05 - Uso da Energia na Sociedade

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esde os primórdios da humanidade, a utilização de energia, bem 
como o acesso à água são os principais elementos para a 
ocorrência das civilizações humanas. A principal fonte de energia 
utilizada na era pré-histórica foi a madeira, cuja queima ofertava 
calor para aquecimento e cozimento de alimentos, além de 
iluminação (GOLDENBERG & LUCON, 2007).
 Com o aumento da complexidade das comunidades após a 
domesticação de culturas, a demanda por energia aumenta 
proporcionalmente ao aumento das populações, bem como da tecnologia 
empregada pelos diferentes povos. Apesar de a principal fonte de energia 
nesse período ser a lenha, uma fonte de energia renovável, seus 
estoques nem sempre são repostos em função da taxa de exploração 
exceder o tempo de renovação da biomassa, ou seja, retira-se mais 
madeira do que cresce madeira nova. A expansão das civilizações Greco-
Romana promoveu a devastação das florestas da região do Mediterrâneo 
(GOUDENBERG & LUCON, 2007).
 Nesse contexto, a medida que novas fontes de energia foram sendo 
descobertas, maior o desenvolvimento propiciado à uma população. Além 
do fogo, as primeiras civilizações de agricultores utilizavam a força 
muscular como fonte de energia, complementada pela energia cinética 
dos cursos de água e a tração animal (OLIVEIRA, et al, 2018).
 A análise da nossa história estabelece uma clara relação entre o acesso 
às fontes energéticas e o desenvolvimento tecnológico e cultural de um 
povo. O acesso às fontes de energia de melhor potencial viabilizou a 
utilização de metais como o ferro, o bronze e o aço, como consequência 
gerou-se a possibilidade de criação de utensílios agrícolas, embarcações 
e armamentos, fundamentais para o estabelecimento e conquistas pelos 
povos antigos (DIAMOND, 2016).
 A melhoria nas técnicas de cultivo possibilitou também o aumento da 
população, desencadeando uma demanda crescente por fontes de 
energia. A lenha proveniente das florestas nativas cada vez mais reduzida, 
leva o homem a buscar outras fontes de energia e com a invenção da 
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máquina a vapor, a demanda por fontes de energia se acentua ainda mais 
(CARVALHO, 2014).
 Tal necessidade passa a ser suprida com a descoberta dos 
combustíveis fósseis, cujo alto potencial energético sustentou o avanço da 
Revolução Industrial, que por sua vez impulsiona a Revolução dos 
Transportes com a adaptação do motor a vapor em locomotivas. Com o 
transporte mais eficiente, a distribuição de bens e produtos do local de 
produção para os centros de consumo se tornam mais eficazes, o que só 
acentua as necessidades de fontes de energia.
 Na atualidade o consumo de energia se dá principalmente em três 
setores: edificações, indústria e transportes. Sendo a eletricidade e os 
combustíveis as formas de energia mais empregadas (SCHAEFFER et al. 
https://www.fbds.org.br/IMG/pdf/doc-33.pdf).
 O setor de transporte sem dúvida é um dos que mais necessitam de 
energia, não só para seus fins de locomoção, para o qual utiliza-se 
combustíveis, mas também de forma indireta, no fornecimento de energia 
para indústria de materiais empregados na produção dos veículos.
 Desde o início do século XX, a indústria automobilística se estabelece 
como um dos principais modelos da sociedade moderna. A aquisição de 
um automóvel se transformou na aspiração de posse das famílias, 
promovendo evolução social e influenciando fortemente a arquitetura das 
cidades modernas (DEMATTE, 2016).
 A indústria automobilística está presente no mundo inteiro, automóveis, 
ônibus, caminhões e maquinários agrícolas fazem parte do cotidiano de 
boa parte da humanidade, sendo a base da produção e transporte de 
alimentos, bens, produtos e serviços. Como o setor de transporte é 
impulsionado por combustíveis, na maioria de origem fóssil, a volatilidade 
de preços do petróleo e gás impactam diretamente nesses sistemas. 
Diante disso o otimismo do setor automobilístico diante de pesquisas que 
busquem alternativas para o setor, desde os biocombustíveis até veículos 
híbridos elétricos.
 Juntamente com o setor automobilístico, os demais ramos industriais 
são responsáveis pela maior demanda energética da atualidade. A 
indústria basicamente transforma a energia primária em bens e produtos 
consumidos pela população (NASCIMENTO & ALVES, 2016).
 Diante do aumento da demanda energética em todos os setores da 
sociedade, a Indústria vem estabelecendo novas metas em relação ao 
https://www.fbds.org.br/IMG/pdf/doc-33.pdf
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consumo energético. Hoje a eletricidade é a principal forma de energia 
empregada nos sistemas de produção industrial, e uma vez havendo 
fontes alternativas para sua geração, a indústria passa a tomar novos 
rumos, a chamada Energia 4.0.
 O conceito de Energia 4.0 passa por quatro aspectos. O primeiro 
envolve a Melhoria na eficiência energética, envolve otimizar a produção 
com um quantitativo de energia investida, isso se dá por processos, 
procedimentos e tecnologias que diminuem as perdas energéticas no 
sistema de produção (RODRIGUES et al, 2016).
 O segundo aspecto envolvido é a utilização de fontes de energia 
renováveis. Na atualidade, cada vez mais a indústria se apropria de um 
suprimento de energia renovável e se possível menos poluente (SANTOS 
et al, 2018).
 A produção local é o terceiro aspecto. Hoje muitas indústrias já se 
utilizam de geradores locais de energia, como painéis solares fotovoltaicos 
que suprem o abastecimento interno da indústria, promovendo sua 
autonomia energética, além de promover o apelo da sustentabilidade 
ambiental (RODRIGUES et al, 2016).
O quarto aspecto da energia 4.0 é a Gestão em tempo real e 
inteligente, que possibilita o controle dos processos que envolvem a 
energia por programas e softwers que promovam o monitoramento dos 
sistemas, permitindo que ajustes sejam feitos e a otimização da energia 
se estabeleça (RODRIGUES et al, 2016).
Neste cenário, como podemos prever as questões energéticas para 
o futuro? Nos últimos 70-80 anos, o crescimento do desenvolvimento 
socioeconômico global foi notório, o que levou ao aumento em mesma 
escala da demanda energética. Este fato já seria esperado, uma vez que 
todos os processos que envolvem produção, transporte e 
desenvolvimento sociocultural de uma população demandam energia 
(OLIVEIRA et al, 2018).
No entanto, esse aumento na demanda por energia traz consigo 
duas consequências não desejadas: o aumento das temperaturas médias 
anuais e o consequente aumento do nível dos oceanos (PACHECO, 
2006).
Diante disso, mais do que nunca se faz necessário analisar as 
fontes de energia utilizadas e de se repensar as bases energéticas 
empregadas na sociedade atual, e agir de forma concreta para efetivar 
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uma transição energética, voltando-se para fontes de energia que sejam 
renováveis.
 
Atividade extra
Para entendermos um pouco mais sobre a energia na história e os
momentos chave na relação do homem com a energia, assista o
documentário
https://www.youtube.com/watch?v=D8BOEXtiyzI&t=947s
Leia também o artigo disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/ea/v28n82/03.pdf
 
Referência Bibliográfica
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