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2016-tcc-ayflima

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
ARTHUR YANNAYEV FERREIRA LIMA 
 
 
 
 
 
 
 
PERFIL DE INVESTIMENTO EM PERÍODO DE CRISE ECONÔMICA: ESTUDO DE 
CASO EM UMA FACULDADE DE FORTALEZA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2016 
 
 
 
 
 
 
ARTHUR YANNAYEV FERREIRA LIMA 
 
 
 
 
 
PERFIL DE INVESTIMENTO EM PERÍODO DE CRISE ECONÔMICA: ESTUDO DE 
CASO EM UMA FACULDADE DE FORTALEZA. 
 
 
 
 
Monografia apresentada à 
Faculdade de Economia, 
Administração, Atuária e 
Contabilidade como requisito parcial 
para a obtenção do grau de bacharel 
em Administração. 
 
Orientador: Jocildo Figueiredo 
Correa Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2016 
 
 
 
 
 
ARTHUR YANNAYEV FERREIRA LIMA 
 
 
PERFIL DE INVESTIMENTO EM ÉPOCA DE CRISE ECONÔMICA: ESTUDO DE 
CASO EM UMA FACULDADE DE FORTALEZA. 
 
 
 
Esta monografia foi submetida à 
Coordenação do Curso de 
Administração de Empresas, como 
parte dos requisitos necessários à 
obtenção do título de Bacharel em 
Administração, outorgado pela 
Universidade Federal do Ceará – UFC. 
 
 
Aprovado em ____/____/_____ 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
_____________________________________________ 
Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto (Orientador) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
____________________________________________ 
Prof. Me. João da Cunha Silva 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
_____________________________________________ 
Prof. Dr. Daniel Barboza Guimarães 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pelos cuidados e pelas bênçãos concedidas ao longo da 
vida e durante essa trajetória. 
Aos meus pais, que passaram tantas horas se dedicando a mim, que 
trabalham arduamente para me oferecer todas as oportunidades que eles não 
puderam ter. Que me amam e apoiam incondicionalmente. Este trabalho é uma 
pequena demonstração de gratidão e reconhecimento de tudo que fizeram e 
fazem. Ao meu irmão, parceiro, companheiro e ao qual tenho imenso amor e 
admiração. 
A toda minha família, que apesar da distância, se fez sempre 
presente, só tenho a agradecer as tias, tios, avô, primos e todos que torcem e 
dividem suas emoções comigo. 
À minha namorada, Ilanna, pelo incentivo, pelo amor e 
companheirismo dedicados em todas as horas. Também à sua família, pelo 
carinho e apoio. 
Aos meus amigos de longa data e sempre companheiros Luiz 
Eduardo, Larisse Cavalcante, Marcelo Fernandes, Francisco Neres, Camila 
Peixoto, Ully Moreira, Gildson Filho, Hudson Gondim, Pâmela Soares e Sâmia 
dos Santos, pelas trocas de experiências e pelos inúmeros momentos divididos 
que tornaram essa realização possível. 
Aos amigos de Inova Empresa Júnior, que tive a honra de dividir 
tantos momentos marcantes e engrandecedores: Elton Batista, Ygor Bezerra, 
Alice Paiva, Cláudia Araújo, Beatriz Balbino, Tales de Mileto, Bianca Castro, 
Priscila Almeida, Vitória Chuang, Viviane Souza, Ronery Ekiton, Leonardo Melo 
e Iles Vilela. 
À Universidade, que me proporcionou a possibilidade de 
engajamento em programas que ajudaram no meu crescimento pessoal e 
acadêmico como PACCE-UFC e o Programa de Educação Tutorial, aqui 
representados por: Yasmim Brandão, Carlos Adolfo, Daniele Guimarães, 
Lutzenfannia Martins, Aline Ribeiro, Pedro Felipe, Iveltyma Roosemalen e Lívia 
Felix. 
Ao meu orientador, professor Jocildo Correia Neto, por todos os 
ensinamentos durante o período de Faculdade e pela confiança e atenção ao 
longo desse trabalho. 
Aos professores João da Cunha e Daniel Barboza, por gentilmente 
aceitarem participar da Banca avaliadora deste trabalho oferecendo 
contribuições para sua melhoria. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Esta monografia procura identificar o perfil do investidor dos discentes dos 
Cursos da Faculdade de Economia Administração, Atuária, Ciências Contábeis, 
Secretariado Executivo e Finanças (FEAAC ), da Universidade Federal do 
Ceará (UFC). Para isso, assuntos como planejamento financeiro, tipos 
investimentos, produtos financeiros, identificação de riscos e comportamento 
do investidor são abordados nesse trabalho. Esta pesquisa é considerada 
bibliográfica, descritiva e de campo, cujo questionário foi aplicado aos 
estudantes da FEAAC, ocorrendo uma distinção dos que possuem 
investimentos e os que não possuem investimentos. O resultado da pesquisa 
aponta que a maioria dos alunos pesquisados apresenta o perfil moderado, 
53% da amostra. O fator rentabilidade foi apontado pela maioria dos 
investidores como fator determinante na escolha de seu investimento, além da 
vontade de diversificar os seus investimentos no futuro. 
 
Palavras-chave: Investimentos; Perfil do Investidor; Produtos Financeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
This monograph seeks to identify the profile of the investor of students from the 
Faculty of Economics Administration, Actuarial Science, Accounting, Executive 
Secretariat and Finance (FEAAC), Federal University of Ceará (UFC). For this, 
subjects such as financial planning, investment types, financial products, risk 
identification and investor behavior are addressed in this work. This research is 
considered bibliographical, descriptive and field, whose questionnaire was 
applied to FEAAC students, with a distinction being made between those who 
have investments and those who do not have investments. The result of the 
research indicates that the majority of the students studied presented the 
moderate profile, 53% of the sample. The profitability factor was pointed out by 
most investors as a determining factor in the choice of their investment, besides 
the desire to diversify their investments in the future. 
 
Keywords: Investments; Investor Profile; Financial Products. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Ano x rentabilidade: principais produtos financeiros. ................. 11 
Figura 2- Processo de planeamento financeiro pessoal ................................ 15 
Figura 3 - Processo de investimento.................................................................... 19 
Figura 4 - Carteira conservadora ........................................................................... 28 
Figura 5 - Carteira moderada .................................................................................. 29 
Figura 6 - Carteira agressiva .................................................................................. 30 
 
 
Gráfico 1: Comparativo – quantidade de investidores x tipo de 
investimento. .............................................................................................................. 12 
Gráfico 2 - Endividamento por faixa de renda ................................................... 17 
Gráfico 3 - Distribuição de participação de clientes e saldos por faixa de 
depósito. ...................................................................................................................... 35 
Gráfico 4 - Caderneta de Poupança – captação liquida .................................. 37 
Gráfico 5 - Faixa etária dos respondentes. ......................................................... 49 
Gráfico 6 - Sexo dos respondentes. ..................................................................... 50 
Gráfico 7- Semestre dos entrevistados. .............................................................. 51 
Gráfico 8 - Renda dos entrevistados. ................................................................... 52 
Gráfico 9 - Expectativa de renda para os próximos 3 anos. .......................... 53 
Gráfico 10 - Justificativas apresentadas por não possuir nenhum 
investimento. ..............................................................................................................53 
Gráfico 11 - Razões para não investir x Período de graduação.................... 54 
Gráfico 12 - Carteira de produtos financeiros ................................................... 56 
Gráfico 13 - Investimentos com maior possibilidade de aplicação no 
futuro............................................................................................................................. 57 
Gráfico 14 - Principal característica analisada na escolha do investimento.
 ........................................................................................................................................ 58 
Gráfico 15 - Frequência de aportes nos investimentos. ................................. 58 
Gráfico 16 - Formas de controle de gastos. ....................................................... 59 
Gráfico 17 - Relação entre controle de gastos e frequência de aplicações.
 ........................................................................................................................................ 60 
Gráfico 18 - Horizonte temporal para as aplicações. ....................................... 60 
Gráfico 19 - Principal fator na escolha do tempo de investimento .............. 61 
Gráfico 20 – Relação entre objetivos e horizonte temporal dos 
investidores................................................................................................................. 62 
 
 
 
 
 
Gráfico 21 - Objetivo do investimento. ................................................................ 62 
Gráfico 22 - Perfis de investimento. ..................................................................... 63 
Gráfico 23 - Perfil de investimento x Faixas de renda. .................................... 64 
Gráfico 24 - Perfil de investimento x Faixas etárias ......................................... 64 
Gráfico 25 - Experiência com o mercado financeiro ........................................ 65 
Gráfico 26 - Composição da carteira com ações. ............................................. 66 
Gráfico 27- Insegurança dos investidores. ......................................................... 66 
 
 
Tabela 1- Categorização de clientes x participação em produtos 
financeiros ................................................................................................................... 20 
 
 
Quadro 1 - Nome e características – Títulos Públicos .................................... 33 
Quadro 2 - Diferenças entre CDB e RDB ............................................................. 34 
Quadro 3 - Regressão de tributação .................................................................... 41 
Quadro 4 - Compilação de investimentos e características. ......................... 42 
Quadro 5 - Estado civil dos respondentes. ........................................................ 50 
Quadro 6 - Curso de graduação dos entrevistados. ........................................ 51 
Quadro 7- Perfil dos universitários investidores .............................................. 54 
Quadro 8- Percentual em relação ao total de investidores ............................ 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 11 
2 INVESTIMENTOS ....................................................................................................................... 14 
2.1 Planejamento financeiro pessoal ............................................................................. 14 
A partir desse processo se tem como resultado a fase inicial do momento de poupar, 
que vai gerar o excedente a ser investido nos produtos financeiros. ........................... 16 
2.2 Ato de poupar ................................................................................................................ 16 
2.3 Investimento .................................................................................................................. 18 
2.3.1 Rentabilidade ......................................................................................................... 21 
2.3.2 Liquidez ................................................................................................................... 22 
2.3.3 Risco ......................................................................................................................... 23 
3 PERFIS DE INVESTIMENTO ....................................................................................................... 26 
3.1 Perfis do investidor ...................................................................................................... 26 
3.1.1 Perfil Conservador ................................................................................................ 27 
3.1.2 Perfil Moderado ..................................................................................................... 28 
3.1.3 Perfil Agressivo ..................................................................................................... 29 
4 PRODUTOS FINANCEIROS ........................................................................................................ 31 
4.1 Introdução aos produtos financeiros ..................................................................... 31 
4.1.1 Títulos Públicos ..................................................................................................... 32 
4.1.2 Certificado e recibo de depósito bancário (CDB E RDB) ........................... 33 
4.1.3 Caderneta de Poupança ...................................................................................... 34 
4.1.4 Debêntures............................................................................................................. 37 
4.1.5 Fundo de Investimento ........................................................................................ 39 
4.1.6 Previdência Privada .............................................................................................. 40 
4.1.7 Ações ........................................................................................................................ 41 
4.2 Principais tipos de investimento e características. ............................................ 42 
5 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 44 
5.1 Classificação da Pesquisa ......................................................................................... 44 
5.2 Definição do questionário e da coleta de dados ................................................. 45 
5.3 Definição da população e da amostra .................................................................... 46 
5.4 Processo de elaboração e análise dos dados ...................................................... 47 
 
 
 
 
 
6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 49 
6.1 Dados pessoais............................................................................................................. 49 
6.2 Produtos Financeiros .................................................................................................. 56 
6.3 Perfis de Investimento ................................................................................................ 63 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................... 68 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 71 
 
11 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A partir do início da década de 90, principalmente depois da implantação 
do plano real, existiu um maior controle da inflação, o que levou o brasileiro a iniciar 
um processo de fazer mais investimentos financeiros para obter maior rentabilidade 
do seudinheiro. Como consequência, há um crescimento de investimentos com um 
horizonte temporal mais longo. Ao mesmo tempo que essa demanda cresce, os 
bancos e as instituições financeiras criam uma maior gama de produtos, que passam 
a ser utilizados pelos investidores como lugar de aporte de suas economias, 
conforme quadro a seguir, verifica-se a constante rentabilização da maioria dos 
produtos financeiros a partir do ano de 2001. 
Figura 1 - Ano x rentabilidade: principais produtos financeiros. 
 
 Fonte: Instituto Assaf (2016). 
 
12 
 
 
 
 
Esses investimentos possuem uma grande variedade de características. 
Dentre elas, podem ser citados diferentes indexadores, critérios de liquidez, fatores 
de risco e rentabilidade esperada. Compete ao investidor encontrar o produto que 
mais se adeque ao seu perfil e aos seus objetivos. 
Além de fatores técnicos citados, existe grande influência de fatores 
comportamentais na decisão do investimento. Segundo Macedo Junior (2003), 
pessoas tendem a tomar decisões baseadas em vieses e heurísticas (ilusões 
cognitivas) que as afastam da racionalidade. Contudo, estudar aumenta a propensão 
de melhoria da performance dessas decisões. 
A partir desses fatos, o perfil financeiro do brasileiro começa a ser 
moldado nesse período, apresentando, de certa forma, uma aversão a maiores 
riscos. Isso se traduz no gráfico a seguir, da pesquisa IBOPE realizada com 604 
domicílios pelo Brasil. 
Gráfico 1: Comparativo – quantidade de investidores x tipo de investimento. 
 
Fonte: pesquisa ibope – radiografia do investidor de fundos no Brasil (2011) (ação não foi estimulado 
em 2005) 
 
Percebe-se que grande parte da população que possui investimentos, 
realiza este aporte de capital na poupança, um produto de baixa rentabilidade, mas 
35
2
4
2
65
44
7
7
3
3
1
61
0 10 20 30 40 50 60 70
POUPANÇA
FUNDO DE PREVIDENCIA
FUNDOS DE INVESTIMENTO
AÇÕES
CDBs
LETRAS HIPOTECARIAS, CREDITO AGRICOLA,…
NÃO POSSUI NENHUM INVESTIMENTO
2011 2005
13 
 
 
 
 
de grande liquidez e baixo risco. Interpreta-se que isso se deve a um comportamento 
mais conservador do investidor brasileiro. 
O gráfico também mostra que o nível de pessoas que não possuíam 
nenhum investimento vem caindo, o que demonstra uma evolução da maturidade do 
brasileiro para com suas finanças e investimentos. A importância da pesquisa se 
traduz pela possibilidade de verificar o perfil financeiro dos estudantes da FEAAC - 
UFC (Faculdade de economia, administração, atuária e contabilidade da 
Universidade Federal do Ceará), pois estes estão inseridos em um meio acadêmico, 
reconhecidamente, um lugar de melhores práticas e conhecimentos na área. 
Diante do exposto, o respectivo trabalho tem como finalidade responder a 
seguinte pergunta: qual é o perfil de investimento dos alunos da FEAAC? 
A partir daí, tem-se como objetivo geral identificar e traçar o perfil de 
investimentos dos alunos da FEAAC. Para isso, são levados em consideração os 
seguintes objetivos específicos: conhecer os produtos mais utilizados como forma de 
investimento pelos alunos da FEAAC, verificar quais elementos (risco, liquidez ou 
rentabilidade) têm maior impacto na escolha dos produtos financeiros pelos alunos, 
identificar quais são as estratégias mais utilizadas pelos alunos para poupar parte de 
sua renda e fazer investimentos. 
A organização desse trabalho se dá em sete seções. A primeira é 
introdutória. A segunda traz a fundamentação teórica sobre investimentos, com foco 
no processo de investimento e os fatores ligados aos produtos (risco, liquidez, 
rentabilidade). A terceira fundamenta a definição dos perfis de investimento mais 
comuns no mercado. A quarta seção apresenta os produtos financeiros mais 
populares, indicando suas características e riscos. A quinta seção apresenta a 
metodologia aplicada na pesquisa, que se caracteriza como de campo, quanto aos 
procedimentos técnicos e de pesquisa; e como quantitativa-descritiva em relação ao 
seu problema e objetivos. Na sexta seção, são discutidos e analisados os resultados 
obtidos com a amostra e a sétima traz a conclusão e, por fim, as referências 
bibliográficas. 
14 
 
 
 
 
2 INVESTIMENTOS 
 
Nesta seção, são tratadas as definições de investimento, risco e os 
fatores que compõem os produtos financeiros, objetivando descrever as 
características que são consideradas no processo de investimento. 
2.1 Planejamento financeiro pessoal 
Macedo Junior (2010, p. 26) conceitua planejamento financeiro como 
sendo o “processo de gerenciar o dinheiro com o objetivo de atingir a satisfação 
pessoal”. Confirmando o pensamento do autor, Cherobim, Espejo e Paludo (2010 p. 
29) esclarecem que o “planejamento financeiro pessoal é a explicitação das formas 
como vamos viabilizar os recursos necessários para atingir nossos objetivos”. 
Acrescentando mais características ao conceito, Cherobim, Lemes e Rigo (2015) 
indicam que planejamento é o processo que identifica objetivos que se quer 
alcançar, formula planos, produz estratégias e organiza meios para atingi-los. 
Para Frakenberg (2000), planejamento financeiro pessoal consiste em 
seguir um método preciso e deliberado de acumulação, podendo estar voltado para 
curto, médio ou longo prazo. 
O planejamento financeiro pessoal começa com um planejamento 
estratégico, que está diretamente ligado aos objetivos que cada pessoa possui na 
vida, sendo que o ambiente familiar, as características particulares e os momentos 
de vida de cada pessoa, influenciam na escolha dos objetivos individuais. 
(CHEROBIM; ESPEJO; PALUDO, 2010) 
O planejamento, associado à organização, pode ser considerado o 
primeiro degrau na consecução dos objetivos familiares. O processo de planejar 
requer um modo de pensar que envolve interesses e indagações, e esses envolvem 
questionamentos sobre o que será feito, como, para quem, quando, por que, por 
quem e onde será feito. Para Halfeld (2008), poupar é a primeira batalha. Investir 
15 
 
 
 
 
corretamente, fazendo seu capital crescer, é a segunda. Assim, usufruir dos 
resultados obtidos é tornar-se vitorioso na guerra. 
O planejamento não deve ser visto como um conceito rígido e inflexível, e 
as metas devem ser estabelecidas e lembradas constantemente. A definição dos 
objetivos e das metas não pode ser estanque, por isso revisões periódicas são 
necessárias. (FRAKENBERG, 2000) 
Segundo cartilha do Sebrae o planejamento financeiro passa por diversas 
fases, como mostra a figura a seguir, sendo um processo que pode ser fixo ou 
adequado as necessidades de cada investidor. 
Figura 2- Processo de planeamento financeiro pessoal 
 
 Fonte: Sebrae – planejamento e controle pessoal financeiro (2013). 
 
16 
 
 
 
 
 A partir desse processo se tem como resultado a fase inicial do momento 
de poupar, que vai gerar o excedente a ser investido nos produtos financeiros. 
 
2.2 Ato de poupar 
 Segundo Francisco Filho (2014) e Cherobim, Espejo e Paludo (2010), 
poupar é apenas a primeira parte de todo o processo de planejamento, sendo que 
também se torna necessário e importante investir os recursos poupados. Uma vez 
que a renda que a pessoa receberá no futuro está diretamente ligada ao quanto ela 
consegue poupar, além do que, caso essa poupança não seja investida, estará 
suscetível à inflação, fenômeno que no decorrer do tempo gera desvalorização no 
poder de compra do dinheiro. 
De acordo com Modigliani (1986), a poupança surge do desejo individual 
de manter um padrão estável de consumo ao longo da existência. Os motivos para 
poupança podem estar relacionados à acumulação para aquisição de bens, 
incertezas do futuro que possam afetar o bem-estar do indivíduo e formação de uma 
herança. 
Já Garcia (2005), explica que a renda, o consumo e a poupança estão 
interligados, ou seja, o valor resultante desses fatoresrepresenta o quanto o 
indivíduo deixou de consumir no presente para poder consumir no futuro. Assim, o 
autor define poupança como sendo a parte da renda que não é utilizada em 
consumo. 
Essa renda faz parte de um orçamento pessoal, que possui os mesmos 
conceitos de um orçamento empresarial, são eles: fluxo, ativo e passivo. Segundo 
Martins (2004), ativos são bens e direitos que se tem; passivo são as dívidas e 
obrigações; fluxo é o movimento de entrada e saída de alguma coisa em 
determinado período. 
Conforme indicam Souza e Torralvo (2004), parte da população brasileira 
possui dificuldades para a gestão das finanças pessoais a partir de duas frentes: 
17 
 
 
 
 
discrepância entre receitas/despesas e alto nível de consumo, com pouca tendência 
a poupar. 
Para demonstrar a afirmação anterior, verifica-se na Pesquisa Nacional de 
Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC Nacional), realizada pela da 
Confederação Nacional do Comercio (CNC), que grande parcela das famílias tem 
endividamento corrente, ou seja, possuem parte do seu salário já comprometido com 
diversos gastos como: cartão de crédito, cheque pré-datado, empréstimos pessoais 
e carnês de loja. O gráfico 2 mostra o endividamento das famílias por faixa de renda, 
até 10 salários mínimos e mais de 10 salários mínimos. Observa-se que mesmo 
caindo no decorrer do ano, ainda existe grande parcela das famílias com certo grau 
de endividamento. 
Gráfico 2 - Endividamento por faixa de renda 
 
Fonte: Confederação Nacional do Comércio (2016). 
 
Reduzir o endividamento e transformar o ato de poupar em investimento é 
o desafio de parte da população brasileira. É indispensável que, para isso, se tenha 
um maior nível de conhecimento e que a população possua a habilidade de 
distinguir os investimentos feitos, as reais utilidades de consumo e as formas mais 
18 
 
 
 
 
viáveis de pagamento das compras a serem efetuadas, para se evitar a excessiva 
tomada de empréstimos e parcelamento de compras o que acaba acarretando no 
aumento do endividamento. (PINHEIRO, 2013) 
 
2.3 Investimento 
 
Investimento pode ser explicado de maneira simples como 
comprometimento de dinheiro ou outros recursos no presente com expectativa de 
colher benefícios no futuro. (BODIE; KANE; MARCUS, 2015; BRUNI; FAMÁ, 2012) 
Seguindo a mesma linha, Gitman e Joehnk (2005, p.3) definem 
investimento como: “qualquer instrumento em que fundos possam ser colocados 
com expectativas que gerarão renda positiva e/ou que seu valor será preservado ou 
aumentado”. 
Já Bernstein e Damodaran (2000), afirmam que um investimento é a 
renúncia do consumo ou bem-estar presente, com a finalidade de melhor 
aproveitamento de consumo em tempo futuro. 
Ainda segundo Bodie, Kane e Marcus (2015, p.1), “o trade-off risco-
retorno e a precificação eficiente de ativos financeiros são centrais para o processo 
de investimento”. Portanto, compromete-se uma renda atual com expectativa de 
rentabilização futura, sempre atrelada a um risco. 
O processo de investimento inicia-se com a montagem de uma carteira. 
De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2015, p. 15), 
“A carteira de um investidor nada mais é que um conjunto de ativos de 
investimento. Assim que a carteira é criada, ela é atualizada ou 
‘rebalanceada’ por meio da venda dos títulos existentes e da utilização dos 
rendimentos na compra de novos títulos, do investimento em fundos 
adicionais para aumentar o tamanho geral da carteira ou da venda de títulos 
para diminuir seu tamanho” 
 
19 
 
 
 
 
 Corroborando com o pensamento anterior, Gitman e Joehnk (2005) 
apresentam carteira como o conjunto de títulos ou propriedades, criados para 
atender os objetivos de um investimento. 
 Macedo Júnior (2010) introduz o conceito de que o objetivo da formação 
de carteiras de investimento é ser capaz de fornecer retornos compatíveis ou 
superiores aos índices médios de mercado. Samanez (2007) acrescenta que essa 
combinação de ativos formando uma carteira tem por objetivo diluir o risco da 
operação e estimar um retorno com maior consistência. 
 A carteira faz parte do processo de investimento, pois, conforme mostra 
a figura 3, há uma grande quantidade de agentes que participam de todo o 
processo. Criando uma tendência a diversificação e consequente redução da 
incerteza. 
 
Figura 3 - Processo de investimento 
 
 Fonte: Gitman e Joehnk (2005). 
 
 
20 
 
 
 
 
De acordo com Assaf Neto (2012, p. 39), 
“O Sistema Financeiro Nacional pode ser entendido como um conjunto de 
instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam, em última 
análise, transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, 
governo) superavitários para os deficitários”. 
Segundo relatório apresentado pela Associação Brasileira das Entidades 
dos Mercados Financeiros e de Capitais (AMBIMA, 2016), o Brasil possui cerca de 
71,7 milhões de clientes Private e Varejo, que exercem função de agentes 
superavitários, possuindo montante investido na ordem de R$ 2,043 trilhões. 
O tipo de produto escolhido por esses clientes é bastante alterado 
conforme a renda verifica-se no quadro abaixo que a participação de clientes com 
maior renda está ligada a produtos com maior variação de rentabilidade, já clientes 
de menor renda optam por produtos com menor oscilação. 
 
Tabela 1- Categorização de clientes x participação em produtos 
financeiros 
 
POUPANÇA FUNDOS 
TÍTULOS E VAL 
MOBILIÁRIOS/ 
OUTROS 
RENDA 
VARIÁVEL 
TOTAL 
PRIVATE 0,2% 48,4% 39,2% 12,2% 100% 
VAREJO ALTA 
RENDA 12,6% 39,9% 45,1% 2,4% 100% 
VAREJO 
TRADICIONAL 64,7% 12,5% 22,1% 0,7% 100% 
 Fonte: AMBIMA – Relatório private e varejo (2016). 
 
Para começar com a aplicação certa, o investidor precisa analisar alguns 
critérios que condizem com seus objetivos pessoais. Estes critérios iniciais são: 
risco, liquidez e retorno. Para Halfeld (2008), ao realizar um investimento financeiro, 
além das considerações iniciais, é preciso identificar algumas metas, tais como: o 
período pelo qual o capital será investido, o objetivo do investimento, o risco a ser 
adquirido, a perspectiva econômica, o tipo de investimento, entre outros aspectos. 
21 
 
 
 
 
Em relação ao tempo, a aplicação escolhida pode ser de curto, médio e 
longo prazo. Já em relação à sua utilização, ela pode ter os mais diversos fins como: 
aposentadoria, compra de imóveis, reservas financeiras e etc. 
2.3.1 Rentabilidade 
 A rentabilidade do investimento mostra qual foi o resultado obtido, ganho 
ou perda, que o investidor atingiu em um período de tempo determinado. 
 Essa rentabilidade é paga através do retorno que é gerado, as fontes 
mais comuns são pagamentos periódicos, como dividendos ou juros. A outra fonte 
de retorno é a própria valorização no preço do ativo. (GITMAN; JOEHNK, 2005) 
A rentabilidade é um fator chave na escolha do investimento, mas, 
segundo Bodie, Kane e Marcus (2015, p. 113), “os retornos reais ou realizados 
quase sempre desviarão do retorno esperado previsto no início do período de 
investimento [...] se tudo pudesse ser mantido os investidores iriam preferir 
investimentos com retornos maiores”. 
 Portanto, não se deve avaliar a rentabilidade isoladamente. É necessário 
compará-la a índices relevantes, que vão indicar a situação real do investimento. 
Além disso, devem ser observados os riscos inerentes à operação. 
Para isso, deve-se estudar a rentabilidade em diversos ângulos, dentre os 
principais: a rentabilidade observada, esperada, absoluta e relativa. 
2.3.1.1 Rentabilidade observada versus esperada. 
A rentabilidade observada refere-se ao ganho ou à perda alcançada em 
uma operação realizada no passado ou até o atual momento. Esta rentabilidade 
sempre se refere ao passado. 
A rentabilidade esperadaé uma forma de estimar o valor de retorno 
(ganho ou perda) que o investidor terá com sua aplicação para um período futuro. 
Não é possível determinar a rentabilidade de forma absoluta. (ANBID, 2008). 
22 
 
 
 
 
2.3.1.2 Rentabilidade absoluta versus relativa. 
Geralmente, quando se fala em rentabilidade, refere-se à rentabilidade 
absoluta. Ela é expressa na forma de percentual sobre o valor investido, mas 
sozinha diz muito pouco sobre a qualidade do ativo, principalmente porque é pouco 
útil ao comparar períodos diferentes. Por isso ela expressar somente a rentabilidade 
observada. 
A rentabilidade relativa é expressa como forma de índice, utilizando um 
benchmark (Inflação, CDI e Ibovespa, entre outros). Esta forma pode ser utilizada 
para a rentabilidade observada e como forma exclusiva para a rentabilidade 
esperada. (SOTTO-MAIOR, 2015; ANBID, 2008) 
2.3.2 Liquidez 
Para Gitman e Joehnk (2005, p. 6), “liquidez é a capacidade de converter 
um investimento em dinheiro rapidamente com pouca ou nenhuma perda”. 
A liquidez refere-se à velocidade e a facilidade de transformar o 
investimento realizado em recurso disponível novamente, dinheiro em espécie, a 
qualquer momento a um preço justo no mercado. 
Por isso, a velocidade com que ocorre a venda do ativo, sem perda 
expressiva de dinheiro, mostra o grau de liquidez do investimento. “Quanto menor a 
liquidez, maior o tempo do investimento ou a dificuldade para a sua realização, 
sendo o inverso verdadeiro” (BRUNI, 2005, p. 242). 
São considerados como investimentos de alta liquidez: fundos de 
investimentos sem carência, poupança, CDB com liquidez diária, ações e títulos 
públicos. Já imóveis e fundos de investimento fechados são considerados de baixa 
liquidez. 
23 
 
 
 
 
2.3.3 Risco 
Em relação aos investimentos financeiros, o risco é basicamente a 
possibilidade de se obter um retorno abaixo do esperado ou, em casos extremos, a 
perda de todo capital investido. Quanto maior forem os valores ou retornos 
possíveis, maiores serão os riscos do investimento. (TOSCANO JUNIOR, 2004; 
GITMAN; JOEHNK, 2005) 
Já Duarte Júnior (2005) e Assaf Neto (2012) indicam que investimentos 
sempre estão passiveis de incerteza, estimar as possíveis perdas torna-se fator 
fundamental para sucesso de uma aplicação. Logo, o risco aparece como a 
mensuração numérica dessa incerteza. 
Samanez (2007) traz o conceito de que risco é a exposição à incerteza, e 
que, no âmbito do mercado financeiro, ele pode ser classificado de quatro maneiras 
(risco de mercado, risco de crédito, risco operacional e risco de liquidez), na análise 
de investimento do mercado de capitais, está associado à probabilidade de ganhar 
abaixo do esperado, tornando-se necessário medir de forma consistente. 
2.3.3.1 Risco de Mercado 
Associa-se à possibilidade de desvalorização ou valorização de um ativo 
em decorrência das alterações políticas, econômicas e internacionais. A 
probabilidade de mudança na rentabilidade do investimento por causa de notícias ou 
acontecimentos que se relacionam direta ou indiretamente a aplicação escolhida 
também é verdadeiro. (FRANCISCO FILHO, 2014) 
O risco de mercado engloba vários riscos, risco da taxa de juros, das 
taxas de câmbio, commodities, risco de liquidez e etc. (DUARTE JUNIOR, 2014) 
Este risco influencia as operações de maneira diferenciada, conforme 
afirma Toscano Júnior (2004, p.56), 
“Em um fundo de Renda Fixa composto predominantemente de títulos 
prefixados, devido a estratégia adotada pelo gestor, uma pequena elevação 
na taxa de juros básica – Selic – seria suficiente para prejudicar a 
24 
 
 
 
 
rentabilidade do fundo. O mesmo não acontece se o fundo possuir em sua 
composição papéis pós-fixado, pois, desta forma, a rentabilidade 
acompanhará a trajetória dos juros” 
 
2.3.3.2 Risco de Crédito 
Risco que se origina do não pagamento de uma obrigação por parte de 
uma instituição. O risco de crédito pode ainda ser definido como uma medida das 
perdas potenciais de um investimento, decorrente de obrigação não honrada ou da 
capacidade da contraparte não honrar seus compromissos. (DUARTE JUNIOR, 
2014; FILHO, 2014) 
Conforme afirma Toscano Júnior (2004, p. 56), “é o risco mais relevante, e 
está ligado à solidez das instituições ou empresas que emitiram os títulos. É o risco 
que envolve a perda em investimento devido à falência da empresa emissora ou 
mesmo pela deterioração da sua condição financeira”. 
Para reduzir este risco, o investidor deve procurar diversificar sua carteira 
de produtos para possuir ativos de diferentes instituições emissoras. 
 
2.3.3.3 Risco de Operação 
Possibilidade de acontecer uma falha ou até mesmo fraude no processo 
de operação dos ativos, que se transforma em aborrecimentos e prejuízos para o 
consumidor. O risco operacional engloba vários possíveis problemas, como: risco de 
equipamentos, risco de obsolescência, risco de fraudes, risco de produtos e 
serviços, risco de regulamentação e etc. (DUARTE JUNIOR, 2014; FILHO, 2014; 
TOSCANO JÚNIOR; 2004). 
2.3.3.4 Risco de Liquidez 
Sua origem está associada a dificuldade em se conseguir potenciais 
compradores para um ativo, no momento e pelo preço desejado. Ocorre quando 
25 
 
 
 
 
existe uma representativa diferença entre o preço que o comprador está disposto a 
pagar e aquele pelo qual o acionista deseja vender 
Gitman e Joehnk (2005) definem o risco como fator de não ser capaz de 
liquidar um investimento a um preço razoável. Em geral, os instrumentos de 
investimento negociados em mercados limitados, onde a demanda e a oferta são 
pequenas, tendem a apresentar menos liquidez que aqueles negociados em 
mercados amplos. 
26 
 
 
 
 
3 PERFIS DE INVESTIMENTO 
 
Esta seção tem por objetivo apresentar as características que definem os 
tipos de investidor e demonstrar como as carteiras podem ser dividas. 
 
3.1 Perfis do investidor 
 
Segundo Assaf Neto (2012), a tomada de decisão por investidores 
sempre segue um critério, de uma maneira geral, procuram o retorno em suas 
decisões demonstrando certo grau de aversão ao risco, ou seja, buscam maiores 
rentabilidades, mas mitigando os riscos. 
Por isso, conhecer o perfil do investidor e as características do 
investimento pode trazer uma maior segurança na hora de aplicar o dinheiro, pois 
pode-se identificar qual é o investimento mais adequado ao seu perfil e aos seus 
objetivos. A Anbima (2014), em seu guia de melhores práticas, afirma que para a 
definição do perfil, deverão ser abordados alguns quesitos como: experiência em 
matéria de investimentos, horizonte de tempo, objetivos de investimentos, tolerância 
ao risco. 
 
Uma aplicação feita de forma correta, de acordo com os propósitos pré-
determinados, pode gerar a rentabilidade desejada e o alcance dos resultados. 
 
O perfil de investimento segue basicamente o critério risco, como pode 
ser observado na descrição dos perfis por Toscano Júnior (2004, p. 97), 
 
“Dentro da política de investimentos observamos [...] quais os tipos de riscos 
e qual o limite de tolerância de perdas. [...] Caso a resposta seja zero, 
certamente o investidor possui um perfil conservador; já os mais tolerantes 
ao risco podemos acreditar que são investidores moderados e que estão 
dispostos a aceitar até um determinado limite de perda [...] mas, se o 
investidor procura uma alta rentabilidade sem importar-se com a perda do 
capital investido, ele pode ser considerado um investidor agressivo”. 
27 
 
 
 
 
 
O mercado financeiro é bem amplo. As opções de investimento são 
variadas, porém nem todas são ideais para todo mundo, pois cada tipo de 
investimento possui suas peculiaridades. 
Para Santos e Barros (2011), a teoria econômica tradicional tem três 
pressupostos essenciais no que tange ao comportamento humano para tomada de 
decisões financeiras: pessoas têm predileções conhecidas; agem com baseem 
informações completas; e agem racionalmente buscando maximizar a eficiência de 
suas decisões. 
Conforme Toscano Junior (2004), o atributo mais importante ao investidor 
é saber identificar, entre os variados tipos de investimentos, qual é aquele que 
melhor atenderá a sua expectativa de retorno, ou seja, qual se adapta melhor ao seu 
perfil. 
Para melhor interpretação do perfil de investidores estes são divididos em: 
conservador, moderado e agressivo. (TOSCANO JUNIOR, 2014) 
 
3.1.1 Perfil Conservador 
Segundo Toscano Júnior (2014), o investidor conservador não tem por 
objetivo ganhar, e sim preservar seu capital. Não admite perder ou ver a sua 
aplicação encolher, prefere risco zero como os fundos de renda fixa DI (fundos de 
renda fixa) e de curto prazo. Aplicações em ações e derivativos são pouco 
cogitados. 
Silva Neto (2003, p. 89-90) buscou mostrar, através de um gráfico, como 
poderia ser dividida a carteira de ativos de um investidor conservador. 
 
28 
 
 
 
 
Figura 4 - Carteira conservadora 
 
 Fonte: Silva Neto (2005) 
 
3.1.2 Perfil Moderado 
Os investidores com perfil moderado estão mais propensos a correr risco, 
mas um risco controlado e dentro da margem estabelecida, para ter retornos 
financeiros. 
Segundo Bruni (2005, p. 262), o investidor “Está disposto a correr alguns 
riscos para aproveitar as oportunidades de mercado, visando a um crescimento 
moderado do seu capital a médio prazo” 
De acordo com Silva Neto (2003), o investidor moderado já começa a 
investir em ações (denominado por ele como fundo-ibovespa), porém com grande 
parte ainda em fundos de investimento. Conforme demostra a figura 04. 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
Figura 5 - Carteira moderada 
 
 Fonte: Silva Neto (2005). 
 
3.1.3 Perfil Agressivo 
O perfil agressivo se caracteriza por uma grande propensão do investidor 
ao risco, não apresentando receio de perder seu capital e estando disposto a 
arriscar muito para poder ter uma alta rentabilidade. Busca ganhos expressivos, 
mesmo que isso represente variações significativas, com resultados a longo prazo. 
(BRUNI, 2005). 
Corroborando o pensamento anterior, SANTANDER (2015), define que o 
perfil agressivo é representado por investidores com alta tolerância a riscos, baixa ou 
nenhuma necessidade de liquidez no curto/médio prazo e que estejam dispostos a 
aceitar as oscilações dos mercados de risco (e possíveis perdas) na busca por 
retornos diferenciados no longo prazo. 
Possuem muitos investimentos e com uma carteira bem diversificada. “O 
investidor com esse perfil pensa como um especulador, e não como um poupador”. 
(TOSCANO JÚNIOR, 2004, p. 99) 
30 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Carteira agressiva 
 
 Fonte: Silva Neto (2005) 
 
Esses perfis norteiam a classificação dos investidores, podendo variar de 
acordo com a cultura, nível educacional e idade. 
 
31 
 
 
 
 
 
4 PRODUTOS FINANCEIROS 
 
Nesta seção, são apresentados os produtos financeiros mais populares, 
com suas características e variações. 
4.1 Introdução aos produtos financeiros 
Os produtos financeiros podem ser divididos em dois grupos, a saber: os 
investimentos no mercado de renda fixa e os realizados no mercado de renda 
variável. 
O mercado de renda fixa é caracterizado pelo fluxo de renda em períodos 
definidos, com a possibilidade de o investidor saber a quantidade de recursos 
financeiros que será gerada pela aplicação. No mercado de renda variável, não 
existe certeza do rendimento futuro dos investimentos. São mercados definidos pelo 
maior nível de volatilidade e na possibilidade de ganhos maiores, comparados aos 
da renda fixa ou, inclusive, perdas totais dos recursos financeiros aplicados 
(GITMAN; JOEHNK, 2005; ASSAF NETO, 2012; BODIE; KANE; MARCUS, 2015) 
Ainda segundo Assaf Neto (2012), o lucro obtido no mercado de renda 
fixa, por meio do investimento realizado, pode ser resgatado no vencimento do título, 
em datas específicas ou no momento em que o investidor desejar, dependendo do 
tipo de operação. 
Já Luquet (2000) ressalta que, no mercado de renda variável, o fluxo de 
renda é incerto, principalmente nas bolsas de valores, em que as oscilações de 
desempenho das empresas podem afetar os investimentos realizados. 
Nesta seção, são apresentados os produtos financeiros mais populares e 
que estão inseridos nesses dois mercados. 
 
32 
 
 
 
 
a) Mercado de Renda Fixa – Títulos Públicos, CDB e RDB, Poupança, 
Debêntures, Fundos de investimento e Previdência privada; 
 
b) Mercado de Renda Variável – Ações. 
 
 
4.1.1 Títulos Públicos 
 
Segundo Assaf Neto (2012), os títulos públicos emitidos pelo Tesouro 
Nacional têm como função ser parte da política fiscal do Governo, antecipando 
receitas orçamentárias ou financiando déficits fiscais. 
Do ponto de vista legal, eles podem ser emitidos pelos municípios, 
estados, Distrito Federal, e pela Federação, e são registrados como dívida 
mobiliária, mas atualmente, por motivo de liquidez, são negociados apenas títulos 
emitidos pelo Tesouro Nacional. (KERR, 2011). 
Os títulos públicos ofertados no Tesouro Direto estão sujeitos aos 
mesmos tributos dos investimentos em fundos de renda fixa, ou seja, Imposto sobre 
Operações Financeiras (IOF), para aplicações com prazo inferior a 30 dias, e 
Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos do título, que é cobrado no momento 
da venda. (BM&F BOVESPA, 2014) 
No ano de 2014, houve a principal alteração no nome dos títulos públicos, 
com o objetivo de facilitar a compreensão para o maior número de investidores e 
deixar as operações mais simples. Conforme quadro 01, apresenta-se a 
nomenclatura antiga, o nome atual e o fluxo de remuneração dos títulos públicos. 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
Quadro 1 - Nome e características – Títulos Públicos 
NOME ATUAL NOME ANTIGO FLUXO DE 
REMUNERAÇÃO 
RENDIMENTO 
Tesouro Selic Letra Financeira 
do Tesouro (LFT) 
Recebimento apenas no 
vencimento 
Taxa contratada 
+ Selic 
Tesouro Prefixado Letra do Tesouro 
Nacional (LTN) 
Recebimento apenas no 
vencimento 
Taxa contratada 
Tesouro prefixado 
– Juros 
Semestrais 
Notas do 
Tesouro – série F 
(NTN-F) 
Recebimento Semestral 
e no vencimento 
Taxa contratada 
Tesouro IPCA + NTN-B Recebimento Semestral 
e no vencimento 
Taxa contratada 
+ IPCA 
Tesouro IPCA + 
com Juros 
Semestrais 
NTN-B Principal Recebimento apenas no 
vencimento 
Taxa contratada 
+ IPCA 
Fonte: Tesouro Direto (adaptado). 
 
4.1.2 Certificado e recibo de depósito bancário (CDB E RDB) 
 
São os mais antigos instrumentos de captação de poupança do setor 
privado. São oficialmente conhecidos como “Depósitos a Prazo Fixo”. Os recursos 
captados por meio desses títulos são encaminhados as empresas na forma de 
empréstimo para financiamento de capital de giro e/ou capital fixo (equipamento). 
Ambos são emitidos por bancos comerciais, bancos de investimento e bancos de 
desenvolvimento. (FERREIRA, 2009; ASSAF NETO, 2012) 
A principal diferença entre CDB e RDB é a possibilidade do Certificado de 
Depósito Bancário ser cedido a qualquer momento a outros investidores por endosso 
nominativo. O RDB, ao contrário, é um título inegociável e intransferível em qualquer 
data antes de seu vencimento. (FERREIRA, 2009; ASSAF NETO, 2012) 
Segundo Assaf Neto (2012), ambos os títulos são emitidos de forma 
escritural e custodiados na CETIP (atual companhia aberta e depositária de títulos 
privados). 
34 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2 - Diferenças entre CDB e RDB 
CDB RDB 
Transferíveis através de endosso Intransferíveis 
Podem ser resgatados 
antecipadamente, desde que 
cumprida a carência (prazo mínimo 
de aplicação) 
Rescisão em caráter excepcional 
com perda dos rendimentos. 
Fonte: Assaf Neto (2012). (adaptado) 
 
4.1.3 Caderneta de Poupança 
É considerado um investimento de risco muito baixo e muito popularentre investidores de menor renda. Tem como vantagens a possibilidade de se 
aplicar qualquer valor (não há exigência de um capital mínimo investido). Representa 
a forma mais simples e tradicional de aplicação para pequenas quantias no 
mercado, com liquidez imediata, apesar de ocorrer perda total dos rendimentos 
sobre os saques efetuados antes dos 30 dias corridos. (FERREIRA, 2009; KERR, 
2011) 
Demonstrando as características anteriormente mencionadas, verifica-se 
no gráfico 03 que o montante aplicado por clientes até R$ 100,00 representa um 
quantitativo bastante grande em relação ao todo. 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 3 - Distribuição de participação de clientes e saldos por faixa de 
depósito. 
 
Fonte: Banco Central do Brasil. 
 
A remuneração atual de poupança é calculada pela taxa referencial (TR) 
mais 0,5% ao mês. Caso a taxa Selic seja igual ou menor que 8,5% ao ano, os 
rendimentos da Poupança serão calculados em 70% da taxa Selic mais a variação 
da TR (taxa referencial de juros). (ASSAF NETO, 2012) 
A TR, mencionada anteriormente, independe do banco onde a poupança 
estiver aplicada, esta é apurada mensalmente pelo governo seguindo o cálculo 
abaixo. 
TR = 100 x {[(1+TBF/100)/R] – 1} 
Onde taxa básica financeira (TBF) é resultante da média (ponderada pelo 
volume de captação) das taxas prefixadas de depósito a prazo (CDB/RDB) das trinta 
36 
 
 
 
 
maiores instituições financeiras do pais, calculadas até as 12 horas de cada dia útil, 
relativas ao dia anterior. O redutor (R) é calculado todos os dias, inclusive não úteis. 
R= (A + B x TBF/100) 
Onde a TBF é a do dia de referência. “A” é uma constante de 1,0005. “B” 
é o fator de ponderação, determinado em função da meta da taxa Selic. 
Essa remuneração é creditada ao final de cada período de rendimento, ou 
seja: mensalmente, na data de aniversário da conta, para os depósitos de pessoa 
física e de entidades sem fins lucrativos; e trimestralmente, na data de aniversário no 
último mês do trimestre, para os demais depósitos. (BANCO CENTRAL DO BRASIL) 
Em função da concorrência os bancos criaram alternativas que e 
facilidades para a poupança, o que viabilizou um aumento de liquidez e agilidade na 
movimentação das cadernetas. 
a) depósitos e saques diretos pela conta corrente; 
b) mesmo número e senha da conta corrente; 
c) aplicação e resgate por telefone e internet; 
d) programação de investimentos; 
e) possibilidade de abertura de até 28 subcontas de uma única conta. 
 (FORTUNA, 2013) 
Abaixo, é apresentado pelo gráfico 04 a Captação liquida dos anos de 
1995 a 2016, onde percebe-se uma queda desse investimento nos últimos dois 
anos. 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 4 - Caderneta de Poupança – captação liquida 
 
Fonte: Banco Central (2016) *a captação do ano de 2016 é referente até o mês de setembro. 
 
4.1.4 Debêntures 
Títulos emitidos por empresas do tipo Sociedade Anônima (S.A.), não 
financeiras, de capital aberto ou fechado, objetivando captar recursos financeiros 
junto ao público, com a garantia de seu ativo, e com ou sem garantia subsidiaria das 
instituições financeiras que os lançam no mercado. (FORTUNA, 2013) 
Asseguram aos seus detentores (debenturistas) direitos de crédito contra 
a empresa emissora. O lançamento das debêntures pode ser feito por meio de oferta 
pública ou colocação privada, sendo que as ofertas públicas só podem ser 
realizadas por empresas de capital aberto e previamente registradas na CVM. 
(KERR, 2011) 
As debêntures podem ter remuneração: 
a) vinda de taxa de juro prefixada; ou 
38 
 
 
 
 
b) através de uma das seguintes remunerações, ajustada para mais ou 
para menos, por taxa fixa: 
-taxa Referencial (TR) ou Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP), 
observado o prazo mínimo de um mês para vencimento ou 
repactuação; 
-taxa Básica Financeira (TBF), se emitidas por sociedades de a-
rrendamento ou pelas companhias hipotecárias, observado o prazo 
mínimo de dois meses para vencimento ou repactuação; ou 
-taxas flutuantes que sejam regularmente calculadas e de 
conhecimento público e que sejam baseadas em operações 
contratadas a taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior ao 
período de reajuste estipulado contratualmente. (BM&F BOVESPA) 
 
As debêntures podiam ser de duas modalidades: debêntures simples e 
debêntures conversíveis em ações. A primeira modalidade – debêntures simples – 
corresponde a um empréstimo que o comprador do título faz à empresa emissora. 
Nessa categoria, o comprador não tem qualquer participação nos bens ou lucros da 
empresa emissora da debênture simples. A segunda modalidade do título – 
debêntures conversíveis em ações – tinha a possibilidade de ser convertida, ao final 
do prazo de resgate, em debêntures simples ou em ações, dependendo da opção do 
seu comprador, mas conforme a instrução CVM 404, de 13/02/04, estabelece que as 
debêntures não poderão ser conversíveis em ações, pois isso caracteriza captação 
com perfil de capital de giro. (FERREIRA, 2009) 
A emissão de debêntures, poderá ocorrer por série, como forma de 
acomodar o montante financeiro as necessidades de caixa da empresa ou à 
demanda de mercado. (FORTUNA, 2013) 
39 
 
 
 
 
Ainda segundo Ferreira (2009), “O limite máximo para a emissão de 
debêntures é o valor do patrimônio líquido da empresa, com um prazo de resgate 
nunca inferior a um ano”. 
Uma das vantagens apresentadas pelas debêntures está relacionada a 
flexibilidade quanto à estruturação, ela pode ter pagamento de principal mais juros 
no vencimento, pagamento de juros ao longo do período do título, pagamento de 
juros ao longo do período com amortização do principal. Ou seja, o investidor pode 
escolher o título que mais se adeque as suas necessidades. (CANALINI, 2012) 
As debêntures garantem aos compradores uma remuneração certa, num 
prazo pré-determinado. Em resumo, correspondem a um empréstimo que o 
comprador do título faz à empresa emissora, geralmente de longo prazo. 
(FORTUNA, 2013) 
4.1.5 Fundo de Investimento 
O fundo de investimento é caracterizado por ser uma aplicação em 
conjunto com outros investidores (condomínio). Pode ser formado por um 
agrupamento de títulos e valores mobiliários ou por qualquer ativo financeiro 
existente. Gitman e Joehnk (2005), definem esse produto como: “tipo de organização 
de serviços financeiros que recebe dinheiro de seus acionistas e o investe em nome 
de uma carteira diversificada de títulos”. 
 “Ao aplicarmos nossos recursos em um fundo de investimento, seja na 
modalidade de renda fixa, seja na de renda variável, temos a suposição de 
investimento em uma carteira e não um ativo único, pressuposto básico da Moderna 
Teoria de Finanças” (TOSCANO JÚNIOR, 2004, p. 55). Assim o fundo de 
investimento utiliza-se da técnica de diversificação para mitigar riscos. 
Os fundos são gerenciados por administradores, estes são responsáveis 
para que o fundo traga os melhores resultados, porém isso não oferece garantias de 
bons retornos, tampouco de baixo risco. Estes administradores devem ser 
autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
40 
 
 
 
 
Segundo Bruni (2005), os fundos classificam-se em abertos, fechado ou 
exclusivos. Abertos são aqueles que admitem livre entrada e saída de participantes, 
mas as cotas (correspondem a frações ideais do patrimônio líquido de um fundo) 
não podem ser objeto de cessão ou transferência. Já os fundos fechados são 
caracterizados por apresentar uma quantidade limitada de cotas que são oferecidas 
por um período determinado de tempo, suas cotas podem ser transferidas por termo 
de cessão ou transferência, ou ainda, por meio da bolsa de valores. Já os fundos 
exclusivos destinam-se a clientes de grande porte. 
Ainda de acordo com Bruni (2005), existem duas taxascomuns cobradas 
aos condôminos dos grupos, taxa de desempenho ou performance, que corresponde 
a uma taxa cobrada quando o resultado do fundo ultrapassar o indexador 
estabelecido e taxa de administração, que diz respeito a remuneração do 
administrador pela gestão do fundo. Há possibilidade dos fundos receberem taxa de 
entrada ou saída, que consiste de cobrança quando o cliente investe ou retira seus 
recursos, mas não é usual no mercado brasileiro. 
4.1.6 Previdência Privada 
A previdência privada constitui-se de um instrumento utilizado por 
pessoas que estão em plena capacidade produtiva e que buscam acumular recursos 
financeiros capazes de promover uma aposentadoria com menores transtornos, em 
termos de renda e de qualidade de vida. 
Os planos mais conhecidos são o Plano Gerador de Benefícios Livres 
(PGBL) e o Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL). A diferença básica entre eles 
é que no VGBL não há previsão de dedução de até 12% da remuneração da pessoa 
física para efeitos de Imposto de Renda (caso seja a declaração no modo completo) 
conforme previsto nos planos PGBL. 
O VGBL se torna interessante, sob o ponto de tributário, quando a pessoa 
faz a declaração anual de Imposto de Renda simplificada, ou quando a pessoa 
41 
 
 
 
 
possui um PGBL e deseja aplicar mais do que 12% de sua remuneração em planos 
de previdência. (COELHO; CARMAGOS, 2012) 
A tributação do Imposto de Renda – IR, em relação à previdência privada 
no Brasil, tem uma natureza de postergação de imposto, segundo Gaudenzi (2008), 
durante a fase de contribuição há a possibilidade de isenção de IR, mas quando do 
resgate dos benefícios, aplica-se o imposto. Esse tratamento fiscal está baseado em 
premissas como: incentivar a adesão de pessoas ao setor, promover o equilíbrio 
social decorrente da manutenção do padrão econômico na aposentadoria e 
assegurar que a fonte de arrecadação tributária não sofra diminuição. 
Os planos possuem opção de taxação progressiva ou regressiva do 
imposto de renda, na tabela abaixo são apresentados os valores e os 
correspondentes tempos de contribuição necessários. Já a tabela progressiva é a 
tradicional, e o valor do imposto de renda a pagar depende do valor a ser sacado. 
Quadro 3 - Regressão de tributação 
Tempo de contribuição para o plano Imposto retido na fonte (%) 
Até 2 anos 35 
De 2 a 4 anos 30 
De 4 a 6 anos 25 
De 6 a 8 anos 20 
De 8 a 10 anos 15 
Acima de 10 anos 10 
Fonte: Federação Nacional de Previdência privada e Vida (FENAPREVI) 
 
4.1.7 Ações 
Pode-se definir ações como títulos de renda variável negociadas no 
mercado primário (mercado emissor) e no mercado secundário (bolsas de valores e 
mercados de balcão), representativos da menor fração em que se subdivide o capital 
social de uma empresa organizada sob a forma de sociedade anônima. (FERREIRA, 
2009; KERR, 2011) 
42 
 
 
 
 
Quanto à natureza dos direitos e vantagens, o Brasil só permite a 
comercialização de dois tipos de ações que podem ser classificadas como: 
ordinárias nominativas (ON) e as preferenciais nominativas (PN). Ações ordinárias, 
como o próprio nome indica, são ações comuns e seus possuidores tem todos os 
direitos e obrigações de legitimo proprietário da empresa. Já ações preferenciais, 
são aquelas em que os detentores têm restrição de direitos em relação aos 
acionistas comuns, não podendo votar nas assembleias de acionistas. (FERREIRA, 
2009; KERR, 2011) 
Mas cabe ressaltar que o detentor de ações ordinárias será o último 
débito a ser quitado pela companhia, em um caso de falência da empresa. A 
legislação entende que como o acionista faz parte da administração e tem 
responsabilidade por resultado de falência. (CANALINI, 2012) 
Além do exposto, os detentores de ações preferenciais passarão a ter 
direito a voto caso a companhia permaneça sem distribuir resultado por três 
exercícios consecutivos. (CANALINI, 2012) 
Ainda existe um terceiro tipo de ação, denominada ação de gozo ou de 
fruição, mas que praticamente não existe no Brasil. São ações de posse e 
propriedade dos sócios fundadores da sociedade. 
4.2 Principais tipos de investimento e características. 
A tabela abaixo relaciona os produtos estudados anteriormente com sua 
remuneração e características, que lhes confere atributos positivos ou negativos. 
Quadro 4 - Compilação de investimentos e características. 
INVESTIMENTO VANTAGENS DESVANTAGENS REMUNERAÇÃO TRIBUTAÇÃO 
Poupança Liquidez imediata -Rendimento 
afetado pela 
inflação. 
0,5% + TR Selic 
>8,5% 
-Isenção de 
imposto de 
renda (IR). Baixo risco 70% da Selic 
<=8,5% 
CDB e RDB -Baixo risco e 
possibilidade de 
negociar taxas de 
remuneração. 
-Em relação ao 
RDB, não é 
possível a 
negociação do 
Renda fixa – 
prefixada ou pós 
fixada. 
-Aplicação 
variável do IR. 
22,5% - até 
180 dias. 
43 
 
 
 
 
papel. 15% - após 
720 dias. 
Títulos Públicos -Melhor 
rentabilidade entre 
os investimentos 
de baixo risco 
-Possível 
desvalorização 
caso seja feita 
venda antes do 
vencimento do 
título. 
Renda fixa – 
prefixada ou pós 
fixada. 
-Tributação do 
IR e IOF, além 
de taxa de 
administração. 
Debêntures -Possibilidade de 
negociar a 
qualquer tempo. 
-Risco alto, caso a 
debênture não seja 
bem avaliada. 
Renda fixa – 
prefixada ou pós 
fixada. 
-Aplicação 
variável do IR. 
22,5% - até 
180 dias. 
15% - após 
720 dias. 
Previdência 
Privada 
-Possibilidade de 
migrar o plano 
para outra 
empresa. 
-Taxas de 
Administração 
podem corroer o 
ganho. 
Vária conforme o 
tipo de 
previdência 
escolhida. 
Tributação 
variável, 
podendo ser 
regressiva (de 
35% - 10%) ou 
progressiva 
(mesma 
tributação de 
rendimentos 
anuais). 
-Possibilidade de 
efetuar resgate 
antes do prazo 
final. 
Fundos de 
investimento 
-Expectativa de 
rentabilidade 
elevada. 
-Falta de 
autonomia. 
Vária conforme 
característica do 
fundo. 
IR variando 
conforme o 
tipo do fundo, 
seguindo a 
regra de 22,5% 
até 15%. 
-Gestão de ativos 
feita por 
especialistas. 
-Incidência de 
taxas. 
Ações -Maior 
rentabilidade. 
-Maiores riscos a 
perdas. 
Vária conforme a 
ação e a 
volatilidade do 
mercado, 
podendo gerar 
ganho ou prejuízo. 
-Livre de IR em 
operações até 
R$ 20 mil. 
Após esse 
valor 
incidência de 
IR de 20% - 
em operações 
de day trade e 
15% - nas 
demais 
operações. 
-Não existe valor 
mínimo para 
investir. 
-Alto risco 
envolvido 
Fonte: Elaborado pelo autor 
. 
Conforme tabela anterior verifica-se as inúmeras possibilidades as quais 
os investidores estão suscetíveis, que muitas vezes trazem dúvidas sobre qual 
produto mais se adequa a cada pessoa e perfil, por isso a importância de uma 
análise bem feita antes de começar qualquer investimento. 
44 
 
 
 
 
5 METODOLOGIA 
 
Essa seção tem o objetivo de descrever a metodologia utilizada na 
pesquisa, mostrando sua classificação, os procedimentos utilizados, o método de 
coleta de dados, a definição da população com estabelecimento do universo e da 
amostra e o tratamento dessas informações. 
5.1 Classificação da Pesquisa 
De acordo com Gil (2010, p. 1), “pode-se definir pesquisa como o 
procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas 
aos problemas que são expostos”. Pode-se afirmar que a pesquisa é uma 
investigação, na qual o investigador busca obter respostas aos seus 
questionamentos. 
Ainda segundo Gil (2010), considera-se como problema científico 
proposições que podem ser testadas mediante verificação empírica. Com base 
nisso, a abordagem do problema é classificada como quantitativa, pois tem como 
base dados mensuráveis das variáveis trabalhadas, buscando averiguar e explicar a 
relação ou influência de uma sobre a outra, essa abordagem usa técnicas de 
mensuração como questionários de múltipla escolha e procedimentos estatísticos no 
tratamento de dados. (FONSECA, 2009) 
Considera-se ainda que sob aperspectiva dos fins, a pesquisa é 
classificada como descritiva, pois como apresenta Gil (2010) e Michel (2009), 
pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de 
determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relação entre variáveis e 
buscam explicar problemas, fatos ou fenômenos da vida real, com a precisão 
possível, observando e fazendo relações à luz da influência que o ambiente exerce 
sobre eles. 
Já o desenvolvimento do questionário para pesquisa de campo foi 
elaborado de acordo com o estudo bibliográfico previamente realizado e utilizando-
45 
 
 
 
 
se de pesquisas anteriores sobre a mesma área de estudo. A pesquisa bibliográfica 
“é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informações escrita, 
para coletar dados gerais ou específicos a respeito de determinado tema” 
(CARVALHO, 1998, p. 100). 
Para coleta de dados, foi utilizada a pesquisa de campo, pois como define Michel 
(2009), 
“Pesquisa de campo trata-se da coleta de dados do ambiente natural, com o 
objetivo de observar, criticar a vida real, com base em teoria,[...] na área de 
ciências sociais, tendo como objeto de estudo o homem, seu 
comportamento e experiências, inserido no determinado contexto social, 
necessita de instrumentos que possibilitem coletar dados da vida real, das 
experiências e vivências do dia a dia”. 
 
5.2 Definição do questionário e da coleta de dados 
 
Segundo Diehl e Tatim (2004, p. 68), o questionário “é um instrumento de 
coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser 
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Ainda segundo Diehl e 
Tatim (2004), o questionário apresenta diversas vantagens, entre elas: a economia 
de tempo com viagens, o alcance de um maior número de pessoas 
simultaneamente, além da obtenção de respostas mais rápidas e precisas. 
De acordo com Lakatos e Marconi (2001) as perguntas do questionário 
devem estar em sincronia com os objetivos da pesquisa. Nesse caso, a corrente 
pesquisa tem respectivamente como objetivo geral e objetivos específicos: identificar 
o perfil de investidor dos alunos da FEAAC, conhecer os produtos mais utilizados 
como forma de investimento por eles, verificar quais elementos (risco, liquidez ou 
rentabilidade) têm maior impacto na escolha dos produtos financeiros, identificar 
quais são as estratégias mais utilizadas pelos alunos para poupar parte de sua 
renda e fazer investimentos. 
O questionário utilizado para a realização da pesquisa de campo foi 
elaborado pelo autor, com base em pesquisas bibliográficas sobre o tema estudado. 
46 
 
 
 
 
O instrumento de coleta de dados foi elaborado com 21 questões de 
múltipla escolha, dividido em três áreas: dados pessoais, produtos financeiros e 
perfis de investimento. 
O questionário passou por um pré-teste com cinco alunos da amostra, 
para verificar se as questões estavam coerentes e de fácil entendimento. De acordo 
com Gil (2010, p. 108), no pré-teste analisa-se “tudo o que puder implicar a 
inadequação do questionário enquanto instrumento de coleta de dados”. 
O questionário foi aplicado entre os dias 07 a 15 de novembro de 2016. 
Cada aluno respondeu uma única vez. 
5.3 Definição da população e da amostra 
Segundo Diehl e Tatim (2004), população ou universo é um conjunto de 
elementos passíveis de mensuração, amostra caracteriza-se por ser uma porção ou 
parcela da população convenientemente selecionada. 
Portanto, a população-alvo da pesquisa são os universitários da 
Universidade Federal do Ceará – campus FEAAC, que estejam em curso no 
segundo semestre letivo de 2016, sem limitador de idade. 
O total de universitários da FEAAC representa um universo de 4.140 
(quatro mil cento e quarenta) alunos (N). 
A amostra estudada equivale a 2,29% do universo, totalizando 116 alunos 
(n). Esta quantidade se refere ao erro amostral de 9% (e) e 95% de nível de 
confiança (Z), calculado através da fórmula a seguir. 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
Onde: 
n: amostra calculada 
N: população total 
Z: variável normal padronizada referente ao nível de confiança 
p: verdadeira probabilidade do evento 
e: erro amostral 
Depois de selecionado a amostra, foi feita a aplicação dos questionários. 
A aplicação ocorreu de forma online, através de um formulário do Google < 
http://migre.me/vB2wC > e contou com 116 respondentes. Sendo que 62, que 
indicaram possuir investimentos financeiros, seguiram para as partes 2 e 3 da 
pesquisa. 
5.4 Processo de elaboração e análise dos dados 
 
Segundo Marconi e Lakatos (2010), após a coleta, os dados são 
elaborados e classificados de forma sistemática, a partir desse processo, eles 
devem seguir para as seguintes fases: seleção, codificação e tabulação. 
A atividade de seleção trata-se do exame detalhado dos dados. 
Codificação é a técnica operacional utilzada para categorizar os dados que se 
relacionam. Tabulação refere-se a disposição dos dados em tabelas, possibilitando 
maior facilidade na verificação das inter-relações entre eles. (MARCONI; LAKATOS, 
2010) 
Após selecionar, codificar e tabular os dados obtidos com a pesquisa, 
serão retirados os dados que podem ser diretamente relacionados com os objetivos 
do trabalho e os dados que podem ser correlacionados com outras questões. 
48 
 
 
 
 
Posteriormente a isto, as respostas serão transformadas em gráficos e tabelas com 
descrição em porcentagem dos resultados, utilizando o software Microsoft Excel 
para facilitar a visualização dos resultados. 
 
49 
 
 
 
 
6 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Para melhor entendimento e cruzamento de dados a pesquisa dividiu-se 
em 3 partes: dados pessoais, produtos financeiros e perfil de investimento. Que se 
encontram a seguir. 
 
6.1 Dados pessoais 
As nove primeiras questões referiam-se aos dados pessoas dos 
universitários entrevistados. 
A primeira questão solicitava a idade do entrevistado, dentre cinco faixas 
etárias, tendo como predominante a faixa entre 20 e 23 anos, com 51% dos 
respondentes o que equivale a 59 entrevistados. 
Gráfico 5 - Faixa etária dos respondentes. 
 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A segunda solicitava ao respondente seu enquadramento no sexo 
feminino ou masculino, tendo 57% dos universitários do sexo feminino e 43% do 
sexo masculino. 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
Gráfico 6 - Sexo dos respondentes. 
 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A terceira questão refere-se ao estado civil dos universitários. Pode-se 
identificar que a maioria dos universitários se classifica como solteiro, 
correspondendo a 91% do total. 
Quadro 5 - Estado civil dos respondentes. 
ESTADO CIVIL QUANTIDADES % REFERENTE AO 
TOTAL 
Solteiro 105 91% 
Casado 11 9% 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 Na quarta questão, o entrevistado respondeu se possuía filhos ou não. 
Esta questão é interessante para os dados pessoais dos entrevistados, pois é 
possível verificar se este possui algum tipo de dependente financeiro, o que 
direciona parte de sua renda. Dentre os respondentes, 95% afirmaram não possuir 
filhos, contra os 5% restantes que possuem filhos. 
A quinta questão refere-se a qual curso de graduação o entrevistado está 
matriculado na Universidade Federal do Ceará, campus FEAAC. 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
Quadro 6 - Curso de graduação dos entrevistados. 
CURSO QUANTIDADES % REFERENTE 
AO TOTAL 
Administração 86 74% 
Ciências contábeis 12 10% 
Economia 5 4% 
Finanças 3 3% 
Ciências atuariais 8 7% 
Secretariado executivo 2 2% 
 Fonte: Questionário elaborado pelo autor. 
Na sexta questão, o universitário assinalava há quanto tempo está 
cursando a faculdade. 
 
Gráfico 7- Semestre dos entrevistados. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Na sétima questão, foi perguntada aos universitários qual sua renda 
mensal. A maior parte dos respondentes,41%, indicou renda de R$ 880 a R$ 2640, 
o que corresponde a até três salários mínimos do ano de 2016. Ainda pode-se 
52 
 
 
 
 
observar que 23% dos respondentes possuem renda inferior a um salário mínimo, 
possivelmente referente à bolsa de estágio ou bolsas acadêmicas. 
 
Gráfico 8 - Renda dos entrevistados. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A oitava questão refere-se à expectativa de renda do universitário daqui a 
três anos. Foi questionado se a renda aumentaria devido a promoções, graduação, 
mudança de emprego, permaneceria a mesma ou teria diminuição porque o 
entrevistado deixaria de trabalhar para se dedicar a outras atividades. A maior 
resposta, com 87%, foi de a renda aumentar. Pode-se concluir que a maioria tem 
uma expectativa de melhora do atual cenário econômico, além de ser uma fase da 
vida dos universitários em que ocorrem diversas mudanças, como: efetivação, 
promoções, mudança de setor, fim do estágio, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
Gráfico 9 - Expectativa de renda para os próximos 3 anos. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
A nona pergunta questionou se os universitários possuíam algum 
investimento financeiro. Verificou-se que 53% dos respondentes tem algum 
investimento financeiro, contra 47% que não investe em nenhum tipo de aplicação. 
Dos entrevistados que responderam que não possuíam nenhum 
investimento financeiro, destacou-se como principal justificativa que a renda ganha 
era insuficiente para realizar aplicações, com 47% das respostas. 
Gráfico 10 - Justificativas apresentadas por não possuir nenhum investimento. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
 
54 
 
 
 
 
Diante dos dados sobre os motivos para não realizar investimentos, essas 
informações foram cruzadas com os semestres desses respondentes, 
transformando-se no gráfico a seguir, que mostra o grande impacto da falta renda 
nos primeiros semestres, mas que apresenta declínio conforme o curso avança. O 
ponto discrepante é a razão “falta de conhecimento” ser apresentada pelas 
categorias com mais semestres de curso, o que não deveria ser um fator limitante, 
pois os discentes dos cursos são da área de negócios, portanto deveriam apresentar 
mais conhecimento a respeito do assunto conforme o curso fosse completado. 
 
 
Gráfico 11 - Razões para não investir x Período de graduação 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Após a pergunta condicionante e retirada dos universitários que não 
possuem nenhum investimento, tem-se o perfil dos investidores universitários. Estes, 
em sua maioria, estão na faixa etária entre 20 e 23 anos (48%), do sexo Feminino 
(52%), solteiros (87%), não possuem filhos (98%), do curso de Administração (69%), 
cursando do 6º ao 9º semestre (29%) e com renda de R$880,00 até R$ 2.640,00 
(41%). 
Quadro 7- Perfil dos universitários investidores 
VARIÁVEL ABSOLUTO PERCENTUAL 
IDADE 
55 
 
 
 
 
Até 20 anos 6 9,6% 
Entre 20 - 23 anos 30 48,4% 
Entre 24 – 26 anos 16 25,8% 
Entre 27 – 29 anos 6 9,6 
Acima de 30 anos 4 6,4% 
SEXO 
Masculino 30 48,4% 
Feminino 32 51,6% 
ESTADO CIVIL 
Solteiro 54 87% 
Casado 8 13% 
POSSUI FILHOS 
Sim 1 1,6% 
Não 61 98,4% 
CURSO 
Administração 43 69,4% 
Ciências Contábeis 7 11,2% 
Secretariado Executivo 2 3,2 
Finanças 1 1,6% 
Economia 1 1,6% 
Ciências Atuariais 8 13% 
SEMESTRE 
1º - 3º semestre 7 11% 
4º - 6º semestre 8 13% 
6º - 9º semestre 18 29% 
9º semestres ou mais 12 20% 
Graduados 17 27% 
RENDA 
Até R$ 880,00 18 29% 
R$ 880,00 – R$ 2.640 26 42% 
R$ 2.640,00 – R$ 
4.400,00 
10 16% 
R$ 4.440,00 – R$ 
6.160,00 
5 8% 
Acima de R$ 6.160,00 3 5% 
EXPECTATIVA DE 
RENDA 
 
Não deve ser alterada 1 1,6% 
Pode crescer 56 90% 
Pode diminuir 5 8,4% 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
56 
 
 
 
 
6.2 Produtos Financeiros 
 
As oito questões seguintes (questão 10 até 17) são referentes aos 
investimentos que os universitários possuem e suas características. 
Na décima questão, foi solicitado ao respondente que informasse quais 
investimentos eram realizados por ele. Verifica-se que a maior parte dos 
respondentes tem aplicação na caderneta de poupança. 
 
 
Gráfico 12 - Carteira de produtos financeiros 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
Em relação à quantidade de investidores, verifica-se que o maior 
investimento utilizado é a poupança, com 82% dos respondes tendo uma caderneta 
de poupança. Depois aparecem o CDB e títulos públicos, empatados com 11% em 
seguida, temos previdência privada e fundos de investimento com 10% cada. 
Nenhum investidor informou aplicar em Debêntures. 
 
57 
 
 
 
 
Quadro 8- Percentual em relação ao total de investidores 
Produtos Quantidade de 
investidores 
% Ref ao total 
Caderneta de poupança 51 82% 
CDB/RDB 7 11% 
Fundos de investimento 6 10% 
Debentures 0 0% 
Títulos públicos 7 11% 
Previdência privada 6 10% 
Ações 1 2% 
Outros 8 13% 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
Dentre os outros investimentos indicados pelos aplicadores universitários, 
foram informados os seguintes investimentos: terrenos, gado, Bitcoin, LCI (Letra de 
Crédito Imobiliário), compra e venda de carros, e investimentos empresariais. 
A décima primeira questão tinha o objetivo de verificar quais 
investimentos os aplicadores não possuem hoje, mas tem propensão a aplicar no 
futuro. Verificou-se um equilíbrio entre as opções, com maioria de respostas para 
títulos públicos, com 24% da amostra. 
Gráfico 13 - Investimentos com maior possibilidade de aplicação no futuro. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa 
58 
 
 
 
 
A décima segunda questão buscava entender qual a principal 
característica levada em consideração na escolha do seu investimento financeiro. 
A rentabilidade foi indicada por 53% dos investidores como o principal 
fator levado em consideração na tomada de decisão sobre o produto. Mostrando 
uma predisposição do investidor ao maior ganho. 
 
Gráfico 14 - Principal característica analisada na escolha do investimento. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A décima terceira questão buscava saber dos entrevistados a frequência 
que seus aportes são realizados. Verificou-se que a maioria realiza aportes mensais 
em seus investimentos. 
Gráfico 15 - Frequência de aportes nos investimentos. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
59 
 
 
 
 
A décima quarta questão tinha o objetivo de analisar de que forma os 
investidores controlam seus gastos para formar o excedente a ser aplicado. A 
utilização de planilha de controle de gastos foi a forma indicada por 56% dos 
investidores. 
 
Gráfico 16 - Formas de controle de gastos. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A partir dos gráficos 14 e 15 foi desenvolvido o gráfico a seguir, que 
demonstra a relação entre aplicações mais regulares e o controle ativo de gastos. O 
gráfico demonstra que aqueles investidores que possuem aplicações mensais 
geralmente utilizam planilhas de controle de gastos, atitude relacionada a um 
planejamento financeiro constante. 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
 
 
Gráfico 17 - Relação entre controle de gastos e frequência de aplicações. 
 
Fonte: Dados da pesquisa. 
 
A décima quinta questão buscava identificar qual o horizonte temporal 
que os investidores utilizam para suas aplicações. Com 61% das respostas, a maior 
parte deles demonstrou que não possui um tempo pré-determinado para suas 
aplicações. O que demonstra uma falta de objetividade do investidor, que faz a 
aplicação, tem um desejo a realizar, mas não especifica um horizonte de tempo. 
Gráfico 18 - Horizonte temporal para as aplicações. 
 
 Fonte: Dados da pesquisa. 
 
61 
 
 
 
 
A décima sexta questão tentava identificar qual o fator mais importante 
para a escolha do horizonte temporal informado.

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