Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
João Marcus Lima Ferreira HEMORRAGIA PÓS-PARTO • Perda sanguínea acima de 500 ml após o parto vaginal e 1000 no cesáreo em 24 horas OU qualquer perda de sangue pelo trato genital capaz de causas instabilidade hemodinâmica; o Maciça: após um parto independente da via, superiores a 2000ml/24h OU necessitem de transfusão mínima de 4 unidades de concentrado de hemácias OU resultem na queda de hemoglobina > ou igual 4g/dL OU sejam capazes de provocar distúrbios de coagulação; • PRIMÁRIA: até 24h pós-parto; • SECUNDÁRIA: após 24h até 6-12S pós-parto; CAUSAS • PRIMÁRIA: atonia, retenção placentária, distúrbios de coagulação, inversão e rotura uterina, lacerações; • SECUNDÁRIA: retenção de restos placentários, infecção puerperal, subinvolução do leito placentário, distúrbios de coagulação; • 4 Ts: RISCO • FATORES DE RISCO: • ESTRATIFICAÇÃO: MANEJO • CLAMPEAMENTO DO CORDÃO: não tem impacto, seja precoce ou tardio, não tem impacto significativo na redução da HPP, se utilizado de forma isolada; • TRAÇÃO CONTROLADA DE CU E MANOBRA DE BRANDT-ANDREWS: por profissional treinado, evitar quadro de inversão uterina ou rotura do CU; o Não substitui ocitocina profilática; • OCITOCINA PROFILÁTICA: em todas as maternidades, medicação de primeira escolha – 10 UI IM; o Independente da via de parto; o Náuseas, vômitos, vasodilatação, hipotensão, arritmias, isquemia miocárdica, retenção hídrica e edema agudo de pulmão; o REGRA DOS TRÊS: • MASSAGEM UTERINA PÓS DEQUITAÇÃO: verificação do tônus por meio de gentil massagem a cada 15 minutos nas primeiras 2h após a dequitação; o Deve se evitar na região do fundo uterino durante a dequitação – inversão uterina; o Associada a ocitocina; • OUTRAS: o Contato pele a pele; o Episiotomia seletiva; o Não kristeller; o Uso racional da ocitocina EV; o Transamim nos partos de alto risco – associado a ocitocina; • Acompanhamento: SSVV, presença de anemia grave, sangramento ativo não identificado, necessidade de hemotransfusão; • HORA DE OURO: a recomendação do controle do sítio de sangramento, sempre que possível, dentro da primeira hora a partir do seu diagnóstico, ou pelo menos estar em fase avançada do tratamento ao final desse período; • Objetivo de estimular a abordagem precoce da HPP, de forma sequenciada, consciente, correta e sem perda de tempo, podendo ser capaz de evitar o surgimento da tríade letal do choque hipovolêmico (hipotermia, acidose e coagulopatia); TRATAMENTO DA HEMORRAGIA • MEDICAMENTOSO: o Ocitocina: primeira linha; o Derivados de ergot (maleato de ergometrina): segunda linha, IM, não excedendo 1 mg 24h, pacientes que não respondem às primeiras doses tendem a não responder subsequentes; ▪ Contraindicados: HAS, IAM, AVC; ▪ Uso cuidadoso: idosos, sepse, doenças hepáticas, renais e cardíacas; o Misoprostol: terceira linha, tto para atonia, via retal 800 mcg ou VO 400 a 800 mcg; ▪ Náuseas, vômitos e febre; ▪ Evitar: doenças vasculares cerebral ou coronarianas; o Transamin: antifibrinolitico, reduz o sangramento por inibir degradação enzimática do fibrinogênio e da fibrina pela plasmina – 1g EV infusão de 10 min nas primeiras 3hrs e uma segunda dose de 1g casos persista após 30 min ou reinicie em 24 horas; ▪ Indicado nos 4Ts; • NÃO MEDICAMENTOSO: o Compressão uterina bimanual: enquanto se aguarda realização e início das drogas uterotônicas; o Balão de tamponamento intrauterino: método mecânico, preenchido por liquido aquecido, pode permanecer até 24 horas; ▪ Uterotônicos e antibióticos profiláticos; ▪ Contraindicado: neoplasias e infecções, sangramentos arteriais - abordagem cirúrgica, suspeita ou presença de lacerações ou rotura uterina, anomalias uterinas; o Traje antichoque não pneumático: controle transitório, obter tempo extra para transferência ou abordagem da hemorragia - veste de neopreme com velcro que recobre do tornozelo ao abd; ▪ p de 20 a 40 mmHg sem causar necrose; ▪ Pode ser reajustada para possível intervenção cirúrgica ou correção; ▪ Pode ser mantido por horas ou dias; • CIRÚRGICO: o Suturas hemostáticas: suturas compressivas e ligaduras vasculares, preservam a fertilidade; o Suturas compressivas: compressão mecânica sobre o útero; o Suturas vasculares: ligadura dos vasos que irrigam as diversas áreas uterinas; o Embolização seletiva de vasos pélvicos: uso limitado, não geralmente indicada, pode causar obstrução do fluxo sanguíneo, subsequente necrose; o Histerectomia: impacto na vida reprodutiva, perdas sanguíneas de aproximadamente 2L, em lesões cervicais deve ser H total;
Compartilhar