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XXV Congresso de Iniciação Científica 
Fauna Acompanhante: Um Universo Químico a ser Explorado. 
 
Aluno-autor: Fernanda Filipini Mansur dos Santos; orientador: Wagner Vilegas; colaboradores: 
Marcelo Marucci Pereira Tangerina, Wagner Cotroni Valenti, Tânia Márcia Costa – Campus 
Experimental Litoral Paulista, Bachalerado em Ciências Biológicas com ênfase em Biologia Marinha 
e Gerenciamento Costeiro, fernanda_filipini@yahoo.com.br – Bolsa de iniciação Cnpq (PIBIC). 
 
Palavras Chave: Fauna Acompanhante, química, produtos naturais. 
 
Introdução 
A pesca de camarões é uma das atividades mais 
impactantes aos ecossistemas marinhos: o uso de 
sistemas de arrasto do fundo marinho provoca a 
destruição de toda a região onde ele é empregado, 
capturando até 21kg de fauna acompanhante/kg de 
camarão¹. Devido ao baixo valor agregado, os 
pescadores desprezam esses recursos vivos, pois 
não são comercializáveis como alimento, resultando 
num enorme desperdício de material². No entanto, 
organismos marinhos são fontes de moléculas 
extensamente aplicadas em diversas áreas para a 
melhoria da qualidade de vida, incluindo alimentos e 
medicamentos³. 
 
Objetivos 
Portanto, este projeto visa estudar quimicamente 
as espécies da fauna acompanhante provenientes 
da pesca de arrasto do camarão no litoral paulista. 
Esta abordagem poderá fornecer moléculas de 
interesse econômico que aumentem o valor 
agregado desse material desperdiçado, além de 
fornecer um panorama inédito sobre a 
biodiversidade envolvida nesse processo pesqueiro. 
Material e Métodos 
O material estudado foi obtido a partir de um 
arrasto realizado por uma pesca de camarões sete 
barbas (Xiphopenaeus kroyeri), realizado na praia 
do Perequê – Guarujá (SP) em 28/06/2012. Foram 
obtidos diversos organismos marinhos, identificados 
pelos especialistas do CLP. 
Resultados e Discussão 
Uma das espécies mais abundantes de fauna 
acompanhante foi o gastrópode 
Buccinanops cochlidium (fig 1). Foram 
extraídos 300 g desse molusco com 
Etanol 70% até a exaustão. Após 
partições líquido-líquido com hexano 
300mL, acetato de etila 300 mL, n-
butanol 300mL, a fração aquosa 
mostrou maior massa (8,6721g mg). 
Realizou-se fracionamento por Cromatografia 
Líquida de Média Performance (MPLC, RP18, 
gradiente escalonado de 0% a 20% de MeOH). 
Foram coletadas 11 frações, posteriormente 
analisadas por Cromatografia em Camada Delgada 
(CCDC) (Fig. 2). 
 
Figura 2. Análise por CCDC das 11 frações obtidas 
a partir do fracionamento da fase aquosa do extrato 
EtOH 70% de B. cochlidium (Silica gel, eluente 
quaternário ácido – AcOEt,/ Ac.fórmico/ Ác.acético/ 
H2O 100:11:11:26; revelador Anisaldeído/ H2SO4). 
Conclusões 
 Observa-se que a separação foi muito eficiente, 
permitindo obter cerca de 7 substâncias em razoável 
estado de pureza nas frações 1, 2, 4, 5, 6, 8 e 9. No 
próximo período será feita a purificação por 
Cromatografia Líquida de Alta performance (HPLC) 
e a identificação dessas substâncias por métodos 
espectrais. 
 Assim, este estudo preliminar já evidencia a 
presença de moléculas facilmente isoláveis a partir 
de um material que seria desperdiçado. 
Agradecimentos 
Ao meu orientador, Wagner Vilegas, por 
proporcionar tal oportunidade, e em especial ao meu 
supervisor, Marcelo Tangerina, por tanto me ensinar 
e pela sua dedicação em meus momentos 
excepcionais. Ao CNPq pela bolsa concedida e à 
Fapesp, pela bolsa e auxílio concedidos. 
____________________ 
 
¹ Branco, J. O. & Verani, J. R.. Pesca do camarão sete-barbas e sua 
fauna acompanhante, na Armação do Itapocoroy, Penha, SC., Bases 
Ecológicas Para Um Desenvolvimento Sustentável: Estudos De Caso 
Em Penha, SC. 2006, Capítulo 11, 153-170p. 
² Graça Lopes, R.; Tomás, A. R. G.; Tutui, S. L. S.; Severino Rodrigues, 
E.; Puzzi, A.. The shrimp fishery by-catch of the São Paulo State coast, 
Brazil. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, 2002, 28(2): 173 – 
188. 
³ Costa-Lotufo, L. V.; Wilke, D. V.; Jimenez, P. C.; Epifanio, R. A. 
Organismos marinhos como fonte de novos fármacos: histórico & 
perspectivas. Quím. Nova [online], 2009, vol.32, n.3, p. 703-716. 
Figura 1: Imagem tirada do gastrópode B. 
cochlidium coletado para atual pesquisa.

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