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TCC HISTÓRIA 2020 INDEPENDENCIA DO BRASIL

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INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Joice Aparecida Leôncio da Silva
 RESUMO
A terra agora chamada Brasil foi reivindicada por Portugal em abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral. A colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território em quatorze capipitanias hereditárias, mas esse arranjo se mostrou problemático, uma vez que apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram. Então, em 1549, o rei atriduiu um governador-geral para administrar toda a colônia. Os portugueses assimilaram algumas das tribos nativas, enquanto outras foram escravizadas ou exterminadas por doenças europeas para as quais não tinham imunidade, ou em longas guerras travadas nos dois primeiros séculos de colonização, entre os grupos indígenas rivais e seus aliados europeus. Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana se tornou o mais importante produto de exportação do Brasil, os portugueses iniciaram a importação de escravos a fricanos, comprados nos mercados de escravos da África ocidental . Assim, estes começaram a ser trazidos ao Brasil, inicialmente para lidar com a crescente demanda inter nacional do produto , naquele que foi chamado ciclo da cana-de-açúcar. 
Antes de sair, no entanto, D. João nomeia o seu filho mais velho, D . Pedro de A lcântara de Bragança , como Príncipe Regente do B rasil (1821 ). Fiel ao seu pai , o pr ínci pe -rege nte vê s ua condi ção co mplicada pe la vo ntade p ol íti ca das cortes port ugue sas em repat riá-lo e d e retornar o B rasi l ao seu antigo esta t uto coloni a l . Ofi ci alme nte, a data comemorada pa ra i ndepe ndência do Brasi l é a de 7 de setembro de 1822 , em q ue o corre u o cha mado Gri to d o Ipi ra nga, às ma rgens do ri acho Ipi ranga . E m 1 2 de outubro de 1 822, o prínci pe foi p rocla mado i mperado r pe lo nome d e Pe dro I e o pa ís le va o nome de Impéri o do Brasi l. Na g uer ra de i ndep endê nci a i ni ci ad a ai nda com a exp ulsão dos e xércitos po r t ugueses de Pe rna mb uco em 1821 , passa a a tuar o E xército Brasi lei ro, formado a parti r da cont ratação de merce ná ri os, d o alistame nto de ci vi s e de tropas colo ni ai s portug uesas , contra aq ueles q ue pe rma nece ram fiéi s ao Reino d e P ortugal em algumas par tes do pa ís . 
 DES ENVOLVIME NT O 
 1. Indep en dên c ia do B rasil A Hi stória, enqua nto ci ênci a e campo d e estud o, surgi u na Grécia A nti ga. C onsi de ra -se atua lme nte que Heródoto é o pai da Históri a, por co nta de se u t rabal ho em si stemati zar o s a conteci mentos da Hi stória d os g rego s e d e outros po vos da Anti gui da de. Alé m di sso, He ródoto destaco u-se pe lo se u rela to fei to sobre a s Gue rras Médi cas, co nfli to t ra vado e nt re gregos e persas. A pesa r d a i mportâ nci a de Heródoto para a Hi stóri a, consid era -se que Tuc ídi des foi o primei ro histori ador a 
utili zar um método de a ná li se q ue o pe rmiti u recontar um aco nteci me nto da Hi stó ri a grega. O traba lho de Tuc ídi des foi a re spe i to da Guerra do P elopo neso , co nfli to tra vado e ntre as ci da des-estados gregas Atenas e Esparta . 
Hi stória é a ci ênci a respo nsá ve l por est udar os aco ntecime ntos p assado s. Esse estud o , no e nta nto, não é fei to de qua lque r ma nei ra, poi s o hi stori ador, e m se u of íci o, de ve co locar em p rática uma a ná li se cr íti ca do se u obje to de est ud o a fi m d e racionali zar a co ncl usão sob re os aco nteci me ntos i nvestiga dos. A pala vra“ históri a” tem orig em no i di o ma grego e é o ri und a d o vocáb ulo “ h ís tor” , que si g ni fica “ap rend i zad o”, “sábi o”. S endo assi m, fa z re ferê ncia ao conheci me nto obtido a parti r da i nve sti gaçã o e do estud o. A i mportâ nci a da Históri a e stá em seu pap el de no rtear o ho mem no espaço e no tempo, dando -l he a possi bi li dad e de compreender a própri a realidade. O co ncei to de Históri a recebe defi ni ções di stintas de aco rdo co m di fere ntes hi stori adores. O hi stori ado r Ma rc B loch, p or e xemplo , co nsi dera que a Históri a nã o é a ci ê nci a que estuda os a contecimentos passad os, mas s i m a ciênci a q ue estud a o homem e s ua açã o no tempo. O ut ros e nte ndem como o es tudo das t rans formaçõe s na soci ed ade huma na ao lo ngo do te mpo. Nesse se nti do, o pap el do hi stori ado r é faze r uma a nálise cr íti ca q ue o permi ta cheg a r a u ma co nclusão so bre dete rm i na do 
aconteci me nto p assado a partir da i nve sti g a ção d e fontes históri cas. O hi sto ri ador não deve glori fi car o u demoni za r d etermi nad o a conteci me nto , mas d eve ana lisá -lo cri ticamente , uti li zando todas as fontes que esti ve rem ao se u a lca nce e e mpregand o métodos de a náli se q ue o a uxi liem em seu e xe rc íci o . O su rgi mento da Hi stória e nqua nto ci ênci a e campo d e e st udo foi obra do s gregos antigo s. Heródo to é co nsid erado o p ai da Hi stória. Se u t rabal ho a co ntece u por meio da si stematização dos e ve ntos da hi stóri a dos g rego s e de o utros po vos da antig ui dad e, como o s e gípci os. Um dos eventos da hi stóri a grega narrados por Heródoto foram as G uerras Méd i ca s, con fli to tra vad o d urante a i nvasã o da Gréci a pelos persas. Tuc ídi des foi o pri mei ro hi stori ado r a utili za r, de fato , um método de análise q ue pe rmitisse recons ti t uir e for m ular uma aná li se a respei to de um aconteci me nto p assado. S eu trabal ho foi a re spei to da G ue rra do P elopo ne so, 
conf lito tra vado e ntre as cida des de Ate nas e Esparta. 
O Go ver no- Geral foi cri ado por ordem do rei port ug uês D . João III em 154 8. No a no segui n te, no meou -se na A méri ca P ortug uesa o p ri meiro governador –gera
 l: To mé de So usa. O o bje tivo do Go ve r no- Gera l era p romo ver a centra li zação admi ni strati va da C olôni a co mo forma d e to r ná -la mai s luc rati va . Os três primei ros gover nadores -
gerai s foram Tomé d e S ousa , D uarte da C osta e Mem de Sá , os q uai s g overnara m o terri tório e ntre 15 49 e 1 572 . C om To mé de S ousa , vi e ram os pri mei ros jes uítas para o B rasil, respo nsá vei s p ela ca tequi zação e pa ci fi cação dos i nd íg enas . Um do s grandes fei tos desse per íodo foi a constr uçã o d e S alvado r, e um do s de safi os foi a exp ulsão dos f ranceses q ue esta vam es ta beleci dos na regi ão da B aía da Gua naba ra , at ua l estado do Rio de Janei ro . Ap ós o governo de Mem de S á, a A méri ca P ortug uesa foi di vi di d a em doi s gove rnos -gerai s: um com cap i tal em Sa lva dor e outro com capi tal na ci d ade do Rio de Ja nei ro. O Go ver no -Gera l foi um mode lo admi ni strati vo q ue a C oroa de Po rt ug al i mpla nto u na América Po rtug uesa em 1 548. Esse gove r no foi estabe leci d o a fim de substitui r e comple me ntar o si stema d e C a pi tani a s Heredi tária s, q ue não ha vi a d ado o retor no esperado. 
O histo riad or B ori s F austo e numera uma sé ri e d e fato res que e xp li cam p or q ue o rei D . Jo ão III de ci di u i mpla ntar o Go ve r no -Ge ral no ter ritórioque correspo nde ho je a o Brasi l1. P rimei ro, ha vi a o enfraq ueci mento d o comércio co m as Índi a s, o q ue força va os p ortug ueses a t rans forma rem o B rasil em um e mpree ndi mento l ucra ti vo– papel que, a té e ntão, não era c ump rid o na Colô ni a. A lé m di sso, a s tentati vas p or tug uesas de i mplantar um i mpéri o na regi ã o do a t ua l Marroco s esta vam fracassa ndo . P or fi m, 
os p ortug ue ses esta vam i ncomodado s com o ê xi to a lca nçado pelos e spanhói s na explo ração da A méri ca E spa nho la, o nde e sta va m se ndo e ncontradas, i nclusi ve, grandes q ua ntida des de metai s precio sos. A terra agora chamada B rasil foi reivi ndi cada por P ortugal e m a bril d e 1 5 00, com a chega da da f rota p o rtug uesa coma ndada por P ed ro Ál va res C abra l. A colo ni zação 
foi e feti vame nte i ni ci ada em 1534, qua nd o D . Jo ão III di vi d i u o te rritório em q ua tor ze capi tani as heredi tária s, mas esse arra njo se mostro u prob lemático , uma ve z que apenas as capi tani as de P erna mbuco e S ão Vice nte prosperaram. E ntão, em 154 9, o rei a tribuiu um go ve r na dor -gera l para admi ni st rar toda a co lôni a. Os p or tug ueses assi milaram alg umas das t rib os na tiva s , e nq uanto o ut ras foram esc ra vi zada s o u exte rmi na das p or doenças e urope i as p ara as q uai s não tinham i m unid ade, ou em 
longa s g uer ras t ra vada s nos doi s p ri meiros sécu los de colo ni zaçã o, e nt re os g r up os i nd íge nas rivai s e se us ali a dos europe us. E m meado s d o século X VI, q uando o açúcar de ca na se tor no u o mai s i mporta nte prod uto de e xp or tação do B rasil, os portug ueses i ni ci aram a i mportação de escravos africanos, comprados no s mercados de escra vos da África oci den tal. 
Assi m, estes co meçara m a ser tra zi dos ao B rasil , i ni ci alme nte pa ra lida r com a 
cresce nte d ema nda i nter naci o nal do produto , naq uele que foi chamado ci clo da 
cana -de-aç úca r . A Ind epe ndência do B rasi l foi o processo hi stóri co d e sep aração 
ent re Brasi l e P ort uga l, q ue se es tende u d e 1 821 a 1 825, co loca ndo em vi o le nta 
oposi çã o a s duas pa rtes de ntro do Rei no U ni do de P ortugal , Brasi l e A lg ar ves. As 
C ortes Gerai s e Ext raordi nária s da Nação P ortug ue sa, i nsta ladas e m 1 820, como 
uma conseq uê nc i a da Re vol ução Li b eral do Po rto , tomam deci sões, a partir de 1821, 
que ti nha m como ob je tivo red uzi r no vame nte o B rasi l ao se u antig o estatuto co lo ni a l. 
A nteced e ndo o processo de i ndepend ênci a do B rasi l, mas com fortes i nf l uê nci as 
sobre ele, ocorre a t rans ferê ncia da cor te por t uguesa para o Brasi l. 
Em 1807, o exé rci to francês i nvadi u o Reino de Po rtuga l , que se recusa va a se 
juntar ao b loqueio co nti ne ntal c o ntra o Rei no U ni do. Incap az de resistir ao a taq ue, a 
fam íli a real e o gove r no por tug uês fugi r am para o Brasi l , que era e ntão a mais rica e 
desen vol vi da das colô ni as l usi ta nas. A i n stalação do Tri b unal de J us ti ça no Ri o d e 
Janei ro tra z uma série de tra nsfo rmações pol íticas, eco nômicas e soci a i s que le va m 
à d eci são do P rínci pe Reg ente D . Jo ão, co ns umada em 16 de de zembro d e 181 5, 
de ele var o B rasi l à condi ção d e rei no , uni do com s ua e x -met rópole. P orém, em 
1820 , uma re vo l ução li beral ec lodi u e m Port uga l e a fam íli a real foi fo rçada a re tor nar 
para Lisboa. 
Antes de sai r, no e nta nto , D . Joã o no mei a o s eu fil ho mai s vel ho , D . Pedro de 
Alcânta ra d e B ragança, como P r ínci p e Rege nte do B rasil (182 1). Fi el ao se u pai , o 
pr ínci pe-regente vê s ua co ndi ção co mp licad a pela vo ntade p o l ítica da s corte s 
portug uesas e m repa triá -lo e de reto r nar o Brasi l ao se u a ntigo esta t uto co lo ni al. 
Ofi ci alme nte, a d ata comemo rada para i nde pe ndênci a d o Brasi l é a de 7 d e 
setembro de 1822, em q ue ocorre u o cha mado Grito do Ipi ra nga, às ma rge ns do 
ri acho Ipi ranga . E m 1 2 de outubro de 1 822, o prínci pe foi proclamado i mperado r pe lo 
nome de Ped ro I e o país le va o nome de Impéri o do B rasi l. Na guer ra de 
i ndep endê nci a i ni ci ad a ai nda com a exp ulsão d os e xérci tos por t ugueses de 
Pe rna mb uco em 1821 , passa a a tuar o E xército Brasi lei ro, formado a parti r da 
cont ratação de merce nári os, do ali stame nto de civi s e de tropas co lo ni a i s 
portug uesas , contra aq ueles q ue perma neceram fié i s ao Rei no d e P ort ugal em 
algumas par tes do pa ís . 
Em meio ao co nf lito, há em P er namb uco o le va ntame nto da C onfederação do Eq uado r, q ue p re tendi a fo rmar se u p rópri o go ver no , rep ublica no, mas foi dura me nte 
rep ri mido . D ep oi s d e três ano s de confli to armado, P ort uga l fi na lme nte reco n heceu a 
i ndep endê nci a do Brasi l, e e m 29 de ag osto de 1825 foi a ssi nado o Tratado de 
Ami zade e A lia nça fir mado entre B rasi l e Por tug a l. E m troca, o B rasil se 
compromete u a pa gar ao Re i no de Po rtugal uma i nde ni zaçã o substa ncia l e assi na r 
um tra tado de comérci o com o Reino U ni d o, p ara i nde ni zá -lo por s ua medi a ção . A partir do di a 15 de jul ho de 17 99, o P rínci pe do Brasi l, D . João Mari a de B ragança , 
tor nou -se p r íncip e-rege nte d e P or t ugal, p oi s sua mãe, a rai nha D . Maria I, foi 
declarada lo uca pe los médi cos. 
Os a contecimentos na E uropa, o nd e Napo leão B ona parte se afirma va , sucede ram-
se com velocid ade cresce nte. D esde 180 1 que se co nsid era va a i dei a da 
tra nsferê ncia da corte port ug uesa para o B rasil . A s facções no go ver no po rtug uê s, 
ent reta nto , se d i vi di am: a facção a ngló fi la, par ti dári a de uma po l íti ca de preserva çã o 
do Impéri o C oloni a l P ort ug uês e do próprio Rei no , a tra vés do mar, apoi a dos n a 
antiga alia nça Luso -B ri tânica ; e a facçã o fra ncó fila, q ue co nsi de rava q ue a 
ne utra li dade só poderi a se r o bti da atravé s de uma po l íti ca d e ap roxi mação com a 
França. A mbas e ram a poi ada s pelas lojas maçôni cas q uer de orig em b ri tâ ni ca, q uer 
de ori gem fra ncesa. 
C onsi de re -se ai nda que as i d ei as i lumi ni stas f ra ncesa s ci rculava m cla ndesti name nte 
em li vros, ca da ve z mai s a bund a ntes . A decretação do Bloquei o C ontine ntal em 
Be rli m (180 6) tor nou mais di f íci l a ne utrali dade P ort ugue sa . Em 18 07, o Tratado d e Fontai neb leau di vi di u a rbi trariame nte P or tuga l e m três rei no s . D e sde O ut ubro desse ano, Jea n-A ndoc he J unot, a ntigo embai xador fra ncê s em Li sbo a, prepara va -se para 
i nvad i r P ort uga l . F oi nesse co nte xto q ue D . João pa c t uou com a G rã -Breta nha a tra nsferê nci a do go ve r no p a ra o Rio de Ja nei ro, sob a p roteção do s ú ltimos. C om a 
i nvasã o f ra ncesa de P ortuga l em progresso, no di a 29 d e no vemb ro d e 18 07 i nici o u -se a vi agem d a Fam íli a Real e da Corte P ort ug uesa. De zoi to na vi os de g uerra portug ueses e tre ze bri tâni cos escolta ram mai s de vi nte e ci nco na vi o s mercantes de 
Li sboa até à costa do Brasi l. A bordo segui a m mai s de qui n ze mi l po rt ug uese s. O Rei no fi cava a ser go ve r nado 
por uma J unta de Regê nci a que Ju no t logo di sso l ve u. C o m a prese nça d a F am íli a Real P ort ug uesa no B rasil a parti r de 180 8, regi stro u-se o q ue alg uns hi sto ri adores brasi lei ros denomi nam de "i n versão metropo li tana" , o u seja, o ap arelho de E stado 
Po rtug uês passo u a ope rar a parti r do B rasil, q ue de sse modo dei xo u de se r uma 
"co lôni a" e assumiu e feti vame nte as f u nçõe s de me tróp ole . P ressi onado p elo tri unfo 
da revo l ução cons tit ucio nali sta , o so bera no re tor nou co m a fa m íli a real p ara 
Po rtuga l, d ei xa ndo como pr ínci pe regente no B rasi l o se u p ri mogêni to, D . Ped ro de Alcânta ra. Os ofici ai s mili tares por t ug ueses sedi ad os no Brasi l foram comple tame nte so lid ários ao movi mento cons ti t uci o nali sta em Port uga l . O pri nci pal l íder do s ofici a i s 
portug ueses , Ge nera l Jorge A vi le z, fo rçou o p r ínci p e a dem i ti r e b ani r do pa ís os 
mi ni stros do Rei no e d as Fi na nças. A mbos e ra m fi éi s ali ado s d e Pe dro, que se 
tor nou um pe ão nas mão s dos mi litares. A humil hação so fri da pelo pr ínci p e, q ue 
juro u q ue nunca i ria ced er à pressão dos mili tares no vame nte, te ri a uma i nf l uê nci a 
deci si va na sua ab di cação dez ano s de poi s. E nq ua nto i sso , em 30 de setembro de 
1821 , as C ortes aprovaram um decre to que s ubordina va os go ver nos das provínci as 
do B rasi l di retamente ao gove rno de P or t ugal. O pr íncip e Ped ro torno u -se, pa ra 
todos os efeitos , so me nte o go ver nad or da P ro vínci a do Ri o de Ja nei ro. 
Outros de c retos q ue vi e ram depoi s exi g i am se u retor no à E urop a e també m 
exti ng ui a os tribunai s jud i ci ai s criad os por João VI em 1 808. A insa ti sfação qua nto à s 
reso l uções das C ortes foi genera lizad a e nt re a mai ori a dos reside ntes do B rasil 
(ta nto os d e ori gem b rasi lei ra qua nto o s de orige m portugue sa) , ao p onto em que ela 
logo se tor no u co n heci da pub li camente. D oi s gr upos q ue se op unha m as ações das 
C ortes para mina r gradua lme n te a so berani a b rasi le i ra apa receram: os Libe rai s, 
li derados por Joaq uim Gonça l ve s L edo (que te ve o a poi o dos maçons ), e os 
Bo ni facianos, li derad a po r J osé B oni fáci o de A nd rada . A mbas as facções nã o tinham 
nada em com um e m s uas metas pa ra o B rasil, com a úni ca e xceção de seu d e sejo 
de manter o pa ís uni do com Portugal como u ma mo na rq ui a sobera na. 
A i nde pend ênci a do B rasi l a conteceu e m 18 22, te ndo como gra nde marco o g ri to d a 
i ndep endê nci a que foi realiza do po r P edro de A lcâ ntara (D. Pe dro I d ura nte o 
Pri mei ro Rei na do), às marge ns d o Ri o Ipi ranga , no d i a 7 de se tembro de 182 2. C om 
a i ndepend ênci a do B rasi l declarada, o pa ís t rans formo u -se em uma mo narq ui a com a coroação de D. Pedro I. 
A i nde pend ênci a do B rasi l foi d eclarada e m 1822 e esse acontecimento está 
di retamente re laci onado com e ve ntos que foram i ni ci ado s em 18 08, a no em q ue a fam íli a real portug ue sa, f ugi ndo das tro p as fra ncesa s q ue i nva di ram P ort uga l, 
mud a nças que contri b uiu para o de senvo l vi mento comerci al, econô mico e, em últi ma 
i nstâ nci a, possi bi litou a i nd ependê nci a do B rasil. C om a c hega da d a fam íli a rea l, o 
Brasi l experi mento u, em seus gra ndes cent ros, um gra nde desen vol vi me nto 
resu ltado de uma série de medi das impleme ntada s po r D . João V I, rei de Po rt uga l. 
Ins talado no Rio de Ja neiro, o rei portug uês a uto ri zo u a abert ura d os p o rtos 
brasileiros à s na ções a mi gas, p ermitiu o comércio entre o s brasi lei ros e o s i ng leses 
como medi da s de destaq ue no â mbi to eco nômi co. 
Essa s e outras medi da s que foram tomadas p elo rei p ortug uê s de mons tra vam uma 
clara i nte nçã o de mode rni zar o pa ís como pa rte de uma propo sta que fi ze sse o 
Brasi l dei xar d e ser apenas uma colô nia port uguesa , tor na ndo -se de fato parte 
i ntegra nte do Rei no de P ort uga l . Isso foi co nfi rma do q ua ndo, e m 16 de dezemb ro de 
1815 , D . Jo ão V I d ecre to u a e levação do B rasi l pa ra p a rte do R ei no U ni do. Isso, na 
prátic a, si g ni ficou que o B rasi l dei xa va de se r uma colô ni a e t ra nsfor ma va -se em 
parte i ntegra nte do Rei no portug uê s, que ag ora passava a ser chamado de Rei no 
Uni do de Port ugal , Brasil e A lgar ves . 
Essa medi da e ra i mportante p ara o B ras i l e, se gundo as histori ado ras Li lia S chwarc z 
e Helo ísa S tar ling, a medi da ti nha como ob jeti vo princip al e vi tar que o B rasi l seg ue 
pelo camin ho da fragmentação re vol ucio nária , como ha vi a aconteci do na rela ção 
ent re EUA e Inglate rra . A prese nça da fam íli a real no B rasi l ha vi a proporc i onad o 
grand es a va nços, mas, ai nd a a ssi m, demo nstrações de i nsa ti sfação aconteceram 
por meio da Revo l ução P erna mb uca na de 18 17. A m udança da fam íli a real p ara o 
Brasi l havi a res ul tado em grande aumento de i mpostos e i nterferid o di retamente na 
administração da capi ta ni a. 
A Revo l ução P erna mb uca na de 18 17 foi reprimid a vi o lentame nte . Três a nos depo i s 
de lida rem com e la, o rei D . Jo ão V I teve de lida r com i nsatisfações em P ortuga l que 
se mani festaram e m Re vo lução Li be ral do P orto d e 182 0. E sse foi o ponto de pa rtid a 
do processo de i ndependênci a do B rasi l. Po rt ug al vi vi a uma for te cri se, ta nto p ol íti ca 
qua nto econô mica, em conseq uência da i nva s ão f rancesa . A lém di sso, ha via uma 
forte i nsati sfação e m P or tuga l por co nta das tra ns forma ções q ue esta vam 
acontece ndo no Brasi l, sobret udo c om a li berdade econômi ca que o Brasi l havi a conq ui stado com as medid as d e D . João V I. 
A Re vol ução Li b eral do P orto e c lodi u em 1820 e foi organi za da pela b urg uesi a portug ue sa i nsp i rada em i d eai s li be rai s. 
Um d os g randes ob jeti vos d os po rtugueses era o retor no do rei para P ortugal. Na 
vi são da b urg uesi a po rt ug uesa , P ort uga l de ve ri a se r a sed e d o Impé ri o port ug uês. 
Outra rei vi nd i cação i mporta nte dos port ug ueses foi a e xi gênci a de restabeleci me nto 
do mono póli o come rci al so bre o B rasi l . E ssa e xi g ênci a ca uso u gra nde i nsatisfação 
no Brasi l, uma ve z q ue d emo nst ra va a i nte nçã o do s port ug ueses em p erma nece r o s 
laços coloni a i s em relação ao B rasil. O rei po rtug uês, pressi onado p elos 
aconteci me ntos em se u pa ís , reso l veu re tor na r pa ra P ort ugal em 26 de a bril de 
1821. 
Na vi a gem d e D . João V I, ce rca d e q ua tro mi l pesso as re tor naram para P or tugal. O 
rei portug uês , alé m di sso, le vo u p ara P or t uga l uma gra nde qua ntidad e d e ouro e 
di amantes q ue e sta va m nos cof res do B anco do Brasil . C om o retorno de D . Joã o V I, 
Pe dro de Alcânta ra foi tra nsfor mado em regen te do Brasi l. O p rocesso de 
i ndep endê nci a do B rasi l acontece u, de fato , d ura nte a regê nci a de Pe dro de 
Alcânta ra no Brasi l . 
As C ortes p ortuguesas to maram alg umas medi d as q ue foram basta nte i mpop ulares 
aqui , como a e xi g ênci a de tra nsferê nci a das principa i s i nstit ui ções cri ada s d ura nte o 
Pe ríodo Joa ni no pa ra Port ug al, o envi o de mai s tropas pa ra o Rio de Janei ro e a 
exi gência de retor no do pr ínci pe regente para P ort ugal . E ssas medi da s j u nto co m a 
i ntra nsi gê nci a do s po r t uguese s , no de correr das neg oci ações com representa ntes 
brasileiros, e do tra tame nto de srespe i toso em relação ao B rasil fi ze ram co m q ue a 
resi stênci a d os b rasi lei ros com os portug ue ses a ume ntasse, e reforço u a i d ei a d e 
separação em alg uns locais do B rasi l , como no Ri o de Jane i ro . 
A e xi gênci a d e retor no d e D . P ed ro pa ra P ortugal res ulto u em uma reação 
i nsta ntâ nea no Brasi l. Em deze mbro d e 18 21, chego u à ordem exi gi nd o o reto r no de 
D . P edro para P ortugal e a reação decorre u da criaçã o do C lube da Resi stênci a. Em 
janei ro de 1822 , dura n te u ma aud i ênci a do S enad o, um do c ume nto com mai s de 8 
mi l a ssi nat u ras foi e ntreg ue a D . P edro. E sse d oc ume nto e xi gi a a perma nê nci a do 
pr ínci pe regente no B rasi l. S upostame nte moti vado po r i s so , D . P edro disse palavras 
que e nt raram pa ra a hi s tória do pa ís : “C omo é para be m d e todos e feli ci dad e geral 
da na ção, esto u p ronto , di ga ao povo q ue fico ” . 
Os histo ria dores nã o sa bem ao cer to se essa s pa la vras foram mesmo di tas por D . 
Pe dro. D e toda forma, esse aconteci mento marco u o D i a do F i co . A pesa r di sso, os 
hi stori adores afirmam q ue em ja nei ro de 1822 ai nd a nã o ha vi a um dese jo em muitos 
de p ermanece r o vínculo com P ortugal . A s uce ssão d os aco ntecimentos nos meses 
segui n tes foi responsá ve l por i nci tar o B rasi l à r up t ura co m P ort uga l, uma ve z q ue, 
como menci o nad o, i sso nã o era cer to e m ja nei ro de 182 2. A o lo ngo do p rocesso de 
i ndep endê nci a, d uas pessoas ti ve ram g rande i nf l uê nci a na tomada d e d eci sões de 
D . P edro: sua esp osa, Maria Leop oldi na, e José B oni fáci o de A ndrada e Si lva . O 
rompi men to fico u cad a ve z mai s evi den te com alg umas medi da s aprovada s no 
Brasi l. 
No mês segui nte , em j un ho, foi de termi na da a co n vocaçã o de e leiçã o para a 
formação de uma Asse mblei a C onstit ui nte no B rasi l. E ssas med i das reforçava m a 
progressi va separação e ntre B ras i l e P ortugal , uma ve z q ue as ordens de P ortuga l já 
não te riam va li dade a qui conforme de termi na va o C ump ra-se e, a lém di sso, 
esboça va-se a e laboração d e uma no va C o ns tit ui ção para o p aís com a co nvocaçã o 
de uma C o nstit ui nte. A relação da s C o rtes p o rt ug uesa s com as a utori dad es 
brasilei ras perma neceu i rreco nci liáve l e prej ud i ci al aos i nteresses dos brasileiros. 
Em 28 de ago sto d e 1 822, ordens de Li sboa che garam a o B rasi l com a mensagem 
que o reto r no d e D . Pe dro para P ortuga l de veria ser i medi ato. A lé m di sso , 
anuncia va-se o fi m d e uma s érie d e medi das e m vi g or no B rasi l e ti das p elos 
portug ueses como “pri vi légi o s” e os mi ni stros de D . P edro e ram acusad os de traiçã o. 
A ordem, li da p or Maria Leo poldi na , a con ve nce u da nece ssi da de do rompi mento 
com Po rtug al e , em 2 de setembro, organi zo u uma se ssão ext raordinári a, assi no u 
uma de claração de i nde pend ê ncia e a envio u p ara D . P edro q ue e s ta v a e m vi age m 
a S ão Paulo . 
O me nsag ei ro, cha mado P aulo B regaro , a lcanço u a co mi ti va de D . P edro, na a lt ura 
de Sã o P aulo , q uando esta vam pró xi mos a o Ri o Ipi ra nga. Na ocasi ão , D . Ped ro I 
estava sof re ndo de problemas i ntestina i s (q ue nã o se sab e sua ori gem espe cífica ). 
O p r ínci p e regente le u todas a s no t íci as e rati ficou a ordem de i ndepe ndência com 
um gri to às margens d o Rio Ip i ra nga, co nforme regi strado na hi stória o fi ci al. 
Atual me nte, os hi storia dores nã o têm e vi dê nci a que co mpro vem o grito do Ipi ra ng a. 
O 7 d e setembro não encerro u o p rocesso d e i ndependênci a do B rasi l. Esse 
processo seg ui u -se co m uma g uerra de i nd ependê nci a e nos meses segui ntes 
aconteci me nto s i mporta ntes a contecera m, como a A clamação de D . Ped ro como 
i mpe rado r do B rasi l, no di a 1 2 de o u t ubro , e s ua co roação que aco ntece u no di a 1º 
de dezemb ro. 
A Gue r ra de i ndep e ndê nci a do Brasi l foi di ferente do q ue m uitos ac r edi tam, a 
i ndep endê ncia do B rasil não fo i p acífi ca. C om a d eclaração da i nde pend ênci a, uma 
série de regiõ es no Brasi l de monstro u s ua i nsa ti sfação e rebelo u-se co ntra o 
processo d e i ndependê nci a . E ram mo vi me ntos “ não ade si stas”, i sto é , mo vi me ntos 
que ec lod i ram nas pro vínci as que não aderiram ao processo de i ndepe ndê nci a e q ue 
se mantive ram leai s a P ort uga l. Os q uat ro gra nde s ce nt ros da re si stê nci a con tra a 
i ndep endê nci a do Brasil aconteceram nas seg uintes pro vínci as: Pa rá, B ahi a , 
Maranhão e C i splati na . Aco ntecera m c ampa nhas mi li ta res nessas loca li dades e os 
combates co ntra as forças q ue não aderi ram à i nde pe ndênci a este nderam -se até 
1824. 
Entre as conseq uênci as do p rocesso de i ndependênci a do B rasi l, po dem ser 
mencio nado s : surgi me nto d o Brasi l e nq uanto nação i nde pend e nte, cons tr ução da 
naci ona li dad e brasi lei ra , e stabelecime nto de uma mo na rq ui a nas A méri cas a úni ca 
no contine nte j u nto d a hai ti ana e me xi cana, e ndi vi dame nto do B rasi l por mei o de um 
paga mento de 2 mi lhõ es de li bras como i nd eni zação aos po rt ug uese s. 
Inde pe nde nteme nte d as co ntro vérsias de c u nho pol ítico , a C o nsti t uição F ederal de 
1988 asseguro u di versas g ara nti as cons ti t uci o nai s, co m o objeti vo de da r mai or 
efetivi da de aos di reitos fundame ntai s, pe rmitindo a partici p ação do P oder Jud i ci ário 
sempre q ue ho uver lesão ou a meaça d e lesão a d i rei tos. A prova da pe la A ssemb lei a 
Naci ona l C ons tit ui nte em 2 2 de setembro de 19 88 e promulgad a em 5 de outub ro de 
1988, a C o ns titui ção d a Rep ública Fed erati va do B ras i l d e 1 988 é a lei f u ndame ntal 
e suprema do B rasi l, ser vi nd o d e pa râmetro d e va li dade a todas as demai s espé ci es 
norma tiva s , situa ndo -se no topo do ordename nto j ur ídico. P ode ser consi d erada a 
séti ma ou a oi tava co nsti t ui çã o d o B rasi l e a se xta ou séti ma c o nsti t ui ção brasi lei ra 
em u m séc ulo d e rep úb li c a. Ficou co n heci d a como C o nsti t uição C i dad ã , por ter si do 
conceb i da no processo d e redemocrati zação, i nici a do com o e ncerrame nto da 
di tadura mili tar no Brasi l (196 4 –1985). 
Até o ut ub ro de 2017 foram a cresce ntad as 104 e menda s , se ndo 97 e me ndas 
constit uci o na i s ordi nári as, sei s emendas cons tit uci onai s d e re vi são e um tratado 
i nter naci ona l ap ro va do d e forma eq ui vale nte . A C ons ti tui çã o de 1988 é o te xto-base 
que deter mina os di rei tos e os d e ve res d os en tes po l íti cos e dos ci dadã os do nosso 
país . Fo i escri ta d urante o processo de rede mocrati zação d o B rasi l após o fi m d a 
D i tadura Mi litar , sendo co nheci d a p or i sso como C o nstitui çã o C i d adã. Foi resultado 
de um a mplo d ebate q ue se e s tende u d ura n te mai s de um a no e si mboli z o u o i n íci o 
da Nova Rep ública . Os deb ates pela reali zaçã o de uma no va cons ti t ui ção 
aconteci am e m dive rsos gr up os da oposi çã o dura n te os a nos finai s da ditad ura . 
Na d écada d e 1 970, quad ros importa ntes da p o l íti ca b rasi lei ra já deb ati am a 
questão, que também era a braçada p or di versos i nte lect uai s do pa ís . Um e xe mplo 
mui to co nheci do acon tec eu na Fa c uldade d e D i rei to d a USP qua ndo Go ffredo da 
Si lva Te les le u um doc ume n to i ntit ula do Car ta aos b rasi lei ros. Esse doc ume nto ha vi a 
si do escrito por ad voga dos, i ntelec t ua i s, po l íti cos, est uda ntes, e ntre outros , e fa zi a 
uma defesa j ur íd i ca do Es tado de Di rei to no B rasi l. 
O d ocume nto ataca va a C onstit uiçã o o uto rgada pe los militares e m 1967 e afirmava 
que uma C o ns tit ui ção somente era vá li d a se fosse elaborada pe los represen ta ntes 
do povo em uma A ssemblei a Naci ona l C o nst i t ui nte o u se elaborada du ra nte um 
processo revo l uci onário leg íti mo . E sse di scurso e m defesa da redemocrati zaçã o e , 
conseq uen teme nte , d a co mposi ção de uma C o nsti tui nte para a elabo ração da no va 
C onstit ui ção fo i g anha ndo fo rça à medi da que o regime mi li tar se enfraq ue ci a e 
cond uzi a a sua redemocrati za ção le nta e gradua l. Ta nto que no s últi mos go ver nos 
Gei sel e Fi g uei redo fora m to madas medi da s q ue i nd i cavam i sso, co mo a re vog ação 
do AI-5. Em 1984, o pa ís foi varrid o pe lo q ue fi cou co nhecid o como D i retas Já, i sto é, 
a e xi gê nci a popu lar d e q ue o preside nte brasileiro q ue seria eleito em 198 5 vi e sse 
de ele i ção direta, o u seja , com parti ci pação popul a r. 
Na di tadura, como se sab e, as elei ções presi denci ais foram i nd i re tas, ou seja , a 
escolha era fei ta pe los par lame nta res apenas . Os com ícios em favo r d as D i retas Já 
se espalharam pelo pa ís, mobi li za ndo mil ha res de pesso as. A emenda que 
rei vi ndi ca va o retor no das e lei ções di retas no B rasi l, a q ual fico u co nhe ci da co mo 
Emend a C ons ti t uci onal D a nte de Oli ve i ra, acab o u se ndo de rro tada , poi s não 
conseg uiu a qua ntidad e sufi ci ente de votos preci sava de 320 e obteve 2 98 . A pós a 
derrota d a E menda D a nte de Oli vei ra, os po l íti cos da opo si ção jun taram-se na 
defesa da composi ção de uma C o nsti t ui nte e de uma no va Co ns titui çã o. 
D ura nte o g o ve r no S ar ne y, fora m rea li zadas e leiçõ es g erais no fi na l de 19 86 para 
elei ção de g over nad ores, se nadores e de p utados. Tod os os dep utado s e se nado res 
elei tos também comp use ram a Asse mb lei a Naciona l C o ns tit ui nte q ue tomo u posse 
em 1º de fe vereiro de 19 8 7 e reuni u-se d ura nte mai s de um a no na e laboração da 
no va C ons tit ui ção d o Brasi l. Os traba lho s da C onstit ui nte foram bas tante lo ngos 
porque o s pa rlame ntares não p oss u ía m um proje to -base, te ndo d e i nic i ar 
li teralmente do ze ro, além d e terem si d o deba ti das di versas e míni mas questões 
confor me afirmação de Bori s F austo . A elaboração da C o nstit uição de 198 8 fico u 
marcado p ela ampla parti ci pação d e grupos p opulares e é a C o nsti t ui çã o mai s 
democrática da hi stória do nosso p a ís. A A ssemble i a C o ns titui nte co nto u, ao tod o, 
com 5 59 congressi stas e uni u esforços no se ntido de o rgani zar uma no va carta 
constit uci o na l q ue estr ut urasse as bases para a implantação de um regi me 
democrático no Brasil. 
O texto produzi do do de bate reali zad o pela C onstitui nte foi conside rado ba stante 
ava nçad o nas q uestões q ue abarcam os d i rei tos dos ci da dãos e das mino rias 
exi ste ntes no pa ís. Isso foi resultado de uma ampla mobi liza ção soci al, a qua l te ve 
partici p ação ati va no p rocesso de elabo ração da C ons ti t ui ção . A par ti ci pação popula r 
ocorreu a parti r da at uação de associ a ções, comitês pró -parti ci pa ção popula r, 
plená ri os de ati vi stas, si nd i catos . 
O mai s destacado e stá relaci o nad o co m a q uestão d a refo rma a grári a, uma ve z q ue 
não foi i ncl uído ne nhum ar tigo a respei to de ssa q ue stão . So bre o fracasso do s 
cong ressistas em acresce ntar a lgo sobre a reforma agrári a na C o nsti t uição de 1988 , 
Thomas S ki dmore afi r ma: Uma no va o rgani zação d e proprie tá ri os r urai s, a U ni ã o 
D emocráti ca Rura l, fla nq ue ou o s defe ns ores da refor ma agrári a po r i nte nso e efeti vo 
lobbyi ng. A me nsagem co nser vad ora era c lara: ga ra nti as d e di rei tos huma no s eram 
i nofe nsi vas , mas a meaça s aos di reitos de te rra era m o ut ro a ss unto. O te xto fina l da 
C onstit ui ção foi aprovado por U l ysses G uimarãe s , presi dente da C o nstit uin te, e 
promulgado no di a 5 de o ut ub ro d e 1988. C o ntém 2 50 ar tig os e é a mai or 
C onstit ui ção elaborada na hi stóri a b rasileira, i nclusi ve, es ta ndo em vi go r a té ho je . A 
C onstit ui ção de 198 8 foi a prova d efi ni ti va de q ue o pod er d os mi li ta res se ence rro u, 
e a No va Re p ública , per íod o mai s está vel da democraci a brasi lei ra , co nsolida va -se. 
Pri nci pai s acontecime ntos q ue le varam à i ndepe ndê nci a : 
1808 : C heg ada da fam íli a real no Brasi l ; 
1815 : E le vação do Brasil à co ndiçã o de rei no unid o ; 
1817: Re volução Perna mbuca na ; 
1820 : Re vol ução Li beral d o P or to; 
1821 : D . João V I reto r na a Por tuga l; 
9 de ja nei ro de 1822: Di a do Fi co ; 
22 de setembro de 192 2: Gri to da i ndep e ndênci a ; 
A músi c a do hi no da Inde pend ê nci a do Brasi l foi co mposta pelo própri o i mpera do r D . 
Pe dro I. D e acordo com a hi stóri a, foi fe i ta às q uat ro da tarde do mesmo di a em que 
deu o G ri to do Ipi ranga , 7 de se tembro de 1822 . A letra do hi no, no e nta nto , foi fei ta 
por Evari sto da Vei ga (179 9 – 1837 ) , um poe ta e jor na li sta brasi lei ro.
CO NCL USÃO 
 
O 7 de se tembro não encerro u o p rocesso d e independênci a do B rasi l. E sse 
processo seg ui u -se co m uma g ue rra de i ndep endê nci a e no s meses seg ui ntes 
aconteci me ntos i mporta ntesaco ntecer a m, como a A clamação de D . Ped ro como 
i mpe rado r do B rasi l, no di a 1 2 d e o ut ub ro, e s ua co roação que a co ntece u no di a 1º 
de deze mbro. A G uerra de i ndepe ndência d o Brasi l foi di fere nte do q ue m ui tos 
acredi tam, a i ndependê nci a d o B rasil não foi p acífi ca. C om a d eclaração d a 
i ndep endê nci a, uma séri e de regi õe s no B rasi l de monst ro u s ua i nsa ti sfação e 
reb elou-se co ntra o processo de i nd epe ndência . E ram movi me ntos “ não a desi stas”, 
i sto é, movi me ntos que ec lodi ram na s pro vínci a s que nã o aderi ram ao processo d e 
i nde pend ê ncia e q ue se mantive ram leai s a P ortuga l. Os q uat ro gra nde s ce n tros d a 
resi stênci a co nt ra a i nde pend ê nci a do B rasi l aco ntece ram nas segui ntes pro vínci as: 
Pa rá, B ahi a, Mara nhão e C i splati na. A contecera m ca mpan has mi li ta re s nessas 
locali dade s e o s comba tes contra as forças que não aderi ram à i nd ependê ncia 
estendera m-se a té 182 4. 
 
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30/09/2019. 
RE S UM O 
 
História do Brasil é dividida, consensualmente e para fins didáticos, em três períodos principais: Período Colonial, Período Imperial e Período Republica no. Entretanto, tais divisões existem a penas para organizar esquematicamente os principais conteúdos sobre a formação do Brasil, tendo como ponto de partida o ano do descobrimento, isto é , 1500. Entre tanto, é sabido que , no terri tório em que se formou o Brasil , havia, antes , várias tribos nativas com a spectos c ul t urai s mui to parti c ula res. Mesmo a ntes da formação d essas tribo s, houve também povo s p ri mitivos q ue dei xa ra m os vest ígi os de s ua c ul t ura e m vários l uga res d o territó rio b rasi lei ro. A esse per íod o da Hi stória do B rasi l cujo tema cent ral é o estudo dos povos nati vos, i sto é, dos povo s i nd íge nas, d á-se o no me de Per íodo Pré-C ab rali a no. E ssa no menc lat ura fa z referê ncia a P ed ro Á lvares C abral , cuja c he gada em terras brasi lei ras é co nsi de rada o marco i na ugural da Histó ria do B rasi l. A parti r de e ntão , de 1500 e m di ante, sobretudo a parti r d a d écada de 153 0, teve i n íci o a fase do B rasi l C olôni a. O Brasi l começou a ser efeti va me nte co lo ni zad o em ra zão da p reoc upa ção que P or t ug al passou a ter com as ameaças de i nvasõ es da s terras b rasileiras por o ut ras na ções, como vi ria m a ocorrer déca das depo i s. O p ri meiro sistema de ocup ação e administração colo ni al foi o da s C api tani as Hereditári as, q ue , posterio rme nte, foi reg i do pe lo Go ver no Gera l, q ue ti nha o obje ti vo de orga niza r me l hor a oc upação do terri tório, be m como de s e nvolvê- lo. Dataram ai nda do período C olo nia l a s vá rias Rebeli ões Nati vi stas e Rebeli ões S eparati stas, merece ndo destaque espe ci al a Inco nfi dência Mi nei ra. 
 
Palavras c haves: História Povos Nativos. Governo Geral .

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