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FILOSOFIA DA CIÊNCIA

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LICENCIATURA EM FILOSOFIA
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR
HISTÓRIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA
6º SEMESTRE
MARCELO MORETO MACHADO RA: 1800996
 São Manuel - SP
HISTÓRIA E FILOSOFIA DA CIÊNCIA
1. INTRODUÇÃO 
A filosofia da ciência estuda a ciência, o modus operandi da ciência e o conhecimento científico. Convencionalmente, as investigações filosóficas desse campo se debruçam principalmente sobre aspectos metafísicos, epistemológicos e metodológicos da produção de conhecimento nas ciências. Muito embora seja tradicionalmente subdividida em filosofia geral das ciências e filosofia das ciências especiais, a filosofia da ciência de uma forma geral ainda se mantém distante das práticas científicas propriamente ditas. 
 A História das Ciências procura analisar os fatos científicos na sua sequência: os contextos das descobertas, as crises teóricas, as substituições e desenvolvimento de teorias, etc. É comum encontrarmos duas perspectivas de análise, uma que corresponde à história interna e outra à externa. 
A título de introdução, pode-se dizer que os adeptos da história interna privilegiam o desenvolvimento do conhecimento a partir de questões intrínsecas à racionalidade científica, e concedem à história externa apenas o papel de circunstanciá-lo. Pressões externas ao desenvolvimento das ciências, como a alocação de recursos para áreas de interesses econômicos ou sociais, podem limitar ou promover o desenvolvimento do conhecimento em determinadas áreas, mas este obedece a uma lógica própria que independe desses e de outros fatores externos à sua racionalidade.
 Os adeptos da história externa, em contrapartida, entendem que a lógica ou racionalidade científica não representa razões suficientes para o desenvolvimento do conhecimento, que em última instância repousa em fatores psicossociais. Pretende-se mostrar que a História das Ciências não pode ser vista como uma coleção de práticas e de teorias bem sucedidas e acumulativas, uma imagem frequentemente passada pelos manuais; que a ciência está prenhe de questões filosóficas, tanto quanto a reflexão filosófica se nutre de história, e que não se deve nem reduzir a história das ciências à Filosofia - quando se trata de explicitar o sentido disso que se chama ciência -, nem de recusar, em contrapartida, a discussão filosófica de seus termos. 
Espera-se que a exposição e discussão de alguns dos termos frequentemente associados à prática científica, possam servir de ilustração e incentivar a reflexão. O foco estará nas ciências naturais, particularmente na física, cujo sucesso histórico fez dela o modelo mais destacado. 
As abordagens sobre as ciências da vida e as ciências humanas demandam outras discussões sobre a especificidade de seus objetos: o organismo e a cultura. Mas há um ganho geral em iniciar a reflexão a partir da noção mais canônica de ciência: coloca-se em questão a concepção mais aceita de conhecimento.
Popper (1959/1999) não foi o único, nem o primeiro, a realizar a crítica ao princípio de indução na explicitação do método científico, mas a sua talvez seja a mais popular entre nós. O autor aceita, do ponto de vista lógico, a crítica de Hume ao mesmo, isto é, de que a partir da observação da regularidade de determinados eventos, não é possível prever como necessária a mesma sucessão de eventos.
 Do ponto de vista lógico, não é porque se viu 1000 gansos brancos que o próximo será necessariamente branco, ou porque o sol se levanta e se põe a cada dia, que necessariamente o mesmo ocorrerá amanhã. Tais fatos não são necessários do ponto de vista lógico, uma vez que do particular (ocorrências datadas e situadas) não se pode inferir com necessidade o universal, que é o que interessa à ciência na elaboração das leis da experiência. Isso fica claro na crítica de Hume à noção de causalidade, um dos pontos mais interessantes e duradouros de seu pensamento na filosofia da ciência
2. DESENVOLVIMENTO 
· Definição de ciência 
A palavra Ciência vem do latim, scientia, que pode ser traduzida por conhecimento, sabedoria.
A Ciência seria a busca pelo conhecimento de forma sistemática, formulando suas explicações através de leis científicas e matemáticas.
Muitas vezes, a pesquisa científica gera mais perguntas que respostas. Como observou o dramaturgo inglês Bernard Shaw:
A ciência nunca resolve um problema sem criar, pelo menos, dez outros.
As leis científicas, contudo, não são imutáveis nem eternas. Com o avanço na própria pesquisa científica, as leis que foram formuladas em uma determinada época, podem ser revistas e desacreditadas em outra.
Exemplo: Criacionismo.
Por séculos, no mundo ocidental, a única explicação possível para o surgimento do Universo era que ele fora criado por Deus.
Com o surgimento das teorias evolucionistas de Charles Darwin (1809-1892) passou a se questionar esta teoria. Novas possibilidades foram levantadas: a criação do cosmos teria durado bilhões de anos e não dias. A própria criação do homem foi revista ao ser elaborada a teoria do parentesco entre o ser humano e os símios.
Embora Popper não concorde com a análise psicológica humeana da experiência, pois assinala que experiências com animais e crianças demonstram que basta uma única ocorrência para se estabelecer o vínculo de sucessão entre alguns eventos, o fato é que o desafio de Hume aos racionalistas da época continua vivo até hoje, isto é, a impossibilidade de se descobrir porque o evento “b” sucede ao evento “a”, porque, por exemplo, os corpos se atraem, ou a cafeína dilata as artérias, ou tal vírus de determinada composição química é nocivo ao organismo, ou o amido é assimilado pelas células.
 Tudo o que se sabe é que assim tem ocorrido, mas não por que tem que ser assim.
 A ciência pode descrever com mais detalhes esses processos, o que aumenta a possibilidade de seu controle pelo homem. Por exemplo, que o pão que alimenta é formado por moléculas de amido, que quando ingeridas são divididas ao encontro de determinadas enzimas, o que possibilita sua assimilação pelas células, que as quebram novamente liberando energia. Mas não se explica por que esses eventos assim se sucedem, senão inserindo novos eventos entre eles, e assim indefinidamente, o que significa que o que se chama de explicação causal em ciência ainda é uma forma de descrição da ordem do evento em questão.
· Limites da Ciência
A Filosofia da Ciência também questiona a utilidade da Ciência. Sabemos que algumas pesquisas científicas podem levar tanto à melhoria da qualidade de vida quanto à destruição. Este campo da filosofia da ciência é chamado de ética científica.
· Exemplo: DNA
Com a decodificação do DNA e dos genes na década de 50 abriu-se um vasto campo na Biologia e na Medicina. Doenças incuráveis puderam ser contornadas desde a concepção. No entanto, essas mesmas informações podem levar a uma espécie de seleção natural ao serem descobertas doenças genéticas ainda incuráveis.
· A RAZÃO CIENTÍFICA EM QUESTÃO
 Um dos teóricos proeminentes do século XX, que enfatizou as rupturas na história da ciência, foi Thomas Kuhn. Seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas (1992), constituiu-se em um marco de referência para filósofos e historiadores da ciência, e sua obra representa, em relação à de Popper, um enfoque mais voltado para as práticas das comunidades científicas, do que propriamente para os fundamentos lógicos de suas teorias.
 Os críticos de Popper geralmente o acusam de propor um padrão metodológico que não corresponde à prática da ciência. 
Ele, por sua vez, insiste no papel ativo da crítica metodológica como contribuição da epistemologia à pratica da ciência. Esse caráter explícito de orientação não se encontra na obra de Kuhn, que se propõe sobretudo a um relato histórico do desenvolvimento da ciência. Feyerabend (1977) levanta a questão de saber se a obra de Kuhn aconselha ou não o cientista a determinada conduta, afirmando que ele é ambíguo quanto a isso. 
De fato, ao julgar que é um sinal de maturidade da ciênciaa ausência de discussões a respeito de suas teorias, o que propicia o desenvolvimento exaustivo do paradigma (a acumulação de conhecimento sobre a realidade no interior de determinada visão de mundo), Kuhn parece incentivar a atitude acrítica do cientista.
Radder (2012) aponta que o aumento na especialização e fragmentação da filosofia da ciência reduziu seu impacto para fora da esfera direta de seus praticantes, e chama a atenção de que, inclusive, fora designada por alguns como a “Sibéria da filosofia”. 
O que poderia ser encarado como um algoz metodológico para a filosofia da ciência em prática seria sua falta de precisão e rigor, mas isto, no entanto, pode ser contornado através de sugestões advindas da filosofia analítica, estudos em ciência, tecnologia e sociedade (CTS) e demais áreas. 
Segundo Murcho (2006) é ingênuo pensar que é necessário desenvolver métodos de pesquisa confiáveis para então realizar perguntas fundamentais e importantes, pois questões difíceis e puzzling conduzem o desenvolvimento de novos métodos de investigação. Uma vez que esses questionamentos cessam, também cessam esses desenvolvimentos metodológicos (MURCHO, 2006). Alguns exemplos interessantes dessa versatilidade seguem.
 Aufrecht (2011), analisando a distinção do “contexto de descoberta” e “contexto de justificação”, examina a legitimidade das abordagens feministas para a filosofia da ciência, enquanto Soler (2011) investiga a dimensão tácita do conhecimento, argumentando que a irredutibilidade de pressuposições e habilidades corporais envolvidas nas práticas experimentais conferem certa opacidade para estas mesmas práticas (ANKENY et al., 2011).
Apesar dos inúmeros avanços teóricos nas investigações sobre as práticas da ciência refletida por essas subáreas, a filosofia da ciência se manteve afastada do contexto da prática científica; por exemplo, grande parte das análises filosóficas eram baseadas em interpretações dos resultados já publicados e teorias científicas aceitas, ao invés de ser engajada com cientistas in vivo e analisar o real processo de experimentação, coleta de dados, etc. Diversos foram os esforços em defesa dessa aproximação, a tão chamada “virada prática” nas décadas de 1980 advogou que as investigações filosóficas, históricas e sociais da ciência deveriam considerar, nas práticas científicas, detalhes meticulosos que reconhecessem suas dimensões sociais, materiais e psicológicas (SOLER et al., 2014; PICKERING, 1992).
Conclusão 
A Filosofia da Ciência constitui-se como uma área do conhecimento que se preocupa em refletir a respeito da construção das ciências, seus métodos, seus fundamentos, suas implicações e a relação de tais implicações com as ideologias inerentes à relação ciência e sociedade.
Há quem afirme que a filosofia “em seu encastelamento universitário [...] ficou demasiadamente nobre; em sua linguagem altamente especializada, ficou distante da vida diária e ordinária; na soberba de seus mestres, ficou estéril” (QUINHONES & COSTA, 2010, p. 148, ecoando Marc Sautet em sua obra Um café para Sócrates, 2003). 
Concordando ou não com esta afirmação pungente, é possível reconhecer que parte das investigações filosóficas ainda permanecem sendo inferências abstratas (MURCHO, 2006; QUINHONES & COSTA, 2010). Com exceção de trabalhos recentes sobre modelos e experimentação (bem como outros domínios não abstratos e aplicáveis) que necessitam de um profundo detalhamento do processo científico, a prática científica propriamente dita continua quase completamente ignorada pela filosofia da ciência e filosofia analítica anglófona
Bibliografia 
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