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projeto de pesquisa Vitor Gabriel

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA
DEPARTAMENTO DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA DE METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO
VITOR GABRIEL FERREIRA DA SILVA
SAÚDE MENTAL: a dificuldade de acesso a psicoterapia no Sistema
Único de Saúde(SUS)
CRATO – CE
2022
VITOR GABRIEL FERREIRA DA SILVA
SAÚDE MENTAL: a dificuldade de acesso a psicoterapia no Sistema
Único de Saúde(SUS)
Projeto de pesquisa apresentado como requisito
para obtenção da nota da disciplina de
Metodologia do Trabalho Científico, submetido à
Profa, Ma. Diana Melissa Ferreira Alves Diniz.
CRATO – CE
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 OBJETIVOS 4
2.1 Objetivo geral 4
2.2 Objetivos específicos 4
3 JUSTIFICATIVA 5
4 REFERENCIAL TEÓRICO 6
4.1 Direito à saúde mental, uma análise à luz da Legislação. 6
4.2 Os programas do SUS que atuam na área da saúde mental. 7
4.3 Os estigmas associados às psicopatologias, na sociedade. 8
5 METODOLOGIA 9
6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 10
REFERÊNCIAS 11
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1 INTRODUÇÃO
A saúde mental é um tema que pode ser retratado em aspectos positivos e negativos,
mas é indiscutível a sua importância para se alcançar um bem-estar pessoal e social na vida.
Para se manter uma boa saúde mental é necessário além da prática de hábitos saudáveis, a
realização de terapia com um profissional.
No Brasil, podemos contar com o Sistema Único de Saúde (SUS), que busca
proporcionar o acesso ao sistema público de saúde. O SUS também abrange a área da saúde
mental, através de seus programas de saúde, porém essa área enfrenta problemas na sua
eficácia, devido a estrutura deficitária. Os programas que oferecem tratamento aos pacientes
enfrentam a falta de informação sobre o assunto, que está associada aos estigmas em torno das
psicopatologias. Nessas circunstâncias, surge o seguinte questionamento: Como a falta de
informação e os estigmas sociais afetam o acesso aos tratamentos psiquiátricos no SUS?
Surgindo tal questionamento, podemos refleti-lo através da seguinte hipótese: A falta
de informação sobre os meios de assistência psicossocial e os estigmas sociais associados às
psicopatologias, acabam atrapalhando a garantia dos direitos básicos a saúde. O presente
projeto de pesquisa busca compreender e conscientizar, acerca dos fatores que atrasam o
avanço da informação, no âmbito do tema: "Saúde mental: a dificuldade de acesso a
psicoterapia no Sistema Único de Saúde(SUS)". O trabalho será estruturado em três capítulos,
que não buscam esgotar o tema, mas sim investigar as causalidades da temática.
Desta forma, no primeiro capítulo da pesquisa será abordado os direitos à saúde
perante a legislação vigente. No segundo capítulo é feito, uma descrição de como os estigmas
sociais prejudicam à busca por tratamento das psicopatologias e o último capítulo buscará
informar sobre os programas que atuam na área psicoterapêutica no SUS.
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Relatar como a falta de informação e os estigmas existentes agem na sociedade, assim
dificultando o acesso à psicoterapia e tratamento para psicopatologias no Sistema Único de
Saúde.
2.2 Objetivos específicos
- Apresentar as leis que garantem os direitos previstos na legislação, acerca do acesso
à saúde no ambiente psicológico.
- Conhecer os programas do Sistema Único de Saúde que atuam na área
psicoterapêutica e psicossocial.
- Compreender como os estigmas associados às psicopatologias agem na sociedade
e afetam a busca por tratamento.
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3 JUSTIFICATIVA
O acesso à saúde é algo indispensável para o indivíduo. Dessa forma, é fundamental
garantir que os cidadãos possuam acesso a tal direito e as áreas que se faz parte, como a área
da saúde mental. No Brasil, contamos com o Sistema Único de Saúde (SUS) que busca
promover esse acesso de forma gratuita. Além dos problemas de infraestrutura, o SUS
enfrenta a desinformação, problemas do qual se faz necessário a intervenção do Estado para
que se busque uma solução.
A importância desse trabalho surge em razão do aumento dos diagnósticos de
psicopatologias durante o período de pandemia e nesse retorno gradual à normalidade, que
tende a aumentar ainda mais os transtornos mentais, entre eles depressão, transtornos de
ansiedade e dependência química. Os quais necessitam de assistência psicológica
desenvolvida através da psicoterapia ao qual nem todos podem custear os valores das sessões
particulares. A partir daí entra a importância da população saber e buscar esse atendimento no
SUS.
A curiosidade acerca do debate desse tema emerge após uma experiência em que
descobri que precisaria de atendimento psicológico ao qual não poderia custear os valores,
então fiz uma pesquisa de como o SUS poderia me ajudar nessa questão. Por isso é importante
discutir sobre esse tema na área do direito, tendo em vista que poucos cidadãos têm
conhecimento sobre os direitos civis, garantidos na legislação.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
Para que se possa analisar os fatores que dificultam o acesso às áreas da saúde mental
no Sistema Único de Saúde (SUS), é de suma importância, preliminarmente, realizar estudos
sobre tais fatores que levam as pessoas a desinformação, no que tange os fenômenos sociais
que a envolvem, assim como apresentar as normas jurídicas em vigor que abordam de forma
específica sobre o assunto.
De tal modo, o primeiro capítulo abordará as leis presentes na legislação, que
determinam e garantem o direito à saúde, no âmbito da saúde mental, garantindo a qualidade
de vida do cidadão.
Em seguida, serão apresentados os programas do Sistema Único de Saúde (SUS) que
buscam promover o acesso à uma saúde mental de qualidade, através da prestação de serviços
e dando suporte à área da psicologia na saúde pública.
Por fim, na sua última parte, serão apontados os estigmas sociais que estão associados
às psicopatologias e como afetam a busca de tratamento, e como a sociedade vê as pessoas
acometidas de tais transtornos mentais
4.1 Direito à saúde mental, uma análise à luz da Legislação.
O subtítulo em evidência tem como objetivo abranger a legislação vigente no que se
diz respeito à temática que abarca o direito ao acesso à saúde mental; desse modo, serão
apresentadas as leis de garantia ao acesso à saúde, essas que também atuam no Sistema Único
de Saúde.
Segundo o Art. 2° da lei n° 8.080, a saúde é um direito fundamental do ser humano e
que é dever do Estado prover as condições necessárias para seu pleno exercício. No § 1°,
deste mesmo artigo, estabelecido nesta lei define que o Estado deve garantir a saúde
formulando e executando políticas econômicas e sociais, estabelecendo o acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços (BRASIL, 1990).
O Art. 1° da lei n° 10.216, assegura, sem qualquer forma de discriminação, os direitos
e a proteção das pessoas acometidas de transtornos mentais. É determinado no inciso I do art.
2° desta lei, que a pessoa portadora de transtorno mental, tenha direito de ter acesso ao melhor
tratamento do sistema de saúde, de acordo com as suas necessidades (BRASIL, 2001)
7
Ainda na conjuntura desta mesma lei, no art. 3º, estabelece que é responsabilidade do
Estado desenvolver políticas públicas de saúde mental, promovendo assistência e ações de
saúde de saúde aos portadores de transtornos mentais (BRASIL, 2001).
Portanto, em 1999, foi instituída a Comissão Intersetorial de Saúde Mental(CISM),
que tem como papel acompanhar a implementação da Política Nacional de Saúde Mental,
abarcada na lei n° 10.216/2001. Essa comissão também monitora as ações da Rede de
Cuidados em Saúde Mental.
Tendo em vista os aspectos observados, é notório que a legislação garante direitos aos
cidadãos acometidos por doenças mentais e que por lei os mesmos devem ser tratados com
dignidade para que se possam conviver de forma saudável em sociedade.
4.2 Os programas do SUS que atuam na área da saúde mental .
O subtítulo em questão busca apresentar os programas que integram o Sistema Único
de Saúde(SUS) na área psicossocial, promovendo para os cidadãos o acesso e a garantia ao
tratamento das psicopatologias.
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é uma rede para o cuidado integral à saúde
mental da população brasileira, integrada ao SUS. A rede de apoio na Política Nacional de
Saúde Mental do Ministério da Saúde, política essa fundamentada pela Lei Federal n° 10.216,
de 6 de abril de 2001 que dispõe sobre a proteção dos direitos das pessoas com transtornos
mentais (GOV, 2021).
Portanto, a RAPS é formada por outros pontos de atenção, como os Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS), que são pontos estratégicos desta rede. Essas unidades prestam
serviços de saúde em caráter aberto e comunitário, possui uma equipe multiprofissional que
atua prioritariamente no atendimento às pessoas com sofrimento ou transtornos mentais, os
CAPS possuem outras modalidades que são implantadas de acordo com a demanda da
localidade (GOV, 2020).
Há outros programas também integrados ao Sistema Único de Saúde, que auxiliam
nessa área, como o Serviços Residenciais Terapêuticos(SRT) que são moradias destinadas a
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pacientes com transtornos mentais, que não possuem suporte social ou laços familiares
(GOV, 2020). Também é possível ter acesso a atendimento psicológico nas Unidades Básicas
de Saúde, porém nem todas dispõem de psicólogos para atuar no atendimento através de
terapia.
Dado o exposto, os programas do Sistema Único de Saúde abrangem essa área de
forma significativa, assim universalizando o acesso às áreas psicossociais da saúde,
fornecendo serviços básicos para essa demanda da população.
4.3 Os estigmas associados às psicopatologias, na sociedade
O presente subtítulo tem como intuito demonstrar os estigmas sociais que existem
diante as psicopatologias e qual a importância de enfrentá-los para que todos possam
conviver bem em sociedade.
Segundo Rocha et al. (2014) os estigmas são uma grande barreira para as pessoas
acometidas por transtornos mentais. Uma vez que os portadores de psicopatologias mais
graves são frequentemente evitados por familiares e amigos, discriminados por colegas do
ambiente escolar ou de trabalho, preteridos por empregadores e locatários. E, muitas vezes,
vítimas de violência.
Para muitos, o doente mental é uma espécie de pária social, não se fala, nem se
comenta o que tem de fato. É a marca social, a cicatriz, o estigma por assim dizer (GIRALDI,
2021)
Apesar dos avanços na área da saúde mental ao passar dos séculos, os estigmas
existentes há tempos não são totalmente abolidos, e acabam se associando aos novos e com
isso são perpetuados. Atualmente, os estigmas não estão relacionados só a sinais ou
comportamento, que diferenciam as pessoas, mas está associado também a características
invisíveis, que permitem distinguir de forma pejorativa o sujeito, indicando uma antecipação
de julgamento (FERREIRA; CARVALHO, 2017).
Em síntese, é necessário que seja estabelecido a promoção de campanhas de
conscientização para enfrentamento desses estigmas enraizados na sociedade e que o Estado
crie e aplique políticas públicas que introduzam as pessoas diagnosticadas com alguma
psicopatologia no âmbito social, de forma saudável e segura.
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5 METODOLOGIA
O presente projeto de pesquisa utilizará do método de abordagem hipotético dedutivo,
pois se estabelece uma hipótese geral e busca comprovar através de fatos e critérios a
confirmação da hipótese abordada: "A falta de informação sobre os meios de assistência
psicossocial e os estigmas associados à essa área, acabam atrapalhando a garantia dos
direitos básicos à saúde".
A pesquisa se realizará pelo método de procedimento comparativo, pois investiga os
fenômenos acerca dos estigmas sociais associados às psicopatologias. Usa também do método
observacional, tendo como modo de análise fundamentalmente a legislação que trabalha com
o tema abordado.
Para complementação será feito uma pesquisa qualitativa de caráter explicativo,
devido buscar em razão dos acontecimentos e suas causas, por meio de análise e interpretação
dos fenômenos observados. Os procedimentos técnicos a serem utilizados no estudo serão
bibliográficos ou teóricos, utilizando materiais já publicados como: A legislação brasileira,
artigos, revistas, jornais e Internet.
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6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
MÊS/ano
Etapas
Marc Abr Maio Jun Jul Ago
Escolha do tema X
Formulação do
problema
X
Fichamentos
preliminares
X
Elaboração e entrega do
pré- projeto
X
Leitura e fichamento X
Levantamento
bibliográfico
X
Redação da Introdução X
Redação do primeiro
capítulo
X
Redação do segundo
capítulo
X
Redação do terceiro
capítulo
X
Redação da Conclusão X
Revisão X
Versão final do texto X
Defesa X
Entrega da redação final X
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REFERÊNCIAS
AGÊNCIA MURAL. A dificuldade para receber atendimento psicológico na
zona sul. [s. l], 10 de out 2018. Disponível
em:https://www.agenciamural.org.br/atendimento-psicologico-zona-sul-de-sao-paul
o/. Acesso em: 01 ago. 2022.
PAIM, Luciana. Falta de informação dificulta acesso a tratamento psiquiátrico no SUS.
UOL. São Paulo, 25 de set. 2020. Disponível em:
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/09/25/falta-de-informacao-dificulta
-acesso-a-tratamento-psiquiatrico-no-sus.amp.htm. acesso em: 01 ago. 2022.
GOV. Sistema Único de Saúde(SUS): estrutura, princípios e como funciona. Brasil,
24 de nov 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus-estrutura-principios-e-
como-funciona. Acesso em: 09 ago. de 2022.
G1. Pandemia fez aumentar em mais de 25% número de casos de depressão e ansiedade
em todo o mundo, alerta OMS. [s. l], 02 de março de 2022. Disponível em:
https://g1.globo.com/saude/saude-mental/noticia/2022/03/02/pandemia-fez-aumentar-em-mai
s-de-25percent-numero-de-casos-de-depressao-e-ansiedade-em-todo-o-mundo-alerta-oms.ght
ml. Acesso em: 12 ago. 2022.
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Pandemia de COVID-19 desencadeia
aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo. OPAS. [s.
l], 01 de mar. 2022. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2022-pandemia-covid-19-desencadeia-aumento-25-na-p
revalencia-ansiedade-e-depressao-em. Acesso em 15 ago. 2022.
BRASIL. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Brasília, 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 16 ago. 2022.
BRASIL. LEI N° 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. Brasília, 2001. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm#:~:text=L10216&text=L
EI%20No%2010.216%2C%20DE,modelo%20assistencial%20em%20sa%C3%BAde%2
0mental. Acesso em: 16 ago. 2022
ROCHA, F. L.; HARA, C.; PAPROCKI, J. Doença mental e estigma. Revista Médica de
Minas Gerais, Minas Gerais; p. 2, jul.2014-mar.2015. Disponível em:
http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1876#:~:text=O%20estigma%20associado%20%C3%
A0%20doen%C3%A7a,realiza%C3%A7%C3%A3o%20de%20objetivos%20de%20vida.
Acesso em: 16 ago. 2022
GIRALDI, Renata. O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.
Correio Braziliense.[s. l], 23 de jan. 2021 .Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2021/01/4902183-o-estigma-associado-as-do
encas-mentais-na-sociedade-brasileira.html. Acesso em: 16 ago. 2022
FERREIRA, M. S.; CARVALHO, M. C. A. Estigma associado ao transtorno mental: uma
breve reflexão sobre suas consequências. Periódicos Uniarp, [s. l]; v. 6, n° 2, p. 192-201,
2017. Disponível em: https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/ries/article/view/1094/698.
Acesso em: 17 ago. 2022.
12
GOV. Saúde mental. [s.l], 24 nov de 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental. Acesso em: 17 ago.
2022.

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