Prévia do material em texto
Tchau Tchau Bubu © Sandra Aiosa www.saiosaodonto.com.br Ficha Técnica Capa e ilustrações Ivan Coutinho Revisão Cárita Ferrari Edição Linear B Editora 1a edição 2021 • PDF Grátis Linear B Editora Rua dos Pinheiros, 1076 cj 52 • Pinheiros CEP 05422-002 – São Paulo – SP – Brasil Tel 011 3812-3112 e 3812-2817 – www.linearb.com.br Obra registrada na Fundação Biblioteca nacional Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP A297 Aiosa, Sandra Tchau tchau Bubu / Sandra Aiosa. Ilustrações de Ivan Coutinho. – São Paulo: Linear B Editora, 2021. (Coleção Quem contou foi a fada dos dentes). PDF. 16 p.; Il. ISBN 978-85-5538-308-3 1. Literatura Brasileira. 2. Conto. 3. Literatura Infantil. 4. História Infantil. 5. Dentição Infantil. 6. Chupeta. 7. Descontinuidade do Uso da Chupeta. 8. Odontopediatria. I. Título. II. Série. III. Quem contou foi a fada dos dentes. IV. Coutinho, Ivan, Ilustrador. CDU 82-93 CDD B869.8 Catalogação elaborada por Regina Simão Paulino – CRB 6/1154 E ra uma vez um lugar muito, muito bonito, tão, tão belo, que qualquer um que conseguisse enxergar a Luz naquele sorriso de criança sentiria depressinha a verdade da vida... Naquela tardezinha de domingo, quando todo mundo já estava meio cansadinho e sem paciência, João, que a tudo observava, logo pegou sua Bubu e seu Naná e deitou-se no cantinho do sofá. Adormeceu e sonhou, sonhou com a historinha do Linguinho e da Chupeta Bolota... “[...] Linguinho andava bem distraído pensando na vida quando de repente... Poing, poing, poing... Uma bolota gigante entrou em sua casinha. − Opa! Que bolota esquisita é essa? − E, empurrou aquela bolota fedida para fora. Muito intrigado, resolveu dar uma espiadela lá fora. E, nossa, que susto! Avistou uma coisa muito engraçada, colada num disco de plástico balançava a bolota gigante para lá e para cá. Foi quando subitamente... − Ai, ai, ai! Novamente a bolota atrevida pulou de volta apressada. − Caramba, bolota sem graça! E empurrou a danada pra fora. Espiou com olho de coruja e lá vinha ela de novo, a tal bolota engraçada. Foi quando o Linguinho, sabido que era, pensou: − Se eu deixar essa Chupeta ficar, ela vai atrapalhar meu sono. Minha casinha é pequenininha e eu preciso dormir direitinho. Se ela fica, eu fico apertadinho e não consigo respirar. Respirou e pensou, pensou... Daí, decidido falou: − Chupeta Bolota, escuta de vez, aqui você não pode ficar! Pum! Fechou a portinha e foi lá pra cima. A Chupeta entendeu e correu de largada. E o Linguinho, daí, dormiu sossegado [...]” Foi quando o João acordou assustado. Olhou de lado e viu a sua Bubu correndo dali. Num salto, pegou ela de rabinho e pensou: − Quer dizer que a minha Bubu é essa Chupeta Bolota? E ficou agarradinho no seu Naná, aquele cobertorzinho que tanto amava também. Ficou triste e confuso... Afinal, não é nada fácil a gente se separar do que a gente tanto gosta. Como abandonar sua Bubu? Sua mamãe, que era bem sabida, logo notou sua carinha e perguntou: − Ô, filhinho, que carinha de tristeza é essa? − É que eu sonhei um sonho... E nele o Linguinho fechou a portinha da casinha dele para a Chupeta Bolota não entrar. E a Chupeta Bolota era igual a Bubu... − Foi, filhinho? E por que o Linguinho fechou a portinha da casinha? − É que a Bubu deixa ele sem respirar direito, ele fica apertado e tem que dormir no lugar errado. E fez aquela carinha de tristeza. − Entendo, e você gosta muito da sua Bubu. − Sim... – E, olhando para sua Bubu, ficou pensativo, pensativo. Foi quando uma ideia surgiu! − E se você pedisse para o Anjinho levar a Bubu para a Terra Encantada das Fadas do Dente? Lá ela ficaria feliz e cá o Linguinho poderia dormir direitinho e respirar! – Sim, sim, simmm! – Foi quando aquele sorriso luminoso voltou a brilhar. E assim combinaram com o Anjinho... À noite, quando João dormia, o Anjinho chegou e chamou a Bubu para ir para a Terra Encantada das Fadas do Dente. Lá ela trabalharia para ajudar toda criançada a parar de chupar chupeta, dedo e mamadeira. Como o João era muito corajoso e valente, para dar mais força ainda a ele nessa caminhada, o Anjinho deixou no cantinho do quarto, na cadeira, uma roupa de Hercúles, o herói. Na manhã seguinte, quando ele acordou, saltou correndo da cama para ver se via a Bubu partindo. Ainda viu a sua Bubu mandando um beijinho pra ele, correndo feliz, feliz de mãos dadas com o Anjinho para a Terra Encantada das Fadas do Dente apontando para a roupa de Hércules que ele vestiu correndo! Cheio de coragem para prosseguir, foi logo levantando a cadeira com sua força de herói! E, lá da casinha, o Linguinho respirou sossegado... FIM A os adultos, para que nunca percam a capacidade de se maravilhar com as pequenas coisas. Que brilhem sempre os seus sorrisos... Chupar chupeta é necessário? Bem, essa foi sempre uma pergunta muito recorrente no meu consultório. Há bebês que sentem maior necessidade de sucção do que outros. Por isso, responder negativamente a essa pergunta seria até crueldade. Normalmente o bebê que está sendo perfeitamente amamentado no peito, sem complemento de outros leites, não sentirá necessidade de chupar chupetas. Então, não se deve forçar seu uso. No entanto, succionar é um ato fisiológico do bebê e às vezes até sem nada na boca se vê esse movimento da língua. Eu acredito sempre na individualização de cada caso. A criança é como um filme radiográfico, lentamente as suas imagens vão se revelando... É preciso paciência e carinho para não estragar a foto... Algumas vezes, por fatores individuais, a chupeta poderá fazer parte da rotina da criança. O grande problema será o uso prolongado dessa chupeta, e por períodos extensos não relacionados ao descanso e ao sono inicial. Esse uso prolongado quando a criança vai se tornando maiorzinha, por pressionar a língua no soalho da boca, modifica o tônus da musculatura da bochecha e lábios − que deve antagonizar com a língua para formar os arcos dentais −, e acaba levando a criança a respirar pela boca em vez de pelo nariz. Isso, de forma permanente, pode deformar as arcadas, e os dentes nascerem tortos e irem se entortando cada vez mais. Essa má postura da língua então adquirida vai repercutir na fala, na deglutição, na postura corporal, na respiração, podendo virar uma síndrome, a Síndrome do Respirador Bucal. O uso da chupeta precisa ser muito bem supervisionado se for inevitável. Somente até os dois anos, sempre com anatomia ortopédica, e somente para os primeiros momentos do sono − depois deve ser retirada −, nunca pendurada na roupa, somente como um acalento inicial. E, na hora de remover o hábito por completo, usar a imaginação do sorriso de criança... Boa leitura! Sandra Aiosa é Cirurgiã Dentista Antroposófica habilitada pela Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas Antroposóficos – IDEIA. Site: www.saiosaodonto.com.br