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LEI MARIA DA PENHA (LEI N. 11.34006)

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Autor(a): Fadja Fróes 
Assunto: Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) 
Caio dos santos Dias - diascaio41@gmail.com - IP: 170.78.22.246
 
 
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SUMÁRIO 
LEI MARIA DA PENHA (LEI Nº 11.340/06) ......................................................................... 3 
 
 
 
 
 
 
 
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1. LEI MARIA DA PENHA 
 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
O Brasil é signatário de duas Convenções Internacionais que o obriga a criar mecanismos 
legislativos ou políticas públicas voltadas para mulheres vítimas de violência. 
 
▪ Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de discriminação contra a 
mulher – CEDAW (1979) 
O Brasil se obriga a reprimir em seu território a Discriminação contra a mulher. Tal 
Convenção passa a fazer parte do Ordenamento Jurídico em 1994 por meio do Decreto 26/1994 
com reservas, e com o Decreto n. 4.377/2002 sem reservas. A questão da violência doméstica não 
era tratata em tal dispositivo. 
 
▪ Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra 
a Mulher (1994) 
Convenção de Belém do Pará. Primeira vez que a violência contra a Mulher é objeto de 
atenção. Tal Convenção traz a definição de violência contra a mulher. Assim, a violência contra a 
mulher passa a ser considerada como uma forma de violação de Direitos Humanos. 
 
Capítulo 1 
Definição e Âmbito de Aplicação 
Artigo 1 
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher 
qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou 
sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública 
como na esfera privada. 
Artigo 2 
Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual 
e psicológica. 
a) ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação 
interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua 
residência, incluindo-se, entre outras turmas, o estupro, maus-tratos e abuso 
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sexual; 
b) ocorrida na comunidade e comedida por qualquer pessoa, incluindo, entre 
outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, 
prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem 
como em instituições educacionais, serviços de saúde ou qualquer outro local; 
e 
c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra. 
 
Essas duas Convenções fazem parte do Sistema Regional de Proteção dos Direitos 
Humanos. 
HISTÓRIA: LEI MARIA DA PENHA 
 
Maria da Penha Maia Fernandes é farmacêutica bioquímica. No ano de 1983 foi vítima de 
dupla tentativa de feminicídio por parte de Marco Antonio Heredia Viveros, seu marido na época. 
Primeiro, ele deu um tiro em suas costas enquanto ela dormia. Como resultado dessa agressão, 
Maria da Penha ficou paraplégica devido a lesões irreversíveis na terceira e quarta vértebras 
torácicas, laceração na dura-máter e destruição de um terço da medula à esquerda – constam-se 
ainda outras complicações físicas e traumas psicológicos. 
No entanto, Marco Antonio declarou à polícia que tudo não havia passado de uma tentativa 
de assalto, versão que foi posteriormente desmentida pela perícia. Quatro meses depois, quando 
Maria da Penha voltou para casa – após duas cirurgias, internações e tratamentos –, ele a manteve 
em cárcere privado durante 15 dias e tentou eletrocutá-la durante o banho. 
O primeiro julgamento de Marco Antonio aconteceu somente em 1991, ou seja, oito anos 
após o crime. O agressor foi sentenciado a 15 anos de prisão, mas, devido a recursos solicitados 
pela defesa, saiu do fórum em liberdade. 
O segundo julgamento só foi realizado em 1996, no qual o seu ex-marido foi condenado a 
10 anos e 6 meses de prisão. Contudo, sob a alegação de irregularidades processuais por parte 
dos advogados de defesa, mais uma vez a sentença não foi cumprida. 
O ano de 1998 foi muito importante para o caso, que ganhou uma dimensão internacional. 
Maria da Penha, o Centro para a Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-
americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM) denunciaram o caso para 
a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos 
(CIDH/OEA). 
Mesmo diante de um litígio internacional, o qual trazia uma questão grave de violação de 
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direitos humanos e deveres protegidos por documentos que o próprio Estado assinou (Convenção 
Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica; Declaração Americana 
dos Direitos e Deveres do Homem; Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a 
Violência contra a Mulher – Convenção de Belém do Pará; Convenção sobre a Eliminação do 
Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher), o Estado brasileiro permaneceu omisso e 
não se pronunciou em nenhum momento durante o processo. 
Então, em 2001 e após receber quatro ofícios da CIDH/OEA (1998 a 2001) − silenciando 
diante das denúncias −, o Estado foi responsabilizado por negligência, omissão e tolerância em 
relação à violência doméstica praticada contra as mulheres brasileiras. 
A história de Maria da Penha significava mais do que um caso isolado: era um exemplo do 
que acontecia no Brasil sistematicamente sem que os agressores fossem punidos. 
Foi assim que a comissão interamericana de direitos humanos deu as seguintes 
recomendações ao estado brasileiro: 
1. Completar, rápida e efetivamente, o processamento penal do responsável da agressão 
e tentativa de homicídio em prejuízo da Senhora Maria da Penha Maia Fernandes. 
2. Proceder a uma investigação séria, imparcial e exaustiva a fim de determinar a 
responsabilidade pelas irregularidades e atrasos injustificados que impediram o 
processamento rápido e efetivo do responsável, bem como tomar as medidas 
administrativas, legislativas e judiciárias correspondentes. 
3. Adotar, sem prejuízo das ações que possam ser instauradas contra o responsável civil 
da agressão, as medidas necessárias para que o Estado assegure à vítima adequada 
reparação simbólica e material pelas violações aqui estabelecidas, particularmente por 
sua falha em oferecer um recurso rápido e efetivo; por manter o caso na impunidade por 
mais de quinze anos; e por impedir com esse atraso a possibilidade oportuna de ação 
de reparação e indenização civil. 
4. Prosseguir e intensificar o processo de reforma que evite a tolerância estatal e o 
tratamento discriminatório com respeito à violência doméstica contra mulheres no Brasil. A 
Comissão recomenda particularmente o seguinte: 
a) Medidas de capacitação e sensibilização dos funcionários judiciais e policiais 
especializados para que compreendam a importância de não tolerar a violência doméstica. 
b) Simplificar os procedimentos judiciais penais a fim de que possa ser reduzido o tempo 
processual, sem afetar os direitos e garantias de devido processo. 
c) O estabelecimento de formas alternativas às judiciais, rápidas e efetivas de solução de 
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conflitos intrafamiliares, bem como de sensibilização com respeito à sua gravidade e às 
consequências penais que gera. 
d) Multiplicar o número de delegacias policiais especiais para a defesa dos direitos da 
mulher e dotá-las dos recursos especiais necessários à efetiva tramitação e investigação de todas 
as denúncias de violência doméstica, bem como prestar apoio ao Ministério Público na preparação 
de seus informes judiciais. 
e) Incluir em seus planos pedagógicos unidades curriculares destinadas à compreensão da 
importância do respeito à mulher e a seus direitos reconhecidos na Convenção de Belémdo Pará, 
bem como ao manejo dos conflitos intrafamiliares. 
 
COMO SURGIU A LEI 
 
Conforme se verificou, era preciso tratar o caso de Maria da Penha como uma violência 
contra a mulher em razão do seu gênero, ou seja, o fato de ser mulher reforça não só o padrão 
recorrente desse tipo de violência mas também acentua a impunidade dos agressores. 
Diante da falta de medidas legais e ações efetivas, como acesso à justiça, proteção e 
garantia de direitos humanos a essas vítimas, em 2002 foi formado um Consórcio de ONGs 
Feministas para a elaboração de uma lei de combate à violência doméstica e familiar contra a 
mulher: 
Após muitos debates com o Legislativo, o Executivo e a sociedade, o Projeto de Lei n. 
4.559/2004 da Câmara dos Deputados chegou ao Senado Federal (Projeto de Lei de Câmara n. 
37/2006) e foi aprovado por unanimidade em ambas as Casas. 
Assim, em 7 de agosto de 2006, o então presidente Luiz Inácio Lula Da Silva sancionou a 
lei n. 11.340, mais conhecida como Lei Maria Da Penha. 
Considerando que uma das recomendações da CIDH foi reparar Maria da Penha tanto 
material quanto simbolicamente, o Estado do Ceará pagou a ela uma indenização e o Governo 
Federal batizou a lei com o seu nome como reconhecimento de sua luta contra as violações dos 
direitos humanos das mulheres. 
FONTE: https://www.institutomariadapenha.org.br/ 
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▪ PREMISSAS DA LEI MARIA DA PENHA 
a) Criar mecanismos para coibir e punir a violência doméstica; 
b) Dispor sobre a criação de juizados voltados para a violência doméstica contra a 
mulher; 
c) Estabelecer medidas de assistência e proteção à mulher 
 
▪ ASPECTOS BÁSICOS 
As disposições preliminares da Lei trata dos seguintes aspectos: 
Art. 1º - Objetivos do diploma legal; 
Arts. 2° e 3° - Direitos Assegurados à mulher; 
Art. 4º - Forma correta de interpretação da Lei. 
 
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica 
e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição 
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência 
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar 
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela 
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de 
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e 
familiar. 
 
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação 
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos 
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as 
oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde 
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. 
 
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo 
dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A78
 
 
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à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, 
à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. 
 
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos 
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no 
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
 
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições 
necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput. 
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela 
se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em 
situação de violência doméstica e familiar. 
 
▪ CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 
 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra 
a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, 
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015) 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por 
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, 
por afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das 
formas de violação dos direitos humanos. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp150.htm#art27vii
 
 
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▪ ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL 
Artigos 11 e seguintes da Lei Maria da Penha. 
Autoridade Policial: Delegado de Polícia. 
“DEVERÁ” → Ordem Legal 
Rol exemplificativo, ou seja, a lei não esgota todas as possibilidades. 
Medidas para prestar assistência imediata, com o objetivo de resguardar a mulher em 
situação de vulnerabilidade. 
 
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e 
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências: 
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato 
ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; 
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto 
Médico Legal; 
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo 
ou local seguro, quando houver risco de vida; 
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de 
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; 
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços 
disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento 
perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de 
anulação de casamento ou de dissolução de união estável. (Redação dada 
pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
- Medidas Formais 
Medidas que devem ser tomadas pela autoridade policial para o regular andamento da 
persecução penal. 
Previstas no art. 12. 
 
Representação: instrumento na qual a ofendida dará autorização para que haja a 
deflagração da persecução penal. É condição de procedibilidade das ações penas públicas 
condicionadas à representação. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
 
 
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§ 1° - Medidas Protetivas solicitadas pela ofendida 
§ 3° - Flexibilização dos meios de prova 
 Com o objetivo de tornar mais célere a apuração dos fatos sob tutela da Lei n. 
11.340/06, o legislador previu a possibilidade de que laudos ou prontuários médicos fornecidos por 
hospitais e postos de saúde sejam utilizados como meio de prova. 
 
**Inovação Legislativa Lei 14.188/2021 altera a redação do art. 12-C da LMP: Criminaliza a 
violência psicológica contra a mulher. 
 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, 
os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Códigode 
Processo Penal: 
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a 
termo, se apresentada; 
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de 
suas circunstâncias; 
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao 
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de 
urgência; 
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e 
requisitar outros exames periciais necessários; 
V - ouvir o agressor e as testemunhas; 
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou 
registro de outras ocorrências policiais contra ele; 
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo 
e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como 
notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou 
da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 
(Estatuto do Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) 
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério 
Público. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13880.htm#art1
 
 
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§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e 
deverá conter: 
I - qualificação da ofendida e do agressor; 
II - nome e idade dos dependentes; 
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela 
ofendida. 
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e 
se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência 
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019) 
 
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o 
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse 
da ofendida. 
 
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos 
fornecidos por hospitais e postos de saúde. 
 
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e 
planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, 
darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias 
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos 
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a 
investigação das violências graves contra a mulher. 
 
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à 
defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus 
dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à 
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente 
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Redação 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13836.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13505.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art5
 
 
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dada pela Lei nº 14.188, de 2021) 
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; 
ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver 
delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 
13.827, de 2019) 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será 
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual 
prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar 
ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 
13.827, de 2019) 
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da 
medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao 
preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
▪ COMPETÊNCIA 
Artigos 14 e 15. 
Esfera criminal: art. 14. 
Esfera Cível: art. 15. 
 
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos 
da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados 
pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o 
processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, 
conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução 
de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13827.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
 
 
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contra a Mulher a pretensão relacionada à partilha de bens. (Incluído pela 
Lei nº 13.894, de 2019) 
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento 
da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência 
no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis 
regidos por esta Lei, o Juizado: 
I - do seu domicílio ou de sua residência; 
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; 
III - do domicílio do agressor. 
 
- ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL 
Artigos 11 e seguintes da Lei Maria da Penha. 
Autoridade Policial: Delegado de Polícia. 
“DEVERÁ” → Ordem Legal 
Rol exemplificativo, ou seja, a lei não esgota todas as possibilidades. 
Medidas para prestar assistência imediata, com o objetivo de resguardar a mulher em 
situação de vulnerabilidade. 
 
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e 
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências: 
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato 
ao Ministério Público e ao Poder Judiciário; 
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto 
Médico Legal; 
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo 
ou local seguro, quando houver risco de vida; 
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de 
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; 
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços 
disponíveis, inclusive os de assistênciajudiciária para o eventual ajuizamento 
perante o juízo competente da ação de separação judicial, de divórcio, de 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art1
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anulação de casamento ou de dissolução de união estável. 
 (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
- Medidas Formais 
Medidas que devem ser tomadas pela autoridade policial para o regular andamento da 
persecução penal. 
Previstas no art. 12. 
 
Representação: instrumento na qual a ofendida dará autorização para que haja a 
deflagração da persecução penal. É condição de procedibilidade das ações penas públicas 
condicionadas à representação. 
 
§ 1° - Medidas Protetivas solicitadas pela ofendida 
 
§ 3° - Flexibilização dos meios de prova 
 
 Com o objetivo de tornar mais célere a apuração dos fatos sob tutela da Lei n. 
11.340/06, o legislador previu a possibilidade de que laudos ou prontuários médicos fornecidos por 
hospitais e postos de saúde sejam utilizados como meio de prova. 
 
**Inovação Legislativa Lei 14.188/2021 altera a redação do art. 12-C da LMP: Criminaliza a 
violência psicológica contra a mulher. 
 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, 
os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de 
Processo Penal: 
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a 
termo, se apresentada; 
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de 
suas circunstâncias; 
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao 
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de 
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urgência; 
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e 
requisitar outros exames periciais necessários; 
V - ouvir o agressor e as testemunhas; 
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou 
registro de outras ocorrências policiais contra ele; 
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo 
e, na hipótese de existência, juntar aos autos essa informação, bem como 
notificar a ocorrência à instituição responsável pela concessão do registro ou 
da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 
(Estatuto do Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) 
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério 
Público. 
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e 
deverá conter: 
I - qualificação da ofendida e do agressor; 
II - nome e idade dos dependentes; 
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela 
ofendida. 
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e 
se da violência sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência 
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de 2019) 
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o 
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse 
da ofendida. 
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos 
fornecidos por hospitais e postos de saúde. 
 
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e 
planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, 
darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias 
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos 
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de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a 
investigação das violências graves contra a mulher. 
 
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à 
defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus 
dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) 
 
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à 
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente 
afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Redação 
dada pela Lei nº 14.188, de 2021) 
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; 
ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver 
delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei nº 
13.827, de 2019) 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será 
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual 
prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar 
ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei nº 
13.827, de 2019) 
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da 
medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao 
preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) 
 
▪ COMPETÊNCIA 
Artigos 14 e 15. 
Esfera criminal: art. 14. 
Esfera Cível: art. 15. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14188.htm#art5
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Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos 
da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados 
pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o 
processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. 
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, 
conforme dispuserem as normas de organização judiciária. 
 
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução 
de união estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a 
Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher a pretensão relacionada à partilhade bens. (Incluído pela 
Lei nº 13.894, de 2019) 
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento 
da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência 
no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019) 
 
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis 
regidos por esta Lei, o Juizado: 
I - do seu domicílio ou de sua residência; 
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; 
III - do domicílio do agressor. 
 
▪ DENÚNCIA E RETRATAÇÃO 
Recebimento: ato judicial. Quem recebe a denúncia é o juiz. 
Até o recebimento da denúncia pelo juiz, a vítima pode desistir da representação. Para 
isso, é necessário o comparecimento da vítima em uma audiência designada para a retratação. 
 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida 
de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o 
juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do 
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
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▪ IMPOSSIBILIDADE DE DETERMINADAS SANÇÕES 
 
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar 
contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, 
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. 
 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a 
mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 
26 de setembro de 1995. 
 
▪ MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
São aplicadas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ao a pedido da ofendida. 
São concedidas de imediato, independentemente de audiência entre as partes ou de 
manifestação do Ministério Público. Podem ser aplicadas de forma isolada ou 
cumulativamente e podem ser substituídas a qualquer tempo. 
 
a) Que obrigam o agressor: art. 22. 
 
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em 
conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, 
entre outras: 
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao 
órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ; 
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; 
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: 
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o 
limite mínimo de distância entre estes e o agressor; 
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio 
de comunicação; 
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física 
e psicológica da ofendida; 
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a 
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equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; 
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. 
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; 
e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) 
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento 
individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) 
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras 
previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as 
circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério 
Público. 
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas 
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou 
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a 
restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor 
responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer 
nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. 
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o 
juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial. 
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto 
no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 
(Código de Processo Civil). 
 
b) Destinadas à ofendida: arts. 23 e 24 
 
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: 
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou 
comunitário de proteção ou de atendimento; 
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao 
respectivo domicílio, após afastamento do agressor; 
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos 
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; 
IV - determinar a separação de corpos. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.826.htm#art6
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.bak2#art461%C2%A75
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V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de 
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para 
essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído 
pela Lei nº 13.882, de 2019) 
 
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou 
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, 
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: 
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; 
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, 
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização 
judicial; 
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; 
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e 
danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra 
a ofendida. 
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins 
previstos nos incisos II e III deste artigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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▪ DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS 
Esse crime não exige violência. 
 
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de 
urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 
13.641, de 2018) 
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do 
juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá 
conceder fiança.(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções 
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) 
 
 
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