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SP Jornal Valor Economico 081222

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Jornal Valor --- Página 1 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 08/12/2022@00:00:49
Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 | Ano23 | Número 5642 | R$5,00www.valor.com.br
Roberto Lameirinhas
DeSãoPaulo
O Congresso do Peru deu posse on-
tem ao sexto presidente do país desde
2018, após Pedro Castillo tentar fechar
o Legislativo unicameral, entre outras
medidas inconstitucionais. Ele foi de-
posto pelo Congresso e está detido. Di-
na Boluarte, até então vice-presidente,
assumiu o governo depois da confusa
tentativa de golpe de Estado.
Em uma reação rápida, os congres-
sistas votaram a destituição de Castillo
em uma sessão de emergência e, pou-
cas horas depois, passaram a faixa a
Boluarte — que se tornou a primeira
mulher a governar o país.
A crise que derrubou Castillo ga-
nhou força quando ele foi à televisão
para anunciar que fecharia o Congres-
so, convocaria eleições para eleger um
novo Legislativo com poderes consti-
tuintes em nove meses, promoveria
uma “reorganização do sistema Judi-
ciário” e governaria por decreto até
uma nova votação.
Em seu discurso de posse, a presi-
dente Boluarte defendeu “um amplo
processo de diálogo entre todas as for-
ças políticas do país” e pediu um tem-
po para “resgatar o país da corrupção
e do desgoverno.” Página A19
Corsan atrai
interessados,
apesar de risco
TaísHirata
DeSãoPaulo
A privatização da Companhia Rio-
grandense de Saneamento (Corsan)
atraiu a atenção de grandes grupos do
setor e até de um fundo estrangeiro.
Vencerá a licitação quem fizer a maior
oferta pela empresa, com lance míni-
mo de R$ 4,1 bilhões. Apesar disso, a
percepção no mercado é de que o pro-
jeto também tem riscos. Há receio de
que, após a venda, haja uma onda de
judicialização, com prefeituras hoje
atendidas pela estatal buscando rom-
per os contratos.PáginaB3
Vale recebe
ofertaspor
fatia emmetais
FranciscoGóes
DeNovaYork
Dois meses após a Vale tornar pública
a intenção de buscar parceiro para a
áreade metaisbásicos, aoperação avan-
ça a passos rápidos. A mineradora rece-
beu ofertas não vinculantes de poten-
ciais sócios e trabalha para separar o ne-
gócio — responsável pela produção de
níquel e cobre — do restante da compa-
nhia, cuja principal atividade é o miné-
rio de ferro. A nova empresa que vai sur-
gir,aindasemnomeesededefinidos, te-
rágovernançaegestão independentes.
“Temos oportunidade de criar uma
companhia especial, que vai criar mui-
to valor para nossos acionistas”, disse
ao Valor o presidente da Vale, Eduar-
do Bartolomeo, que ontem participou
de apresentação a investidores na Bol-
sa de Nova York. Página B1
Perufrustragolpeeviceassume
PECdaTransiçãoéaprovadano
SenadoeterátestenaCâmara
RenanTruffi, VandsonLima, Raphael Di
Cunto eMarceloRibeiro
DeBrasília
O Senado aprovou na noite de quar-
ta-feira a PEC da Transição, que aumen-
ta em R$ 145 bilhões o limite do teto de
gastos e retira pouco mais de R$ 60 bi-
lhões do mecanismo de controle de
gastos em 2023 e 2024. Agora, a maté-
ria segue para a Câmara, que já discute
reduzir seu impacto fiscal. A votação
foi o primeiro teste de governabilidade
do futuro governo de Luiz Inácio Lula
da Silva. A proposta teve 64 votos a fa-
vor — eram necessários 49.
Na prática, os senadores deram au-
torização para que o governo use os re-
cursos para manter o Auxílio Brasil em
R$ 600 a partir de janeiro, crie um adi-
cional de R$ 150 por criança, recompo-
nha o orçamento de programas sociais
e amplie os investimentos públicos.
O texto não retira o Auxílio Brasil do
teto de gastos, como queria a equipe de
transição, mas, por outro lado, permite
que as comissões permanentes do Con-
gresso e a equipe de transição tenham
prioridade nas sugestões feitas ao rela-
tor-geral do Orçamento sobre como os
R$ 145 bilhões deverão ser usados.
A PEC também obriga o próximo go-
verno a apresentar, até agosto de 2023,
lei complementar com um novo arca-
bouço fiscal para garantir a sustentabi-
lidade das contas públicas.
BC indicamaior
preocupação
comrumofiscal
AlexRibeiro, LarissaGarcia, Victor
Resende, Gabriel Roca eMatheusPrado
DeSãoPaulo eBrasília
O Comitê de Política Monetária do
Banco Central acompanhará “com espe-
cial atenção” o rumo fiscal do governo
Lula para decidir a política de juros, em
meioàsperspectivasdeexpansãodegas-
tos e às incertezas sobre qual será a ânco-
ra que vai garantir sustentabilidade das
contas públicas. Por ora, o colegiado
manteveos jurosem13,75%aoanoepre-
gou“serenidade”naavaliaçãodapolítica
fiscal. Mas renovou os avisos de que, caso
se mostre insuficiente a estratégia de
manter os juros no nível atual, pode ser
que tenhadesubirmais.PáginasC1aC3
Após denúncia do
MercadoLivre, Cade
vai investigar práticas
da loja de aplicativos
daAppleB8
CopadoMundo frustra
expectativas de bares e
restaurantesB8
Ao longo do dia, o presidente da Câ-
mara, Arthur Lira (PP-AL), alertou repre-
sentantes do governo eleito de que uma
atuação política no Supremo Tribunal
Federal para tornar inconstitucionais as
emendas de relator ao Orçamento — o
chamado “orçamento secreto” — atrapa-
lhará a governabilidade e pode afetar até
a aprovação da PEC da Transição na Casa.
Aconversaaconteceuprimeirocomode-
putado José Guimarães (PT-CE), em seu
gabinete, e à tarde com o presidente elei-
to, Luiz InácioLuladaSilva,por telefone.
O julgamento no Supremo, iniciado
na quarta-feira, foi suspenso sem nem
mesmo o voto da relatora, ministra Ro-
sa Weber, e só será retomado na próxi-
ma quarta-feira, dia 14.PáginaA14
Adama investe para
produzir princípios
ativos de novos
defensivos noBrasil,
diz StanguerlinB9
Ibovespa 7/dez/22 -1,02% R$ 23,8 bi
Selic (meta) 7/dez/22 13,75% ao ano
Selic (taxa efetiva) 7/dez/22 13,65% ao ano
Dólar comercial (BC) 7/dez/22 5,2202/5,2208
Dólar comercial (mercado) 7/dez/22 5,2041/5,2047
Dólar turismo (mercado) 7/dez/22 5,2178/5,3978
Euro comercial (BC) 7/dez/22 5,4823/5,4850
Euro comercial (mercado) 7/dez/22 5,4716/5,4722
Euro turismo (mercado) 7/dez/22 5,5155/5,6955
Ideias
Indicadores
Raquel Elias FerreiraDodge
Oaumentodapobrezaé fatourgentee
imprevisível, que jáestáexcluídodoteto
degastos, conformeaConstituição.A20
JorgeArbache
Aenergia,definitivamente,deixoudeserum
itemamaisdecustoparasetornar fatorcrí-
ticododestinodeoperações industriais.A21
Destaques
MinasGeraisviveuoutroanodecrescimen-
to.Aeconomialocaldeveencerrar2022em
altade3,5%a4%,segundoprojeçãodaFun-
daçãoDomCabral—resultadomelhorque
os2,8%projetadosparaopaís.Apesarda
expansão,oEstadovaiencerraroanocom
déficitdeR$11,7bilhões,muitoinferioraos
R$61,2bilhõesde2021.“Foimaisumano
derecuperaçãofinanceira.Maspara2023
nãoháumcenárioconfortável”,dizEduar-
doMenicucci,daFDC.Cadernoespecial
Agropedecombateadesmatamento
Investidoreseespecialistasdoagronegócio
esperamqueoBrasilcombataodesmata-
mentonaAmazôniaeretorneàsmesas in-
ternacionaisdenegociaçãosobrequestões
climáticas.EmdebatenoAgrovision,evento
promovidopeloItaúBBA, liderançasdose-
toravaliaramqueainaçãodoatualgoverno
colaborouparaqueUEaprovasse leique
barraaimportaçãodecommoditiesasso-
ciadasàdevastaçãoambiental.B10
Exportaçãodeveículos
De janeiroanovembro, asmontadoras
instaladasnoBrasil exportaram34,3%
mais, emvolume,doqueemigualperío-
dodoanopassado.AcrisenaArgentina,
que reduziuaparticipaçãodopaísnos
embarquesbrasileirosde36%para29%,
foi compensadapeloaumentodevendas
paramercadoscomoMéxico,Colômbiae
Chile,que, alémdisso,demandamveícu-
losdemaiorvaloragregado.B5
‘Responsabilização360°’
Empresas condenadas pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) por cartel em licitações públicas
correm o risco de também terem que
responder no Judiciário pelas infrações.
O Cade adotou a chamada “responsabili-
zação 360°” e passou a expedir comuni-
cados sobre as condenações aos órgãos
competentes, como o Ministério Públi-
co, para possíveis medidas legais.E1
Safravêbolsacomdescontode30%
Na esteira do ciclo de alta da Selic, o Ibo-
vespa passou a ser negociado a múlti-
plos bastante atrativos, com desconto
de mais de 30% em relação à média dos
últimos cinco anos.“É um bom momen-
to para alocar em renda variável para
quem tem um horizonte mais dilatado e
pode esperar retorno do investimento a
médio e longo prazo”, afirma Cauê Pi-
nheiro, estrategista de investimentos
em ações do Banco Safra.C6
MinasGerais
Éxito pode render até R$ 1,5 bi ao GPA
O GPA, dono do Pão de Açúcar, espera
obter de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão com
a cisão da varejista colombiana Éxito,
que hoje faz parte do grupo. A separa-
ção — semelhante à realizada com o As-
saí — deve ser concluída no segundo tri-
mestre de 2023. O GPA tem hoje 96% do
capital do Éxito, que opera lojas na Co-
lômbia, Uruguai e Argentina, e deverá
se desfazer de 83% das ações.B6
EduardoBartolomeo,presidentedaVale: objetivoévender10%donegóciodemetaisbásicos,mascisãoseráefetivadamesmosemumparceiro
LEOPINHEIRO/VALOR
Apósdois finsdeanocomkaraokêvirtualdos funcionários, aconstrutoraPassarelli retomaa
confraternizaçãopresencial, dizadiretoradegestãodepessoas, LuciaMenezesCotes.Pág.B2
SI
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A
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R
Momentode festa
.
Governoeleito
assumedesafio
dareconstrução
BrunoGóes
“OGlobo”, deBrasília
Os obstáculos que o futuro governo já
enfrenta, como as negociações da PEC da
Transição e o destino do “orçamento se-
creto”, foram analisados, na terça-feira,
por integrantes da equipe de transição
em mais uma edição da série de debates
“E agora, Brasil?”, promovida pelo Valor
e “O Globo”, com patrocínio do Sistema
Comércio,pormeiodaCNC,Sesc, Senace
de suas federações. “O desafio é fazer a
transição, encaminhar a pacificação e
iniciar a reconstrução nacional”, disse o
ex-ministro Nelson Barbosa, que citou a
faltaderecursos, jáneste fimdeano,para
atividades essenciais da máquina públi-
ca. Participaram do encontro o governa-
dor da Bahia, Rui Costa; o senador eleito
Wellington Dias e a deputada federal
eleitaMarinaSilva.PáginasA8eA9
Submarino
abre quiosque
e estuda lojas
AdrianaMattos
DeSãoPaulo
A varejista on-line Submarino, con-
trolada pela Americanas, entrou no
mundofísicocomaaberturadesuapri-
meira unidade — no formato de fran-
quia de quiosques — no Shopping Tam-
boré, em Barueri, na Grande São Paulo.
Numsegundomomento,aempresapo-
deráavançarparaomodelode lojas tra-
dicionais. O foco dessas unidades serão
itens de tecnologia, como telefones ce-
lulares e acessórios, um segmento do
varejo extremamente pulverizado e ba-
sicamente de lojas regionais.PáginaB6
Jornal Valor --- Página 2 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@22:33:59
A2 | Valor | Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
Brasil
Economiasustentável exigeesforços
quevãoalémdepolíticaspúblicas
SILVIAZAMBONI/VALOR
Carolina Learth, Patrícia EllendaSilva, CarloPereira e FelipeBittencourt: reconhecer aurgência doassunto
ClaudioMarques
Para oValor, de SãoPaulo
Oavançorumoaumaeconomia
mais sustentável, com a adoção de
práticas socioambientais e boa go-
vernança corporativa (ESG) pelas
empresas, passa pela combinação
de capital e esforço privado, políti-
cas públicas e a adesão da socieda-
de civil no processo. Esse é o qua-
droquese formasegundoosparti-
cipantes da live, promovida pelo
Valor, “Desafios da transformação
ESGnocenáriobrasileiro”.
O debate, realizado na quarta-
feira, foi uma prévia ao Cidadão
Global,eventopromovidopeloVa-
lor e Santander, que ocorre nesta
quinta-feiraeterácomotema“ESG
—dodiscursoàprática”.
Participaram da live Carolina
Learth, líder de Sustentabilidade do
Banco Santander Brasil, Patrícia El-
len da Silva, sócia-presidente da Sys-
temiq no Brasil e cofundadora da
AYA Earth Partners, Carlo Pereira,
CEOdoPactoGlobaldaONUnoBra-
sil, e Felipe Bittencourt, fundador e
CEO da WayCarbon, consultoria de-
dicada à gestão da pauta ambiental
eminiciativaspúblicaseprivadas.
SegundoLearth,oprimeiropasso
é reconhecer a urgência do assunto
e, a partir daí, empresas, governos e
sociedade passarem da intenção pa-
ra a ação. Já Silva lembra que há um
desafio de escala no país, especial-
mentenapreservaçãodasflorestas.
Bittencourt, da WayCarbon, adi-
ciona que o setor público é peça-
chave para que oportunidades não
sejam perdidas. Uma melhor coor-
denação interministerial éessencial,
o que não aconteceu nos últimos
quatro anos, diz, deixando o Brasil
atrásdaColômbiaeMéxiconaagen-
da climática latina. “Outro ponto, é
terumcompromissocomaNDC(si-
gla em inglês para Contribuição Na-
cionalmente Determinada), meta
brasileira no âmbito da ONU e que
está ligadaaodesmatamento.”
Segundo estudo da consultoria
McKinsey, serão necessários US$ 9,2
trilhõesemgastosmédiosanuaisaté
2050 em ativos físicos para a trans-
formação da economia global, de
modo a alcançar as emissões líqui-
daszero.Essecenárioéapontadoco-
mo capaz de gerar muitas oportuni-
dades para o Brasil. “Realmente
acredito em ESG e sustentabilidade,
como um diferencial comparativo
paraoBrasil”, afirmaPereira,doPac-
toGlobal.Maselealertaqueparaob-
teros resultadosesperadosépreciso
oenvolvimentodetodaasociedade,
engajar as lideranças das empresas
nesseprocesso.
Bittencourt, da WayCarbon,
lembra que os dirigentes de em-
presas estão mais familiarizados
com o tema ESG, especialmente o
climático, mas ainda precisam
amadurecer e entender como suas
empresas devem agir, compreen-
dendo as oportunidades e os ris-
cos. Ele também considera impor-
tante a criação de incentivos, des-
de juros diferenciados, a um mer-
cadoreguladodereduçãodeemis-
são. “É ter os incentivos certos para
engajaracadeiade fornecimento.”
Para Learth , do Santander, a pró-
pria indústria financeira também
precisa repensar seu jeito de fazer
negócios para acelerar as transfor-
mações para a nova economia. “O
desafio é fazer com que minhas es-
teiras de risco possam conversar
com as melhores práticas dos clien-
tes, aquelesqueestãoemrota para a
descarbonização precisam ter algu-
madiferenciação”,diz.
Apesar de a instituição já ter me-
canismos para considerar as ques-
tões climáticas, ela diz que o banco
vai trabalhar muito mais para reco-
nhecer as práticas dos clientes. Tam-
bém cita a agenda positiva, com a
criação de produtos e serviços para
descarbonizaçãoemétricasparapo-
der dar certeza de que se está fazen-
doacoisacerta,queumempréstimo
érealmenteparadescarbonizar.
Silva, da Systemiq, afirma que é
preciso adotar uma política eco-
nômicaclimáticaesocial,queinte-
greo ‘E’, o ‘S’ eo ‘G’. Paraela, semfa-
lar de emprego, crescimento eco-
nômico e fome, a agenda fica pre-
judicada. “Somos um celeiro de
alimentos no mundo, mas volta-
mos ao mapa da fome e temos
muitos problemas de desperdício
alimentar. Se solucionarmos essa
equação, resolvemos boa parte do
problemaclimático”, afirma.
Pereira,doPactoGlobal,nãoacre-
dita que o social, o “S” de ESG, tenha
avançado menos em relação ao am-
bientalegovernançanosetorcorpo-
rativo. “É um processo. Não existe
hoje uma empresa que tenha avan-
çado igualmente em todos esses as-
pectos.” Mas reforça que é preciso
começar a reconhecer mais itens
dentro do guarda-chuva do social,
como os direitos humanos, incluin-
doostrabalhistasesaúdemental.
Abundance Brasil F5
Adama B9
Aegea B3
Águas do Brasil B3
Americanas B6
AMP F1
Anglo American F1, F4
Aperam South America F4
Apple B8
ArcelorMittal F2, F4
Ativa Corretora F4
Azul B7
B3 A12
Banco do Brasil C1
Basf F5
Battery Streak F2
BHP Billiton F2
BNDES A6
Boeing B5
Bradesco Asset
Management C3
BTG Pactual B1
Caixa A12
Canadian Solar F4
CanPack F1
Cargill B10
CBMM F2
CBTU F7
Cedro Mineração F8
Cemig F7
CGN Brasil Energia F4
CMOC F2
Codemge F7
Codemig F7
Companhia Riograndense
de Saneamento B3
Companhia Tradicional de
Comércio B8
Comprovei F5
Cooxupé F6
Copasa B3, F7
Corsan B3
CSN F5
Datum F5
Delta Air Lines B5
DSM B10
Echion F2
Embraer B3
Emtel F5
Equatorial B3
Equinor B1
Eve B3
Foxconn A18
Gasmig F7
Gerdau F2, F4, F5
Gerdau Next F4
GK Ventures B10
Glencore B4
Goldman Sachs B1
guide investimentos C2
Heineken F1
Iguá B3
INC S.P.A. F7
Itaú F5, F8
Itaú BBA B10
KFW F5
Lenarge F5
Loft B1
McKinsey A2
Mercado Livre B8
Mineração Taboca F2
Minsur F2
MRV F8
Natura F8
NSTech F5
NV Capital F4
ParaisoState Coffee F6
Petrobras A6, A12
Sabesp A12, B3
SAM F4
Samarco F2, F5
Sanepar B3
Santander A2
Saurus C1
Serpro A5
Shell F1, F4
SMC Specialty Coffee F6
Solver Tecnologias F5
Southwest Airlines B5
Submarino B6
Swift F5
Syngenta Group B9
Systemiq A2
TIM Brasil B1
Tozzini & Freire
Advogados B8
Uni.co B6
United Airlines B5
Urca Capital Partners C2
Urca Real Estate Holdings
Company C2
Usiminas F2, F4
Vale B1, F2, F4, F5, F8
Valor da Logística
Integrada B1
VLI B1
Volkswagen Financial
Services C1
WayCarbon A2
Wickbold F5
Zurich F5
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
6% dos domicílios têm vítima de roubo ou furto
LucianneCarneiro e
AlessandraSaraiva
DoRio
Quase6%(5,8%)dosdomicílios
no Brasil tiveram pelo menos um
morador que foi vítima de roubo
ou furto em 2021. Isso correspon-
de a 4,225 milhões de todo o país.
Ao mesmo tempo, mulheres, pre-
tos e pardos temem mais ser víti-
mas, na maioria dos crimes, do
que homens e brancos.
Os dados são estudos do Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE), realizados a par-
tir de perguntas incluídas na Pes-
quisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua do
quarto trimestre de 2021.
A taxa de quase 6% se refere à
ocorrência de furto e/ou roubo
em algum momento nos 12 me-
ses anteriores ao momento em
que o entrevistado participou da
pesquisa. O indicador exclui os
casos duplicados, em que o mes-
mo domicílio tem um caso de
morador que foi vítima de roubo
e outro em que sofreu um furto.
Aincidênciadealgumasituação
de roubo e/ou furto foi maior na
região Norte, em que 9,34% dos
domicílios tinham alguma vítima
(516 mil domicílios). A região Sul
foiademenorproporçãodedomi-
cílios com vítimas de roubo e/ou
furto, com4,59%(504mil).
“A ideia com a pesquisa é chegar
à cifra obscura de furtos e roubos
no país, que é a de crimes não re-
gistrados”, explica a analista do
IBGE Alessandra Brito, uma das
responsáveispelapesquisa.
A pesquisa traz também indi-
cadores isolados sobre a ocor-
rência de furtos (quando não há
violência ou ameaça à vítima) e
roubos (situações em que há vio-
lência, com ou sem uso de arma).
Em 2021, 2,9 milhões de domi-
cílios tinham ao menos um mora-
dor que foi vítima de furto nos 12
meses anteriores à data da entre-
vista, ou 4% do total de domicílios
no país. A região Norte apresentou
o maior percentual (6,5%), e a Nor-
deste, omenor (3,3%).
A incidência de roubos foi me-
nor que a de furtos. Em 2021, 1,5
milhão de domicílios tinham pe-
lo menos um morador que foi ví-
timaderoubonosúltimos12me-
ses, 2% dos domicílios do país.
Na classificação dos furtos e
roubos, a pesquisa divide entre
as situações que ocorreram den-
tro do domicílio (sem considerar
carro, moto e bicicleta), fora do-
micílio (também excluindo os
três itens) e aquelas que se refe-
rem especificamente aos três
bens de consumo duráveis (car-
ro, moto e bicicleta).
Entre aqueles domicílios que ti-
nham pelo menos um morador ví-
tima de furto, 184 mil (6,4%) sofre-
ram furto de carro; 144 mil (5%) de
moto; e348mil (12%)debicicleta.
Os pesquisadores alertam sobre
a possibilidade de os dados de es-
tarem sobrerrepresentados, pelo
fato de o entrevistado poder rela-
tar como furto bens que se perde-
ram sem explicação ou de pouca
importânciapara registropolicial.
No estudo, as mulheres tive-
ram proporção de risco maior do
queoshomens,deseremvítimas,
em dez de 13 crimes listados cita-
dos pelo IBGE. A maior diferença
em pontos percentuais, entre ho-
mens e mulheres, ficou no crime
“ser vítima de agressão sexual”.
Enquanto 5,7% dos homens en-
trevistados tinham temor de se-
rem alvos desse crime, essa fatia
saltou para 20,2% das mulheres.
Na análise pela ótica cor ou ra-
ça, a proporção de pessoas que
relataram risco médio ou alto de
ser vítima foi maior entre as de
cor preta e parda para dez dos 13
tipos de violência investigados.
NoBrasil, evita-se
olharparao lado
CristianoRomero
N
ão é verdadeira a
afirmação de que o
Brasil é um país que
não faz reformas.
Este diagnóstico
não pode ser aplicado sequer
aos 21 anos em que vivemos sob
um regime ditatorial. É falsa
também a ideia de que
deputados e senadores, eleitos
pelo povo, são obstáculo à
aprovação de reformas
institucionais.
O Brasil, de fato, deitou-se,
preguiçoso, em berço
esplêndido desde a invasão
europeia, em 1500. O que foi
determinante para a letargia
deste território, o quinto maior
do planeta, riquíssimo em
recursos naturais e habitado
por uma das maiores
populações, fator importante
para o desenvolvimento de
uma economia?
Não tenhamos dúvida: o
modelo econômico, amparado
no trabalho de indígenas
nativos do país e de africanos
escravizados e responsável pelo
florescimento comercial da
então colônia portuguesa,
condenou de morte qualquer
projeto de nação que se
projetasse para este enorme
canto do mundo. Os indígenas
foram escravos durante 150
anos. Seus algozes demoraram
todo esse tempo para constatar
que eles não se adequavam ao
trabalho nas lavouras de
cana-de-açúcar porque,
durante séculos, talvez,
milênios, jamais recorreram à
produção contínua porque,
para eles, não havia sentido.
O extrativismo e a pesca eram
as principais formas de
trabalho, e estas não exigem
dedicação diária, ao contrário
da agricultura. Vem daí uma
das mistificações mais cruéis da
triste história deste país — a de
que os povos indígenas do
Brasil são preguiçosos.
Quando nos lembramos que
convivemos com essa
ignomínia por quase quatro
séculos, 93% da nossa história
desde a chegada do navegador
português Pedro Álvares
Cabral, fica bastante fácil
entender a principal razão do
nosso fracasso como nação.
Como a abolição da escravidão
não foi aceita pelas oligarquias
rurais, a situação de apartheid
da população negra foi
mantida por meio de ardis
como permitir que os
ex-escravos pudessem estudar
em escolas construídas a uma
enorme distância de onde eles
moravam.
Os oligarcas ficaram tão
furiosos com a perda de
“patrimônio” (os africanos
escravizados e vendidos como
mercadoria durante quase 400
anos) que imediatamente
exigiram do então governo
monárquico compensação
financeira. Em seguida,
conspiraram com os militares
para derrubar o imperador
Dom Pedro II, instituir uma
República e forçar os novos
governantes a criar incentivos
para atrair imigrantes do Japão
e da Europa. No caso dos
europeus, o objetivo declarado
foi o de “embranquecer” a força
de trabalho, dominada pelos
negros.
Como poderia dar certo uma
República no ódio a uma
população sequestrada em seu
país e que, portanto, não veio
para cá por decisão própria. A
escravidão e a tentativa das
elites de convencer os
brasileiros de que somos uma
democracia racial
amaldiçoaram o Brasil.
A longeva escravidão
consagrou neste país a ideia de
que existem cidadãos de duas
classes, sendo que a mais
numerosa, os negros, são uma
categoria inferior, destinada a
sempre exercer funções
sucedâneas. O caso da família
brasileira, de classe média alta,
denunciada nos Estados Unidos
por não pagar salário à
empregada, negra, que eles
levaram do Brasil mostra a
mentalidade, no que diz
respeito às relações sociais
predominantes.
O racismo contra os negros,
mais do que o manifestado a
minorias como os indígenas,
era e será a principal
característica nacional por
muito tempo ainda ou mesmo
para sempre, como constatou,
frustrado, o abolicionista
Joaquim Nabuco. Em discurso
proferido no Congresso
Nacional, Nabuco lamentou
profundamente o atraso do
Brasil em eliminar aquela
barbaridade.
O país foi o último das
Américas a abolir a escravidão.
Diz-se que Dom Pedro II
desejou fazer isso bem antes de
maio de 1888. O problema é
que os produtores rurais
ameaçavam pegar em armas
para defender o regime
escravocrata, a prova definitiva
de que a sociedade humana é
fundada no ódio ao outro, se é
que ainda havia necessidade de
se provar qualquer coisa. O
Brasil avançou em algumas
questões referentes à reparação
da população negro pelos
males impingidos a eles
durante a escravidão e mesmo
depois. O sistema de cotas nas
universidades públicas estão
uma verdadeira revoluçãona
formação universitária dos
negros e pobres no Brasil. Nada
mais apropriado, as
universidades são públicas,
portanto, no país de maior
desigualdade de renda, elas
deveriam funcionar desde
sempre como uma forma, por
meio da educação, de reduzir
essa distância.
CristianoRomero é colunista e escreve
às quintas-feiras
E-mail cristiano.romero@valor.com.br
Semcombateao
racismo,reformas
nuncaserãodefinitivas
Jornal Valor --- Página 3 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@20:13:35
Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 | Valor | A3
PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM
CONTEÚDO PATROCINADO POR
Santander e BYD, líder global em vendas
de veículos elétricos, firmam parceria
estratégica para alavancar a aquisição de
automóveis e módulos solares fotovoltaicos
Banco concedeu R$ 60 milhões
com compromissos ESG à
BSBIOS, maior produtora de
biodiesel do Brasil
de metas de indicadores
ambientais, sociais e de
governança estabeleci-
dos em contrato. O banco
é pioneiro no mercado de
empréstimos atrelados a
indicadoresdesustentabili-
dadenoBrasil.
“Apresentamos este
projeto a outros bancos e o
Santanderfoimaisrápidona
resposta.Alémdarapidez, a
qualidadedaequipe técnica
do banco nos surpreendeu.
Seus profissionais ainda
tiveram um perfil consul-
tivo, em contato perma-
nente,apontandosugestões
para incrementar a nossa
proposta”, elogia Erasmo
Carlos Battistella, presi-
dentedaBSBIOS.
Para a empresa de
biocombustíveis, além
de colocar o projeto em
prática, Battistella perce-
beu que a ação deu mais
confiança ao seu time de
profissionais. “Quando a
gente vê que nossas ideias
saíram do papel, a motiva-
ção é inevitável. Passamos
a trabalhar com mais
confiançaeenergia, conso-
lidando a imagemde credi-
bilidade da nossa empresa
nomercado”, declara.
O financiamento “verde”
foiumcaminhonaturalpara
aBSBIOS,quejátememseu
DNAopropósitodepraticar
o desenvolvimento susten-
távelpormeiodoagronegó-
cio e das energias renová-
veis.Umadesuasprincipais
metas é tornar-se uma das
maiores produtoras de
biocombustíveis domundo
ecarbononeutroaté2030.
Outra parceria que
está em tratativas finais
com o Santander é sobre
o Programa Crédito de
FornecedorSustentável2SC
da BSBIOS, uma iniciativa
alinhada comos princípios
ESG. O objetivo é aumen-
tar a qualidade e promover
o desempenhopermanente
da cadeia de suprimentos,
visando mitigar riscos e
obter ecoeficiência, garan-
tindo a participação das
empresas no mercado de
combustíveis sustentáveis
atravésdecertificações.
“Com este apoio, nós
poderemos realizar a
certificação sustentável
de nossas matérias-pri-
mas, adequando nossa
cadeia de fornecedores,
agregando valor e desen-
volvimento sustentável”,
explica Battistella.
Além de duas unidades
produtivas no país, uma
em Passo Fundo (RS) e
outra em Marialva (PR), a
BSBIOStambémcontacom
umaunidadedeproduçãona
Suíça e conduz o projeto de
construçãodabiorrefinaria
OmegaGreen,noParaguai,
que irá produzir biocom-
bustíveisavançadosapartir
de 2025. Recentemente, a
companhia também anun-
ciou o projeto de implan-
tação de uma unidade de
produção de etanol no Rio
GrandedoSul.
C om o propósito deajudar seus clientes e
fornecedoresaencontrarem
soluçõesparaseusnegócios
baseados nos princípios da
agenda ESG, o Santander
Brasil vem atuando como
banco estruturador, finan-
ciador e garantidor de
projetos na área de susten-
tabilidade para setores
estratégicos. A institui-
ção possui um portfólio
completo de financiamen-
tos para geração de energia
renovável, reduçãodeemis-
sõesedoconsumodeáguae
energia, tanto para pessoas
quantoparaempresasepara
oagronegócio.
Um dos recentes parcei-
ros do Santander é a líder
global em vendas de veícu-
los elétricos, a BYD. Ambos
firmaram uma parceria
estratégica para alavancar
a aquisição de automóveis
elétricosdamarca.Trata-se
de uma linha de financia-
mento especial que passa
por todas as etapas, da
compra, da análise à apro-
vação do crédito e ainda
pelas opções de planos de
pagamento, com procedi-
mento 100%digital na rede
SantanderFinanciamentos,
de maneira ágil e livre de
processosburocráticospara
concessionáriaseclientes.
“Essa parceria chega em
ummomentomuito propí-
cio para a BYD, que tem
o compromisso de entre-
gar produtos com 100%
de tecnologia verde. Este
f inanciamento especí-
fico vai nos ajudar a atrair
novos clientes e a cumprir
nossas metas de vendas
de carros elétricos, que
mostraramótimosresulta-
dosnoúltimobalanço”,diz
o diretor de comunicação,
sustentabilidadeeassuntos
corporativos da empresa,
AdalbertoMaluf.
A BYD possui 15 conces-
sionárias no Brasil e espera
chegar até o final de 2023
com 100 pontos de venda.
“2023 será o ano da eletri-
ficação dos veículos leves
e estamos preparados
para esta meta”, acres-
centa Adalberto. Dados da
Associação Brasileira do
Veículo Elétrico (ABVE)
corroboram as expectati-
vasdaBYD.Segundoaenti-
dade, jáforamcomercializa-
dosnopaís 100mil veículos
elétricos ou híbridos entre
2012 e o primeiro semestre
de2022.Nosprimeiros sete
meses deste ano, as vendas
foram31%maioresdoqueno
mesmoperíododoanoante-
rior— o quemostra cresci-
mentoemaceleração.
Os investimentos na
eletrif icação de veícu-
los poderão chegar a até
R$ 150 bilhões em 15 anos,
incluindo não apenas a
produçãodeveículoshíbri-
doseelétricos, levesepesa-
dos,mastambémaconstru-
çãodefábricasdebateriase
semicondutores e da infra-
estrutura de fornecimento
de biocombustíveis, de
Santander Brasil concedeu
R$60milhõescomcompro-
missosESGàBSBIOS,maior
produtora de biodiesel do
Brasil. A parceria terá como
contrapartida a ampliação
do projeto social de coleta
de óleo de cozinha usado
(UCO, da sigla em inglês)
emPassoFundo(RS).
Alémdereduziroimpacto
ambiental causado pelo
descarte inadequado do
resíduo nomeio ambiente,
a parceria elevará em 15%
a renda de famílias que já
fazemparte da cooperativa
dereciclagemdomunicípio.
A empresa utiliza gorduras
animais, óleode soja eUCO
como matérias-primas
para a produção de biodie-
sel. Aproximadamente 40%
das matérias-primas utili-
zadas são provenientes da
odesenvolvimento susten-
tável aomunicípio.
A linha de empréstimos
ESG Linked Loan é um
modelonoqualoSantander
oferece como benefício a
redução da taxa de juros
vinculada ao cumprimento
acordo com levantamento
daAssociaçãoNacionaldos
Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea),
feito em parceria com
o Boston Consu lt ing
Group (BCG).
O Santander tambémvai
disponibilizar aos clientes
BYD a modalidade Floor
Plan, uma linha de crédito
rotativadeutilizaçãoexclu-
siva100%digital,comcondi-
ções atrativas para aquisi-
ção de veículos da marca.
Trata-se demais uma solu-
çãofundamental, tantopara
a BYD—que assim conse-
gue maior movimentação
em seu estoque — como
para as próprias concessio-
nárias, que assim ganham
umsuportefinanceiroextra
paraoseunegócio.
Alémdos automóveis, os
concessionáriosBYDofere-
cerão aos clientes a solução
completa para a geração de
energia limpa por módu-
los fotovoltaicos fabrica-
dos pela empresa chinesa,
que também são finan-
ciados pelo Santander. O
banco é líder em soluções
de financiamento para este
segmentonoBrasil.
INCENTIVO À AGENDA ESG
Mantendo o planejamento
de diversificar os investi-
mentos verdes em áreas
fundamentaisparaodesen-
volvimento sustentável, o
agricultura familiar, bene-
ficiando cerca de dez mil
famíliasdepequenosprodu-
toresrurais.
A contrapartida prevê a
instalaçãodenovospontos
decoleta e fornecimentode
equipamentosparaacondi-
cionamento no transporte
do óleo coletado. O apoio
também virá na capacita-
ção em temas de gestão do
negócio dos cooperados,
por meio de um grupo de
voluntariado da empresa,
que também dará suporte
para articulação junto aos
setores público e privado
para ampliar a rede de
coleta de óleo. A ideia é
envolver toda a comuni-
dade em uma grande ação
de educação ambiental,
gerando engajamento,
trazendo ganhos sociais e
Santander se consolida como banco
fomentador de projetos sustentáveis
Clientes e fornecedores contam com o apoio financeiro específico do banco para
impulsionarnegóciosverdesecolocarempráticaaçõesdirecionadasparaaagendaESGFOTOS: DIVULGAÇÃO
“Esse financiamento
específicocom
oSantandervai
nosajudaraatrair
novosclientese
acumprirnossas
metasdevendasde
carroselétricos,que
mostraramótimos
resultadosno
últimobalanço”
ADALBERTO MALUF
Diretor de comunicação,
sustentabilidade e assuntos
corporativos da BYD
“Alémda rapidez, a
qualidadedaequipe
técnicadobanco
nos surpreendeu.
Seusprofissionais
ainda tiveramum
perfil consultivo, em
contatopermanente,
apontandosugestões
para incrementar a
nossaproposta”
ERASMO CARLOS
BATTISTELLA
Presidente da BSBIOS
Jornal Valor --- Página 4 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@21:11:18
A4 | Valor | Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
Brasil
ContaspúblicasDinheiro é transferido paraáreasmais carentes; Saúde recebe quase R$ 2,3 bilhões
Remanejamento ‘reparte’R$3bi
entreórgãosparacobrirburacos
LuAikoOtta
DeBrasília
Num ano de forte escassez de
recursos, o governo autorizou
ontem oito órgãos a remanejar
R$ 3,3 bilhões em recursos den-
tro do próprio Orçamento, tiran-
do dinheiro de itens que não se-
rão gastos e colocando-o em
áreas mais carentes. Com isso, a
expectativa é trazer alívio a pro-
blemas como a falta de recursos
para a emissão de passaportes.
O Ministério da Saúde recebeu
a maior autorização para rema-
nejamento, no valor de R$ 2,295
bilhões. Em seguida, vêm os mi-
nistérios da Economia, Educação
e Cidadania, com R$ 300 milhões
cada. A pasta de Minas e Energia
poderá realocar R$ 50 milhões,
seguida pelo Ministério da Justi-
ça (R$ 32,7 milhões), Trabalho e
Previdência (R$ 25 milhões) e pe-
la Agência Nacional de Aviação
Civil (R$ 4 milhões).
Segundo o Ministério da Eco-
nomia, não houve liberação de
recursos bloqueados. Ocorreu
apenasumarealocaçãodeverbas
dentrodo limitedecadaministé-
rio. Tampouco houve transferên-
cia de autorização de gasto entre
uma pasta e outra.
O remanejamento autorizado
ontemabarcadespesasobrigató-
riasediscricionárias.Caberáaca-
da ministério decidir como re-
distribuirá o dinheiro. Segundo
o Ministério da Economia, trata-
se de “uma medida regular de
governança, com o objetivo de
melhorar a eficiência alocativa
em cada ministério”.
Os valores a serem realocados
foram definidos após cada pasta
reavaliar, dentre os pagamentos
programados para este ano,
quais não seriam executados fi-
nanceiramente no exercício. As
“sobras” de dinheiro no Orça-
mento ocorrem, por exemplo,
quando uma obra atrasa. Tam-
bém é comum os ministérios in-
cluírem algum excesso em suas
previsões de gastos obrigatórios,
por medida de precaução.
“OMinistériodaEconomiarei-
tera que, diante da execução or-
çamentária e financeira desafia-
dora já relatada neste fim de ano,
segue acompanhando de perto
as demandas dos diversos órgãos
do Poder Executivo e trabalha
para o atendimento desses plei-
tos, sempre respeitando o arca-
bouço fiscal”, acrescenta.
É possível que ainda ocorra este
ano a liberação de parte dos
R$ 15,380 bilhões que foram blo-
queados ao longo de 2022 para
Fonte: Ministério da Economia
Remanejamentos
Valor por órgão, em R$ mil
Min. Economia
Min. Educação
Min. Justiça e Seg. Pública
Min. Minas e Energia
Min. Saúde
Anac
Min. Trabalho e Previdência
Min. Cidadania
Total
300.000
300.000
32.700
50.000
2.295.000
4.000
25.000
300.000
3.306.700
Órgãos Até dez
cumprir o teto de gastos. Até o dia
15 de dezembro, os ministérios de-
verão informar sobre os volumes
dedespesasobrigatóriasquepreci-
sarão empenhar até o final do ano.
Com isso, a área econômica espera
ter um quadro mais claro sobre as
despesas de 2022 e se, eventual-
mente,háespaçopara liberaçãode
recursos para atender os pleitos
maisurgentesdosministérios.
Apesar das dificuldades, a pasta
reforçouque“estãoasseguradosos
pagamentos de todas as despesas
obrigatórias que serão de fato exe-
cutadas até o fim do exercício”. É o
caso de benefícios do Instituto Na-
cional do Seguro Social (INSS), be-
nefíciossociais, salárioseoutros.
Na terça-feira, 6, o Valor publi-
cou levantamento do Ministério
da Economia segundo o qual o go-
verno federal tem R$ 15,5 bilhões
parados nos ministérios e que na
teoria poderão ser usados para co-
brir os rombos orçamentários de
várias áreas da administração pú-
blica. Os chamados recursos “em-
poçados” poderão ser usados, des-
de que o governo tenha certeza de
que os órgãos que os detêm não
conseguirãoefetuarogasto.
CMN terá de resolver impasse entre BC e Tesouro
GuilhermePimenta
DeBrasília
O Tribunal de Contas da União
(TCU) decidiu que caberá ao
Conselho Monetário Nacional
(CMN) resolver uma divergência
orçamentária e contábil envol-
vendo o Tesouro Nacional, a Se-
cretaria de Orçamento Federal
(SOF) e o Banco Central. O pro-
cesso envolve a contabilização de
receitas próprias arrecadadas pe-
lo BC por meio de multas e tarifas
cobradas do mercado, estimadas
em R$ 600 milhões por ano.
Conforme mostrou ontem o
Valor, o caso representa uma di-
vergência contábil e orçamentá-
ria entre os dois órgãos que se ar-
rasta no TCU desde 2019. O rela-
tor, ministro Bruno Dantas, aler-
tou para a sensibilidade do tema
e afirmou que o debateu algu-
mas vezes com o presidente do
Banco Central, Roberto Campos
Neto, e com técnicos do Ministé-
rio da Economia.
“A solução das complexas
questões contábeis e orçamentá-
rias levantadas deve passar pri-
meiro por um entendimento en-
tre as equipes do Ministério da
Economia e do Banco Central”,
pontuou o ministro em seu voto.
Dantas não acatou uma pro-
posta da unidade técnica, que
determinava que SOF e Tesouro
deveriam considerar, nas peças
orçamentárias, as receitas pró-
prias obtidas pelo BC.
Segundo o voto do ministro, o
BC e a Economia terão de aprovar,
no CMN, as melhores práticas or-
çamentárias para os dois órgãos. O
BC avalia que, com a decisão do
TCU, poderá utilizar suas receitas
para pagar as próprias despesas,
como era feito no passado, até que
oTesouro impediuaprática.
SOF e Tesouro excluíram as re-
Corte atinge
de bolsas a
conta de luz
nas federais
MarceloOsakabe
DeSãoPaulo
O bloqueio de recursos anun-
ciado no fim de novembro pelo
Ministério da Educação começa a
chegar à ponta. Universidades fe-
derais começam a relatar falta de
verbas inclusive para pagar contas
de água e luz, ao passo que bolsis-
tas da graduação até o doutorado
não receberam pagamento, que
deveria ter começadonodia5.
Segundo a Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), o contin-
genciamento imposto irá preju-
dicar suas atividades e também o
pagamento das mais de 200 mil
bolsas, cujo depósito deveria ter
ocorrido até ontem.
“Diante desse cenário, a Capes
cobrou das autoridades compe-
tentes a imediata desobstrução
dos recursos financeiros essen-
ciais para o desempenho regular
de suas funções, sem o que a enti-
dade e seus bolsistas já começam
a sofrer severa asfixia”, afirmou a
entidade em nota.
A Associação Nacional dos
Pós-Graduandos (ANPG) convo-
cou uma paralisação para hoje
em protesto contra a falta de re-
cursos para a categoria. “São mi-
lhares de jovens pesquisadores
que têm sua sobrevivência amea-
çada concretamente pela quebra
de contrato ao não serem pagos
por seu trabalho produzindo
ciência no país. Estamos falando
de milhares de jovens, o qual
possuem como única renda as
bolsas de estudos”, disse a asso-
ciação em comunicado
O bloqueio não atinge somen-
te o pagamento das bolsas. As
universidades federais também
relatam não ter recursos para os
programas de permanência e
mesmo contas de água e luz.
Na Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar), que teve
R$ 856 mil em recursos contin-
genciados, a reitoriadecidiucon-
seguiupagarapenas10%dasbol-
sas de graduação com recursos
residuais do orçamento de no-
vembro, sendo que o restante fi-
cou comprometido.
“Enfatizamos que a universi-
dade já havia reservado e empe-
nhado todos os recursos para o
pagamento das bolsas e demais
despesas até janeiro de 2023. Po-
rém, com a falta de envio do fi-
nanceiro, a efetivação dos paga-
mentos fica inviabilizada, a de-
pender do repasse do financeiro
por partedo governo para que
possa ser concretizada”, disse a
universidade também em nota.
Em seu site, a Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) já
havia informado no início da se-
mana que os recursos já empe-
nhados para dezembro, cerca de
R$ 5,8 milhões, foram retirados
de sua conta. Segundo o comu-
nicado, isso afeta ao pagamento
de todas as bolsas e auxílios,
contratos de terceirizados e de
serviços básicos, bem como a
manutenção de obras.
União temdebancarR$9bi
deEstadosemunicípios
LuAikoOtta
DeBrasília
O governo federal gastou
R$ 1,29 bilhão no mês de novem-
bro para quitar parcelas de dívi-
das de Estados e municípios dos
quais é avalista, de acordo com
Tesouro Nacional.
Com isso, chega a R$ 8,7 bi-
lhões o total de garantias honra-
dasnesteano.Desde2016,o total
atinge R$ 50,61 bilhões.
Dos valores desembolsados em
novembro, R$ 638,06 milhões se
referem a dívidas do Estado do Rio
de Janeiro. Também foram quita-
das parcelas das dívidas de Per-
nambuco (R$ 302,57 milhões), Rio
Grande do Sul (R$ 106,10 mi-
lhões), Piauí (R$ 87,48 milhões),
Goiás (R$ 77,04 milhões), Mara-
nhão (R$ 50,11 milhões), Alagoas
(R$ 25,77 milhões) e Rio Grande
doNorte (R$5,11milhões).
No ano, os maiores valores
honrados pelo Tesouro foram
dos Estados do Rio de Janeiro
(R$ 3,33 bilhões, ou 38,3% do to-
tal),MinasGerais (R$1,98bilhão,
ou 22,7% do total), Goiás (R$ 1,21
bilhão,ou13,9%dototal) eMara-
nhão (R$ 826,30 milhões, ou
9,5% do total).
Quando a União honra parce-
las de dívidas de que é avalista,
pode executar contragarantias
oferecidas pelos Estados e muni-
cípios e se ressarcir. Os dados
mostram, porém, que a recupera-
ção é baixa. No ano, são R$ 212,4
milhões. Desde 2016, foram recu-
perados R$ 5,6 bilhões.
Há dificuldade em recuperar
esses valores porque vários Esta-
dos obtiveram liminares no Su-
premoTribunalFederal (STF)que
suspendem a execução de con-
tragarantias. Além disso, os Esta-
dos que estão no Regime de Re-
cuperação Fiscal (RRF) são prote-
gidos dessas medidas.
ceitas do BC do Orçamento Geral
da União e da contabilização nos
Relatórios Bimestrais de Avalia-
ção de Receitas e Despesas sob a
alegação de que o registro dos re-
cursos obtidos pelo órgão gerava
uma duplicidade de receita para
a União, já que eram contabiliza-
dos como receita primária e tam-
bém financeira, o que foi rebati-
do pela área técnica do TCU.
Caso a interpretação do BC se
confirme, significaria, por via indi-
reta, aumento da disponibilidade
de recursos da União para fazer
frente a despesas obrigatórias ou
discricionárias, pois a autoridade
monetária não dependeria apenas
do fluxo financeirodoTesouro.
Bruno Dantas também reco-
mendou que o BC incremente a
transparência e a publicidade do
Orçamento da Autoridade Mo-
netária (OAM), "notadamente
mediante desenvolvimento de
sistema ou plataforma que se
mostre adequado à inclusão e di-
vulgação diárias de todos os va-
lores que transitam no OAM, de-
vendo a divulgação ser feita tam-
bém na internet, mensalmente".
Como o caso também tratou de
incompatibilidades contáveis en-
tre os sistemas do BC e do Tesouro,
o TCU recomendou que os órgãos
implementem procedimentos
"que melhor se amoldem à legisla-
ção vigente e que não gerem con-
flitos entre padrões contábeis e or-
çamentários, dando-se preferên-
cia a alternativas que apresentem
melhorviabilidadeoperacional".
Pessoas envolvidas na discus-
são temiam que, no limite, uma
decisão do TCU poderia resultar
em mudanças no balanço e na
contabilidade do Banco Centras,
afastando-os dos padrões inter-
nacionais, o que prejudicaria a
comparação com as demonstra-
ções financeiras das outras auto-
ridades monetárias.
TCU critica, mas dá aval para
créditos extraordinários
Murillo Camarotto
DeBrasília
Com críticas de ministros e
uma votação apertada, o Tribu-
nal de Contas da União (TCU) au-
torizou ontem o governo a abrir
crédito extraordinário para pos-
sibilitar o pagamento regular do
Benefício de Prestação Continua-
da (BPC) e do seguro-desempre-
go, além de despesas judiciais.
A consulta foi encaminhada
ao TCU pela Casa Civil, a pedido
do Ministério da Economia. O
governo alega, entre outras coi-
sas, que a redução do represa-
mento de benefícios do INSS
acarretou em despesas superio-
res às que estavam estimadas.
Ocorre que não há mais espa-
ço no teto de gastos para o paga-
mento dos benefícios, motivo
pelo qual o governo quer bancar
as despesas por meio de crédito
extraordinário. Com o aval do
TCU, uma medida provisória de-
ve ser editada para viabilizar a
abertura dos créditos.
Apesar da autorização, minis-
tros do TCU questionaram o su-
postocaráter imprevisível eurgen-
te das despesas, condição legal pa-
ra a abertura dos créditos extraor-
dinários. O ministro Vital do Rêgo,
por exemplo, disse que o governo
teria condições de prever o cresci-
mento das despesas previdenciá-
rias e, então, abrir crédito suple-
mentar, enãoextraordinário.
O ministro Benjamin Zymler
votou a favor da liberação, mas
não deixou de lamentar o fato de
o TCU “estar sendo obrigado a
usar — de forma heterodoxa — os
créditos extraordinários”.
“O que aconteceu no mundo
real é que o excesso de emendas
RP-9 (emendas do relator), que es-
tão submetidas ao teto, acabaram
levando em consideração que as
despesas previdenciárias pode-
riam ser suplementadas por crédi-
to extraordinário. Houve aposta
orçamentárianesse sentido.”
Foiapresentadovotodivergente
pelo ministro-substituto Weder
Oliveira, para quem a demanda do
governo não se enquadraria nos
requisitos legais exigidos para os
créditosextraordinários.
Ele sugeriu que o governo fos-
se lembrado de que o instrumen-
to “se destina a despesas que pre-
enchamosrequisitosde imprevi-
sibilidade e urgência delimita-
dos semanticamente pelo texto
constitucional como equipará-
veis às existentes em situações
decorrentes de guerra, comoção
interna e calamidade pública”.
A divergência foi acompanha-
da pelos ministros Walton Alen-
car e Augusto Sherman. A maio-
ria, no entanto, acabou acatando
o parecer do relator, ministro
Antonio Anastasia, que fez ques-
tão de reforçar que, apesar do
aval, o governo é o responsável
pela regularidade do gasto.
BenjaminZymler: críticas aouso “de formaheterodoxa”dos créditos
LEOPINHEIRO/VALOR
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Jornal Valor --- Página 5 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@21:07:29
Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 | Valor | A5
Brasil
Fonte: Artigo publicado pelo Informe de Previdência Social divulgado pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
* Idade média na data de início de benefício (DIB)
Aumento gradual
Idade média de aposentadoria
Homens
Idade Urbana
Idade Rural
Aposentadoria por tempo de Contribuição
Aposentadoria de professor
Aposentadoria Especial
Aposentadoria por Incapacidade
Total dessas aposeentadorias
2019
65,64
60,8
56,52
56,37
49,9
52,27
58,7
2020
65,56
60,67
57,16
57,98
51,59
53,76
61,14
2021
50 55 60 65 70 75
65,6
60,83
57,93
58,9
52,35
54,56
62,23
Mulheres
Idade Urbana
Idade Rural
Aposentadoria por tempo de Contribuição
Aposentadoria de professor
Aposentadoria Especial
Aposentadoria por Incapacidade
Total dessas aposeentadorias
2019
61,73
56,2
53,44
52,69
49,98
52,38
57,25
2020
62,67
56,16
54,01
54,45
51,07
54,26
58,43
2021
50 55 60 65 70 75
63,04
56,27
54,85
55,47
52,24
54,72
59,26
Ambos os sexos
Idade Urbana
Idade Rural
Aposentadoria por tempo de Contribuição
Aposentadoria de professor
Aposentadoria Especial
Aposentadoria por Incapacidade
Total dessas aposeentadorias
2019
63,23
58,21
55,27
52,9
49,91
52,31
57,96
2020
64,06
58,26
55,81
54,72
51,5
53,9659,79
2021
50 55 60 65 70 75
64,34
58,32
56,56
55,75
52,32
54,63
60,75
ContaspúblicasCrescimento é maior entre os homens e chega a 62,23 anos
Médiadeidadedeaposentado
sobe2,79anosapósreforma
EdnaSimão
DeBrasília
Com a aprovação da reforma
da Previdência em 2019, a idade
média dos brasileiros que se apo-
sentam pelo Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS) está su-
bindo gradualmente. Em dois
anos, a saltou 2,79 anos de 57,96
anos em 2019 para 60,75 anos
em 2021. Os dados constam de
artigo que trata do impacto da
reforma sobre as idades de apo-
sentadoria publicado no Infor-
me de Previdência Social do Mi-
nistério do Trabalho e Previdên-
cia. A análise considera a data de
início de benefício (DIB).
O aumento da idade média de
aposentadoria foi verificado
tanto para homens quanto para
mulheres, mas ocorreu de forma
mais expressiva para os homens.
Enquanto a idade média de apo-
sentadoria dos homens teve um
acréscimo de 3,53 anos de 2019
a 2021, saindo de 58,7 anos para
62,23 anos, a das mulheres re-
gistrou uma expansão de 2,01
anos, passando de 57,25 anos
para 59,26 anos.
O artigo assinado pelos econo-
mistas Rogério Nagamine Cos-
tanzi e Carolina Fernandes dos
Santos mostra também uma di-
minuição na diferença entre a
idade de aposentadoria dos que
solicitam o benefício por tempo
de contribuição, que normal-
mente é de maior nível de escola-
ridadeerenda, edaquelesquees-
tão na área rural, que agrega
principalmente os segurados es-
peciais. “Essa convergência tem
contribuído para tornar mais
equânime o sistema previdenciá-
rio brasileiro”, informam os eco-
nomistas no artigo.
Em 2019, conforme o estudo, a
idade média de aposentadoria
do homem que se aposentou por
idade na clientela rural era 4,28 e
4,43 anos maior que a idade da-
queles que se aposentaram por
ATC (Aposentadoria por Tempo
de Contribuição) e ATC de pro-
fessor, respectivamente. Em
2021, essas diferenças caíram pa-
ra 2,9 e 1,93 anos. No caso das
mulheres, a diferença era de 2,76
e 3,51 anos e diminuiu para 1,42
e 0,8 anos em 2021.
A análise aponta também que
na aposentadoria por idade rural,
que não sofreu mudança de regra
na reforma da Previdência, houve
uma relativa estabilidade na idade
média de aposentadoria, que se
manteve no patamar dos 58 anos.
Por outro lado, na aposentadoria
por idade urbana, a idade média
teve um aumento de 63,23 anos,
em 2019, para 64,34 anos em
2021, uma alta de 1,11 ano. Com
isso, em 2021, em média, os traba-
lhadores urbanos do RGPS se apo-
sentaram seis anos mais tarde que
os rurais (64,34 x 58,32 anos), pa-
tamar superior ao observado em
2019, que foi de cinco anos (63,23
x58,21anos).
“No geral, no agregado de to-
das as aposentadorias, também
houve incremento na idade mé-
dia, mas cabe destacar que tal
tendência ou trajetória também
foi afetada pela composição das
aposentadorias como, por exem-
plo, a diminuição da importância
relativa das aposentadorias por
invalidez ou por incapacidade
permanente na concessão total
nos anos de 2020 e 2021”, infor-
mam os economistas no estudo.
Aprovada em 2019, a reforma
da Previdência estabeleceu uma
idade mínima de aposentadoria
de 62 anos para mulheres e 65
anos para homens, além de uni-
ficar as regras de concessão do
benefício para o setor público e
privado. Na ocasião, foi extinta a
possibilidade de aposentadoria
por tempo de contribuição, que
não tinha requisito de idade mí-
nima e em que normalmente a
média de idade era mais baixa, e
o valor pago de benefício, mais
elevado. Segundo a análise dos
economistas, o aumento da ida-
de da aposentadoria é gradual,
como esperado, porque foram
estabelecidas várias e longas re-
gras de transição.
“Como esperado, as mudanças
nas regras de aposentadoria do
RGPS estabelecidas na reforma de
2019, por meio da EC 103/2019,
devem gerar incremento gradual
das idades médias de aposentado-
ria tanto no RGPS como também
paraos servidorescivisdaUnião.O
incremento gradual se explica
porque, embora tenham sido fixa-
das as idades mínimas de 65 anos
para homens e 62 anos para mu-
lheres,naprática, contudo,paraos
que já estavam filiados antes da re-
forma há regras de transição bas-
tante longas. Por essa razão, a con-
vergência aos parâmetros citados
deve ocorrer de forma bastante
gradual”,destacaoartigo.
Transiçãoavalia converter emtítulosR$27bidadívida
LuAikoOtta
DeBrasília
Proposta por entidades em-
presariais, a ideia de transformar
em títulos os R$ 2,7 trilhões em
créditos inscritos na Dívida Ativa
da União e outros valores a rece-
ber pela Receita Federal foi anali-
sada pela equipe de transição, in-
forma fonte. Embora não esteja
no foco da equipe no momento,
poderá ser levada ao futuro mi-
nistro da Fazenda para ser anali-
sada pela nova equipe como uma
alternativa para elevar receitas.
“A solução pode ser boa, mas
apenas para créditos de difícil re-
cuperação”, disse o presidente da
Unafisco Nacional, sindicato dos
auditores fiscais, Mauro Silva. Ele
foiprovocadoa opinar sobre o te-
ma pelo economista Guilherme
Mello, da equipe de transição.
A entidade atuou no Senado
durante apreciação de um proje-
to de lei apresentado pelo sena-
dor José Serra (PSDB-SP) que tra-
ta da cessão de direitos creditó-
rios dos entes da Federação. O
projeto foi aprovado no Senado
em 2017 e se encontra em análise
na Câmara dos Deputados.
Na época em que o projeto esta-
vaemdiscussãonoSenado,apreo-
cupaçãodosauditoreseragarantir
que não apenas os créditos já par-
celados, com maior probabilidade
de recebimento, fossem objeto da
medida. “Essa dívida já está sendo
paga, por isso não precisa de secu-
ritização”, comentouSilva.
Já para os créditos de difícil re-
cuperação, que são transaciona-
dos com deságios elevados, a
Unafisco propõe que haja uma
classificação de risco, de forma a
estabelecer uma escala de des-
contos na securitização.
Essas e outras sugestões foram
entregues à equipe de transição,
informou Silva.
A conversa sobre securitização
ocorreu em uma reunião em que
o dirigente sindical relatava à
equipe de transição o quadro
que encontrará no “chão de fá-
brica” da Receita Federal. O Valor
publicou em outubro uma re-
portagem mostrando que o ór-
gão teve, neste ano, o menor or-
çamento de sua história para pa-
gar despesas de custeio. Faltam
recursos até mesmo para pagar o
Serpro, estatal que administra o
sistema de arrecadação federal.
A atual equipe de governo tem
em andamento um programa de
recuperação de créditos tributá-
rios, por meio do qual já recupe-
rou R$ 200 bilhões desde 2019. A
transação tributária envolve um
acordo entre o fisco e o contri-
buinte, noqual litígios sãoencer-
rados e a dívida é paga com des-
conto de multa e juros.
Aluguel temmaiorquedaem14meses, diz FGV
AlessandraSaraiva
DoRio
A variação de preço de aluguel
na leitura da Fundação Getulio
Vargas (FGV) teve, em novembro, a
mais intensaquedaem14meses—
mas a sustentabilidade desse re-
cuo,parapróximosmeses,é incóg-
nita. A avaliação é do economista
da fundação,PauloPicchetti, ao fa-
lar sobre a retração de 0,36% no Ín-
dice de Variação de Aluguéis Resi-
denciais (Ivar), anunciada ontem
pela FGV. Em outubro, o recuo foi
de 0,10%. Foi a taxa negativa mais
forte desde setembro de 2021
(-0,88%), acrescentou ele, influen-
ciada por desacelerações e recuos
em taxas mensais de indicadores
inflacionários,nosúltimosmeses.
Esses índices, como IPCA e IGP-
M, são indexadores para reajuste
em contratos de aluguel. Com ta-
xas mensais menores sendo inclu-
sas no resultado em 12 meses dos
indicadores, isso reduz taxas acu-
muladas,usadasnocálculodorea-
justedealuguel,notouotécnico.
Mas Picchetti faz um alerta. Não
hácomosaber seavariaçãodealu-
guel mensurada pela FGV vai con-
tinuaracair.Háumaimprevisibili-
dade de projeções para o cenário
macroeconômico. Isso inclui esti-
mativas para indicadores inflacio-
nários, cuja evolução afeta a traje-
tóriado Ivar,notouele.
O especialista comentou que
três das quatro capitais usadas pa-
ra cálculo do indicador tiveram
queda na variação de aluguel, em
novembroanteoutubro. Sãoosca-
sos dosrecuos observados em São
Paulo (-0,32%), Belo Horizonte
(-1,21%) e Porto Alegre (-1,13%). A
única cidade a registrar alta foi o
Rio de Janeiro (1,55%). “Isso tem a
ver mais com as especificidades do
mercado imobiliário carioca”, dis-
se, reiterando que, em novembro,
a tendência no preço do aluguel,
foidequeda.
Otécnicoexplicouqueocálculo
do Ivar é baseado na evolução de
diversos contratos de aluguel, com
diferentes “datas de aniversário”,
ou seja, o período em que ocorre o
reajuste. Mas notou que, se taxas
acumuladas dos indicadores usa-
das como indexadores, recuam
mês a mês — favorecidas por me-
nor resultadomensal —, isso reduz
também variação de preço de alu-
guel, independentemente de qual
seria “datadeaniversário”.
O cenário do acumulado em 12
meses dos indicadores inflacioná-
rios, ao longo de 2022, é bem dife-
rente de iguais períodos no ano
passado, acrescentou. Em 12 me-
sesaténovembrodesseano,oIPCA
acumula alta de 6,17%, abaixo da
taxa de 6,85% dos 12 meses ime-
diatamente anteriores. Em igual
períodonoanopassado,de12me-
ses até novembro de 2021, o IPCA
acumulava alta de 10,74%. Já o
IGP-M acumula alta de 5,55% em
12 meses até novembro — sendo
que, até outubro, subia 6,52%. Em
12 meses até novembro de 2021, o
IGP-Macumulavaaltade17,89%.
No entanto, ao ser questionado
se o Ivar vai continuar a cair, o téc-
nico foi cauteloso. “Estamos mu-
dando de governo, de política”,
lembrou ele, ao citar a troca de go-
verno a partir de 2023. “Não sabe-
mos como vai ficar inflação, como
não sabemos como vai ficar renda,
mercadode trabalho”, citou.
Sobre esse último aspecto, o
especialista contou que os se-
nhorios ao longo de 2022 nota-
ram aumento de renda do brasi-
leiro, causada por melhora em
emprego.Comisso, viramespaço
para negociar aumento de alu-
guel. No entanto, se não há certe-
za se a melhora na renda vai con-
tinuar, os donos de imóveis não
podem saber, agora, se haverá es-
paço para novos reajustes.
“Está difícil fazer previsão para
médioprazo”, resumiu. “Vamos ter
que acompanhar mês a mês o Ivar
[paramensurar tendência]”,disse.
Por Silvio Meira*
D o começo da primeiraRevolução Industrial
até agora, já sãomais de 250
anos. A revolução transfor-
mou o lugar da produção
de artefatos, de pequenas
oficinas isoladas para gran-
des e sofisticados siste-
mas de produção baseados
em padrões que habilitam
qualidadeeescala.Oimpac-
to da Revolução Industrial
sóécomparável à revolução
neolítica,há12milanos,que
marca a domesticação de
animais eplantas e chegada
da agricultura como ainda
existe em certas partes do
mundo,hoje.
Nos primórdios da Revo-
lução Industrial, a inovação
nos processos de fabrica-
ção levou não só à redução
de custos e preços, associa-
da a um radical aumento
de escala, mas à criação de
novos produtos, indústrias
emercados, comobiscoitos
e doces, especializando o
trabalho,mudandomeiosde
acesso aos produtos, crian-
docadeiasdevalor,estabele-
cendooconsumocomouma
atividade cultural edeman-
dandomuitasnovascompe-
tências e habilidades, como
publicidade e propaganda,
quemudaramo comércio e
redefiniramovarejo.
Hoje estamos imersos
numa transformação de
todos os setores da econo-
mia, e uma tendência irre-
versível de três décadas
se tornou onipresente:
tudo é—ou será— figital.
Mercados, fábricas, lojas,
times, pessoas (e cida-
des, países, governos…)
estão numa transição do
físico (ou analógico) para
uma articulação do físico,
que passa a ser habilitado,
aumentadoeestendidopelo
digital, ambos orquestra-
dos pelo social, em tempo
(quase) real. E isso muda
tudo, inclusive e talvez
principalmentea indústria.
Mas... porquê?
Uma boa parte da narra-
tiva clássica sobre indústria
4.0 ainda se refere ao que
acontece dentro da fábrica,
como parte do processo
de produção, e associado
a máquinas que prensam,
estampamemontamcoisas.
Masaindústriafigitalexiste
numcenárioondeconectivi-
dade5G,queestáportrásda
“internet das coisas” (IoT),
muda muito mais do que a
velocidadeda rede aonosso
redor. Em 5G, é possível
conectarummilhãodeobje-
tos por quilômetro quadra-
do; cada uma dessas coisas
é identificável, endereçável,
programável, temmemória,
sensores e atuadores, pode
ser rastreável e estabelecer
conexões, relacionamentos
e interações.
Se no passado produtos
ficavam “prontos” e saíam
da fábrica, para sempre,
no mundo figital produ-
tos evoluem para sempre
e, conectados, nuncamais
“saem” da fábrica. Começa
com gêmeos digitais, e não
termina nuncamais. E isso
muda tudo, inclusive as
articulações entre indús-
tria, varejo e serviços, com
imenso potencial de rede-
senho dos papéis de todos
osatores.Eaoportunidade
paraa indústria,nessagran-
detransformaçãodeprodu-
tos emserviços, é imensa.
Oquedemandaestratégia
e execução alémda fábrica,
dos processos e dasmáqui-
nas da produção, que rede-
senhemopapel da indústria
em um cenário onde plata-
formas figitais (lembrando,
as que têm performances
nasdimensões física, digital
e social) habilitam ecossis-
temas “coopetitivos”, onde
todoscooperamecompetem
aomesmo tempo, em rede,
para habilitar o próximo
níveldecadaumedotodo.
* Silvio Meira é professor
extraordinário na
cesar.school, no Porto
Digital, e cientista-chefe
da TDS.company.
A Embratel promove conversas
sobre inovação no dia a dia dos
negócios. A série “Vamos habilitar
o próximo nível? ” é parte
dessa jornada de conhecimento.
Assista ao segundo episódio da
2ª temporada: “Indústria 4.0”.
Com5Ge IoT, indústria
tambémé varejo e serviço,
criandomuitas oportunidades
Produtos
conectados
nunca “saem”
da fábrica
©
GE
TT
Y
IM
AG
ES
©
DI
VU
LG
AÇ
ÃO
CONTEÚDO PATROCINADO PRODUZIDO POR GLAB.GLOBO.COM
APRESENTADO POR
Jornal Valor --- Página 6 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@21:16:43
A6 | Valor | Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
Brasil
Comércio exteriorAlberto Fernández vê prejuízo ao setor automotivo
ArgentinapedeaEuropaque
revejaacordocomMercosul
Alberto Fernández: “Chegar aumacordo emumabasemais realista”
MATILDECAMPODONICO/AP
Financial Times
O presidente da Argentina, Al-
berto Fernández, pediu à União
Europeia (UE) que renegocie um
acordo comercial histórico com
a América do Sul, afirmando que
o acordo é desequilibrado e uma
ameaça às indústrias automobi-
lísticas do Brasil e da Argentina.
“O que precisamos fazer é sen-
tar e ver como podemos chegar a
um acordo em uma base mais
realista”, disse Fernández na con-
ferência Global Boardroom, pro-
movida pelo “Financial Times”.
Perguntado sobre quanto tem-
po esse processo poderia levar, ele
disse: “O tempo que as partes qui-
serem. É como o tango. O tango é
dançado por um casal, é preciso
que as duas pessoas queiram dan-
çar, casocontrário, ficadifícil”.
O acordo comercial entre a UE
e o Mercosul foi firmado em prin-
cípio em 2019, após quase duas
décadas de negociações. Mas sua
conclusão foi suspensaemmeioa
objeções da Europa ao histórico
ruim do Brasil na preservação da
florestaamazônica, soba lideran-
ça do presidente Jair Bolsonaro.
A eleição em outubro de Luiz
Inácio Lula da Silva, que prometeu
preservar a Amazônia, despertou
esperanças de que o longamente
adiado acordo entre a UE e o Mer-
cosul possa obter a aprovação fi-
nal. Xiana Mendéz, ministra do
Comércio da Espanha, disse ao
“FT”nomêspassado, acreditarque
Lula aprovará o acordo. “Ele [o
acordo] é bastante equilibrado.
Nãoapoiamosareaberturadasne-
gociações”,disseela.
Mas Fernández disse na confe-
rência do “FT” que o meio ambien-
te “nãoémotivoparanãotermoso
acordo, isso é uma desculpa”. “O
verdadeiro motivo é que para o
Brasil e a Argentina, enquanto fa-
bricantes de automóveis e os úni-
cos produtores da América do Sul,
esse acordo é um problema por-
que torna as coisas difíceis para
nósseaconcorrênciaeuropeiavier
paraaAméricadoSul”,disseele.
Ao mesmo tempo, os países
sul-americanos enfrentam “mui-
tos obstáculos” para vender suas
exportações agrícolas para a Eu-
ropa, com países como França, Ir-
landa e Polônia se opondo ao fim
dos subsídios agrícolas e a per-
mitir a concorrência da Argenti-
na, acrescentouele.
“Nem Lula nem eu somos con-
tra o acordo com a União Euro-
peia”, explicou Fernández. “É
preciso ter em mente como é esse
acordo, porque ele tem proble-
mas... que têm a ver com os dese-
quilíbrios do mercado.”
Enquanto prosseguem as dis-
cussões sobre o acordo comer-
cial com a Europa, há muito pa-
rado, a Argentina vem firmando
acordos com a China, seu segun-
do maior parceiro comercial de-
pois do Brasil. Pequim concor-
dou no mês passado em ampliar
um mecanismo de swap com o
banco central argentino para
US$ 25 bilhões, ajudando a re-
forçar as magras reservas inter-
nacionais da Argentina.
A China também construiu
uma estação de observação es-
pacial em Neuquén, uma pro-
víncia da Patagônia, que o think-
tank Center for Strategic and In-
ternational Studies de Washing-
ton afirma operar com pouca
supervisão argentina e poderia
ser usado para recolher infor-
mações de uso militar.
Fernández rejeitou o argu-
mento de que a Argentina preci-
sa escolher entre os EUA e a Chi-
na, dizendo que não deseja re-
criar a era da Guerra Fria. “Os
EUA estão muito preocupados
com o que a China poderia fazer
na América Latina, mas a China
pode fazer... exatamente o que os
EUA podem, que é vir e investir.”
A Argentina está construindo
uma base naval em Ushuaia, no
sul da Patagônia, para apoiar na-
vios que patrulham o Atlântico
Sul e a Antártica, mas Fernández
descreveu como uma “fantasia”
notícias de que a China estaria
envolvida.
O país enfrenta desafios eco-
nômicos assustadores, com a in-
flação se aproximando de 100%
ao ano, o acesso aos mercados fi-
nanceiros internacionais em
grande parte fechado após um
calote em 2020, e controles cam-
biais que elevaram o dólar no
mercado paralelo a quase duas
vezes a taxa oficial.
Fernández disse que a econo-
mia da Argentina é “estranha”
porque, apesar da inflação alta e
dos níveis de dívida “impagá-
veis”, o país também registrou
níveis recorde de investimentos
externos e exportações no pri-
meiro semestre do ano, o de-
semprego foi baixo e o consumo
estava crescendo.
Emevento,Montezanocita“legado”àfrentedoBNDES
LucianneCarneiro e
PaulaMartini
DoRio
Em tom de despedida, o presi-
dente do Banco Nacional do De-
senvolvimento Econômico e So-
cial (BNDES), Gustavo Monteza-
no, fez um balanço de sua gestão
ontem, quando ressaltou que o
banco não pode ser subestima-
do, exaltou o legado dos últimos
três anos e repetiu mais de uma
vez o caráter neutro das ações da
instituição de fomento, que se-
gundoeleatende“a todasasesfe-
ras políticas de governo, a todas
as ideologias e partidos”.
“Foi um banco que atendeu a
todas as esferas políticas do Bra-
sil, todas as ideologias, todos os
partidos, de forma neutra, como
tem que ser um banco como o
BNDES”, afirmou ele, ao partici-
par do BNDES Day, evento reali-
zado na sede da instituição, no
Rio de Janeiro, em comemoração
aos 70 anos de sua fundação,
completados em 2022.
Em outro trecho de sua fala,
ao comentar sobre a fábrica de
projetos — programa de estrutu-
ração de privatizações e conces-
sões para entes públicos federal,
estaduais e municipais —, Mon-
tezano também fez referência ao
trabalho em parceria com dife-
rentes Estados, “sem qualquer
separação de ideologia política”.
“Atendemos Rio Grande do Sul,
Alagoas, Rio de Janeiro, Ceará,
Amapá, Distrito Federal. Todas
as matizes políticas foram aten-
didas”, citou.
O presidente do BNDES disse
ainda ter orgulho de seu legado à
frenteda instituição eda mudan-
ça na imagem do banco. “Tenho
grande orgulho do legado que
deixamos. É um banco que há
seis anos era questionado repu-
tacionalmente”, frisou.
Montezano destacou que,
mesmo com a mudança na estra-
tégia do banco — que deixou de
colocar o capital como priorida-
de —, o BNDES conseguiu alcan-
çar o maior lucro contábil “da
história do sistema financeiro
nacional”. “Quanto mais se pen-
sar em impacto, em inovação,
mais lucro vai se gerar para o
BNDES e para o Brasil”, afirmou.
A mensagem de Montezano
também destacou a força da ins-
tituição financeira. Ele afirmou
que o BNDES não pode ser su-
bestimado. “Uma coisa que
aprendi nesses três anos é: não
subestime o BNDES. Se fosse
uma empresa listada, não ‘shor-
teia’ [fazer short, vender a desco-
berto] nossa ação. Todas as vezes
que eu ou qualquer pessoa su-
bestimou o banco, errou, e o
banco surpreendeu para cima”,
disse ele, que reconheceu que
ainda há desafios à frente.
Um dos destaques na atuação
do banco foi o setor de sanea-
mento. Segundo estimativa de
Montezano, há mais de R$ 100
bilhões em investimentos no se-
tor, entre valores já liberados
(R$ 79 bilhões) ou em análise
(R$ 24 bilhões).
“O saneamento é um tema
que a gente se debruçou forte-
mente. Quando olha o sanea-
mento, essa carteira impacta po-
sitivamente em torno de 40 mi-
lhões de brasileiros, é uma res-
posta portanto do tamanho que
o Brasil precisa”, afirmou o dire-
tor de concessões e privatizações
do BNDES, Fabio Abrahão.
De acordo com ele, quando
são considerados todos os proje-
tos do programa de estruturação
de privatizações e concessões pa-
ra entes públicos, o valor sobe
para “quase meio trilhão de
reais”. O montante total — que
considera o capital imobilizado,
que é a soma de investimento
com compromisso de investi-
mento, com outorgas, ou assun-
ção de dívidas, mais os projetos
em análise — deve chegar a
R$ 470 bilhões até o fim do ano,
segundo detalhou o diretor.
Em um painel para discutir os
desafios do saneamento, o repre-
sentante do setor destacou a im-
portância do BNDES como uma
“fábrica de projetos”. Diretor-
executivo da Associação e Sindi-
cato Nacional das Concessioná-
rias Privadas de Serviços Públicos
de Água e Esgoto, Percy Soares
Neto manifestou preocupação
com a transição de governo e o
risco de um “revogaço”.
Ele avalia que é importante
manter a tração que o setor ga-
nhou recentemente, com o novo
marco regulatório. As principais
apreensões são a revisão de nor-
mas e decretos do Marco Legal
do Saneamento e alterações na
Agência Nacional de Águas
(ANA), que pode ser deslocada
do Ministério de Desenvolvi-
mento Regional, e dessa forma
deixar de ser responsável pelas
diretrizes regulatórias.
“A gente conhece o perfil do
Congresso e qualquer reversão
vai ser muito difícil, mas não é
impossível. Todo governo inicia
com medida provisória e certa-
mente haverá no sentido de
reorganização. Mas esperamos
que ela [uma possível MP] não
toque nas coisas que afetam a
estrutura do marco, como com-
petição e regionalização”, afir-
mou Soares Neto.
Segundo ele, o mercado priva-
do está em contato com o grupo
de transição e prepara uma lista
com propostas de melhorias nos
decretos do novo marco.
IGP-DI tem quinta queda mensal
seguida e está perto de marca inédita
AlessandraSaraiva
DoRio
O Índice Geral de Preços – Dis-
ponibilidade Interna (IGP-DI)
caiu 0,18% em novembro, ante
recuo de 0,62% em outubro, in-
formou ontem a Fundação Getu-
lio Vargas (FGV). Embora mais
fraca, a queda foi a quinta defla-
ção consecutiva. Um período de
cinco quedas seguidas no indica-
dor, criado na década de 40, é al-
go raro e só aconteceu nos anos
de 2005 e de 2017.
Segundo André Braz, econo-
mista da FGV responsável pelo
ÍndicesGeraisdePreços (IGPs)da
fundação, deflações mais fracas
de commodities, no atacado, le-
varam à perda de força na traje-
tória de retração do indicador.
Ele não descarta nova taxa ne-
gativa do índice, em dezembro.
Isso pode levar o IGP-DI a subir
apenas 5,5% em 2022, ante au-
mento de 17,74% em 2021 — co-
mo também levar, à série do
IGP-DI, um período inédito de
seis deflações mensais consecuti-
vas. Até novembro o IGP-DI acu-
mula alta de 6,02% em 12 meses.
De outubro para novembro,
Braz frisou que a variação de pre-
ços atacadistas, 60% do indicador,
se manteve negativa — embora de
forma menos intensa. O Índice de
PreçosaoProdutorAmplo–Dispo-
nibilidade Interna (IPA-DI) passou
de -1,04% para -0,43%, influencia-
do por fim de deflação em com-
modities de peso, como soja em
grão(de-0,51%para1,29%)ecarne
bovina (de -0,62%para1,65%).
Braz comentou queesses pro-
dutos passaram por fortes que-
das nos últimos meses, e aumen-
tos de agora seriam “ajuste”, para
equilibrar retrações passadas.
No entanto, no atacado, outras
commodities importantes conti-
nuaram em queda de preço em
novembro. São os casos de café
em grão (-16,6%) e minério de
ferro (-1,17%). Os preços das
commodities, de maneira geral,
têm oscilado para baixo nos últi-
mos meses, devido à desacelera-
ção da economia mundial.
O fato de o IPA-DI ter conti-
nuado a cair, em novembro, aju-
dou o IGP-DI como um todo a
manter taxa negativa, no mês
passado, comentou Braz.
A continuidade de deflação no
IGP-DI em novembro também foi
favorecida por desaceleração de
preços do varejo, 30% do indica-
dor. De outubro para novembro, o
Índice de Preços ao Consumidor –
Disponibilidade Interna (IPC-DI)
passoude0,69%para0,57%.Houve
quedas em itens importantes no
cálculo da inflação varejista como
passagem aérea (3,65%) e leite tipo
longavida (-5,23%).
Para dezembro, a tendência é
que os preços do IPC continuem
a subir menos, acrescentou o téc-
nico. Isso porque a Petrobras
anuncioucortesempreçosdega-
solina e de diesel, de 6,1% e de
8,2%, respectivamente, a partir
de 7 de dezembro. Os recuos pu-
xarão para baixo resultados de
inflação de dezembro, notou ele.
“Somente a gasolina sozinha pe-
sa 5% do IPC”, lembrou Braz.
Assim, todos esses fatores reu-
nidos fazem o economista acre-
ditar em possibilidade de nova
queda para IGP-DI desse mês. Há
possibilidades de o IPA-DI conti-
nuar negativo, tendo em vista a
possibilidade de commodities
relevantes permanecerem em re-
cuo, em dezembro; e de IPC em
patamar baixo, no mês, reiterou.
“Podemos ter IGPs com taxa
anual próxima ao que deve ser o
encerramento anual do IPCA para
2022”, acrescentou. Em 12 meses
até novembro desse ano, o IPCA,
indicador inflacionário calculado
pelo IBGEacumulaaltade6,17%.
APRESENTADO POR REALIZAÇÃO PRODUZIDO POR
O Valor Econômico e a Embratel apresentam uma importante
discussão sobre a cibersegurança, em um caderno especial com
os tópicos mais relevantes em proteção de dados digitais nos dias
de hoje.
A publicação traz, ainda, uma entrevista exclusiva com o guru
da segurança Bruce Schneier, realizada por Ronaldo Lemos.
CONVIDADOS
LEIA DIA 12 DE DEZEMBRO NO VALOR ECONÔMICO
BRUCESCHNEIER
Criptógrafo e especialista
emsegurança computacional
RONALDOLEMOS
Diretor do ITSRio
Jornal Valor --- Página 7 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@20:13:51
Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 | Valor | A7
Jornal Valor --- Página 8 da edição "08/12/2022 1a CAD A" ---- Impressa por CCassiano às 07/12/2022@22:32:47
A8 | Valor | Quinta-feira, 8 de dezembro de 2022
CRISTIANOMARIZ/OGLOBO
Especial |
Compromisso é com uma
política ambiental transversal
EstevãoTaiar
DeBrasília
As rápidas transformações pro-
vocadas pelas mudanças climáti-
caseadesintegraçãodosistemade
proteção ao meio ambiente no
Brasil impõem à futura gestão de
Lula (PT) uma nova forma de enca-
rar a questão a partir de 2023. Um
dos principais instrumentos de
projeção do Brasil no exterior —
que o presidente eleito já indicou
quererencamparcomosuaprinci-
pal bandeira global —, o compro-
misso do país com as metas de re-
dução de emissões de carbono via
desmatamento e a conservação de
biomas ameaçados como o da
Amazônia terão peso em todas as
decisões do novo governo, afirma-
ram os integrantes da equipe de
transição que participaram na ter-
ça-feirado“Eagora,Brasil?”.
O compromisso do presidente
eleito com uma “política ambien-
tal transversal” foi um fator decisi-
vo na reaproximação de Marina
Silva, deputada federal eleita pela
RedeemSãoPaulo,dopetista, con-
tou ela. Marina se projetou como
personalidade internacional na
posição de ministra do Meio Am-
biente de Lula, entre 2003 e 2008.
Agora, em um novo contexto, ela
diz que só com a centralidade do
tema ambiental será possível unir
dois objetivos complementares: o
crescimentoeconômicoeapreser-
vaçãodabiodiversidadedopaís.
“A política ambiental será trans-
versal. Isso significa que a questão
ambiental não é setorial, (a partir
da ideia) de que não tem impacto
sobre as atividades econômicas e
dequeomeioambienteéalheioàs
atividades econômicas. As coisas
precisam caminhar juntas”, defi-
niu Marina, que integra o grupo
ambiental da transição e é cotada
para reassumir o ministério. “Não
basta dizer o que não vai fazer, é
precisodizer comovai fazer.”
Nos cinco anos e meio em que
foi ministra, o desmatamento da
Amazônia teve forte queda, e o
Brasil foi responsável por 80% das
áreas protegidas criadas no mun-
do. Segundo Marina, naquela épo-
ca a ideia de transversalidade já es-
tava presente no governo. “Foi um
plano integrado (de redução do
desmatamento), envolvendo 13
ministérios. Recursos financeiros
nãoeramtantos,masos tecnológi-
cos e humanos e a capacidade de
planejamento com prevenção e
controle do desmatamento trou-
xeramresultados”,disseela.
Oquadroémuitodiferenteago-
ra. Entre agosto de 2021 e julho de
2022, a taxa anual de desmata-
mento da Amazônia Legal caiu
11,3%, no primeiro recuo desde
2017, mas ainda está bem acima
da média da década passada. Se-
gundo Marina, o diagnóstico da
equipe de transição é o de que re-
tomar o controle do desmatamen-
to será um desafio enorme agora,
dada a desestruturação do sistema
de proteção ambiental nos últi-
mos quatro anos. A ameaça não é
só à floresta, mas também às co-
Entre osmoderadoresMiriamLeitão eMerval Pereira,WellingtonDias, Rui Costa,MarinaSilva eNelsonBarbosadebateramosobstáculos à frentedo futurogovernoLula emeventona terça-feira
BrunoGóes
“OGlobo”, deBrasília
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi
eleito em outubro — na disputa
mais polarizada desde a redemo-
cratização — para exercer a Presi-
dência da República pela terceira
vez a partir de 1o de janeiro de
2023.Masosdesafiosdesua futura
gestão começaram a ser enfrenta-
dosantesmesmodaposse.
Em meio ao silêncio do presi-
dente JairBolsonaro(PL),oprimei-
ro no cargo que não conseguiu a
reeleição desde que o instituto foi
criado, aliados do petista articu-
lamnoCongressoaaprovaçãoain-
da este ano de uma proposta de
emenda à Constituição que abre
espaço no Orçamento de 2023 pa-
ra o cumprimento de promessas
de campanha como a recriação do
Bolsa Família mantendo o valor
mínimomensaldeR$600doAuxí-
lio Brasil, turbinado pelo governo
atual somente até dezembro. Ao
mesmo tempo em que negocia a
chamada PEC da Transição, Lula
prepara a formação de seu futuro
gabinete e busca restabelecer o
diálogoentreas instituições.
Os obstáculos dessa missão fo-
ram analisados na última terça-fei-
ra por quatro integrantes da equi-
pedetransiçãoformadapelopresi-
dente eleito em mais uma edição
da série de debates “E agora, Bra-
sil?”, realizadapelos jornaisValore
“OGlobo”,compatrocíniodoSiste-
ma Comércio, através da CNC, do
Sesc,doSenacedesuas federações.
Participaram do evento, em
Brasília, o governador da Bahia,
Rui Costa; o ex-governador do
Piauí e senadoreleitoWellington
Dias; a ex-ministra do Meio Am-
biente e deputada federal eleita
Marina Silva; e o ex-ministro do
Planejamento e da Fazenda Nel-
son Barbosa.
Os quatro são cotados para po-
sições de destaque na Esplanada
a partir de janeiro. Sob a media-
ção dos colunistas do “Globo” Mí-
riam Leitão e Merval Pereira, os
auxiliares de Lula apresentaram
diagnósticos sobreopaíseprega-
ram a necessidade de pacificação
dapolíticaparagarantiro funcio-
namento da democracia.
AntesmesmodeLulavestira fai-
xa presidencial, há temas críticos a
serem encarados imediatamente,
como o orçamento secreto, como
são chamadas as emendas atribuí-
das ao relator do Orçamento cujos
critérios de distribuição entre par-
lamentares não são transparentes.
O Supremo Tribunal Federal (STF)
iniciou ontem o julgamento de
sua constitucionalidade, mas o
instrumento que cimentou a base
parlamentar de Bolsonaro ronda
as negociações da PEC da Transi-
ção. Contorná-lo é uma missão de-
licada para Lula, que saiu das ur-
nassemmaiorianoLegislativoque
se renovaráemfevereiro.

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