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A RELAÇÃO COM O MÍSTICO DAS BATALHAS DE GLADIADORES EM ROMA Leonardo do Couto Gomes1 Jeferson Roberto Rojo2 Marcelo Moraes e Silva3 PALAVRAS-CHAVE: Gladiadores; Munera; Místico, Morte. INTRODUÇÃO Batalhas de gladiadores costumam fascinar pessoas, sejam através de livros, contos, e principalmente pelo cinema (MONTALVÃO, 2015). Porém, a visão cinematográfica tende a ser sensacionalista transmitindo imagens das batalhas de gladiadores geralmente voltadas a violência, a selvageria e ao massacre. Fato este que pode ser analisado por diferentes visões, pois as batalhas foram mais do que um mero espetáculo brutal, tendo papel relevante na economia e política romana, e em sua origem ligação com a religião e a morte (SOARES; VENTURINI, 2014). Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma descrição histórica da origem das batalhas de gladiadores e sua relação com a morte e o místico. Para a realização do trabalho, nos apropriamos de fontes como artigos e livros disponibilizados em sítios eletrônicos especializados na temática abordando estes temas relacionados ao período do império romano. AS BATALHAS DE GLADIADORES As primeiras batalhas ocorreram na cidade de Roma em 264 a.C, como parte de um ritual funerário (GUARINELLO, 2007), sendo este recorrente do funeral do senador Decimus Brutus Pera. Combates raros e ligados a homenagear um morto ao sagrado. Eventos que foram denominados Munera, nome decorrente as obrigações devidas pelos herdeiros a um morto, e eram oferecidos a estes entes queridos os combates para acalmar a alma do falecido (MONTALVÃO, 2015). Eventos estes organizados pelos entes do falecido, no múnus fúnebre local onde era realizado estes eventos, e não passavam de lutas simuladas em honra a um falecido (PAUL VEYNE, 1998). Havendo um grande comparecimento da população que ao final das contas se tornava popular, sendo distribuída comida e diversão em honra ao finado. 2 Com a implantação da republica romana em 509 a.C, massificou-se os eventos focados nas batalhas de gladiadores. Batalhas agora com novas finalidades, o lucro e alienação por parte do imperador e seus submetidos. Porém, o evento ainda mantinha ligações com o místico. Tendo ainda espetáculos com temáticas e finalidades religiosas como o Lemuria e Parentalia. Eventos consagrados ao culto dos mortos. Outro evento com finalidade de homenagear o místico foi o Ludi Romani, destinado ao consagro ao templo de Júpiter (SOARES; VENTURINI, 2014). CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das fontes analisadas, observa-se que a as batalhas de gladiadores não são apenas selvageria e violência, e esta tem como sua origem o místico religioso da morte para os romanos, ficando evidente que os romanos valorizavam a religião transcrevendo traços desta em seus espetáculos. Mesmo com a massificação das batalhas após o surgimento da republica e de uma nova visão de como utilizar-se dos combates, ainda assim podemos ver traços da religião e o místico presente nestas batalhas entre gladiadores. REFERÊNCIAS GUARINELLO, N.L. Violência como espetáculo: o pão, o sangue e o circo. HISTÓRIA, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 107-114, 2007. MONTALVÃO, S. A. Jogos de Gladiador como Rito Romano: das origens religiosas como celebração popular até seu caráter de entretenimento de massa. Ciberteologia - Revista de Teologia & Cultura, v. 50, n. 11, p. 27-42. 06/2015 SOARES, T. A. B.; VENTURINI, R. L. B. GLADIADORES ROMANOS: ENTRE O MÁRMORE E A AREIA. Revista Eletrônica de Antiguidade, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p.354-365, 30 abr. 2014. VEYNE, P.M. Como se escreve a história: Foucault revoluciona a história. Brasilia: Editora versidade de Brasilia, 1998. 1 Aluno de graduação em Educação Física/UFPR. 2 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Educação Física UFPR. 3 Prof. Dr. do Departamento de Educação Física da UFPR, Prof. do Programa de Pós- graduação em Educação Física UFPR
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