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Antes tarde SOROCABA • TERÇA-FEIRA • 30 DE NOVEMBRO DE 2010 A2 O lixo e a taxa Sandro Donnini Mancini Esta semana o assunto “lixo” entrou nova- mente na pauta da imprensa em Sorocaba. Também não era para menos. Todos nós ge- ramos lixo e, de uns tempos para cá, a comu- nidade tem estado alerta para os gastos públi- cos com coleta e destinação final e se isso es- tá sendo feito direito. A população de Soroca- ba gasta, por mês, R$ 917 mil com a coleta porta a porta e R$ 847 mil com a destinação final para um aterro particular na vizinha Ipe- ró. Segundo o Cruzeiro do Sul apurou, este úl- timo valor é quase 70% maior do que o que se gastava quando o aterro municipal no Retiro São João em Sorocaba ainda tinha permissão de funcionamento. Para patrocinar tudo isso, a Prefeitura afir- ma que os impostos atuais não são suficien- tes e que é necessário um aumento de 15% na taxa que já pagamos para estas finalidades, cobrada juntamente com o IPTU. Após esse anúncio, a população chiou e alguns vereado- res prometeram tentar “melar” o aumento. Ações e reações se justificam, afinal se gasta muito dinheiro para fazer o que animais irra- cionais fazem por instinto: jogar sua sujeira dentro de um buraco e colocar terra por cima. É aí que reside o problema. Até quando va- mos gastar uma fortuna dessa só para enter- rar o lixo longe da gente? Só porque todo o pro- cesso é aprovado por legislações ambientais, não quer dizer que seja o mais correto a fazer. A disposição de nossos resíduos domésticos em 22.500 contêineres espalhados pela cida- de é considerada moderna e é raridade no Bra- sil. A coleta de porta em porta três vezes por semana, apesar de alguns problemas nos últi- mos dias, também pode ser considerada exemplar no país. Os aterros, seja o de Soroca- ba ou o de Iperó, possuem as mais modernas técnicas de confinamento do lixo, minimizan- do as chances de problemas de saúde pública ou ambientais. Então cabem outras pergun- tas. Até quando vamos utilizar o Brasil como parâmetro? Não merecemos estarmos no ní- vel do que há de mais moderno no mundo? Pois bem, pode-se considerar que no mundo há dois grandes modelos de gestão de resíduos sóli- dos: o americano e o europeu. No ame- ricano se reapro- veita bastante coi- sa do lixo, porém a geração é tanta que grandes aterros se tornaram excelen- tes negócios e, co- mo ninguém quer um aterro por per- to, eles estão cada vez mais distantes. Boa parte do lixo de Nova York, por exemplo, vai para o quarto maior aterro do país, o Atlantic Waste (particular), após percorrer mais de 600 quilô- metros. No modelo eu- ropeu, em que pe- sem as diferenças culturais e econô- micas entre os vá- rios países do continente, busca-se, faz tem- po, o conceito do aterro zero. O cidadão não é mais tratado como agente passivo do sistema de coleta e destinação, em que o financia no máximo. Ele representa papel ativo, pois é o responsável por seus resíduos e essa respon- sabilidade não é transferida para ninguém. Há mais de uma década legislações proíbem que resíduos recicláveis sejam descartados, pois devem ser encaminhados para a reciclagem. Há menos tempo outras legislações incluíram na proibição resíduos como restos de comida e restos de poda de jardins. É como se fosse dito: se você foi você que gerou resíduos como uma garrafa de refrigerante, um osso de fran- go, uma caixa de pasta de dente, um vidro de esmalte ou uma lata de molho de tomate, por quê o problema é do prefeito? Lógico que o modelo europeu, a pleno va- por em países como Dinamarca, Suécia e Ho- landa, é o que faz mais jus ao rótulo de racio- nal, não só por ser gerenciado e operacionali- zado por seres racionais (afinal todos somos), mas por fazer o que tem que ser feito, nem que demore muito para surtir efeito. Aterro nesses lugares é a última opção, somente considera- da, por exemplo, para resíduos que sobrem de processos de tratamento de outros resíduos, como cinzas de incineradores. Claro que para este modelo funcionar é ne- cessária uma grande estrutura, o que envolve, no Brasil, uma mudança de comportamento a partir de uma efetiva conscientização da popu- lação, auxiliada por uma fiscalização firme. Isso tudo não se conquista da noite para o dia e muito menos de cima para baixo. Tal- vez por enquanto tenhamos que nos conten- tar em fazer o que a legislação aceita como certo, embora isso pareça errado, irracional. Mas precisamos, urgentemente, começar a ir para frente. Para isto, precisamos sair da passividade. Sandro Donnini Mancini (mancini@sorocaba.unesp.br) é pro- fessor da Unesp de Sorocaba (www.sorocaba.unesp.br) e es- creve a cada duas semanas, às terças-feiras, neste espaço. Se gasta muito dinheiro para fazer o que animais irracionais fazem por instinto: jogar sua sujeira dentro de um buraco e colocar terra por cima HOJE Nesta terça-feira, uma fren- te fria avança rapidamente pa- ra o Sudeste deixando o tempo chuvoso com queda de tempe- ratura no sul paulista. No de- correr do dia, à medida que a frente fria avança, o tempo fe- cha e chove também nas de- mais áreas paulistas, inclusive na capital. Em Sorocaba, sol e aumento de nuvens de manhã. Pancadas de chuva à tarde e à noite. A temperatura oscila en- tre 20 e 29ºC. (Fonte: Climatempo) DORA KRAMER “Os líderes religiosos têm influencia e a questão da Aids é política, de saúde pública. Como eles, não aprovamos o sexo livre, irresponsável. Não facilitamos o acesso aos preservativos com a idéia de promoção do sexo” Coordenadora do Programa Municipal de Combate a Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DSTAids), Maria Tereza Mo- rales Dib, afirmando que as de- clarações do papa Bento 16 so- mam ao serviço que há décadas é desenvolvido por entidades e pe- lo poder público, e disse que, de certa forma, é um reconhecimen- to. (29/11/2010) “Não resolvemos todos os problemas, a caminhada é muito grande, não tem jogo ganho, não tem partida ganha, há muito o que fazer, mas já demos um passo importantíssimo” Secretário de Segurança Pú- blica do Rio de Janeiro, José Ma- riano Beltrame, afirmando que o Complexo do Alemão continuará ocupado pelas forças policiais. (29/11/2010) “A preocupação com o futuro do adolescente (pós-internação) é o que faz toda a diferença no novo modelo. Em minha pesquisa de campo, percebi, nas unidades que empregam os novos modelos pedagógicos, que alguns jovens começavam a construir um projeto de vida viável após alguns meses de internação, tendo por base o trabalho” Advogado Cauê Nogueira de Lima, da Faculdade de Educação da USP, sobre a readaptação de adolescentes infratores à socie- dade graças à descentralização dos complexos e reformulação dos projetos pedagógicos na Fun- dação Casa. (29/11/2010) Alguns motoqueiros ignoram as leis que disciplinam o trânsito, colocando o pedestre em risco, principalmente nas faixas de travessia, como mostra o flagrante feito pelo repórter fotográfico Aldo V. Silva, na esquina da avenida São Paulo com a rua Ruy Barbosa, no Além-Ponte. O motociclista avança sobre a faixa, como se ela não representasse nada para o trânsito. Um sistema de radar fotográfico nos semáforos seria uma medida eficaz para coibir esses abusos. Há 100 anos, o Cru-zeiro do Sul infor-mava: “Exames es- colares - Devem começar no dia 5 de dezembro proximo, terminando no dia 13, os exa- mes das escolas isoladas des- te municipio. Para o edital que a respeito publicamos hoje, chamamos a attenção dos in- teressados.” Em outra seção, o jornal publicava o edital completo, com a relação das escolas isoladas e os dias em que ocorreriam os exames. DEPARTAMENTO JORNALÍSTICO Editor Responsável Anclar Patric Crippa Mendes (anclar.patric@jcruzeiro.com.br) Endereço Av. Eng. Carlos R. Mendes, 2800. Bairro Alto da Boa Vista, Sorocaba-SP, Cep: 18013-280. www.cruzeirodosul.inf.br Telefone (0-15) 2102-5100 Fax (0-15) 2102-5190. O noticiário nacional e internacional é forneci- do pelas agências Estado e France Presse. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade do seu autor. Impressão, Redação e AdministraçãoAv. Eng. Carlos R. Mendes, nº 2800, Alto da Boa Vista, Sorocaba-SP, CEP: 18013-280 Departamento Comercial Gerente Comercial - Olavo Crespo (olavo.crespo@jcruzeiro.com.br) Endereço - Av. Eng. Carlos R. Mendes, 2800. Bairro Alto da Boa Vista, Sorocaba-SP, Cep: 18013-280. Telefone - (0-15) 2102-5060. Fax (0-15) 2102-5077. Venda de Assinatura Telefone - (0-15) 2102-5111. Fax (0-15) 2102-5146. E-mail (assinatura@jcruzeiro.com.br) Preços à vista ANUAL: R$ 298,50 SEMESTRAL: R$ 150,75 QUADRIMESTRAL: R$ 100,99 TRIMESTRAL: R$ 76,15 MENSAL: R$ 27,36 Classificados por telefone Telefone: (0-15) 2102-5000 (TELECRUZEIRO) E-mail telecruzeiro@jcruzeiro.com.br. De segunda a sexta-feira: 9h às 18h30 às sextas-feiras até às 20h para classificado de domingo. Atendimento ao Assinante de segunda a sexta-feira: 8h às 18h sábado/domingo e feriados: 8h às 11h Telefone: (0-15) 2102-5110. Fax: (0-15) 2102-5146 atendimento@jcruzeiro.com.br Cidades onde o jornal circula diariamente Alumínio; Araçoiaba da Serra; Boituva; Capela do Alto; Iperó; Itapetininga; Itu; Mairinque; Piedade; Pilar do Sul; Salto de Pirapora;Sarapui; São Miguel Arcanjo; São Roque; Sorocaba; Tatuí; Votorantim. Sucursais em SOROCABA - Centro Rua Padre Luiz, nº 101. Telefone - (0-15) 2101-7556 Shopping Sorocaba: Avenida Afonso Vergueiro, 1766. Telefone - (0-15) 3224-4592 Outras Sucursais e Representantes SÃO PAULO - Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 2.373 - Jd. Paulistano - São Paulo - SP - Telefone: (0-11) 3546- 0344. E-mail: sampa@jcruzeiro.com.br VOTORANTIM - Avenida 31 de Março, nº 531, centro, CEP: 18110-000.Tel (15) 3243-2654. CAMPINAS/SP - Rua Pandiá Calogeras, 78 - Cambui - CEP 13024-170 Tel (19) 3255-6717- 3295-6705 BRASILIA/DF - Tel (61) 3323-4701 RIO DE JANEIRO/RJ - Tel (21) 2246-8121 BELO HORIZONTE/MG - Tel (31) 3411-7333 CURITIBA/PR - Tel (41) 3324 - 6591/3324- 3324.1659 / Fax (41) 324 - 3014 SANTA CATARINA - Tel (48) 3025-2930-3025.6308 PORTO ALEGRE/RS - tel/fax (51) 3366-0400. Há 100 anos DESRESPEITO AO PEDESTRE A L D O V . S IL VA PRÓXIMOS DIAS Em Sorocaba amanhã Sol com muitas nuvens durante o dia. Períodos de nublado, com chuva a qual- quer hora quinta-feira Sol com muitas nuvens durante o dia. Períodos de nublado, com chuva a qual- quer hora sexta-feira Sol com muitas nuvens durante o dia. Períodos de nublado, com chuva a qual- quer hora (Fonte: Climatempo) FASES DA LUA MINGUANTE Começou dia 28/11, às 20h37 NOVA Começa dia 5/12, às 17h36 CRESCENTE Começa dia 13/12, às 13h59 CHEIA Começa dia 21/12, às 8h14 DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Laelso Rodrigues Vice-presidente:José Augusto Marinho Mauad 1º tesoureiro:Francisco Antonio Pinto 2º tesoureiro: Mauro Antonio Correa da Silva 1º secretário: José Roberto Alves 2º secretário: José Oswair Drigo Diretor de patrimônio: Rubens Cury Basso Conselho Editorial: Laelso Rodrigues, Paulo Virgílio Guariglia, Hélio Sola Aro, Luiz Antonio Zamuner e Carlos Hingst Corrá CONSELHO SUPERIOR Presidente: Tiberany Ferraz dos Santos Vice-presidente: José Antonio Fasiaben Secretário: João Roberto Muller Diário matutino fundado em 1903 Entusiasmo é material perecível, assim como sen- so crítico é matéria prima indispensável ao desenvol- vimento da humanidade. Agora, desqualificar o tra- balho das forças estadual e federal no combate ao po- der do tráfico no Rio de Janeiro na última semana é, além de uma atitude retrógrada, um exercício de crí- tica à deriva. Um equívoco, sobretudo. São poucos, mas ainda há focos de resistência ao reconhecimento de que o que houve no Rio significou um avanço incontestável em relação ao que estáva- mos acostumados a ver. Principalmente nos últimos 20 anos, quando o crime já havia consolidado suas posições e as autoridades ainda resistiam - por in- competência, compadrio ou indiferença - ao enfren- tamento. Embora seja pertinente o questionamento sobre as razões pelas quais não houve antes uma atuação se- melhante às retomadas dos territórios de Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, na região da Penha, zona norte da cidade, a mera repetição dessa pergunta não leva a lu- gar algum. Melhor que perguntar por que o Estado não agiu antes é cobrar das autoridades a con- tinuidade desse tipo de ação. No País todo. Já ficou de- monstrado que o poder públi- co, quando quer e se empe- nha, ganha sempre. É mais forte que o crime. Detém a legitimidade da força e, a despeito de enfrentar a “desvantagem” da obrigação de atuar dentro da lei frente a um inimigo livre dos ditames legais, é infinitamente superior a ele. Portanto, não há mais daqui em diante nenhuma justificativa para que não se prossiga nesse combate. Muito menos existem quaisquer explicações para que o governo federal em conjunto com os governadores não elabore e institua uma política de segurança pú- blica de caráter nacional e com sentido prioritário. Essa é uma tarefa que se impõe ao governo de Dil- ma Rousseff. Depois de 16 anos consecutivos de fra- cassos na área, nos governos Fernando Henrique Car- doso e Luiz Inácio da Silva, é hora de a sociedade apli- car o critério da tolerância zero em relação à responsa- bilidade dos governantes no cumprimento do dever constitucional de garantir o direito à vida aos cidadãos. Isso abrange a inclusão de diferentes áreas: legislativa, judicial, trabalho de fronteiras, po- sição do Brasil em relação aos países que expor- tam drogas e não fazem o combate necessário à exportação de armas, combate duro aos barões da criminalidade, o expurgo da corrupção (da po- lícia, da política, do Judiciário), sem prejuízo também de se revelar responsabilidades sobre décadas de omissão. A população que não sofre na pele a escravidão pelos traficantes no cotidiano parou de considerar o bandido um herói e, de um modo geral, a mentalida- de em relação à defesa dos direitos humanos está se alterando: há o viés social, mas não há que se des- prezar o poder da repressão. A cultura do protesto vão - passeatas da elegant- zia e da intelligentzia que o ex- chefe de polícia Hélio Luz de- nunciava por “protestar de dia e cheirar à noite” - deu lugar à participação objetiva e mais que efetiva por intermédio do Disque-Denúncia. A polícia, por sua vez, co- meçou a atuar como aliada do cidadão, substituindo a arbi- trariedade pela inteligência e o planejamento estratégico, sob um comando sério e inte- grado. Nada está resolvido, mas está provado que o Estado sa- be o caminho. Se não envere- dou por essa trilha até hoje, a hora é agora. Sem recuos, pois as condições estão postas e o rumo da recuperação da soberania do Estado está dado. Sem margem para ambiguidades. DONA DA CASA De Lula a FH, muitos se arvoram o direito de dar conselhos públicos à presidente eleita. Não fica bem. Mais não seja no que tange ao ex-presidente, porque ele pertence à oposição. Derrotada e “eleita” para se opor. NO TWITTER @DECUBITO: “Que a polícia tire os bandidos das ruas e o povo tire os bandidos da política”. Melhor que perguntar por que o Estado não agiu antes é cobrar das autoridades a continuidade desse tipo de ação. No País todo. Já ficou demonstrado que o poder público, quando quer e se empenha, ganha sempre
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