Buscar

c12-checklist

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

1
CHECK LIST PARA ANÁLISE EMERGÉTICA DE AGROECOSSISTEMAS. 
 
Enrique Ortega 
Laboratório de Engenharia Ecológica 
FEA - Unicamp, CP 6121 
13083-970 Campinas, SP, Brasil. 
E-mail: ortega@fea.unicamp.br 
 
Análise emergética de agroecossistemas 
O diagrama seguinte (Brandt-Williams e Odum, 1998) ilustra, de maneira simplificada, o 
funcionamento de um ecossistema organizado para a produção de alimentos. 
 
Recursos
Renováveis
Trabalho do
ambiente
Estoque
local não
renovável
Uso
econômico
Materiais,
bens e
combustíveis
Serviços e
mão-de-obra
M
S
N
R
F
 I
Y Emergia do
sistema
P Produção
de energia do
sistema
 
Figura 1 Diagrama simplificado de um agro-ecossistema 
 
Relações emergéticas básicas: 
Contribuições provenientes da sociedade (economia): F = M + S 
Contribuições da natureza: I = N + R 
Produção emergética do sistema: Y = I + F 
Os fluxos colocados no diagrama são listados a seguir: 
I : A natureza fornece energia renovável (R) e não renovável (N). 
R: Fluxo de recursos naturais renováveis (trabalho do ambiente). 
1. Energia solar direta (chuva, vento e irradiação derivada da luz do Sol); 
2. Marés (a força gravitacional da Lua atua nos sistemas à beira mar); 
3. Soerguimento geológico (produzido pela energia interna da Terra); 
4. Produtos dos ecossistemas naturais que contribuem para o bem-estar da população 
local e a produção rural, se consumidos a taxas abaixo da velocidade de reposição. 
N: Fluxo do estoque de recursos naturais não renováveis (desgaste do ambiente). 
5. Solo, depósitos de água, biomassa vegetal e animal de ecossistemas naturais 
consumidos pelo homem a taxas acima da velocidade de reposição. 
 2
F: Contribuição da economia, que retroalimenta materiais (M) e serviços (S). 
M: Fluxo de materiais, combustíveis e bens provenientes da atual economia. 
6. Insumos agrícolas (fertilizantes, pesticidas, calcário); 
7. Ãgua para irrigação (em dutos, canais e sulcos); 
8. Energéticos (combustíveis e eletricidade); 
9. Máquinas para a produção agrícola e agro-industrial (bens de capital); 
10. Animais de lavoura; 
S: Fluxo de serviços e mão-de-obra. 
11. Trabalho humano direto e indireto (administração, informação); 
12. Ações governamentais (controle de preços, educação, saúde, comunicações, impostos, 
infra-estrutura); 
13. Subsídios diretos ou compensações econômicas do governo; 
14. Recursos financeiros (projeto, capital inicial, capital de giro); 
15. Impacto econômico das leis e normas reguladoras (meio ambiente, trabalho, etc.); 
16. Determinação de preço pelas forças do mercado: organização dos países (mercados 
regionais), dos intermediários (mercado da bolsa de futuros), dos produtores de 
alimentos (cooperativas, sociedades, etc.), organização dos consumidores de alimentos; 
17. Cultura (imagem da qualidade e valor dos alimentos). 
Y: Produção desejada e não desejada do sistema: 
1. Produto principal e produtos secundários (subprodutos); 
2. Resíduos da lavoura e do beneficiamento agro-industrial e do tratamento de resíduos (se 
não forem reciclados); 
3. Lixiviação (desperdício de fertilizantes, pesticida); 
4. Pessoas; 
5. Biodiversidade; 
6. Gases; 
7. Solo perdido; 
 
Observações: 
Esta listagem é o resultado de diversas experiências de análise emergética de sistemas 
agrícolas e agro-industriais realizadas no Brasil (Comar, 1990; Lanzotti e Ortega, 1998; 
Ortega, Comar e Safonov, 1999; Ortega e Polidoro, 1998, Ortega, 1998; Ortega, 1999). 
Esta lista de fatores ainda pode ser melhorada, como mostram Ortega e Miller (2000). 
 
Aproveitamento de dados para projetos e planejamento regional no Brasil 
 
Os dados do Censo Agropecuário poderiam ser mais bem aproveitados em estudos sobre 
sustentabilidade ecológica e desempenho econômico e social de projetos e programas 
agrícolas e agro-industriais, caso estivessem organizados da seguinte forma: 
 
 
 
 
 3
Contribuição ambiental 
Chuva mm / ano ha 
Vento m/s 
Radiação solar J/ ano m2 
Água de rios m3 /ano ha 
Sedimentos na água dos rios kg/ ano ha 
Sólidos solúveis na água dos rios kg/ ano ha 
 
Características do agro-ecossistema 
Solo - matéria orgânica kg/ ha kg/ ano ha 
Solo - matéria inorgânica ativa kg/ ha kg/ ano ha 
Solo - matéria inorgânica inerte kg/ ha kg/ ano ha 
 
Cobertura - proteção m2 kg/ ano ha 
Cobertura - perenes m2 kg/ ano ha 
Cobertura - anuais m2 kg/ ano ha 
Cobertura - ciclo curto m2 kg/ ano ha 
Cobertura - adubo verde m2 kg/ ano ha 
 
Insumos para produção (inclui beneficiamento, tratamento, reutilização) 
Água - de obras de irrigação externas - taxa renovável m3 /ano ha 
Água - de obras de irrigação externas - taxa não renovável m3 /ano ha 
Água - de obras de irrigação internas - taxa renovável m3 /ano ha 
Água - de obras de irrigação internas - taxa não renovável m3 /ano ha 
 
Nutrientes naturais externos - esterco kg/ ano ha 
Nutrientes naturais externos - adubo verde kg/ ano ha 
Nutrientes naturais externos - resíduos para reciclagem kg/ ano ha 
Nutrientes naturais externos - materiais para compostagem kg/ ano ha 
Nutrientes naturais externos - fertilizantes minerais kg/ ano ha 
Nutrientes naturais externos - aditivos para compostagem kg/ ano ha 
Nutrientes naturais internos - esterco kg/ ano ha 
Nutrientes naturais internos - adubo verde kg/ ano ha 
Nutrientes naturais internos - resíduos reciclados kg/ ano ha 
 
Produtos químicos - Calcário kg/ ano ha 
Produtos químicos - Sulfato de cobre kg/ ano ha 
Produtos químicos - Cloreto de sódio kg/ ano ha 
Produtos químicos - Outros kg/ ano ha 
 
Fertilizantes químicos - fosfatados kg/ ano ha 
Fertilizantes químicos - nitrogenados kg/ ano ha 
Fertilizantes químicos - potássicos kg/ ano ha 
Fertilizantes químicos - oligoelementos kg/ ano ha 
Fertilizantes químicos - outros kg/ ano ha 
 
Agrotóxicos - inseticidas kg/ ano ha 
Agrotóxicos - fungicidas kg/ ano ha 
Agrotóxicos - bactericidas kg/ ano ha 
Agrotóxicos - herbicidas kg/ ano ha 
Agrotóxicos - outros kg/ ano ha 
 
 4
Combustível - óleo diesel kg/ ano ha 
Combustível - gasolina kg/ ano ha 
Combustível - outro kg/ ano ha 
Óleo lubrificante kg/ ano ha 
Eletricidade kg/ ano ha 
 
Infra-estrutura da unidade produtiva 
 
Cercas $ / ano ha anos kg 
Caminhos $ / ano ha anos kg 
Postes $ / ano ha anos kg 
Nivelamento do terreno $ / ano ha anos kg 
Galpão $ / ano ha anos kg 
Silos $ / ano ha anos kg 
Poços e bombas $ / ano ha anos kg 
 
Tratores $ / ano ha anos kg 
Reboques, grades, etc. $ / ano ha anos kg 
Carros $ / ano ha anos kg 
Caminhões $ / ano ha anos kg 
Carretas $ / ano ha anos kg 
Tração animal $ / ano ha anos kg 
 
Rede elétrica $ / ano ha anos kg 
Gerador $ / ano ha anos kg 
Caixa de força $ / ano ha anos kg 
 
Equipamento - produção $ / ano ha anos kg 
Equipamento - colheita $ / ano ha anos kg 
Equipamento - benefício $ / ano ha anos kg 
Equipamento - reciclagem $ / ano ha anos kg 
Equipamento - tratamento $ / ano ha anos kg 
Equipamento - outros $ / ano ha anos kg 
Instrumentos de medição $ / ano ha anos kg 
 
Serviços externos 
 
Mão-de-obra externa horas $/ ano ha 
Mão-de-obra administrativa externa horas $/ ano ha 
Assessoria horas $/ ano ha 
Participação em Sociedades horas $/ ano ha 
Impostos e multas $/ ano ha 
Seguros $/ ano ha 
Despesas financeiras $/ ano ha 
Outros $/ ano ha 
 
Serviços internos ( trabalho familiar não remunerado) 
 
Pessoas sexo, idade horas/ano ha 
Nível educacional sexo, idade grau 
Bens - Casa $ anos 
Bens- Móveis, utilitários domésticos $ anos 
Bens- Meio de transporte $ anos 
 5
Consumo - Comida $/ano $/ano ha 
Consumo - Roupa $/ano $/ano ha 
Consumo - Saúde $/ano $/ano ha 
Consumo - Lazer, cultura, educação $/ano $/ano ha 
Consumo - Outros $/ano $/ano ha 
 
Produção 
 
Produtos kg/ano ha J/ano ha 
Preços sexo, idade grau 
Renda bruta $ anos 
Custo de produção $ anos 
Renda Líquida $ anosRentabilidade anual $/ano $/ano ha 
 
Perdas 
 
Estoques naturais kg/ano ha J/ano ha 
Pessoas sexo, idade grau escolar 
Insumos comprados kg/ano ha $/ano ha 
Efluentes kg/ano ha $/ano ha 
 
Índices ou indicadores de sustentabilidade emergética 
 
Rentabilidade anual $/ano ha 
Produtividade (biomassa total) kg/ano ha 
Produtividade agrícola kg/ano ha 
Eficiência energética J/J 
Transformidade sej/J 
Renovabilidade (sustentabilidade) sej/sej 
Rendimento emergético sej/sej 
Impacto ambiental emergético sej/sej 
Troca emergética sej/sej 
Custo ambiental $/kg 
Biodiversidade emergética sej/sej 
 
Outros indicadores: 
 
Capacidade de carga do ecossistema; pessoas/ha 
Aptidão agrícola kg/ano ha 
Geração de emprego pessoas/ha 
Investimento necessário $/ano ha 
Autonomia de insumos sej/sej 
Autonomia econômica e política sej/sej 
 
Conclusões: 
Esta área de estudos é bastante dinâmica. Nossa proposta atual sobre indicadores de 
sustentabilidade dos agroecossistemas é esta, porém, se os conhecimentos e os fatos 
mudarem, nossa proposta poderá sofrer alterações. 
É necessário investir tempo para aprofundar-se nestes estudos, procurar oportunidades de 
interação e aprender com as experiências concretas. Assim como rever, a partir do ponto 
 6
de vista da metodologia emergética, sistemas estudados com outras técnicas. Assim como 
os pesquisadores do sistema agropecuário brasileiro, a opinião pública também deve ser 
esclarecida sobre as questões do Desenvolvimento Sustentável, trata-se de assuntos da 
maior importância que devem passar a ser discutidos em nosso dia-a-dia. 
 
Bibliografia: 
BRANDT-WILLIAMS, S., ODUM, H.T., 1998: "Procedure for Agricultural Emergy 
Evaluation, illustrated with analysis of tomato production in Florida". Capítulo do 
livro "Engenharia Ecológica e Planejamento Regional, introdução à metodologia 
emergética usando estudos de caso brasileiros", Ortega, E.; Safonov, P. e Comar, V. 
Organizadores, Annablume, SP. 
COMAR, V. 1994: "Uma avaliação emergética da Cidade de Itaquatiara Na Amazônia 
Central, sua indústria de compensado e laminado, e a Várzea da Bacia do Rio 
Madeira". Tese de mestrado, INPA, Manaus, AM. 
LANZOTTI, C.R., ORTEGA, E., 1998: "Evolução da metodologia do balanço de emergia. 
Estudo de caso: produção de milho". Capítulo do livro "Engenharia Ecológica e 
Planejamento Regional, introdução à metodologia emergética usando estudos de caso 
brasileiros", Ortega, E.; Safonov, P. e Comar, V. Organizadores. Annablume, SP. 
MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA 
LEGAL, 1999: Agenda 21 da Agricultura Brasileira Projeto PNUD - BRA/94/016, 
139/98; Área Temática: Agricultura Sustentável; SP; (19/02/99). 
ODUM, H.T. 1996: "Environmental Accounting. Emergy and Environmental Decision 
Making". John Wiley & Sons, Inc., New York, USA. Páginas: 368. 
ORTEGA, E., 1998a. "Contabilidade Ambiental e Econômica de Projetos Agro-
industriais", Conference at XVI Brazilian Food Science and Technology Congress, Rio 
de Janeiro, RJ, July 16, 98. http://www.unicamp.br/fea/ortega/sbcta98/sld001.htm 
ORTEGA, E. & POLIDORO, H., 1998b. "Factors to consider in Emergy Analysis of 
Agroecological projects", Reunion for XXV Anniversary of Center for Wetlands, 
University of Florida, Gainesville, Florida, EUA, November 6-8, 1998. In printing. 
ORTEGA, E., COMAR, V. SAFONOV, P., 1999a. Some results of Emergy Analysis of 
Brazilian Agricultural and Agro-Industrial Systems, in "Advances in Energy Studies: 
Energy Flows in Ecology and Economy", Proceedings of International Workshop held at 
Porto Venere, Italy, May 26-30, 98, ed. by Ulgiati, S.; Brown, M. T., Giampietro, M.; 
Mayumi, K. & Henderson, R. Ed. MUSIS, Rome, Italy, pages 337 -350. 
ORTEGA, E., 1999b. "Emergia: uma medida do trabalho envolvido na produção dos 
ecossistemas", Workshop NIPE-FEM, Unicamp, Campinas, SP, 17 de julho de 1999. 
http://www.unicamp.br/fea/ortega/nipe99/sld001.htm 
ORTEGA, E., MILLER, M. 2000. "Comparison of ecological and agro-chemical soybean 
cultivars using emergy analysis. Hypothesis and first results", II International 
Workshop " Advances in Energy Studies", Porto Venere, Itália, 23 - 28 de maio de 2000. 
http://www.unicamp.br/fea/ortega/italia/soybean-comparison.htm

Mais conteúdos dessa disciplina