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Padrões de Conhecimento

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Padrões de Conhecimento . 
 Padrões de Conhecimento da 
 Enfermagem 
 Na segunda metade do século XIX, Florence Nightingale 
 implantou as bases da enfermagem moderna. Deste 
 período até a metade do século XX, a prática baseada em 
 regras, tradições e princípios era a base do saber da 
 enfermagem. 
 Este saber corresponde ao domínio de uma atividade, 
 obtido através de longos períodos de trabalho nos 
 hospitais, não era articulado em um todo que descrevesse o 
 cuidado prestado e não era comunicado de forma 
 sistemática. 
 Desde que Florence Nightingale enfocou as medidas de 
 alívio e de manutenção da higiene, ela diferenciou as ações 
 da enfermeira das do médico, marcando o início da 
 preocupação da enfermagem com sua identidade 
 profissional. Em busca dessa identidade, a enfermagem 
 passou a preocupar-se com o desenvolvimento de um 
 corpo de conhecimentos próprio, que lhe desse 
 legitimidade, visibilidade e autonomia. 
 A partir da década de 50, nos Estados Unidos, algumas 
 enfermeiras iniciaram o processo de teorização deste saber 
 originado da prática. As primeiras teóricas eram 
 enfermeiras com significativa experiência clínica e estavam 
 preocupadas em criar programas educativos que 
 expressassem uma perspectiva própria da enfermagem. 
 No Brasil, a institucionalização da enfermagem teve início 
 na década de 20 com a criação da primeira escola dirigida 
 por enfermeiras. Como eram norte-americanas, trouxeram 
 para o país o modelo americano de ensino, baseado na 
 proposta de Nightingale, que privilegiava o treinamento por 
 meio da prática hospitalar. 
 No início da década de 70, Wanda Aguiar Horta começou 
 a divulgar seu trabalho, publicando, em 1979, a Teoria das 
 Necessidades Humanas Básicas. Apesar deste trabalho ter 
 tido influência marcante, especialmente no ensino de 
 graduação, a enfermagem brasileira não investiu na 
 construção de teorias próprias. 
 Wanda Aguiar Horta, foi a enfermeira que introduziu os 
 conceitos da enfermagem que são aceitos no Brasil. Sua 
 teoria é considerada o ponto alto de seu trabalho e a 
 síntese de todas as suas pesquisas onde descreve a 
 enfermagem como ciência e arte de assistir o ser humano 
 no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo 
 independente desta assistência através da educação de 
 recuperar, manter e promover sua saúde, contando para 
 isso com a colaboração de outros grupos profissionais. 
 Trabalhou em diversas instituições no período de 1948 a 
 1958. Em 1960, Horta, primeira enfermeira brasileira a 
 preconizar a teoria de enfermagem no campo profissional, 
 embasou as suas pesquisas na Teoria de Motivação 
 Humana de Abraham Maslow. 
 Nos Estados Unidos, no fim da década de 70, Barbara 
 Carper publicou um artigo, baseado em sua tese de 
 doutorado, apresentando quatro padrões de conhecimento 
 de enfermagem. Os Padrões de Conhecimento da 
 Enfermagem foram organizados e sistematizados por 
 CARPER (1978) após a Enfermagem ter sido estruturada 
 por Florence Nightingale em 1850, quando ela estabeleceu 
 a educação formal para a Enfermagem. 
 O fato desta autora defender outras formas de 
 conhecimento, além do empírico, representou um passo 
 importante para o desenvolvimento da Enfermagem. 
 Reconheceu quatro padrões distintos de acordo com a 
 tipologia de significados, definidos como: 
 ● Empírico, a ciência da enfermagem; 
 ● Estético, a arte da enfermagem; 
 ● Ético, o componente moral do conhecimento; 
 ● Conhecimento Pessoal da Enfermagem. 
 ➔ Padrão Empírico 
 No final dos anos 50, nos Estados Unidos, o termo ciência 
 começou a ser utilizado para definir a enfermagem, que 
 voltou a se preocupar com a teorização e a pesquisa. 
 A visão da enfermagem como ciência produziu uma 
 mudança de perspectiva: 
 ● A ênfase na competência técnica, no dever e na 
 virtude deu lugar à preocupação em determinar o que 
 é efetivo na prática de enfermagem. 
 ➔ Padrão Estético 
 O padrão estético corresponde à arte da enfermagem que 
 é expressiva, subjetiva, e se torna visível na ação de cuidar. 
 A palavra estético vem do grego aisthesis que significa 
 aquele que sente. 
 É o padrão estético do conhecimento que confere à 
 enfermeira, a capacidade de abstração, no sentido de 
 colocar-se no lugar do outro, percebendo o que é 
 significativo no comportamento do paciente. 
 Até a instituição das escolas no modelo Nightingale, a 
 enfermagem era sinônimo de arte doméstica e, até o início 
 do século XX, a arte de enfermagem referia-se à realização 
 das técnicas básicas. 
 A arte está relacionada à prática profissional, ou seja, a 
 arte é expressa no processo de interação entre enfermeira e 
 cliente, despertando a capacidade do cliente de enfrentar 
 desafios. 
 Concepções de Arte na Enfermagem Estética 
 ● Compreender o significado no encontro com o 
 paciente; 
 ● Estabelecer conexão significativa com o paciente; 
 ● Realizar uma atividade de enfermagem engenhosa; 
 ● Determinar um curso apropriado para a ação de 
 enfermagem; 
 ● Adotar uma conduta ética na prática de enfermagem. 
 Nesta caracterização aparecem relacionados com a arte da 
 enfermagem outros padrões de conhecimento como o ético 
 e o pessoal. 
 Um dos principais conceitos do padrão estético é o de 
 empatia, definido como a capacidade de experimentação 
 indireta do sentimento do outro. 
 Através do processo de empatia, a enfermeira vai 
 ampliando seu repertório de experiências subjetivas, que a 
 habilitam a articular um plano de cuidados que não seja 
 meramente uma rotina mecânica, mas criativo, logo, um 
 plano estético, que atende ao que é significativo, necessário 
 ao paciente. 
 ➔ Padrão Ético 
 O padrão ético envolve mais do que conhecer o código de 
 ética profissional. Na sua prática cotidiana, as profissionais 
 de enfermagem precisam estabelecer objetivos e realizar 
 intervenções que sejam adequadas aos clientes, o que 
 implica em realizar uma escolha, decidir o que é apropriado 
 à situação, o que é bom. 
 O conhecimento ético envolve o exame e a avaliação do 
 que é certo, errado, do que é bom, valioso e desejável nos 
 objetivos finais e requer a compreensão das diferentes 
 posições filosóficas sobre o que é bom, o que deveria ser 
 desejado, o que é correto. 
 ➔ Padrão Pessoal 
 A enfermeira percebe-se como pessoa, não se coloca 
 distanciada dos pacientes, passando a existir um processo 
 comunicativo que favorece uma percepção mais eficiente 
 da realidade do paciente, deixando de lado preconceitos. 
 O uso terapêutico do “eu” implica numa aproximação do 
 cliente com o sujeito e a aceitação de sua liberdade. 
 Reconhecer que todo ser humano é singular não podendo, 
 portanto, ser enquadrado dentro de categorias rígidas é o 
 tipo de consideração que está envolvida com o 
 conhecimento pessoal, que é subjetivo, concreto e 
 existencial. Este tipo de conhecimento promove a 
 totalidade e integridade no relacionamento pessoal e nega a 
 orientação manipuladora, impessoal. 
 Aspectos do Conhecimento Pessoal 
 As enfermeiras possuem um saber que, adquirido na 
 escola, e na sua experiência profissional enfrentam 
 situações nas quais este saber é refinado, confirmado, 
 modificado, negado. Assim,o desenvolvimento do saber 
 depende de um saber que pode ser considerado um 
 conhecimento pessoal. 
 Cada um dos padrões de conhecimento, o ético, estético, 
 pessoal e empírico, pode ser concebido como necessário 
 para atingir o domínio da Enfermagem, mas nenhum deles, 
 isoladamente, pode ser considerado suficiente. Da mesma 
 forma, eles não são excludentes, e nem representam todas 
 as formas de conhecimento utilizadas na Enfermagem. 
 O conhecimento de enfermagem, para se constituir, conjuga 
 componentes estéticos, éticos, empíricos e pessoais e, na 
 prática profissional, é utilizado como um todo. No entanto, 
 dependendo da situação, um aspecto, ou padrão, deste 
 conhecimento é mais facilmente percebido. 
 ➔ Padrão Sócio-político 
 Refere-se ao conhecimento do cenário sócio político e 
 contextual onde ocorrem as interações enfermeira-paciente 
 e portanto o cuidado de saúde. 
 Compreende dois níveis de contexto sócio político: 
 ● Das pessoas 
 ○ Compreensão da sociedade e das ações da 
 enfermagem na sociedade; 
 ● Da pessoa 
 ○ Relação enfermeira e paciente na relação saúde- 
 doença. 
 Conhecimento e Cuidar 
 Nenhum dos padrões sozinho pode caracterizar o cuidar/ 
 cuidado, pois este inclui em suas ações e comportamentos, 
 além do espírito científico, a emoção, a sensibilidade, a 
 destreza e a habilidade. 
 O processo de cuidar pode ser entendido como um 
 conjunto de ações e comportamentos realizados no sentido 
 de favorecer, manter ou melhorar a condição humana no 
 processo de viver ou morrer. 
 O cuidar é considerado como uma forma de ser, como uma 
 forma de se relacionar, como um imperativo moral e 
 constitui a essência de enfermagem. Cuidar é o ideal moral 
 da enfermagem cujo fim é a proteção, a promoção e a 
 preservação da dignidade humana. 
 Instrumentos Básicos para o Cuidar 
 “Instrumentos são recursos empregados para se 
 alcançar um objetivo ou conseguir um resultado”. 
 Na enfermagem, esta palavra associada ao termo básico, 
 refere-se ao conjunto de conhecimentos e habilidades 
 fundamentais para o exercício das atividades profissionais. 
 São considerados instrumentos básicos de enfermagem: 
 ● A observação; 
 ● O método científico; 
 ● Os princípios científicos; 
 ● A criatividade; 
 ● O trabalho em equipe; 
 ● O planejamento; a avaliação; 
 ● Destreza manual e habilidade psicomotora. 
 ➔ Observação em Enfermagem 
 Observação é o ato ou efeito de observar. Exame. Análise. 
 Acompanhar a evolução, o comportamento ou o 
 funcionamento. Observar é examinar atentamente a pessoa 
 e o ambiente que a cerca. Examinar as minúcias. 
 O ato de observar é indispensável para que nos tornemos 
 conscientes do nosso cotidiano, da realidade em que 
 estamos inseridos, do mundo em que vivemos. A 
 observação é a primeira etapa ou passo que conduz à ação 
 do enfermeiro, ou seja, a execução de todos os cuidados 
 de enfermagem necessários na assistência ao cliente. 
 Elemento fundamental no trabalho científico e em toda a 
 ação inteligente baseia-se no conhecimento, interesse e 
 atenção do observador, dentro deste método de reunião de 
 informações. 
 As Informações Coletadas 
 As informações coletadas através da observação chegam 
 ao cérebro do observador por intermédio dos sentidos: 
 ● Visão: 
 ○ Observamos a cor da pele, o aspecto geral, a 
 postura, os movimentos do corpo, fazemos a leitura 
 de instrumentos (termômetro, ECG, monitores, etc.); 
 ● Audição: 
 ○ Ouvimos sons respiratórios, intestinais, tom de voz 
 do paciente (revela seu estado emocional), o som 
 dos aparelhos, etc.; 
 ● Olfato: 
 ○ Sentimos odores característicos de alguns quadros 
 clínicos, hálito cetônico (acetona) no Diabetes 
 descompensado, odor característico de algumas 
 secreções (infecções); 
 ● Tato: 
 ○ Utilizado para detectar texturas, irregularidades, 
 pulso, temperatura, turgor da pele, etc. 
 Devemos compreender que observar é perceber com 
 todos os órgãos dos sentidos o mundo que nos rodeia, 
 porém, nossas percepções podem sofrer influências de 
 experiências anteriores, expectativas, motivações e 
 emoções, podendo alterar o resultado de nossas 
 observações. 
 Tipos de Observação 
 Observação Assistemática - São aquelas que realizamos 
 espontaneamente, sem utilizarmos meios técnicos especiais, 
 roteiros ou perguntas específicas. Ocorre em uma 
 experiência casual, sem que se tenha determinado de 
 antemão quais os aspectos relevantes a serem observados 
 e que meios utilizar para observá-los. 
 Observação Sistemática - É aquela que fazemos para 
 responder a propósitos preestabelecidos, ou seja, sabemos 
 de antemão o quê, como e quando vamos observar. A 
 grande vantagem da observação sistematizada é que os 
 dados já são colhidos de forma organizada, além do que, o 
 mesmo roteiro pode ser utilizado por diversos 
 observadores. Desde que eles compreendam as situações e 
 os detalhes da mesma forma. 
 Observação Não Participante - O observador é um 
 espectador, ou seja, toma contato com a realidade a ser 
 observada, mas não se integra a ela, não participa. 
 Observação Participante - É aquela que acontece 
 quando o observador, propositadamente ou não, integra-se 
 ao grupo ou ao contexto que está observando. 
 Observação Individual - É aquela feita por uma única 
 pessoa. Nesse caso, os dados colhidos podem sofrer 
 influência da personalidade do observador se projetado 
 sobre o observado, distorcendo os dados e fazendo 
 inferências pessoais. 
 Observação em Equipe - É à observação feita por 
 diversas pessoas e cada qual observa um aspecto da 
 mesma situação. Todos os componentes da equipe de 
 enfermagem fazem observações do paciente, cada qual 
 dentro de seu âmbito profissional e legal. Estas 
 observações são organizadas pelo enfermeiro, que então 
 faz o planejamento da assistência de enfermagem a ser 
 prestada ao paciente. 
 Observação na Vida Real - É feita e registrada no 
 momento em que ocorre, denomina-se observação na vida 
 real. O fato de registrar um dado simultaneamente à 
 observação reduz a tendência que temos em selecionar 
 detalhes ou mesmo esquecê-los. 
 Observação em Laboratório - É aquela realizada dentro 
 de condições estabelecidas, onde os fatores que podem 
 interferir na ocorrência de um fato ou fenômeno são 
 controlados. 
 Normalmente o observador utiliza, além de seus órgãos 
 dos sentidos, instrumentos que permitem colher dados mais 
 refinados. Porém, muitos aspectos da vida humana não 
 podem ser observados sob condições idealizadas no 
 laboratório. 
 Os diversos tipos de observação podem coexistir. Por 
 exemplo, uma observação não participante pode também 
 ser sistemática ou assistemática. A escolha do tipo de 
 observação utilizada ficará na dependência do fenômeno ou 
 situação que queremos estudar.

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