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Religião de matriz africana no contexto escolar- Aula 03

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Religião de matriz africana no contexto escolar- Aula 03
Gilciana Paulo Franco
Zuleica Dantas Pereira Campos
Vídeo
MENINAS DE EWÁ (orixá feminina)
https://youtu.be/oybdUU3qsQg 
3
Crianças , adolescentes e jovens de terreiro nas escolas
Escola é o espaço onde crianças de religiões afro mais se sentem discriminadas, afirma a pesquisadora Stela Caputo.
Primeiro, temos de reconhecer que o Brasil é um país racista. Esse é o primeiro passo para olharmos para os espaços sociais e entendermos que todos eles são espaços racistas. Isso porque o racismo é um sistema em que um grupo se considera superior e submete de diversas formas um outro grupo considerado inferior. O mais fundamental é, ainda, entender que fomos educados em uma escola branca, cristã e racista.
A escola precisa reconhecer que a vida no planeta é constituída por seres humanos diferentes. A escola é o lugar dos diferentes e, por ser esse lugar, a escola é um lugar tenso, porque não há harmonia na diferença e nem pode haver. O ideal é que busquemos a convivência respeitosa entre pessoas e grupos.
A escola, que é o lugar dos diferentes entre si por natureza, deveria ser o lugar mais preparado para não só lidar, mas também para aprender profundamente com essas diferenças. Infelizmente não é. Por isso, muitas crianças e jovens sofrem porque são inferiorizados e inferiorizadas.
Fonte:
https://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/05/12/escola-e-o-espaco-onde-criancas-de-religioes-afro-mais-se-sentem-discriminadas-afirma-pesquisadora/
 A criança no terreiro e a criança na escola
A semana passada fomos atingidas por uma notícia dolorosa. Numa escola de educação infantil, todas as crianças tinham seus cabelos lavados pela professora, menos a menina negra. Há dias voltando para casa sem ter o cabelo lavado, de repente não aguentou mais e confidenciou à sua mãe: “A professora não lava meu cabelo, meu cabelo porque meu cabelo é duro, quero alisar meu cabelo; E não quer mais voltar a escola.”
RJ: Aluno é impedido de frequentar escola com guias de candomblé.
Na escola uma professora o chamou uma criança do candomblé de “filho do Diabo”
Bncc e Lei 10639/2003 e 11645/2008
Parágrafo 16 - A diversidade cultural religiosa presente nos espaços escolares exige atenção e esforços conjuntos no sentido de erradicar práticas e relações de poder que buscam homogeneizar os diferentes, anulando suas diferenças. Tais processos, muitas vezes, ocorrem no próprio contexto escolar, por meio de invisibilizações, silenciamentos e discriminações, relacionados às diferentes identidades e a valores de caráter religioso e não religioso.
LEI Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B: "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. 
Dicas para a elaboração de aulas
Trabalhar a diversidade e pautas antirracistas
Trabalho com imagens 
Trabalhar as várias perspectivas de sagrado
Valorizar a diversidade religiosa e cultural presente no espaço escolar
Trabalhar a valorização da corporeidade presente nos rituais afro-brasileiros e nas religiões pentecostais e neopentecostais
Trabalhar a estética afro brasileira resgatando a valorização cultural e social dos afrodescendentes e seu meio cultural religioso.
Montar um cantinho sagrado na sala com símbolos religiosos dos alunos pertencentes a sua sala .
Trabalhos interdisciplinares 
Atividade com objetos sagrados
Trabalhar a importância das mulheres negras dentro dos terreiros
Oficina de instrumentos afro-brasileiros
Utilização de literatura sobre religiosidade e cultura afro-brasileira.
Aproveitar as indagações feitas pelos alunos 
Letras de músicas como samba enredo das escolas de samba
Filme: Besouro
Dicas para a elaboração de aulas
Curiosidade dos alunos em saber sobre a religiosidade africana.
Falta de informação sobre a temática.
Indícios de intolerância com assuntos relacionados a cultura africana.
Resquícios de uma visão preconceituosa pautada no senso comum e no aprendizado diário em seus contextos religiosos
Uma proposta de trabalho interdisciplinar: Artes, História, Português e Ensino Religioso
Conhecer sobre a história da cultu ra africana e do surgimento religiões afro-brasileiras.
 
Discutir textos que falassem sobre os reflexos da intolerância religiosa, visando o combate a esta prática.
 
Conhecer como acontecem os rituais religiosos ligados as práticas afrobrasileiras.
Mostrar a importância do respeito e do diálogo entre matrizes religiosas diferentes. 
 
Conhecer a história da música gospel dando enfoque à contribuição dos negros.
 
Habilidades a serem desenvolvidas
Ouvir, direcionar questionamentos, discutir, esclarecer e promover o debate entre os alunos e o corpo docente.
 
 Buscar meios pedagógicos que possam colaborar para combate as reações de intolerância contra grupos pertencentes às religiões afro-brasileiras .
 
 
Reforçar a convivência harmoniosa , o trabalho em grupo e o diálogo como um processo de desconstrução do racismo e do preconceito.
 
Como executar o projeto?
 Recursos didáticos
Sequência de 08 aulas
 
Textos
 
Música
 
Vídeos
 
Fotografias e ou imagens
Contextualização da vida na África pré colonial.
Levantamento sobre as religiões presentes no bairro e as religiões dos alunos.
Rodas de conversas sobre a questão da intolerância religiosa e suas consequências físicas e psíquicas. 
Estudo sobre a formação do povo brasileiro e valorização das diferenças
Cinema na escola
Exibição e debate sobre o Filme Besouro : promover debates, esclarecer dúvidas e pedir aos alunos para fazerem um texto relatando o que aprenderam sobre as religiões de matriz africana e sobre o processo de resistência africana no solo brasileiro.
Trabalho com imagens
As imagens serão apresentadas sem nenhum título, com o objetivo de aguçar a curiosidade dos alunos. Iremos fazer uma análise das imagens, junto com os alunos, perguntando sobre as pessoas, as roupas, o local, o que eles imaginam que esteja acontecendo nas imagens. Também perguntaremos para estes alunos o que eles sentem quando olham para as imagens, se conhecem algum símbolo mostrado, se na sua igreja são utilizados alguns dos símbolos vistos.
Trabalho com imagens
Procurarei mostrar semelhanças entre as práticas religiosas de matriz africana e de origem protestantes, utilizando principalmente rituais e símbolos que possam ser comuns a duas religiões (por exemplo, o uso da água, das velas, instrumentos musicais de percussão, a incorporação e expulsão de espíritos durante as cerimonias). Pretendemos começar a desconstruir preconceitos existentes entre os alunos, com relação às crenças religiosas diferentes da que eles praticam no seu cotidiano
Missa afro
Tecidos (cores vibrantes)
Corporeidade 
Danças afro com cestas de frutas , pães e legumes na hora do ofertório
Instrumentos musicais de origem africana presente na missa.
Uma celebração alegre e que promove um encontro cultural
Entender a Igreja católica como um espaço aberto para todos e para todas a culturas, uma vez que ‘’DEUS’’ não faz distinção entre os seus filhos
Origem da música gospel
Gênero nascido nas fazendas de escravos no sul dos Estados Unidos.
As mensagens poderiam conter informações sobre terrenos, quais estradas e rios evitar e números de homens patrulhando tais estradas e rios. 
Essas canções eram cantadas pelos escravos presos, durante a noite, quando se sabia que havia escravos em fuga a fim de orientá-los rumo ao norte livre. 
O que a define não éo gênero musical, mas a mensagem: justiça social, Cristo, ecologia, repúdio às drogas, harmonia entre os homens.
Trabalho sobre lideranças religiosas
Espaço Sagrado
 Máscaras Africanas
As máscaras africanas e os rituais
Apesar de serem reconhecidas como objetos artísticos, as máscaras africanas, na realidade, representam muito mais do que meros adereços para as populações que as utilizam. Elas são símbolos ritualísticos que têm o poder de aproximar as pessoas da espiritualidade.
Essas peças são produzidas como instrumentos essenciais em diversos ritos, como rituais de iniciação, nascimentos, funerais, celebrações, casamentos, curas de doentes e outras ocasiões importantes.
Em geral, os rituais contam também com música e dança, além de vestimentas próprias. É criada uma atmosfera "mágica" a fim de transformar os participantes que vestem as máscaras em representações de antepassados, espíritos, animais e deuses.
Capoeira na escola e instrumentos afro-brasileiros na escola
Capoeira na escola e instrumentos afro-brasileiros na escola
 Maracatu na escola
Maracatu na escola
Plantas medicinais (herança indígena e africana)
 Símbolos Africanos e provérbios
Literatura, contos e lendas africanas
Alunos 6º ano
Sugestão Literária
 Sugestões 
 Sugestões
 Sugestões
 Criação do Aiyê (terra)
Trabalhar dados do senso e denúncias sobre casos de intolerância religiosa
Intolerância religiosa no Brasil
Comida de terreiro
Alguns elementos
Milho
Feijão
Frutas
Coco
Pipoca
Mel
Farinha de Mandioca
Inhame
Quiabo
Camarão
Feijão Fradinho
Dendê
Carnes
Ovos
Farofa
Bebidas
Exemplo: Amalá é a comida ritual do orixá Xangô
Ingredientes 
Quiabo bem picado, cebola ralada, camarão seco ralado, sal e azeite de dendê
Culinária afrobrasileira
Parábola de Jesus e o Candomblé
"Certa vez, Jesus reuniu os discípulos e as discípulas e disse: 'Quando vocês forem anunciar o Reino, não devem levar dinheiro nem comida, mas devem confiar no povo. Chegando a um lugar, se vocês forem acolhidos, e o povo partilhar comida e casa com vocês, e se vocês participarem da vida deles trabalhando e tratando dos doentes e do pessoal marginalizado, sem voz nem vez, então podem dizer ao povo com toda a certeza: Gente! Olhe aqui! O Reino chegou! Está chegando!'. E eles foram.
Jesus também foi. Andou, andou. Já era quase noite. Estava começando a escurecer, quando chegou a um terreiro. O pessoal que entrava, saudava e dizia: 'Boa Noite, Jesus! Entre e sinta-se em casa. Participe com a gente'. Jesus entrou. Viu o pessoal reunido. A maioria era pobre. Alguns, não muitos, da classe média. Todo o mundo dançando, alegre. Havia muita criança no meio. Viu como todos eles se abraçavam entre si. Viu como os brancos eram acolhidos pelos negros como irmãos. Jesus, ele também, foi sendo acolhido e abraçado. Estranhou, pois conheciam o nome dele. Eles o chamavam de Jesus, como se fosse amigo e irmão de longa data. Gostou de ser acolhido assim.
Viu também como a mãe-de-santo recebia o abraço de todos e como ela retribuía, acolhendo a todos. Viu como invocavam os orixás e como alguns vinham distribuindo passes para ajudar os aflitos, os doentes e os necessitados. Jesus também entrou na fila e foi até a mãe-de-santo. Quando chegou a vez dele, abraçou-a, e ela disse: 'A paz esteja com você, Jesus'. Jesus respondeu: 'Com a senhora também'. E acrescentou: 'Posso fazer uma pergunta?'. E ela disse: 'Pois não, Jesus!'. E ele disse: 'Como é que a senhora me conhece? Como é que eles sabem o meu nome?'. E ela disse: 'Mas, Jesus, aqui todo o mundo conhece você. Você é muito amigo da gente. Sinta-se em casa, aqui, no meio de nós'.
Jesus olhou para ela e disse: 'Muito obrigado!'. E continuou: 'Mãe, estou gostando, pois o Reino de Deus já está aqui no meio de vocês!'. Ela olhou para ele e disse: 'Muito obrigada, Jesus! Mas isso a gente já sabia. Ou melhor, já adivinhava! Obrigado por confirmar a gente. Você deve ter um orixá muito bom. Vamos dançar, para que ele venha nos ajudar!'. E Jesus entrou na dança. Dentro dele, o coração pulava de alegria. Sentia uma felicidade imensa e dizia baixinho: 'Pai, eu te agradeço, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste ao povo humilde aqui do terreiro. Sim. Pai, assim foi do teu agrado!'. Dançou um tempão. No fim, comeu pipoca, cocada e batata assada com óleo de dendê, que o pessoal partilhava com ele. E, dentro dele, o coração repetia, sem cessar: 'Sim, o Reino de Deus chegou! Pai, eu te agradeço! Assim foi do teu agrado!'."
Frei Carlos Mesters
(FSP - 16/07/1997 - Ilustração: Pulika)
 Oficina de Abayomi
Debates sobre questões envolvendo racismo, intolerância religiosa e resistência
Resistência- Trabalho com letras de músicas (rap e hip –hop)
Referências
Caputo, Stela Guedes. Educação nos terreiros: e como a escola se relaciona com crianças de candomblé. 1ªed. Rio de Janeiro: Pallas 2012
Franco, Gilciana Paulo. A religiosidade Africana no contexto escolar: Uma proposta de ensino. TCC Conclusão de Curso- NEAB- Universidade Federal de Juiz de Fora- 2012
Stigar, Robson. A construção do Ensino Religioso na Atual LDB- 2010 PUC-SPhttp://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.
 Bertoni, José Carlos O Ensino Religioso nas Escolas Públicas.
(UPM). Ciências da Religião–História e Sociedade Volume 7 • N. 1 • 2009
 Junqueira, Sérgio Rogério Azevedo; O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2002.
 Souza, Augusto de Souza. Ensino religioso no Brasil: uma abordagem histórica a partir de parâmetros curriculares nacionais. PUC. Pr.
Vídeo : CRIANÇAS DE TERREIRO https://youtu.be/0-PEVAyl8I0 
 
Gratidão/ asé
gilcifranco@yahoo.com.br

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