentre os códigos de linha mais comuns, podemos citar o AMI, Bifase, B8RZ, HDB3, MDB, NRZ, RZ, 
2B1Q, 3B2T, 4B3T. Para linhas de junção especificamente utilizam-se o NRZ, o AMI e o HDB3. 
A forma mais simples de codificar uma informação é por meio de código binário, eletricamente 
denominado de código unipolar, em que os dois dígitos binários são representados por dois níveis de tensão. 
Exemplo: 0 e 5V. 
- Non Return-to-Zero (NRZ): trata-se de uma forma mais eficiente de codificar uma informação binária 
em linha de transmissão, promovendo balanceamento de linha e redução no consumo de energia. 
Entretanto, as longas seqüências de uns e zeros provocam a perda de sincronismo. 
 
 
- Alternate Mark Inversion (AMI): é um código bipolar projetado para eliminar as componentes DC do 
sinal. Sucessivos "1" (Mark) são normalmente alternados, em polaridades (+/-) e mesma amplitude, enquanto o "0" 
(Espaço) permanece com magnitude igual a zero. O resultado é um nível médio de tensão igual a zero volt, porém o 
problema continua com as longas seqüências de zero. 
 
 
 
- High Density Bipolar – 3 (HDB-3): utiliza um recurso denominado "violação forçada". Na seqüência de 
quatro ou mais zeros consecutivos, pulsos de violação são introduzido no sinal, quebrando a rotina de zeros. Essa 
violação de bits é arranjada para formar um tipo de código AMI modificado. 
O HDB3 é usado em entroncamentos digitais, nos enlaces PCM de primeira ordem E1/T1, ou acesso 
primário para RDSI, em interfaces S1 ou S2. 
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Se a cadência escrita for maior do que a de leitura, haverá perda de informação; se for o contrário, poderá 
ocorrer uma dupla leitura da mesma informação. Fenômeno este denominado de Escorregamento. 
Se houver perda ou ganho de uma ou mais posições de bits, ou um conjunto consecutivo de bits, em um 
sinal digital, resultando em uma anomalia no processo de temporização, associada à transmissão ou comutação do 
sinal digital, corresponde a um escorregamento não controlado. O tamanho ou o instante da perda ou ganho não são 
controlados. 
A ocorrência no terminal de recepção, de uma replicação ou supressão de todos os bits de um quadro 
inteiro, corresponde a um escorregamento controlado. O dispositivo possui recursos para gerenciamento de 
escorregamento. 
O controlador E1 possui buffer para recepção de dois quadros PCM (60 canais), que absorve o desvio de 
fase e o Jitter de baixa freqüência. Trata-se de uma pequena memória com dois barramentos independentes, sendo 
um para escrita e outro para leitura. 
Os dados PCM-30 são chaveados para dentro do buffer com referência ao clock E2i, e para com referência 
ao clock E2i é extraído do próprio sinal de recepção e o clock C4i vem do gerador interno, pertinente à central que 
recebe o sinal. 
O controlador pode funcionar em modo mestre, escravo ou independentemente. Em operação normal, isto 
é, em aplicações com equipamentos do tipo PABX ou onde a central trabalha como escravo, o clock E2i está 
amarrado ao clock C4i por um PLL. Logo, os dados de recepção estão em fase com o clock externo (central 
distante) e as posições escrita e leitura do buffer elástico estarão sincronizadas. 
 Quando C4i e E2i não estão amarrados, a taxa com a qual os dados estão sendo escritos no buffer pode ser 
diferente da taxa de leitura. Se esta situação persiste, o estado limite do atraso será violado, que é de 26 canais, e o 
buffer realizará um "escorregando controlado". 
A rede digital tem função básica de transporte de bits contendo informações de usuários, sinalização e 
controle. Os circuitos de ponta utilizam processadores especializados de telecomunicações, trabalhando num ritmo 
de funcionamento demarcado por um relógio interno. 
O sincronismo é o modo de transmissão em que o envio e a recepção do sinais entre equipamentos 
terminais ocorrem na mesma velocidade e são mantidos a uma relação de fase desejada por uma medida apropriada. 
Devido a fatores externos e imperfeições na construção dos relógios, a cadência de leitura do sinal de 
recepção pode sofrer desvio ao longo do tempo, com relação à cadência de escrita do sinal de transmissão. 
 
 
 
Os parâmetros físicos de uma linha de transmissão, assim como os distúrbios elétricos externos, podem 
provocar distorções no sinal digital de recepção, resultando em pequenas variações entre o instante significativo do 
sinal e a sua posição original. 
Os sinais podem sofrer variações de amplitude, tempo, freqüência ou fase, e são capazes de causar erros na 
transmissão de dados, particularmente em alta velocidade. O resultado da instabilidade do sinal na linha do relógio é 
referido como JITTER. 
 
 
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As soluções propostas e aplicáveis para resolver problemas de sincronismo são: 
- Alta precisão dos relógios internos; 
- Aumento da memória elástica; 
- Sincronismo da rede. 
 No primeiro caso, quanto maior for a precisão dos relógios internos, maior será o custo e a complexidade 
dos circuitos. Precisão da ordem de 10-11 é requerida para centrais de trânsito internacional. 
O aumento da memória elástica com o afastamento dos ponteiros de leitura e escrita pode absorver as 
pequenas variações (jitter) ocasionadas por interferências externas. Entretanto, o atraso máximo permitido em 
entroncamentos com PCM de 32 canais está limitado a dois quadros PCM, ou seja, 512 bits. 
A sincronização da rede pode utilizar uma fonte de referência externa ou a própria cadência de sinais 
recebidos nos enlaces. 
Podemos destacar dois métodos básicos de sincronismo em uma rede de telecomunicações: Mestre-Escravo 
e Mútuo. 
No método Mestre-escravo, de implementação mais simples, a central de maior hierarquia na rede é eleita 
como mestre. As demais centrais tomam o relógio da mestre como referência. 
 A fim de evitar perda de sincronismo em grandes trechos da rede quando um enlace falhar, são utilizadas 
rotas alternativas de extração de relógio baseadas em uma tabela hierárquica

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