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Image *Í ANO 2 - N° sv - DE 2ó os rvuuo A 1° oe JUNHO DE 1997 selflanãfiO dO MGÍCOSUI D¡,,,°, Re,p°,,,¿,,,,,|, M2 Femndo Fe,,e¡,C, Lew -_-'zz.‹zzz'írrñzzz_“_' oAzr:|:z(\Bmr°¶§c"ANTrL 1 Superada ftfirâsâzfâroi a t0 pøder 0 CWdos residentes Palmp José Antonio Severo Mn' M `"m*"""' , , _ _ _ Sã0_PauI0<°,',Ç1z§§,'ldo”`e““f,<§',ɬ"¡f,f,§,",',^> No Argentino e no Brasil, oposrçoes procurom espoço A qr-sz porrzzza que abalou O Argentino: S 2.00/2,20 (interior): Chile S 1000. Demais paises: USS 2,_00 + correio -Osmdois '. objetivos de De la Rúa AnaGerschenson Londres Fernando Dela Rúa, prefeito de Buenos Aires, e sempre presente na lista dos possíveis candidatos à sucessão de Carlos Menem na presidência da Argentina, tem duas obsessões para a sua cidade: que seja sede das Olimpíadas de 2004 e que se transforme no centro financeiro intemacional do Mercosul. Em visita a Londres, onde se encontrou com empresá- rios, autoridades e investidores potenciais, De la Rúa não descar- tou futuras alianças políticas com a oposição, embora tenha enfati- zado que “falar agora de alianças pode confundir o eleitor”. lPãgt'na 18 Paraguai dribla restrições Mario Orcinoli Assunção Os exportadores paraguaios estão driblando, em parte, a exigência do Brasil que obriga os importadores a pagar as suas compras à vista. Como foi aberta uma exceção criando-se umlimitedeatéUS$40milparaofi- nanciamento de mercadorias impor- tadas, os exportadores estão dividin- do as vendas em cotas de US$ 40 mil para fugir às restrições. Fernando Villalba, da Câmara do Algodão do Paraguai, diz que as vendas de têx- teis ao Brasil não serão interrompi- das, “mas se tomaram extremamente lentas, já que o fracionamento faz com que um caminhão demore qua- tro ou cinco dias na fronteira”. I Página 5 É É Argentina deve enca- A rar uma segunda gera- ção de reformas em que o Estado garanta a indepen- dência do Poder Judicial, acelere o início da flexibilização traba- lhista e reduza o gasto público improdutivo para dirigir a capa- citação de recursos humanos. To- das essas perspectivas poderão fracassar se nessa fase não forem intensificados os esforços para conseguir reduzir a desigualdade na distribuição de renda e criar oportunidades para os menos fa- vorecidos.” A declaração, do di- retor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Michael Camdessus, mostra a preocupa- ção do Fundo com o persistente aumento do desemprego na Ar- gentina - já alcançou o índice re- corde de 17,6%, cerca de 2,5 mi- lhões de pessoas, que tem sido o pano de fundo para uma série de distúrbios que há 30 dias saco- dem localidades e províncias ar- gentinas como Salta, Mendoza, Neuquén, La Plata, Rosário e Ju- juy. Nessa, o desemprego já beira à casa dos 35%. Os distúrbios na Argentina que Carndessus viu pela televisão, se- .‹7"_" “if-JE?-F *”;l››' E. -_L`f,;j\Í}i* ` 21'" _- °' _.-.'¡ ' __- - fl' ` .ifrzi 1 ~ ._;.›. _..-‹._. . u;~.~.=z;.-.-.- - -- _ ._ ‹z-iyzf.,-\__¡,.‹-__ ` _ _- _¿'¡_;¡'_' '$ -*_ "'--:-"l\'ll"'*¡'¡-` ' 'I'.'*`:".':Í'~“-_“.' "' ` ""* '--;Í-=-'_Íf:Í--= \ “ ' ' ø ¬ g. , _,\`¡_.`,._-.\x .É-_ ÍÉ- ~=-‹ - ~.'.I_I.‹ fd1Í':___ f".›`i.=.""'¡l."'?1¿_ Qra{.__-__Êë,''*-‹'›F,z3*:› ,A.II, __‹.I\¬_...Q z' .. _.;_ '1//ÂWI'Í'Q._r--_:~,/;¡';,I,1Jätt/_..I:\ /̀ƒl'¡'{/"v-\:š..̀¿/If1I_¬. :Í.,`: . ' , | 1 'z-1' .\` - É ¡¢=' . _'_ __ _'.'. '_ --cf'_.z, -‹'%T‹*ef, .. z^.‹»*'.- .- _¬-~ ` 'z`z'¡§_{~';L.-.z` ` . " É-;:*i-‹ .Í ' `*"' ~ ' ' "',.‹,§-T:5í+iÍ-'It-Liz ` -:šä -5 . É*Ieo->_ --1.1 .=_Íäãíë Tv 'rt . " --3' "' bl' ` ¬¬"' - 'f .'.-"£`z'~*5'¬'¡'.~;~ ... ,`:'-i:',-ÊÍÍÍ .i _ Í:-Prz'-~, Í . 'fl ~_ ~ '|Ê;_~ãr-rj. - ' V-w .-' ,‹ .:~Ç~Íz‹'f‹`1'-:?*;\. “Ê '{‹f.~ .Í-i5'¿`4'?Í; ‹ ` *il I-'l §'\-`~` `Ê:.Í'3`4"¬'*'.'¡Â'-`.' Q' `w ... - _. I - _ \.‹ - .'¡.--1 - * I. _ 'P ' 'i é~:==~rIÊ$T'_ __ ,_ «- `, _. et-.\ `l \\ \ `\ . `\ `\` \×\ ._- __ _.-..» ~ A .tr- F ~=~. I f z ;- É.. -* s , ` í .¡ . ` _ "`;. _ ` ã- ' \"\` ".`\ - ` -‹ -'v-".'l:_¿` ""- ` _"` _ :` "\"\\\"_\\_'.'\_ ,ç _ _1 -` ' ` \\ " `\`. -D x â \ - .Í lí''I nrI I 7..'1-`-ñ -› .'r .H-_',_ 'fzI _-'Í/ ¡. _ø 0.''...-xa Fernando Henrique Cardoso mana passada, têm tido o seu contraponto no Brasil. Nos últi- mos meses, uma onda de inva- sões de terras e prédios públicos, além de rebeliões em presídios e violência policial contra civis, tem sido uma constante, sempre com a mesma explicação: falta de emprego, de terras para plan- tar, de casa para morar. Ainda sob os efeitos da denúncia de compra de votos para aprovar a emenda da reeleição (ver matéria ao lado), o presidente Fernando Henrique Cardoso, cuja popula- Argentina cria novas normas Francisco.Góes Uruguaiana Administração Nacional de A Aduanas da Argentina co- meça a aplicar, a panir de 13 de junho, a resolução de n° 1666197, que vai impor novas normas para o transporte, em território argentino, de mercadorias com o Manifesto In- temacional de Carga/Declaração de Trânsito Aduaneiro (MIClDAT- trânsito), também chamado de “por- ta-a-porta". A norma vai permitir à aduana por onde ingressa a merca- doria cobrar os impostos devidos quando a carga com o Manifesto não cumprir uma série de exigên- cias. Hoje é possível regularizara si- tuação da mercadoria quando ela chega a seu destino. Outra medida, esta Para O transporte entra _ 3 Ipágíllfl I Plígiflflí' dB 7 (I 8 df II Ó-^|\I(|¡Õ›U'lO)"~I@ __Íz_.- .,.',`\._ É -fit, Importações " Eirportnçõnn Caminhões com carga - 1997 (mil) _ ‹.,-.- f ;.- _ ¬_._ . ._4¬ -. › _ :ze ._.¿ _- - -_~.~ _._=_ Jan. Fev. nlar. nbr. Fonte: DRF Uruguaiana (Terminal BH-290) depósitos fiscais e zonas francas dentro da Argentina, vai exigir um depósito de caução de US$ 300 mil das empresas transportadoras. A ponte que liga Uruguaiana, no Brasil, a Paso de los Libres, na Ar- gentina, completou 50 anos. ridade despencou de 70% para 50%, ao empossag os novos mi- nistros da Justiça, Iris Resende, e dos Transportes, Eliseu Padilha, ambos do PMDB, definiu as inva- sões como uma questão não eco- nômica, mas política. “As invasões repetidas de pré- dios públicos e de propriedades particulares são ações coordena- das com objetivos políticos que constituem abusos antidemocrá- ticos. Vêm se amiudando incita- mentos à desordem, inclusive por parte de lideranças nacionais de alguns movimentos que suscita- riam simpatia da sociedade, não fosse a sua agora óbvia vincula- ção político-sectária. A socieda- de não quer a desordem. Pedras, paus e coquetéis molotov são ar- gumentos tão pouco válidos quanto as baionetas. Só que me- nos poderosos”, disse o presiden- te brasileiro. O fortalecimento do governo Fernando Henrique, ancorado no sucesso do Plano Real, que fez a inflação despencar de mais de mil por cento para cerca de 8% ao ano, reduziu drasticamente o po- der de resistência das oposições. (Continuo nc: púgio Ó) Consórcio para vender ao Brasil Nora Gonzalez Buenos Aires Um consórcio entre a Petroex Uruguay S.A., a mineração Auca Mahuida e a “trading” japonesa Mitsubishi vai extrair, moer e ex- portar bentonita argentina para o Brasil. O produto é utilizado nas in- dústrias de petróleo, siderurgia e cosméticos e como clareador de vi- nhos e sucos, entre outras aplica- ções. O consórcio começa a operar na cidade de Gaiman, na província de Chubut, no sul da Argentina, on- de comprou uma jazida de 500 to- neladas do produto, que será extraí- do e carregado até Puerto Madryn, onde será construída uma fábrica para a moagem da bentonita. Brasil, na semana passada, aca- bou subitamente e de forma es- tonteante para os principais analistas. Como uma tempestade de verão, dissiparom-se as ten- sões que ameaçavam o governo do presidente Fernando Henri- que Cardoso em seu principal projeto eleitoral, que era a vota- ção pelo Senado da emenda constitucional que permite a ree- leição do presidente da Repúbli- ca: a proposta foi aprovada por 63 votos contra seis. Esse resultado foi inesperado porque, até horas antes da vota- ção, quarta-feira, havia a expec- tativa de que o Senado adiaria a votação para que se instalasse uma ComissãoParlamentar de ln- quérito na Câmara dos Deputa- dos, para apurar denúncios de su- borno de parlamentares para apoiar o governo emfavor da ree- leição do presidente, quando a emenda foi votada na Câmara Baixa, nos primeiros meses do ano. Uma gravação de um diálogo de dois deputados. com um interlo- cutor desconhecido opa receu na imprensa e logo inundou o noti- ciário dando a impressão de que a crise paralisaria o Parlamento. (Continuo no página 1 1) 'fuRegiao cresce com o Mercosul Hamilton Almeida Fiaiaeia e Sunchaies A região Centro-Oeste da provín- cia de Santa Fé, na Argentina, é uma ilha de prosperidade. Principal bacia leiteira da América Latina, a região se beneficiou com a criação do Mercosul, “que serviu como um disparador de mercado para as in- dústrias lácteas e obrigou as empre- sas metal-mecânicas a se modemi- zarem”, diz Pablo Costagrna, secre- tário de programação econõrnica de Rafaela, cidade que junto com Sun- chales é o principal pólo de desen- volvimento da região. Com uma economia diversificada, é significa- tiva a presença de pequenas e mé- dias empresas na produçao. m I-É M M _ í g Aí*_ pi* fff 'ff *Al 1 I rl I1? I Image 10 QE ze DE MA|o A 1» DE Jum-to oE1s9r a GAzETAMEncANT|L LAT|No-AMEn|cANA¡ 11 Superada a crise... l (Continuação da `|fl pagina ) explicaçãopara o rápido des- fecho é que a crise não tinha profundidade politica. Os ar- ticuladores do escândalo tinham um objetivo limitado a disputas no longínquo Estado do Acre, a menor unidade da Federação brasileira, nafronteira do Brasil com a Boli- via e o Peru. Alcançada a meta, com a renúncia de dois parlamen- tares, o rio voltou a seu leito eficou no ar apenas o rugido das grandes manchetes abertas pelosjornais do Sul. A opinião públicaficou eston- teada com esse final, mas a reper- cussão das denúncias era maior do que os fatos, distorcidas porque ocorreram numa poderosa caixa de ressonância, o Congresso Na- cional, e envolvia indiretamente o presidente da República. O escândalo estourou com a transcriçãopor um dos maioresjor- nais brasileiros do teor de umafita gravada com diálogos entre os-de- putados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do partido PFL, inte- grante da coalizão de governo, ad- mitindo, a um interlocutornão iden- tificado, terem recebido USS 200mil para votar afavor da reeleição. En- tretanto, apareciam como prováveis mentores do subomo os governado- res Amazonino Mendes, do Amazo- nas, e Orleir Cameli, doAcre. Numa parte da conversa, um deles, Santia- go, mencionava o nome de um minis- tro, Sérgio Motta, das Comunica- ções, que e'um dosprincipais opera- dorespolíticos de Cardoso. Istopo- deria criar uma ligação com opresi- dente. Com esse material, a impren- sa abriu espdços e parecia que esta- va montado um quadro de impasse que impediria a votação da emenda constitucionalpelo Senado. Antes que a crise assumissepro- porções mais amplas, o presidente Fernando Henrique Cardoso to- mou, rdpidarnente, a iniciativa e indicou dois políticos do PMDB para ministros: Iris Rezende, para a Justiça, e Eliseu Padilhapara os Transportes. Com isso, ganhou fortes aliados, limitando a crise a esfera do estado do Acre. A oposição, no Congresso, agiu com velocidade para criar uma Co- missão Parlamentar de Inquérito. No entanto, esse esforçofoi rapida- mente desarticulado quando os par- lamentares que arneaçavam apoiar a CPI retiraram suas assinaturas. Jd ƒragilizado o movimento, os dois de- putados envolvidos renunciaram a seus mandatos, saindo dajurisdição do Congresso, esvaziando, de vez, as. possibilidades de desdobramentos. No mesmo dia, o Senado votou em primeiro turno a emenda constitu- cional, com um resultado que indi- cava afragilidade da crisepolitica. O episódio, porém, deixou cica- trizes. O escândalo na mídia somou- se a uma série de outras noticias sensacionais e acabou produzindo uma vertiginosa queda no índice de aprovação do presidente da Repú- blica. Segundo umapesquisa do Ins- tituto Brasileiro de Opinião Públi- ca, uma das instituições de maior II credibilidade no Brasil, Cardoso perdeu mais de 20pontos, caindo de 70% de aprovação para umafaixa entre 44% e 49%. O inusitadofoi que a baixa dapopularidade dopre- sidente deveu-se, segundo o Ibope, a uma série de eventos negativos que ocorrem no País, como o pequeno percentual de aumento do salario minimo, limitado a 8%, decretado agora em maio. Mas também afatos que não têm nenhuma relação dire- ta com o presidente ou seu governo, como o assassinato de um índio nu- ma rua de Brasilia e a denúncia de suborno de umjuiz defutebol. Na economia, a notícia da criação da CPI provocou uma queda dos mercados. No Brasil, uma comissão de inquérito contra opresidente éum fato de grandesproporções. Ate'hoje, apenas duasforam instaurados. A primeira, em 1953, para investigar os créditos concedidqs pelo Banco do Brasil aojornal “Ultima Hora que apoiava o governo, acabou ge- rando uma sucessão de aconteci- mentos que levou o então presidente Getúlio Vargas a suicidar-se quando percebeu que o Congresso votaria seu “impeachment ”. Hd quatro anos, outra CPIcontra o entãopresi- dente, Femando Collor, concluiupe- la destituição do mandatário. A crise dasfitas pode, porém, continuar até a semana que vem, dia 4 de junho, quando o Senado votar em segundo tumo a reforma constitucional que dd ao presiden- te Cardoso o direito de candida- tar-se à reeleição. I Sucossão no Paraguai Wasmosy tenta acordo para melhorar posição ae_Face_tti Mario Orcinoli Assunção menos de três meses das A eleições internas no parti- do Colorado, do governo, que deverá escolher a chapa que disputará as eleições gerais de maio de 1998, o presidente Juan Carlos Wasmosy tenta que o seu candidato, Carlos Facetti, dê um salto significativo e mude o tabu- leiro atual, que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos partidários, com 8%, muito longe do general Lino Oviedo, que lidera com 30%, e de Luis María Argaña - 0 presi- dente do partido - com 25%. A jogada é basicamente selar um acordo com o dirigente campo- nês Juan Bautista Ybánez, con- gelar vários projetos de reforma econômica e abrir a torneira dos gastos do governo, na qual se es- conde o combustível para movi- mentar a máquina estatal na bus- ca de votos para Facetti. Em uma tentativa de captar 0 voto popular, Facetti incluiu na sua chapa Juan Bautista Ybánez como vice-presidente, pensando em melhorar sua popularidade, principalmente nos setores do campo. O novo acordo político já pro- duziu seus efeitos. Na segunda- feira passada, a equipe econô- mica do governo decidiu refi- nanciar a dívida de US$ 13 mi- lhões, que têm cerca de 4 mil produtores agrícolas com o Ban- co Nacional de Fomento (BNF), concedendo-lhes um prazo de dez anos. A medida foi criticada pelo senador da oposição Ar- mando Espinola - presidente da comissão de Economia -, “já que coloca o BNF em uma situa- ção financeira crítica, apenas para que Facetti ganhe mais al- guns votos”. As repercussões do acordo não param aí. Esperam-se mu- danças em dois ministérios con- siderados chaves na campanha eleitoral, Educação e Agricultu- ra, nos quais os partidários assu- miriam os respectivos vice-mi- nistérios e dali trabalhariam pa- ra a chapa. Outro ponto onde se percebe a urgência política é nos números do Tesouro, nos três primeiros meses do ano. Enquanto o Mi- nistério da Fazenda afirma que houve um superávit de US$ 50 milhões, o Banco Central (BC) diz que o Tesouro apoderou-se de US$ 100 milhões que tinha depositado no próprio BC, fa- zendo com que as contas ficas- sem no vermelho. De acordo com fontes do grupo de Facetti, Y-bañez acrescentará de 50 a 60 mil votos, aproxima- damente um quarto do que falta para ganhar as eleições internas, mas ainda insuficientes para tirar o general Oviedo, o mesmo que em abril do ano passado desenca- deou uma crise militar ao tentar tirar Wasmosy do, governo. A maior força de Oviedo está nos setores rurais, mas é apoiado por um forte grupo empresarial, que até conviveu com o comandado pelo mesmo Wasmosy.I I GOVERNO DO ESTADO DO R|o de Jonenro *coM|ssÃo o|nEronA oo _ Pnoc-«AMA ts1AouAt DE oEsEs1AnzA‹;Ao M|Nu1A oo n›|rAt DE VENDA - PED/nu Ns ol /97 - cre 1. OBJETO: Alienação de 32.073.297.893 [trinta e dois bi- lhões, setenta e três milhões, duzentas e noventa e sete mil, oi- tocentos e noventa e três) ações ordinórios nominotivas da CEG de propriedade do Estado do Rio de Janeiro, represen- tativos de 65,407% [sessenta e cinco virgula quatrocentos e sete por cento) do capital votonte e do capital total do Compa- nhia Estadual de Gós do Rio de Janeiro - CEG, sendo que 10% [dez por cento) desse percentual serão oferecidos aos empregados e 58,87% [cinqüenta e oito vírgula oitenta e sete por cento) serão vendidos em leilão em Bolso de Valores. Alienação de 4.183.500 [quatro milhões, cento e oitenta e três mil e quinhentos) ações ordinórías nominativos [83,67%) e 7.066.500 [sete milhões, sessenta e seis mil e quinhentos) ações preferenciais nomínotivos [70,67%) representativas de 75% [setenta e cinco por cento) do capital social do Riogós, de titularidade do Estado do Rio de Janeiro, divididos em 3 [- três) lotes, sendo o LOTE A com 2.550.000 [dois milhões e quinhentos e cinqüenta mil) ações ordinários, representativos de 51% [cinqüenta e um por cento) do capital volante do Rio- gós e 1 .200.000 (hum milhão e duzentos mil) ações prefeíen- .‹:inis, representativos de 1 2% [doze por cento) dos ações sem direito o voto de emissão do Riogãs, o LOTE B com 816.750 [oitocentos e dezesseis mil, setecentos e cinqüenta) ações or- dinãrios, representativas de 16,3% [dezesseis virgula três por cento) do copitol votonte do Riogós e 2.933.250 [dois mi- lhões, novecentos e trinta e três mil, duzentos e cinqüenta) ações preferenciais, representativos de 29,3% [vinte e nove vírgula três por cento) das ações sem direito o voto de emis- são da Riogãs, e o LOTE C com 816.750 [oitocentos e dezes- seis mil, setecentos e cinqüenta) ações ordinárias, represento- fivos de 1 6,3% [dezesseis virgula três por cento) do capital vo- tonte do Riogós e 2.933.250 [dois milhões, novecentos e trin- to e três mil, duzentos e cinqüenta) ações preferenciais, repre- sentotivos de 29,3% [vinte e nove vírgula três porccento) dos ações sem direito o voto de emissão do Riogós. 2. MODAUDADE: Leilão no Bolso de Valores do Rio de Janeiro. s. conmçõts PARA AQu|s|çÃo DE M|Nu1A Do E|›|rA|.- os interessados poderão adquiri-lo o partir de 15 de maio de 1997, no sede da CEG, ã Rua São Cristóvão na 1.200 - Rio de Janeiro - RJ, mediante o pagamento, no ato, de R$ 300,00 [trezentos reais), contra recibo. 4. OUTROS DOCUMENTOS: O Edital definitivo será publico- do no dia 10 de Íunho de 1997 e será complementado por um Memorando Informativo, que estará ã disposição dos interes- sodos no sede do CEG, e por um Manual de Instrução, ã dis- posição no CLC, no Rua do Mercado ng 1 1 - 172 andar, Cen- tro - Rio de Janeiro - RJ. Os interessados que adquirirem a mi- nuto do Edital, mediante apresentação do recibo de aquisi- çoo, receberão uma cópia do Edital definitivo. A íntegra da minuta do presente Edital e seus anexos estã pu- blícado no Diório Oficial do Estado do Rio de Janeiro - Poder Executivo, de 14 de maio de 1997, iuntamente com a Resolu- ção CD/PED ng 01 /97. Pntsroenrr DA coM|ssÃo nuu1onA og -PRo‹;aAMA EsrAouAL os oEsEsrAnzAçAo Image-11 . I 12 I GAZEIA MERCANTIL LATINO-AMERICANA DE 26 DE MA|D  19 DE JUNHO DE 1997 Y- 17 _7_ __ __ _lí ` 77 Um mercado mais aberto Guido Nejamkis Buenos Aires Convenção Anual da Asso- Aciação de Bancos Argenti- nos (Adeba), a entidade que agrupa as instituições de capital nacional, está marcada a fogo pelo processo de concentração que vive o sistema financeiro argentino. A aquisição dos bancos Francés e de Crédito, pelo Banco Bilbao Vizcaya, espanhol, além da proxi- rnidade cada vez maior entre o suí- ço Socimer e o Banco Patricios, é apenas uma mostra do fenômeno. Os especialistas que debateram na Adeba exibiram dados decisivos sobre o processo que vive a Argen- tina: em 1977 existiam no país 700 bancos, atualmente há 135, mas afirrnam que a quantidade conti- nuará declinando até se estabilizar entre 70 e 80. Os constantes pedidos para que o Brasil abra o seu sistema finan- ceiro à instalação de bancos argen- tinos - em reciprocidade ao que acontece n_o país - voltaram a' ser escutados na Convenção da Ade- ba. Eduardo Escasany, líder da en- tidade e do -Banco de Galicia, ex- plicou que, “enquanto nós abrimos as portas à entrada dos bancos do exterior, em outros países do Mer- cosul existem restrições no acesso aos seus mercados pelas institui- Argentina quer a abertura do sistema financeiro brasileiro çoes financeiras. Confiamos na rá pida solução dessas diferenças”. O banqueiro fez o seu pedido ante uma audiência mais que qualifica- da: o presidente Carlos Menem e o seu ministro da Fazenda, Roque Fernández, o escutavam da .pri- meira fila. Escasany explicou que “sabe- rnos que o horizonte nacional está dentro de um 'âmbito global e, principalmente, noregional, re- presentado pelo Mercosul. Este processo é de importância signifi- cativa para o país. Mas temos que ter em mente que a regra de ouro de um mercado comum são as con- dições iguais de concorrência. Isto hoje não ocorre no mercado regio- nal, devido às profundas assime- tiias, que permanecem nas políti- cas dos países integrantes”. Crítica à Argentina ontradizendo o polêmico Carlos Rodríguez, chefe dos assessores do Ministé- rio da Economia, e analistas da classificadora de risco Standard & Poor's, o executivo número um do banco holandês ING Baring, Arturo Porzecanski, afirmou na Convenção Anual da Adeba, que a “Argentina está muito longe do Investment Grade”, ou seja, do grau que a torna recomendável para investir. Além disso, adver- tiu que a dívida externa aumenta US$ 10 bilhões anuais. O panorama pintado por Por- zecanski para o futuro da eco- nomia argentina foi mais que negro. Pois, como afirmou, o país “possui uma péssima histó- ria de cumprimento dos paga- mentos da dívida, e a quantia do endividamento continua cres- cendo na razão de US$ l0 bi- lhões por ano, tornando o futuro incerto. A isso devem-se acres- centar o aumento do déficit fis- cale o panorama incerto das ex- portações, atadas à evolução do Brasil”.(G.N.) I O papel da educação lguns economistas e políti- Acos, principalmente na Ar- gentina, parecem pouco pro- pensos a lembrar que, sem investi- mento em recursos humanos, não há desenvolvimento sustentável. Guil- lerrno Perry, economista-chefe para a América Latina e o Caribe do Ban- co Mundial, quis refrescar-lhes a memória e afirmou, na Convenção da Adeba, que, na agenda de trans- formações pendentes na região, está a necessidade de aumentar as remu- nerações dos professores. Perry, que participou de um pai- nel sobre “reformas estruturais”, disse que “o mais importante é.o investimento em capital humano”. Além disso, com relação às neces- sidades que existem em educação, Perry afirmou que as “maiores di- ficuldades se encontram na quali- dade da educação primária”. Ele criticou o funcionamento do sistema financeiro na América La- tina, dizendo que tem “as margens de intermediação bancária mais al- tas do mundo”. (G.N) I O presidente da Adeba também apontou que “a inserção argentina no marco regional e global requer uma política de apoio ao empresa- riado nacional. Pois este, ao estar eriraizado na vida do país, defende com conyicção os interesses na- cionais. E um mau sinal para o fu- turo do país que o empresariado argentino, que como qualquer em- presário de verdade aceita o risco, prefira viver de rendas”. Outro que na Convenção da Adeba pôs o Mercosul no centro do seu discurso foi o diretor do Bundesbank, o Banco Central da Alemanha, Edgar Meister. O ale- mão classificou os países do Mer- cosul como “observadores privile- giados” do processo de unificação monetária vivida na União Euro- péia, que deve culrninar dentro de l'8 meses na adoção de uma moeda comum. “Todos os antecedentes indi- cam que uma uniãomonetária requer uma união política pré- via”,_disse Meister, que manifes- tou o seu otimismo sobre “ser possível que de Maastricht (a ci- dade holandesa onde foi assina- do o tratado que deu origemao processo de unificação monetá- ria européia) surjam efeitos po- sitivos que ultrapassem a Euro- pa”. De qualquer modo, o fun- cionário da Alemanha unificada diferenciou as estruturas_ do Mercosul e as da União Euro- péia. Disse que as do Velho Continente são de “caráter polí- ticof' e as do bloco sul-america- no “são fundamentalmente de natureza econômica”. “O euro demandará importantes mudanças nas economias domésti- cas dos países da União Euro- péia”, disse Meister, destacando, em primeiro lugar a necessidade de intensificar a flexibilização dos mercados de trabalho. “Não exis- tindo a possibilidade de tocar no câmbio, os países perderão um instrumento muito importante”, reconheceu, razão pela qual reafir- mou que os integrantes da UE de- verão recorrer a melhorias na pro- dutividade. Além disso, criticou os que tentam “minimizar o proble- ma da inflação”, já que, afirmou, “a estabilidade de preços é funda- mental para consolidar o cresci- mento dos sistemas de previdência privados, que estão surgindo em vários países”. O funcionário alemão também admitiu que, na maioria dos casos, os países da UE não cumprem com as pautas macroeconômicas de Maastricht. Segundo estas, para ter acesso à moeda comum, é necessá- rio contar com uma inflação inferior a 3% por ano, um déficit público anual semelhante e uma dívida pú- blica menor que 60% do Produto ln- temo Bruto. Nesse sentido, destacou que o único aspecto que pode ser aprovado por ora é o da inflação, que, em 1996, foi, na média, para os quinze países da UE, de 2,6%. I oncentração bancária Apenas 15 instituições absorverao 80% dos depósitos Os bancos estatais onda de fusões e aquisições A que sacode o sistema finan- ceiro fará com que, na Ar- gentina, no ano 2000, 80% dos de- pósitos do mercado bancário este- jam nas mãos de quinze institui- ções, de acordo com pesquisa feita entre banqueiros e empresários, que assistiram à convenção anual da Associação de Bancos Argentinos (Adeba). Essa grande concentração terá como resultado a conquista de maior eficiência e menores custos. A pesquisa foi feita entre 173 parti- cipantes da convenção da Adeba. Os consultados foram unânimes em assinalar que o processo de concen- tração continuará no futuro, e 75% acreditam que isso será positivo pa- ra a economia argentina. Os empresários e banqueiros que participaram da pesquisa tam- bém classificaram os países da re- gião. O Chile foi considerado o lí- der pela sua performance econô- mica (8,2 sobre 10 pontos), pela competitividade das exportações, pela solidez do sistema político e pela qualidade 'da sua produção. A Argentina ocupou a segunda posi- ção, e o Brasil, a terceira. Em uma escala de 1 a 10, a economia argen- ex-presidente do Banco O Central José Luis Machi- nea manifestou-se a favor da privatização dos bancos públi- cos, ao mesmo tempo que afir- mou “não ser necessário que de- sapareçarn de um dia para o ou- tro”. Machinea, que presidiu o ,Banco Central durante a adrninis- tração de Raúl Alfonsín, disse que “ainda há muitas imperfei- ções no sistema finariceiro em muitas regiões e nos empréstimos às pequenas e médias empresas. Enquanto o sistema financeiro tina recebeu 6,6 pontos - apenas um décimo acima da média recebi- da pela região .- e foi apontada co- mo muito positiva a abertura dos últimos dez anos, a qualificação da mão-de-obra e a qualidade de vida. O diretor executivo do banco de investimento norte-americano Goldman, Sachs & Co, Gerald Corrigan, também opinou sobre a não for suficientemente competi- tivo' para prestar serviços finan- ceiros intemos ou serviços em ge- ral muito competitivos, faz senti- do que existam bancos públicos”. Machinea explicou que os bancos públicos deverão, com o tempo, ir reduzindo sua impor- tância e, embora se tenha mani- festado a favor da privatização de alguns bancos das provín- cias, considerou que o Banco Nación e o Banco de la Provin- cia de Buenos Aires não devem ser privatizados. (G.N. crescente concentração do siste- ma e o impacto sobre as taxas de juro. “A tendência tem vários efeitos, entre os quais a maior efi- ciência das instituições pode aju- dar a longo prazo. Mas, na Ar- gentina, o problema central são os custos do crédito concedido aos devedores morosos e aos ina- dimplentes”, disse.(G.N.) I 7 *__ Í _ _ _ _ _ ¡- _ _ I DE ze DE Maio A1° DE JUNHO DE 1997 n ças GAZETA |v|Ei=icANT|L L_ATiNo-AMEn|cANA n 13 dos EUA Gilberto Dupas, economista brasileiro da Fundação Getúlio Vargas, afirrnou que, se a Argen- tina e o Chile entram no Nafta de modo unilateral, o Mercosul aca- bará dissolvendo-se. Além disso, afirmou que os Estados Unidos promovem uma zona de livre co- mércio hemisférica com o intuito de “pôr em boa posição suas trans- nacionais, ante uma abertura ge- neralizada do comércio no início do próximo século”. O economista, que participou como expositor da Convenção Anual da Adeba, explicou que, “com uma queda das tarifas de importação nos países da Améri- ca Latina, as transnacionais nor- te-americanas encontrarão a oportunidade de exportar para essa região a partir do México, onde os custos são mais baratos que no Hemisfério Sul”. Dupas advertiu que “a insistên- cia dos Estados Unidos em atro- pelar o Mercosul pode ter efeitos políticos complicados para a re- gião” e sustentou que esse país poderá gerar um conflito com o Mercosul se o presidente Bill Clinton conseguir a autorização do Congresso para que a Argenti- na entre no Nafta. (G.N.) I P R O G R A M A Painel II-Alixperiência nos Outros Países Alca favorece “ istribuir a renda” Empréstimo transnacionais _ I _ do BIDFMI adverte sobre perigo das desigualdades Guido Nejamkis Buenos Aires diretor-geral do Fundo O Monetário Internacional (FMI), Michel Camdes- sus, deixou mais de um banquei- ro e empresário boquiabertos. No discurso com o qual fechou a Convenção Anual da Associação de Bancos Argentinos - pronun- ciado em um claríssimo caste- lhano -, afirmou que “as pers- pectivas agradáveis poderão transformar-se em um fracasso se não forem intensificados os esforços para reduzir a desigual- dade na distribuição da renda e para criar mais oportunidades aos menos favorecidos”. Certamente alertado pelos conflitos sociais desencadeados na cidade de La Plata - onde a polícia entrou para reprimir na Universidade, o que a lei proíbe - e na província de Jujuy - onde a violenta repressão policial dei- xou um saldo de cinqüenta feri- dos, três deles com gravidade -, além dos ocorridos anteriormen- te em Cutral-Co e Tartagal, Camdessus criticou aqueles que promovem receitas liberais dog- máticas, porque, como disse, pa- ra surpresa do auditório, “não houve país algum no mundo que tenha aplicado um programa xr; -› jtfl iii .1, .-.¬; -''~ :Jr u-- Ç_,í5.'_i_- 'Í-:Í-Ê ; .$'-L» _ _¿__-¿_ _‹--.- - :-.-'_ --_¡¿,¡,._-J._, . ‹ . . ¡rr¬""-'-"~_' --É 1' 1 \ fl z 1 '.' 1. . ".- . \'_ :É ' _.I' ' :.1\-:- lj; _ 5 ^,_ › ', ` _. "`\..'.'- :` 'if' - -'1 :_L '_-,] 'nt' .--- ';;-_"'-_'.- . ,_ '; '. '.-›_r.'jdl'.'.`›;'.""'-."- 'z ' J. :W-Iñ-\"\ rf i' :" :_ .'. . . -'_¬\ ' 'E' i .. 'F 1.4- .. -...L '." '. '1 - i . -.I" ' ,'- . . '.-"- " *_ _'.- .u-J ,- i - _-¡ .. -_z' .1¡- _,‹› -!›._'¿_¡'_.-,_'. '_ ._ If ii .` já _,:..:,EÍ... . ..:.'. -:gn '›FW “~_ 'I'-'.'.'. 4.'.rn..-_'_'.‹::'.`*-'-'-.›-.'‹-i:›¡-'“=**,êi:àt1¿š` J:fr'-I-I:'I"'I-' rfiršš'L':`.'. 'Ia l "` .__,-I fr.-._f.Í'Í'í.Í'¡l:r- " '-..'- -'.'-r' . ' I' -ir.fz'?§-.-'z-:'. "_-~: Lii'-* ¿,:_'f_1-*'- .«;,› . gs,-;›._-,,z,‹;:;_ ;_=_;§z- ¡ +.-. '- '-r""' .' ' '_ :` `-.= -',,.-:_$.'.~:._‹iz:-,-:il›Ul_-:;~ ¿¿.~.=.-.., - y ':,\*.;_.~_.i,‹-¡g›§;, 1 r -v 'I utIl -';:,'::,;'-:z'¿'Ii\_ `-':; _ __'1' _".',\,\' '.¬__ .`, t ¡__¡- 1:1 í_ .¡ ._"t="*Í'- 'H r;"1'‹.5-.'Íšiit- .'-Íifi ›'-Çgëãrr-Í.: ` ' 'I-"I'..'.",.r'.-i -z";'¿ _' .' :' ' 7' . '- If.. .z ll: -.-'ir ._ ' "n cz.--,,_`-.::íJ¡\_¬; :_ _-Hä T3.. .$Íš__:É,. :¡;`,hë\` -1. /¬ H " f 'Iz I i- .i i J' u --:___-,|,'=f¬ _ 1- _.-~'-.s" :.~,'_ ~ .¡. v- :'§z§;._. ¿ .=. ~.¡“ëi='- . .ten -.m.i.,_I ',|.. _',‹i-.h."'I":\` . it-¡,..| rfrrzlhff *za-‹ ~-~ _z›.~.-= q, *iii ',{4 é;-fiz:-' ›:" " ¡ li \ '| . _' 6"'-:.›r_izl,"¡ ~ ~ ~i”i=.~\'z'› ir--' f-4 _,.. .r" Michel Camdessus desse tipo, algo que comemoro, porque o dogmatismo neoliberal não levará a uma sociedade mais justa_e equilibrada”. Camdessus, que visitou o Congresso, o Palácio de Tribu- nais (sede da Suprema Corte de Justiça) e se encontrou com o presidente Carlos Menem, afir- mou: “Não gosto das privatiza- ções sem concorrência”, pro- nunciando-se a favor de “um Es- tado transparente que evite a corrupção”. Na sede do Poder Legislativo, o diretor-gerente do FMI adver- tiu os setores que propõem cor- sEMiNÁRro tar os juros da dívida externa e aconselhou que não se esque- çam o que aconteceu com o pre- sidente peruano Alan García Pé- rez. “Senhores, não provoquem gargalhadas no mundo com uma proposta como essa”, disse Camdessus, em resposta a José Vitar, deputado oposicionista do Frepaso, que propôs que a Argentina limite os pagamentos dos juros da dívida em até 8,39% do orçamento (US$ 3,6 bilhões), em vez dos 13,6% atuais (US$ 5,8 bilhões). Exemplo peruano O presidente do organismo fi- nanceiro internacional lembrou imediatamente que “o único que tentou põr um limite ao paga- mento da dívida externa no con- tinente foi Alan García, e todos viram como acabou”. Camdessus também negou que o problema mais grave enfrenta- do pela economia argentina seja a situação econômica do Brasil, contradizendo o diagnóstico fei- to pelo economista norte-ameri- cano Rudiger Dornbusch. “O problema mais grave da Argenti- na é o desemprego, e o governo o está combatendo com os meios apropriados”, assinalou. I GAZETA MERCANTIL WUo no Mercosul Dia 27 de maio de 1997, das 14:15h às 19:00h. Centro de Convenções Gazeta Mercantil. R. Eng. Francisco Pitta Brito, 125 - Santo Amaro - São Paulo-SP. para a saúde Mario Orcinoli Assunção O Banco Interamericano de Desenvolvimento aprovou um crédito de US$ 39 milhões para o melhoramento do sistema de saú- de paraguaio, especialmente para diminuir as taxas de mortalidade .materna e perinatal. Do total, 50% serão~em dólares, 25% em ienes e o resto em marcos ale- mães. Cada divisa terá uma taxa de juros diferente, reajustada a cada seis meses. De acordo com a representa- ção do BID em Assunção, é a primeira vez que um país toma- dor de empréstimo do banco usa este sistema de três moedas dife- rentes. Com o dinheiro, será fi- nanciada a capacitação de recur- sos humanos nia área de saúde primária, a reforma da infra-es- trutura e a aquisição de equipa- mentos. Também será fortaleci- da a gestão do Ministério da Saúde, melhorando a distribui- ção de recursos e a capacidade administrativa. O governo paraguaio deverá completar o crédito em até US$ 46,6 milhões, como contrapartida local. O empréstimo tem 20 anos de prazo, com' cinco de carência. C O O R D E N A Ç Ã O: Sergio Bunin - Director General Gerling Global Re Guillermo Piernes -Jornalista da Gazeta Mercantil Latino-Americana Ram” Aymfrrrh ' Drreror da MaPr-re Rc dr' Brasil Abertura Painel III - Perspectivas de Um Mercado Livre e Integrado Luiz Fernando E Levy - Diretor-presidente da Gazeta Mercantil jgãg E[z'5z'0 F¿›1-mz df Campo; _ P1-csidgntc da FENASEG Pedro Pullen Parente - Secretário Executivo do Ministério da Fazenda Jau; RugemAzomo _ Sócio da KPMG pcat Marwick ` Painel I - O Desenvolvimento do Resseguro (lo Brasil Pedro Purmjr: - Diretor- superintendente da Zurich Anglo Seguradora Hélio O. Portocarrero de Castro - Superintendente da Superintendência de E Seguros Privados - SUSEP ncermrnento Demos:/aenes M. de Pin/ao Fil/ao - Presidente do In-stituto de Resseguros I N F O R M A Ç Õ E S do Brasil- IRB Carlos Frederiôo Motta - Conselho de Administração do Grupo Bra- Participação: R$ 200,00- desco de Seguros Inscrições e informações pelo telefone (011) 547-3888. iii'o14l_GAzErA iviEi=rcAi\iTiL intimo-AiviEi=iioANA uan DE as DE iviAioA1z oE .iurii-io DE 1991w ¶SI n-r f _ llí ~ f1-i-f_ ¡ _ ¡..__ ._ 1-_ Í7_ _ .~"¬--v¶"""-i.-- ._lilI¡.¬-.iflq r ÉÉ 1. H 310-; GD; â- Aiarii (e×ei. México) ¿ 9,1% e,e% 20% 21% S â Aiarii (e×ei. Mé×ieo) , 9,2% 5,2% !=¬.: . Areas Geoeconõmicas 1992 i Intercâmbio comercial . ` . , Í Areas Geoe `.,.»......-_ _____________________________________ __ Í E§Ifl£í°$__UFIíd9$__Í_ _ ___ _ _- __ _ ______1_El_?š;; __ __.1_9Í/=›_ 5 E§ta_çl0S_UnidosE conõmlcas -Egpazfaçõss ¡,,¬¿;,~¡¡,¿¡,,,-,z-,_r, (Participação percentual da principais áreas geo-econômicas) .jmpgmçães ¡,,¿sj,-_¡¿¡¡¿_,- `````` `̀```````````````" `````````` `````````````" _ E'_='“°.'r'=! °9_^'l°."r5°:Ê.'%lí'*!°"“'“'" na '°¬*'_. é›.a;'.é=<: - .'›-“.=zf'›f›._~â:r.ê:a:¬.›:rionrâà:és'¿ff*"~"-` `f *1"'=='‹"í'›`°T"=“*"5`='›'~`rfi§1*›ã'~'=‹*›í*-T *hf@fâ“i'›'“mrnnecarà;1::sé:zn:Ef1=1mi=.:;t:â.<==<r<<1=' L.-r1:.¬' E'-1i:r:~â. - ' ,'¬ ' . _ ..‹fi..¬ ae21. --'ol--'Fit'war_'=.*Hlll°.=3I.¬.<' 1 995* ÍÍ 1 8°/o '- """"lf' ásia __ _____§.___z_e ___, i_õ.a¿z___ _ I __ __ D I ........ _ .-i-__-_\.¬¬- ., ___.,-zz-.nu.-----¬___________- nr.. r-...".....¬.-.-.-.-. _._.....-z..,.,._,_,,.. __z_._.._...._.. z Ç ' 2% 2°/................................_....-...n----‹;-----....... .........-...._..__.._______-....--.. _ __ 21% É 22% _. Hllã I zlcf- _ .¬`_ alta texcl. México) I I É I rr2Í),8°/s . 21 ,7°/Íhrr ....................................... _______________ _______________________ ______ . _~ni=_›§9_________________;Í_______ ________ ___r_ ; __________ ___________ ________ ______ __ 7 ____O .. __§ __ _ _ _. '2r.i.% _ 1 5° 0 - _ ¡- -_ Ásia Í J* i glsgg ¿ ;‹|3'-|% _ _ _'e'_7_'ÍÂ= _ _ 2.??/‹`› sí _UE__ __ _ _____20-5% __ ___25.13%__ _ f ___°_____26fí=__ ;-_ _ÊÍ?'_° I oMvvww II Fonte: ht'tp:llwww.mregov.br.lgeteelwebgBtecIbdmsulldmi:.htmI; CNI - Fair Mercosul, n' ' Obs.: O ano de 1998 refere-se a janeiro até setembro. Um desenvolvimento sustentável A con-stituiçõio de politicas comerciais comuns exige decisões mais profundas e complexas Mercosul: da União Aduaneira ao Mercado Comum é o trabalho que a Gazeta Mercantil Latino- Amerícana publica nesta edição, dando seqüência à série de traba- lhos preparados, e já publicados por esse jornal, pela UNA Ciên- cias Gerenciais, associada â Aen' lrea - Análise Econômica Regio- nal e Internacional Ltda. De auto- ria do professor titular da Univer- sidade Federal de Minas Gerais, Carlos Maurício de Carvalho Fer- reira, o trabalho é uma reflexão sobre a necessidade da constitui- ção de um mercado comum reque- rer decisões mais profundas e complexas do que as de natureza tarifária e não-tarifária, ou so- mente ligadas aos fluxos comer- cíaís. Só assim se constituiu um mercado comum “genuíno e sus- rentável no longo prazo "_ Carlos Maurício de Carvalho Ferreira* constituição de um Merca- A do Comum, genuíno e sus- tentável no longo prazo, de- manda decisões mais profundas e complexas do que as de natureza tarifária e não-tarifária, ou apenas ligadas diretamente aos fluxos co- merciais. Assim, além de contem- plar a coordenação de políticas ma- croeconômicas e setoriais entre os países-membros, exige o entendi- mento e ações conjuntas de políti- cas econômicas e sociais “estrutu- rantes” dos setores produtivos e da organização social e institucional nos países-membros. Isso inclui uma perspectiva conjunta, intra- bloco, de desenvolvimento econô- mico sustentável e de políticas pú- blicas regionais, tecnológicas. se- toriais e trabalhistas, capazes de garantir a expansão econômica e a eqüidade social global e entre as regiões de cada país, combatendo com vigor quaisquer deformações sócio-econômicas típicas das rela- ções “centro-periferia”, buscando- se a especialização int:rabloco, por produtos e não por setores. Esse esforço comum é condição importante, em um ambiente no qual prevalece a competitividade diriârnica dos países, baseada em novas formas de inovações tecnoló-gicas microeletrônicas e biotecno- lógicas, altamente mutáveis, com a superação da tecnologia eletrome- cãnica, que predominou na primeira metade do século. Nesse contexto, é inadequado o conceito clássico de produtividade relacionado a uma simples relação da produção com os volumes empregados de trabalho e de capital, mesmo no curto prazo, devido às drásticas mudanças nos “ciclos de vida” dos produtos, dos processos e da tecnologia. A estabilização macroeconômi- ca tem um valor inestimável para o cálculo econômico empresarial, para a transparência de muitas das ineficiências do setor público e pa- ra a reestrutiiração da economia e a eqüidade social, ao eliminar o “imposto inflacionário”, que pena- liza os segmentos mais pobres. Contudo, ela não é capaz de subs- tituir um projeto nacional e intra- bloco de desenvolvimento econô- mico competitivo e sustentável no médio e longo prazos, condizente com as transformações atuais da economia mundial. Nessas circunstâncias, vê-se que a coordenação do Mercosul tor- nar-se-á cada vez mais complexa, nesta fase da União Aduaneira, em direção ao almejado Mercado Co- mum. Além do mais, deve-se atri- buir grande relevância às negocia- ções iniciais da Area de Livre Co- mércio das Américas, a Alca. A tí- tulo de ilustração, vale a pena re- cordar que a experiência da'Asso- ciação Latino-Americana de Livre Comércio - Alalc, criada pelo Tra- tado de Montevidéu, em 1960, vi- sando,-se ao estabelecimento de uma Area de Livre Comércio, não foi bem-sucedida e serve como alerta para o porvir, uma vez que a liberalização do comércio se deu de forma discriminatório para de- terminados bens; não se estabele- ceu um mecanismo para garantir uma justa distribuição dos custos - 'I Í " z i~iaiiaiê×ei.i.iié×i6o› “ “"`“2õ.íw.f . 24,29. 1 r `,i ii _\_.. e dos benefícios' da integração; não se previram as dificuldades de harmonização das políticas econô- micas dos países-membros; ocor- reu uma forte oposição setorial e as indústrias se concentraram nos países mais desenvolvidos, em de- trimento dos demais. No que se refere ao Mercosul, ocorreram significativos avanços até a constituição 'da União Aduaneira, em janeiro de 1995, apesar de ainda prevalecerem problemas, como eventuais co- branças múltiplas de impostos sob um mesmo produto, barreiras fitossanitáiias, regras de investi- mentos e concorrência pouco cla- ras, etc. Nesses termos, 'são ne- cessárias ainda significativas me- lhorias das chamadas “decisões de primeira geração”. Contudo, como enfatizado, a perspectiva de constituição de uma Area de Livre Comércio das Américas é um fato que traz no- vas exigências para os próximos passos do Mercosul. Nesse con- texto, haverá uma demanda cres- cente de incorporação hemisféri- ca plena e, portanto, de todos os países dos acordos intrablocos la- tino-americanos, das regras acor- dadas na Rodada Uruguai do Gatt e da Organização Mundial de Co- mércio - OMC. Da Área de Livre Comércio à União Aduaneira A América Latina e o Caribe vivenciaram u_m longo período histórico, no qual os fatores de di- vergência d_e interesses supera- ram os convergentes, por razões políticas e econômicas. Particu- larmente, nos últimos dez anos, coincidindo aproximadamente com o período da Rodada Uru- guai do Gatt, esses fatores não só se equilibraram, como gradativa- mente passaram a predominar os fatores de convergência. As mais fortes manifestações da predominância de interesses comuns intra-regionais, na déca- da de 80, foram a Declaração de Foz de Iguaçu, em 1985, a assina- tura da Ata para a Integração Ar- gentino-Brasileira, em 29 de ju_- lho de 1986, que estabeleceu o Programa de Integração e Programação Econômica - Pice -, e, em novembro de 1988, o Tratado de Integração e Coopera- ção Argentino-Brasileiro, estimu- ladas pela crise da dívida extema, pelas políticas protecionistas dos países dominantes, pela deterio- ração dos termos de troca e pela redução do ritmo do comércio com os países altamente indus- trializados. Enfim, através do Tratado de Assunção, assinado em 26 de março de 1991, pelos presidentes da Argentina, do Bra- sil, do Paraguai e do Uruguai, os países-membros constituíram as bases do Mercado Comum do Sul, o Mercosul, para a criação de um espaço econômico comparti- lhado, no prazo de dez anos. Essas circunstâncias levaram a um conjunto de decisões, que cul- minaram na constituição de uma União Aduaneira entre a Argenti- na, o Brasil, o Paraguai é o Uru- guai, a partir do início de 1995. Es- se conjunto de decisões foi deno- minado por Aldo Ferrer, no seu ar- tigo sobre o Mercosul, intitulado “Mercosurz Trayectoria, Situación Actual y Perspectivas” (1995), de decisões de primeira geração. Na verdade, são as decisões clássicas macroeconômicas, que constituem uma condição necessária, porém distante de ser suficiente, para a consolidação da União Aduaneira e a constituição de um Mercado Comum, tais como a eliminação das barreiras tarifárias e não-tari- fárias ao comércio recíproco, além do livre comércio entre os países- membros, e a adoção de urna Tari- fa Extema Comum (TEC), frente a terceiros países. Assim, com o Tratado de As- sunção, de 26 de março de 1991, começava uma caminhada segura e a .passos largos para a constitui- ção, no futuro, do Mercado Co- mum do Sul e posterior constitui- I __ I I -IA' I I A E-_*-*km I L? 'Í -_L:kL:LLL}_-:_:';r"r: ii ' I 7 I 7 7 7 77 7 I '77 I '77 ' 7 I ' 7 7 7 '_`7 I-:I 'í r L' r Iii 7 ii 1' .i'_::_-`L¿' -*U I' I Í? 7 *Í 777 7 '¬* ¬ 7 ff - ¬¬' r ri ' I ° d° MU"d° . - .. . 13- as ._ - 26% _. . ._ > Fies* '=l° MU"fi° 24-5% _ 17-6% 27% 25% fr 'r' Í`;__ ' 152. 21/02197, Rio de Janeiro, - ` ão de uma União Econômica. Pa- ra se entende_r melhor a grandeza da tarefa e dos procedimentos de integração intra-regional plena, podemos resumir as característi- cas, cada vez mais exigentes, das formas de integração econômica, social, institucional e política mais , \ avançadas (“Mercosul: Politicas Alternativas”; Instituto Liberal -1993), do seguinte modo: . Área ae Preferência Tarifa. ria: os países-membros tributam a totalidade ou parte do comércio re- cíproco com alíquotas ou impostos de importação inferiores aos que incidem sobre as mercadorias pro- venientes de terceiros países; Q Area ou Zona de Livre Co- mércio: os países-membros elimi- nam todas as barreiras tarifárias e não-tarifárias ao comércio recí- proco; o União Aduaneira: além do livre comércio entre os países- membros, inclui a adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC) frente a terceiros países; o Mercado Comum: é uma União Aduaneira a que. se agre- gam a livre mobilidade dos fato- res produtivos entre os países- membros e a adoção de uma polí- tica comercial comum. Contem- pla a coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais en- tre os países-membros. Pode, ademais, requerer a harmoniza- ção das legislações nacionais; o União Econômica: agrega, às características do Mercado Co- mum. a adoção de uma moeda co- mum e políticas macroeconônricas setoriais e sociais comuns. Os prevalecentes pequenos mer- cados internos, de crescimento bastante lento. constituíam obstá- culos à industrialização acelerada dos países da América Latina e do Caribe, através da substituição de importações. Essas circunstâncias induziram, dos fins da década de 50 e até os anos 80, o comércio in- tra-regional como altemativade expansão econômica. (Continuo na pagina 15) 4__“ 17 M I í' M T T _ _ ' I I'_ 7 ' *I *M Tr Mi; _ Image-'14 I H I DE 26 DE MA|oA1fl DE .iuN|-io DE 1997 GAZETA MERCANTIL |_AT|No-A|v|En|cANAn 15 (Conflnucrçoo do póginu 14) o Caribe surgiu, à época da Alac, em 1960, o Mercado Comum Centro-America- no - MCCA. No caso da Alalc, as dificuldades então .enfrentadas le- varam à sua substituição pela As- sociação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração, Aladi, em 1980, a qual constituiu um foro de negociações para pro- mover acordos comerciais multi- laterais, baseados em negociações de caráter bilateral. A Aladi, tam- bém, não obteve o sucesso espera- do napromoção do comércio entre as nações latino-arnericanas. O fato relevante é que essas ex- periências deixaram, também, as lições da necessidade do gradua- lismo (para minimizar os custos econômicos e sociais), da flexibi- lidade (para adaptação às situa- ções concretas que surgirem), do equilíbrio (para não provocar uma especialização excessiva em seto- res econômicos particulares), da especificidade (para incluir pou- cos projetos em cada etapa), da re- ciprocidade assimétrica (even- tuais tarifas e listas de produtos diferenciadas entre nações em es- tágios de desenvolvimento díspa- res), do princípio da simetria (equilíbrio dos custos e benefícios econômicos entre os países-mem- bros). Elas abriram os caminhos para se avançar na construção his- tórica de um patamar mais alto de integração na América Latina e no Caribe:' a União Econômica. Essa mesma experiência deve ser um guia para as negociações no âmbi- to da Alca. Assim, face aos erros e acertos e às transformações históricas e tecnológicas dos últimos anos, começa-se a entender a integra- ção econômica como uma alter- nativa fundamental de crescimen- to sustentável, com a afirmação dos princípios básicos da econo- rnia de mercado e da doutrina po- lítica e dos ideais democráticos e de convivência harmônica entre nações soberanas. Novos Avanços e a Próxima Agenda É a partir da constituição da União Aduaneira, estágio em que se encontra o Mercosul, com o li- vre comércio entre os países e a adoção da Tarifa Extema Comum, a TEC, que se iniciam os procedi- mentos mais avançados da Ínte- gração socioeconôrnica, que, além da Cümpâffbilização das 1:I<JíftIt'C&S macroeconôrnicas, incluem como essencial a articulação e definição das políticas setoriais e sociais. Essa é a questão fundamental que agora se coloca sobre ã mesa de negociações e para a qual devem ser estabelecidos princípios funda- mentais e visões abrangentes co- muns entre os países-membros. Vimos' que a conformação do Mercosul resultou de um gradual , ições que foram aprendidas ALADI (errei. México) Mercosul Argentina Brasil Paraguai Uruguai Demais países NAFI'A Estados Unidos EUA (-Porto Ftico) Canadá _Méxic0 _ UNIAO EUROPEIA ASIA (exclui Oriente Médio) China Ja ãooéi Oriente Médio Ftesto do Mundo TOTAL `-~'-'e-'Perl' _-;* - -- .~. '_ 'V .'.;..-;."*' .› Editoria de Arteƒüazeta Mercantl Latino-Americana ção dos fluxos de capitais asiáti- - cos, particularmente os japone- _ 1_.a_xäs , _, H N q , _ _ ç ses. E, ao contrário do que se pas- (Importações argentinas e brasileiras por principais blocos econômicos) i se natureza sugere 3 ideia de que o Nafta pode se tornar um blocoArgentina Brasil A fechada ÁreaGeoeconômr'ca Taxa de Crescimento 90-95 (%) Taxa de Crescimento 90-95 (%) 317,9 415,0 479.1 90.5 135.3 111,4 301,4 333.0 992,0 227,0 402,0 4.95B,0 - 432,3 61 6,7 442,1 309.7 - ,zt -__.._ ›.- - _ 170,5 ' 194,0 297,9 54,4 25.6 1 10,9 146,1 135,6 175,7 327,4 200,1 360,9 765.0 163.2 -40,3 119,9 140,0 Nessas circunstâncias, a agenda do Mercosul deverá se concentrar mais nos temas que levem ao aprofundamento da integração re- gional, em uma perspectiva tamo de desenvolvimento competitivo dinâmico e sustentável como de agilização dos procedimentos pa- ra a transição da União Aduaneira para um sólido Mercado Comum. Existem temas prioritários, tais como a incorporação do setor de serviços, das nonnas que regula- mentam os movimentos de capi- ..........-a... 4...... . ...za ......... . c tals» s a h=='f."1°"1Zfl§fl° das P°!1"-coméroio erraúor om Poropoorrva. cm, nio ao Janeiro, v.s, o.2, nov. rsss cas tnbutánas. Mas a harmoniza- processo histórico de transforma- ções, pelas quais passaram os paí- ses latino-americanos e caribe- nhos, buscando a sua consolidação, autodeterminação e empenho em se constituírem como nações inde- pendentes, nos séculos l9 e primei- ra metade do século 20. Países ex- portadores de produtos primários para mercados da Europa e, poste- riormente, para os Estados Unidos, em vários casos adotaram a indus- trialização por substituição de im- portações, para atender seus mer- cados intemos em expansão. Essas circunstâncias históricas induzi- ram a comportamentos isolacionis- tas ou mercantilisias. Porém, assistimos a um extraor- dinário avanço do Mercosul, cons- tatado pelo cumprimento do cro- nograma de Las Leñas, para a exe- cução das tarefas necessárias à in- tegração. A partir de janeiro de l995, está em vigência a Tarifa Externa Comum - TEC - para 85% do universo tarifário, com uma média de 14% e um máximo de 20%, sendo que cada país esta- beleceu tarifas distintas entre 0% e 35% para o restante do universo ta- rifário, a não ser para os bens de capital, infonnática, telecomuni- cações e automóveis, que consti- tuem a lista de exceção. Projeta-se, para o ano de 2006, uma Tarifa Ex- tema Comum média de 11%, uma moda tarifária (valor mais comum) de 14%, um intervalo tarifário de 0% a 20% e um desvio-padrão (va- lor subtraído ou somado da média para determinar o intervalo de con- centração dos valores das tarifas) de 6,2%. O Chile passá a constituir uma Zona de Livre Comércio, no âmbito do Mercosul. Como se constata pela evolu- ção das exportações e das impor- tações brasileiras, para os princi- pais blocos, e as taxas de cresci- mento das importações argentinas e brasileiras, por principais blo- cos econômicos, tem sido fiel- mente cumprido o compromisso de um regionalismo aberto no âm- bito do Mercosul. Como sugeri- mos mais adiante, o mesmo não pode ser, sempre, creditado a ou- tros acordos intrablocos. Nessas circunstâncias, vemos que não procedem as eventuais crí- ticas, particularmente de altos fun- cionários norte-americanos, de que o Mercosul pratica o protecio- nismo intrabloco, o desvio do co- mércio com a transação de produ- tos inferiores, reduzindo o bem-es- tar global. Contudo, como mos- tram os dados acima, não existem razões objetivas para questionar- se que os interesses comuns intra- blocos no Mercosul tendem a pre- valecer sobre os das nações que não se integram ao bloco. Insistindo nessa temática, aim- prensa tem reproduzido um prog- nóstico feito pelo Banco Mundial (Bird) em seu relatório, Perspecti- vas Econômicas Globais, de que até o ano 2005 a taxa média anual de crescimento econômico será de ó,s%, ao Loaro da Ásia; 3,7%, ao sol da Ásia; 3,77., oa Europa o Asia Central; na Africa Subsaaria- na, de 0,9% e no Oriente Médio e Norte da Africa, de 0,4%. Na América Latina e no Caribe será de 2,2%, Estes últimos países cresce- rão a uma taxa anual menor do que a taxa de 2,4%, estimada para os países industrializados. Afrrma-se, então, que tais diferenças de taxas de crescimento econômico não se devem tanto a fatores regionais, mas_ao grau de integração entre os países e a economia mundial. O crescimento das importações argentinas e brasileiras, no período de 1990 a 1995, por principais blo- cos econômicos, mostra, com ên- fase, a integração crescente da Ar- gentina e do Brasil com a econo- mia mundial, em particular com- a União Européia. Face a essas questões, a agenda para o Mercosul, nessa sua fase in- termediária de Uniãó Aduaneira, não tem como desconhecer as con- siderações iniciais nascidas no âm- bito da Alca. Joseph Grunwald, em “The Rocky Road Toward Hemis- feric Economic Integration: A Re- gional Backgrounder with Atten- tion to the Future” (1992), e Juan José Palacios, em “El Nuevo Re- gionalismo Latino-americano: El Futuro de los Acuerdos de Libre Comercio” (1995), fazem algumas alegações importantes dos benefí- cios e dos custos da integração econômica na situação de “extre- ma assimetria” de desenvolvimen- to, que caracteriza um eventual acordo latino-americano que en- volva os Estados Unidos. Grun- wald enfatiza três pontos de con- vergência de interesses, a saber: o a formação de blocos tem le- vado os Estados Unidos a dar maior importância a seu próprio continente e a que as nações latino- americanas procurem refugiar-se sob o seu manto protetor; 0 os mercados dessas nações oferecem um amplo potencialpara os Estados Unidos, enquanto que uma associação com esse país dá a seus vizinhos do Sul uma imagem de solidez econômica e de econo- mias promissoras, nas quais é se- guro e viável investir, e; 0 tanto para os Estados Unidos como para a América Latina a inte- gração hemisférica constitui um instrumento poderoso para aumen- tar seu poder de negociação no âm- bito intemacional. Apenas a título de exemplo dos custos da integração, nas circuns- tâncias de “extrema assimetria”, Palacios pondera que o México se vi.u forçado a fazer amplas con- cessões para conseguir chegar à assinatura do Acordo de Livre Comércio da América do Norte - Nafta. Entre as mais importantes, está o estabelecimento das regras de origem muito restritivas em se- tores-chave. Desse modo, a pro- porção do conteúdo regional da indústria automobilística deverá ser de até 62,5% no ano 2002. Is- so certamente, conclui Palacios, como está claro para o governo mexicano, provocará uma redu- çao de conhecimentos técnicos, científicos e acadêmicos, assim como as políticas de transferência e de desenvolvimento de tecnolo- gias inovadoras, visando ao de- senvolvimento sustentável e inte- grado intrabloco, com o aumento da taxa de investimentos direta- mente produtivos, é fundamental. Isso implica em abdicar de qual- quer concorrência predatória por investimentos e do entendimento de que a força do Mercosul se as- senta na expansão econômica equilibrada dos setores econômi- cos, em cada um dos países, com especialização por produtos. Um Mercosul forte é sinônimo de paí- ses-membros fortes. _ Os temas preferenciais das dis- cussões preliminares da Alca to- mam uma dimensão regional es- tratégica, no âmbito do Mercosul, tais como: acesso a mercados, “standards” e barreiras não-tarifá- rias ao comércio, procedimentos alfandegários e regras de origem, subsídios, antidumping e direitos compensatórios, defesa da concor- rência, compras govemamentais, tecnologia e propriedade intelec- tual, investimentos, serviços, in- fra-estrutura, desenvolvimento econômico sustentável e com pre- servação do meio ambiente e papel destacado do setor privado. Por fim, constitui uma indaga- ção o que significam os US$ 7.917, 27 bilhões do PIB conjunto, em 1995, dos 34 países que podem vir a constituir a Area de Livre Co- mércio das Américas - Alca, com uma população de 758,60 milhões de habitantes. Um poderoso e arn- bicionado mercado, cujo acesso, porém, demanda uma capacidade competitiva, que poucos desses 34 países podem, efetivamente, atin- gir sozinhos e de forma sustentá- vel. I *Superintendente do Instiiuto de Pesquisas Augusto Tomeiln/UNA - Clêncios Gerenciais e professor tltulcrr do Universidade Federal de Minds Gerais. r *ff fr* f _*-¡ __ __ í ___; Í fm ¡ _* Yi, lí l Image-'15 I 16 n eAzErA MEncANT||_ |_ATiNo-AME|=i|cANA - DE 26 DE MA|o A 1° DE JUNHO DE 1997 I` -_-í- F onstruçao empi i ° e ` Erguidci com cimento orgeniino e ferro brosiieiro. o ponte1 Ano 1.965 n-__í-I. _ mn- _ gzzz-1; 7 -mm .-__ Editoria de ArietGazeia Mercantil Latino-Americana í Uruguaiana Caminhoes com importação do Cone Sul ao BR 13.585 ~ 15.969 Caminhoes com . exportação do BR i Total de ao Cone Sul ' Caminhões 15.197 28.782 19.908 ' 35.877 f 1 987 1 18-6114. 20.1251. ;---aii.za6. 1 1 988 1989 1985 ' E 17.537 - 22-9-'E-'_*l-__ ___": 20.437 517.974 ¿ 1a._971 _ , ____ __ 45.1395 1 1990 732.710 'ir'-flizrír 19.916 52.626 '* zlinuøulrnu 46.3¿i_3__ - 73.140 27.633 28.397 32.243 1992 1993 1994 - 1991 25.797 j l se.e4š " 94.473 1 1 I|"`›`-"'\.|'-QI'l."".|i¡...' 1 70.210 98.607 ' _ _'_/g._492 104135 1995 55*.sÉo* ¡ 3 1.3.9.5. _5Bz7_9.9 -,_- T 677511 .*_ ei 123.431 e 30-l9,7§-, 13.9-ZÉ Í1.a2ríi.... _....1ê.4.1§.fi.-1ai :\21.255 " 33.670-.'.--1-\.'..'¬ ' "I . --x -~ ." .r.-.eu-1 -. - Fonte: D.FI.F. Uruguaiana (Terminal Aduaneiro Ponte Internacional - TAPI - BFI 290) Simplificar para agilizar aduanas modelo de integração das 0 aduanas brasileira e argenti- na na fronteira Paso de los Libres-Uruguaiana, responsável por 5,1% do comércio exterior do Brasil em 1996, está recebendo_res- salvas por parte da Associação Bra- sileira de Transportadores Intema- cionais (ABTI). A entidade sugere a revisão do sistema integrado, que começou a funcionar de forma par- cial em 15 de maio, em Uruguaiana, para receber as importações brasi- leiras. Os transportadores estão chamando a atenção do governo porque entendem que os trâmites burocráticos deveriam ser realiza- dos em um único local. Em vez disso, entretanto,os con-. troles aduaneiros das importações brasileiras estão sendo feitos no ter- minal da ponte internacional da BR-290 e na Estação Aduaneira de Fronteira (EAF), ambas em Uru- guaiana. O sistema exige duas para- das, o que acarreta mais demora. “A ABTI quer a simplificação dos pro- cedimentos na ponte”, diz Samuel Zubeldia Nebenzahl, secretário- executivo da entidade. Ele inforrna que as sugestões forarn encaminha- das ao Ministério das Relações Ex- teriores, em Brasília, e ao delegado da Receita Federal em Uruguaiana, Josemar Dalsochio. “A integração das aduanas está dando mais agilidade aos procedi- mentos das importações brasilei- ras”, garante Dalsochio, que tam- bém é coordenador, pelo Brasil, da Area de Controle Integrado (ACI). O delegado informa que,fDi divul- gado o novo regulamento para os usuários e estão realizando-se reu- niões periódicas com os transporta- dores. O fluxo de caminhões por Uruguaiana continua a crescer. Nos quatro primeiros meses do ano, o trânsito de caminhões carregados cresceu 12% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Foram 45,8 mil caminhões de janeiro a abril de 1997 contra _-LI 'l ' ___¶_ _ÍC:_f7"7 _ l 77 _ í 7 ' ' _ mí 40,7 mil no mesmo período do ano anterior. A preocupação da ABTI, porém, não se limita à im- plantação do sistema integrado para as importações brasileiras. A entidade volta-se também para a análise de como será feita a inte- gração das aduanas para as expor- tações brasileiras/importações ar- gentinas, que deverá concretizar- se em 90 dias a partir de 15 de maio. “O ideal é que fosse tudo em um único local à semelhança do previsto em Santo Tomé-São Borja, cujos procedimentos, quando a ponte entrar em opera- ção, estarão centralizados do lado argentino”, diz o secretário-exe- cutivo da ABTI. _ A integração só não foi total desde o dia 15 porque é necessária uma série de reformas no controle aduaneiro de Paso de los Libres, nacabeceira argentina da ponte internacional. O coordenador da Area de Controle Integrado em Libres, Raúl Victor Torrent, esti- ma que as obras vão demandar in- vestimentos de US$ 300 mil. Se- rão reforniados os prédios do cen- tro de fronteira e do Cotecar (Complexo Terminal de Cargas) a fim de receber a aduana brasileira. As obras devem começar hoje. Em Libres, já está funcionando a integração dos controles agr_ope- cuários com funcionários do Minis- tério da Agricultura do Brasil traba- lhatido com os servidores do Servi- ço Nacional de Sanidade e Qualida- de Agroalimentar (Senasa). Está previsto também que os controles de tráfego fronteiriço e turismo se- jam feitos do lado argentino da pon- te, mas enquanto as obras não forem concluídas pretende-se fazer uma integração temporária do lado bra- sileiro. Em 1996, passaram pela fronteira Libres-Uruguaiana, nos dois sentidos, 2.875 ônibus de turis- mo, 14,2% a menos do que em 1995, quando o fluxo atingiu 3.350 veículos de passageiros. (F.G.) I Francisco Góes de los Libres, na Argentina, e Uruguaiana, no Brasil, um dos pilares doprocesso de integração en- tre os dóis países, teve a sua constru- ção motivada, em grande parte, pela políticada “boa vizinhança ” promo- vida pelos Estados Unidos no conti- nente. Um dos registros da influência norte-americana em projetos como o da ponte, destinados a aproximar países da América Latina, é um tele- grama enviado pelo ex-presidente Franklin Roosevelt a Getúlio Vargas quando o projeto de ligação rodo- ferroviário sobre o rio Uruguai co- meçava a tomar-se realidade, na dé- cadade 30. No mensagem, Roosevelt elogiava a iniciativa da ponte - que completou 50 anos na semana passa- da - e lembrava a atitude dos Estados Unidos como diƒusores da idéia da boa relação entre países vizinhos. A tese sobre como a política exter- ná norte-americana influenciou a obra de engenharia no sul daAmérica do Sul está contida na dissertação de mestrado em História do Brasil “A Ponte Intemacional Brasil-Argenti- na: Limites e Possibilidades da Políti- ca da Boa Vizinhança ”, de Maria de Lourdes Brondani d 'Ávila O traba- lho, de 239 páginas, exigiu pesquisas em documentação diplomática no Ita- marati, no Rio de Janeiro, e nos ar- quivos da biblioteca do Congresso ar- gentino e Palácio San Martín, em Buenos Aires, entre outros. Maria de Lurdes estabeleceu como marco cro- nológica de sua pesquisa o período entre 1933-1945. Em- outubro de 1933, o então presidente argentino, Agustín Pedro Justo, faz uma viagem ao Brasil para propor um tratado de não-agressão. Persistia, na época, um sentimento de rivalidade entre os dois países, que disputavam a condi- ção de liderança na América do Sul. Embora o tema da construção da ponte não apareça na documentação sobre o encontro dos doispresidentes, Uruguaiana 4 ponte intemacional entre Paso No inouguroçõo do ponte. o presidente do Argentino Juon Domingo Perón a imprensa de Uruguaiana tratava do tema. Aprópriapopulação do municí- pio vinha se mobilizando. As primei- ras conversas sobre a ponte envol- veram um grupo de amigos que costu- mavam reunir-se na alfoiataria dos irmãos Fittipaldi, em Uruguaiana. Em novembro de I933, o govemo brasileiro recebeu uma consulta do embaixador argentino no país. A Ar- gentina queria saber se o Brasil tinha interesse noprojeto daponte. Opresi- dente Vargas solicitou no Itamarati' umprotocolo mínimo sobre o qual só iniciavam as tratativas diplomáticas. O documentofoi submetido o minis- tros de Estado e o Exército manifes- tou-se contrário à idéia de construir a ponte devido a razões estratégicas, já que a obra iria suprimir0 obstáculo na- tural representadopelo rio, o mais im- portante meio de defesa na região. No parecerfeitopelo Exercito, no imitio de 1934, os militares sugeriram que- se o govemojá tivesse assumido o cr ro- mtlsso, pelo menos tentaria adiara cons- truçãoporumperíodo de dez anos. - Coincidência ou não, as obrassó se- riam iniciadas em 1943. Emjulho de 1934, os governos dos doispaíses esta- beleceram o criação de uma comissão mista que a partir de dados técnicos iria determinar o local mais apropria- do pora a constmção. Além de Libres- aminhoneiro reclama caminhoneiro paraguaio Guil- O lenno Adoro deparou-se com uma boa surpresa, semana passada, ao cruzar a fronteira entre Pa- so de los Libres, na Argentina, e Uni- guaiana, no Brasil. Adoro e dois cole- gas chilenos, Rafael Araja e Nestor Carrasco, surpreenderam-se com a unificação dos serviços aduaneiros, que começou em 15 de maio e é váli- da., por enquanto, somente para as im- portações, desde o território brasileiro. “Para entrar no Brasil, uma medida excelente”, avaliou o caminhoneiro. Apesar de reconhecer o avanço re- presentado pela unificação da adua- na, Adoro, que trabalha para a empre- sa Transportes Iscalim, com sede em Santiago do Chile, entende quo o›úo.1o excesso de burocracia nas aduanas ar- gentinas, em especial para carninhões em trânsito, que tem como destino fi- nal outros países. “Em Punta Vacas (fronteira do Chile com a Argentina), nós nos encarregamos de encamirihar a documentação sem a necessidade de despachantes”, salienta o cami- nhoneiro Nestor Carrasco. Os moto- iistas entenderam que a cobrança pe- los serviços aduaneiros devia ter co- mo contrapartida a agilidade dos mesmos, o que nem sempre ocorre. Alguns caminhoneiros reclamam ainda da cobrança de uma taxa ape- nas para ingressar e sair do Cotecar (Complexo Tonninai de Cargas) em Paso de los Libres, já que os servi- ços aduaneiros para entrega de mer- cadorias no Brasil passaram a ser feitos em Uruguaiana. “Isso só au- menta os custos”, avalia o caminho- neiro argentino José Córdoba, da Trarnsimaribo Internacional, com matriz em Curitiba, no Paraná. Cór- doba também mostra-se preocupa- do com o fato de a integração par- cial das aduanas exigir trâmites na cabeceira brasileira da ponte inter- nacional e, a seguir, na Estação Aduaneira da Fronteira (EAF), pou- cos quilômetros adiante. (F.G.) I -f--1".'.¬.fiT{"¶-Í* -íi - I I Image-'16 ~t 1 na lçaO DE 26 DE _MA|o A 12 DE JUNHO DE 199? - GAZETA ME|=tcANT|L tAT|No-AMEH|cANA 1 1? T S AI`g6I1Í1Il2l 1ITlpO€ Jguaiana-Paso de Ios Libres e um marco na integraçõo n()\/as ffigfas I ,. nulher Evita e o presidente do Brasil Eurico Gaspar Dutra uguaiana, Alvear-Iuzqui, Santo To- e'-São Borja também disputavam o preendimento. A comissão elaborou t relatório de 64 páginas e indicou so de los Libres-Uruguaiana como o ral mais Havia infra-estru- 'a ovidria e o municipio gaúcho 1 ürrnaiorpopulação na região, 20 lhabitantes. Hoje, são J55 mil. Ope- do entre guerras no cenario intema- Inal e as conseqiüincias da crise de . em especial no Brasil, fizeram com e a comissão deixasse de reunir-se s anos seguintes (35-36). Em 1937, opresidente Agustín Justo rcebeu que seu mandato estava che- ndoaofimeapontenãoseria inau- gurada. Em 9 de maio de 1938, Justo e Vargas inauguraram em Libre e Uru- guai os monolitos (pedrasfundamen- tais da ponte). Em seu discurso, Var- gas salientou: “Em nenhuma outra época de nossa história a necessidade de estruturar e incentivar relações in- teramericanas se impôs deforma mais decisiva ” Referia-se ir guerra na Eu- ropa. Justo respondeu no mesmo tom: “Consolidamos assimapolúica defra- ternidode americana e de boa vizi- nhança que nos tocou a sorte de iniciar nesta parte do continente. " Antes do encontro nafronteira, diversas embai- xadas da América latina no Brasil en- viaram cartas a Vargas questionando o motivo da reunião dospresidentes. A preocupação era a de que Justopudes- se dar um golpe de Estado, semelhante ao de Vargas, em I937. Em 1938, Osvaldo Aranha assumiu como ministro das Relações Exterio- res de Vargas. A análise dos historia- dores, hoje, é que apresença depoliti- cos gaúchos no governo federal - Vargas nasceu em São Borja e Ara- nha em Alegrete - também contribuiu deforma decisiva para levar adiante oprojeto daponte. Outrosƒatores tor- navam o projeto interessante no con- texto da Segunda Guerra Mundial. A dificuldade de exportação dos tecidos brasileiros para a Europa deixava atraente o mercado argentino. Apesar disso, as obrasforam iniciadas so- mente em 18 dejaneiro de I943. Hd, no entanto, registros de que teria sido um pouco antes, em 28 de dezembro de 1942. A abertura ao tráfego se deu menos de três anos depois, em outu- bro de J945, embora a inauguração oficial só viesse a ocorrer em 21 de maio de 1947. A ponte foi erguida com cimento argentino eferro brasi- leiro, mas as diferenças salariais en- tre os operários dos doispaíses (os ar- gentinos ganhavam o dobro dos bra- sileiros)fizeram com que a obrafosse dividida em duas partes, cada pais construindo o seu lado. As empresas que venceram as licitaçãesforam a brasileira Matheus Martins Noronha e Cia. e a argentina Parodi e Figini. Umfato curioso na construçãofoi a observaçãofeita por um pensador da região. Ele notou que os trêsprimeiros pilares da ponte no lado brasileiro es- tavam desencontrados com os pilares levantados na outra margem do rio. Os dois lados daponte nunca iriam se encontrar. Houve uma sindicância e os pilares terminaram sendo destrui- dos e refeitos. A historiadoraMaria de Lourdes d 'Ávila templanos de dar se- qiiência ao seu tfabalho com uma tese de doutorado que tentará explicar o lapso de tempo entre a conclusão e a inauguração da ponte Agustín Jus- to/Getrilio Vargas. I Transporte de cargas empresa argentina Transtora, à subsidiária da Tora Transpor- tes Industriais Ltda., com se- em Contagem, Minas Gerais, es- ra conseguir permissão para fazer ransporte internacional de cargas rn o Chile_e o Uruguai.A empresa, io faturamento situa-se próximo s US$ 6 milhões por ano, faz ope- :ões de cabotagem em território ar- rttino. A transportadora está situa- ern Buenos Aires, onde mantém Lterrninal alfandegado com 24 mil :tros quadrados para depósito de zrcadorias. Som frota de aproximadamente 40 ninhões e 60 carretas, a Transtora também presta serviços de distribui- ção. A empresa se encarrega de trans- porte de componentes até as monta- doras de automóveis. Francisco Ja- vier Gorricho, diretor da divisão in- temacional da Tora, afirma que o in- gresso da subsidiária argentina no transporte internacional permitirá ao grupo expandir suas atividades. Hoje, a Tora trabalha no Brasil os mercados da Argentina, do Uruguai, do Para- guai, do Chile e da Bolivia. Estima-se que a empresa faz 1,5 mil viagens por mês no Mercosul, sendo 70% de ex- portações desde o Brasil e os restantes 30% de importações. A frota da divi- são intemacional da Tora tem urna fi- lial corn 50 mil metros quadrados de área, dos quais 8 mil metros quadra- dos são cobertos. Gorricho informa que foram investidos US$ 3,8 mi- lhões para montara estrutura de apoio que entrou em operação em 1991. A falta de maior harmonização técnica no transporte rodoviário na região obrigou a empresa a improvi- sar um sistema para medir a altura das carretas na saída dos países. A divisão internacional da Tora fatura US$ 35 milhões por ano, o que re- presenta cerca de 30% do faturarnen- to consolidado da empresa, que teve sua origem há 25 anos no Vale do Aço em Minas Gerais. (F.G.) I Administração Nacional de AAduanas da Argentina co- meça a aplicar a partir do dia 13 de junho a resolução de número l.666l97, que vai impor novas con- dições para o transporte, em territó- rio argentino, de mercadorias com MIC/DTA-trânsito (Manifesto In- ternacional de CargaJDeclaração de Trânsito Aduaneiro), ou tam- bém chamado de “porta-a-porta”. A norma, publicada no “Diário Ofi- cial" de 15 de maio, modifica outra resolução, a de número 2.382/91, que aprovou as regras relativas à aplicação do Acordo de Alcance Parcial de Transporte Internacional Terrestre, assinado no marco da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). A nova resolução vai permitir à aduana por onde ingressa a merca- doria cobrar os impostos devidos no caso de que a carga com MIC- DTA-trânsito não cumpra uma sé- rie de requisitos. Hoje, é possível regulamentar a mercadoria pelo sistema “porta-a-porta” na aduana de destino, situada no interior do país. “A nova resolução vai impor uma série de condições para regu- lamentar a mercadoria nas aduanas de destino”, añnua Eduardo Nelli, chefe de resguardo na Aduana de Paso de los Libres. _ Outra regulamentação, essa vá- lida para o transporte entre depósi- tos fiscais e zonas francas dentro da Argentina, vai exigir um depó- sito de caução de US$ 300 mil das empresas transportadoras. A regra deve entrar em vigor em junho. As Ponto estratégico no comércio Uruguaiana é um ponto estratégi- co no comércio exterior do Brasil com o Mercosul e outros países. Em 1996, o porto alfandegado de Uru- guaiana absorveu 23,6% das irnpor- tações brasileiras do bloco. De for- ma paralela, passaram pelo local 34,6% das exportações totai's'»'do Brasil para a Argentina, Urrfguai e Paraguai. Os dados fazem parte do relatório sobre atividades aduanei- ras elaborado pela Delegacia da Re- ceita Federal no município. Em 1995, Uruguaiana tinha res- pondido por 36,5% das importações totais brasileiras do Mercosul e por 35,5% das exportações do país para os outros três parceiros do bloco. Em termos comparativos, Uru- guaiana situou-se em sétimo lugar entre os principais pontos alfande- gados do Brasil no que se refere a importações, no ano passado. I __ \_.t_-tz*z-z- L-----›_f_-~ ~ ' ' ~ ' ' _ f- --_----» f--z--1 - - - - - - - - --_›_-_- -. t- -_ - z-_-:_--_-_----~~ --¬ novas medidas, em especial a que define novos critérios para o “por- ta-a-porta”, surgem num momento em que há diversos processos na Justiça argentina por descaminhos de mercadorias. No início de abril, o fiscal fede- ral Benito Antonio Pont conseguiu do juiz federal Juan Angel Oliva, de Paso de los Libres, uma “rnedi- da cautelar inovativa”, que deter- minou a exigência de garantias pa- ra o transporte de mercadorias com MIC-DTA-trânsito em terri- tório argentino. Isso significou o pagamento de uma apólice de cau- ção pelos transportadores interna- cionais. A aduana de Libres recor- reu da decisão e conseguiu parecer favorável da Câmara de Apelações da Província de Corrientes. A Câ- mara deverá se manifestar sobre o tema novamente. “Entre a zero hora do dia 10 de abril e as 16h do dia 5 de maio, os caminhões em trânsito aduaneiro internacional que ingressaram por São Borj a-Santo Tomé, Itaqui-Al- vear e Uruguaiana-Libres tiveram de garantir as operações com o pa- gamento de uma caução”, diz Sa- muel Zubeldia Nebenzahl, secretá- rio-executivo da Associação Brasi- leira de Transportadores Interna- cionais (ABTI). A medida provo- cou demora acima do normal nas aduanas. Quando a situação pare- ceu normalizar-se, a Federação dos Carninhoneiros Argentinos decre- tou um movimento de protesto rei- vindicando melhores condições de trabalho. (F.G.) I c O ministro da Agricultura, Pe- cuária, Indústria e Comércio de Corrientes, Arturo Juan Freyche, entende que uma das principais contribuições do govemo da pro- víncia para tomar mais ágeis os ne- gócios das empresas com outros mercados foi o estabelecimento, em 1993, da direção de comércio exte- rior, ern Paso_ de los Libres. Cor- rientes exporta praticamente todo o arroz que produz para o Brasil, além de algodão, couros e sucos cítricos. 0 A programação dos 50 anos da ponte internacional de Paso de los Libres-Uruguaiana incluiu o lança- mento de um carimbo comemorati- vo. As cartas postadas, semana pas- sada, em Uruguaiana., receberam a estarnpa. Após as comemorações, o carimbo irá para o Museu Postal, em Brasília, onde ficará à dis- posição dos filatelistas. Q O aeroporto internacional Ru- bem Berta, de Uruguaiana, abriu, semana passada, uma exposição iti- nerante de fotos com o tema Ponte Agustín Pedro Justo-Getúlio Var- gas Ontem e Hoje, expostas em pai- néis e divididas em dois grupos. -it* `.1 i '.;_'»-ref' 55 \` Image-1? 1a 1 aAzErA MEHcANT||_ |_AT|No-AMEH|cANA DE 26 DE Mara A 12 DE .JUNHO DE 1991 uenos Aires quer ser centro financeiro Ana Gerschenson Londres prefeito Fernando De la O Rúa tem duas obsessões pa- ra a cidade de Buenos Ai- res: que seja a sede dos jogos Olímpicos do ano 2004 e que_se converta no centro financeiro in- temacional do Mercosul. Estes fo- ram os assuntos de que falou com freqüência em cada uma das reu- niões que manteve esta semana com funcionários, empresários e investidores britânicos em Lon- dres, onde foi hóspede oficial do Lord Major, Roger Cork, seu cole- ga na capital inglesa. Gazeta Mercantil Latino- Americana - Um dos “slogans” desta viagem é “B uenos Aires, centro financeiro”- Fernando De Ia Rúa - O gover- no quer, obviamente, 0 desenvol- vimento e o crescimento da cida- de. Um dos objetivos do meu go- vemo e' que Buenos Aires seja o centro natural do Mercosulpara o estabelecimento das sedes de em- presas que atuem no bloco. Para isso, épreciso-que se criem condi- ções para que seja uma cidade se- gura e atraente e o setor privado organize o necessário para que possa ser um centrofinanceiro ca- paz de ultrapassar as nossasfron- teiras. GMLA - E como pensa conse- guir esse objetivo? De la Rúa - Hoje, Buenos Aires e' um centro bancário importante e é também um centro cultural no Mercosul, e queremos promover o investimento privado para pro- jetos de construção. Para ser ou não o centro financeiro do Mer- cosul, dependerá do setor priva- dq, mas a cidade vai gerar as condições necessárias para que seja assim. GMLA - O Sr. pretende ter Londres como modelo funcional? De la Rúa - 0 que eu acredito é que o governo de Londres não é indiferente e colabora fazendo com que a cidade seja, pelo me- nos, agradável para
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