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1997-05-26-GM-Latino-Americana

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Mn' M `"m*"""' , , _ _ _ Sã0_PauI0<°,',Ç1z§§,'ldo”`e““f,<§',ɬ"¡f,f,§,",',^> No Argentino e no Brasil, oposrçoes procurom espoço A qr-sz porrzzza que abalou O
Argentino: S 2.00/2,20
(interior): Chile S 1000.
Demais paises:
USS 2,_00 + correio
-Osmdois
'. objetivos de
De la Rúa
AnaGerschenson
Londres
Fernando Dela Rúa, prefeito de
Buenos Aires, e sempre presente
na lista dos possíveis candidatos à
sucessão de Carlos Menem na
presidência da Argentina, tem
duas obsessões para a sua cidade:
que seja sede das Olimpíadas de
2004 e que se transforme no
centro financeiro intemacional do
Mercosul. Em visita a Londres,
onde se encontrou com empresá-
rios, autoridades e investidores
potenciais, De la Rúa não descar-
tou futuras alianças políticas com
a oposição, embora tenha enfati-
zado que “falar agora de alianças
pode confundir o eleitor”.
lPãgt'na 18
Paraguai
dribla
restrições
Mario Orcinoli
Assunção
Os exportadores paraguaios estão
driblando, em parte, a exigência do
Brasil que obriga os importadores a
pagar as suas compras à vista. Como
foi aberta uma exceção criando-se
umlimitedeatéUS$40milparaofi-
nanciamento de mercadorias impor-
tadas, os exportadores estão dividin-
do as vendas em cotas de US$ 40 mil
para fugir às restrições. Fernando
Villalba, da Câmara do Algodão do
Paraguai, diz que as vendas de têx-
teis ao Brasil não serão interrompi-
das, “mas se tomaram extremamente
lentas, já que o fracionamento faz
com que um caminhão demore qua-
tro ou cinco dias na fronteira”.
I Página 5
É É Argentina deve enca-
A rar uma segunda gera-
ção de reformas em
que o Estado garanta a indepen-
dência do Poder Judicial, acelere
o início da flexibilização traba-
lhista e reduza o gasto público
improdutivo para dirigir a capa-
citação de recursos humanos. To-
das essas perspectivas poderão
fracassar se nessa fase não forem
intensificados os esforços para
conseguir reduzir a desigualdade
na distribuição de renda e criar
oportunidades para os menos fa-
vorecidos.” A declaração, do di-
retor-geral do Fundo Monetário
Internacional (FMI), Michael
Camdessus, mostra a preocupa-
ção do Fundo com o persistente
aumento do desemprego na Ar-
gentina - já alcançou o índice re-
corde de 17,6%, cerca de 2,5 mi-
lhões de pessoas, que tem sido o
pano de fundo para uma série de
distúrbios que há 30 dias saco-
dem localidades e províncias ar-
gentinas como Salta, Mendoza,
Neuquén, La Plata, Rosário e Ju-
juy. Nessa, o desemprego já beira
à casa dos 35%.
Os distúrbios na Argentina que
Carndessus viu pela televisão, se-
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lí''I nrI I 7..'1-`-ñ -› .'r .H-_',_ 'fzI _-'Í/ ¡. _ø 0.''...-xa
Fernando Henrique Cardoso
mana passada, têm tido o seu
contraponto no Brasil. Nos últi-
mos meses, uma onda de inva-
sões de terras e prédios públicos,
além de rebeliões em presídios e
violência policial contra civis,
tem sido uma constante, sempre
com a mesma explicação: falta
de emprego, de terras para plan-
tar, de casa para morar. Ainda
sob os efeitos da denúncia de
compra de votos para aprovar a
emenda da reeleição (ver matéria
ao lado), o presidente Fernando
Henrique Cardoso, cuja popula-
Argentina cria
novas normas
Francisco.Góes
Uruguaiana
Administração Nacional de
A Aduanas da Argentina co-
meça a aplicar, a panir de 13
de junho, a resolução de n° 1666197,
que vai impor novas normas para o
transporte, em território argentino,
de mercadorias com o Manifesto In-
temacional de Carga/Declaração de
Trânsito Aduaneiro (MIClDAT-
trânsito), também chamado de “por-
ta-a-porta". A norma vai permitir à
aduana por onde ingressa a merca-
doria cobrar os impostos devidos
quando a carga com o Manifesto
não cumprir uma série de exigên-
cias. Hoje é possível regularizara si-
tuação da mercadoria quando ela
chega a seu destino. Outra medida,
esta Para O transporte entra _ 3 Ipágíllfl I Plígiflflí' dB 7 (I 8 df II
Ó-^|\I(|¡Õ›U'lO)"~I@
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Importações " Eirportnçõnn
Caminhões com carga - 1997 (mil)
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Jan. Fev. nlar. nbr.
Fonte: DRF Uruguaiana (Terminal BH-290)
depósitos fiscais e zonas francas
dentro da Argentina, vai exigir um
depósito de caução de US$ 300 mil
das empresas transportadoras.
A ponte que liga Uruguaiana, no
Brasil, a Paso de los Libres, na Ar-
gentina, completou 50 anos.
ridade despencou de 70% para
50%, ao empossag os novos mi-
nistros da Justiça, Iris Resende, e
dos Transportes, Eliseu Padilha,
ambos do PMDB, definiu as inva-
sões como uma questão não eco-
nômica, mas política.
“As invasões repetidas de pré-
dios públicos e de propriedades
particulares são ações coordena-
das com objetivos políticos que
constituem abusos antidemocrá-
ticos. Vêm se amiudando incita-
mentos à desordem, inclusive por
parte de lideranças nacionais de
alguns movimentos que suscita-
riam simpatia da sociedade, não
fosse a sua agora óbvia vincula-
ção político-sectária. A socieda-
de não quer a desordem. Pedras,
paus e coquetéis molotov são ar-
gumentos tão pouco válidos
quanto as baionetas. Só que me-
nos poderosos”, disse o presiden-
te brasileiro.
O fortalecimento do governo
Fernando Henrique, ancorado no
sucesso do Plano Real, que fez a
inflação despencar de mais de mil
por cento para cerca de 8% ao
ano, reduziu drasticamente o po-
der de resistência das oposições.
(Continuo nc: púgio Ó)
Consórcio
para vender
ao Brasil
Nora Gonzalez
Buenos Aires
Um consórcio entre a Petroex
Uruguay S.A., a mineração Auca
Mahuida e a “trading” japonesa
Mitsubishi vai extrair, moer e ex-
portar bentonita argentina para o
Brasil. O produto é utilizado nas in-
dústrias de petróleo, siderurgia e
cosméticos e como clareador de vi-
nhos e sucos, entre outras aplica-
ções. O consórcio começa a operar
na cidade de Gaiman, na província
de Chubut, no sul da Argentina, on-
de comprou uma jazida de 500 to-
neladas do produto, que será extraí-
do e carregado até Puerto Madryn,
onde será construída uma fábrica
para a moagem da bentonita.
Brasil, na semana passada, aca-
bou subitamente e de forma es-
tonteante para os principais
analistas. Como uma tempestade
de verão, dissiparom-se as ten-
sões que ameaçavam o governo
do presidente Fernando Henri-
que Cardoso em seu principal
projeto eleitoral, que era a vota-
ção pelo Senado da emenda
constitucional que permite a ree-
leição do presidente da Repúbli-
ca: a proposta foi aprovada por
63 votos contra seis.
Esse resultado foi inesperado
porque, até horas antes da vota-
ção, quarta-feira, havia a expec-
tativa de que o Senado adiaria a
votação para que se instalasse
uma ComissãoParlamentar de ln-
quérito na Câmara dos Deputa-
dos, para apurar denúncios de su-
borno de parlamentares para
apoiar o governo emfavor da ree-
leição do presidente, quando a
emenda foi votada na Câmara
Baixa, nos primeiros meses do
ano. Uma gravação de um diálogo
de dois deputados. com um interlo-
cutor desconhecido opa receu na
imprensa e logo inundou o noti-
ciário dando a impressão de que a
crise paralisaria o Parlamento.
(Continuo no página 1 1)
'fuRegiao
cresce com
o Mercosul
Hamilton Almeida
Fiaiaeia e Sunchaies
A região Centro-Oeste da provín-
cia de Santa Fé, na Argentina, é
uma ilha de prosperidade. Principal
bacia leiteira da América Latina, a
região se beneficiou com a criação
do Mercosul, “que serviu como um
disparador de mercado para as in-
dústrias lácteas e obrigou as empre-
sas metal-mecânicas a se modemi-
zarem”, diz Pablo Costagrna, secre-
tário de programação econõrnica de
Rafaela, cidade que junto com Sun-
chales é o principal pólo de desen-
volvimento da região. Com uma
economia diversificada, é significa-
tiva a presença de pequenas e mé-
dias empresas na produçao.
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QE ze DE MA|o A 1» DE Jum-to oE1s9r a GAzETAMEncANT|L LAT|No-AMEn|cANA¡ 11
Superada a crise... l
(Continuação da `|fl pagina )
explicaçãopara o rápido des-
fecho é que a crise não tinha
profundidade politica. Os ar-
ticuladores do escândalo tinham
um objetivo limitado a disputas no
longínquo Estado do Acre, a menor
unidade da Federação brasileira,
nafronteira do Brasil com a Boli-
via e o Peru. Alcançada a meta,
com a renúncia de dois parlamen-
tares, o rio voltou a seu leito eficou
no ar apenas o rugido das grandes
manchetes abertas pelosjornais do
Sul. A opinião públicaficou eston-
teada com esse final, mas a reper-
cussão das denúncias era maior do
que os fatos, distorcidas porque
ocorreram numa poderosa caixa
de ressonância, o Congresso Na-
cional, e envolvia indiretamente o
presidente da República.
O escândalo estourou com a
transcriçãopor um dos maioresjor-
nais brasileiros do teor de umafita
gravada com diálogos entre os-de-
putados Ronivon Santiago e João
Maia, ambos do partido PFL, inte-
grante da coalizão de governo, ad-
mitindo, a um interlocutornão iden-
tificado, terem recebido USS 200mil
para votar afavor da reeleição. En-
tretanto, apareciam como prováveis
mentores do subomo os governado-
res Amazonino Mendes, do Amazo-
nas, e Orleir Cameli, doAcre. Numa
parte da conversa, um deles, Santia-
go, mencionava o nome de um minis-
tro, Sérgio Motta, das Comunica-
ções, que e'um dosprincipais opera-
dorespolíticos de Cardoso. Istopo-
deria criar uma ligação com opresi-
dente. Com esse material, a impren-
sa abriu espdços e parecia que esta-
va montado um quadro de impasse
que impediria a votação da emenda
constitucionalpelo Senado.
Antes que a crise assumissepro-
porções mais amplas, o presidente
Fernando Henrique Cardoso to-
mou, rdpidarnente, a iniciativa e
indicou dois políticos do PMDB
para ministros: Iris Rezende, para
a Justiça, e Eliseu Padilhapara os
Transportes. Com isso, ganhou
fortes aliados, limitando a crise a
esfera do estado do Acre.
A oposição, no Congresso, agiu
com velocidade para criar uma Co-
missão Parlamentar de Inquérito.
No entanto, esse esforçofoi rapida-
mente desarticulado quando os par-
lamentares que arneaçavam apoiar
a CPI retiraram suas assinaturas. Jd
ƒragilizado o movimento, os dois de-
putados envolvidos renunciaram a
seus mandatos, saindo dajurisdição
do Congresso, esvaziando, de vez, as.
possibilidades de desdobramentos.
No mesmo dia, o Senado votou em
primeiro turno a emenda constitu-
cional, com um resultado que indi-
cava afragilidade da crisepolitica.
O episódio, porém, deixou cica-
trizes. O escândalo na mídia somou-
se a uma série de outras noticias
sensacionais e acabou produzindo
uma vertiginosa queda no índice de
aprovação do presidente da Repú-
blica. Segundo umapesquisa do Ins-
tituto Brasileiro de Opinião Públi-
ca, uma das instituições de maior
II
credibilidade no Brasil, Cardoso
perdeu mais de 20pontos, caindo de
70% de aprovação para umafaixa
entre 44% e 49%. O inusitadofoi
que a baixa dapopularidade dopre-
sidente deveu-se, segundo o Ibope, a
uma série de eventos negativos que
ocorrem no País, como o pequeno
percentual de aumento do salario
minimo, limitado a 8%, decretado
agora em maio. Mas também afatos
que não têm nenhuma relação dire-
ta com o presidente ou seu governo,
como o assassinato de um índio nu-
ma rua de Brasilia e a denúncia de
suborno de umjuiz defutebol.
Na economia, a notícia da criação
da CPI provocou uma queda dos
mercados. No Brasil, uma comissão
de inquérito contra opresidente éum
fato de grandesproporções. Ate'hoje,
apenas duasforam instaurados. A
primeira, em 1953, para investigar
os créditos concedidqs pelo Banco
do Brasil aojornal “Ultima Hora
que apoiava o governo, acabou ge-
rando uma sucessão de aconteci-
mentos que levou o então presidente
Getúlio Vargas a suicidar-se quando
percebeu que o Congresso votaria
seu “impeachment ”. Hd quatro
anos, outra CPIcontra o entãopresi-
dente, Femando Collor, concluiupe-
la destituição do mandatário.
A crise dasfitas pode, porém,
continuar até a semana que vem,
dia 4 de junho, quando o Senado
votar em segundo tumo a reforma
constitucional que dd ao presiden-
te Cardoso o direito de candida-
tar-se à reeleição. I
Sucossão no Paraguai
Wasmosy tenta acordo para melhorar posição ae_Face_tti
Mario Orcinoli
Assunção
menos de três meses das
A eleições internas no parti-
do Colorado, do governo,
que deverá escolher a chapa que
disputará as eleições gerais de
maio de 1998, o presidente Juan
Carlos Wasmosy tenta que o seu
candidato, Carlos Facetti, dê um
salto significativo e mude o tabu-
leiro atual, que está em terceiro
lugar nas pesquisas de intenção
de votos partidários, com 8%,
muito longe do general Lino
Oviedo, que lidera com 30%, e
de Luis María Argaña - 0 presi-
dente do partido - com 25%. A
jogada é basicamente selar um
acordo com o dirigente campo-
nês Juan Bautista Ybánez, con-
gelar vários projetos de reforma
econômica e abrir a torneira dos
gastos do governo, na qual se es-
conde o combustível para movi-
mentar a máquina estatal na bus-
ca de votos para Facetti.
Em uma tentativa de captar 0
voto popular, Facetti incluiu na
sua chapa Juan Bautista Ybánez
como vice-presidente, pensando
em melhorar sua popularidade,
principalmente nos setores do
campo.
O novo acordo político já pro-
duziu seus efeitos. Na segunda-
feira passada, a equipe econô-
mica do governo decidiu refi-
nanciar a dívida de US$ 13 mi-
lhões, que têm cerca de 4 mil
produtores agrícolas com o Ban-
co Nacional de Fomento (BNF),
concedendo-lhes um prazo de
dez anos. A medida foi criticada
pelo senador da oposição Ar-
mando Espinola - presidente da
comissão de Economia -, “já
que coloca o BNF em uma situa-
ção financeira crítica, apenas
para que Facetti ganhe mais al-
guns votos”.
As repercussões do acordo
não param aí. Esperam-se mu-
danças em dois ministérios con-
siderados chaves na campanha
eleitoral, Educação e Agricultu-
ra, nos quais os partidários assu-
miriam os respectivos vice-mi-
nistérios e dali trabalhariam pa-
ra a chapa.
Outro ponto onde se percebe a
urgência política é nos números
do Tesouro, nos três primeiros
meses do ano. Enquanto o Mi-
nistério da Fazenda afirma que
houve um superávit de US$ 50
milhões, o Banco Central (BC)
diz que o Tesouro apoderou-se
de US$ 100 milhões que tinha
depositado no próprio BC, fa-
zendo com que as contas ficas-
sem no vermelho.
De acordo com fontes do grupo
de Facetti, Y-bañez acrescentará
de 50 a 60 mil votos, aproxima-
damente um quarto do que falta
para ganhar as eleições internas,
mas ainda insuficientes para tirar
o general Oviedo, o mesmo que
em abril do ano passado desenca-
deou uma crise militar ao tentar
tirar Wasmosy do, governo. A
maior força de Oviedo está nos
setores rurais, mas é apoiado por
um forte grupo empresarial, que
até conviveu com o comandado
pelo mesmo Wasmosy.I I
GOVERNO DO ESTADO DO
R|o de Jonenro
*coM|ssÃo o|nEronA oo _
Pnoc-«AMA ts1AouAt DE oEsEs1AnzA‹;Ao
M|Nu1A oo n›|rAt DE VENDA - PED/nu Ns ol /97 - cre
1. OBJETO: Alienação de 32.073.297.893 [trinta e dois bi-
lhões, setenta e três milhões, duzentas e noventa e sete mil, oi-
tocentos e noventa e três) ações ordinórios nominotivas da
CEG de propriedade do Estado do Rio de Janeiro, represen-
tativos de 65,407% [sessenta e cinco virgula quatrocentos e
sete por cento) do capital votonte e do capital total do Compa-
nhia Estadual de Gós do Rio de Janeiro - CEG, sendo que
10% [dez por cento) desse percentual serão oferecidos aos
empregados e 58,87% [cinqüenta e oito vírgula oitenta e sete
por cento) serão vendidos em leilão em Bolso de Valores.
Alienação de 4.183.500 [quatro milhões, cento e oitenta e
três mil e quinhentos) ações ordinórías nominativos [83,67%)
e 7.066.500 [sete milhões, sessenta e seis mil e quinhentos)
ações preferenciais nomínotivos [70,67%) representativas de
75% [setenta e cinco por cento) do capital social do Riogós,
de titularidade do Estado do Rio de Janeiro, divididos em 3 [-
três) lotes, sendo o LOTE A com 2.550.000 [dois milhões e
quinhentos e cinqüenta mil) ações ordinários, representativos
de 51% [cinqüenta e um por cento) do capital volante do Rio-
gós e 1 .200.000 (hum milhão e duzentos mil) ações prefeíen-
.‹:inis, representativos de 1 2% [doze por cento) dos ações sem
direito o voto de emissão do Riogãs, o LOTE B com 816.750
[oitocentos e dezesseis mil, setecentos e cinqüenta) ações or-
dinãrios, representativas de 16,3% [dezesseis virgula três por
cento) do copitol votonte do Riogós e 2.933.250 [dois mi-
lhões, novecentos e trinta e três mil, duzentos e cinqüenta)
ações preferenciais, representativos de 29,3% [vinte e nove
vírgula três por cento) das ações sem direito o voto de emis-
são da Riogãs, e o LOTE C com 816.750 [oitocentos e dezes-
seis mil, setecentos e cinqüenta) ações ordinárias, represento-
fivos de 1 6,3% [dezesseis virgula três por cento) do capital vo-
tonte do Riogós e 2.933.250 [dois milhões, novecentos e trin-
to e três mil, duzentos e cinqüenta) ações preferenciais, repre-
sentotivos de 29,3% [vinte e nove vírgula três porccento) dos
ações sem direito o voto de emissão do Riogós.
2. MODAUDADE: Leilão no Bolso de Valores do Rio de Janeiro.
s. conmçõts PARA AQu|s|çÃo DE M|Nu1A Do E|›|rA|.- os
interessados poderão adquiri-lo o partir de 15 de maio de
1997, no sede da CEG, ã Rua São Cristóvão na 1.200 - Rio
de Janeiro - RJ, mediante o pagamento, no ato, de R$
300,00 [trezentos reais), contra recibo.
4. OUTROS DOCUMENTOS: O Edital definitivo será publico-
do no dia 10 de Íunho de 1997 e será complementado por um
Memorando Informativo, que estará ã disposição dos interes-
sodos no sede do CEG, e por um Manual de Instrução, ã dis-
posição no CLC, no Rua do Mercado ng 1 1 - 172 andar, Cen-
tro - Rio de Janeiro - RJ. Os interessados que adquirirem a mi-
nuto do Edital, mediante apresentação do recibo de aquisi-
çoo, receberão uma cópia do Edital definitivo.
A íntegra da minuta do presente Edital e seus anexos estã pu-
blícado no Diório Oficial do Estado do Rio de Janeiro - Poder
Executivo, de 14 de maio de 1997, iuntamente com a Resolu-
ção CD/PED ng 01 /97.
Pntsroenrr DA coM|ssÃo nuu1onA og
-PRo‹;aAMA EsrAouAL os oEsEsrAnzAçAo
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. I
12 I GAZEIA MERCANTIL LATINO-AMERICANA DE 26 DE MA|D Â 19 DE JUNHO DE 1997
Y- 17 _7_ __ __ _lí ` 77
Um mercado mais aberto
Guido Nejamkis
Buenos Aires
Convenção Anual da Asso-
Aciação de Bancos Argenti-
nos (Adeba), a entidade que
agrupa as instituições de capital
nacional, está marcada a fogo pelo
processo de concentração que vive
o sistema financeiro argentino.
A aquisição dos bancos Francés
e de Crédito, pelo Banco Bilbao
Vizcaya, espanhol, além da proxi-
rnidade cada vez maior entre o suí-
ço Socimer e o Banco Patricios, é
apenas uma mostra do fenômeno.
Os especialistas que debateram na
Adeba exibiram dados decisivos
sobre o processo que vive a Argen-
tina: em 1977 existiam no país 700
bancos, atualmente há 135, mas
afirrnam que a quantidade conti-
nuará declinando até se estabilizar
entre 70 e 80.
Os constantes pedidos para que
o Brasil abra o seu sistema finan-
ceiro à instalação de bancos argen-
tinos - em reciprocidade ao que
acontece n_o país - voltaram a' ser
escutados na Convenção da Ade-
ba. Eduardo Escasany, líder da en-
tidade e do -Banco de Galicia, ex-
plicou que, “enquanto nós abrimos
as portas à entrada dos bancos do
exterior, em outros países do Mer-
cosul existem restrições no acesso
aos seus mercados pelas institui-
Argentina quer a abertura do sistema financeiro brasileiro
çoes financeiras. Confiamos na rá
pida solução dessas diferenças”. O
banqueiro fez o seu pedido ante
uma audiência mais que qualifica-
da: o presidente Carlos Menem e o
seu ministro da Fazenda, Roque
Fernández, o escutavam da .pri-
meira fila.
Escasany explicou que “sabe-
rnos que o horizonte nacional está
dentro de um 'âmbito global e,
principalmente, noregional, re-
presentado pelo Mercosul. Este
processo é de importância signifi-
cativa para o país. Mas temos que
ter em mente que a regra de ouro
de um mercado comum são as con-
dições iguais de concorrência. Isto
hoje não ocorre no mercado regio-
nal, devido às profundas assime-
tiias, que permanecem nas políti-
cas dos países integrantes”.
Crítica à Argentina
ontradizendo o polêmico
Carlos Rodríguez, chefe
dos assessores do Ministé-
rio da Economia, e analistas da
classificadora de risco Standard
& Poor's, o executivo número um
do banco holandês ING Baring,
Arturo Porzecanski, afirmou na
Convenção Anual da Adeba, que
a “Argentina está muito longe do
Investment Grade”, ou seja, do
grau que a torna recomendável
para investir. Além disso, adver-
tiu que a dívida externa aumenta
US$ 10 bilhões anuais.
O panorama pintado por Por-
zecanski para o futuro da eco-
nomia argentina foi mais que
negro. Pois, como afirmou, o
país “possui uma péssima histó-
ria de cumprimento dos paga-
mentos da dívida, e a quantia do
endividamento continua cres-
cendo na razão de US$ l0 bi-
lhões por ano, tornando o futuro
incerto. A isso devem-se acres-
centar o aumento do déficit fis-
cale o panorama incerto das ex-
portações, atadas à evolução do
Brasil”.(G.N.) I
O papel da educação
lguns economistas e políti-
Acos, principalmente na Ar-
gentina, parecem pouco pro-
pensos a lembrar que, sem investi-
mento em recursos humanos, não há
desenvolvimento sustentável. Guil-
lerrno Perry, economista-chefe para
a América Latina e o Caribe do Ban-
co Mundial, quis refrescar-lhes a
memória e afirmou, na Convenção
da Adeba, que, na agenda de trans-
formações pendentes na região, está
a necessidade de aumentar as remu-
nerações dos professores.
Perry, que participou de um pai-
nel sobre “reformas estruturais”,
disse que “o mais importante é.o
investimento em capital humano”.
Além disso, com relação às neces-
sidades que existem em educação,
Perry afirmou que as “maiores di-
ficuldades se encontram na quali-
dade da educação primária”.
Ele criticou o funcionamento do
sistema financeiro na América La-
tina, dizendo que tem “as margens
de intermediação bancária mais al-
tas do mundo”. (G.N) I
O presidente da Adeba também
apontou que “a inserção argentina
no marco regional e global requer
uma política de apoio ao empresa-
riado nacional. Pois este, ao estar
eriraizado na vida do país, defende
com conyicção os interesses na-
cionais. E um mau sinal para o fu-
turo do país que o empresariado
argentino, que como qualquer em-
presário de verdade aceita o risco,
prefira viver de rendas”.
Outro que na Convenção da
Adeba pôs o Mercosul no centro
do seu discurso foi o diretor do
Bundesbank, o Banco Central da
Alemanha, Edgar Meister. O ale-
mão classificou os países do Mer-
cosul como “observadores privile-
giados” do processo de unificação
monetária vivida na União Euro-
péia, que deve culrninar dentro de
l'8 meses na adoção de uma moeda
comum.
“Todos os antecedentes indi-
cam que uma uniãomonetária
requer uma união política pré-
via”,_disse Meister, que manifes-
tou o seu otimismo sobre “ser
possível que de Maastricht (a ci-
dade holandesa onde foi assina-
do o tratado que deu origemao
processo de unificação monetá-
ria européia) surjam efeitos po-
sitivos que ultrapassem a Euro-
pa”. De qualquer modo, o fun-
cionário da Alemanha unificada
diferenciou as estruturas_ do
Mercosul e as da União Euro-
péia. Disse que as do Velho
Continente são de “caráter polí-
ticof' e as do bloco sul-america-
no “são fundamentalmente de
natureza econômica”.
“O euro demandará importantes
mudanças nas economias domésti-
cas dos países da União Euro-
péia”, disse Meister, destacando,
em primeiro lugar a necessidade
de intensificar a flexibilização dos
mercados de trabalho. “Não exis-
tindo a possibilidade de tocar no
câmbio, os países perderão um
instrumento muito importante”,
reconheceu, razão pela qual reafir-
mou que os integrantes da UE de-
verão recorrer a melhorias na pro-
dutividade. Além disso, criticou os
que tentam “minimizar o proble-
ma da inflação”, já que, afirmou,
“a estabilidade de preços é funda-
mental para consolidar o cresci-
mento dos sistemas de previdência
privados, que estão surgindo em
vários países”.
O funcionário alemão também
admitiu que, na maioria dos casos,
os países da UE não cumprem com
as pautas macroeconômicas de
Maastricht. Segundo estas, para ter
acesso à moeda comum, é necessá-
rio contar com uma inflação inferior
a 3% por ano, um déficit público
anual semelhante e uma dívida pú-
blica menor que 60% do Produto ln-
temo Bruto. Nesse sentido, destacou
que o único aspecto que pode ser
aprovado por ora é o da inflação,
que, em 1996, foi, na média, para os
quinze países da UE, de 2,6%. I
 oncentração bancária
Apenas 15 instituições absorverao 80% dos depósitos
Os bancos estatais
onda de fusões e aquisições
A que sacode o sistema finan-
ceiro fará com que, na Ar-
gentina, no ano 2000, 80% dos de-
pósitos do mercado bancário este-
jam nas mãos de quinze institui-
ções, de acordo com pesquisa feita
entre banqueiros e empresários, que
assistiram à convenção anual da
Associação de Bancos Argentinos
(Adeba). Essa grande concentração
terá como resultado a conquista de
maior eficiência e menores custos.
A pesquisa foi feita entre 173 parti-
cipantes da convenção da Adeba.
Os consultados foram unânimes em
assinalar que o processo de concen-
tração continuará no futuro, e 75%
acreditam que isso será positivo pa-
ra a economia argentina.
Os empresários e banqueiros
que participaram da pesquisa tam-
bém classificaram os países da re-
gião. O Chile foi considerado o lí-
der pela sua performance econô-
mica (8,2 sobre 10 pontos), pela
competitividade das exportações,
pela solidez do sistema político e
pela qualidade 'da sua produção. A
Argentina ocupou a segunda posi-
ção, e o Brasil, a terceira. Em uma
escala de 1 a 10, a economia argen-
ex-presidente do Banco
O Central José Luis Machi-
nea manifestou-se a favor
da privatização dos bancos públi-
cos, ao mesmo tempo que afir-
mou “não ser necessário que de-
sapareçarn de um dia para o ou-
tro”. Machinea, que presidiu o
,Banco Central durante a adrninis-
tração de Raúl Alfonsín, disse
que “ainda há muitas imperfei-
ções no sistema finariceiro em
muitas regiões e nos empréstimos
às pequenas e médias empresas.
Enquanto o sistema financeiro
tina recebeu 6,6 pontos - apenas
um décimo acima da média recebi-
da pela região .- e foi apontada co-
mo muito positiva a abertura dos
últimos dez anos, a qualificação da
mão-de-obra e a qualidade de vida.
O diretor executivo do banco
de investimento norte-americano
Goldman, Sachs & Co, Gerald
Corrigan, também opinou sobre a
não for suficientemente competi-
tivo' para prestar serviços finan-
ceiros intemos ou serviços em ge-
ral muito competitivos, faz senti-
do que existam bancos públicos”.
Machinea explicou que os
bancos públicos deverão, com o
tempo, ir reduzindo sua impor-
tância e, embora se tenha mani-
festado a favor da privatização
de alguns bancos das provín-
cias, considerou que o Banco
Nación e o Banco de la Provin-
cia de Buenos Aires não devem
ser privatizados. (G.N.
crescente concentração do siste-
ma e o impacto sobre as taxas de
juro. “A tendência tem vários
efeitos, entre os quais a maior efi-
ciência das instituições pode aju-
dar a longo prazo. Mas, na Ar-
gentina, o problema central são
os custos do crédito concedido
aos devedores morosos e aos ina-
dimplentes”, disse.(G.N.) I
7 *__ Í _ _ _ _ _ ¡- _ _
I
DE ze DE Maio A1° DE JUNHO DE 1997 n ças GAZETA |v|Ei=icANT|L L_ATiNo-AMEn|cANA n 13
dos EUA
Gilberto Dupas, economista
brasileiro da Fundação Getúlio
Vargas, afirrnou que, se a Argen-
tina e o Chile entram no Nafta de
modo unilateral, o Mercosul aca-
bará dissolvendo-se. Além disso,
afirmou que os Estados Unidos
promovem uma zona de livre co-
mércio hemisférica com o intuito
de “pôr em boa posição suas trans-
nacionais, ante uma abertura ge-
neralizada do comércio no início
do próximo século”.
O economista, que participou
como expositor da Convenção
Anual da Adeba, explicou que,
“com uma queda das tarifas de
importação nos países da Améri-
ca Latina, as transnacionais nor-
te-americanas encontrarão a
oportunidade de exportar para
essa região a partir do México,
onde os custos são mais baratos
que no Hemisfério Sul”.
Dupas advertiu que “a insistên-
cia dos Estados Unidos em atro-
pelar o Mercosul pode ter efeitos
políticos complicados para a re-
gião” e sustentou que esse país
poderá gerar um conflito com o
Mercosul se o presidente Bill
Clinton conseguir a autorização
do Congresso para que a Argenti-
na entre no Nafta. (G.N.) I
P R O G R A M A Painel II-Alixperiência nos Outros Países
Alca favorece “ istribuir a renda” Empréstimo
transnacionais _ I _ do BIDFMI adverte sobre perigo das desigualdades
Guido Nejamkis
Buenos Aires
diretor-geral do Fundo
O Monetário Internacional
(FMI), Michel Camdes-
sus, deixou mais de um banquei-
ro e empresário boquiabertos.
No discurso com o qual fechou a
Convenção Anual da Associação
de Bancos Argentinos - pronun-
ciado em um claríssimo caste-
lhano -, afirmou que “as pers-
pectivas agradáveis poderão
transformar-se em um fracasso
se não forem intensificados os
esforços para reduzir a desigual-
dade na distribuição da renda e
para criar mais oportunidades
aos menos favorecidos”.
Certamente alertado pelos
conflitos sociais desencadeados
na cidade de La Plata - onde a
polícia entrou para reprimir na
Universidade, o que a lei proíbe
- e na província de Jujuy - onde
a violenta repressão policial dei-
xou um saldo de cinqüenta feri-
dos, três deles com gravidade -,
além dos ocorridos anteriormen-
te em Cutral-Co e Tartagal,
Camdessus criticou aqueles que
promovem receitas liberais dog-
máticas, porque, como disse, pa-
ra surpresa do auditório, “não
houve país algum no mundo que
tenha aplicado um programa
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" ¡ li \ '| . _' 6"'-:.›r_izl,"¡ ~ ~ ~i”i=.~\'z'› ir--' f-4 _,.. .r"
Michel Camdessus
desse tipo, algo que comemoro,
porque o dogmatismo neoliberal
não levará a uma sociedade mais
justa_e equilibrada”.
Camdessus, que visitou o
Congresso, o Palácio de Tribu-
nais (sede da Suprema Corte de
Justiça) e se encontrou com o
presidente Carlos Menem, afir-
mou: “Não gosto das privatiza-
ções sem concorrência”, pro-
nunciando-se a favor de “um Es-
tado transparente que evite a
corrupção”.
Na sede do Poder Legislativo,
o diretor-gerente do FMI adver-
tiu os setores que propõem cor-
sEMiNÁRro
tar os juros da dívida externa e
aconselhou que não se esque-
çam o que aconteceu com o pre-
sidente peruano Alan García Pé-
rez. “Senhores, não provoquem
gargalhadas no mundo com uma
proposta como essa”, disse
Camdessus, em resposta a José
Vitar, deputado oposicionista
do Frepaso, que propôs que a
Argentina limite os pagamentos
dos juros da dívida em até
8,39% do orçamento (US$ 3,6
bilhões), em vez dos 13,6%
atuais (US$ 5,8 bilhões).
Exemplo peruano
O presidente do organismo fi-
nanceiro internacional lembrou
imediatamente que “o único que
tentou põr um limite ao paga-
mento da dívida externa no con-
tinente foi Alan García, e todos
viram como acabou”.
Camdessus também negou que
o problema mais grave enfrenta-
do pela economia argentina seja
a situação econômica do Brasil,
contradizendo o diagnóstico fei-
to pelo economista norte-ameri-
cano Rudiger Dornbusch. “O
problema mais grave da Argenti-
na é o desemprego, e o governo
o está combatendo com os meios
apropriados”, assinalou. I
GAZETA MERCANTIL
WUo
no Mercosul
Dia 27 de maio de 1997, das 14:15h às 19:00h. Centro de Convenções Gazeta Mercantil.
R. Eng. Francisco Pitta Brito, 125 - Santo Amaro - São Paulo-SP.
para a saúde
Mario Orcinoli
Assunção
O Banco Interamericano de
Desenvolvimento aprovou um
crédito de US$ 39 milhões para o
melhoramento do sistema de saú-
de paraguaio, especialmente para
diminuir as taxas de mortalidade
.materna e perinatal. Do total,
50% serão~em dólares, 25% em
ienes e o resto em marcos ale-
mães. Cada divisa terá uma taxa
de juros diferente, reajustada a
cada seis meses.
De acordo com a representa-
ção do BID em Assunção, é a
primeira vez que um país toma-
dor de empréstimo do banco usa
este sistema de três moedas dife-
rentes. Com o dinheiro, será fi-
nanciada a capacitação de recur-
sos humanos nia área de saúde
primária, a reforma da infra-es-
trutura e a aquisição de equipa-
mentos. Também será fortaleci-
da a gestão do Ministério da
Saúde, melhorando a distribui-
ção de recursos e a capacidade
administrativa.
O governo paraguaio deverá
completar o crédito em até US$
46,6 milhões, como contrapartida
local. O empréstimo tem 20 anos
de prazo, com' cinco de carência.
C O O R D E N A Ç Ã O: Sergio Bunin - Director General Gerling Global Re
Guillermo Piernes -Jornalista da Gazeta Mercantil Latino-Americana Ram” Aymfrrrh ' Drreror da MaPr-re Rc dr' Brasil
Abertura Painel III - Perspectivas de Um Mercado Livre e Integrado
Luiz Fernando E Levy - Diretor-presidente da Gazeta Mercantil jgãg E[z'5z'0 F¿›1-mz df Campo; _ P1-csidgntc da FENASEG
Pedro Pullen Parente - Secretário Executivo do Ministério da Fazenda Jau; RugemAzomo _ Sócio da KPMG pcat Marwick `
Painel I - O Desenvolvimento do Resseguro (lo Brasil Pedro Purmjr: - Diretor- superintendente da Zurich Anglo Seguradora
Hélio O. Portocarrero de Castro - Superintendente da Superintendência de E
Seguros Privados - SUSEP ncermrnento
Demos:/aenes M. de Pin/ao Fil/ao - Presidente do In-stituto de Resseguros I N F O R M A Ç Õ E S
do Brasil- IRB
Carlos Frederiôo Motta - Conselho de Administração do Grupo Bra- Participação: R$ 200,00-
desco de Seguros Inscrições e informações pelo telefone (011) 547-3888.
iii'o14l_GAzErA iviEi=rcAi\iTiL intimo-AiviEi=iioANA uan DE as DE iviAioA1z oE .iurii-io DE 1991w ¶SI
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Areas Geoeconõmicas 1992 i
Intercâmbio comercial
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II
Fonte: ht'tp:llwww.mregov.br.lgeteelwebgBtecIbdmsulldmi:.htmI; CNI - Fair Mercosul, n'
' Obs.: O ano de 1998 refere-se a janeiro até setembro.
Um desenvolvimento sustentável
A con-stituiçõio de politicas comerciais comuns exige decisões mais profundas e complexas
Mercosul: da União Aduaneira
ao Mercado Comum é o trabalho
que a Gazeta Mercantil Latino-
Amerícana publica nesta edição,
dando seqüência à série de traba-
lhos preparados, e já publicados
por esse jornal, pela UNA Ciên-
cias Gerenciais, associada â Aen'
lrea - Análise Econômica Regio-
nal e Internacional Ltda. De auto-
ria do professor titular da Univer-
sidade Federal de Minas Gerais,
Carlos Maurício de Carvalho Fer-
reira, o trabalho é uma reflexão
sobre a necessidade da constitui-
ção de um mercado comum reque-
rer decisões mais profundas e
complexas do que as de natureza
tarifária e não-tarifária, ou so-
mente ligadas aos fluxos comer-
cíaís. Só assim se constituiu um
mercado comum “genuíno e sus-
rentável no longo prazo "_
 
Carlos Maurício de Carvalho Ferreira*
constituição de um Merca-
A do Comum, genuíno e sus-
tentável no longo prazo, de-
manda decisões mais profundas e
complexas do que as de natureza
tarifária e não-tarifária, ou apenas
ligadas diretamente aos fluxos co-
merciais. Assim, além de contem-
plar a coordenação de políticas ma-
croeconômicas e setoriais entre os
países-membros, exige o entendi-
mento e ações conjuntas de políti-
cas econômicas e sociais “estrutu-
rantes” dos setores produtivos e da
organização social e institucional
nos países-membros. Isso inclui
uma perspectiva conjunta, intra-
bloco, de desenvolvimento econô-
mico sustentável e de políticas pú-
blicas regionais, tecnológicas. se-
toriais e trabalhistas, capazes de
garantir a expansão econômica e a
eqüidade social global e entre as
regiões de cada país, combatendo
com vigor quaisquer deformações
sócio-econômicas típicas das rela-
ções “centro-periferia”, buscando-
se a especialização int:rabloco, por
produtos e não por setores.
Esse esforço comum é condição
importante, em um ambiente no
qual prevalece a competitividade
diriârnica dos países, baseada em
novas formas de inovações tecnoló-gicas microeletrônicas e biotecno-
lógicas, altamente mutáveis, com a
superação da tecnologia eletrome-
cãnica, que predominou na primeira
metade do século. Nesse contexto, é
inadequado o conceito clássico de
produtividade relacionado a uma
simples relação da produção com os
volumes empregados de trabalho e
de capital, mesmo no curto prazo,
devido às drásticas mudanças nos
“ciclos de vida” dos produtos, dos
processos e da tecnologia.
A estabilização macroeconômi-
ca tem um valor inestimável para o
cálculo econômico empresarial,
para a transparência de muitas das
ineficiências do setor público e pa-
ra a reestrutiiração da economia e
a eqüidade social, ao eliminar o
“imposto inflacionário”, que pena-
liza os segmentos mais pobres.
Contudo, ela não é capaz de subs-
tituir um projeto nacional e intra-
bloco de desenvolvimento econô-
mico competitivo e sustentável no
médio e longo prazos, condizente
com as transformações atuais da
economia mundial.
Nessas circunstâncias, vê-se que
a coordenação do Mercosul tor-
nar-se-á cada vez mais complexa,
nesta fase da União Aduaneira, em
direção ao almejado Mercado Co-
mum. Além do mais, deve-se atri-
buir grande relevância às negocia-
ções iniciais da Area de Livre Co-
mércio das Américas, a Alca. A tí-
tulo de ilustração, vale a pena re-
cordar que a experiência da'Asso-
ciação Latino-Americana de Livre
Comércio - Alalc, criada pelo Tra-
tado de Montevidéu, em 1960, vi-
sando,-se ao estabelecimento de
uma Area de Livre Comércio, não
foi bem-sucedida e serve como
alerta para o porvir, uma vez que a
liberalização do comércio se deu
de forma discriminatório para de-
terminados bens; não se estabele-
ceu um mecanismo para garantir
uma justa distribuição dos custos
- 'I Í " z i~iaiiaiê×ei.i.iié×i6o› “ “"`“2õ.íw.f . 24,29. 1 r `,i ii _\_..
e dos benefícios' da integração; não
se previram as dificuldades de
harmonização das políticas econô-
micas dos países-membros; ocor-
reu uma forte oposição setorial e
as indústrias se concentraram nos
países mais desenvolvidos, em de-
trimento dos demais.
No que se refere ao Mercosul,
ocorreram significativos avanços
até a constituição 'da União
Aduaneira, em janeiro de 1995,
apesar de ainda prevalecerem
problemas, como eventuais co-
branças múltiplas de impostos
sob um mesmo produto, barreiras
fitossanitáiias, regras de investi-
mentos e concorrência pouco cla-
ras, etc. Nesses termos, 'são ne-
cessárias ainda significativas me-
lhorias das chamadas “decisões
de primeira geração”.
Contudo, como enfatizado, a
perspectiva de constituição de
uma Area de Livre Comércio das
Américas é um fato que traz no-
vas exigências para os próximos
passos do Mercosul. Nesse con-
texto, haverá uma demanda cres-
cente de incorporação hemisféri-
ca plena e, portanto, de todos os
países dos acordos intrablocos la-
tino-americanos, das regras acor-
dadas na Rodada Uruguai do Gatt
e da Organização Mundial de Co-
mércio - OMC.
Da Área de Livre Comércio à
União Aduaneira
A América Latina e o Caribe
vivenciaram u_m longo período
histórico, no qual os fatores de di-
vergência d_e interesses supera-
ram os convergentes, por razões
políticas e econômicas. Particu-
larmente, nos últimos dez anos,
coincidindo aproximadamente
com o período da Rodada Uru-
guai do Gatt, esses fatores não só
se equilibraram, como gradativa-
mente passaram a predominar os
fatores de convergência.
As mais fortes manifestações
da predominância de interesses
comuns intra-regionais, na déca-
da de 80, foram a Declaração de
Foz de Iguaçu, em 1985, a assina-
tura da Ata para a Integração Ar-
gentino-Brasileira, em 29 de ju_-
lho de 1986, que estabeleceu o
Programa de Integração e
Programação Econômica - Pice
-, e, em novembro de 1988, o
Tratado de Integração e Coopera-
ção Argentino-Brasileiro, estimu-
ladas pela crise da dívida extema,
pelas políticas protecionistas dos
países dominantes, pela deterio-
ração dos termos de troca e pela
redução do ritmo do comércio
com os países altamente indus-
trializados. Enfim, através do
Tratado de Assunção, assinado
em 26 de março de 1991, pelos
presidentes da Argentina, do Bra-
sil, do Paraguai e do Uruguai, os
países-membros constituíram as
bases do Mercado Comum do
Sul, o Mercosul, para a criação de
um espaço econômico comparti-
lhado, no prazo de dez anos.
Essas circunstâncias levaram a
um conjunto de decisões, que cul-
minaram na constituição de uma
União Aduaneira entre a Argenti-
na, o Brasil, o Paraguai é o Uru-
guai, a partir do início de 1995. Es-
se conjunto de decisões foi deno-
minado por Aldo Ferrer, no seu ar-
tigo sobre o Mercosul, intitulado
“Mercosurz Trayectoria, Situación
Actual y Perspectivas” (1995), de
decisões de primeira geração. Na
verdade, são as decisões clássicas
macroeconômicas, que constituem
uma condição necessária, porém
distante de ser suficiente, para a
consolidação da União Aduaneira
e a constituição de um Mercado
Comum, tais como a eliminação
das barreiras tarifárias e não-tari-
fárias ao comércio recíproco, além
do livre comércio entre os países-
membros, e a adoção de urna Tari-
fa Extema Comum (TEC), frente a
terceiros países.
Assim, com o Tratado de As-
sunção, de 26 de março de 1991,
começava uma caminhada segura
e a .passos largos para a constitui-
ção, no futuro, do Mercado Co-
mum do Sul e posterior constitui-
I
__ I I -IA' I I A E-_*-*km I L? 'Í -_L:kL:LLL}_-:_:';r"r: ii ' I 7 I 7 7 7 77 7 I '77 I '77 ' 7 I ' 7 7 7 '_`7 I-:I 'í r L' r Iii 7 ii 1' .i'_::_-`L¿' -*U I' I Í? 7 *Í 777 7 '¬* ¬ 7 ff - ¬¬' r ri ' I
° d° MU"d° . - .. . 13- as ._ - 26% _. . ._ > Fies* '=l° MU"fi° 24-5% _ 17-6% 27% 25% fr
'r' Í`;__ '
152. 21/02197, Rio de Janeiro, - `
ão de uma União Econômica. Pa-
ra se entende_r melhor a grandeza
da tarefa e dos procedimentos de
integração intra-regional plena,
podemos resumir as característi-
cas, cada vez mais exigentes, das
formas de integração econômica,
social, institucional e política mais
, \
avançadas (“Mercosul: Politicas
Alternativas”; Instituto Liberal
-1993), do seguinte modo:
. Área ae Preferência Tarifa.
ria: os países-membros tributam a
totalidade ou parte do comércio re-
cíproco com alíquotas ou impostos
de importação inferiores aos que
incidem sobre as mercadorias pro-
venientes de terceiros países;
Q Area ou Zona de Livre Co-
mércio: os países-membros elimi-
nam todas as barreiras tarifárias e
não-tarifárias ao comércio recí-
proco;
o União Aduaneira: além do
livre comércio entre os países-
membros, inclui a adoção de uma
Tarifa Externa Comum (TEC)
frente a terceiros países;
o Mercado Comum: é uma
União Aduaneira a que. se agre-
gam a livre mobilidade dos fato-
res produtivos entre os países-
membros e a adoção de uma polí-
tica comercial comum. Contem-
pla a coordenação de políticas
macroeconômicas e setoriais en-
tre os países-membros. Pode,
ademais, requerer a harmoniza-
ção das legislações nacionais;
o União Econômica: agrega, às
características do Mercado Co-
mum. a adoção de uma moeda co-
mum e políticas macroeconônricas
setoriais e sociais comuns.
Os prevalecentes pequenos mer-
cados internos, de crescimento
bastante lento. constituíam obstá-
culos à industrialização acelerada
dos países da América Latina e do
Caribe, através da substituição de
importações. Essas circunstâncias
induziram, dos fins da década de
50 e até os anos 80, o comércio in-
tra-regional como altemativade
expansão econômica.
(Continuo na pagina 15)
 4__“ 17 M I í' M T T _ _ ' I I'_ 7 ' *I *M Tr Mi; _
Image-'14
I H I
DE 26 DE MA|oA1fl DE .iuN|-io DE 1997 GAZETA MERCANTIL |_AT|No-A|v|En|cANAn 15
(Conflnucrçoo do póginu 14)
o Caribe surgiu, à época da
Alac, em 1960, o Mercado
Comum Centro-America-
no - MCCA. No caso da Alalc, as
dificuldades então .enfrentadas le-
varam à sua substituição pela As-
sociação Latino-Americana de
Desenvolvimento e Integração,
Aladi, em 1980, a qual constituiu
um foro de negociações para pro-
mover acordos comerciais multi-
laterais, baseados em negociações
de caráter bilateral. A Aladi, tam-
bém, não obteve o sucesso espera-
do napromoção do comércio entre
as nações latino-arnericanas.
O fato relevante é que essas ex-
periências deixaram, também, as
lições da necessidade do gradua-
lismo (para minimizar os custos
econômicos e sociais), da flexibi-
lidade (para adaptação às situa-
ções concretas que surgirem), do
equilíbrio (para não provocar uma
especialização excessiva em seto-
res econômicos particulares), da
especificidade (para incluir pou-
cos projetos em cada etapa), da re-
ciprocidade assimétrica (even-
tuais tarifas e listas de produtos
diferenciadas entre nações em es-
tágios de desenvolvimento díspa-
res), do princípio da simetria
(equilíbrio dos custos e benefícios
econômicos entre os países-mem-
bros). Elas abriram os caminhos
para se avançar na construção his-
tórica de um patamar mais alto de
integração na América Latina e no
Caribe:' a União Econômica. Essa
mesma experiência deve ser um
guia para as negociações no âmbi-
to da Alca.
Assim, face aos erros e acertos
e às transformações históricas e
tecnológicas dos últimos anos,
começa-se a entender a integra-
ção econômica como uma alter-
nativa fundamental de crescimen-
to sustentável, com a afirmação
dos princípios básicos da econo-
rnia de mercado e da doutrina po-
lítica e dos ideais democráticos e
de convivência harmônica entre
nações soberanas.
Novos Avanços e a Próxima
Agenda
É a partir da constituição da
União Aduaneira, estágio em que
se encontra o Mercosul, com o li-
vre comércio entre os países e a
adoção da Tarifa Extema Comum,
a TEC, que se iniciam os procedi-
mentos mais avançados da Ínte-
gração socioeconôrnica, que, além
da Cümpâffbilização das 1:I<JíftIt'C&S
macroeconôrnicas, incluem como
essencial a articulação e definição
das políticas setoriais e sociais.
Essa é a questão fundamental que
agora se coloca sobre ã mesa de
negociações e para a qual devem
ser estabelecidos princípios funda-
mentais e visões abrangentes co-
muns entre os países-membros.
Vimos' que a conformação do
Mercosul resultou de um gradual
, ições que foram aprendidas
ALADI (errei. México)
Mercosul
Argentina
Brasil
Paraguai
Uruguai
Demais países
NAFI'A
Estados Unidos
EUA (-Porto Ftico)
Canadá
_Méxic0 _
UNIAO EUROPEIA
ASIA (exclui Oriente Médio)
China
Ja ãooéi
Oriente Médio
Ftesto do Mundo
TOTAL
`-~'-'e-'Perl' _-;* - -- .~. '_ 'V .'.;..-;."*' .›
Editoria de Arteƒüazeta Mercantl Latino-Americana ção dos fluxos de capitais asiáti-
- cos, particularmente os japone-
_ 1_.a_xäs , _, H N q , _ _ ç ses. E, ao contrário do que se pas-
(Importações argentinas e brasileiras por principais blocos econômicos) i se natureza sugere 3 ideia de que
o Nafta pode se tornar um blocoArgentina Brasil A fechada
ÁreaGeoeconômr'ca Taxa de Crescimento 90-95 (%) Taxa de Crescimento 90-95 (%)
317,9
415,0
479.1
90.5
135.3
111,4
301,4
333.0
992,0
227,0
402,0
4.95B,0
- 432,3
61 6,7
442,1
309.7
- ,zt -__.._ ›.- - _
170,5 '
194,0
297,9
54,4
25.6
1 10,9
146,1
135,6
175,7
327,4
200,1
360,9
765.0
163.2
-40,3
119,9
140,0
Nessas circunstâncias, a agenda
do Mercosul deverá se concentrar
mais nos temas que levem ao
aprofundamento da integração re-
gional, em uma perspectiva tamo
de desenvolvimento competitivo
dinâmico e sustentável como de
agilização dos procedimentos pa-
ra a transição da União Aduaneira
para um sólido Mercado Comum.
Existem temas prioritários, tais
como a incorporação do setor de
serviços, das nonnas que regula-
mentam os movimentos de capi-
..........-a... 4...... . ...za ......... . c tals» s a h=='f."1°"1Zfl§fl° das P°!1"-coméroio erraúor om Poropoorrva. cm, nio ao Janeiro, v.s, o.2, nov. rsss cas tnbutánas. Mas a harmoniza-
processo histórico de transforma-
ções, pelas quais passaram os paí-
ses latino-americanos e caribe-
nhos, buscando a sua consolidação,
autodeterminação e empenho em
se constituírem como nações inde-
pendentes, nos séculos l9 e primei-
ra metade do século 20. Países ex-
portadores de produtos primários
para mercados da Europa e, poste-
riormente, para os Estados Unidos,
em vários casos adotaram a indus-
trialização por substituição de im-
portações, para atender seus mer-
cados intemos em expansão. Essas
circunstâncias históricas induzi-
ram a comportamentos isolacionis-
tas ou mercantilisias.
Porém, assistimos a um extraor-
dinário avanço do Mercosul, cons-
tatado pelo cumprimento do cro-
nograma de Las Leñas, para a exe-
cução das tarefas necessárias à in-
tegração. A partir de janeiro de
l995, está em vigência a Tarifa
Externa Comum - TEC - para
85% do universo tarifário, com
uma média de 14% e um máximo
de 20%, sendo que cada país esta-
beleceu tarifas distintas entre 0% e
35% para o restante do universo ta-
rifário, a não ser para os bens de
capital, infonnática, telecomuni-
cações e automóveis, que consti-
tuem a lista de exceção. Projeta-se,
para o ano de 2006, uma Tarifa Ex-
tema Comum média de 11%, uma
moda tarifária (valor mais comum)
de 14%, um intervalo tarifário de
0% a 20% e um desvio-padrão (va-
lor subtraído ou somado da média
para determinar o intervalo de con-
centração dos valores das tarifas)
de 6,2%. O Chile passá a constituir
uma Zona de Livre Comércio, no
âmbito do Mercosul.
Como se constata pela evolu-
ção das exportações e das impor-
tações brasileiras, para os princi-
pais blocos, e as taxas de cresci-
mento das importações argentinas
e brasileiras, por principais blo-
cos econômicos, tem sido fiel-
mente cumprido o compromisso
de um regionalismo aberto no âm-
bito do Mercosul. Como sugeri-
mos mais adiante, o mesmo não
pode ser, sempre, creditado a ou-
tros acordos intrablocos.
Nessas circunstâncias, vemos
que não procedem as eventuais crí-
ticas, particularmente de altos fun-
cionários norte-americanos, de
que o Mercosul pratica o protecio-
nismo intrabloco, o desvio do co-
mércio com a transação de produ-
tos inferiores, reduzindo o bem-es-
tar global. Contudo, como mos-
tram os dados acima, não existem
razões objetivas para questionar-
se que os interesses comuns intra-
blocos no Mercosul tendem a pre-
valecer sobre os das nações que
não se integram ao bloco.
Insistindo nessa temática, aim-
prensa tem reproduzido um prog-
nóstico feito pelo Banco Mundial
(Bird) em seu relatório, Perspecti-
vas Econômicas Globais, de que
até o ano 2005 a taxa média anual
de crescimento econômico será de
ó,s%, ao Loaro da Ásia; 3,7%, ao
sol da Ásia; 3,77., oa Europa o
Asia Central; na Africa Subsaaria-
na, de 0,9% e no Oriente Médio e
Norte da Africa, de 0,4%. Na
América Latina e no Caribe será de
2,2%, Estes últimos países cresce-
rão a uma taxa anual menor do que
a taxa de 2,4%, estimada para os
países industrializados. Afrrma-se,
então, que tais diferenças de taxas
de crescimento econômico não se
devem tanto a fatores regionais,
mas_ao grau de integração entre os
países e a economia mundial.
O crescimento das importações
argentinas e brasileiras, no período
de 1990 a 1995, por principais blo-
cos econômicos, mostra, com ên-
fase, a integração crescente da Ar-
gentina e do Brasil com a econo-
mia mundial, em particular com- a
União Européia.
Face a essas questões, a agenda
para o Mercosul, nessa sua fase in-
termediária de Uniãó Aduaneira,
não tem como desconhecer as con-
siderações iniciais nascidas no âm-
bito da Alca. Joseph Grunwald, em
“The Rocky Road Toward Hemis-
feric Economic Integration: A Re-
gional Backgrounder with Atten-
tion to the Future” (1992), e Juan
José Palacios, em “El Nuevo Re-
gionalismo Latino-americano: El
Futuro de los Acuerdos de Libre
Comercio” (1995), fazem algumas
alegações importantes dos benefí-
cios e dos custos da integração
econômica na situação de “extre-
ma assimetria” de desenvolvimen-
to, que caracteriza um eventual
acordo latino-americano que en-
volva os Estados Unidos. Grun-
wald enfatiza três pontos de con-
vergência de interesses, a saber:
o a formação de blocos tem le-
vado os Estados Unidos a dar
maior importância a seu próprio
continente e a que as nações latino-
americanas procurem refugiar-se
sob o seu manto protetor;
0 os mercados dessas nações
oferecem um amplo potencialpara
os Estados Unidos, enquanto que
uma associação com esse país dá a
seus vizinhos do Sul uma imagem
de solidez econômica e de econo-
mias promissoras, nas quais é se-
guro e viável investir, e;
0 tanto para os Estados Unidos
como para a América Latina a inte-
gração hemisférica constitui um
instrumento poderoso para aumen-
tar seu poder de negociação no âm-
bito intemacional.
Apenas a título de exemplo dos
custos da integração, nas circuns-
tâncias de “extrema assimetria”,
Palacios pondera que o México se
vi.u forçado a fazer amplas con-
cessões para conseguir chegar à
assinatura do Acordo de Livre
Comércio da América do Norte -
Nafta. Entre as mais importantes,
está o estabelecimento das regras
de origem muito restritivas em se-
tores-chave. Desse modo, a pro-
porção do conteúdo regional da
indústria automobilística deverá
ser de até 62,5% no ano 2002. Is-
so certamente, conclui Palacios,
como está claro para o governo
mexicano, provocará uma redu-
çao de conhecimentos técnicos,
científicos e acadêmicos, assim
como as políticas de transferência
e de desenvolvimento de tecnolo-
gias inovadoras, visando ao de-
senvolvimento sustentável e inte-
grado intrabloco, com o aumento
da taxa de investimentos direta-
mente produtivos, é fundamental.
Isso implica em abdicar de qual-
quer concorrência predatória por
investimentos e do entendimento
de que a força do Mercosul se as-
senta na expansão econômica
equilibrada dos setores econômi-
cos, em cada um dos países, com
especialização por produtos. Um
Mercosul forte é sinônimo de paí-
ses-membros fortes. _
Os temas preferenciais das dis-
cussões preliminares da Alca to-
mam uma dimensão regional es-
tratégica, no âmbito do Mercosul,
tais como: acesso a mercados,
“standards” e barreiras não-tarifá-
rias ao comércio, procedimentos
alfandegários e regras de origem,
subsídios, antidumping e direitos
compensatórios, defesa da concor-
rência, compras govemamentais,
tecnologia e propriedade intelec-
tual, investimentos, serviços, in-
fra-estrutura, desenvolvimento
econômico sustentável e com pre-
servação do meio ambiente e papel
destacado do setor privado.
Por fim, constitui uma indaga-
ção o que significam os US$
7.917, 27 bilhões do PIB conjunto,
em 1995, dos 34 países que podem
vir a constituir a Area de Livre Co-
mércio das Américas - Alca, com
uma população de 758,60 milhões
de habitantes. Um poderoso e arn-
bicionado mercado, cujo acesso,
porém, demanda uma capacidade
competitiva, que poucos desses 34
países podem, efetivamente, atin-
gir sozinhos e de forma sustentá-
vel. I
*Superintendente do Instiiuto
de Pesquisas Augusto
Tomeiln/UNA - Clêncios Gerenciais e
professor tltulcrr do Universidade
Federal de Minds Gerais.
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16 n eAzErA MEncANT||_ |_ATiNo-AME|=i|cANA - DE 26 DE MA|o A 1° DE JUNHO DE 1997 I`
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i ° e ` Erguidci com cimento orgeniino e ferro brosiieiro. o ponte1 Ano
1.965
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Editoria de ArietGazeia Mercantil Latino-Americana í
Uruguaiana
Caminhoes com
importação do
Cone Sul ao BR
13.585
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Caminhoes com .
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ao Cone Sul ' Caminhões
15.197 28.782
19.908 ' 35.877 f
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Fonte: D.FI.F. Uruguaiana (Terminal Aduaneiro Ponte Internacional - TAPI - BFI 290)
Simplificar para
agilizar aduanas
modelo de integração das
0 aduanas brasileira e argenti-
na na fronteira Paso de los
Libres-Uruguaiana, responsável
por 5,1% do comércio exterior do
Brasil em 1996, está recebendo_res-
salvas por parte da Associação Bra-
sileira de Transportadores Intema-
cionais (ABTI). A entidade sugere a
revisão do sistema integrado, que
começou a funcionar de forma par-
cial em 15 de maio, em Uruguaiana,
para receber as importações brasi-
leiras. Os transportadores estão
chamando a atenção do governo
porque entendem que os trâmites
burocráticos deveriam ser realiza-
dos em um único local.
Em vez disso, entretanto,os con-.
troles aduaneiros das importações
brasileiras estão sendo feitos no ter-
minal da ponte internacional da
BR-290 e na Estação Aduaneira de
Fronteira (EAF), ambas em Uru-
guaiana. O sistema exige duas para-
das, o que acarreta mais demora. “A
ABTI quer a simplificação dos pro-
cedimentos na ponte”, diz Samuel
Zubeldia Nebenzahl, secretário-
executivo da entidade. Ele inforrna
que as sugestões forarn encaminha-
das ao Ministério das Relações Ex-
teriores, em Brasília, e ao delegado
da Receita Federal em Uruguaiana,
Josemar Dalsochio.
“A integração das aduanas está
dando mais agilidade aos procedi-
mentos das importações brasilei-
ras”, garante Dalsochio, que tam-
bém é coordenador, pelo Brasil, da
Area de Controle Integrado (ACI).
O delegado informa que,fDi divul-
gado o novo regulamento para os
usuários e estão realizando-se reu-
niões periódicas com os transporta-
dores. O fluxo de caminhões por
Uruguaiana continua a crescer. Nos
quatro primeiros meses do ano, o
trânsito de caminhões carregados
cresceu 12% se comparado com o
mesmo período do ano anterior.
Foram 45,8 mil caminhões de
janeiro a abril de 1997 contra
_-LI 'l ' ___¶_ _ÍC:_f7"7 _ l 77 _ í 7 ' ' _ mí
40,7 mil no mesmo período do
ano anterior. A preocupação da
ABTI, porém, não se limita à im-
plantação do sistema integrado
para as importações brasileiras. A
entidade volta-se também para a
análise de como será feita a inte-
gração das aduanas para as expor-
tações brasileiras/importações ar-
gentinas, que deverá concretizar-
se em 90 dias a partir de 15 de
maio. “O ideal é que fosse tudo
em um único local à semelhança
do previsto em Santo Tomé-São
Borja, cujos procedimentos,
quando a ponte entrar em opera-
ção, estarão centralizados do lado
argentino”, diz o secretário-exe-
cutivo da ABTI. _
A integração só não foi total
desde o dia 15 porque é necessária
uma série de reformas no controle
aduaneiro de Paso de los Libres,
nacabeceira argentina da ponte
internacional. O coordenador da
Area de Controle Integrado em
Libres, Raúl Victor Torrent, esti-
ma que as obras vão demandar in-
vestimentos de US$ 300 mil. Se-
rão reforniados os prédios do cen-
tro de fronteira e do Cotecar
(Complexo Terminal de Cargas) a
fim de receber a aduana brasileira.
As obras devem começar hoje.
Em Libres, já está funcionando a
integração dos controles agr_ope-
cuários com funcionários do Minis-
tério da Agricultura do Brasil traba-
lhatido com os servidores do Servi-
ço Nacional de Sanidade e Qualida-
de Agroalimentar (Senasa). Está
previsto também que os controles
de tráfego fronteiriço e turismo se-
jam feitos do lado argentino da pon-
te, mas enquanto as obras não forem
concluídas pretende-se fazer uma
integração temporária do lado bra-
sileiro. Em 1996, passaram pela
fronteira Libres-Uruguaiana, nos
dois sentidos, 2.875 ônibus de turis-
mo, 14,2% a menos do que em
1995, quando o fluxo atingiu 3.350
veículos de passageiros. (F.G.) I
Francisco Góes
de los Libres, na Argentina, e
Uruguaiana, no Brasil, um dos
pilares doprocesso de integração en-
tre os dóis países, teve a sua constru-
ção motivada, em grande parte, pela
políticada “boa vizinhança ” promo-
vida pelos Estados Unidos no conti-
nente. Um dos registros da influência
norte-americana em projetos como o
da ponte, destinados a aproximar
países da América Latina, é um tele-
grama enviado pelo ex-presidente
Franklin Roosevelt a Getúlio Vargas
quando o projeto de ligação rodo-
ferroviário sobre o rio Uruguai co-
meçava a tomar-se realidade, na dé-
cadade 30. No mensagem, Roosevelt
elogiava a iniciativa da ponte - que
completou 50 anos na semana passa-
da - e lembrava a atitude dos Estados
Unidos como diƒusores da idéia da
boa relação entre países vizinhos.
A tese sobre como a política exter-
ná norte-americana influenciou a
obra de engenharia no sul daAmérica
do Sul está contida na dissertação de
mestrado em História do Brasil “A
Ponte Intemacional Brasil-Argenti-
na: Limites e Possibilidades da Políti-
ca da Boa Vizinhança ”, de Maria de
Lourdes Brondani d 'Ávila O traba-
lho, de 239 páginas, exigiu pesquisas
em documentação diplomática no Ita-
marati, no Rio de Janeiro, e nos ar-
quivos da biblioteca do Congresso ar-
gentino e Palácio San Martín, em
Buenos Aires, entre outros. Maria de
Lurdes estabeleceu como marco cro-
nológica de sua pesquisa o período
entre 1933-1945. Em- outubro de
1933, o então presidente argentino,
Agustín Pedro Justo, faz uma viagem
ao Brasil para propor um tratado de
não-agressão. Persistia, na época,
um sentimento de rivalidade entre os
dois países, que disputavam a condi-
ção de liderança na América do Sul.
Embora o tema da construção da
ponte não apareça na documentação
sobre o encontro dos doispresidentes,
Uruguaiana
4 ponte intemacional entre Paso
No inouguroçõo do ponte. o presidente do Argentino Juon Domingo Perón
a imprensa de Uruguaiana tratava do
tema. Aprópriapopulação do municí-
pio vinha se mobilizando. As primei-
ras conversas sobre a ponte envol-
veram um grupo de amigos que costu-
mavam reunir-se na alfoiataria dos
irmãos Fittipaldi, em Uruguaiana.
Em novembro de I933, o govemo
brasileiro recebeu uma consulta do
embaixador argentino no país. A Ar-
gentina queria saber se o Brasil tinha
interesse noprojeto daponte. Opresi-
dente Vargas solicitou no Itamarati'
umprotocolo mínimo sobre o qual só
iniciavam as tratativas diplomáticas.
O documentofoi submetido o minis-
tros de Estado e o Exército manifes-
tou-se contrário à idéia de construir a
ponte devido a razões estratégicas, já
que a obra iria suprimir0 obstáculo na-
tural representadopelo rio, o mais im-
portante meio de defesa na região. No
parecerfeitopelo Exercito, no imitio de
1934, os militares sugeriram que- se o
govemojá tivesse assumido o cr ro-
mtlsso, pelo menos tentaria adiara cons-
truçãoporumperíodo de dez anos. -
Coincidência ou não, as obrassó se-
riam iniciadas em 1943. Emjulho de
1934, os governos dos doispaíses esta-
beleceram o criação de uma comissão
mista que a partir de dados técnicos
iria determinar o local mais apropria-
do pora a constmção. Além de Libres-
aminhoneiro reclama
caminhoneiro paraguaio Guil-
O lenno Adoro deparou-se com
uma boa surpresa, semana
passada, ao cruzar a fronteira entre Pa-
so de los Libres, na Argentina, e Uni-
guaiana, no Brasil. Adoro e dois cole-
gas chilenos, Rafael Araja e Nestor
Carrasco, surpreenderam-se com a
unificação dos serviços aduaneiros,
que começou em 15 de maio e é váli-
da., por enquanto, somente para as im-
portações, desde o território brasileiro.
“Para entrar no Brasil, uma medida
excelente”, avaliou o caminhoneiro.
Apesar de reconhecer o avanço re-
presentado pela unificação da adua-
na, Adoro, que trabalha para a empre-
sa Transportes Iscalim, com sede em
Santiago do Chile, entende quo o›úo.1o
excesso de burocracia nas aduanas ar-
gentinas, em especial para carninhões
em trânsito, que tem como destino fi-
nal outros países. “Em Punta Vacas
(fronteira do Chile com a Argentina),
nós nos encarregamos de encamirihar
a documentação sem a necessidade
de despachantes”, salienta o cami-
nhoneiro Nestor Carrasco. Os moto-
iistas entenderam que a cobrança pe-
los serviços aduaneiros devia ter co-
mo contrapartida a agilidade dos
mesmos, o que nem sempre ocorre.
Alguns caminhoneiros reclamam
ainda da cobrança de uma taxa ape-
nas para ingressar e sair do Cotecar
(Complexo Tonninai de Cargas) em
Paso de los Libres, já que os servi-
ços aduaneiros para entrega de mer-
cadorias no Brasil passaram a ser
feitos em Uruguaiana. “Isso só au-
menta os custos”, avalia o caminho-
neiro argentino José Córdoba, da
Trarnsimaribo Internacional, com
matriz em Curitiba, no Paraná. Cór-
doba também mostra-se preocupa-
do com o fato de a integração par-
cial das aduanas exigir trâmites na
cabeceira brasileira da ponte inter-
nacional e, a seguir, na Estação
Aduaneira da Fronteira (EAF), pou-
cos quilômetros adiante. (F.G.) I
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Jguaiana-Paso de Ios Libres e um marco na integraçõo n()\/as ffigfas
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nulher Evita e o presidente do Brasil Eurico Gaspar Dutra
uguaiana, Alvear-Iuzqui, Santo To-
e'-São Borja também disputavam o
preendimento. A comissão elaborou
t relatório de 64 páginas e indicou
so de los Libres-Uruguaiana como o
ral mais Havia infra-estru-
'a ovidria e o municipio gaúcho
1 ürrnaiorpopulação na região, 20
lhabitantes. Hoje, são J55 mil. Ope-
do entre guerras no cenario intema-
Inal e as conseqiüincias da crise de
. em especial no Brasil, fizeram com
e a comissão deixasse de reunir-se
s anos seguintes (35-36).
Em 1937, opresidente Agustín Justo
rcebeu que seu mandato estava che-
ndoaofimeapontenãoseria inau-
gurada. Em 9 de maio de 1938, Justo e
Vargas inauguraram em Libre e Uru-
guai os monolitos (pedrasfundamen-
tais da ponte). Em seu discurso, Var-
gas salientou: “Em nenhuma outra
época de nossa história a necessidade
de estruturar e incentivar relações in-
teramericanas se impôs deforma mais
decisiva ” Referia-se ir guerra na Eu-
ropa. Justo respondeu no mesmo tom:
“Consolidamos assimapolúica defra-
ternidode americana e de boa vizi-
nhança que nos tocou a sorte de iniciar
nesta parte do continente. " Antes do
encontro nafronteira, diversas embai-
xadas da América latina no Brasil en-
viaram cartas a Vargas questionando
o motivo da reunião dospresidentes. A
preocupação era a de que Justopudes-
se dar um golpe de Estado, semelhante
ao de Vargas, em I937.
Em 1938, Osvaldo Aranha assumiu
como ministro das Relações Exterio-
res de Vargas. A análise dos historia-
dores, hoje, é que apresença depoliti-
cos gaúchos no governo federal -
Vargas nasceu em São Borja e Ara-
nha em Alegrete - também contribuiu
deforma decisiva para levar adiante
oprojeto daponte. Outrosƒatores tor-
navam o projeto interessante no con-
texto da Segunda Guerra Mundial. A
dificuldade de exportação dos tecidos
brasileiros para a Europa deixava
atraente o mercado argentino. Apesar
disso, as obrasforam iniciadas so-
mente em 18 dejaneiro de I943. Hd,
no entanto, registros de que teria sido
um pouco antes, em 28 de dezembro
de 1942. A abertura ao tráfego se deu
menos de três anos depois, em outu-
bro de J945, embora a inauguração
oficial só viesse a ocorrer em 21 de
maio de 1947. A ponte foi erguida
com cimento argentino eferro brasi-
leiro, mas as diferenças salariais en-
tre os operários dos doispaíses (os ar-
gentinos ganhavam o dobro dos bra-
sileiros)fizeram com que a obrafosse
dividida em duas partes, cada pais
construindo o seu lado. As empresas
que venceram as licitaçãesforam a
brasileira Matheus Martins Noronha
e Cia. e a argentina Parodi e Figini.
Umfato curioso na construçãofoi a
observaçãofeita por um pensador da
região. Ele notou que os trêsprimeiros
pilares da ponte no lado brasileiro es-
tavam desencontrados com os pilares
levantados na outra margem do rio.
Os dois lados daponte nunca iriam se
encontrar. Houve uma sindicância e
os pilares terminaram sendo destrui-
dos e refeitos. A historiadoraMaria de
Lourdes d 'Ávila templanos de dar se-
qiiência ao seu tfabalho com uma tese
de doutorado que tentará explicar o
lapso de tempo entre a conclusão e a
inauguração da ponte Agustín Jus-
to/Getrilio Vargas. I
Transporte de cargas
empresa argentina Transtora,
à subsidiária da Tora Transpor-
tes Industriais Ltda., com se-
em Contagem, Minas Gerais, es-
ra conseguir permissão para fazer
ransporte internacional de cargas
rn o Chile_e o Uruguai.A empresa,
io faturamento situa-se próximo
s US$ 6 milhões por ano, faz ope-
:ões de cabotagem em território ar-
rttino. A transportadora está situa-
ern Buenos Aires, onde mantém
Lterrninal alfandegado com 24 mil
:tros quadrados para depósito de
zrcadorias.
Som frota de aproximadamente 40
ninhões e 60 carretas, a Transtora
também presta serviços de distribui-
ção. A empresa se encarrega de trans-
porte de componentes até as monta-
doras de automóveis. Francisco Ja-
vier Gorricho, diretor da divisão in-
temacional da Tora, afirma que o in-
gresso da subsidiária argentina no
transporte internacional permitirá ao
grupo expandir suas atividades. Hoje,
a Tora trabalha no Brasil os mercados
da Argentina, do Uruguai, do Para-
guai, do Chile e da Bolivia. Estima-se
que a empresa faz 1,5 mil viagens por
mês no Mercosul, sendo 70% de ex-
portações desde o Brasil e os restantes
30% de importações. A frota da divi-
são intemacional da Tora tem urna fi-
lial corn 50 mil metros quadrados de
área, dos quais 8 mil metros quadra-
dos são cobertos. Gorricho informa
que foram investidos US$ 3,8 mi-
lhões para montara estrutura de apoio
que entrou em operação em 1991.
A falta de maior harmonização
técnica no transporte rodoviário na
região obrigou a empresa a improvi-
sar um sistema para medir a altura
das carretas na saída dos países. A
divisão internacional da Tora fatura
US$ 35 milhões por ano, o que re-
presenta cerca de 30% do faturarnen-
to consolidado da empresa, que teve
sua origem há 25 anos no Vale do
Aço em Minas Gerais. (F.G.) I
Administração Nacional de
AAduanas da Argentina co-
meça a aplicar a partir do dia
13 de junho a resolução de número
l.666l97, que vai impor novas con-
dições para o transporte, em territó-
rio argentino, de mercadorias com
MIC/DTA-trânsito (Manifesto In-
ternacional de CargaJDeclaração
de Trânsito Aduaneiro), ou tam-
bém chamado de “porta-a-porta”.
A norma, publicada no “Diário Ofi-
cial" de 15 de maio, modifica outra
resolução, a de número 2.382/91,
que aprovou as regras relativas à
aplicação do Acordo de Alcance
Parcial de Transporte Internacional
Terrestre, assinado no marco da
Associação Latino-Americana de
Integração (Aladi).
A nova resolução vai permitir à
aduana por onde ingressa a merca-
doria cobrar os impostos devidos
no caso de que a carga com MIC-
DTA-trânsito não cumpra uma sé-
rie de requisitos. Hoje, é possível
regulamentar a mercadoria pelo
sistema “porta-a-porta” na aduana
de destino, situada no interior do
país. “A nova resolução vai impor
uma série de condições para regu-
lamentar a mercadoria nas aduanas
de destino”, añnua Eduardo Nelli,
chefe de resguardo na Aduana de
Paso de los Libres. _
Outra regulamentação, essa vá-
lida para o transporte entre depósi-
tos fiscais e zonas francas dentro
da Argentina, vai exigir um depó-
sito de caução de US$ 300 mil das
empresas transportadoras. A regra
deve entrar em vigor em junho. As
Ponto
estratégico
no comércio
Uruguaiana é um ponto estratégi-
co no comércio exterior do Brasil
com o Mercosul e outros países. Em
1996, o porto alfandegado de Uru-
guaiana absorveu 23,6% das irnpor-
tações brasileiras do bloco. De for-
ma paralela, passaram pelo local
34,6% das exportações totai's'»'do
Brasil para a Argentina, Urrfguai e
Paraguai. Os dados fazem parte do
relatório sobre atividades aduanei-
ras elaborado pela Delegacia da Re-
ceita Federal no município.
Em 1995, Uruguaiana tinha res-
pondido por 36,5% das importações
totais brasileiras do Mercosul e por
35,5% das exportações do país para
os outros três parceiros do bloco.
Em termos comparativos, Uru-
guaiana situou-se em sétimo lugar
entre os principais pontos alfande-
gados do Brasil no que se refere a
importações, no ano passado. I
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novas medidas, em especial a que
define novos critérios para o “por-
ta-a-porta”, surgem num momento
em que há diversos processos na
Justiça argentina por descaminhos
de mercadorias.
No início de abril, o fiscal fede-
ral Benito Antonio Pont conseguiu
do juiz federal Juan Angel Oliva,
de Paso de los Libres, uma “rnedi-
da cautelar inovativa”, que deter-
minou a exigência de garantias pa-
ra o transporte de mercadorias
com MIC-DTA-trânsito em terri-
tório argentino. Isso significou o
pagamento de uma apólice de cau-
ção pelos transportadores interna-
cionais. A aduana de Libres recor-
reu da decisão e conseguiu parecer
favorável da Câmara de Apelações
da Província de Corrientes. A Câ-
mara deverá se manifestar sobre o
tema novamente.
“Entre a zero hora do dia 10 de
abril e as 16h do dia 5 de maio, os
caminhões em trânsito aduaneiro
internacional que ingressaram por
São Borj a-Santo Tomé, Itaqui-Al-
vear e Uruguaiana-Libres tiveram
de garantir as operações com o pa-
gamento de uma caução”, diz Sa-
muel Zubeldia Nebenzahl, secretá-
rio-executivo da Associação Brasi-
leira de Transportadores Interna-
cionais (ABTI). A medida provo-
cou demora acima do normal nas
aduanas. Quando a situação pare-
ceu normalizar-se, a Federação dos
Carninhoneiros Argentinos decre-
tou um movimento de protesto rei-
vindicando melhores condições de
trabalho. (F.G.) I
c O ministro da Agricultura, Pe-
cuária, Indústria e Comércio de
Corrientes, Arturo Juan Freyche,
entende que uma das principais
contribuições do govemo da pro-
víncia para tomar mais ágeis os ne-
gócios das empresas com outros
mercados foi o estabelecimento, em
1993, da direção de comércio exte-
rior, ern Paso_ de los Libres. Cor-
rientes exporta praticamente todo o
arroz que produz para o Brasil, além
de algodão, couros e sucos cítricos.
0 A programação dos 50 anos da
ponte internacional de Paso de los
Libres-Uruguaiana incluiu o lança-
mento de um carimbo comemorati-
vo. As cartas postadas, semana pas-
sada, em Uruguaiana., receberam a
estarnpa. Após as comemorações, o
carimbo irá para o Museu Postal,
em Brasília, onde ficará à dis-
posição dos filatelistas.
Q O aeroporto internacional Ru-
bem Berta, de Uruguaiana, abriu,
semana passada, uma exposição iti-
nerante de fotos com o tema Ponte
Agustín Pedro Justo-Getúlio Var-
gas Ontem e Hoje, expostas em pai-
néis e divididas em dois grupos.
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1a 1 aAzErA MEHcANT||_ |_AT|No-AMEH|cANA DE 26 DE Mara A 12 DE .JUNHO DE 1991
uenos Aires quer ser centro financeiro
Ana Gerschenson
Londres
prefeito Fernando De la
O Rúa tem duas obsessões pa-
ra a cidade de Buenos Ai-
res: que seja a sede dos jogos
Olímpicos do ano 2004 e que_se
converta no centro financeiro in-
temacional do Mercosul. Estes fo-
ram os assuntos de que falou com
freqüência em cada uma das reu-
niões que manteve esta semana
com funcionários, empresários e
investidores britânicos em Lon-
dres, onde foi hóspede oficial do
Lord Major, Roger Cork, seu cole-
ga na capital inglesa.
Gazeta Mercantil Latino-
Americana - Um dos “slogans”
desta viagem é “B uenos Aires,
centro financeiro”-
Fernando De Ia Rúa - O gover-
no quer, obviamente, 0 desenvol-
vimento e o crescimento da cida-
de. Um dos objetivos do meu go-
vemo e' que Buenos Aires seja o
centro natural do Mercosulpara o
estabelecimento das sedes de em-
presas que atuem no bloco. Para
isso, épreciso-que se criem condi-
ções para que seja uma cidade se-
gura e atraente e o setor privado
organize o necessário para que
possa ser um centrofinanceiro ca-
paz de ultrapassar as nossasfron-
teiras.
GMLA - E como pensa conse-
guir esse objetivo?
De la Rúa - Hoje, Buenos Aires
e' um centro bancário importante
e é também um centro cultural no
Mercosul, e queremos promover
o investimento privado para pro-
jetos de construção. Para ser ou
não o centro financeiro do Mer-
cosul, dependerá do setor priva-
dq, mas a cidade vai gerar as
condições necessárias para que
seja assim.
GMLA - O Sr. pretende ter
Londres como modelo funcional?
De la Rúa - 0 que eu acredito é
que o governo de Londres não é
indiferente e colabora fazendo
com que a cidade seja, pelo me-
nos, agradável para

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