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GTT, TQT, SONDAS E PICC: O QUE DEVO SABER? Enf. Rayane Clemente TRAQUEOSTOMIA (TQT) ● É um procedimento cirúrgico que consiste em uma pequena abertura da parede anterior da traqueia, fazendo uma comunicação da mesma com o meio externo. ● Pode ser provisória ou permanente e possui diversos modelos de cânula . QUANDO É INDICADO? • Obstrução das vias aéreas superiores; • Promover higiene das vias aéreas; • Permitir a ventilação em paciente com disfunção na musculatura respiratória; • Em casos de intubação prolongada. Partes da cânula 1. Cânula externa • É colocada na abertura do pescoço e da traqueia. • Possui uma placa com aberturas nas laterais para a colocação de um fixador com velcro ou cadarço (fita de algodão sarjado), que manterá a cânula na traqueia. Partes da cânula 2. Cânula interna ou intermediário • É encaixada dentro da cânula externa. • Deve ser retirada frequentemente para limpeza (4 vezes ao dia) Partes da cânula 3. Guia (somente em alguns tipos). • É usada somente para guiar a troca da cânula externa, que só pode ser feita em casa, após liberação médica e orientação do enfermeiro. ● Assim que a cânula externa estiver encaixada na traqueia, o guia deve ser retirado rapidamente para não bloquear a respiração. As cânulas 1. Cânula metálica • Possui 2 peças (cânula externa e interna) e o guia. ● • Não pode ser usada em pacientes que estão em tratamento radioterápico na regiaão da cabeça e pescoço, em ressonância magnética, em tomografia na região da cabeça e pescoço e em casos de contraindicação médica. As cânulas 2. Cânula plástica sem balão (sem cuff) • Possui acessórios como tampade prótese antitosse, válvula de fonação e conector de oxigênio, que devem sempre ser utilizados pois esse tipo de cânula não possui trava como a metálica e a de plástico com cuff. Com isso, evita-se o deslocamento da cânula interna. As cânulas 3. Cânula plástica com balão (com cuff). • Possui balão interno (CUFF) que deve ser cheio de ar e fica em contato com a traqueia. • É indicada para pacientes que precisam respirar com ajuda de aparelhos por um tempo prolongado e traqueostomizados que apresentam risco de broncoaspiração. Orientações e cuidados 1) Manter a cabeceira da cama elevada: Facilita a respiração. 2) Banho: Durante o banho a água não deve entrar pelo dispositivo, use o chuveirinho para auxiliar no banho. 3) Realize curativo e fixação adequado: Proteja a pele em torno da abertura da traqueostomia com uma cobertura pequena, colocada entre a pele e o dispositivo, que precisa ser fixado no pescoço com fixador ou um cadarço, colocada com um colar. 4) Alimentação: O paciente traqueostomizado deve ser alimentado na posição sentada, sempre que possível. A comida deve ser ofertada sem pressa, cortada em pedaços pequenos, para facilitar o ato de mastigar e engolir. 5) Líquidos: Para os pacientes que podem engolir sem auxílio, água deve ser ofertada com frequência. Boa hidratação evitará que a secreção pulmonar fique espessa e facilitará a limpeza. Limpeza ● Pele: Limpe com gaze umedecida com água e sabão ou soro fisiológico 0,9%. A frequência da limpeza vai depender da quantidade de muco. Em seguida limpe o pescoço e hidrate a pele. Troque a cobertura e o fixador. ● Da cânula interna: Retire a cânula interna. Lave a cânula interna com bastante água e detergente líquido neutro, escovando-a por dentro para retirar toda secreção acumulada no interior. Complicações e emergências ● Sangramento ● Pneumotórax e pneumomediastino ● Lesão de estruturas paratraqueais ● Apnéia ● Edema pulmonar pós- obstrutivo. ● Fístula traqueocutânea ● Plug mucoso ● Traqueíte ● Celulite ● Enfisema subcutâneo ● Atelectasia pulmonar ● Estenose ● Fístula traqueoesofágica ● Impossibilidade de decanulação GASTROSTOMIA (GTT) ● É uma abertura no estômago realizada pelo médico em centro cirúrgico, onde é passado um tubo de silicone para regularizar a alimentação e a hidratação do paciente que não está se alimentando normalmente. ● Pode ser temporária ou não e existem vários modelos de tubo. QUANDO É INDICADO? • AVC; • Hemorragia e paralisial cerebral; • Tumores na garganta; • Dificuldades para engolir. Orientações e cuidados 1) Deve-se lavar a sonda com 20 ml de água antes e após administração de dietas e medicações. Isso ajuda a evitar a obstrução da sonda. 2) Manter cabeceira elevada sempre no momento que estiver administrando alimentação, água ou medicação, para não provocar enjôos e vômitos. 3) Realizar a troca do equipo da dieta ou da água a cada 24 horas, realizando a identificação com data e turno da troca. 4) Empurrar o êmbolo da seringa com cuidado, inserindo a comida lentamente no estômago. Repetir as vezes necessárias até administrar a quantidade recomendada pelo médico ou nutricionista, que geralmente não ultrapassa 300 ml. 5) Verificar diariamente presença de vazamentos de secreção gástrica ou de dieta, examinando a inserção da sonda para sinais e sintomas de infecção como: eritema, edema, dor, presença de exsudato com odor fétido ou febre. Se presentes, relatar à equipe. Complicações e emergências ● Saída acidental do tubo ● Hiperemia ● Granuloma ● Vazamento de resíduo gástrico ● Rompimento do balão ● Alargamento do óstio ● Fechamento do óstio ● Obstrução da sonda ● Diarreia / Constipação ● Alto refluxo esofágico ● Distensão abdominal CATÉTER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) ● Dispositivo vascular de inserção periférica com localização central, com lúmen único ou duplo, e posicionado no sistema venoso central. É um procedimento médico entretanto pode ser realizado um enfermeiro devidamente capacitado. QUANDO É INDICADO? • Terapia medicamentosa via endovenosa de longa duração (de 3 a 6 meses, podendo durar até 1 ano); • RN prematuro; • Tratamento endovenosos com drogas irritantes; • Tratamento endovenoso com drogas visecantes; • Tratamento de infecções graves; • Exames de constrate; • Tratamento de câncer; • Nutrição parenteral. O acesso ● A veia escolhida deve possuir algumas características, como: serem veias palpáveis, calibrosas, e “retas” o suficiente para a inserção e adequação da agulha introdutória. Sendo assim, inicia-se pela veia de maior comprimento (que ele ache possível) e segue pelas demais, acompanhando o corte do cateter. O profissional poderá realizar até 6 punções ou mais, desde que puncione um único membro. ● A pele sobrejacente à veia escolhida deverá estar íntegra e não apresentar sinais dehematomas, infecção (flebites, celulites e abscessos) ou qualquer alteraçãos anatômica. ● O cateter a ser utilizado deve ser proporcional ao calibre proporcional ao da veia selecionada e da terapia proposta O acesso As opções de veias são: ● Membros superiores: ● Membros inferiores: ● Cervical e Cefálica: -Safena magna -Poplítea -Femoral -Dorso da mão -Basílica -Cefálica -Cubital mediana -Axilar -Jugular externa -Temporais -Epicranianas -Retroauriculares Orientações e cuidados 1) Não utilizar seringa menor que 10 ml para infusão no cateter. 2) Não coletar amostras de sangue pelo cateter. 3) Nunca aferir pressão arterial ou garrotear o membro onde está inserido o cateter. 4) Trocar equipo simples a cada 72 horas. 5) Verificar a circunferência do membro a cada 6 horas (é um cuidado de extrema importância, pois esse tipo de cateter pode causar trombose no membro). * A medida deve ser realizada 2 cm acima do local da inserção; * Caso a inserção seja em veia axilar, a medida é feita em cima do local da inserção. Complicações e emergências ● Extração acidental do cateter ● Obstrução ● Edema ● Sinais de infecção no sítio de inserção ● Posição periférica ● Endocardite ● Arritmia cardíaca ● Sangramentos ● Trombose ● Febre ● Dispneia COLOSTOMIA ● É uma exteriorização no abdome de uma parte do intestino grosso com a finalidadede construir um novo trajeto para a saída de fezes. Após o procedimento indivíduo deverá utilizar uma bolsa coletora, uma vez que não é mais capaz de controlar a eliminação fecal. ● Pode ser provisória ou permanente e possui diversos modelos de bolsa. QUANDO É INDICADO? • Abertura anal bloqueada ou ausente,; • Infecções graves como diverticulite; • Doença inflamatória intestinal; • Lesão do cólon ou reto; • Boqueio instestinal parcial ou total; • Câncer retal ou de cólon; • Feridas ou fissúras no períneo. Classificação ● Colostomia ascendente: Realizada na parte ascendente do cólon, é o tipo menos comum de colostomina. Neste tipo de ostomia, as fazes são líquidas a semilíquidas e fluem quase que contuniamemte, o que causa muita irritação na pele ao redor do ośtio. ● Colostomia transversa: Realizada na parte transversa do cólon, normalmente são temporárias e as fezes são semilíquidas. Classificação ● Colostomia descendente: Realizada na parte descendente do cólon, é o tipo mais comum e como as fezes já estão semiformadas, é menos irritante para a pele. ● Colostomia sigmoidea: Realizada na parte sigmoidea do cólon, pouco antes do reto. As fezes já estão formadas, o que as tornam não irritantes quando em contato com a pele. A bolsa ● Abertas: podem ser esvaziadas. ● Fechadas: descartáveis após o uso. ● A bolsa de colostomia é uma bolsa coletora que capta as fezes produzidas pelo indivíduo colostomizado. Após a cirurgia, o paciente é incapaz de controlar a eliminação das fezes, necessitando, portanto, desse dispositivo. As bolsas intestinais podem ser: A bolsa ● Uma peça: a bolsa coletora e a barreira que protege a pele estão em uma única peça. ● Duas peças: a bolsa e a barreira que protege a pele estão separadas. Alimentação ● Alimentos que acentuam o odor das fezes Ovos Certas especiarias como curry, cominho e chili Alho Peixe Espargos Álcool ● Alimentos que produzem gases Cerveja/refrigerantes Laticínios Cebolas Pepinos Cogumelos Feijão Vegetais como repolho, brócolos, couve- flor, couve e couve de Bruxelas ● Alimentos que contribuem para a obstipação Sumo de maçã Banana Queijo seco Massas Arroz Batata (sem pele) ● Alimentos que devemos evitar durante episódios de diarreia Pães com alto teor de fibras Grãos integrais Cascas comestíveis de frutas e vegetais como as da maçã Qualquer alimento rotulado como "rico em fibras" Alimentos fritos Alimentos ricos em açúcar Uva passa, ameixa seca e frutas secas Alimentos condimentados Orientações e cuidados 1) Evitar carregar peso em excesso, que crie maior pressão intra-abdominal; 2) Evitar exercícios ou atividades que exijam grande esforço; 3) Evitar o uso de cintas que possam comprimir o estoma; 4) Manter a pele em volta do estoma sempre limpa e depilada; 5)Não usar, sobre a pele que circunda o estoma, substâncias agressivas, como álcool; 6) Cuidar para que insetos, em especial as moscas, não pousem na colostomia ou na pele ao redor; 7) É importante conferir o tamanho do orifício da bolsa, uma vez que ele deve ser do mesmo tamanho ou, no máximo, 3 milímetros maior que a abertura feita na parede abdominal (estoma) no processo de colostomia; 8) Esvaziar a bolsa sempre que necessário, sendo comum seu esvaziamento 1 ou 2x por dia; 9) Observar a cor do estoma, que, geralmente, apresenta-se vermelho ou rosa vivo, a umidade, o tamanho, o formato e a presença de muco e em caso de alteração, comunicar imediatamente ao médico; 10) É recomendado, sempre que possível, expor a pele ao redor do estoma ao sol da manhã, lembrando-se sempre de, nessa ocasião, tampar o estoma com gaze úmida. Complicações e emergências ● Dermatite ● Infecção em torno do estoma ● Retração ● Hérnia ● Sangramento ● Prolapso ● Estenose (estreitamento) ● Necrose ● Granuloma ● Edema ● Hematoma ● Trauma mecânico ● Abcesso ● Alergia CATETERISMO VESICAL ● É um procedimento estéril que consiste na introdução de uma sonda até a bexiga, através da uretra (realizada pelo enfermeiro) ou por via supra- púbica (realizada pelo médico), com a finalidade de facilitar a drenagem da urina, determinado pelo médico. QUANDO É INDICADO? • Retenção urinária obstrutiva ou funcional; • Incontinência urinária; • Doenças de uretra, bexiga e próstata; • Lesões grave de pelve e períneo; • Traumas; • Avaliação contínua de diurese. Tipos de sistemas e sondas ● Pode ser realizado por sistema aberto (intermitente ou de alívio) ou sistema fechado(demora) de acordo com as necessidades do paciente. Cateterismo vesical intermitente (alívio) Cateterismo vesical de demora 10 a 12 Fr 14 a 18 Fr Orientações e cuidados 1) Manter a bolsa coletora abaixo do nível da bexiga sem encostá-la no chão; 2) Sempre clampear a extensão do sistema de drenagem, quando for necessário elevar a bolsa acima do nível da bexiga; 3) Observar se há presença de bexigoma; 4) Realizar higiene do meato urinário com á gua e sabão no banho e às trocas de fralda; 5) Trocar a fixação do cateter a cada 24h e a mesma deve ser realizada na face interna da coxa para mulheres e na região inguinal ou suprapúbica para homens; 6) Anotar o volume e características da diurese; 7) Rotinizar horários para esvaziar a bolsa coletora, pois a abertura constante do sistema pode ter como consequência a infecção do trato urinário; Complicações e emergências ● Bacteriúria assimtomática ● Pielonefrite ● Cálculos do trato urinário ● Abcessos e fístulas uretrais ● Infecções genitais ● Cancêr de bexiga ● Trauma de uretra ● Perfuração da bexiga ● Epididimite e orquite ● Retenção de fragmentos do balão da sonda ● Incontinência SONDA NASOENTERAL E SONDA NASOGÁSTRICA ● A sonda nasoenteral é colocada da narina até o sentido pré- pilórico (no estômago) ou pós- pilórico (no intestino — duodeno ou jejuno). ● Possui calibre fino, fio-guia maleável no seu interior, tarja radiopaca que permite controle radiológico e sistema de fechamento exclusivo. ● Necessário fazer um exame de raio X para verificação do posicionamento correto. ● A sonda nasogástrica, também conhecida com sonda de levine, é uma das mais usadas na área medicinal. ● É fabricada em material de PVC, totalmente maleável, transparente e atóxica. ● Não possui fio-guia e não requer exame de raio X para verificar sua localização. Indicações ● A sonda nasoenteral tem como única função a alimentação, ou seja, auxilia os procedimentos da nutrição enteral. ● Em alguns hospitais, também é utilizada para fazer drenagem. ● Os alimentos devem ser administrados em forma líquida para fornecer todos os nutrientes necessários para o paciente. ● É muito utilizada em pacientes que estão em internação prolongada ou que não têm tempo determinado para fazer uma alimentação via oral. ● É empregada tanto na internação hospitalar quanto na internação domiciliar. ● A sonda nasogástrica é utilizada na preparação do aparelho digestivo para exames oucirurgias, estancamento de hemorragias gástricas ou esofágicas e drenagem de conteúdo gástrico excessivo. ● Também podem ser utilizadas para alimentação. ● Utilizada de duas formas: aberta (para drenagem de líquidos intragástricos) ou fechada (utilizada para alimentação). Os conteúdos intragástricos podem ser: bílis, borra de café (bile + sangue), sanguinolento vivo, sanguinolento escuro, amarelado ou conteúdos tóxicos ingeridos. Orientações e cuidados 1) Lavar a sonda de 4/4 horas conforme prescrição médica, com soro fisiológico ou água destilada para evitar obstrução da mesma; 2) Colocar o recipiente para drenagem abaixo do nível do paciente para facilitar a saída de líquido (sifonagem); 3) Evitar forçar o septo e a asa do nariz do paciente, quando da fixação da sonda, para evitar traumatismos; 4) Variar a posição de fixação da sonda diariamente; 5) Trocar a sonda quando para alimentação de 7/7 dias, ou quandonecessário; 6) Trocar sonda quando para drenagens de 5/5 dias, ou quando necessário; 7) Elevar cabeceira (45 a 90 graus) para veiculação de dieta , medicação ou lavagem da sonda; 8) Após infusão da dieta, lavar a sonda com 20 a 50 ml de água (em adultos) e mantê-la fechada se não houver vomito ou regurgitação; Complicações e emergências ● Introdução incorreta ● Mau posicionamento da sonda ● Retirada acidental ● Migracção da sonda ● Aspiração pulmonar das soluções infundidas ● Estenose esofágico ● Lesão de mucosa do trato gastrintestinal pela ponta da sonda ● Infecção de vias aéreas e trato respiratório superior ● Paralisia das cordas vocais Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35
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