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VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 1 Uma visão geral sobre as cavéolas e suas proteínas caveolinas Trinca, V.¹; Peres, K. C.²; Barbosa, A. L.¹; Pereira, F. T. V. ³ ¹ Acadêmicos do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. E-mail: vitor.trinca@yahoo.com.br ² Mestranda em Ciência e Tecnologia Animal, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. ³ Professora Adjunta UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP. Introdução Cavéolas são invaginações na membrana plasmática, composta por lipídeos, ricas em colesterol e esfingolipídios, presentes em quase todos os tipos de células e em todos os mamíferos, as cavéolas são abundantes em adipócitos, células musculares e tecidos endoteliais. As duas principais proteínas da Cavéola, sãs as Caveolinas e as Cavins. As Caveolinas são proteínas integrais de membrana estavelmente associadas umas as outras e com o colesterol, para a formação de uma estrutura lipoproteica que fornece a organização das cavéolas. Cavin são proteínas solúveis no citoplasma que se ligam as caveolinas na membrana plasmática gerando uma camada adicional proteica, estabilizando a cavéola e definindo sua morfologia (STOEBER et al., 2012). Foram identificados três isômeros da proteína Caveolina, a caveolina 1, caveolina 2 e caveolina 3. A ausência dessas proteínas em ratos foi observada por Le Lay e Kerzchalia (2005), tem implicado em uma gama de processos fisiológicos. Fenótipos knockout das proteínas caveolinas podem gerar distúrbios metabólicos do tecido adiposo, redução da sensibilidade de arteriosclerose, alterações urogenitais, desregulação da sinalização da via óxido nítrico endotelial, prejudicando as respostas antigênicas e miopatia do músculo estriado esquelético, além da não formação da cavéola. Contudo os mecanismos moleculares e celulares que causam essas alterações fenotípicas ainda não foram descobertos. Desenvolvimento A caveolina 1 foi à primeira proteína da cavéola que foi identificada, é expressa em todos os tecidos não musculares, onde interage com a caveolina 2. A caveolina 3 é um isômero da proteína que só é expresso em células musculares. A caveolina 1 é necessária para a estruturação da cavéola em células não musculares, já a caveolina 3 faz parte da biogênese da cavéola presente na musculatura cardíaca e esquelética, tendo papel importante na formação e deposição de gordura na musculatura estriada esquelética, sendo genes candidatos para o entendimento da sinalização das cavéolas, na deposição de mailto:vitor.trinca@yahoo.com.br VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 2 gordura. A caveolina 2 parece não ser necessária para a formação da cavéola in vivo (HANSEN & NICHOLS, 2010; ORSALINO et al., 2010). As caveolinas são sintetizadas no retículo endoplasmático e por meio da via secretora das células, são levadas ao complexo de Golgi posteriormente são enviadas para a membrana plasmática por volta de 100 a 200 moléculas de caveolina. É fundamental a presença da caveolina 1 na cavéola para que a caveolina 2 seja transportada do complexo de Golgi para a cavéola (RAZANI et al., 2002). A caveolina 1 é necessária para a formação da cavéola, contudo não ocorre relação da super expressão da caveolina 1 com o aumento do número de cavéolas presentes na membrana plasmática de células endoteliais, portanto componentes de estruturas adicionais podem limitar sobre essas condições. Contudo em alguns tipos de células há a síntese da proteína caveolina, funcional, mas não há a estruturação da cavéola morfologicamente reconhecível, como em neurônios e leucócitos. A caveolina 1 participa do metabolismo do colesterol presente na cavéola que é necessária para a formação da mesma, regulando o promotor de caveolina 1. A caveolina 1 ainda pode afetar a síntese de colesterol, o fluxo intracelular e o balanço intra e extracelular do mesmo. Além disso, as cavéolas tem sido relacionadas com o transporte reverso de colesterol livre que é liberado no plasma sanguíneo através da captação de lipoproteínas de alta densidade HDL (HANSEN & NICHOLS, 2010; DEURS et al., 2003). As cavéolas só são visíveis sob microscopia de transmissão eletrônica, e se apresentam como perfis lisos da membrana. Segundo Richet et al. (2008) as cavéolas tem dimensionamentos muito bem definidos em tipos específicos de células, e esses dimensionamentos variam significativamente entre os tipos de célula. Outros estudos mostram a cavéola como tendo uma superfície lisa ou com presença de estrias em diferentes tipos de tecidos. Esses dados levantam a possibilidade de que a forma da cavéola estereotipada pode ser gerada por diferentes complexos de proteínas em diferentes contextos celulares. Alguns desses complexos podem incluir cavéolas que não tem ou precisam das proteínas caveolinas para sua formação, levando em consideração que para ratos knockout para caveolina há a formação de cavéolas de forma muito mais reduzida comparando a animais normais (HANSEN & NICHOLS, 2010). Ainda não foi descoberta a distribuição exata das caveolinas dentro da cavéola, já existem autores relatando a presença da caveolina em torno do pescoço da membrana plasmática proximal, predominantemente em torno do bulbo distal estriado, ou distribuído por toda a superfície interna da cavéola. Essas diferentes localizações podem estar relacionadas com o modo de preparo da amostra bem como o protocolo utilizado (HANSEN & NICHOLS, 2010). As cavéolas tem um importante papel no tráfego da membrana plasmática, elas podem germinar a partir da membrana e se fundir com organelas intracelulares incluindo caveosomes (endossomas que contém em si os mesmos perfis característicos caveolares) VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 3 ou fundir se de volta a superfície da célula. A função mais importante para esse processo é a transcitose nas células endoteliais, onde a cavéola responde pelo ligamento do sangue com os tecidos ao redor da célula. A endocitose da cavéola pode funcionar para a regulação de composição lipídicas da membrana plasmática. Microscopia eletrônica de transmissão em alta resolução evidencia uma intima relação da cavéola com o citoesqueleto cortical, e foi relatado que a caveolina 1 interage com a F-actina, como a interação ocorre dento da cavéola ainda não é conhecido (SVERDLOV et al., 2009; HANSEN & NICHOLS, 2010). Conclusão A caveolina, proteína produzida em todos os tecidos do filo mamaria, tem extrema importância no metabolismo de colesterol e na deposição de gordura, podendo ser mais estudada para o auxilio na pesquisa de engorda de animais de produção. Embora não se tenha tantas informações sobre o funcionamento da cavéola junto à proteína caveolina, o que já foi descoberto tem muita valia no sentido do entendimento da sua participação do metabolismo animal. Referências DEURS, B. V. et al. Caveolae: anchored, multifunctional platforms in the lipid ocean. Trends In Cell Biology, Dinamarca, v. 13, n. 02, p.93-100, 2003. HANSEN, C. G., NICHOLS, B. J. Exploring the caves: cavins, caveolins and caveolae. Cell Press, Grã-Bretanha, v. 20, p. 177-186, 2010. LE LAY, S., KURZCHALIA, T.V. Getting rid of caveolins: phenotypes of caveolin-deficient animals. Biochim. Biophys. Acta, Alemanha v. 1746, p. 322–333, 2005. ORSALINO, T. R. G. et al. Presença das caveolinas -1 e -3 nos músculos longuíssimo do dorso e rombóide de bovinos (Bos taurus indicus). In: VI Simpósio de Ciências da UNESP – Dracena (SICUD), 2010, Dracena. Anais… Disponível em: <http://www.dracena.unesp.br/Home/Eventos/SICUD2010*/143c_2010.pdf>.Acesso em: 27 ago. 2012. RAZANI, B. et al. Caveolin-2-deficient mice show evidence of severe pulmonary dysfunction without disruption of caveolae. Mol. Cell Biol, EUA, v. 22, p. 2329–2344, 2002. RICHTER, T. et al. High-resolution 3D quantitative analysis of caveolar ultrastructure and caveola-cytoskeleton interactions. Traffic, Austrália, n. 9, p. 893–909, 2008 VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 4 STOEBER, M. et al. Oligomers of the ATPase EHD2 confine caveolae to the plasma membrane through association with actin. The EMBO Journal, Suíça, v. 31, p. 2350–2364, 2012. SVERDLOV, M. et al. Filamin a Regulates Caveolae Internalization and Trafficking in Endothelial Cells. Mol. Biol. Cell, EUA, n. 20, p. 4531–4540, 2009.
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