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Professora: Estephanie NOBRE DANTAS GRASSI Campina Grande, 2022 Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza Definições • Dureza é a propriedade mecânica na qual os materiais apresentam a capacidade de resistirem ao risco, abrasão ou corte, utilizada para comparação, controle de qualidade e especificação de materiais; • A dureza de um material é diretamente ligada a sua fragilidade; • É uma propriedade que depende das ligações químicas, estrutura cristalina, microconstituintes, composição química e temperatura. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza Correlação da dureza com diferentes áreas de aplicação do ensaio • Mecânica → resistência à penetração de um material no outro • Usinagem → resistência ao corte de um metal • Metalurgia → resistência à deformação plástica • Mineralogia → resistência ao risco de um material sobre o outro Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Variações do ensaio de dureza DUREZA RISCO MOHS IMPACTO SHORE PENETRAÇÃO BRINELL ROCKWELL VICKERS KNOOP MEYER Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza Vantagens • É muito utilizado na linha de produção das indústrias metalúrgicas por ser um teste de fácil execução e barato; • Há uma relação proporcional entre o limite de escoamento e limite de resistência e a dureza do material; • Ensaio de rápida execução (comparado a ensaios destrutivos), com resposta imediata; • Na grande maioria das aplicações, é considerado teste não destrutivo, podendo ser realizado em peças prontas; • Não necessita de pessoa especializada para realização do ensaio. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza Objetivos • Comparação da resistência ao desgaste de materiais; • Conhecimento aproximado da resistência mecânica do material por meio de tabelas de correlação; • Controle na qualidade e especificação de tratamentos térmicos; • Controle de qualidade e especificação do processo de fabricação devido à deformação plástica; • Pesquisa e desenvolvimento de novos materiais. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por risco A escala Mohs (HM) • Método desenvolvido por Mohs em 1822, tendo sido o primeiro método de avaliação da dureza; • Método aplicado para caracterização na mineralogia, raramente usado em metais; • A escala é baseada na capacidade de um mineral mais duro riscar um mais mole; • Consiste numa escala crescente de dez minerais; • Método com resposta essencialmente qualitativa. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por risco A escala Mohs (HM) Em metais: • O cobre recozido tem dureza Mohs = 3; • Um aço temperado com estrutura martensítica tem dureza Mohs = 7; • A diferença de dureza entre aços C‐Mn comuns não seria percebida; • A maioria dos metais se situa entre 4 e 8, ou seja, há pouca precisão para metais; • Os métodos de medida por penetração e por choque são os mais utilizados utilizados em metalurgia e mecânica. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por risco A escala Mohs (HM) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza Encontre o erro: Emma Frost, personagem da Marvel (X-Man) em sua forma de diamante Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por impacto/choque Dureza Shore (HS): Procedimento • Neste método, a dureza é realizada por intermédio de uma barra de aço (êmbolo) com massa de 2,5 N e uma ponta arredondada de diamante (padrão); • Este conjunto é colocado dentro de um tubo de vidro com uma escala graduada de 0 à 140, onde esta barra é liberada de uma altura padrão (256 mm); • Método padronizado em 1920 por Albert F. Shore e normatizado pela norma ASTM 2240. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por impacto/choque Dureza Shore (HS): Aplicação • Este método pode ser utilizado em aços endurecidos, peças prontas e na comparação da dureza de materiais desconhecidos; • O valor da dureza é proporcional à energia consumida para formar a marca no CP e representa a altura do rebote do êmbolo; • A dureza Shore é usada principalmente para medir a dureza de polímeros, borrachas, elastómeros, materiais sintéticos macios, feltro, couro e outros materiais semelhantes; • A dureza Shore é dividida em escalas, sendo a Shore A e Shore D as mais utilizadas. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por impacto/choque Dureza Shore (HS): Limitações • Pelo fato dos materiais responderem de forma diferente às escalas, não existe correlação de valores de dureza entre elas; • Os resultados obtidos não servem para comparação com outras propriedades, tais como resistência à abrasão ou ao desgaste; • Os valores obtidos de dureza não servem como parâmetros para projetos. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB) • Método proposto por J.A.Brinell em 1900; • Neste método, é aplicada uma carga (F) pré-definida por meio de um endentador esférico (esfera de aço endurecido ou tungstênio de diâmetro D) e após um determinado tempo retira-se a carga e faz-se a leitura da impressão (diâmetro d) na superfície do material; Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB) • Método proposto por J.A.Brinell em 1900; • Neste método, é aplicada uma carga (F) pré-definida por meio de um endentador esférico (esfera de aço endurecido ou tungstênio de diâmetro D) e após um determinado tempo retira-se a carga e faz-se a leitura da impressão (diâmetro d) na superfície do material; • O valor da dureza está relacionado diretamente com a área da calota impressa (A), ou seja, quanto mais profunda for a calota, maior será o diâmetro da mesma e menor a dureza do material; • A dureza medida (HB) é uma relação de F/A, logo representando uma tensão (N/mm2 ou kgf/mm2); • Não pode haver deformação plástica na face oposta da qual foi aplicada a carga. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB) 𝐻𝐵 = 𝐹 𝐴 = 𝐹 𝜋𝐷𝑝 = 2𝐹 𝜋𝐷(𝐷 − √(𝐷2 − 𝑑2) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Validade do teste • A espessura da amostra deve ser no mínimo 10 vezes a profundidade da calota (norma ASTM), já a norma ABNT indica a espessura mínima como 17 vezes a profundidade da calota; • Para peças muito dúcteis devemos reduzir o valor da carga; • Peças com espessura muito fina e pouca área devemos diminuir o diâmetro da esfera. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Validade do teste O ensaio padronizado é realizado com carga de 3000 kgf e esfera de 10 mm. Para usar diâmetros e cargas diferentes: • A carga deve ser tal que o diâmetro de impressão d seja de 0,25D a 0,5D, idealmente o valor médio: 0,375D. • Para obter um diâmetro de impressão dentro deste intervalo, deve-se obedecer o fator de carga Fator de carga: 𝐹 𝐷2 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Validade do teste Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Exemplo Uma empresa comprou um lote de chapas de aço carbono com a seguinte especificação: • Espessuta: 4 mm • Dureza Brinell (HB): 180 Essas chapas devem ser submetidas ao ensaio de dureza Brinell para confirmar se estão de acordo com as especificações. Essas chapas podem ser ensaiadas com a esfera de 10 mm? Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Exemplo/Resolução Para esta faixa de dureza Brinell, F/D2 = 30. Segundo as relações de carga/diâmetro, para este fator de carga, a esfera de 10 mm será usada com uma carga de 3000 kgf. Com estesdados, podemos calcular a profundidade da impressão da calota p: 𝐻𝐵 = 𝐹 𝜋𝐷𝑝 → 𝑝 = 𝐹 𝜋𝐷(𝐻𝐵) = 3000 𝑘𝑔𝑓 𝜋 10𝑚𝑚 180 = 0,53 Considerando que a profundidade de impressão deve ser de, no máximo, 17x a espessura da peça (t), a peça deveria ter t = 17p =17.0,53 = 9,01 mm de espessura. Conclusão: Os ensaios não podem ser realizados com a esfera de 10 mm. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Equipamento Coluna para ajuste da altura da peça Mesa para colocação da peça Endentador/penetrador Quadro para seleção dos parâmetros do ensaio Imagem da calota impressa no material para medição de diâmetros (d1 e d2) e cálculo da duzeza Brinell Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Apresentação do resultado • Em condições não normatizadas: valor da dureza HBS (esfera de aço) ou HBW (esfera de tungstênio), valor do diâmetro da esfera (em mm), valor de F (kgf) e tempo (s). Ex: 250 HBW 2,5/750/15. • Também pode ser representado pelo valor da dureza seguido da unidade de tensão. Porém, não é recomendado visto que a força aplicada não é uniformemente distribuída ao longo da calota. • Em condições normatizadas: valor da dureza seguido de HB. Ex: 180 HB Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Correlação com propriedades dos metais 𝜎𝑟[𝑀𝑃𝑎] = 𝛼𝐻𝐵 Valores de 𝛼: *Para valores de 𝜎𝑟 em kgf/mm2, dividir 𝛼 por 10 Limite de resistência (𝝈𝒓): Módulo de elasticidade: não há uma relação direta, mas são diretamente proporcionais Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Restrições • Teste não adequado para peças que sofreram tratamentos térmicos superficiais nem materiais muito duros; • Não utilizado em linha de produção por ser um método relativamente lento; • Para garantir a não deformação do penetrador, este deve apresentar dureza 2,5 vezes maior do que a peça; • A espessura do material tem que ser no mínimo 10 vezes (ASTM) ou 17 vezes (ABNT) o valor da profundidade da calota para garantir a não deformação plástica na face oposta do material; • Para peças curvas, o raio de curvatura deve ser no mímino igual à 5D (garantir a planicidade); Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Restrições • A distância entre duas impressões, entre as bordas do material e a impressão, bem como sua espessura devem ser: • Variação máxima entre dois valores de d lidos na mesma impressão deve ser menor do que 0,06 mm; Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Restrições • Em metais com grande facilidade de encruamento pode ocorrer um amassamento na borda da impressão, causando um erro na leitura de d; • Para materiais conformados à frio, com pequena capacidade de encruamento, pode ocorrer uma aderência do material na esfera, causando uma aderência e erro no valor da leitura de d. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Vantagens • Método mais significativo para materiais heterogêneos como ferros fundidos, já que deixa uma impressão grande (abrange um número maior de grãos); • Relativamente pouco tempo para preparação das amostras (devem ser lixadas e polidas); • Conhecimento aproximado da resistência do material sem atingir a ruptura; • Baixo custo do equipamento e fácil operação; • O teste pode ser considerado não destrutivo (dependendo do tamanho da impressão final e uso do componente). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Brinell (HB): Desvantagens • A superfície do material deve ser plana para que não ocorra escoamento lateral do material, causando a leitura de um valor maior de d e para garantir a aplicação da carga num único ponto; • A força não é uniformemente distribuída ao longo da calota, o que piora com o tamanho significativo da esfera; • A superfície do material deve ser limpa para garantir que a matriz do material está suportando toda a carga e polida para que possa apresentar uma boa reflexão da impressão; • Valor de dureza máxima aceitável de 500HB (limitação do material do penetrador metálico); • Método sujeito a erros por parte do operador na leitura de d (geometria da impressão e erro de paralaxe); • Impressões muito grandes podem inutilizar as peças (concentrador de tensões). Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Características • Método desenvolvido pelo metalurgista norte americano Stanley Pickett Rockwell em 1922; • A dureza é determinada pela profundidade de penetração de um endentador esférico de aço (diâmetros de 1/16”, 1/8”, 1/4” ou 1/2”) de diâmetro ou através de um endentador esferocônico de diamante com ângulo de 120°; • A leitura de dureza é proporcional à diferença de profundidade de penetração entre uma pré-carga e a carga principal, sendo realizada diretamente no equipamento. Desta forma, é um método direto; • A pré-carga de 10 kgf é aplicada com o objetivo de ultrapassar a região elástica, contudo alguns autores apresentam esta carga com o objetivo de fixar a amostra; • A carga principal pode ser de 60, 100 ou 150 kgf; Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Características • Quando não se conhece o material devemos utilizar o cone de diamante como penetrador, pois o mesmo é indeformável; • A face do material a ser testado deve ser plana; • Não pode ocorrer deformação plástica da face oposta a leitura; • Maior precisão da leitura de dureza por ser um método direto, ou seja, leitura no próprio equipamento. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Procedimento • Obter uma superfície plana e limpa de oxidação; • Selecionar o penetrador e a carga (escolha da escala); • Determinar o local de aplicação da carga; • Aplicar a pré-carga (10 kgf); • Zerar o mostrador para a escala escolhida (preta → cone / vermelha → esfera); • Aplicar a carga nominal e esperar pelo tempo mínimo de 30 s; • Retirar a carga nominal, deixando a pré-carga, e executar a leitura de dureza. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Procedimento Penetrador esférico Penetrador cônico Aplicação de uma força inicial Aplicação de uma força nominal adicional Descarregamento ao nível da força inicial Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Procedimento Penetrador esférico Penetrador cônico Aplicação de uma força inicial Aplicação de uma força nominal adicional Descarregamento ao nível da força inicial “Medida da profundidade de penetração descontando a recuperação elástica devido a uma carga maior e descontando a penetração de uma carga menor” Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Escala Penetrador esférico Penetrador cônico Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Escala Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Dureza Rockwell (HR): Escala Para materiais mais duros: Cone de diamante Esferas de aço maiores Cargas maiores Para materiais mais moles: Esferas de aço menores Cargas menores Em geral, temos: Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Dureza Rockwell (HR): Escala superficial Neste ensaio, a pré-carga é de 3 kgf e a carga principal pode ser de 15, 30 ou 45 kgf Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR) Cálculo da profundidade de penetração Conforme a norma técnica brasileira, para validade do ensaio é necessário que o material deva apresentar espessura a partir de 17vezes a profundidade de penetração. Penetrador de diamante (cone): Penetrador esférico (esfera de aço endurecido): e = 0,002 . (100 – HR) e = 0,001 . (100 – HR) e = 0,002 . (130 – HR) e = 0,001 . (130 – HR) normal superficial normal superficial Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR) Cálculo da profundidade de penetração Exemplos: Qual deve ser a profundidade aproximada de penetração que será atingida ao ensaiar um material com dureza de 40HRC? Qual deve ser a espessura mínima de uma chapa que será submetida ao ensaio de dureza Rockwell para um material com dureza esperada de 80HRB? Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Vantagens • Pequeno tamanho de impressão; • Rapidez do resultado; • As superfícies a serem testadas não necessitam de polimento; • Isenta de erros humanos; • Pequenas imperfeições na superfície do material são corrigidas pela pré-carga; • Equipamento simples; • Não necessita de sistema ótico. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Rockwell (HR): Desvantagens • Não é uma escala contínua, seus resultados devendo ser comparados apenas com valores da mesma escala; • Os valores de dureza Rockwell não apresentam uma relação matemática com a resistência mecânica dos materiais; • Necessita usar várias escalas com uma variação de carga e geometria de penetradores para abranger todos os materiais; • As escalas de dureza apresentam especificidade para cada material. OBS: quando não se conhece o tipo do material a ser testado devemos sempre iniciar com a escala Rockwell C (HRC) devido a esta ser a maior carga e o penetrador ser indeformável. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Características • Método desenvolvido por Smith e Sandland em 1925; • A dureza é relacionada com a leitura da média das diagonais de uma impressão na superfície do material provocada por meio de uma carga pré-estabelecida usando-se para isto um penetrador piramidal de diamante com base quadrada; • O penetrador é uma pirâmide de diamante de base quadrada com ângulo entre faces de 136°; • As cargas aplicadas podem ser de 1, 2, 3, 5 ,7 ,10 ,20, 30, 60 e 120 kgf; • Este método representa uma relação entre a força aplicada (F) e a área (A) da impressão do penetrador após retirada da carga; • O valor da dureza representa um valor da tensão; Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Características • Pelo fato do penetrador apresentar um ângulo entre faces de 136°, que é o mesmo ângulo entre as tangentes da esfera no ensaio Brinell, pode-se escrever a relação 1HV ≈ 1HB; • Os valores de dureza obtidos são independentes da carga aplicada: ensaios realizados com cargas diferentes apresentam o mesmo valor de dureza; • A impressão na superfície do material é um quadrado; • A face oposta de onde é aplicada a carga não pode apresentar deformação; • Método mais aplicado para pesquisa devido ao fato de uma maior precisão de leitura da impressão e pela variação de cargas (exemplo: leituras na ZTA em soldagem); • Por apresentar um penetrador de diamante e uma variação grande de carga, é aplicado para qualquer tipo de material. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Exemplo do uso da dureza Vickers para avaliação da Zona Termicamente Afetada (ZTA) de uma peça soldada: Dureza na região da solda a laser de aços 4340 e 300M Linha de leitura da dureza Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Comparação entre tamanhos de impressão das durezas Brinell e Vickers Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Procedimento • Obter uma superfície plana e polida; • Selecionar carga e penetrador; • Escolher local de aplicação da carga; • Aplicar a carga e esperar entre 10-15 segundos; • Retirar a carga e fazer a leitura da impressão (diagonal média); • Calcular o valor da dureza através da expressão apropriada. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Cálculo da dureza 𝐻𝑉 = 𝐹 𝐴 𝐻𝑉 = 2𝐹 sin 68° 𝑑2 = 1,854 𝐹 𝑑2 𝐴 = 𝑑2 2 sin 136° 2 𝑑 = 𝑑1 + 𝑑2 2 Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Cálculo da dureza Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Resultado • O resultado da dureza Vickers pode ser dado com unidade de tensão mecânica: HV = xx kgf/mm2 ou HV = xx MPa • Pode também ser representado com a seguinte nomenclatura (definida em norma técnica): xx HV yy/zz (Ex.: 450 HV 10/20) Onde: xx → valor da dureza yy→ valor da carga zz→ tempo de aplicação Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Vantagens • Endentação muito pequena, o que torna o teste não destrutivo. Ou seja, pode ser realizado em peças prontas (desde que garantida a planicidade da peça); • Utilizado para caracterizar dureza em qualquer material; • Utilizado em pesquisas por ser um teste de muita precisão; • Escala contínua de dureza; • Deformação nula do penetrador; • Apresenta formulações para conversão de dureza em outras escalas; • Capacidade de medir dureza em materiais de pequenas espessuras, inclusive como dureza superficial (microdureza)*; Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): *Microdureza Vickers Considera‐se microdureza Vickers quando são utilizadas cargas inferiores a 1,0 kgf (10 N). As impressões medidas são da ordem de micrômetros ou nanômetros. Microdurômetro Vickers Ultramicrodurômetro Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ultramicrodureza Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): *Microdureza Vickers Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ultramicrodureza Ensaio de dureza por penetração Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Desvantagens • Por se tratar de um teste que necessita da leitura de uma impressão e por usar cargas pequenas, este ensaio torna-se demorado, não sendo recomendado para linhas de produção industrial; • Necessita de uma superfície bem preparada, polida, sem nenhuma oxidação, e geralmente com ataque químico (para revelar contornos de grão e fases cristalográficas) para garantir uma perfeita leitura das diagonais da impressão; • Devido o material do penetrador (diamante) torna-se um ensaio caro. • Podem ocorrer irregularidades da impressão que levam a erros de medição devido a: • preparação inadequada do CP, originando uma superfície irregular ou faces não paralelas. • anisotropia do material ensaiado. Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Restrições e cuidados Algumas condições de como se entra a amostra a ser analisada pode recorrer em erros de leitura das diagonais: Afundamento da impressão: leitura da diagonal maior que a real (ex.: amostras recozidas). Aderência da impressão: leitura da diagonal menor que a real (ex.: amostras encruadas). Leitura correta da diagonal Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Vickers (HV): Restrições e cuidados Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Knoop (HK) Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Knoop (HK) • É um ensaio de microdureza (cargas inferiores a 1 kgf); • Utiliza o mesmo princípio da microdureza Vickers (mesmo equipamento), com um penetrador de diamante que produz uma impressão em que a relação entre a diagonal maior e a menor é de 7:1; • Por ser mais estreita é indicada para medida de camadas eletrodepositadas ou endurecidas; • A penetração é a metade da obtida com um penetrador Vickers para uma mesmacarga; • Outras aplicações: • Medida da dureza de vidro • Medida de dureza de camadas de tinta Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Ensaio de dureza por penetração Dureza Knoop (HK) 𝐻𝐾 = 𝐹 𝐴 = 𝐹 𝐶𝐿 𝐹 carga aplicada C fator de correção relacionado à geometria da endentação (idealmente 0,070279) 𝐿 comprimento da diagonal mais longa da impressão Ensaios dos Materiais – UAEM/UFCG Resumo das técnicas de ensaio de dureza por penetração
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