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U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e C a m p i n a s F a c u l d a d e d e E d u c a ç ã o P r o g r a m a d e P ó s - G r a d u a ç ã o e m E d u c a ç ã o MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR maio/2015 2 INTRODUÇÃO O presente documento tem como objetivo apresentar o projeto de mestrado profissional em educação escolar à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas tem como marco histórico a defesa da educação pública, e em sua trajetória, a reafirma como direito de todos e dever do Estado. O quadro docente, desde a criação da Faculdade em 1972, transcende os limites da sala de aula e atua em movimentos sociais, órgãos públicos, associações especializadas, de forma coerente, pela democratização da educação de qualidade para toda a população. Nesse momento, persegue essa diretriz, visando ampliar o acesso dos profissionais da educação básica à Universidade Pública, constituindo um mestrado de caráter profissional, com vistas à transformação da realidade escolar. Para tanto, buscou construir coletivamente, com toda a comunidade acadêmica, os princípios que regeriam um programa diferenciado que, não obstante, contemplasse o rigor acadêmico e científico que marca a produção dessa Faculdade. Essas ações resultaram na constituição, em 2013, de uma comissão interna que concentrasse esforços no levantamento da legislação, de experiências em curso, de estudos etc, a fim de qualificar o debate interno e iniciar a construção de uma proposta do Programa de Mestrado Profissional em Educação Escolar. Nesse primeiro movimento, foram realizados dois seminários internos: o primeiro realizado em setembro de 2013, o qual propiciou a reflexão e a constatação acerca: da relevância da implantação de um programa de mestrado dessa natureza, posto que as demandas regional e nacional são intensas na Faculdade de Educação; da necessidade em se aprofundar a delimitação dos princípios que regerão a pós-graduação stricto sensu na modalidade em questão; e, por fim, a premência em se construir um programa de MP independente dos atuais programas de pós-graduação existentes na Faculdade de Educação (PPGE e PECIM). E, o segundo, em 2014, focalizou os projetos 3 financiados pelo Programa Fapesp Ensino Público, os quais têm sido desenvolvidos nos últimos anos por docentes do PPGE. Os debates, contudo, não lograram, naquelas oportunidades, uma definição de proposta a ser submetida, ainda em 2014, à CAPES. O movimento apontou, outrossim, para uma imprescindível maturação, por parte da comunidade acadêmica local, sobre a concepção do MP. Desta forma, novas atividades foram sendo organizadas para lograr esse objetivo, a exemplo dos encontros com coordenadores de outros programas, com vistas a compartilhar os desafios enfrentados para efetivação do MP. Assim, em 2015, esse conjunto de ações resultou em uma primeira versão do projeto que veio a ser apreciada pelo coletivo de professores e demais segmentos da Faculdade e cujas contribuições estão expressas neste documento. 1.CARACTERIZAÇÃO DA PROPOSTA 1.1. Histórico, Contextualização institucional e regional da proposta A Faculdade de Educação da UNICAMP vem acumulando em sua história ampla experiência na formação de profissionais na área de educação em nível de pós-graduação. Conta, atualmente, com dois programas de Mestrado e Doutorado, quais sejam: o em Educação (PPGE), o maior programa de pós- graduação da UNICAMP; e o em Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (PECIM). Somam-se a essas experiências sua atuação: na qualificação de quadros docentes junto às Instituições Públicas de Ensino Superior, concretizada por meio de Programas de Mestrado e Doutorado interinstitucionais (Minter/Dinter); no estabelecimento de convênios e parcerias com as redes municipais de ensino da Região e com o Governo do Estado São Paulo, consolidando-se como um importante centro de formação de professores, gestores e demais profissionais da educação, pelo oferecimento de cursos de especialização lato sensu; na atuação internacional, via o intercâmbio com instituições de ensino do exterior; na sua inserção no âmbito das pesquisas 4 voltadas à escola pública, em particular nos editais do Observatório da Educação, bem como do Edital FAPESP “Escola Pública”. 1.2. O programa de pós-graduação da Faculdade de Educação da UNICAMP (PPGE) O PPGE/FE/Unicamp teve início em agosto de 1975, três anos após a instalação da Faculdade de Educação, com o nível de Mestrado e em 1980 foi criado o curso de doutorado. Grande educadores participaram da criação e da consolidação do PPGE, tais como: Casimiro dos Reis Filho, Pedro Goergen, Newton Von Zuben, Maurício Tragtemberg, Evaldo Amaro Vieira, Luiz Antonio da Cunha, Joel Martins, Dermeval Saviani, Paulo Freire, Moacir Gadotti, Vanilda Paiva, Gilberta Januzzi, José Luiz Sigrist, José Dias Sobrinho, Joaquim Brasil Fontes, Ezequiel Theodoro da Silva, Angel Pino Sirgado, Sérgio Goldenberg, Luiz Carlos de Freitas, Milton de Almeida da Silva, Rubem Alves, entre outros que colaboraram, e ainda o fazem, no desenvolvimento da educação brasileira, em seus vários campos de conhecimento, tendo se tornado grandes referências da produção acadêmico-científica da área e, principalmente, tendo orientado e formado grande número de doutores do campo da educação brasileira. O Programa foi inicialmente credenciado pelo Conselho Federal de Educação1 tendo sido recomendado pela CAPES em todas as suas avaliações. Em 1994 o Programa contava com seis áreas de concentração e 37 linhas de pesquisa e as áreas de concentração da pós-graduação, alinhadas aos cinco departamentos, modelo que vigorou até 1997. Em 1998, atendendo recomendação da CAPES, o Programa foi reestruturado em 8 áreas temáticas. São elas: Políticas de Educação e Sistemas Educativos; Educação, Ciência e Tecnologia; História, Filosofia e Educação; Ensino, Avaliação e Formação de Professores; Desenvolvimento Humano e Educação; Educação Matemática; Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte; Educação, Sociedade e Cultura. Cada uma dessas áreas aglutinava cerca de 4 ou 5 linhas de pesquisa. As áreas temáticas e os grupos de pesquisa que compunham cada área, passaram a ser eixos estruturantes do Programa e a porta de ingresso dos novos discentes. 1 Conforme Parecer N° 307/91 e Reconhecido pela Portaria do MEC 1461/95 de 29 de novembro de 1995 5 No que tange à titulação acadêmica, entre os anos 1982 e 1992, a média era de 30 alunos titulados anualmente, saltando, na década seguinte a titular, em média, 72 alunos/ano. Ao final dos anos 1990, após mais de vinte anos de existência, o PPGE/Unicamp consolidou-se como um dos maiores programas de Pós-Graduação em Educação do Brasil, contando, em 1997, em torno de 85 docentes doutores credenciados e até esse ano defendeu 241 dissertações de mestrado e 226 teses de doutorado, sendo mais de 25% de estudantes oriundos de outros estados brasileiros, bem como provenientes de países latino- americanos. Em 2014 o número de docentes era de 125 docentes, divididos em 91 permanentes e 34 colaboradores. Nesse ano calculamos 556 discentes, sendo 227 alunos de Mestrado e 329 de doutorado, das mais variadas regiões do Brasil e do exterior. Também em 2014, as teses e dissertações defendidas somaram mais 120 que foram disponibilizadas para acesso na Biblioteca digital da Unicamp. Fazendo um balanço geral da trajetória e da contribuição da FE e do PPGE no cenário brasileiro e internacional, podemos dizer que, ao longo de seus 40 anos de existência, teve um papel de destaque no desenvolvimentodo pensamento educacional brasileiro e latino-americano, tendo contribuído para o avanço e consolidação da pesquisa no campo educacional, propondo políticas e cursos, contando com a participação de docentes de várias instâncias, em nível regional, nacional e internacional. Entre outros fatos importantes, destacam-se: a criação da Conferência Brasileira de Educação (1978-1986), um espaço de debates sobre a LDB; a publicação das seguintes Revistas: Educação & Sociedade, uma das mais importantes da área que passou a ser publicada em parceria com o Centro de Estudos de Educação e Sociedade (CEDES) que também pública o Cadernos CEDES; Pro-Posições; Zetetiké; a eletrônica ETD - Educação Temática Digital; a HISTEDBR On-line; a construção da ALB (Associação de Leitura do Brasil), fortemente articulada à FE e ao PPGE/Unicamp, que promove bienalmente o COLE (Congresso de Leitura, responsável pela publicação dos periódicos “Teoria & Prática” e “Linha Mestra”); 6 A Faculdade de Educação conta com biblioteca cujo acervo possui obras de referência, coleções raras, documentos, manuscritos e outros materiais, que atualmente agrega mais de 80.000 livros e 6.673 teses, sendo 3.124 digitalizadas. Nessa trajetória o Programa de Pós-Graduação em Educação, durante os últimos anos (2009-2013), consolidou-se como o maior Programa de Pós- Graduação da Unicamp e, certamente (junto com o PPGE da FE/USP) também como o maior da área de Educação do Brasil e da América Latina. Em síntese, é possível afirmar que o PPGE/FE alcançou significativa relevância nos cenários nacional e internacional, seja: pelo engajamento político e teórico-científico de seu corpo de pesquisadores; pela reconhecida liderança na comunidade educacional brasileira e latino-americana; e, pela relevante produção e divulgação de conhecimento na área da educação. O programa é referência para interfaces, convênios, intercâmbios e projetos conjuntos de investigação com grupos, laboratórios e instituições brasileiras, das Américas Latina e do Norte e da Europa. Resultado de inúmeras ações leva o Programa a lograr, desde 2004, a nota 5 (Muito Bom) nas avaliações da Capes. Com vistas a aperfeiçoar sua atuação, a FE realizou intenso debate interno entre os anos de 2010 a 2013, firmando uma nova arquitetura ao PPGE não mais em Áreas de Concentração alinhadas aos departamentos da FE/Unicamp, mas em 10 Linhas de Pesquisa. São elas: 1 Currículo, Avaliação e Docência 2 Educação e Ciências Sociais 3 Educação e História Cultural 4 Educação em Ciências, Matemática e Tecnologias 5 Estado, Políticas Públicas e Educação 6 Filosofia e História da Educação 7 Formação de Professores e Trabalho Docente 8 Linguagem e Arte em Educação 9 Psicologia e Educação 10 Trabalho e Educação 7 Destaque-se que desde 2014 a seleção de mestrandos e doutorandos passou a ser realizada pelas linhas de pesquisa acima mencionadas. 1.3. Programa de Pós-graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (PECIM) O programa de Pós-Graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática (PECIM) está voltado para o ensino e a formação de professores e, portanto, é gerido por quatro unidades que compartilham a gestão do Programa, quais sejam: Faculdade de Educação e os Institutos de Geociências, de Física Gleb Wataghin e de Química. Tal organização é fortemente permeada por estruturas interdisciplinares, as quais se fazem notar no processo de gestão, nos grupos de pesquisa e na estrutura curricular do programa. Esse foi um dos primeiros programas de Pós-Graduação da Unicamp criado a partir das proposições existentes no Planejamento Estratégico da Unicamp (PLANES); sendo sua criação estimulada pela Pró-Reitoria de Pós- Graduação da Unicamp. De caráter multidisciplinar, seu projeto foi integrar os professores da Unicamp que já se dedicavam e ou nutriam interesse voltado à área de Ensino de Ciências e Matemática. É importante esclarecer que o referido Programa foi avaliado pela CAPES com a nota máxima de partida (4), mesmo sendo essa realizada com base em dados referentes a dezoito meses de existência do programa. Ressalte-se que parte importante dos discentes são professores na educação básica ou no ensino superior, e concebe a sala de aula como o local de aplicação da maior parte do conhecimento desenvolvido no PECIM; sendo a experiência profissional com professores fundamental para o melhor desenvolvimento dos projetos. O PECIM é um mestrado acadêmico que articula projetos na área de Ensino próximos da Educação Básica e das Licenciaturas, tais como Futuros Cientistas; Programa Institucional de Bolsas para Iniciação à Docência (PIBID); Formação de Professores da Rede Pública de São Paulo em rede (Redefor); e um programa de especialização em Ensino de Ciências e Matemática para as séries iniciais (CECIM). 1.4. Mestrado e doutorado interinstitucionais (MINTER/DINTER) 8 Em 2012, o PPGE encerrou seu projeto de MINTER (CAPES/SETEC) - Mestrado Interinstitucional entre UNICAMP e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET, Florianópolis), cujos resultados são aqui considerados excelentes, posto que todos os 18 matriculados no curso concluíram e defenderam suas dissertações no prazo previsto. Após concluir, em 2012, o MINTER, optou-se por atuar exclusivamente com o Doutorado Interinstitucional em Educação (DINTER), resultante de convênio firmado entre o PPGE/FE/Unicamp e a UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará – Santarém, PA). Este teve início em agosto de 2012, contando com 20 candidatos aprovados. Cumpridas todas as obrigações acadêmicas como: oferta das disciplinas obrigatórias, exame de proficiência, participação em Seminário de Teses e nas Atividades Programadas de Pesquisa (APP), os doutorandos seguem preparando os trabalhos para os respectivos exames de qualificação. 1.5. Programa nacional de cooperação acadêmica (PROCAD) O PPGE/Unicamp teve dois projetos PROCAD-CAPES concluídos em 2012, tendo alguns de seus resultados publicados no ano de 2013. São eles: a) “Motivação no contexto escolar: uma proposta de investigação voltada para a Educação Básica”, foi desenvolvido pelo PPGE/Unicamp em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Educação da UEL, coordenado pela Prof.ª. Evely Boruchovitch; b) “Desenvolvimento Nacional e educação brasileira: Anísio Teixeira e o Projeto Colúmbia”, envolvendo PPG da PUC/SP, UESB UNEB, coordenado pelo Prof. José C. Lombardi. Em 2013 foi aprovado novo PROCAD para início em 2014, que o torna ainda mais relevante, pois foram aprovados apenas dois projetos nesse ano, sendo um deles o da Unicamp. Esse é coordenado pela Prof.ª Dra. Débora Jeffrey, intitula-se “As experiências pedagógicas das políticas de educação integral na Amazônia: Rede de Pesquisa e Formação Acadêmica (Unicamp – UNIR – UFOPA) ”, que se propõe a realizar levantamento das experiências 9 pedagógicas em educação integral na região Amazônica, tendo por base os Estados de Rondônia, Pará e Amazonas, bem como no Sudeste, e analisar os desdobramentos dessas experiências educacionais nestes Estados. Espera-se que com os resultados, as Universidades parceiras contribuam com o desenvolvimento da educação e a melhoria da qualidade de ensino na Região Amazônica, além de subsidiar ações no campo das políticas públicas com vistas a minimizar as disparidades regionais. Desse projeto participam 10 docentes do PPGE, incluindo alunos de Mestrado e Doutorado, o que evidencia o potencial de trabalho articulador do Programa de Pós-graduação. 1.6. Intercâmbios A Faculdade de Educação desenvolve hoje 23 projetos de intercâmbio com instituições e programas de pós-graduação do exterior. Desses 13 ocorrem por meio de convênio com instituições norte-americanas e europeiase outros 10 com as latino-americanas. No biênio 2013-2014 a Faculdade de Educação teve 16 doutorandos do programa realizando doutorado sanduíche em instituições e programas do exterior. Vale destacar que o PPGE/UNICAMP sempre contou com uma significativa participação de professores-pesquisadores externos ao programa. Em 2014, o PPGE contou com 632 participações de docentes, pesquisadores e representantes de instituições brasileiras ou internacionais. Desse total, mais de 50% eram profissionais externos à Unicamp. Dentre esses 68 professores- pesquisadores do exterior estiveram no PPGE/Unicamp, seja por visita acadêmica, intercâmbio ou missão de estudo e pesquisa ou, ainda, a convite de grupo de pesquisa. Estes são oriundos de 19 países diferentes, com a seguinte distribuição: 1 de Barbados, 1 da Bélgica, 1 da França, 1 da Índia, 1 da Rússia, 2 da Austrália, 2 de Cabo Verde, 2 do Canadá, 2 do Chile, 2 do Egito, 2 do Uruguai, 3 Alemanha, 3 da Espanha, 4 da Colômbia, 4 de Portugal, 7 da Itália, 9 da Argentina, 9 do México e 12 dos Estados Unidos. 1.7. Ensino de pós-graduação lato sensu – especialização 10 A Faculdade de Educação possui sólida e consolidada experiência na oferta de cursos de especialização (lato sensu) em parceria com as redes públicas de ensino. Dentre elas destacam-se: o convênio firmado com Secretaria Estadual de Educação oferecendo curso de especialização em Gestão Educacional para seis mil gestores entre 2005 e 2010. Tal iniciativa demandou a realização de novas ações voltadas aos municípios da Região Metropolitana de Campinas, a exemplo do Curso de Gestão Educacional destinado a 300 gestores e encerrado em 2009. Em setembro de 2009, foram formadas duas novas turmas totalizando novos 100 estudantes. A partir dessas experiências em Gestão Educacional, foram criados cinco novos cursos de especialização, oferecidos para professores das redes públicas da Região Metropolitana de Campinas, nas seguintes áreas: Educação de Jovens e Adultos (2008 a 2010, 98 alunos); Educação Infantil (2008 a 2010, 97 alunos); A Pesquisa e a Tecnologia na Formação Docente (2008 a 2010, 50 alunos); Novas Tecnologias Digitais da Educação (2008 a 2010, 55 alunos); Ensino de Ciências e Matemática (2009 a 2011, 400 alunos). Cabe destacar que entre os anos de 2009 e 2013, estiveram matriculados em 6 cursos de especialização, 1.452 estudantes/ano, tendo ingressado no mesmo período 315 novos alunos e concluído 619 estudantes em nível de pós- graduação lato sensu. O maior curso de especialização continua sendo o de GESTÃO EDUCACIONAL (CEGE), cuja edição 2009-2011 foi oferecida aos profissionais de Amparo, Cosmópolis, Hortolândia, São José do Rio Pardo, Sumaré e Várzea Paulista. Outros cursos de especialização foram igualmente desenvolvidos. São eles: a) EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS teve 90 professores matriculados, tendo 72 concluído o curso, o qual foi realizado em parceria entre a SME/Campinas e a Faculdade de Educação da UNICAMP, com início em 2008 e término em 2009. O curso, além de abrir espaços para formação contínua dos educadores, contribuiu com a mudança na estrutura dos cursos dessa modalidade nas escolas, a qual passou, a partir de 2009, a ser ofertada por meio da estrutura flexibilizada, intitulada Sistema Semimodular. 11 b) EDUCAÇÃO INFANTIL surgiu de uma demanda da SME da Prefeitura de Campinas que solicitou à Faculdade de Educação que oferecesse aos docentes e especialistas desse segmento um curso de especialização. Com duração de 2 anos, atendendo às exigências de carga horária dos cursos de pós-graduação lato sensu, inscreveram-se 95 pessoas, sendo que 70 concluíram com sucesso. O objetivo do curso foi o adensamento teórico em nível de pós-graduação e ingresso na pesquisa, via elaboração de monografia. c) CIÊNCIAS E MATEMÁTICA foi organizado o curso que formou 58 especialistas, tendo iniciado o curso 80 professores. Trata-se de um programa de formação continuada de professores de educação infantil e ensino fundamental, realizado com a parceria de sete unidades acadêmicas da UNICAMP. De modo integrado ao aprofundamento temático e conceitual, foram tratados aspectos didático-metodológicos a partir da reflexão sobre a prática dos professores-alunos. A monografia de conclusão de curso consistiu no planejamento, aplicação e avaliação de uma unidade de ensino sobre tema abordado no curso e desenvolvida com as respectivas turmas de alunos da educação infantil ou ensino fundamental dos professores-alunos. Em agosto de 2013, em nova parceria com a SME-Campinas, o curso foi novamente oferecido, agora para 40 professores da rede pública municipal, estando prevista sua conclusão em julho de 2015. As produções dos professores participantes no primeiro oferecimento do curso, por meio de suas monografias de conclusão de curso, puderam contribuir para uma melhor formação de mais de 2.000 alunos no ano de sua aplicação, em 2011. Estima-se que outros 1.200 alunos sejam alcançados pelos novos trabalhos de conclusão de curso a serem aplicados em 2015. Tais números dizem respeito ao alcance direto da formação continuada realizada pelo CECIM durante os dois anos de sua realização, em cada oferecimento. Todavia, pode-se imaginar o alcance desse programa nos anos seguintes à realização do curso, a partir da replicação dos trabalhos de conclusão de curso desenvolvidos pelos professores a outras turmas de alunos da educação infantil ou ensino fundamental, bem como por outros professores que vieram a tomar contato com essas experiências disponíveis na internet; e, d) NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA EDUCAÇÃO contaram com a matrícula de 55 professores, dos quais 38 concluíram o curso. A oferta do curso estava contextualizada dentro de um projeto internacional Capes/Brasil e 12 MEC/Espanha, que possibilitou a ida de 02 professores para a Espanha e 02 professores da Espanha ao Brasil, além de 02 doutorados-sanduíche e 01 pós- doutorado-sanduíche na Espanha. No curso contou-se com a participação de 04 professores de Universidade da Espanha, possibilitando aos alunos um contato com diversas realidades do ensino internacional. Alguns cursos sofreram descontinuidade em razão das aposentadorias não repostas. Contudo, a atual política da Universidade, iniciada em 2014, instalou um processo de recuperação do quadro docente com a reposição automática dos aposentados, o que vem permitindo maior estabilidade e planejamento de atividades dessa natureza. A política de cursos de especialização será impulsionada também com a criação do Centro de Referência em Formação de Educadores, o qual potencializará o atendimento de demandas de formação advindas das redes de ensino para seus profissionais. É importante frisar que os cursos são financiados por órgãos da administração pública, e não apresentam qualquer custo para os participantes que neles aprimoram seus conhecimentos e práticas docentes e de gestão educacional. Os professores do PPGE têm sido cada vez mais solicitados a participar e colaborar em diferentes atividades de docência em nível da PG quer em cursos regulares, ou em cursos de especialização e ou programas especiais, como Minter e Dinter. Embora sejam programas de Mestrado e Doutorado Interinstitucional que pertencem a uma política maior tanto da Faculdade de Educação, da Unicamp e do Ministério da Educação, podemos incluí-los aqui, uma vez que são desenvolvidos com adesão voluntária dos docentes da FE/Unicamp visando contribuir com a melhoria da qualidade da educação superior brasileira. Nosso Programa de Pós-Graduação em Educação contou também, em 2013 e 2014, com 8 projetos do Edital OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO. Os projetos relativos a esse Edital têm como intenção estimular estudos sobre temas como a avaliação educacional, fluxo escolar, educação, informática aplicadaà educação, ensino de jovens e adultos, financiamento da educação e educação e demografia, além da formação de pesquisadores e investigadores. Os pesquisadores que participam desses projetos são docentes do Programa, 13 professores da educação básica, alunos de graduação e de PG e, assim, além de trabalhar as temáticas escolhidas, proporciona condições de formação de pesquisadores para além da academia. Os projetos do PPGE que estão em desenvolvimento têm como temáticas: formação de professores; avaliação institucional no ensino fundamental; diagnóstico da qualidade de ensino na educação de jovens e adultos; a aprendizagem com auxílio da informática; educação superior; a qualidade da escola pública; experiências inovadoras na escola pública e ensino de matemática. Além disso, cabe destacar o desenvolvimento de projetos e programas de formação continuada de professores da rede, mediante colaboração e investigação com professores escolares. Este é o caso de Grupo de Sábado (GDS) que tem por objetivo promover o desenvolvimento profissional de professores de matemática e a melhoria de seu ensino mediante um trabalho colaborativo e investigativo de professores que ensinam matemática sobre suas práticas de ensinar e aprender matemática nas escolas. Esse grupo de Professores de Matemática, que reúne em média 15 professores, é coordenado pelos professores do PPGE/Unicamp - Dario Fiorentini e Dione Lucchesi de Carvalho - e reúne-se, na Unicamp, aos sábados, em média duas vezes por mês. Este Grupo possui 15 anos de existência e, ao longo desse período, tem produzido 5 livros e mais de cinco dezenas de artigos, capítulos de livro e trabalhos em anais de Congresso. Os programas PIBIC, os projetos do OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO, e os projetos colaborativos entre Universidade e escola, envolvendo uma relação dialógica entre formadores-pesquisadores da universidade, professores da escola básica e futuros professores, têm sido uma via de mão dupla, pois todos esses três segmentos aprendem conjuntamente como transformar as práticas de ensinar e aprender na escola básica e a como formar melhores professores, mediante uma prática de estudo e pesquisa. Havia, em 2013, em torno de 18 projetos de pesquisa dessa natureza, em desenvolvimento no PPGE/Unicamp. A Faculdade de Educação dá continuidade às ações de formação, também oferecendo cursos de extensão. Em 2013, foram realizados 24 cursos de extensão sob a responsabilidade de professores e pós-graduandos do PPGE/Unicamp e envolveu a participação de mais de 800 professores da rede 14 escolar da Região de Campinas. Em 2014, houve 14 cursos de extensão e especialização lato sensu e reunindo 615 alunos, configurando, portanto, grande importância quanto ao quesito de inserção social. Consoante ao Decreto 6775, de 29 de janeiro de 2009, que institui a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, compreende-se que a FE/Unicamp vem, ao longo de sua história, contribuindo com as redes públicas de ensino para a formação de professores. Em razão dessa atuação destacada que o PPGE/Unicamp, em 2013, começou a debater a possibilidade de oferecimento de Mestrado Profissional, visando proporcionar, exclusivamente, a formação profissional dos professores e gestores que atuam na educação básica, o qual passa-se a ser apresentado. 15 2. PROPOSTA DO MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO ESCOLAR O Mestrado Profissional, doravante denominado MP, é destinado aos profissionais da Educação Básica, preferencialmente pública, cujo anseio é permanecer nesse nível de ensino e buscam enriquecer sua atividade profissional, por meio de estudos e pesquisas. Conforme documento emitido pelo atual Ministro da Educação, Prof. Renato Janine Ribeiro2, é imperativo que o MP atinja profissionais que: “(1) conheçam por experiência própria o que é pesquisar, (2) saibam onde localizar, no futuro, a pesquisa que interesse a sua profissão, (3) aprendam como incluir a pesquisa existente e a futura no seu trabalho profissional”. E, segundo o documento, por essas razões o MP não pode ser compreendido por um mestrado facilitado.3 A presente proposta coaduna com esses princípios, posto que considera que essa formação não pode ser compreendida como de menor relevância, uma vez que visa transformar diretamente a realidade da educação pública. Entende-se, na presente proposta, que esses profissionais por atuarem na prática escolar, já possuem um conhecimento acumulado que, no entanto, pode e deve ser enriquecido por um processo de formação sistemático em nível de mestrado que permita sua problematização e ressignificação. Nesse processo de formação, o MP pode se constituir como espaço de compreensão dos problemas e desafios do trabalho escolar e de reflexão sobre as possíveis transformações das práticas de gestão e de ensino na educação básica. O Programa de Mestrado Profissional em Educação Escolar aqui proposto, constitui-se como uma modalidade de formação profissional e continuada voltada aos profissionais da Educação. Trata-se de uma modalidade de formação em nível de pós-graduação stricto sensu, composta por estudos, 2 Na época, Diretor de avaliação da CAPES. 3 Documento disponível em https://www.capes.gov.br/images/stories/download/artigos/Artigo_30_08_07.pdf. Acesso em 26.mai.2015 http://www.capes.gov.br/images/stories/download/artigos/Artigo_30_08_07.pdf http://www.capes.gov.br/images/stories/download/artigos/Artigo_30_08_07.pdf http://www.capes.gov.br/images/stories/download/artigos/Artigo_30_08_07.pdf http://www.capes.gov.br/images/stories/download/artigos/Artigo_30_08_07.pdf 16 trabalhos e atividades de pesquisa aplicadas à prática profissional. E assume características próprias à medida que se diferencia: a) dos cursos de extensão lato sensu, cujas particularidades estão previstas na Lei de Diretrizes e Bases (9394/1996) e apontam que esses devem ser abertos “à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição;” A Unicamp regula4 e prevê que os cursos de especialização, são voltados aos graduados, contam com carga horária mínima de 360 horas-aula, e tem como objetivo proporcionar especialização “em setores restritos das atividades acadêmicas e profissionais. Pondera- se, com base na análise das normas internas à Unicamp que a despeito de basear-se na LDB não atendem à Resolução CES/CNE nº 01 de 08/06/2007 e podem não ser reconhecidos, pelo setor público, como meio de promoção na carreira. b) Do mestrado acadêmico, que conforme indicação da CAPES é voltado essencialmente à formação para a carreira acadêmica, conforme previsto na LDBEn de 1996 e do PNE de 2014. Essa possibilidade de transmutação da própria prática, pondera-se, não ocorre pela adoção pura e simples de novas metodologias e ou propostas elaboradas pela universidade, por melhor fundamentadas que sejam em teorias ou em pesquisas científicas, mas pela construção conjunta, ou negociada colaborativamente, entre universidade e escola ou entre formadores/pesquisadores da universidade e professores/pesquisadores da escola. Nessa troca de conhecimentos entre grupos profissionais diferentes, os participantes (formadores da universidade e professores da escola) mobilizam ou trazem ao debate coletivo o acúmulo teórico e empírico conquistado em suas 4 Regulados pelas deliberações CEPE A 04/03, CEPE A 06/04 e CEPE A 08/05. Disponível em http://www.extecamp.unicamp.br/cursos.asp. Acesso em 26.mai.2015. http://www.extecamp.unicamp.br/cursos.asp 17 trajetórias pessoais e acadêmicas. O desafio colocado aos participantes do MP é a articulaçãoentre entre as esferas, por meio da pesquisa e da transformação da prática profissional. Nesse sentido, a comunidade acadêmica da FE/Unicamp, defende o 5º princípio da carta produzida pelo FORPRED5, em 08/12/2012, sobre Mestrado Profissional na Área de Educação que considera a formação ensejada nesse programa conceda ênfase na pesquisa das práticas educativas e que apresente como resultado uma dissertação " fundamentada em pesquisa, cujo objeto de estudo, ou campo de análise, coloque ênfase nas práticas profissionais (de gestores ou professores da escola básica)”. Para tanto, concebe-se na Faculdade de Educação da Unicamp, uma proposta de Mestrado Profissional que valorize o debate teórico, pois esse ilumina a compreensão da realidade, a qual será objeto de estudo, e que contemple rigor idêntico ao apresentado no Mestrado Acadêmico. A dimensão da experiência é, assim, foco das análises e visa enriquecer e aportar novas reflexões à prática dos profissionais da educação em serviço. Compreende-se, portanto, que o MP aqui proposto, deve privilegiar, no processo formativo, as práticas escolares e pedagógicas na educação básica e a atuação dos profissionais no âmbito das políticas públicas educacionais fundamentalmente na gestão, no planejamento e na avaliação das escolas e sistemas de ensino. Com base nesses princípios foram estabelecidos os seguintes objetivos: 2.1. Objetivos Aprimorar a formação dos professores e gestores da Educação Básica, preferencialmente das redes públicas de ensino; Privilegiar a produção acadêmica (pesquisa aplicada) direcionada à organização do trabalho didático, aos conteúdos e aos processos pedagógicos, de gestão, das políticas públicas para potencializar e transformar os saberes e as práticas escolares; e, 5 Cf. DOCUMENTO DO FORPRED: RELATÓRIO DAS CONDIÇÕES E PERSPECTIVAS DOS MESTRADOS PROFISSIONAIS NA ÁREA DE EDUCAÇÃO - Goiânia, 29 de setembro de 2013. 18 Formar profissionais em sua área específica de trabalho, em bases teóricas e práticas da gestão, da aprendizagem, do ensino, da cultura escolar, da inclusão na escola, das tecnologias educacionais ativas e criativas etc.; Estimular a formação de mestres profissionais habilitados para desenvolver atividades e trabalhos técnico-científicos em temas de interesse público para a educação escolar. 2.2. Público-alvo Professores e gestores, preferencialmente, das redes públicas de ensino, de todos os níveis, que trabalhem em espaços formais de ensino - escolas. 2.3. Estrutura do curso de Mestrado Profissional O Mestrado Profissional é compreendido como uma modalidade distinta do Mestrado Acadêmico, por contemplar uma perspectiva pedagógica que enfatiza e prioriza a formação técnico-profissional para o aprimoramento dos conhecimentos adquiridos na graduação somados aos advindos da prática profissional. Tem como principal característica da identidade distintiva do PPGE- UNICAMP, o foco exclusivo na formação do profissional-educador-pesquisador para atuar nas instituições escolares. E é nessa direção que o estudante deverá desenvolver sua dissertação, na qual articule a teoria, o objeto de estudo e sua aplicação profissional relativa a uma das linhas de pesquisa na qual esteja vinculado. A saber: 1) política, planejamento, gestão e avaliação da educação básica e; 2) Práticas Pedagógicas na Educação Básica, as quais serão descritas adiante. Pretende-se, com o programa, a formação dos profissionais da educação básica para uma atuação transformadora dos procedimentos inscritos na prática profissional, via reflexão sobre a experiência, a prática profissional e a incorporação dos procedimentos científicos dedicados ao estudo da política, 19 planejamento, gestão e avaliação e das práticas pedagógicas na educação Básica. O Programa de Mestrado em Educação Escolar da Faculdade de Educação da UNICAMP conflui, em seus objetivos com a Portaria Normativa 17 ,do Ministério da Educação, de 28 de dezembro de 2009: I - a capacitação de pessoal para a prática profissional avançada e transformadora de procedimentos e processos aplicados, por meio da incorporação do método científico, habilitando o profissional para atuar em atividades técnico- científicas e de inovação; II - a formação de profissionais qualificados pela apropriação e aplicação do conhecimento embasado no rigor metodológico e nos fundamentos científicos; III - a incorporação e atualização permanentes dos avanços da ciência e das tecnologias, bem como a capacitação para aplicar os mesmos, tendo como foco a gestão, a produção técnico-científica na pesquisa aplicada e a proposição de inovações e aperfeiçoamentos tecnológicos para a solução de problemas específicos (2009, s/p). 6 No propósito de viabilizar esses princípios e objetivos propõe-se, além de disciplinas obrigatórias e eletivas que se reportam às práticas profissionais, oficinas pedagógicas cuja finalidade é promover a articulação entre os conhecimentos, objeto de estudo e as práticas profissionais. Tais princípios, norteiam a estruturação do curso o qual terá duração de 24 meses, com carga horária de 360 horas, sendo assim distribuídas: a) Disciplinas A carga horária do MP no que tange às disciplinas é composta mediante realização de atividades obrigatórias, que totalizam 360 horas-aula. Os estudantes participarão, obrigatoriamente de todas as disciplinas, sendo que: uma será de Metodologia do trabalho acadêmico, outra do Catálogo Geral de Disciplinas do MP e duas delas poderão ser escolhidas pelo aluno, de acordo com a oferta na Linha, daí ser eletiva. Nas Linhas deverão ser oferecidos também dois módulos de oficinas pedagógicas (I e II) , versando sobre a 6 Publicação no Diário Oficial da Portaria disponível em https://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/PortariaNormativa_17MP.pdf. Acesso em 26.mai.2015 http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/PortariaNormativa_17MP.pdf http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/PortariaNormativa_17MP.pdf http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/PortariaNormativa_17MP.pdf 20 construção e desenvolvimento dos projetos nas escolas. Para o desenvolvimento da dissertação do mestrado profissional, mais 120 horas destinadas à realização da pesquisa empírica, bem como à elaboração do texto final. A totalização de créditos soma 24. Créditos Disciplina Carga horária 03 Metodologia do trabalho acadêmico 45h 03 Oferecida no catálogo geral do curso de MP 45h 06 02 disciplinas, oferecidas na linha de pesquisa do aluno 90h 04 Oficina Pedagógica I (30h) e Oficina Pedagógica II (30h). 60h 04 Desenvolvimento e escrita da dissertação I (60h) Desenvolvimento e escrita da 60 04 Desenvolvimento e escrita da dissertação II 60 24 Total 360 horas 2.4. Área de concentração: Educação Escolar O programa é composto por 2 Linhas de Pesquisa. Uma, destinada aos estudos relativos à política, planejamento gestão e avaliação da educação básica; e, outra, dedicada às análises acerca das práticas pedagógicas na educação básica. As quais são especificadas a seguir. Linha 1. Política, planejamento, gestão e avaliação da educação básica Ementa Objetiva analisar a política e a gestão da educação básica considerando o contexto nacional, regional e local no qual essas se desenvolvem. Neste sentido, são aspectos privilegiados de investigação as ações referentes à política, planejamento, financiamento, avaliação, legislação e gestão da educação em seus diferentes níveis e etapas (educação infantil, ensino fundamental e ensino 21 médio), modalidades de ensino (educação de jovens e adultos, educação a distancia e educação profissional).Objetivos 1. Aprimorar os conhecimentos dos profissionais da educação na área de gestão em instituições da educação básica; 2. Permitir aos profissionais da educação a: análise, investigação e reflexão sobre a atuação do gestor educacional, por meio da articulação entre referenciais teóricos e práticas educacionais; 3. Possibilitar aos profissionais da educação o desenvolvimento de propostas alternativas e intervenção no trato de questões políticas, administrativas e de gestão no contexto escolar. Justificativa Compreendendo que o papel do gestor educacional envolve aspectos políticos, administrativos e pedagógicos, novas questões educacionais se configuram no cotidiano escolar, demandando a configuração de práticas e atuação profissional igualmente diferenciadas. A legislação educacional em vigência no Brasil, com destaque à Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 9.394/96, o Fundo Nacional da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB – Lei n. 11.944/2007- o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei n.13.005/2014 têm enfatizado a gestão escolar democrática, como forma de organização obrigatória às instituições educacionais públicas de nível básico, ressaltando, deste modo a necessidade de redefinição das atribuições, práticas e construção da identidade profissional do gestor educacional. Organizar o espaço escolar e suas atividades deixam de ser trabalho exclusivo do "diretor"/"administrador", pois este processo deverá envolver a comunidade escolar por meio da realização e legitimidade de um processo colegiado e participativo, configurado pelo princípio da gestão democrática. Diante deste contexto educacional, a Linha Política, Planejamento, Gestão e Avaliação da Educação Básica visa contribuir na formação de profissionais da educação, em particular no Mestrado Profissional 22 em Educação Escolar, com o intuito de contribuir para a análise, a investigação e as práticas educativas nas áreas da política e gestão educacional, em instituições de educação básica. Eixos temáticos e ementas: Linha 1 Política, planejamento, gestão e avaliação da educação básica Eixo 1. Avaliação Educacional Promover análises voltadas à avaliação educacional, contemplando as aplicadas em larga escala, as externas, bem como as institucionais, as quais são definidas pela política pública e aplicadas nos sistemas educacionais. A identificação das tendências internacionais e nacionais que orientam essas práticas é igualmente considerada, na medida em que interessa averiguar o grau de aproximação com a realidade local que elas conferem. Eixo 2. Financiamento da Educação Básica Visa abarcar as formas de financiamento previstas legalmente, bem como as relativas à privatização adotadas pelos poderes municipais, estaduais ou federais. A despeito das conquistas relativas ao direito à educação obtidas na Constituição Federal de 1988 e com a Emenda Constitucional n°59 de 2009, as questões relativas ao financiamento merecem estudos específicos, posto que a ampliação do direito não foi acompanhada de medidas de financiamento para lograr a qualidade de ensino. Eixo 3. Planejamento Educacional Privilegiam-se nas análises voltadas ao planejamento educacional aquelas vinculadas ao Plano Nacional de Educação, suas proposições e caminhos para sua materialização nas esferas públicas. A recuperação histórica auxilia a compreensão da construção dos planos, posto que permite avaliar a efetiva passagem do modelo tecnicista para o político. As formas de participação se configuram, igualmente, como um subtema importante no presente eixo temático, visando apreender a efetividade das concepções políticas em curso. 23 Eixo 4. Política da Educação Básica Contempla-se no presente eixo temático a investigação da política educacional para além dos marcos legais que a constituem, mas aquela também voltada à análise crítica de suas definições e práticas que configuram a educação em diferentes contextos. Eixo 5. Trabalho, Saúde e Subjetividade Considera-se, nesse eixo temático, a estreita relação entre a política educacional, a gestão, o trabalho, a saúde e a constituição da identidade dos profissionais da educação. Eixo 6. Gestão Educacional Objetiva-se promover os estudos e pesquisas em gestão educacional que em razão de seu amplo espectro abrange uma multiplicidade de análises que situam as opções políticas que orientam o sistema educacional tanto do ponto de vista regulatório, bem como as relativas às ações dos envolvidos nesse processo. I. Disciplinas obrigatórias: Linha 1 Política, planejamento, gestão e avaliação da educação básica Avaliação Educacional Créditos: 03 Carga horária: 45h Ementa: A escola, do ponto de vista de sua organização e do trabalho pedagógico; insere a avaliação neste contexto e discute a função ideológica da escola e dos processos de avaliação. São examinados os vários níveis de avaliação – em sala de aula, institucional e de redes de ensino. Discutem-se novas abordagens e práticas para o trabalho pedagógico que permitam visualizar novas formas de avaliação. 24 Biblografia: HOWLETT, M. 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Fundamentos da Gestão Educacional Créditos: 03 Carga horária: 45h Ementa: Estudo e discussão dos fundamentos da gestão educacional, conceitos , aspectos teóricos e históricos. As funções administrativas e pedagógicas que envolvem a gestão educacional: planejamento, financiamento, projeto pedagógico e organização escolar. Condições de trabalho no contexto educacional. A prática gestora e a organização escolar. Bibliografia: BORGES, Z. P.; GIUBILEI, S.; GANZELI, P.; OLIVEIRA, C. (orgs). Conselhos Municipais de Educação: um estudo na Região Metropolitana de Campinas. Campinas: SP, Alínea, 2006; 25 . Política e Educação: análise de uma perspectiva partidária. Campinas: SP, FAEP/UNICAMP & Hortograff Editora, 2002. 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Estudo e discussão do impacto da política educacional e legislação que a embasa na atuação do gestor educacional na organização e funcionamento das instituições de ensino. Bibliografia: ABREU, Mariza, Organização da Educação Nacional na Constituição e na LDB, Ijuí, RGS, UNIJUÍ, 1998. 26 AGUILAR, L.E., Estado Desertor: Brasil Argentina nos anos de 1982-1992, Campinas, SP, FE/Unicamp, R. Vieira, 2000. BOBBIO, Norberto, O futuro da democracia, (trad. De Marco Aurélio Nogueira), São Paulo, Paz e Terra, 2000. BORGES, Zacarias P., Política e Educação, análise de uma perspectiva partidária, Campinas/SP, FAEP/Unicamp, Hortograff, 2002. BOTH, Ivo J. Municipalização da educação: uma contribuição para um novo paradigma de gestão do ensino fundamental, Campinas, SP, Papirus, 1997. BRASIL Decreto 6.094 de 24 de abril de 2007. “Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica.” BRASIL, Emenda Constitucional nº 53, Dá nova redação aos arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, de 20 de dezembro de 2006. BRASIL, Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação BRASIL, Lei 9424/96 – Estabelece o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério. BRASIL, Lei 10.172/01 – Aprova o Plano Nacional de Educação. BRASIL, Lei 11.494 - Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, de que trata o art. 60 Atos das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei nº 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências, de 20 de junho de 2007. BRASIL, Constituição da República Federativa do, 1988 (versão atualizada na área educacional) BRASIL Plano Decenal De Educação Para Todos Brasília/MEC, 1993 BRASIL, Plano de Desenvolvimento da Educação. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=593&Itemid=9 10&sistemas=1, capturado em 5 de março de 2009. BRUNO, Lúcia. “Poder e administração no capitalismo contemporâneo” In OLIVEIRA, Dalida Andrade (org.), Gestão Democrática da Educação, Petrópolis, Vozes, 1997. BRZEZINSKI, Iria (Org.) 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La implementación de las políticas México: Grupo Editoriam Miguel Angel Porrua, 1996 ED 100 Teoria das Organizações Créditos: 03 Carga horária: 45h Ementa: A organização educacional comporta uma divisão de trabalho no seu interior e consequentemente na estrutura de poder derivada. Ante seu público interno e externo necessita tal estrutura legitimar-se através de um discurso. Bibliografia: DEJOURS, Christophe. A banalização da injustiça social. 4ª 30R. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001. ENRIQUEZ, Eugène. (1975). Imaginário Social, Recalcamento e Repressão nas Organizações. Revista Ciência Brasileira, R. Janeiro, 1975. FREITAS, L. C. Políticas de avaliação no Estado de São Paulo: o controle do professor como ocultação do descaso. Educação e Cidadania, v.8, n.1, 2009. GAULEJAC, Vincent. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. Aparecida: Idéias & Letras. 2007. HABERMAS, Jürgen. Teoria de la ación comunicativa. 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Destacam- se as relações entre planejamento educacional de níveis macro e micro bem como sua correta articulação e valorização instrumental para a gestão da educação. O conhecimento e análise crítica das tendências no universo da planificação e da gestão da educação constitui o princípio norteador das práticas educacionais de planificar e gerenciar a educação. Bibliografia: ABRUCIO, Fernando Luiz “A dinâmica federativa da educação brasileira: diagnóstico e propostas de aperfeiçoamento” In OLIVEIRA, Romualdo Portela de e Santana WAGNER (orgs.) Educação e federalismo no Brasil: combater as desigualdades, garantir a diversidade Brasília: UNESCO, 2010 link: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001873/187336por.pdf ARAÚJO, Gilda Cardoso de “Constituição, Federação e Propostas para o novo Plano Nacional de Educação: análise das propostas de organização nacional da educação brasileira a partir do regime de colaboração” In Revista Educação e Sociedade, Campinas, v. 31, n.112, jul.-set. 2010. 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