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Saude da Mulher no Pre-natal Puerperio e Cuidados ao Recem-nascido

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL 
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE 
SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE 
COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS 
 
Página 1 
 
Protocolo de Atenção à Saúde 
 
Atenção à saúde da mulher no Pré-Natal, Puerpério e 
Cuidados ao Recém-nascido 
 
 
Área(s): Áreas Técnicas de Saúde da Mulher, do Homem e da Criança da Gerência 
de Atenção aos Ciclos de Vida, da Diretoria de Áreas Estratégicas da Atenção 
Primária da Coordenação de Atenção Primária à Saúde da Subsecretaria de Atenção 
Integral à Saúde 
 
Portaria SES-DF Nº 342 de 28.06.2017 , publicada no DODF Nº 124 de 30.06.2017 . 
 
 
1. Metodologia de Busca da Literatura 
 
1.1. Bases de dados consultadas 
As áreas técnicas da saúde da mulher, do homem e da criança, considerando a 
necessidade de normatização e padronização de condutas no que se refere ao 
acompanhamento da mulher e de seu parceiro/a durante o pré-natal, puerpério e o 
cuidado ao recém-nascido (RN) elaboraram este protocolo embasado nos 
seguintes documentos norteadores: 
 Política Nacional de Atenção Básica (Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 
2011), Ministério da Saúde; 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Ministério da Saúde; 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Portaria nº 1.130, de 
05 de agosto de 2015), Ministério da Saúde; 
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Portaria 1.944, de 27 
de agosto de 2009), Ministério da Saúde; 
 Política Distrital de Saúde do Homem (25/11/2013); 
 
 
Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS 
 
 
Página 2 
 Portaria GM/MS nº 1.459, de 24 de junho de 2011, institui no âmbito do Sistema 
Único de Saúde (SUS) a Rede Cegonha e Portaria GM/MS nº 2.351, de 5 de 
outubro de 2011, altera a Portaria GM/MS nº 1.459, de 24 de junho de 2011; 
 Política Distrital 
 Cadernos de Atenção Básica nº 32 - Atenção ao Pré-natal de Baixo Risco, 
Ministério da Saúde (2012); 
 Cadernos de Atenção Básica nº 33 - Saúde da Criança: crescimento e 
desenvolvimento (2012); 
 Plano de Ação da Rede Cegonha do Distrito Federal (2012). 
 Lei Federal nº 11.108/05 - Direito de um acompanhante durante todo o período 
de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. 
 
 
1.2. Palavra(s) chaves(s) 
Atenção Primária à Saúde, Gestantes, Paternidade Responsável, Puerpério e 
Recém-nascido. 
 
1.3. Período referenciado e quantidade de artigos relevantes 
Para seleção do material, tomaram-se por base as publicações dos últimos 10 anos. 
Dessa forma, foram utilizados os seguintes documentos: artigos, publicações do Ministério 
da Saúde, publicações da SES-DF, publicações de outras Secretarias Estaduais e 
Municipais de Saúde e livros. 
 
2. Introdução 
A Atenção Primária à Saúde (APS) é vista hoje em todo o mundo como a estratégia 
mais efetiva para porta de entrada de usuários na rede e na universalização do acesso à 
saúde, cujos objetivos são a integralidade, a centralização na família, a coordenação e 
continuidade do cuidado (longitudinalidade), a orientação comunitária e a consequente 
resolubilidade desejada em face dos principais problemas apresentados pela população. 
Nesse sentido, a gestação encontra-se entre os primeiros motivos de consulta na 
APS. Caracteriza-se por um período de grandes transformações e que requer adaptação à 
chegada do novo membro da família, constituindo-se assim em um momento de maior 
vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, propício para o desenvolvimento de ações preventivas, 
de promoção à saúde e de inclusão do parceiro/a, desde que esse seja o desejo da mulher, 
nas atividades de assistência à saúde da mulher. 
 
 
Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS 
 
 
Página 3 
O período gestacional é uma fase em que a mulher precisa do apoio de todas as 
pessoas à sua volta, principalmente do seu companheiro, que também deve ser incentivado 
a compartilhar toda a assistência. Segundo o Ministério da Saúde (MS), as gestantes 
constituem o foco principal de aprendizado, mas não se pode deixar de atuar, também, junto 
aos companheiros e familiares, pois os pais também têm dúvidas e anseios ocasionados 
pelas mudanças, que geram receio e insegurança. Para minimizar essa situação, é 
necessária a inclusão do parceiro/a e/ou família nos programas e serviços de saúde, 
garantindo-lhes, assim, o direito legal de acompanharem as mulheres durante todo o pré-
natal (referência). 
Dessa forma, as rotinas estabelecidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) 
devem respeitar sua territorialização, o que inclui normas sobre procedimento de busca ativa 
(a respeito da captação precoce da mulher para início do pré-natal e da atenção durante o 
puerpério, identificação de fatores de risco obstétrico, monitoramento do absenteísmo das 
gestantes no pré-natal e no puerpério e de agravos diagnosticados); visitas domiciliares; 
educação em saúde; inclusão do parceiro/a (quando houver e respeitando a vontade da 
gestante) nas atividades de educação para a saúde da mulher; recepção e registro; 
convocação de pacientes; vinculação com a maternidade de referência; dispensação de 
medicamentos, vacinação, realização dos exames com acesso aos resultados em tempo 
adequado e encaminhamentos com garantia de manutenção do acompanhamento pela 
APS. 
Assim, a atenção ao pré-natal, ao puerpério e ao RN constitui-se em um conjunto 
de consultas e visitas programadas da mulher e sua família à equipe de saúde da APS, 
objetivando o acompanhamento e a obtenção de uma adequada preparação para o parto e 
nascimento17. Acompanhar, orientar, educar, promover ao parceiro/a à capacidade de 
oferecer apoio, com prontidão e de acordo com as necessidades percebidas, rastrear 
possíveis situações de risco e tratar intercorrências que possam interferir no bem-estar do 
bebê, da gestante e de sua família correspondem as ações prioritárias de um adequado 
acompanhamento pré-natal e do puerpério20. 
Portanto, este Protocolo deve ser visto como uma estratégia de organização do 
processo de trabalho coletivo na UBS a partir da padronização das ações de modo a 
garantir uma maior resolubilidade das práticas de saúde, voltadas para a mulher e sua 
família. 
 
3. Justificativa 
A elaboração desse protocolo visa nortear os profissionais de saúde no 
planejamento e execução dos cuidados à saúde da mulher durante o pré-natal e puerpério e 
da criança RN na perspectiva da integralidade, responsabilidade sanitária e continuidade da 
 
 
Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS 
 
 
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atenção; apresentar informações e argumentos que sensibilizem gestores e profissionais de 
saúde para a importância do envolvimento ativo dos homens em todo o processo de 
planejamento reprodutivo e no acompanhamento da gestação, parto, puerpério e cuidados 
posteriores com o crescimento e desenvolvimento das crianças; pretende ajudar na 
organização dos serviços em cada UBS, contribuindo para a construção e consolidação de 
uma rede única de APS de qualidade. 
Além disso, busca-se também a promoção da melhoria na qualidade assistencial e 
na resolubilidade dos serviços, por meio do acompanhamento e da melhoria dos indicadores 
de saúde da população, principalmente os relativos à morbimortalidade materna, fetal e 
infantil. 
 
4. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à 
Saúde (CID-10) 
 O00 a O08.9: Gravidez que termina em aborto; 
 O10 a O16: Edema, proteinúria e transtornoshipertensivos na gravidez, parto e 
puerpério; 
 O20 a O20.9: Hemorragias do início da gravidez; 
 O21 a O21.9: Vômitos excessivos na gravidez; 
 O22 a O22.9: Complicações venosas na gravidez; 
 O23 a O23.9: Infecções do trato geniturinário na gravidez; 
 O24 a O24.9: Diabetes mellitus na gravidez, parto e puerpério; 
 O25: Desnutrição na gravidez, parto e puerpério; 
 O26 a O26.9: Assistência materna por outras complicações ligadas 
predominantemente à gravidez; 
 O28 a O28.9: Achados anormais do rastreamento (screening) antenatal da mãe; 
 O30 a O30,9: Gestação múltipla; 
 O31 a O31.8: Complicações específicas de gestação múltipla; 
 O34 a O34.9: Assistência prestada à mãe por anormalidade conhecida ou suspeita 
de órgãos pélvicos maternos; 
 O35 a O35.9: Assistência prestada à mãe por anormalidade e lesão fetal conhecida 
ou suspeita; 
 O36 a O36.9: Assistência prestada à mãe por outros problemas fetais conhecidos ou 
suspeitados; 
 O40: Polidrâmnio; 
 O41 a O41.9: Outros transtornos das membranas e do liquido aminiótico; 
 O42 a O42.9: Ruptura prematura de membranas; 
 
 
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 O44 a O44.1: Placenta prévia; 
 O47 a O47.9: Falso trabalho de parto; 
 O48: Gravidez Prolongada; 
 O91 a O91.2: Infecções mamárias associadas ao parto (inclui as afecções na 
gravidez, no puerpério e na lactação); 
 O92 a O92.7: Outras afecções da mama e da lactação associadas ao parto (inclui as 
afecções relacionadas durante a gravidez, o puerpério e a lactação); 
 O98 a 098.9: Doenças infecciosas e parasitárias maternas classificadas em outra 
parte, mas que compliquem a gravidez, o parto ou o puerpério; 
 O99 a O99.8: Outras doenças da mãe classificadas em outra parte, mas que 
compliquem a gravidez, o parto ou o puerpério 
 
5. Diagnóstico Clínico ou Situacional 
Para uma assistência pré-natal e de puerpério de qualidade é necessário garantir a 
essas mulheres e seus parceiros/as um amplo acesso aos serviços de saúde. Dessa forma, 
faz-se necessário o diagnóstico precoce da gestação com o seu imediato 
acompanhamentopelas equipes de saúde. 
 
Quando pensar em gravidez? 
Presume-se que há gestação quando ocorre atraso menstrual. Além disso, 
manifestações clínicas como náuseas, vômitos, tonturas, salivação excessiva, mudança no 
apetite, aumento da frequência urinária, sonolência e/ou modificações anatômicas, como o 
aumento do volume das mamas, hipersensibilidade dos mamilos, tubérculos de 
Montgomery, saída de colostro pelo mamilo, coloração violácea vulvar, cianose vaginal e 
cervical, caracterizam-se como sintomas e sinais presuntivos de gestação. 
A probabilidade de gestação aumenta com o amolecimento da cérvice, o aumento 
do volume uterino e o aumento da revascularização das paredes vaginais. A certeza da 
gestação se dá com a presença dos batimentos cardíacos fetais (BCF) detectados por sonar 
(a partir da 10ª semana gestacional), a percepção dos movimentos fetais (a partir da 18ª a 
20ª semana gestacional) e por meio de ecografia (saco gestacional com 4 a 5 semanas 
menstruais, vesícula vitelina e atividade cardíaca como primeira manifestação do embrião 
com seis semanas gestacionais). 
 
O que fazer na suspeita de gravidez? 
A mulher em atraso menstrual deverá ser acolhida na UBS por um profissional da 
equipe de saúde que ouça sua demanda. 
 
 
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Este profissional deverá ofertar à mulher o teste rápido para diagnóstico da 
gravidez a partir de amostra urinária e, caso positivo, deverá providenciar o pronto início das 
consultas pré-natais, se possível no mesmo dia com o médico ou com o enfermeiro da 
equipe de saúde. Os profissionais devem promover o quanto antes o vínculo paterno a partir 
da descoberta da gravidez e reforçar em cada um dos momentos do processo de gestação. 
É necessário também que o profissional realize, neste momento e com o 
consentimento da paciente, os testes rápidos para HIV e Sífilis, posto que houve relação 
sexual desprotegida. 
 
6. Critérios de Inclusão 
Mulheres com suspeitas de gravidez e/ou grávidas e/ou puérperas, além de 
crianças recém-nascidas. 
 
7. Critérios de Exclusão 
Não serão contempladas nesse Protocolo mulheres e crianças que não se 
enquadram nos critérios de inclusão estabelecidos anteriormente. 
 
8. Conduta 
Acolhimento 
O acolhimento caracteriza-se por uma escuta qualificada às demandas dos 
usuários e de suas famílias com a finalidade de identificar necessidades, favorecer a criação 
de vínculo, encaminhar para atendimentos de urgência, marcar consultas individuais ou em 
grupos e fornecer insumos, vacinas ou outras intervenções quando necessárias. O 
profissional que acolhe deve estar bem informado das ofertas existentes na Unidade e na 
rede de saúde, além depossuir disponibilidade para o diálogo com os demais membros da 
equipe. 
Esse ato não deve se restringir a uma sala ou a atender as demandas apenas em 
um horário determinado. Ele implica em uma mudança de postura de todos os profissionais 
da UBS e deve ser realizado diariamente e em todo o período que compreenda o 
horário de funcionamento da unidade de saúde. Durante a escuta qualificada é 
fundamental que se garanta a privacidade da usuária e de sua família. É importante que 
haja profissional sensibilizado e disponível, de modo que o acesso da usuária e na UBS seja 
uma janela de oportunidade para sua inserção no sistema de saúde. 
É importante que a mulher e sua família se sintam acolhidos para que seja realizada 
uma anamnese clara e objetiva com espaço para dúvidas e solicitações e que possibilite a 
classificação de risco obstétrico/puerperal, que favoreça a criação do vínculo e a avaliação 
de possível vulnerabilidade de acordo com seu contexto social. 
 
 
Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS 
 
 
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Quando existir a figura de um parceiro e/ou acompanhante é um momento oportuno 
para sensibilizar e envolver o parceiro/a em sua participação presente e futura como tal. 
Deve-se valorizar a capacidade do parceiro/a, escutando suas demandas e sugestões, 
oferecendo apoio nas situações difíceis e incentivando-os a cuidar da própria saúde. 
No caso em que a gestante não queira que o parceiro/a participe, questione quais as 
razões e se gostaria que outra pessoa a acompanhasse. Explique quais os benefícios de ter 
um/a acompanhante nestes momentos. Caso a mulher decidir por não ter o futuro pai como 
acompanhante, respeitar a sua decisão. 
 
Acompanhamento do Pré-natal 
Todas as UBS devem estar preparadas para acolher a mulher e seu parceiro/a, caso 
esse seja o desejo da mulher, com suspeita de gravidez e/ou gestante e/ou puérperaou em 
pós-abortamento. Para que se alcance um pré-natal de qualidade na rede, é necessário que 
a mulher tenha acesso fácil à UBS e à realização do teste rápido de gravideza partir de sua 
demanda. Além disso, a busca ativa das gestantes e das puérperas na comunidade (por 
Agentes Comunitários de Saúde [ACS] ou por outro profissional da equipe de saúde) deve 
ser rotineira, assim como a garantia das consultas de pré-natal e dos exames de rotina (com 
resultados disponibilizados em tempo hábil). Deve-se ainda assegurar o preenchimento 
adequado daCaderneta da Gestante e a prática de ações educativas e integrativas 
emsaúde, sejam estas individuais ou coletivas. 
As consultas de pré-natal devem ser realizadas por médicos e enfermeiros de 
maneira intercalada. Deve-se reservar 30 minutos por gestante para essa consulta, tendo 
em vistaa complexidade desta assistência; no entanto, quando o atendimento ocorrer em 
tempo inferior ao estabelecido, o profissional estará disponível para os atendimentos 
referenciados pelo acolhimento. 
Dessa forma, recomenda-se a realização mínima de sete ou mais consultas durante 
o pré-natal, sendo a periodicidade destes atendimentos mensal para até 28 semanas de 
idade gestacional (IG), quinzenal da 28ª a 36ª semana e semanal da 36ª até o parto. É 
importante frisar que não há, em nenhuma hipótese, alta do pré-natal. 
 
Estímulo à Paternidade Responsável 
O profissional responsável pelo acolhimento deve estar atento a situações em que a 
gestante chega à consulta de pré-natal sem acompanhante: pergunte sobre o seu 
relacionamento com o pai e se ela gostaria que ele a acompanhasse nas próximas 
consultas e durante o parto; se a gestante quiser ir com o pai, converse com ela sobre como 
convidar, sobre os benefícios desse envolvimento e sobre o que teriam que considerar para 
 
 
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a sua participação (horário do pedido de autorização para sair do trabalho etc.); se o futuro 
pai/acompanhante não pode acompanhá-la nas consultas por razões como viagens, 
trabalho, prisão, etc., oriente a mãe a transmitir a ele todas as informações para que se sinta 
estimulado a se envolver no processo. 
A participação do (a) parceiro (a) durante o acompanhamento da gestação e do parto 
e nos cuidados no desenvolvimento da criança é de fundamental importância, pois 
possibilita a todos uma melhor qualidade de vida e a formação de vínculos afetivos 
saudáveis. 
Baseado nisso, as Políticas Nacional e Distrital de Atenção Integral à Saúde do 
Homem (Portaria GM/MS nº 1.944, de 27 de agosto de 2009; e Resolução SES-DF n° 420, 
de 03 de dezembro de 2013, respectivamente) tem como um dos seus objetivos a 
proposição de ações estratégicas que fortaleçam e que efetive a participação dos pais em 
todas as etapas da gravidez e do desenvolvimento da criança. 
Dessa forma, recomenda-se que os profissionais de saúde que realizam pré-natal na 
rede SES-DF busquem acolher o (a) parceiro (a) da mulher, desde o diagnóstico da 
gravidez, e o integre às ações realizadas durante o acompanhamento do pré-natal, do 
parto, do puerpério e do crescimento e desenvolvimento infantil, a partir das seguintes 
ações: 
• Acolher e buscar envolver os pais/parceiros (as) desde o teste de gravidez, 
permitindo que ele se identifique com a proposta de cuidar e começar a criar 
vínculos com seu futuro filho/a; 
• Explicar para a gestante e o futuro pai os benefícios da participação dele em todas 
as etapas da gestação, incluindo as consultas de pré-natal e o momento do parto 
(Lei do Acompanhante); 
• Após o parto, valorizar o pai em ações simples, como incentivando que ele corte o 
cordão umbilical e dê o primeiro banho e incluindo seu nome na placa de 
identificação dos recém-nascidos; 
• Informar como será a participação do homem nessas etapas; 
• Realizar exames de rotina e testes rápidos; 
• Atualizar o cartão vacinal do companheiro da gestante; 
• Desenvolver temas voltados para o público masculino nas atividades educativas 
durante o pré-natal; 
• Apresentar ao parceiro os textos disponíveis na Caderneta da Gestante; 
• Estimular que o pai compareça aos serviços de saúde para consultas médicas e 
vacinação; 
 
 
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• Caso o bebê seja prematuro, convidar o pai a também realizar o “método 
canguru”; 
• Incentivar a participação efetiva do homem no momento do parto, puerpério e 
cuidado ao RN; 
• Orientar e valorizar o apoio que ele pode dar com relação à amamentação e 
realizando atividades domésticas como cuidar da casa, cozinhar e lavar as roupas. 
 
No momento do diagnóstico da gravidez, caso essa mulher esteja sozinha, o 
profissional de saúde deve incentivar a participação do(a) parceiro(a) nas próximas 
consultas de pré-natal para que o acompanhamento seja realizado pelo casal, respeitados 
os direitos da mulher acerca da presença de acompanhante. 
Nesse momento, aproveita-se para solicitar para o(a) parceiro(a) os exames 
laboratoriais de rotina (Hemograma Completo, EAS, Dosagem de HDL e LDL, Colesterol 
Total, Triglicerídeos e Glicemia de Jejum) e os testes rápidos disponíveis na UBS (HIV, 
Sífilis, Hepatite B e Hepatite C). Estes, deverão ser solicitados pelo médico ou enfermeiro da 
equipe de saúde, preferencialmente no primeiro trimestre de gestação e, caso seja 
detectado alguma alteração, deve-se ofertar o devido tratamento ou encaminhamento para a 
condição clínica diagnosticada. 
 
Testes Rápidos 
Confirmada a gravidez (por teste rápido), conforme Linha de Cuidado do Pré-natal da 
Rede Cegonha, deve ser ofertado a realização dos testes rápidos para sífilis e HIV, além de 
solicitados os exames de triagem da gestante em amostra de soro ou sangue, exames 
imunoematológicos e outros de análises clínicas. 
Os testes rápidos para sífilis e para HIV devem ser feitos mediante concordância da 
gestante e com a oferta de aconselhamento pré e pós-teste. O aconselhamento pré e pós-
teste deve ser feito por profissional de nível superior devidamente capacitado. A coleta do 
material pode ser realizada por técnico de enfermagem, técnico de laboratório, enfermeiro 
ou médico. 
 
Exames de Triagem da Gestante 
Os exames de triagem da gestante em amostra de soro ou sangue durante o pré-
natal devem ser solicitados pelo médico ou enfermeiro e coletados no mesmo dia do 
atendimento da gestante na UBS pelo técnico de enfermagem, pelo técnico de laboratório, 
pelo enfermeiro ou pelo médico. 
 
 
Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS 
 
 
Página 10 
Na eventualidade de alteração na metodologia para os exames de triagem da 
gestante, o Grupo Condutor Central da Rede Cegonha no DF (GCCRC-DF) emitirá Nota 
Técnica com as informações necessárias. 
 
Caderneta da Gestante 
O preenchimento da Caderneta da Gestante deve ser iniciado na pré-
consulta(identificação, dados pessoais, peso, estatura, data da última menstruação [DUM]) 
por técnico de enfermagem e/ou enfermeiro. 
 Durante a primeira consulta, por enfermeiro ou médico, devem ser anotados os 
dados da história obstétrica, antecedentes pessoais, antecedentes familiares e exames 
realizados. A Caderneta da Gestante deve ser preenchida a cada consulta e/ou 
procedimento. É responsabilidade do profissional assistente (médico e enfermeiro) o devido 
preenchimento desse instrumento no que se refere aos exames, ao acompanhamento das 
consultas, aos gráficos de curva da altura uterina/idade gestacional e ao acompanhamento 
do peso da gestante. 
A cada consulta deverá ser aferida a pressão arterial da gestante e o peso, 
procedimento que deverá ser realizado pelo técnico de enfermagem ou outro profissional 
habilitado. 
É importante informar à mulher que a Caderneta da Gestante é o seu documento de 
identificação durante todo o período pré-natal, sendo fundamental orientá-la acerca das 
informações que estão contidas e a necessidade de apresentá-la em todas as consultas 
durante a gestação, parto e puerpério. Nesse documento deverá ser registrado o número do 
Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS) e o nome da maternidade de referência para o 
parto. 
A Caderneta constitui-se também em um instrumento de informação, esclarecimento 
de dúvidas e empoderamento das mulheres acerca de seus direitos durante o pré-natal, 
parto e puerpério, desse modo, deve ser utilizado também durante as reuniões educativas. 
 
Exame Físico 
Sãoindispensáveis a realização dos seguintes procedimentos durante a primeira 
consulta de pré natal: inspeção da pele e das mucosas; verificação dos sinais vitais (pulso, 
frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura); palpação da tireóide, nas 
regiões cervical, supraclavicular e axilar para pesquisa de nódulos ou outras anormalidades; 
ausculta cardiopulmonar; exame do abdome; exame dos membros inferiores; determinação 
do peso, altura e IMC;avaliação do peso gestacional; medida da pressão arterial; pesquisa 
de edema (membros, face, região sacra e tronco); palpação obstétrica; medida e avaliação 
da altura uterina; ausculta dos batimentos cardiofetais; registro dos movimentos fetais; teste 
 
 
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Página 11 
de estímulo sonoro simplificado (Tess); exame clínico das mamas e exame ginecológico 
(inspeção dos genitais externos, exame especular e coleta de material para exame 
colpocitopatológico,conforme orientações normatizadas pela SES-DF/INCA e respeitando o 
intervalo entre as coletas de material).Nas consultas subsequentes, manter avaliação da 
gestação e de queixas específicas de cada fase. 
 
 
Ecografia obstétrica 
O exame de ecografia obstétrica tem valor indiscutível na presença de suspeitas 
clínicas e intercorrências. Considera-se ainda que, realizado no primeiro trimestre, detecta 
precocemente gestações múltiplas e reduz a taxa de indução do parto nas gestações 
múltiplas e nas gestações pós-termo; no entanto, não reduz mortalidade perinatal. 
Nesse sentido, recomenda-se, no âmbito da APS da SES-DF, a solicitação - pelo 
médico e/ou enfermeiro - de pelo menos uma ecografia obstétrica durante o pré-natal, 
preferencialmente no 1º trimestre (até 12 semanas de gestação). 
 
Vacinas na Gestação 
A vacinação durante a gestação não objetiva somente a proteção da gestante, mas 
também a proteção do feto. Dessa forma, recomenda-se que as mulheres gestantes estejam 
com seu calendário vacinal atualizado com as seguintes vacinas: dT (Dupla Adulto – Difteria 
e Tétano); dTpa (Difteria, Tétano e Coqueluche [Pertussis acelular]); Influenza e Hepatite B. 
Baseado nisso, a gestante deverá iniciar ou complementar seu esquema vacinal de 
acordo com a situação encontrada, a saber: 
 
Vacina dT (Difteria e Tétano) e dTpa (Difteria, Tétano e Coqueluche [Pertussis 
acelular]) 
a) Gestante sem nenhuma dose registrada da dT: iniciar o esquema vacinal o mais 
precocemente possível com 3 doses, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo 30 
dias, sendo pelo menos 1 dose com a dTpa, no período de 27 a 36 semanas de 
gestação; 
b) Gestante com esquema vacinal incompleto (1 ou 2 doses) em qualquer período 
gestacional: deve-se completar o esquema de 3 doses o mais precocemente 
possível, com intervalo de 60 dias ou, no mínimo 30 dias entre elas, sendo pelo 
menos 1 dose com a dTpa, no período de 27 a 36 semanas de gestação; 
c) Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais) e última dose 
administrada há menos de 5 anos: deverá receber 1 dose da dTpa, no período de 27 
a 36 semanas de gestação; 
 
 
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Página 12 
d) Gestante com esquema completo (3 doses ou mais) e última dose há mais de 5 anos 
e menos de 10 anos: deverá receber 1 dose de reforço com a dTpa, no período de 
27 a 36 semanas de gestação; 
e) Gestante com esquema vacinal completo (3 doses ou mais), sendo a última dose há 
mais de 10 anos: deverá receber 1 dose de reforço com a dTpa, no período de 27 a 
36 semanas de gestação. 
 
Deve ser administrada 1 dose da vacina dTpa para cada gestação, devido os 
anticorpos serem de curta duração.Gestantes que residem em locais de difícil acesso 
aos serviços de saúde podem receber a vacina dTpa a partir da 20ª semana de 
gestação. 
Vacina contra Influenza 
a) É recomendada em todas as gestantes, em qualquer período gestacional, durante a 
campanha anual contra influenza sazonal. O esquema consta de uma dose no 
período da campanha. 
 
Vacinação contra Hepatite B 
a) As gestantes não vacinadas, independente da faixa etária e idade gestacional devem 
receber 3 doses da vacina com esquema 0, 1 e 6 meses. Aquelas que apresentam 
esquema vacinal incompleto devem apenas completar o esquema já iniciado. 
 
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO – DISTRITO FEDERAL 2017 
Gestante e Puérperas - dTpa¹4 Hepatite B² 
 
Vacina Hepatite B (recombinante): As gestantes não vacinadas, independentemente da faixa etária 
e idade gestacional, devem receber três doses da vacina com esquema 0, 1 e 6 meses. Aquelas que 
apresentam esquema vacinal incompleto devem apenas completar o esquema já iniciado. 
 
Vacina Adsorvida Difteria, Tétano e Coqueluche tipo adulto (dTpa):Administrar uma dose da 
vacina a partir da vigésima (20ª) semana de gestação, preferencialmente, podendo ser administrada 
até 20 dias antes da data provável do parto. As mulheres que perderam a oportunidade de serem 
vacinadas durante a gestação, devem receber uma dose de dTpa no puerpério (até 45 dias após o 
parto). Deve ser administrada a cada gestação, considerando que os anticorpos têm curta duração, 
portanto, a vacinação durante a gravidez não manterá alto nível de anticorpos protetores em 
gestações subsequentes. 
 
8.1.2 Suplementação Profilática com Ferro e Ácido Fólico 
A necessidade de ferro durante a gestação é muito elevada, por isso recomenda-se a 
adoção de medidas complementares ao estímulo à alimentação saudável, com o intuito de 
oferecer ferro adicional de forma preventiva. 
 
 
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Página 13 
Desse modo, a prevenção da anemia por deficiência de ferro deve ser planejada com 
a priorização da suplementação de ferro medicamentosa em doses profiláticas; com ações 
de educação alimentar e nutricional para alimentação adequada e saudável; com a 
fortificação de alimentos; com o controle de infecções e parasitoses; e com o acesso à água 
e esgoto sanitariamente adequado7. 
As ações de prevenção da anemia devem priorizar intervenções que contribuam para 
o enfrentamento dos seus principais determinantes. O esquema abaixo apresenta as janelas 
de oportunidades de prevenção e controle da anemia nas mulheres e nas crianças. 
 
Quadro 1 – Estratégias de Prevenção e Controle da Anemia. 
GESTAÇÃO 
1. Suplementação profilática com ferro e ácido fólico; 
2. Ingestão de alimentos que contenham farinhas 
enriquecidas com ferro e ácido fólico; 
3. Alimentação adequada e saudável com ingestão de ferro 
de alta biodisponibilidade. 
PARTO E NASCIMENTO 
1.Clampeamento oportuno do cordão umbilical; 
2. Amamentação na primeira hora de vida. 
PRIMEIROS SEIS MESES DE VIDA 
1. Aleitamento materno exclusivo até os seis meses de 
vida; 
2. Suplementação profilática de ferro para crianças 
prematuras e que nasceram com baixo peso. 
A PARTIR DOS SEIS MESES ATÉ 
OS DOIS ANOS DE IDADE DA 
CRIANÇA 
1. Alimentação complementar saudável e adequada em 
frequência, quantidade e biodisponibilidade de ferro; 
2. Suplementação de ferro profilática; 
3. Fortificação dos alimentos preparados para as crianças 
com micronutrientes em pó. 
FONTE: BRASIL(2013). 
 
A suplementação com ferro e ácido fólico durante a gestação é recomendada como 
parte do cuidado no pré-natal para reduzir o risco de baixo peso ao nascer da criança, 
anemia e deficiência de ferro na gestante27. Ressalta-se que a suplementação com ácido 
fólico deve ser iniciada pelo menos 30 dias (ácido fólico 400 mcg 40 gotas) antes da data 
em que se planeja engravidar para a prevenção da ocorrência de defeitos do tubo neural edeve ser mantida durante toda a gestação para a prevenção da anemia17,27. 
O esquema de prescrição e administração da suplementação profilática de sulfato 
ferroso e ácido fólico encontra-se a seguir. Ressalta-se que o profissional enfermeiro está 
habilitado para prescrever esses medicamentos. 
 
Quadro 2 – Administração da Suplementação Profilática de Sulfato Ferroso. 
PÚBLICO CONDUTA 
NÚMERO DE 
GOTAS 
PERIODICIDADE 
Gestante 
40 mg de ferro elementar 
400 mcg de ácido fólico 
1drágea ou 32 
gotas do 
Masferol® ou 
40 gotas de 
Furp® 
Diariamente até o final da 
gestação, desde o início 
do pré-
natalindependentemente 
da idade gestacional 
 
 
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Mulheres pós-parto e 
pós- aborto 
40 mg de ferro elementar. 
1drágea ou 32 
gotas do 
Masferol® ou 
40 gotas de 
Furp® 
Diariamente até o terceiro 
mês pós-parto e até o 
terceiro mês pós-aborto 
 
Quadro 3- Administração da Suplementação Profilática de Ácido fólico. 
PÚBLICO CONDUTA 
NÚMERO DE 
GOTAS 
PERIODICIDADE 
Mulheres que planejam 
engravidar 
Ácido fólico em gotas na 
dosagem de 400mcg 
60 gotas de 
Afolic ® 
Pelo menos 30 dias antes 
da data em que se planeja 
engravidar 
Gestante 
Ácido fólico em gotas na 
dosagem de 400mcg. 
60 do Afolic® 
Diariamente até o final da 
gestação 
Fonte:OMS (2001;2012), FEBASGO (2012), GENUT/DIAM/CORIS/SAIS/SES- maio de 2016 
 
Gestante com exantema 
Para seguimento da mulher gestante com suspeita de doença exantemática é 
importante a investigação, durante as consultas, sobre a ocorrência de: febre, exantema, 
linfadenopatias, cefaleia, dor retro ocular, mialgia, petéquias, leucopenia, vômitos. 
Levar em consideração os seguintes diagnósticos dieferenciais. 
 
Quadro 4 –Diagnóstico diferencial de doença exantemática na gestação 
PRIMEIRA LINHA SEGUNDA LINHA 
Vírus Zika Enterovírus - Não pólio 
Rubéola (Vírus RNA) ECHO vírus – (16,9,4 e 6) 
Exantema Infeccioso (Citomegalovírus) Coxsackieviroses (A9,A16, A2, B4 e B5) 
Eritema Infeccioso (Parvovírus humano 
B19) 
Febre tifoide e paratifoide – Roséola tifíca (Salmonella 
typhi) 
Mononucleose Infecciosa (Vírus Epstein 
Barr) 
Leptospirose (Bactéria Leptospira) 
Toxoplasmose (Toxoplasma Gondi – 
Protozoário) 
Escarlatina (bactéria Streptococcus pyogenes) 
Dengue (Vírus DEN1,DEN2,DEN3 e 
DEN4) 
Exantema vesículo-pustuloso – Varicela, Herpes Simples e 
Herpes Zoster 
Vírus Chicungunya 
Exantema Súbito – Herpes Vírus Humano do tipo 6 
(crianças < de 5 anos) 
Sarampo (Vírus RNA) 
Fonte: Vigilância do Vírus Zika no âmbito das Doenças Exantemáticas e as Doenças de Transmissão 
Vertical.GECAMP/DIVEP/SVS/SES-DF: novembro de 2016. 
 
Para o Zika vírus recomenda-se a consulta ao documento “Orientações gerais para 
o enfrentamento das condições de saúde possivelmente associadas à infecção pelo Vírus 
Zika” disponível no site da Secretaria de Saúde do DF (www.saude.df.gov.br). 
 
Roteiros para as Consultas de Pré-natal (Médico e Enfermeiro) 
 
 
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Primeiro Trimestre da Gestação (≤ 14 semanas) 
 Confirmar a idade gestacional e estabelecer (IG) a data provável do parto (DPP). 
 Auscultar os batimentos cardiofetais e registrar em que semana de gestação isso 
aconteceu. 
 Verificar se não se trata de uma gravidez tópica ou ectópica, única ou múltipla 
(gemelar). 
 Realizar os testes rápidos para sífilis e HIV na entrada da mulher no pré-natal. 
 Coletar os exames de triagem da gestante em amostra de sangue ou soro, os de 
análises clínicas convencionais e os de análises imunoematológicas na entrada da 
mulher no pré-natal. 
 Registrar os resultados dos exames (testes rápidos, triagem da gestante em papel 
filtro, análises clínicas convencionais e análises imunoematológicas) no prontuário e 
na Caderneta da Gestante, além, de informar os resultados para a paciente. 
 Iniciar a suplementação profilática com ferro e ácido fólico na entrada da mulher no 
pré-natal. 
 Verificar se a situação vacinal da gestante está adequada (dT, dTpa, Hepatite B e 
Influenza). 
 Avaliar se a gestante tem algum processo patológico já instalado que necessite de 
avaliação do pré-natal de alto risco. 
 Verificar se a gestante tem alguma condição de vulnerabilidade que demande 
alguma ação complementar do serviço de saúde. 
 Analisar se a gestante faz uso de algum medicamento, tabaco, bebida alcoólica ou 
droga ilícita. 
 Verificar se a gestante iniciou o pré-natal com peso acima ou abaixo da normalidade. 
 Avaliar se os sintomas físicos e psíquicos adaptativos da gestante estão controlados 
e orientados. 
 Abordar com a gestante a amamentação como processo fisiológico e natural, mas 
que precisa ser aprendido; os benefícios para mãe e filho advindos do aleitamento 
materno exclusivo. 
 Orientar a gestante sobre o seu hospital de referência para intercorrências e para o 
parto. 
 Verificar se a gestante está sendo acompanhada mensalmente pelo ACS por meio 
de visita domiciliar, caso seja área coberta pela Estratégia de Saúde da Família. 
 Orientar sobre a necessidade de a mulher estar com sua Caderneta da Gestante em 
todos os atendimentos. 
 
 
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 Analisar se todos os dados foram devidamente registrados na Caderneta da 
Gestante. 
 Convidar o (a) parceiro (a) da gestante para participar das consultas e reuniões 
educativas no pré-natal, em acordo com a mulher. 
 Oferecer escuta para queixas e dúvidas da gestante/família. 
 
Segundo Trimestre da Gestação (15 a 28 semanas) 
 Verificar se todos os pontos do Check list do trimestre anterior foram completados. 
 Analisar se existe alguma pendência de procedimentos solicitados na consulta 
anterior. 
 Continuar com a suplementação com ferro e ácido fólico. 
 Coletar a colpocitologia oncológica (CCO) se indicada, conforme orientações 
normatizadaspela SES-DF/INCA. 
 Realizar o segundo teste rápido para sífilis. 
 Coletar os exames de triagem da gestante em amostra de sangue ou soro (nas 
gestantes susceptíveis para Toxoplasmose e Citomegalovírus), os de análises 
clínicas convencionais e os de análises imunoematológicas na entrada da mulher no 
pré-natal (Consultar Fluxograma). 
 Registrar os resultados dos exames (testes rápidos, triagem da gestante em papel 
filtro, análises clínicas convencionais e análises imunoematológicas) no prontuário e 
na Caderneta da Gestante, além, de informar os resultados para a paciente. 
 Solicitar ecografia. 
 Verificar se a gestante possui queixa de corrimento vaginal, sintoma de infecção 
urinária ou algum problema dentário. 
 Encaminhar a gestante para avaliação odontológica, se disponível. 
 Analisar o ganho de peso durante a gestação. Lembre-se, o ganho de mais de 1 kg 
por semana pode sugerir início de distúrbio hipertensivo. 
 Verificar e analisar como está a pressão arterial. 
 Auscultar os batimentos cardiofetais e registrar em que semana de gestação isso 
aconteceu. 
 Verificar se o crescimento uterino, medido pela altura de fundo uterino (AFU), está 
correspondente a idade gestacional. 
 Viabilizar a realização da visita de vinculação obstétrica da gestante ao seu hospital 
de referência. 
 
 
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Página 17 
 Abordar com a gestante a amamentação como processo fisiológico e natural, mas 
que precisa ser aprendido; os benefícios para mãe e filho advindosdo aleitamento 
materno exclusivo. 
 Verificar se a gestante está sendo acompanhada mensalmente pelo ACS por meio 
de visita domiciliar, caso seja área coberta pela Estratégia de Saúde da Família. 
 Analisar se todos os dados foram devidamente registrados na Caderneta da 
Gestante. 
 Convidar o(a) parceiro(a) da gestante para participar das consultas e reuniões 
educativas no pré-natal, em acordo com a mulher. 
 Oferecer escuta para queixas e dúvidas da gestante/família. 
 
Terceiro Trimestre da Gestação (≥ 29 semanas) 
 Verificar se todos os pontos do Check list do trimestre anterior foram completados. 
 Analisar se existe alguma pendência de procedimentos solicitados na consulta 
anterior. 
 Continuar com a suplementação com ferro e ácido fólico. 
 Verificar se a gestante tem queixa de corrimento vaginal (fazer abordagem 
sindrômica) ou algum sintoma de infecção urinária. Observação: tratar caso 
diagnosticado. 
 Verificar se a gestante foi avaliada pelo odontólogo, se disponível. 
 Analisar o ganho de peso durante a gestação. Lembre-se, o ganho de mais de 1 kg 
por semana pode sugerir início de distúrbio hipertensivo. 
 Verificar e analisar como está a pressão arterial. 
 Realizar avaliação do crescimento fetal a partir da ecografia. 
 Realizar os testes rápidos do terceiro trimestre para sífilis e HIV na gestante. 
 Coletar os exames de triagem da gestante em amostra de sangue ou soro (nas 
gestantes susceptíveis para Toxoplasmose e Citomegalovírus), os de análises 
clínicas convencionais e os de análises imunoematológicas na entrada da mulher no 
pré-natal (Consultar Fluxograma). 
 Registrar os resultados dos exames (testes rápidos, triagem da gestante em papel 
filtro, análises clínicas convencionais e análises imunoematológicas) no prontuário e 
na Caderneta da Gestante, além, de informar os resultados para a paciente. 
 Orientar a gestante que a partir de 36 semanas são comuns as contrações uterinas 
sem que seja trabalho de parto. 
 
 
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 Orientar para que a gestante procure o hospital de referência se contrações 
frequentes (3 ou mais em 10 minutos), perda de sangue ou líquido via vaginal, 
diminuição ou parada de movimentação fetal. 
 Orientar a gestante quanto ao retorno semanal na UBS para as consultas de pré-
natal entre a 36ª e 41ª semana de idade gestacional. 
 Orientar a gestante sobre a consulta conjunta da puérpera e do recém-nascido em 
até 10 dias de pós-parto (de preferência, em até 7 dias após o parto) na UBS. 
 Abordar com a gestante sobre as triagens no recém-nascido que deverão ser 
realizadas antes da alta hospitalar (Triagem Neonatal Biológica – “Teste do Pezinho”; 
Teste do Reflexo Vermelho – “Teste do Olhinho”; Oximetria de Pulso – “Teste do 
Coraçãozinho”; e Triagem Auditiva Neonatal – “Teste da Orelhinha”). Essas questões 
devem ser reforçadas durante a internação na maternidade. 
 Abordar com a gestante a amamentação como processo fisiológico e natural, mas 
que precisa ser aprendido; os benefícios para mãe e filho advindos do aleitamento 
materno exclusivo. 
 Informar sobre a possibilidade de doação de leite materno após o parto para os 
Bancos de Leite Humano (BLH) ou Postos de Coleta de Leite Humano (PCLH). 
 Verificar se a gestante está sendo acompanhada mensalmente pelo ACS por meio 
de visita domiciliar, caso seja área coberta pela Estratégia de Saúde da Família. 
 Analisar se todos os dados foram devidamente registrados na Caderneta da 
Gestante. 
 Convidar o(a) parceiro(a) da gestante para participar das consultas e reuniões 
educativas no pré-natal, em acordo com a mulher. 
Oferecer escuta para queixas e dúvidas da gestante/família. 
 
Roteiros para Reuniões Educativas durante o Pré-natal e Práticas Integrativas de 
Saúde (PIS) 
A inserção das Práticas Integrativas de Saúde (PIS) no fluxo de atendimento da 
Rede Cegonha é uma estratégia importante na operacionalização do princípio de 
integralidade na atenção à saúde à mulher - durante a gestação, o parto e o puerpério - e à 
criança. No DF, das modalidades de PIS que atualmente são ofertadas pelo SUS, ao 
menos 10 (dez) delas, se inseridas na rede de cuidado à saúde materno-infantil, podem 
contribuir para a promoção da saúde, prevenção de agravos e na redução de sintomas 
durante a gravidez, no parto e puerpério. De outro lado, também podem ser grandes aliadas 
no desenvolvimento de crianças saudáveis e resistentes às doenças, promovendo à saúde 
ao fortalecer o sistema imunitário e propiciar o funcionamento fisiológico do organismo. 
 
 
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As PIS são práticas de saúde que valorizam a construção de redes de apoio social e 
da cidadania, estimulam práticas de promoção da saúde e da qualidade de vida e fortalecem 
os mecanismos naturais de cura. As PIS que possuem indicações efetivas e seguras para 
as mulheres durante a gestação, parto e puerpério e para os recém-nascidos e crianças 
são: acupuntura, arteterapia, automassagem, hatha yoga, homeopatia, meditação, 
musicoterapia, reiki, shantala e terapia comunitária.Para o detalhamento sobre cada 
umadelas observar as referências bibliográficas. 
Os profissionais que atendem as mulheres e as crianças devem apresentar essas 
possibilidades de práticas, não só durante o ciclo gravídico-puerperal, esclarecendo os 
benefícios que advirão da adesão das usuárias e das crianças. 
As atividades educativas não devem, em nenhuma hipótese, restringir o 
atendimento às consultas de pré-natal com o médico e/ou enfermeiro, ou seja, não se deve 
vincular a obrigatoriedade de participação nas atividades educativas para que a mulher 
consiga agendar consulta médica ou de enfermagem. 
Primeiro Trimestre da Gestação (≤ 14 semanas) 
 Adaptações fisiológicas do corpo da mulher durante o primeiro e segundo trimestre e 
os sintomas correspondentes; 
 Os riscos consequentes ao uso de medicamentos, tabaco, bebida alcoólica ou droga 
ilícita durante a gravidez; 
 A importância das vacinas durante a gestação; 
 A importância da prevenção da Toxoplasmose; 
 A importância da realização dos exames preconizados e dos tratamentos, inclusive 
para parceiros quando necessário; 
 O risco da sífilis e do HIV para mãe e para o bebê. Necessidade da realização do 
exame e tratamento do parceiro(a); 
 O risco associado ao ganho de peso exagerado (diabetes e pré-eclâmpsia); 
 O conceito de “Vaga Sempre” preconizado pela Rede Cegonha; 
 A identificação para a gestante de qual é seu hospital de referência; 
 A importância da visita de vinculação obstétrica ao seu hospital de referência; 
 Orientação sobre o preparo das mamas para a amamentação e os benefícios do 
aleitamento materno para o bebê e para a mulher; 
 Cuidado com o corpo (higiene pessoal) e alimentação; 
 Atividade física durante a gravidez; 
 Oferecer as Práticas Integrativas em Saúde (PIS) disponíveis na UBS; 
 Atividade sexual durante a gravidez; 
 Importância da presença do(a) companheiro(a) nas consultas de pré-natal; 
 
 
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 Os direitos das mulheres, especialmente a Lei do Acompanhante (Lei Federal nº 
11.108, de 7 de abril de 2005); 
 Utilizar os conteúdos da Caderneta da Gestante como apoio; 
 Orientar a gestante para anotar suas dúvidas e trazer na próxima reunião ou levar 
para a consulta de pré-natal. 
 
Segundo Trimestre da Gestação (15 a 28 semanas) 
 A importância da coleta de colpocitologia oncológica (CCO) para prevenção de 
câncer docolo uterino, quando indicada, conforme orientações normatizadas pela 
SES-DF/INCA; 
 A importância da realização dos exames preconizados e dos tratamentos, inclusive 
para parceiros quando necessário; 
 O risco do corrimento vaginal, da infecção urinária ou da infecção dentária para o 
parto prematuro; 
 A importância da suplementação com ferro para prevenção da anemia na mãe e no 
bebê depois de nascido; 
 O risco associado ao ganho de peso exagerado (diabetes e pré-eclâmpsia); 
 Oferecer as PIS disponíveis na UBS; 
 O direito ao acompanhante de livre escolha durante o trabalho de parto, parto e 
uma hora após o parto no seu hospital de referência (Lei Federal nº 11.108, de 7 de 
abril de 2005); 
 As fases do trabalho de parto: a fase latente de trabalho de parto (<4cm de 
dilatação), a fase ativa de trabalho de parto (>4cm de dilatação), a fase de expulsão 
do bebê e da placenta; 
 Esclarecer sobre duração de um trabalho de parto, posições de parto, alimentação 
durante trabalho de parto, depilação, enema, episiotomia, necessidade de realizar 
episiotomia e o uso de ocitocina, tendo como referência as Boas Práticas na Atenção 
Obstétrica e Neonatal; 
 Importância da presença do(a) companheiro(a) nas consultas de pré-natal; 
 Os direitos das mulheres, especialmente a Lei do Acompanhante (Lei Federal nº 
11.108, de 7 de abril de 2005); 
 Utilizar os conteúdos daCaderneta da Gestante como apoio; 
 Orientar a gestante para anotar suas dúvidas e trazer na próxima reunião ou levar 
para a consulta de pré-natal. 
 
Terceiro Trimestre da Gestação (≥ 29 semanas) 
 
 
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Página 21 
 O risco do corrimento vaginal, da infecção urinária ou da infecção dentária para o 
parto prematuro; 
 Orientação de que a partir de 36 semanas as contrações uterinas são normais sem 
que seja trabalho de parto, sobretudo no fim da tarde e noite; 
 A importância da realização dos exames preconizados e tratamento, inclusive para 
parceiros quando necessário; 
 Orientação que a gestante procure o hospital de referência se contrações frequentes 
(3 ou mais em 10 minutos), perda de sangue ou líquido via vaginal, diminuição ou 
parada de movimentação fetal; 
 Reafirmar as consultas de pré-natal semanais entre 36 e 41 semanas ou até o bebê 
nascer, não havendo alta do pré-natal; 
 Oferecer as PIS disponíveis na UBS; 
 Reafirmar o protocolo de internação quando atingir 41 semanas de idade 
gestacional, independentemente de trabalho de parto; 
 Reafirmar que o parto cesárea só pode ser indicado quando ela estiver em trabalho 
de parto ou em casos que há uma real indicação clínica. Não é possível predizer que 
o parto será cesariano no pré-natal; 
 Orientar como será o acompanhamento do puerpério na APS; 
 Enfatizar a importância das consultas de puerpério; 
 Orientar sobre a doação de leite materno após o parto para os BLH ou PCLH; 
 Orientar sobre os métodos disponíveis para planejamento reprodutivo; 
 Orientar sobre a importância da presença do(a) companheiro(a) nas consultas de 
pré-natal; 
 Os direitos das mulheres, especialmente a Lei do Acompanhante (Lei Federal nº 
11.108, de 7 de abril de 2005); 
 Utilizar os conteúdos da Caderneta da Gestante como apoio; 
 Orientar a gestante para anotar suas dúvidas e trazer na próxima reunião ou levar 
para a consulta de pré-natal; 
 Reforçar quais documentos a gestante precisa levar para a maternidade. 
 
Estratificação do Risco Gestacional 
A estratificação de risco na gestação é um elemento orientador para a organização 
do seguimento da atenção ao pré-natal e éde fundamental importância para a organização 
dos serviços da APS, da atenção secundária e da atenção terciária. Nesse sentido, os 
profissionais de saúde (médico e enfermeiro) devem classificar o risco da gestante de 
maneira permanente (em toda consulta de pré-natal) com a finalidade de ofertar o 
 
 
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seguimento no nível de complexidade adequado e de se evitar possíveis complicações (por 
exemplo: mortalidade materna, fetal ou infantil). 
Fatores de risco gestacionais presentes anteriormente à gestação se dividem em: 
 1. Características individuais e condições sociodemográficas 
desfavoráveis: Idade maior que 35 anos; Idade menor que 15 anos 
ou menarca há menos de 2 anos; Altura menor que 1,45m; Peso pré-
gestacional menor que 45kg e maior que 75kg ou IMC30; 
Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; Situação conjugal 
insegura; Conflitos familiares; Baixa escolaridade; Condições 
ambientais desfavoráveis; Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; 
Hábitos de vida ( fumo e álcool); Exposição a riscos ocupacionais 
(esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a 
agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse). 
A Adolescência, em si, não é fator de risco para a gestação. Há, 
todavia, possibilidade de risco psicossocial, associado à aceitação ou 
não da gravidez. 
 2. História reprodutiva anterior: Abortamento habitual; Morte perinatal 
explicada e inexplicada; História de recém-nascido com crescimento 
restrito ou malformado; Parto pré-termo anterior; Infertilidade; Intervalo 
interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; Nuliparidade 
ou grande multiparidade; Síndrome hemorrágica ou hipertensiva; 
Diabetes gestacional; Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou 
maiscesáreas anteriores). 
 3. Condições clínicas preexistentes: Hipertensão arterial;Cardiopatias; 
Pneumopatias; Nefropatias; Endocrinopatias (principalmente diabetes 
e tireoidopatias); Hemopatias; Epilepsia; Doenças infecciosas 
(considerar a situação epidemiológica local); Doenças autoimunes; 
Ginecopatias; Neoplasias. 
 Os outros grupos de fatores de risco referem-se a condições ou 
complicações que podem surgir no decorrer da gestação 
transformando-a em uma gestação de alto risco: 
 1.Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos. 
 2. Doença obstétrica na gravidez atual: Desvio quanto ao crescimento 
uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; Trabalho de 
parto prematuro e gravidez prolongada; Ganho ponderal inadequado; 
Pré-eclâmpsia e eclâmpsia; Diabetesgestacional; Amniorrexe 
 
 
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prematura; Hemorragias da gestação; Insuciência istmo-cervical; 
Aloimunização; Óbito fetal. 
 3. Intercorrências clínicas: Doenças infectocontagiosas vividas 
durante a presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, 
rubéola, toxoplasmose etc.); Doenças clínicas diagnosticadas pela 
primeira vez nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias). 
Os profissionais de saúde que atendem as mulheres grávidas devem atentar para 
vulnerabilidades específicas de grupos populacionais femininos, a exemplo da população 
negra. Essas mulheres apresentam maior prevalência de Hipertensão arterial, Diabetes tipo 
II, Anemia falciforme e traço falcêmico. Também é maior a ocorrência de prematuridade e 
óbito materno entre elas. 
No que se refere às mulheres indígenas é necessário observar o respeito às tradições e 
aspectos culturais relacionados à menstruação, contracepção, gestação, parto e puerpério e 
a concepção de família. Essas questões, se bem conduzidas qualificam a atenção à saúde e 
evitam dificuldades no acolhimento e adesão às condutas preconizadas par atenção á 
saúde da mulher. 
 
 
Consulta puerperal 
É preconizado que a maternidade, no momento da alta hospitalar, realize o 
encaminhamento dapuérpera e do RN através da estratégia de “Alta Segura” para a equipe 
de saúde da APS que os dois estão vinculados. Recomenda-se ainda a realização de uma 
visita domiciliar, pelos profissionais da APS, à puérpera após a alta da maternidade e a 
consulta puerperal em até 10 dias, preferencialmente com 7 dias. 
A visita domiciliar à puérpera deve incluir também a visita ao RN conforme 
preconizado no Protocolo de Atenção Primária à Saúde da Criança (Portaria SES-DF nº 41, 
de 28 de fevereiro de 2014) e, se possível, os agendamentos de consulta puerperal e do RN 
devem ser no mesmo período não só para facilitar o deslocamento de ambos, mas também 
para avaliar o vínculo e demais aspectos importantes que envolvam a relação da 
mãe/pai/família e o bebê. 
Aquelas puérperas que residem em outros municípios, deverão receber a orientação 
de procurar o atendimento de uma equipe da APS, na localidade onde reside, em até 10 
dias após a alta da maternidade, preferencialmente com 7 dias. 
São objetivos da primeira visita domiciliar realizada à puérpera e ao RN: 
9. Avaliar o estado geral da mulher e do RN; 
 
 
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10. Investigar as relações familiares (comunicação entre os membros familiares, papeis 
de cada membro, organização familiar – exemplo: mãe chefe de família, responsável 
pelo cuidado da criança, entre outras características); 
11. Facilitar o acesso ao serviço de saúde; 
12. Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com a equipe de saúde; 
13. Escutar e oferecer suporte emocional à família durante os atendimentos ou visitas 
domiciliares; 
14. Estimular o desenvolvimento da parentalidade; 
15. Orientar a família sobre os cuidados com o bebê; 
16. Identificar sinais de depressão puerperal (tristeza, choro fácil, desalento, abatimento, 
mudança de humor, anorexia, náuseas, distúrbios de sono, insônia inicial e 
pesadelo, ideias suicidas e perda do interesse sexual; a depressão puerperal 
apresenta, geralmente, início insidioso entre 2ª a 3ª semana do puerpério); 
17. Promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do RN; 
18. Prevenir lesões não intencionais; 
19. Identificar sinais de perigo à saúde da puérpera e da criança; 
20. Orientar sobre os métodos disponíveis para planejamento reprodutivo; 
21. Agendar a primeira consulta de puerpério e de acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento infantil na UBS (7 dias de vida do RN, após a alta da maternidade). 
 
A consulta puerperal deverá ser realizada por médico ou enfermeiro e é de vital 
importância para o acompanhamento da saúde da puérpera e do RN. Ela propicia 
fortalecimento do vínculo desses com a UBS. A seguir, é apresentada a relação dos 
aspectos a serem abordados, observados e investigados nas duas consultas de rotina no 
puerpério (até o 10º dia pós-parto e até o 42º dia pós-parto). 
 
 
Roteiros para Consultas de Puerpério 
 
Deve-se dar especial atenção às condições emocionais, psíquicas e sociais da 
mulher neste momento, pois uma das características marcantes desse período é a 
ansiedade despertada com a chegada do bebê, o que pode ocasionar sintomas 
depressivos. É comum observar nas mulheres, durante o puerpério, sentimentos de 
ambivalência (medo, frustração, ansiedade, incapacidade), que podem surgir durante os 
primeiros momentos da mãe com o bebê. São frequentes os episódios de tristeza que, 
ocasionados pela mudança hormonal brusca logo após o parto, podem perdurar por 
algumas semanas, devendo ser compreendidos pela família e pela sociedade para não 
 
 
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culpabilizar essa mulher. É um momento muito esperado por ela, mas, apesar disso, ela 
pode não se sentir bem. Esse estado depressivo mais brando é conhecido como baby blues 
ou blues puerperal, ocorre em 70% a 90% das mulheres e é transitório, não incapacitante e 
está associado às mudanças cotidianas – que exigem adaptações –, e às perdas vividas 
pela mulher nessa fase de transição. Os profissionais da Atenção Básica devem estar 
atentos e preparados para apoiar a mulher e sua família, para reconhecer condições de 
risco e vulnerabilidade física, psíquica e social, e para utilizar os recursos das redes de 
saúde e intersetorial para lidar com os possíveis problemas surgidos nessa fase. 
Existem três tipos de transtornos psiquiátricos pós-parto, o mais comum é a tristeza 
pós-parto, também conhecido como blues puerperal. Este atinge até 60% das mães e 
acontece nos primeiros dias que seguem o parto podendo durar até uma ou duas semanas. 
Os principais sintomas do blues são: mudanças repentinas de humor, perda do apetite e 
sentimento de solidão. 
Além do blues, existem a depressão e a psicose pós-parto. Nesses casos, os 
sintomas são mais fortes e podem durar mais tempo. Na depressão pós-parto, que atinge 
10% das mulheres, os sintomas começam a se apresentar após alguns dias do nascimento 
e podem durar até meses, são eles: falta de interesse sexual, perda ou ganho de peso 
excessivo, sentimento de incompetência, baixa autoestima e isolamento social. 
O transtorno pós-parto mais grave é a psicose puerperal, que atinge quatro entre 
1000 mulheres. Esta é uma doença psiquiátrica grave, onde a mãe apresenta sintomas 
como: alucinações, insônia, agitação e raiva. Tem relação com o transtorno bipolar e oscila 
a indiferença com a agressão 
As depressões acontecem por causa da queda brusca de hormônios que ocorre 
quando a placenta é expelida. Com a queda dos hormônios, o organismo tem um aumento 
da enzima monoamina oxidase no cérebro. Essa enzima quebra os neurotransmissores 
serotonina, dopamina e noradrenalina, que, além de serem responsáveis por transmitir os 
sinais entre as células nervosas, também influenciam o nosso humor. 
Existem fatores biológicos envolvidos nas alterações psiquiátricas do pós-parto, mas 
também há fatores psicológicos e sociais importantes. É cada vez maior a frequência de 
casos de depressão pós-parto em mães que tem conflitos pessoal ou familiar, gravidez não 
planejada e instabilidade profissional, familiar ou econômica. 
O mais importante é a mãe ou os familiares perceberem a alteração e procurarem 
ajuda. Por meio da Escala de Depressão Pós Parto de Edimburgo, é possível a realização 
 
 
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de uma triagem e classificação dos transtornos psiquiátricos no puerpério. Trata-se de um 
instrumento de fácil aplicação e auto preenchível, capaz de identificar a intensidade dos 
sintomas depressivos. 
Existe tratamento para qualquer um dos três tipos de transtornos. O tratamento do 
blues é bem simples, muitas vezes, apenas algumas noites bem dormidas podem resolver o 
quadro. Há também a possibilidade de frequentar grupos de mulheres que estejam 
passando pela mesma situação, que juntas se ajudam a superar o problema. 
Já a depressão pós-parto sempre precisa ser acompanhada por um profissional. Se 
não houver resposta ao tratamento psicológico, em uma ou duas semanas, é aconselhável 
começar o tratamento com antidepressivos. 
O tratamento nos casos da psicose puerperal, em pacientes gravemente deprimidas, 
com ideias suicidas e quadros de catatonia (forma de esquizofrenia que se caracteriza pela 
alternância de humor) pode haver a necessidade de internação. 
Não existe tratamento preventivo para depressão pós-parto. Não há formas de 
prevenção, o melhor é admitir o problema e buscar ajuda. Também não é possível afirmar 
que a depressão ocorra apenas na primeira gravidez, não há uma regra para isso. Mas atendência é que com as repetidas gestações, a insegurança gerada pelo desconhecido 
tenda a desaparecer. 
. 
 
 
 
 
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Adaptado de Edinburgh Postnatal Depression. Original de JL Cox, JM Holden, R Sagovsky. British Journal 
Of Psychiatry (1987), 150, 782-786. 
Versão Portuguesa : Postnatal depression in an urban area of Portugal: comparison of childbearing women and 
matched controls. Augusto A; Kumar R; Calheiros JM; Matos E; Figueiredo E. Psychol Med, 26 (1):135-41; 1996 
Jan 
 
 
 
Roteiro para a primeira consulta de puerpério (até 10 dias pós-parto) 
 Observação das adaptações fisiológicas do corpo da mulher no pós-parto e a relação 
da mãe com seu filho; 
 Orientação e monitoramento domiciliar quanto à contraindicação para amamentação 
nos casos de mães com HIV ou HTLV positivo; e, nessa situação, investigar se a 
criança já está recebendo a fórmula infantil; 
 Nos casos de mães com HIV ou HTLV positivo observar a situação das mamas (sem 
fazer expressão); investigar se iniciou a Cabergolina 0,5 mg (para secar o leite), e se 
houve apojadura. Se houver produção de leite, orientar para contenção das mamas 
 
Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS) 
 
Dado que teve um bebê há pouco tempo, gostaríamos de saber como se sente. Por favor, 
sublinhe a resposta que mais se aproxima dos seus sentimentos nos últimos 7 dias. 
Nos últimos 7 dias: 
1. Tenho sido capaz de me rir e ver o lado divertido das coisas. 
Tanto como antes Menos do que antes Muito menos do que antes Nunca 
2. Tenho tido esperança no futuro. 
Tanta como sempre tive Menos do que antes Muito menos do que antes 
Quase nenhuma 
3. Tenho-me culpado sem necessidade quando as coisas correm mal. 
Sim, a maioria das vezes Sim, algumas vezes Raramente Não, nunca 
4. Tenho estado ansiosa ou preocupada sem motivo. 
Não, nunca Quase nunca Sim, por vezes Sim, muitas vezes 
5. Tenho-me sentido com medo ou muito assustada, sem motivo. 
Sim, muitas vezes Sim, por vezes Não, raramente Não, nunca 
6. Tenho sentido que são coisas demais para mim. 
Sim, a maioria das vezes não consigo resolvê-las 
Sim, por vezes não tenho conseguido resolvê-las como antes 
Não, a maioria das vezes resolvo-as facilmente 
Não, resolvo-as tão bem como antes 
7. Tenho-me sentido tão infeliz que durmo mal. 
 Sim, quase sempre Sim, por vezes Raramente Não, nunca 
8. Tenho-me sentido triste ou muito infeliz. 
Sim, quase sempre Sim, muitas vezes Raramente Não, nunca 
9. Tenho-me sentido tão infeliz que choro. 
Sim, quase sempre Sim, muitas vezes Só às vezes Não, nunca 
10. Tive ideias de fazer mal a mim mesma. 
Sim, muitas vezes Por vezes Muito raramente Nunca 
Orientações para cotação 
As respostas são cotadas de 0, 1, 2 e 3, de acordo com a gravidade crescente dos sintomas. 
As questões 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 são cotadas inversamente (3, 2, 1, 0). 
Cada item é somado aos restantes para obter a pontuação total. 
Uma pontuação de 12 ou mais indica a probabilidade de depressão, mas não a sua gravidade. 
A EPDS foi desenhada para complementar, não para substituir, a avaliação clínica. 
 
 
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com faixa ou “top” de número inferior ao usual. Investigar também a presença de 
mastite; 
 Nos casos de mães HIV positivo, investigar se ela está sendo acompanhada pelo 
serviço de referência; 
 Verificar as pendências de vacinação; 
 Como estão as mamas? (há fissuras, ingurgitamento, temperatura local, hiperemia, 
abscesso?) 
 Fornecer aconselhamento sobre o processo de amamentação e observar a condição 
da “pega” e do posicionamento do RN durante a amamentação no consultório. Caso 
identificado algum problema, ofertar ações de manejo clínico da amamentação na 
própria UBS e, caso necessário, encaminhar ao BLH ou PCLH de referência; 
 Orientar sobre a doação de leite materno para os BLH ou PCLH; 
 Como está o sangramento transvaginal - loquiação (volume, cor e odor)? 
 Orientação para o uso de métodos contraceptivos e dupla proteção; 
 Como está a adaptação da mulher à nova condição? 
 Tem suporte familiar ou de amigos nesta nova fase? 
 Como estão os sentimentos da mulher? Tem chorado? Tem se sentido solitária? Tem 
ideação suicida? 
 Orientação de retorno a qualquer momento na UBS ou hospital regional, se 
intercorrências. Alertar para presença febre; 
 Orientação de retorno com até 42 dias após o parto para a segunda consulta puerperal; 
 Garantir a suplementação com ferro por 90 dias após o parto pela relevância para a 
saúde da mulher; 
 Estimular a participação do(a) companheiro(a) nos cuidados com a criança; 
 Continuidade do uso de medicações, quando for o caso. 
 Em caso de Pós-Abortamento (gestação interrompida até a vigésima semana ou peso 
fetal abaixo de 500gr), puérperas cujo feto foi natimorto ou óbito neonatal as consultas 
podem ser realizadas por enfermeiros e/ou médicos. O foco da atenção à mulher se 
refere a acompanhar a involução uterina, loquiação e orientar/disponibilizar insumos 
para o planejamento reprodutivo, que deverá ser iniciado imediatamente, se em 
concordância mediante esclarecimento dos riscos, da mulher. (Vide POP Atenção a 
Mulher no Puerpério no Guia de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde).Caso haja 
queixa mamária, avaliar a necessidade de orientação para uso de um ‘Top” bem 
ajustado para inibir a produção láctea e observar sinais e sintomas de ingurgitamento 
mamário ou mastite. Avaliar a necessidade de introdução da inibição da amamentação 
por medicamentos (Cabergolina 0,5mg 02 comprimidos em dose única).Da mesma 
 
 
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forma que para as mulheres que tiveram nativivo, nos casos de feto natimorto, óbito 
neonatal e abortamento, deve-se prescrever a suplementação com ferro por pelo 
menos 90 dias após (40 mg de Ferro elementar- 32 gotas do Masferol ® ou 40 gotas 
do Furp®). Os seguintes exames devem ser realizados: teste rápido de Sífilis e HIV, 
hemograma. A tipagem sanguínea e o coombs indiretosão necessários para avaliar se 
é preciso o uso de IMUNOGLOBULINA ANTI-RHO (D) SOLUÇAO INJETAVEL DE 250 
MCG). Nos casos de abortamento espontâneo, a partir do terceiro episódio, a mulher 
deve ser orientada acerca da necessidade de avaliação especializada, pela 
possibilidade da existência de uma doença autoimune, genética ou infecciosa. Se a 
usuária desejar nova gestação, encaminha-la ao serviço de reprodução humana.A 
mulher e a família nessas situações demandam, ainda, acolhimento, escuta qualificada 
e apoio emocional da equipe de saúde, sem julgamento ou imposição de valores. Se 
necessário, encaminhamento para serviço de saúde mental.No caso de puérperas 
HIV+ e HTLV+, seguir Protocolo SES para DST.Investigar nas consultas de 
puerpério e da mulher, pós abortamento, e nos registros da Caderneta da 
Gestante, a ocorrência de eventos durante a gestação, que indiquem 
necessidade de vigilância pela APS no seguimento dessas usuárias: 
hipertensão arterial, diabetes, doença exantemática, doença autoimune e 
violência doméstica. 
 
Roteiro para a segunda consulta de puerpério (até 6 semanas pós-parto [42 dias pós-
parto]) 
 Orientação quantoacontraindicaçãoda amamentação nos casos de mães com HIV 
ou HTLV positivo e, nessa situação, investigar se a criança já está recebendo a 
fórmula infantil; 
 Nos casos de mães com HIV ou HTLV positivo observar a situação das mamas (sem 
fazer expressão). Investigar se iniciou a Cabergolina 0,5 mg (para secar o leite), e se 
houve apojadura. Se houver produção de leite orientar para contenção das mamas 
com faixa ou “top” de número inferior ao usual. Investigar também presença de 
mastite; 
 Nos casos de mães HIV ou HTLV positivo, investigar se ela está sendo 
acompanhada pelo serviço de referência; 
 A importância da coleta de colpocitologia oncológica (CCO) para prevenção de 
câncer do colo uterino (fazer a coleta da CCO de acordo com as recomendações da 
SES-DF/INCA); 
 A importância de manter a suplementação com ferro por 90 dias após o parto; 
 
 
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 Como estão as mamas (fissuras, ingurgitamento, temperatura local, hiperemia, 
abscesso)? 
 Fornecer aconselhamento sobre o processo de amamentação e observar a condição 
da “pega” e do posicionamento do RN durante a amamentação no consultório. Caso 
identificado algum problema, ofertar ações de manejo clínico da amamentação na 
própria UBS e, caso necessário, encaminhar ao BLH ou PCLH de referência; 
 Orientar sobre a doação de leite materno para os BLH ou PCLH; 
 Verificar se ainda existe sangramento transvaginal - loquiação (volume, cor e odor)? 
 Como está a adaptação da mulher à nova condição? Sintomas de depressão pós-
parto? 
 O retorno às menstruações para quem está e para quem não está amamentando; 
 O retorno à atividade sexual e orientações de planejamento reprodutivo e dupla 
proteção; 
 A importância do intervalo interpartal mínimo de dois anos para a promoção da 
saúde da mulher e de futuros filhos; 
 Estimular a participação do(a) companheiro(a) nos cuidados com a criança; 
 Métodos Contraceptivos – métodos disponíveis na SES-DF e a eficácia deles; 
 Métodos Contraceptivos de Longa Ação – DIU Tcu 380 (até 10 anos); 
 Métodos Contraceptivos Definitivos – Lei do Planejamento Reprodutivo – 
Laqueadura Tubária e Vasectomia. 
 Em caso de Pós-Abortamento (gestação interrompida até a vigésima semana ou 
peso fetal abaixo de 500gr), puérperas cujo feto foi natimorto ou óbito neonatal 
observar as orientações relativas a primeira consulta de puerpério. 
 
Roteiro para a primeira consulta do RN (até 7 dias de vida) 
 Promover a amamentação (aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade), 
bem como apoiar a puérpera e a família nas dificuldades relacionadas à lactação; 
 Orientar e realizar as imunizações (Hepatite B e BCG) no RN; 
 Verificar a realização dos testes de triagem: “teste do Pezinho”, “teste do olhinho”, 
“teste do coraçãozinho” e “teste da orelhinha”; 
 Realizar anamnese - avaliar condições do nascimento (tipo de parto, local do parto, 
peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na 
gestação, no parto, na internação do RN, se houver, e tratamentos realizados); 
antecedentes familiares (condições de saúde dos pais e irmãos, número de 
gestações anteriores e condições dos irmãos) e, por sua vez, existência de critérios 
de risco/vulnerabilidade*, além do exame físico geral; 
 
 
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 Registrar as informações, incluindo exames e procedimentos, na Caderneta de 
Saúde da Criança e orientar a puérpera sobre a importância de consultá-la. 
 
*Critérios de Risco/Vulnerabilidade 
 Peso ao nascer <2.500g; 
 Apgar <7 no 5º minuto; 
 Morte de irmão <5 anos; 
 Internação após a alta materna; 
 Malformação congênita; 
 Mãe HIV+/sífilis congênita/hepatite B; 
 Mãe adolescente abaixo de 16 anos; 
 Mãe/cuidador analfabeto; 
 Mãe/cuidador em situação de rua; 
 Família recebe benefício social e/ou transferência de renda do governo ou possui 
renda familiar que a classifica como em situação de pobreza ou extrema pobreza; 
 Mãe/cuidador com história de problemas psiquiátricos (depressão, psicose, 
drogadição, etilismo); 
 Mãe/cuidador portador de deficiência que impossibilite o cuidado; 
 Irmão menor de 2 anos; 
 Desmame precoce em irmão(s); 
 Criança manifestadamente indesejada. 
 
Vigilância à saúde do recém-nascido 
As seguintes ações devem ser desenvolvidas pelos serviços: 
 Captação precoce e busca ativa para início do acompanhamento pré-natal; 
 Acolhimento imediato para o acompanhamento do pré-natal; 
 Identificação da gestação de alto risco e referenciamento para atenção 
especializada, mantendo-se o acompanhamento pela APS; 
 Visita domiciliar/busca ativa da gestante que não comparece às consultas pré-natais. 
 Visita domiciliar mensal do agente comunitário de saúde; 
 Continuidade da assistência até o final da gravidez e o parto, abolindo a “alta do pré-
natal”; 
 Vinculação da gestante à maternidade desde o acompanhamento do pré-natal; 
 Acolhimento imediato na maternidade para evitar a peregrinação em busca de vaga 
hospitalar durante o trabalho de parto e/ou urgências, com atraso da assistência; 
 Garantia de transporte pré e inter-hospitalar quando necessário; 
 
 
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 Atenção qualificada ao parto; 
 Direito ao acompanhante da gestante e puérpera durante o trabalho de parto e parto; 
 Promoção do contato mãe-bebê imediato após o parto para o bebê saudável; 
 Captação após a alta hospitalar (após o nascimento ou internação) com 
agendamento de atendimento na APS; 
 Identificação do RN de risco; 
 Continuidade do cuidado/captação do RN pela APS; 
 Visita domiciliar ao RN até o 5º dia após a alta da maternidade; 
 Realização da primeira consulta na primeira semana de vida e marcação de 
retornos; 
 Manutenção do calendário de acompanhamento do crescimento e desenvolvimento 
na APS e de visitas domiciliares; 
 O RN de alto risco deverá manter o calendário de acompanhamento do crescimento 
e desenvolvimento na APS, além do acompanhamento pelo ambulatório da atenção 
especializada. 
Método Anticoncepcional durante o Aleitamento Materno 
A escolha do método deve ser sempre personalizada para cada puérpera. Para 
orientar o uso de métodos anticoncepcionais no pós-parto, deve-se considerar o tempo pós-
parto, o padrão da amamentação, o retorno ou não da menstruação e os possíveis efeitos 
dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente. 
Durante os primeiros seis meses após o parto, o aleitamento materno exclusivo à 
livre demanda com amenorreia está associado à diminuição da fertilidade. Porém, este 
efeito anticoncepcional deixa de ser eficiente quando ocorre o retorno das menstruações 
e/ou quando o leite materno deixa de ser o único alimento recebido pelo bebê. O efeito 
inibidor da fertilidade (que o aleitamento materno exclusivo com amenorreia tem) pode ser 
utilizado como método comportamental de anticoncepção, chamado de Método da 
Amenorreia da Lactação (LAM). 
Quando o efeito inibidor da fertilidade produzido pelo LAM deixa de ser eficiente 
(complementação alimentar do bebê ou retorno das menstruações) ou quando a mulher 
deseja utilizar outro método associado ao LAM, é preciso escolher um método que não 
interfira na amamentação. Nestes casos, deve-se primeiro considerar os métodos não 
hormonais (DIU e métodos de barreira). 
O Dispositivo Intrauterino (DIU) pode ser inserido imediatamente após o parto ou a 
partir de quatro semanas pós-parto. O DIU está contraindicado

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