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NEAD-NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Programa de Pós-graduação EAD ARTIGO CIENTÍFICO Pós-graduação lato sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho PREVENÇÃO E COMBATE Á INCÊNDIO MARCO AURÉLIO BLUM 2021 PREVENÇÃO E COMBATE Á INCÊNDIO MARCO AURÉLIO BLUM Artigo apresentado a UNIFACEAR Centro Universitário como requisito obrigatório para obtenção de título de Pós-graduação lato sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho com orientação do Professor: Aguinaldo Ferreira dos Santos 2021 Resumo O PPCI (Plano de Prevenção e Combate a Incêndios) é um documento que descreve as ações adotadas em determinada construção para garantir a segurança das pessoas contra incêndios. Ele define os espaços e sistemas da edificação para evacuar as pessoas de forma rápida em casos de emergência e iniciar o combate ao fogo em casos de princípios de incêndio. É necessário em todas as instalações comerciais, industriais, prédios e locais de concentração de público, além dos edifícios residenciais multifamiliares. Quem tem a responsabilidade de solicitar a elaboração do projeto para que o imóvel se adeque às normas, é o proprietário, síndico ou empresa administradora do imóvel. O não cumprimento das regulamentações estabelecidas pode acarretar multa. Esse projeto deve ser elaborado por um profissional devidamente registrado no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Além disso, deve cumprir todas as normas e leis, como explicado a seguir. As legislações que determinam como deve ser o PPCI são estaduais. Portanto, você precisará verificar a que se refere ao estado onde a construção será feita. De qualquer forma, deve sempre levar em consideração algumas NBRs (Normas Técnicas) como a NBR 15575 (norma de desempenho), que obriga o cumprimento de outras NBRs (NBR 9077, NBR 5419, NBR 5410, NBR 15526, NBR 15200, NBR 14323, NBR 14432). Existem também legislações federais como a Lei Kiss, criada após a tragédia da Boate Kiss, no Rio Grande do Sul. A Lei nº 13.425/2017 tornou mais rigorosa a fiscalização do PPCI, que deve ser feita tanto pelo Corpo de Bombeiros quanto pelos Conselhos de Engenharia e Arquitetura e Prefeitura. https://thorusengenharia.com.br/blog/o-que-e-preciso-saber-para-atender-a-norma-de-desempenho-nbr-15575/ https://thorusengenharia.com.br/blog/o-que-e-preciso-saber-para-atender-a-norma-de-desempenho-nbr-15575/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13425.htm https://thorusengenharia.com.br/blog/como-funciona-vistoria-do-corpo-de-bombeiros-em-santa-catarina/ https://thorusengenharia.com.br/blog/como-funciona-vistoria-do-corpo-de-bombeiros-em-santa-catarina/ Introdução Todos conhecem os perigos gerados a partir de um incêndio, quando eles ocorrem os resultados podem ser de grande escala, e em alguns casos, é impossível aproveitar o que sobrou após o fogo, merecendo atenção redobrada quando envolve vidas humanas. A importância do Combate a Incêndio é o de determinar todas as támedidas de segurança que um edifício ou área de risco deve possuir. O Projeto serve como um guia para a instalação de todos os equipamentos. Ele determina as características técnicas e mostra exatamente em quais locais devem ser instalados. É importante ressaltar que o PPCI não é um mero cumprimento de normas do Corpo de Bombeiros para conseguir o alvará de funcionamento. Ele é um investimento em segurança e defesa da vida das pessoas que usam o espaço. Tão importante quanto saber como combater um incêndio, é entender o que pode causá-lo, sendo que o PPCI faz todo esse levantamento. Extintores de incêndio e saídas de emergência bem posicionados podem salvar vidas e evitar até o maior comprometimento de toda estrutura em caso de fogo. Além disso, o Código Civil, no artigo 1.346, prevê a obrigatoriedade do seguro contra incêndio e destruição em todos os prédios e condomínios e, para contratar um seguro, será necessário o PPCI. O Plano de Prevenção e Combate a Incêndio é obrigatório e deve ser desenvolvido por uma equipe que compreenda todas as legislações vigentes. Conseguiu entender como começar um projeto de incêndio? Para ter acesso a mais conteúdos sobre engenharia e construções, assine nossa newsletter e receba excelentes materiais diretamente em seu e-mail. É de extrema importância não só a prevenção para que este caso não ocorra, mas também o combate imediato favorecendo que os estragos causados sejam minimizados. As causas de um incêndio podem ser diversas como: curto circuito, esquecimento de velas acesas e outros. Para isso, o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio estabelece todas as necessidades e características da edificação referentes ao sinistro. Ele visa garantir a segurança do imóvel e usuários do local. Ao elaborar o Projeto de combate à Incêndio é necessário ter o projeto arquitetônico do local. Caso o projeto arquitetônico esteja desatualizado é preciso fazer as devidas atualizações da planta, depois dessas atualizações se incia o Projeto de Incêndio. https://thorusengenharia.com.br/blog/tipo-de-extintor-projeto-prevencao-combate-incendio/ https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644424/artigo-1346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10644424/artigo-1346-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 A lei N° 13425 citada acima é uma revisão de algumas medidas já existentes associadas com novas medidas com objetivo de fortalecer e manter sempre em pauta a discussão sobre o assunto. Todos os serviços referentes a projetos de edificações deverão ser realizados com rigorosa observância dos desenhos dos mesmos, respectivos detalhes e obediência às prescrições e exigências do corpo técnico de Engenharia do IFC, bem como às Normas e condições da legislação vigente, obedecidas às diretrizes de economia de energia, de redução de eventual impacto ambiental e sustentabilidade de acordo com a Instrução Normativa N°1 do ano de 2010. As instruções detalhadas a seguir têm como objetivo, fornecer informações para a elaboração dos projetos para o IFC, devendo os mesmos atender ao que especificam estas instruções. Os projetos deverão ser apresentados ao IFC para análise pelo corpo técnico e posterior liberação para a fiscalização e execução da obra, não sendo liberados sem o cumprimento dos itens constantes nestas instruções. Estes deverão ser detalhados, de forma a facilitar a leitura e sua execução na obra, com tantas pranchas de desenho quantas necessárias forem. Após análise dos projetos pelos técnicos, estes se julgarem necessário, poderão solicitar complementos ao mesmo. Os projetos somente serão liberados pelos técnicos do IFC se estiverem assinados, acompanhados das respectivas ARTs. A elaboração de todos os projetos obedecerá rigorosamente às normas construtivas da ABNT, das Prefeituras, do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária, da CELESC e dos demais órgãos competentes. Quando da elaboração de projetos especiais, deverão ser seguidas as normas específicas para os mesmos, a serem definidas no edital de contratação. O mesmo edital estabelecerá, quando necessário, exigências e obrigações complementares para a elaboração e apresentação dos projetos executivos. No caso de projeto de ampliação, apresentar a interligação à parte existente, obedecendo todas as condições anteriormente citadas. Os projetos complementares deverão estar harmonizados com o projeto de arquitetura, observando a não interferência entre elementos dos diversos sistemas e considerando as facilidades de acesso para inspeção e manutenção das instalações de um modo geral. Todos os detalhes de um projeto que possam interferir em outro da mesma obra, deverão ser elaborados em conjunto, de forma a estarem perfeitamente harmonizados entre si. De acordo com a própria lei, os estabelecimentos que estão sujeitos a ela são: “estabelecimentos, edificações de comércio e serviços e áreas de reunião de público, cobertos ou descobertos, cercados ou não, com ocupação simultâneapotencial igual ou superior a cem pessoas.” Deixando claro que o principal alvo dessa lei são os estabelecimentos com um médio/grande fluxo de pessoas, sejam esses públicos ou privado. Os principais pontos citados pela lei em vigor são: Vistorias: Devem ser feitas pelo corpo bombeiro militar sempre que possível, caso a cidade não conte com um corpo de bombeiros efetivos ou por algum motivo não seja possível a verificação por parte dos bombeiros, a prefeitura deve enviar uma equipe técnica devidamente treinada. Estrutura: A estrutura da edificação em questão deve ter a capacidade de se manter inabalável durante o tempo de evacuação da área. Socorro: Devem existir em todos os momentos de utilização da área, pessoas capacitadas para prestação de primeiros socorros e medidas de combate a início de incêndio (saber utilizar corretamente extintores e conduzir a fluxo de pessoas de forma segura), além de ter as condições de acesso para tais procedimentos. Irregularidades: Se irregularidades forem detectadas pelas autoridades, as medidas cabíveis são tomadas de acordo com o conjunto de leis vigentes, medidas que variam entre advertência, multa, interdição, embargo e outras medidas pertinentes, dependendo do tipo da irregularidade e do momento da obra em que foi notificada. ·Cursos e atualizações: Os cursos de engenharia e arquitetura devem adicionar a grade curricular matérias referentes ao combate e prevenção de incêndios e desastres, entretanto, a lei não deixa claro qual a carga horária para cada curso e os pontos obrigatórios a serem incluídos, o que pode ser um problema. Outro passo importante é a escolha adequada dos equipamentos e medidas de segurança contra incêndio e pânico que farão parte do seu PPCI. Esses são exigidos em função de parâmetros, como: ● tipo de ocupação; ● altura ou número de pavimentos; área construída; ● capacidade de lotação; risco de incêndio (carga de incêndio); ● riscos especiais. Os equipamentos e medidas que devem compor seu projeto são: ● sistema de proteção por extintores: equipamentos dotados de agente extintor destinados ao combate de princípio de incêndios; ● sistema hidráulico preventivo: rede de tubulações com objetivo de conduzir a água da RTI (reserva técnica de incêndio) para o combate de princípio de incêndios. Podem ser hidrantes ou mangotinhos; ● saídas de emergência: caminho protegido que será percorrido pelo usuário para sair da edificação. Inclui rampas, escadas, acessos, entre outros; ● sinalização e iluminação de emergência: equipamentos que sinalizam e iluminam para aumentar a segurança das saídas e guiando os usuários; ● sistema de proteção por chuveiros automáticos: rede de tubulações ligadas a chuveiros que normalmente são acionados pelo calor do fogo; ● proteção contra descargas atmosféricas: dispositivos instalados nos pontos mais altos das edificações para oferecer a menor resistência elétrica possível. Trata-se de um caminho seguro para a corrente criada pela descarga atmosférica ir em direção à terra; ● instalações de gás combustível: medidas de segurança contra incêndio para os locais destinados à manipulação, armazenamento, comercialização, utilização, instalações internas e centrais de GLP (gás); ● sistema de alarme e detecção de incêndio: identificação e alerta do incêndio, a fim de possibilitar seu combate e fuga da população. Depois de definidos os sistemas, é hora de começar o dimensionamento, desenho das plantas de representação dos sistemas e demais detalhes. Aqui, deve-se indicar características técnicas dos equipamentos, plano de emergência, memoriais descritivos e de cálculo. E, é claro, a documentação necessária à apresentação e aprovação pelo Corpo de Bombeiros. Quando o dono do edifício não possui o Projeto de Combate e Prevenção de Incêndio, ele fica sujeito a receber notificações, multas durante vistoria do Corpo de https://thorusengenharia.com.br/blog/tipo-de-extintor-projeto-prevencao-combate-incendio/ https://thorusengenharia.com.br/blog/quais-sao-os-tipos-de-escada-de-emergencia/ https://thorusengenharia.com.br/blog/iluminacao-emergencia-projeto-prevencao-combate-incendio/ https://thorusengenharia.com.br/blog/sprinklers-o-que-e-funcionamento-prevencao-combate-a-incendio/ https://thorusengenharia.com.br/blog/o-que-acontece-em-um-edificio-quando-cai-um-raio-spda/ Bombeiros, podendo ocasionar até o fechamento daquele local, uma vez que ele não apresenta as medidas mínimas de segurança dos trabalhadores, pois colocar em risco o imóvel e a vida dos ocupantes é um fator agravante. Afinal, qual construção precisa desse projeto? São diversos tipos de edifícios que possuem a necessidade de apresentar um projeto de incêndio. Através da Instrução Técnica 01 do CBMMG, os edifícios que devem possuir um projeto simplificado de incêndio são: – Edificações entre 200 m² e 700 m²; – Locais classificados de alto risco, de acordo com o anexo H da IT 01 (p. 101) Já os edifícios que devem possuir um projeto de incêndio técnico são: ● Edificações ou áreas de risco com área total acima de 750 m²; ● Independente da área da edificação ou área de risco, quando apresentar risco no qual necessite de sistemas hidráulicos de combate a incêndio; ● Edificação ou área de risco que necessite de proteção de suas estruturas contra a ação do calor proveniente de um incêndio; ● Locais de reunião de público com população acima de 100 (cem) pessoas; ● Onde haja necessidade de comprovação da situação de separação entre edificações e área de risco. O Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio deve estar de acordo com as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e com as normas do Corpo de Bombeiros, as quais nos oferecem orientações sobre a localização e outros detalhes de cada elemento do projeto. O profissional apresenta aos órgãos competentes um projeto que possua plantas, detalhes, memoriais descritivos, desenhos, planilhas, especificações de sistemas e medidas de segurança tanto contra incêndio quanto pânico. De acordo com o tamanho, complexidade do projeto e outros farotes, podem ser utilizados ou não, alguns elementos como: ● extintores de incêndio; ● mangueiras e esguichos; ● abrigos de hidrantes e extintores; ● acessórios da casa de bomba; ● sistemas de sinalização e iluminação de emergência; ● alarme de incêndio e sirenes; ● serviços de serralheria; ● guarda corpos; ● serviços de pintura de pisos e posicionamento de tubulações; ● instalações de gás combustível; ● proteção contra descargas atmosféricas; ● sistema de alarme e detecção de incêndio; ● escada pressurizada; O projeto nada mais é do que o documento que registra todas as medidas de segurança para prevenção de incêndio presentes no loca. Ele deve ser realizado para prevenir o acontecimento de fatalidades e expansão de focos de incêndio, controlando e reduzindo crescimento industrial e a consequente concentração de pessoas em áreas urbanas aumenta a probabilidade de ocorrência de um incêndio e aponta a necessidade de intensificar a prevenção através de medidas de segurança. No Brasil, não há infraestrutura para acompanhar esse desenvolvimento, exigindo melhorias na regulamentação, fiscalização, equipamentos, formação de profissionais (engenheiros, arquitetos, bombeiros, técnicos) e principalmente, investimentos na educação da população (FERNANDES, 2010). As normas relacionadas à prevenção de incêndios estão evoluindo, porém não há uma legislação nacional abrangente e uniforme para a segurança em edificações, ficando a cargo dos Estados e Municípios a criação de regulamentação própria, utilizando normas brasileiras (NBR) e normas regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho (BRENTANO, 2010). No Estado do Paraná, a partir de 09 de janeiro de 2012, entrou em vigência o novo Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (CSCIP) do Comando do Corpo de Bombeiros, composto por quarenta normas de procedimento técnico correspondentes a cada medida de segurança exigida em uma edificação, conforme a sua ocupação e risco de incêndio.O CSCIP traz uma significativa mudança conceitual, sendo uma regulamentação mais ampla, diretamente ligada à segurança do trabalho, porém pouco conhecida entre os proprietários das edificações e empreendedores do Município de Ponta Grossa. Conforme o Art. 5 do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, as novas exigências de segurança devem ser aplicadas nos seguintes casos: a) Construção de uma edificação ou área de risco; b) Reforma de uma edificação; c) Mudança de ocupação ou uso; d) Ampliação de área construída; e) Aumento na altura da edificação; f) Regularização das edificações ou áreas de risco. Em Juiz de Fora, no ano de 2012, ocorreu um caso de incêndio em uma das lojas no centro comercial da cidade. O proprietário do local estimou um prejuízo de R$ 500 mil reais. Um incêndio destruiu parcialmente a tradicional loja São Paulo Malhas, na Rua Fonseca Hermes, Centro. De acordo com a titular da 1ª Delegacia e responsável pelo inquérito, revela que ocorreram três focos de incêndio, sendo o primeiro na loja Tete Festas, que ocupava duas edificações na Floriano, e os demais no primeiro e último pavimentos do edifício de sete andares, que abrigava o Castelo da Borracha, na Getúlio. Através da Análise Pericial foi constatado que: “[…] a análise pericial foi feita com base no desprendimento dos rebocos das paredes internas do Castelo. No térreo do edifício, a suspeita é de que o fogo pode ter sido provocado pelo intenso calor, associado ao acondicionamento desordenado do estoque e ao tipo de material armazenado. Já no último andar do prédio, as chamas podem ter surgido pelo acúmulo de vapores dos produtos acondicionados nos pavimentos inferiores.” NR 23 A lei 13425 não abrange todos os pontos de um projeto de combate a incêndios. Alguns desses pontos são contemplados pela NR 23. É interessante lembrar que cada estado tem suas próprias diretrizes e regras para o projeto de combate e prevenção a incêndios. A NR 23 só se torna lei quando é citada nas diretrizes estaduais ou quando existe alguma carência na mesma. Esclarecido esse ponto vamos ver o que diz de forma genérica esta Norma. A NR 23 tem como principal objetivo garantir a segurança das pessoas e preservação do patrimônio, assim como minimizar os danos sofridos ao redor da edificação em caso de incêndios de grande, médio ou pequeno porte. E se não for elaborado o Projeto de Incêndio ? Apesar do Projeto de Incêndio ser algo obrigatório dentro dos empreendimentos. Ele não deve ser desenvolvido apenas para cumprimento de leis. É de suma importância enaltecer o valor da vida. Desse modo é perceptível que um edifício seguro apresenta uma baixa probabilidade de inicio de incêndio. Consequentemente temos uma alta possibilidade de fuga dos ocupantes. Sendo assim, estabelece-se o chamado fator primordial onde se deve preocupar com a preservação da vida e, em seguida, à da propriedade. O termo "prevenção de incêndio" expressa tanto a educação pública quanto as medidas de proteção contra incêndio em um edifício. A implantação da prevenção de incêndio se faz por meio de atividades que visam evitar o surgimento do sinistro, possibilitar sua extinção e reduzir seus efeitos antes da chegada do Corpo de Bombeiros. Um projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico pode ser definido como sendo o conjunto de informações referente às especificações técnicas, necessárias para a detecção e controle do crescimento do incêndio e sua consequente contenção ou extinção. Na maioria dos Estados brasileiros, estão aptos a elaborar o projeto: o Arquiteto, o Engenheiro Civil e o Engenheiro de Segurança do Trabalho. Os principais pontos citados nesta norma são: · Equipamentos: As edificações devem possuir equipamentos para o combate a incêndio apropriados e projetados de acordo com a edificação em questão (Sprinkler, extintores, sinalização, saídas etc.); · Saídas: As saídas de emergência, em caso de incêndio, devem contar com portas antifogo de largura mínima de 1,20 m, abrir para fora da edificação de forma a não obstruir a rota de fuga e estar sempre abertas pelo lado de forma mesmo que a edificação em questão não esteja em funcionamento. Em nenhum caso as passagens devem ser obstruídas mesmo que por um único instante; Sinalização: É obrigatório a sinalização de saídas de emergências, assim como os pontos de extintores, locais de ativação de alarmes, mangueiras e demais equipamentos e medidas protetivas; · Preparação: Os funcionários devem ser constantemente submetidos a treinamentos e simulações de incêndios para que possam entender e executar com cautela os passos orientados em caso de incêndio ou desastres, com finalidade de prepará-los; · Extintores: Deve haver extintores em cada pavimento da edificação, os extintores disponíveis devem atender às especificações do órgão responsável de acordo com os tipos de incêndios disponíveis por pavimentos dos tipos de materiais (Tipo A, B, C, D e E); · Sistema de alarmes: Deve haver em todos os pavimentos sistemas de alarme, de forma que possam ser percebidos em todas as partes da edificação, alertando as pessoas presentes no momento. Caso qualquer um dos pontos acima não seja cumprido, o órgão fiscalizador pode tomar as medidas cabíveis já citadas referentes a lei 13425. Existem ainda algumas NBR’s que complementam os pontos citados que são: · NBR 14276 (Brigada de incêndio); ● NBR 9077 (Saída de emergência); ● NBR 11742 (Porta corta fogo); ● NBR 13714 (Hidrantes); ● NBR 10897 (Chuveiros automáticos, Sprinkler); ● NBR 12693 (Extintores); ● NBR 15808 (Extintores); NBR 15809 (Extintores); NBR 7240 (Sistemas de detecção). SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO Deverá especificar e detalhar, em sua totalidade, os equipamentos e sistemas de prevenção, contemplando os seguintes itens: ● Detecção, acionadores manuais e alarme de incêndio; ● Alarme de funcionamento das bombas do sistema de hidrantes; ● Memorial descritivo do projeto, caderno de especificações e relação completa de materiais; ● Todos os equipamentos e instalações, deverão ser representados em plantas, sendo apresentados os respectivos memoriais descritivos, cadernos de especificações, encargos e planilhas de quantitativos. O Projeto de Detecção, acionadores manuais e o Alarme de Incêndio, deverão conter: Distribuição dos diversos tipos de detectores, acionadores manuais e alarmes (sonoros e audiovisuais) de incêndio para todas as dependências (exceto escadas e antecâmaras) e central de toda a edificação; ● Esquema vertical; ● Detalhes gerais e memoriais descritivos; ● Diagrama de blocos do sistema; ● Indicação de dimensão e quantidade de todos os cabeamentos e fiações; ● Legendas completas, com as informações de especificações de todos os elementos e materiais utilizados no sistema, incluindo seus quantitativos por pranchas; ● ART junto ao CREA com detalhamento descritivo das atribuições técnicas por profissional, segundo exigências do Corpo de Bombeiros e CREA; ● Aprovação do projeto junto ao Corpo de Bombeiros, para posteriormente ser entregue ao IFC em data predeterminada conforme cronograma, juntamente com a ART (devidamente aprovada e quitada). ● Memória de cálculo dos sistemas utilizados, conforme a NSCI. ● Memorial descritivo do projeto, caderno de especificações e relação completa de materiais; Conclusão A lei 13425 e a NR 23 definem as medidas obrigatórias na construção de edificações de grande fluxo de pessoas referentes ao combate e prevenção de incêndios sendo atualmente um ponto de extrema importância para arquitetos(as) e engenheiros(as). Porém, são informações de utilidade pública, uma vez que todos estão sujeitos a passar por incidentes do tipo, sendo válido lembrar que medidas para a segurança em casos de incêndio são importantes, mas a prevenção é fundamental. Com base nos dados do instrumento de pesquisa, 57% das empresas não implementaram medidas de segurança indicadas no Projeto de Prevenção de Incêndios (PPI) existente na edificação. Além disso, o estudo revelou que, na visão empresarial,o PPI deve ser elaborado para cumprir exigências legais e regularizar documentação, confirmando uma das hipóteses previamente levantadas. Constatou-se a falta de conhecimento sobre o novo Código de Segurança contra Incêndio e Pânico do Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná, embora tenha sido amplamente divulgado pelo órgão fiscalizador, bem como a falta de contato com a legislação trabalhista NR-23 e normas voltadas à formação da brigada de incêndio, NPT 017 e NBR 14276:2006. Os resultados mostraram a deficiência de práticas de treinamento de colaboradores para atuar em situações de emergência e a falta de comprometimento dos proprietários e empreendedores com a segurança dos seus colaboradores, visto que a maioria das edificações não oferece as medidas mínimas exigidas por norma. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14276: Brigada de Incêndio: Requisitos. Rio de Janeiro, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9077: Saída de Emergência em Edifícios. Rio de Janeiro, 1993 ∙ ABNT NBR 13714:2000 - Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio; ∙ ABNT NBR 13860:1997 - Glossário de termos relacionados com segurança contra incêndio; BRASIL. Decreto nº 392/85, 07 de novembro de 1985. Aprova o Regulamento de Prevenção contra Incêndios do Município de Ponta Grossa. Disponível em: <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/anotada/6114938/decreto-392-85-pontagrossa>. Acesso em 28 nov. 2012. COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Instrução Técnica nº 02/2011 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio. São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/?page_id=356> Acesso em 10 nov. 2012. FERNANDES, Ivan Ricardo. Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico. 1. ed. Curitiba, 2010. MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e Medicina do Trabalho. NR 23 – Proteção contra Incêndios. 70 ed. São Paulo, 2012. MITIDIERI, Marcelo L.; IOSHIMOTO, Eduardo. Proposta de Classificação de Materiais e Componentes Construtivos com Relação ao Comportamento Frente ao Fogo – Reação ao Fogo. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/222, São Paulo, 1998. Disponível em: <http://publicacoes.pcc.usp.br/PDF/btpcc222.pdf> Acesso em 04 dez. 2012 ∙ IT 08 do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais - Saídas de Emergência; ∙ IT 09 do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais - Carga de Incêndio nas Edificações e Área de Risco; ∙ IT 13 do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais - Iluminação de Emergência; ∙ IT 15 do Corpo de Bombeiros do Estado de Minas Gerais - Sinalização de Emergência;
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