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044b-2010


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VI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA BIOCLIMATOLOGIA 
BOVINOS DE CORTE 
1Rigotti, V.B., 1Miranda, G.A., 1Oliveira, J.A.F., 1Cortes, L.L., 1Belloni, M., 1Seno L.O. 
1Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados, MS. 
Programa de Educação Tutorial – PET/ZOO, MEC/SESu. 
 
INTRODUÇÃO 
A bioclimatologia, definida como ciência que estuda as relações entre os 
animais e o clima, tem como objetivo principal, a partir do conhecimento 
adquirido através da ciência, adequar os animais a certo ambiente em qual 
vive, visando maior bem estar a este último, maior produtividade e lucratividade 
e maior qualidade ao consumidor. 
Assim, tornam-se importantíssimo entender, alguns temas relacionados 
aos elementos meteorológicos e das respostas fisiológicas e comportamentais 
dos animais. 
Igualmente a vários itens, como exemplo manejo dos animais, o clima e 
elementos naturais, os fatores que influenciam na produção de carnes em 
bovinos. E como a bovinocultura de corte tem papel importante na economia 
brasileira, a disposição de inovações tecnológicas na bioclimatologia em 
bovinos de corte auxilia no aumento da produtividade, portanto fica evidente o 
conhecimento sobre a bioclimatologia. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 Conforme Marques, (2010) o clima atua de forma direta e indireta. Direta 
causando alterações no comportamento dos animais, alterando o seu 
comportamento ingestivo, reprodutivo, social, entre outros, causando 
alterações no sistema imunológico, fazendo com que estes fiquem mais 
susceptíveis às doenças e, por último, alterando sua fisiologia e sua 
capacidade de aproveitamento de alimentos, e Indireta sobre o solo, 
provocando perdas da qualidade deste através da erosão e outros fatores, 
sobre as pastagens, diminuindo a disponibilidade de alimento, em função da 
falta de precipitação (seca). 
Quando o bovino está à exposição de alta temperatura associadas à 
umidade relativa do ar elevada, necessita perder a temperatura excedente. Por 
serem animais homeotérmicos, tentam manter a temperatura corporal 
constante. 
Apesar dos meios de eliminar o excedente de calor, às vezes torna-se 
insuficiente, e em conseqüência a o aumento do ritmo respiratório e da 
ingestão de água, e se a temperatura interna continuar se elevando, ocorrerá 
diminuição do consumo de alimento, crescimento corporal e produção de 
carne. 
Com temperatura elevada, a atividade reprodutiva e o desenvolvimento 
corporal e imunológico também são afetados. Nos animais ocorre a redução do 
tamanho testicular, redução na produção espermática e aumento de defeitos 
nos espermatozóides no caso dos machos e causa retardo na puberdade, 
anestro, aborto e aumento na mortalidade peri-natal no caso das fêmeas, além 
de outros fatores. Os bezerros têm seu crescimento afetado, tanto no 
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VII ENCONTRO DE ZOOTECNIA – UNESP DRACENA 
DRACENA, 06 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 
 
desenvolvimento embrionário como após o nascimento, em conseqüência 
também afetará no peso ao nascer além de atributos zootécnicos, como por 
exemplo, acabamento de carcaça. 
As condições ambientais que preenchem as exigências da maior parte 
dos bovinos são: temperatura entre 13 e 18ºC e umidade relativa do ar entre 
60 e 70% (BARBOSA, 1995; BAETA, 1997), mas com variações entre raças, 
pois as zebuínas suportam um pouco mais do que as raças européias. 
Variadas formas de manejo, que mantêm a zona de conforto dos animais 
ou amenizam a influencia dos fatores climáticos sobre estes, quando atribuídas 
pelo produtor, aumentam consideravelmente a produtividade dentro da 
propriedade. Deve- se usar o sombreamento e disposição em abundância de 
água de boa qualidade. 
Segundo Barbosa (1995) e Paranhos da Costa et al., (1997) observaram 
que o uso do sombreamento favoreceu as condições de ambiente (conforto 
térmico) para os animais, alterando o comportamento dos mesmos, é um 
benefício recomendado em climas quentes, pois favorece a perda de calor e a 
regulação da temperatura corporal. Como os mecanismos de resfriamento 
muitas vezes não são suficientes para prevenir o aumento da temperatura 
corporal, sob condições de intensa radiação solar, a principal resposta foi à 
busca pela sombra e a ingestão de água. 
Podem ser usados dados meteorológicos para a geração de mapas 
temáticos usados no zoneamento bioclimático de diversas regiões e para 
diversas raças bovinas. Mas o desenvolvimento destas técnicas depende dos 
recursos oferecidos em cada região, podem ser oriundos de estações 
meteorológicas, satélites e outras tecnologias. 
Outros equipamentos utilizados para medição dos elementos 
meteorológicos e para quantificação das respostas fisiológicas dos animais, 
como sensores RTD (usado na medição da temperatura do ar ou temperatura 
retal de um animal), sensor de UR portátil acoplado a um registrador (umidade 
relativa do ar) e biosensores que são aparelhos analíticos compactos que 
incorporam elementos sensores biológicos ou biomiméticos, ou seja, que 
imitam organismos vivos. 
Com a tecnologia wireless, sensores têm sido acoplados a transmissores 
de dados via telemetria, possibilitando a recepção próxima ao animal. 
Para o comportamento animal e modelagem matemática, foram 
desenvolvidos hardwares e softwares, e outras tecnologias mais acessíveis tal 
como a análise de imagens em tempo real por meio do uso de câmera, placa 
de aquisição de imagens conectada a um computador e software para análise 
de imagens, ou seja, envolvendo as fases de aquisição, processamento e 
classificação. Simulações computacionais feitas a partir de modelos 
previamente validados permitem o estudo de diversos cenários (envolvendo 
variáveis relacionadas ao animal, clima, instalação, manejo, etc.) sobre a 
condição de conforto de animal. 
 
CONCLUSÃO 
Com o auxílio destas tecnologias, é evidente que induz ainda mais o 
aumento da produtividade da bovinocultura de corte. 
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Os dados coletados tornam-se mais precisos e confiáveis, facilitando a 
atitude que deve ser tomada diante dos problemas enfrentados em que a 
relação de fatores climáticos x bem estar dos bovinos envolve. 
Além destes avanços é importante que se faça uma seleção de raças. 
Deve-se escolher qual raça que adapta melhor ao ambiente em que será 
inserido, e se preciso for utilizar cruzamentos entre raças e tentar mesclar as 
características importantes (rusticidade/adaptação + produtividade) e que se 
complementam presentes em um único animal. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
BAETA, F. C.; SOUZA, C. F. Ambiência em edificações rurais: conforto 
animal. Viçosa: UFV,1997. 
 
BARBOSA, O. R.; SILVA, R.G. da. Índice de conforto térmico para 
ovinos.Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 24, n. 6, p. 874-883, 
nov./dez.1995. 
 
PARANHOS DA COSTA, M.J.R.; CROMBERG, V.U. Alguns aspectos a serem 
considerados para melhorar o bem-estar dos animais em sistema de pastejo 
rotacionado. In: Fundamentos do pastejo rotacionado. Piracicaba: FEALQ, 
1997. 
 
YANAGI JUNIOR, T.. Inovações tecnológicas na bioclimatologia animal visando 
aumento da produção animal: relação bem estar animal x clima. 2006. 
 
Prof. Luís Fernando Dias Medeiros, Profª. Débora Helena Vieira. 
Bioclimatologia Animal. Ministério da Educação e Cultura. Universidade 
Federal Rural do Rio de Janeiro. Instituto de Zootecnia. 
 
Jair de Araújo Marques CRMV-PR 1951. Conforto Térmico e a Produção de 
Bovinos nos Trópicos. Emater-PR/Iapar. Colégio e Faculdades de Campo 
Mourão.